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Um homem que se intitulava como pastor foi preso por suspeita de praticar estupro de vulnerável na cidade de Imperatriz, no Maranhão. A captura do suspeito aconteceu no último sábado (6), na cidade de Marabá, no Pará, para onde ele fugiu após ser denunciado.

De acordo com a Polícia Civil do Maranhão o homem foi localizado através de um trabalho integrado com a Polícia Civil do Pará. Também foi através da parceria que o suspeito foi preso preventivamente. 

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Segundo as investigações, ele se intitulava “profeta do trono de Deus” para realizar orações em fiéis e, aproveitando-se do momento de fragilidade das vítimas, praticar atos libidinosos diversos da conjunção carnal. Após a prisão, o homem deverá ser encaminhado para uma unidade prisional no Maranhão.

 

A Nintendo anunciou um Nintendo Direct para hoje (8), com a promessa de trazer novidades sobre os jogos que serão lançados no primeiro semestre de 2023.  A transmissão do Nintendo Direct começa às 19h (horário de Brasília).

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O evento terá duração de 40 minutos. A Nintendo reforçou que a apresentação desta quarta-feira (8) vai focar nos jogos que tem lançamento previsto para o primeiro semestre. The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom pode ser um dos destaques da apresentação, já que a sequência está prevista para maio. 

Para acompanhar todas as novidades da Nintendo, é só se conectar a live no link:http://https://www.youtube.com/watch?v=yMdUSVSEp7U 

 

 

Depois que suas propriedades psicodélicas foram descobertas por acidente em um laboratório por Albert Hofmann (1906-2008), o LSD foi rapidamente banido no Reino Unido  no ano de 1966, dois anos após sua descoberta. Porém, a droga ainda é muito associada à cultura hippie e aos movimentos contraculturais dos anos 60.

Em uma época de luta por direitos civís, assassinato do presidente norte-americano, a Guerra no Vietnam e outros eventos marcantes, muitos associam esta década a uma mudança de paradigmas sociais, muitos deles influenciados por grandes artistas, como Bob Dylan, os Beatles, Jimi Hendrix, Janes Joplin etc.

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Um dos principais momentos chave desta virada aconteceu no Festival de Woodstock, em 1969. Este evento é considerado até hoje como um dos maiores eventos musicais da história e, provavelmente, o mais famoso deles. Em um contexto de muita agitação política e social nos Estados Unidos, este contexto estimulava o cenário de uma efervescência cultural.

A contracultura e o movimento hippie, influenciado pelo uso de substâncias, surgiu para questionar o “american way of life”, expressão usada para referir-se ao estilo de vida norte-americano, muito centrado na capacidade de consumo. Este modo consolidou-se na década de 1950, período marcado por uma geração de prosperidade econômica e a existência de um imaginário de modelo familiar estável.

O LSD foi recebido com muito entusiasmo pela comunidade científica, diversos estudos foram realizados pelo professor de psicologia de Harvard, Timothy Leary. Foi no fim da década de 1960, quando as mudanças nas leis do país tornaram-se mais rígidas no controle sobre os produtos farmacêuticos.

O uso e estudo científico da substância foi banido por diversas décadas, só retornando aos laboratórios de universidades recentemente, após a nova onda de popularidade da substância proporcionada por investidores e desenvolvedores do Vale do Silício.

Atualmente, a substância está sendo aplicada em tratamentos para depressão, ansiedade, stress pós traumático e em casos terminais de câncer. Neste último caso, pesquisadores alemães e norte-americanos realizam uma pesquisa em conjunto tendo o LSD como agente para o auxílio de questões existenciais e a aceitação da mortalidade, visando reduzir o sofrimento de pacientes.

Na manhã desta sexta-feira (18), em cerimônia realizada na sede do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o presidente Jair Bolsonaro recebeu a medalha do Mérito Indigenista, criada em 1972 para reconhecer pessoas que tenham prestado relevantes trabalhos a favor da causa indígena brasileira. Durante toda a sua gestão, o mandatário vem sendo criticado pelo desmonte da Fundação Nacional do Índio e por defender o garimpo em áreas de preservação ambiental e terras indígenas.

Na ocasião, o presidente discursou utilizando um cocar e segurando uma criança indígena nos braços. “Nada como estar ao lado de crianças. Aqui está a pureza, aqui está a nossa responsabilidade, aqui está o futuro do nosso Brasil. É um evento ímpar, me sinto muito feliz com este cocar, graciosamente ‘me’ ofertado (sic). Somos exatamente iguais, todos viemos à terra pela graça de Deus [...] O que sempre quisemos foi fazer com que vocês se sentissem exatamente como nós. O dom, a possibilidade de fazer o bem ao próximo, não tem preço”, declarou Bolsonaro.

