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A Caixa informou que excluiu o crédito consignado do Auxílio Brasil - que voltará a se chamar Bolsa Família - de seu portfólio de produtos após realizar estudos técnicos sobre a modalidade. A linha de crédito já estava suspensa no banco público desde 12 de janeiro para revisão, como foi anunciado pela presidente Rita Serrano no dia de sua posse.

O banco explicou, contudo, que os contratos já celebrados seguem válidos e sem alterações. "O pagamento das prestações continua sendo realizado de forma automática, por meio do desconto no benefício, diretamente pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)."

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O consignado do Auxílio foi aprovado no Congresso e foi lançado pela Caixa em outubro - algo que foi na direção oposta dos demais grandes bancos, que preferiram não oferecer a modalidade diante da alta vulnerabilidade do público-alvo.

Por ter sido lançado no banco público entre o primeiro e o segundo turno da eleição, a oferta do consignado pela Caixa também foi criticada devido ao possível teor eleitoreiro, já que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, buscava apoio das classes mais baixas da população em sua campanha à reeleição.

No governo Lula, a linha de crédito foi reformulada, com redução da taxa de juros máxima de 3,5% para 2,5% ao mês. Agora, o desconto mensal do benefício assistencial devido ao empréstimo só pode ser de até 5%, contra 40% antes. E as parcelas não podem exceder seis prestações, contra 24 anteriormente.

O governo federal publicou nesta quinta-feira (9) novas regras, mais restritivas, para a concessão de empréstimos consignados às famílias beneficiárias do Programa Auxílio Brasil. Agora, o limite para o desconto mensal no benefício será de 5%, e não mais de 40%, já a partir de hoje. Além disso, o número de prestações para o pagamento do crédito não poderá exceder a seis parcelas mensais e sucessivas e a taxa de juros não poderá ser superior a 2,5% ao mês. Antes da mudança, o número máximo de parcelas mensais era de 24 e a taxa praticada pelos bancos poderia ser de até 3,5% ao mês.

As novas regras foram editadas em portaria do ministro do Desenvolvimento e Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e estão no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira. As mudanças não alcançam contratos anteriores.

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"As determinações se aplicam exclusivamente às famílias beneficiárias do Programa Auxílio Brasil que, na data da publicação desta portaria, não tenham contraído empréstimo consignado, nos termos do Decreto nº 11.170, de 11 de agosto de 2022", diz o ato. "As determinações devem ser comunicadas pela Secretaria Nacional de Renda de Cidadania às instituições financeiras autorizadas e ao agente operador", acrescenta.

O empréstimo consignado do Auxílio Brasil foi sancionado em agosto do ano passado, mas passou a ser ofertado pelo mercado financeiro somente em outubro. Pela lei, para definir o valor do crédito a ser liberado, é considerado o benefício de R$ 400, e não o valor mínimo mensal de R$ 600 pago temporariamente ano passado para as famílias e retomado este ano. Com isso, quando começou a ser contratado, o valor máximo da parcela do consignado do Auxílio era de R$ 160. Agora, com o novo limite de 5%, esse valor cai para apenas R$ 20.

No dia seguinte ao segundo turno das eleições presidenciais, que consagraram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL), a Caixa Econômica Federal suspendeu temporariamente a oferta do crédito consignado do Auxílio Brasil. Nesta sexta-feira, 4, o banco informou que a contratação modalidade foi suspensa às 19 horas de segunda-feira, dia 31 de outubro e só será retomada às 7 horas do dia 14 de novembro.

O motivo, segundo a Caixa, é um "processamento da folha de pagamento do Auxílio Brasil, processo que envolve DATAPREV, CAIXA e Ministério da Cidadania", disse o banco em nota.

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A Caixa já havia suspendido a operação entre os dias 21 e 24 de outubro, sob a justificativa de uma "manutenção programada nos ambientes tecnológicos" tanto da Caixa como da Dataprev.

Quando a operação foi retomada, no dia 24, o governo aumentou de dois para cinco dias o prazo máximo para a Caixa liberar o dinheiro das operações do consignado do Auxílio Brasil. Mais de 200 mil pessoas que já tinham contratado o empréstimo tiveram de refazer o pedido.

O novo prazo foi anunciado depois de o jornal O Estado de S. Paulo revelar que beneficiários do programa vinham recebendo avisos nos canais da própria Caixa de que o depósito, que tinha prazo de 48 horas, poderia demorar até 15 dias.

O caso vem sendo acompanhado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No dia 24, o ministro Aroldo Cedraz, recomendou a suspensão do empréstimo da modalidade pela Caixa e deu um prazo de 24 horas para o banco enviar as informações solicitadas pela Corte de contas sobre a oferta do produto. A documentação foi entregue pela Caixa ao TCU no dia seguinte, 25 de outubro.

A ação para suspender o crédito foi protocolada pelo procurador do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado. No processo, Furtado pediu a suspensão da concessão do crédito citando possível "desvio de finalidade" e uso "meramente eleitoral". Para ele, poderia haver prejuízo iminente para a Caixa, a lisura do processo eleitoral em curso e a moralidade pública.

Questionada pela reportagem sobre a atualização do valor contratado pela modalidade e do número de beneficiários, o banco afirmou que irá divulgar o balanço "oportunamente".

A modalidade

O consignado do Auxílio tem juro de 3,45% ao mês, beirando o limite de 3,5% estabelecido pelo Ministério da Cidadania. A prestação máxima é de 40% do valor do Auxílio Brasil; já a parcela mínima é de R$ 15 reais. A duração do empréstimo é de até 24 meses.

O teto de 3,50% ao ano é maior do que o imposto pelos bancos ao consignado do INSS: 2,14%. Além disso, segundo os dados do Banco Central, está acima do que é cobrado, em média, nos vários tipos de consignado: para trabalhadores do setor privado (2,61%), para trabalhadores do setor público (1,70%), para aposentados e pensionistas do INSS (1,97%) e consignado pessoal total (1,85%).

A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, e o único entre os cinco maiores do País. Como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, grandes bancos resolveram ficar de fora da oferta do consignado.

O banco público lançou a linha oficialmente no dia 11 de outubro, depois do primeiro turno das eleições. A modalidade foi classificada por analistas como eleitoreira e com grande potencial de ampliação do endividamento das famílias.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, determinou que a Caixa se pronuncie em até 24 horas sobre a representação realizada pelo Ministério Público junto à corte sobre a oferta do consignado do Auxílio Brasil pelo banco. O ministro também determinou que, no mesmo prazo, a Caixa encaminhe documentos que tratem de decisões de aspectos financeiros da modalidade, como taxas de juros, critérios de concessão, inadimplência esperada e gestão de risco.

Cedraz é relator da representação realizada pelo subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. Citando o "assombroso montante" de R$ 1,8 bilhão em crédito liberado em três dias de existência da modalidade, Furtado pediu que o tribunal avaliasse uma medida cautelar para a suspensão da oferta do consignado devido a possível "desvio de finalidade" e uso "meramente eleitoral".

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Assim como a área técnica do TCU, Cedraz avaliou que a Caixa deveria ser ouvida antes do exame sobre a medida cautelar. Mas o ministro reduziu o prazo dado ao banco para apenas 24h, contra os 5 dias úteis recomendados pelos técnicos.

"Ressalto a urgência dessa análise pois o volume de empréstimos já concedidos e a velocidade de sua liberação apontam para elevadíssimo risco na demora, e certamente não poderá esta Corte aguardar cinco dias úteis para que lhe seja encaminhada documentação que se espera já existir, o que leva à necessidade de que se ouça aquela empresa pública no prazo excepcional de 24 horas, a contar da ciência deste despacho, previamente à decisão quanto ao deferimento ou não da cautelar", escreveu Cedraz no documento.

O ministro ainda acrescentou que a Caixa, "por prudência", pode interromper previamente a liberação de novos valores da modalidade. Cedraz cita a possível "suspensão prévia", "como medida de zelo com o interesse público" até que o TCU examine a documentação e "a entenda apta a demonstrar não estarem presentes as graves irregularidades sugeridas na Representação".