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Presente no evento, o presidente da Funai, Marcelo Xavier, insinuou que, antes da gestão Bolsonaro, a instituição era pautada por “posturas ideológicas”. “Inúmeros são os desafios que enfrentamos para executar o nosso trabalho. Entre eles, está o passivo deixado por décadas de fracasso da política indigenista brasileira, que, no passado, era guiada por interesses escusos, falta de transparência e forte presença de ONG’s, muitas delas nem sempre comprometidas com o melhor interesse público”, disparou.

Nesta edição da premiação, um total de 26 pessoas foram agraciadas com a medalha. Participaram da cerimônia indígenas oriundos de povos de diversas regiões do Brasil, a exemplo de cinta larga, fulni-Ô, guajajara, kalapalo, xucuru e pankararu. Também esteve presente o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

Uma idosa que vivia em Como, na Itália, acabou sendo encontrada sem vida em casa pelo Corpo de Bombeiros, mas o que mais chamou atenção é que a mulher havia morrido há pelo menos dois anos e meio.

O corpo de Marinella Beretta, de 70 anos de idade, foi encontrado na última sexta-feira (5) sentado em uma cadeira em um estado mais do que avançado de decomposição. Ela morava sozinha em um bairro residencial em Como, na Lombardia.

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Segundo a polícia local, ninguém a via desde meados de setembro de 2019. Além disso, Beretta teria morrido por causas naturais, já que a porta estava fechada por dentro, sem qualquer sinal de arrombamento.

Mesmo com as correspondências acumuladas na caixa de correio, os vizinhos da idosa não perceberam nenhuma anormalidade e achavam que ela tinha se mudado para outro lugar em função da pandemia, pois a mulher vendeu a residência para um suíço.

O homem, que deixou Beretta ficar morando na casa, foi alertado que a vegetação do jardim da residência estava criando problemas para os vizinhos. Após não ter conseguido entrar em contato com a idosa, o suíço acionou a polícia e tudo foi descoberto.

Em função do longo período que passou sem que ninguém notasse a morte de Beretta, a polícia italiana tentou encontrar algum parente, mas nenhum registro foi achado no cartório. No entanto, existe a possibilidade da notícia chegar a algum familiar distante ou que não mantinha relações frequentes com a idosa.
    Caso ninguém aparecer dentro de um prazo, a cidade de Como ficará responsável pela organização do funeral e do enterro de Beretta.

Da Ansa

A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) está recebendo obras literárias para incrementar o acervo do projeto “Entre livros e textos: leitura, diálogo e relações sociais”, que busca estimular o contato dos reeducandos com a leitura. A instituição está com dois pontos de doação, um no Recife e outro em Caruaru, no agreste do estado. O projeto, que existe há um ano, reúne, duas vezes por semana, os adolescentes no Centro de Internação Provisória (Cenip) Caruaru, onde eles aguardam até 45 dias pela sentença judicial.

Nos encontros, os participantes recebem livros emprestados, para, na semana seguinte, discutirem sobre os temas abordados. Os jovens também são estimulados a produzir redações, anexadas aos relatórios encaminhados ao Judiciário, contribuindo com a avaliação de seus processos.

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Por meio de sua assessoria de imprensa, a Funase informa que mais de 120 pessoas já foram contempladas pela iniciativa de adesão voluntária, desenvolvida pela pedagoga Maurinúbia Moura e pela assistente social Natália de Melo, servidoras da Funase e integrantes da equipe técnica do Cenip Caruaru. Dentre as obras disponíveis estão clássicos da literatura nacional “Triste Fim de Policarpo Quaresma” e “A Batalha dos Mamulengos”. 

“Devido ao curto período que os adolescentes ficam na unidade, temos muita rotatividade. Por isso, é importante que a gente possa diversificar as obras disponibilizadas. Todo mundo que tem um livro paradidático em casa, que não utilize mais, pode fazer uma doação e contribuir com esse trabalho. Devolver ao convívio social adolescentes em condições diferentes daquelas que os levaram à Funase é um interesse que toda a sociedade pode abraçar”, afirma a coordenadora geral do Cenip Caruaru, Maria Clara Amorim.

Em Caruaru, os interessados em realizar doações devem procurar a portaria do Cenip Caruaru, na Fazenda Alagoinha, Estrada Carroçável, Sítio Lagoa dos Porcos, Boa Vista II ou combinar outras formas e pontos de coleta através dos telefones (81) 3725.7594, 3725.7596 ou 99488.2274. Já no Recife, o público pode fazer doações de livros na sede da Funase, que fica na Av. Conselheiro Rosa e Silva, 773, Aflitos, ou buscar informações pelos telefones (81) 3184.5477 ou 3184.5478.

SERVIÇO

Pontos fixos de coleta de doações

- Cenip Caruaru: Estrada Carroçável, Sítio Lagoa dos Porcos, Boa Vista II, Caruaru-PE – (81) 3725.7594/7596 ou 99488.2274

- Sede da Funase: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 773, Aflitos, Recife-PE – (81) 3184.5477/5478

Pontos volantes de coleta de doações - Em Caruaru, pontos alternativos de coleta de livros podem ser combinados com o interessado em fazer a doação por meio do telefone (81) 99488.2274

Devido à pandemia da Covid-19, Bruno e Alexandra perderam os "bicos" e agora só contam com o auxílio moradia e o Bolsa Família para sustentar quatro filhos. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

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Confiada a algumas vigas de madeira, a família constituída por Bruno da Silva, Alexandra Araújo e seus quatro filhos- garotos de 7, 5 e 4 anos, mais os gêmeos recém-nascidos- dorme amontoada em uma cama de casal, torcendo para que o dia seguinte não seja de chuva ou sol escaldante. “De dia, o calor aqui é grande. Quando chove, a correnteza da água é muita e o vento balança tudo”, comenta Bruno, que ergueu com as próprias mãos a palafita em que mora, à margem do canal do ABC, na comunidade de Caranguejo Tabaiares, na Zona Norte do Recife. Cercada por esgoto, porcos criados pelos vizinhos e pelo mau cheiro perene que deriva do entorno, Alexandra lamenta que não consiga cumprir com a política de isolamento social em prevenção à Covid-19, adotada pelo governo de Pernambuco. “Não aguento ficar aqui dentro”, resume.

Em termos de renda fixa, Alexandra e Bruno só contam com R$ 450, resultantes da soma dos benefícios do Bolsa Família e Auxílio Moradia. “Antes [da pandemia da Covid-19], de vez em quando, apareciam umas ‘ôias’ para eu fazer, como ajudante de pedreiro. Agora tá difícil”, acrescenta Bruno, sem nenhum novo serviço à vista. Na despensa improvisada ao lado da porta, apenas o essencial: as latas de leite para as crianças. “Político só vem aqui em época de eleição, depois que acaba já era”, comenta Bruno. Alexandra completa: “É muito menino pra alimentar e vestir. Ontem mesmo, perto da hora do almoço, eu já estava pensando no que ia dar de comer aos meus filhos, quando o pessoal do coletivo chegou com as doações”, diz, referindo-se aos insumos básicos trazidos pelos próprios vizinhos do Coletivo Caranguejo Tabaiares, que estão abastecendo as famílias da comunidade com alimentos essenciais e Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S), como máscaras e álcool gel.

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O almoço do dia, pelo menos, está garantido. “Macarrão. Para a gente e para meu irmão que vem comer aqui quando precisa. Até nisso é difícil ficar isolado, a gente divide até a comida”, completa Alexandra.

“Terra Prometida”

Para Bruno e Alexandra, permanecer em casa com as crianças é, por vezes, submetê-las ao risco de queda no canal ou a outros acidentes domésticos. “Um vez, um dos meninos veio correndo me avisar que o irmão tinha caído na água, cheguei para retirar e ele tava pendurado, agarrado na madeira. O outro, levou três pontos no braço depois que se furou com um prego, conta Bruno.

Danielle mostra a pintura da população em ponte sob o canal do ABC, lembrando o habitacional que nunca foi construído. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens) 

Aos oito anos, a criança acidentada teria crescido em uma casa diferente se o prefeito Geraldo Júlio tivesse cumprido a promessa feita em visita à Caranguejo Tabaiares, no dia 23 de março de 2013, dia em que 24 famílias tiveram suas palafitas completamente destruídas por um incêndio. “Nós vamos lançar o habitacional em decorrência da desapropriação que havia sido feito há 23 dias. O habitacional será construído”, garantia o prefeito.

Entulhos precarizam ainda mais entorno das moradias. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

O terreno em questão- localizado na Rua Tabaiares, 150- contudo, segue ocioso e ganhou o apelido de “Terra Prometida”. “Como não tem nada no local, a gente pensou em construir um parquinho, mas não concluímos. Não tem opção de lazer na comunidade para as crianças e jovens”, lamenta Danielle Paixão, membra do Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste.