No despacho, o ministro ainda cita que a representação do MP-TCU abarca a jurisdição da corte, argumentando que eventual descuido na concessão de crédito por banco público, "seja por má avaliação de risco de crédito do público-alvo, seja por açodamento causado pelo desvio de finalidade com intuito de atender interesses político-partidários", pode gerar alta inadimplência, que, no final, será suportada pela União, controladora da Caixa. "Não custa lembrar, ainda que se trate de exemplo extremo, a grave crise mundial ocorrida em 2008, que teve em sua gênese a concessão de crédito por instituições financeiras americanas com parca avaliação de risco", destacou.

Cedraz, porém, observou a representação deve ser limitada à apreciação quanto a ocorrência ou não de irregularidades na Caixa sobre inobservância de procedimentos operacionais e de análise de risco para a concessão do consignado.

O ministro afirmou que não é cabível a discussão de constitucionalidade, pois há uma lei que prevê a concessão da modalidade de crédito.

Cedraz ainda afastou a possibilidade de o TCU avaliar possível infração à legislação eleitoral ou à higidez do pleito, o que cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesse caso, determinou o encaminhamento das cópias do processo no TCU ao presidente da corte eleitoral, Alexandre de Moraes, para que "tome conhecimento e avalie a pertinência de adoção de medidas cautelares".

Desde o início do segundo turno das eleições presidenciais, a Caixa tem acelerado o lançamento de medidas e programas, principalmente com foco nas classes mais baixas e nas mulheres, públicos em que a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem maior rejeição. A presidente do banco, Daniella Marques, contudo, refuta o viés eleitoral dos lançamentos e vem destacando que tem "autonomia técnica" para gerir a instituição.

Conforme mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), beneficiários do Auxílio têm reclamado em grupos sobre a contratação da modalidade, com relatos de prazo de até 15 dias para receber o empréstimo, muito acima do indicado pelo banco.

Questionada pela reportagem, a Caixa ainda não respondeu os contatos até o fechamento deste texto.

A presidente da Caixa, Daniella Marques, atualizou ontem os números do consignado do Auxílio Brasil, linha de crédito lançada oficialmente pelo banco na semana passada. Segundo ela, 700 mil pessoas já procuraram a modalidade, com liberação de R$ 1,8 bilhão.

A linha de crédito tem juro de 3,45% ao mês, beirando o limite de 3,5% estabelecido pelo Ministério da Cidadania. A prestação máxima é de 40% do valor do Auxílio Brasil; já a parcela mínima é de R$ 15. A duração do empréstimo é de até 24 meses.

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O teto de 3,50% ao ano estipulado para a modalidade é maior do que o imposto pelos bancos ao consignado do INSS (de 2,14%). Além disso, segundo dados do Banco Central, está acima do que é cobrado, em média, nos vários tipos de consignado: para trabalhadores do setor privado (2,61%), para trabalhadores do setor público (1,70%), para aposentados e pensionistas do INSS (1,97%) e consignado pessoal total (1,85%).

A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, e o único entre os cinco maiores do País. A modalidade é vista por analistas como eleitoreira e com grande potencial de ampliação do endividamento das famílias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Caixa Econômica Federal (CEF) lançou oficialmente nesta terça-feira (11) a operação do crédito consignado do Auxílio Brasil. Na coletiva de imprensa na sede do banco, em Brasília, a presidente em exercício, Danielle Calazans, reforçou que a operação vai focar no crédito consciente, em meio a críticas sobre a vulnerabilidade do público alvo.

"Em lógica de crédito consciente, lançamos campanha de renegociação de dívidas, o Você no Azul, na semana passada. Somos banco social e por isso não poderíamos refutar de trabalhar com consignado. Entendemos que troca de crédito mais caro, como cartão, por linha mais barata cumpre um papel social", destacou Danielle, argumentando que a medida é mais uma do governo federal na direção de fomentar a economia.

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A presidente da Caixa, Daniella Marques, está nos Estados Unidos para participar das reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, e o único entre os cinco maiores do País. Os demais têm demonstrado pouco apetite pela operação, considerada de alto risco dado o perfil financeiro dos beneficiários do programa social.