História talhada na pesca

Palafita de Bruno e Alexandra: saída dá para esgoto e viveiros de caranguejos. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

A ocupação humana da área que corresponde Caranguejo Tabaiares teve início por volta de 1910, quando pescadores e suas famílias, atraídos pela abundância de crustáceos, mudaram-se para a margem do mangue em busca de sustento. Um estudo feito pelo Centro Josué de Castro, em 2003, constatou que, embora tivessem sido identificados 14 criadores e 24 viveiros de camarão na comunidade, a atividade de criação e coleta não apresentou crescimento, devido à poluição do meio ambiente e à falta de apoio técnico aos produtores. “A Netuno, por exemplo, chegou a comprar muita coisa daqui. Nossa comunidade é muito boa, muito rica, tem história. Muita gente está de olho, imobiliárias, empresários, porque moramos praticamente no centro do Recife. Estamos resistindo”, comenta Danielle.

Ela coloca ainda que, durante a o período de quarentena, Caranguejo Tabaiares ainda não recebeu nenhum tipo de apoio da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco. “Estamos esquecidos. O álcool gel, álcool 70, as máscaras e os alimentos que chegaram para a gente vieram através dos movimentos de luta e de algumas pessoas. Digo que sofremos violência alimentar, por precisarmos estar batendo de porta em porta, em um período como esse, atrás de comida. Isso me cansa, me tortura”, queixa-se.

Isolamento possível

População tenta praticar isolamento comunitário, mas saídas para trabalho são inevitáveis. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Danielle divide uma pequena casa de alvenaria com mais cinco pessoas, somando filhos, marido, pai e mãe. “Meu esposo está recebendo seguro desemprego. Eu estou desempregada, mas conto com o R$ 156 do Bolsa Família e vou receber o auxílio [Emergencial, do governo federal] de R$ 600. Aqui, em Caranguejo, um vai ajudando o outro quando falta alguma coisa”, coloca. Diante da necessidade de realizar deslocamentos no interior da comunidade para garantir a subsistência da família, Danielle logo concluiu que o isolamento social sugerido por prefeitura e governo do estado é praticamente impossível de ser cumprido nas comunidades do Recife.

Para ela, a precariedade das habitações também é uma das razões pela qual as populações desses espaços urbanos insistem em permanecer aglomeradas nas calçadas, a exemplo do que se vê em Caranguejo Tabaiares. “A gente passou a defender o isolamento comunitário, ou seja, que ninguém daqui saia, nem ninguém de fora entre. Não é que a gente não queira, mas o povo não consegue ficar dentro de casa. Além disso, temos muitas domésticas e diaristas na comunidade, que os patrões continuam sem liberar do trabalho”, lamenta.

Saneamento

 

Torneiras compartilhadas dividem espaço das ruas com esgoto. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Caminhar pelas vielas de Caranguejo Tabaiares sem entrar em contato com o esgoto a céu aberto é uma tarefa árdua. Basta uma pequena chuva para que os transeuntes precisem saltar de um lado para outro das vias, em sua maioria, sem pavimentação. Carentes da estrutura necessária para instalações hidráulicas, as palafitas não possuem água encanada, obrigando seus moradores a dividir pias instaladas no chão das ruas e a cumprir com suas necessidades fisiológicas em casas de amigos ou parentes. “Como vamos manter a higiene, fazer a quarentena sem água em casa?”, questiona a desempregada Andrea Santos, que se acomodou na palafita do filho depois que perdeu a sua, com todos os pertences dentro, no incêndio de 2013.

De acordo com levantamento realizado pela Empresa de Urbanização do Recife (URB), no ano 2000, das 895 residências existentes em Caranguejo Tabaiares, 385 (43%) possuíam água encanada em casa, 588 (66%) delas despejavam seus dejetos em vala a céu aberto e 799 (88%) não estavam ligadas à rede de esgotos. A sujeira no entorno, agride até a memória. Sete anos depois, os destroços incinerados continuam nos fundos da nova palafita de Andrea. “Vim morar aqui para não pagar aluguel, ou come ou paga aluguel. Meu marido está desempregado, perdeu os bicos por causa do [novo] coronavírus e a gente sustenta três crianças e dois adolescentes com o dinheiro do Bolsa Família, R$ 251, que não dá”, conta.

Andrea tenta acomodar produtos para venda no vão único da palafita dividida com mais cinco pessoas. (Júlio Gomes/LeiaJá Imagens)

Na tentativa de ampliar um pouco a renda, Andrea passou a aplicar uma pequena parte do benefício na compra para revenda, a alguns vizinhos, de salgadinhos e alguns produtos domésticos básicos, acomodados em um precioso espaço da sala de casa. “Quando vende, dá para tirar o dinheiro da carne”, completa. Com as crianças sem aulas, no entanto, a vida ficou ainda mais difícil. “A gente contava com a merenda, agora estamos vivendo do jeito que Deus quer. Se abrir a escola deles, não deixo meus filhos irem, não vão morrer por isso. Eu quero que isso [pandemia da Covid-19] acabe logo, não aguento mais. Piorou muito nossa vida”, desabafa.

Detran pode acolher recursos de autuações de infrações cometidas em todo o país, exceto daquelas que ocorreram em vias federais. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

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Apenas no ano de 2019, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE) emitiu 927.535 multas. Apesar do alto número de autuações, a instituição é obrigada por lei a receber os recursos de defesa dos condutores que desejarem contestar notificações, evitando o pagamento de multas e a perda de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Para isso, é preciso estar bem informado a respeito todo o procedimento.

De acordo com o chefe do setor de recursos e infrações do Detran-PE, Leonildo Borba, o primeiro passo para entrar com o recurso é observar o “prazo limite para defesa”, que consta no canto superior direito do próprio documento de notificação de autuação. “O órgão tem trinta dias para enviar a notificação e o condutor pode recorrer em até quinze, realizando o agendamento com o órgão autuador, de forma presencial ou pela internet”, explica.

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Com exceção às infrações registradas em Rodovias Federais, que devem ser questionadas às Unidades do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ou à Polícia Rodoviária Federal (PRF)- a depender do órgão autuador-, os recursos podem ser registrados nas Circunscrições Regionais de Trânsito (CIRETRANS), no Detran-PE ou no órgão municipal responsável pela autuação. “Lembrando que infrações autuadas pelo município ou por outro estado  podem ser acolhidas pelo Detran. Disponibilizamos um requerimento padrão, também disponível online, por onde a defesa pode ser feita”, completa Borba.

É comum, contudo, que os condutores esqueçam de assinar a defesa e o requerimento. “Às vezes, o documento original não dispõe de espaço para que todos os argumentos sejam colocados. Muitas pessoas colocam o restante em um anexo, que também precisa ser assinado, caso contrário, o pedido será indeferido”, comenta Borba. O procedimento exige ainda a apresentação das cópias do documento oficial de identificação com foto, CNH ou Permissão para Dirigir (PPD), Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), comprovante de residência com, no máximo, noventa dias de expedido, além da própria notificação de autuação e do próprio original do requerimento.

Notificação de autuação que chega na casa do infrator já contém espaço para identificação do condutor responsável. (Marília Parente/LeiaJá Imagens)

Borba frisa que tanto o proprietário quanto o condutor infrator podem entrar com o recurso. “Existem infrações que são de responsabilidade exclusiva do proprietário do veículo: aquelas que são referentes à própria condição do veículo, como licenciamento, alteração de característica e sistema de iluminação. Já as violações relacionadas à própria dirigibilidade devem ser cobradas do condutor”, coloca Borba. Autuações cometidas em um estado diferente daquele em que o carro foi registrado podem ser questionadas no local de origem do veículo. “Se eu levei a multa em São Paulo mas o carro é de Pernambuco, não preciso vir pra cá. Posso entrar entro com o recurso lá e Detran-SP encaminha o material para que o Detran-PE faça a análise”, continua Borba.

Multa precisa ser paga?

Eram quase dez horas da noite quando o professor Thiago Xavier cruzou a lombada eletrônica localizada em frente ao número 2505 da Avenida Ministro Marcos Freire, na beira-mar de Olinda. “Para minha surpresa, recebi uma notificação por supostamente ter atingido a velocidade 129 k/h, o que seria impossível, visto que cerca de 50 metros antes do local há uma lombada física”, comenta Xavier. Como a via tem a velocidade máxima de 40 km/h, a autuação prevê a multa de infração gravíssima vezes três, o que equivale a cerca de R$ 880, e suspensão da carteira de motorista. “Como vou entrar com recurso, não é interessante pagar a multa logo, até por ser um valor muito caro”, coloca Xavier.

Thiago Xavier irá esperar o fim da análise do recurso para pagar ou não a multa. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Leonildo Borba lembra que o Detran oferece o desconto de 20% para os infratores que pagarem a multa dentro do prazo limite da defesa e que, durante o processo de recurso o pagamento da multa não é obrigatório. “Se deixar para depois perde o benefício, mas se a pessoa já tiver pago e o recurso obtiver êxito, o órgão devolve o dinheiro”, acrescenta.

CTTU

Para infrações cometidas no Recife também é possível recorrer à Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), agendando um atendimento no órgão através do site. A instituição oferece seu próprio formulário padrão e solicita os mesmos documentos que o Detran.

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