Na semana passada, Marques disse que a Caixa vai utilizar o consignado para conscientizar clientes endividados em linhas mais caras sobre a possibilidade de trocar uma dívida pela outra. O banco permitirá, por exemplo, que os recursos da linha sejam utilizados para pagar dívidas no programa Você no Azul, de renegociação de débitos, anunciado na semana passada, e que concederá descontos de até 90%, a depender do cliente e do perfil da dívida.

A liberação do crédito acontece no mesmo dia do início do pagamento do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás referentes a outubro, e começa a poucas semanas do segundo turno das eleições presidenciais. Esses benefícios foram antecipados este mês. Originalmente, o repasse do Auxílio Brasil seria finalizado no dia 31, mas agora vai acabar dia 25, 5 dias antes do segundo turno das eleições.

Essas medidas são parte das apostas do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para conquistar apoio junto às camadas de menor renda da população, em que tem intenção de voto menor que a do oponente, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

O governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira portaria que regulamenta o empréstimo consignado para beneficiários do Programa Auxílio Brasil. Vista por analistas e políticos como eleitoreira e com grande potencial de ampliação do endividamento das famílias, a modalidade de crédito estará disponível na primeira quinzena de outubro, segundo o Ministério da Cidadania, o que ocorrerá depois da conclusão do processo de elegibilidade das instituições financeiras habilitadas.

Pela portaria, os juros a serem cobrados nessas consignações não podem ultrapassar 3,5% ao mês e a quantidade de parcelas do valor contratado deve ser de máximo 24 prestações. A recém-sancionada Lei 14.431/2022 limitou o valor desses consignados em até 40% do Auxílio Brasil, mas isso do valor permanente de R$ 400 e não dos R$ 600 liberados só para este segundo semestre do ano eleitoral. Assim, o beneficiário poderá descontar até R$ 160 mensais, no prazo máximo de 24 meses.

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O ato proíbe os bancos de fazer qualquer atividade de marketing ativo, oferta comercial, proposta, publicidade direcionada a beneficiário específico ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer o beneficiário a celebrar contratos de empréstimo pessoal com pagamento mediante consignação em benefício.

Os descontos em folha das parcelas de empréstimos consignados do Programa Auxílio Brasil serão feitos pela Secretaria Nacional de Renda de Cidadania da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social do Ministério da Cidadania.

"É proibida a consignação das modalidades de crédito arrendamento mercantil e cartão de crédito", diz a portaria. "O tomador deverá autorizar expressamente a instituição financeira a ter acesso às informações pessoais e bancárias necessárias à efetivação do contrato pleiteado", acrescenta.

A autorização, portanto, deverá ser realizada por escrito ou por meio eletrônico, em caráter irrevogável e irretratável, e não será aceita se dada por telefone ou ainda por meio de gravação de voz reconhecida como meio de prova de ocorrência.

A portaria ainda obriga os bancos a informar a taxa de juros aplicada, devendo expressar o custo efetivo do empréstimo, veda a cobrança da Taxa de Abertura de Crédito (TAC), e quaisquer outras taxas administrativas, e proíbe o estabelecimento de prazo de carência para o início do pagamento das parcelas.

Os trabalhadores da iniciativa privada poderão antecipar os valores do saque-aniversário do FGTS com crédito mais barato. O governo deve concluir em dois meses a regulamentação da modalidade de empréstimo consignado que terá os resgates anuais como garantia.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, espera que o novo produto provoque "um pulo" no crédito consignado. O potencial imediato é de R$ 11 bilhões em empréstimos, antecipa o secretário em entrevista ao Estadão/Broadcast.

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O saque-aniversário do FGTS foi criado em 2019 e permite ao trabalhador sacar anualmente uma parte do seu Fundo de Garantia, de acordo com o mês em que nasceu. Os primeiros resgates começarão a ser feitos em abril de 2020. Só os trabalhadores que aderirem a essa modalidade serão beneficiados - e poderão desistir após dois anos. Quem não fizer nada permanecerá com o saque-rescisão, com resgate de todo o saldo do FGTS em caso de demissão sem justa causa.

O consignado do FGTS funcionará de maneira semelhante a uma antecipação do Imposto de Renda ou do 13º salário, modalidades já oferecidas atualmente pelos bancos. A diferença, segundo Sachsida, é que os trabalhadores poderão antecipar os saques de FGTS previstos para dois anos (período em que a permanência na modalidade é garantida) ou até mais tempo - neste caso, sujeito a uma taxa de juros um pouco maior.

"A pessoa que quiser pegar por dois anos tem a melhor garantia do mercado, então a taxa (de juros) vai ser baixinha. Agora, à medida que ele for querendo pegar por mais tempo, ele pode? Pode, só que a taxa que o banco ofertar é um pouco diferente", afirma o secretário.

Dinheiro no bolso

A intenção do governo é dar ao trabalhador a opção de colocar no bolso os valores do saque-aniversário antes de chegar a sua data de resgate do dinheiro. "Vai ser muito barato", diz Sachsida. Segundo ele, a taxa de juros deve ficar abaixo de 2% ao mês.

Hoje a modalidade mais vantajosa de crédito consignado é a do servidor público, com juro de 1,4% ao mês em média. Mesmo essa opção tem riscos: o funcionário pode falecer ou se divorciar (o pagamento de pensão comprometeria uma parcela da renda, reduzindo a margem para o empréstimo).

No caso do consignado do FGTS, Sachsida afirma que não há esses riscos. "O dinheiro já está lá disponível. Então, acredito que vai ser tão competitivo quanto o consignado do servidor público", afirma.

O FGTS tem sido fonte de fôlego para o consumo e a atividade econômica. Em 2017, o governo Michel Temer permitiu o saque das contas inativas, que tinham recursos depositados por antigos empregadores, e passou a repartir com os trabalhadores uma parte do lucro do Fundo.

No ano passado, o governo Jair Bolsonaro fez a maior mudança nas regras do FGTS e, além de liberar ao menos R$ 500 de forma imediata para todos os trabalhadores, passou a permitir saques anuais de parte do saldo depositado no Fundo.

Segundo Sachsida, a demora na regulamentação do consignado com o FGTS se deve à complexidade de algumas das modalidades em elaboração. O secretário afirma que há ideias para fazer com que o consignado do FGTS sirva de garantia para a dívida do cartão de crédito. A regulamentação precisará ser aprovada pelo Conselho Curador do fundo, órgão que reúne representantes do governo, patrões e trabalhadores.

Mais de 171 mil pessoas se inscreveram no site "Não Perturbe" para bloquear ligações de telemarketing com ofertas de crédito consignado - tudo isso com o serviço funcionando há pouco mais de uma semana. O bloqueio é válido para 23 instituições que aderiram à autoregulamentação bancária que cria regras para ofertas desse tipo de crédito.

À Época, Amaury Oliva, diretor de Autorregulamentação da Febraban, destaca que o número de consumidores que se inscreveram no site "reflete a importância dos compromissos de Autorregulamentação do Crédito Consignado. O mercado tem papel fundamental na construção de relações mais transparentes e equilibradas com o consumidor", diz Oliva.

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Desde o último dia 2 de janeiro, os consumidores podem cadastrar todos os telefones vinculados ao seu CPF no "Não Perturbe". Depois do cadastro conta-se 30 dias para que os bancos e correspondentes não façam ligações ofertando os serviços de crédito. Bancos como a Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander aderiram à plataforma. 

O uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para empréstimos consignados pode permitir a liberação de R$ 126 bilhões aos trabalhadores de todo o Brasil. A estimativa é do Ministério do Trabalho (MTb), após o lançamento da nova modalidade de crédito, na tarde desta quarta-feira (26), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.

A linha de financiamento já está à disposição de pelo menos 37 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Os recursos poderão ser usados para quitar dívidas, limpar o nome, fazer pequenas reformas ou um novo investimento, de acordo com as necessidades dos beneficiários.

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A nova modalidade permite o uso de 10% do saldo da conta e do total dos 40% da multa em caso de demissão sem justa causa como garantia para o empréstimo. Considerando um saldo total de R$ 373 bilhões em contas ativas do FGTS, é possível gerar garantia inicial de R$ 37,3 bilhões em empréstimos consignados. No entanto, como cerca de 60% das demissões ocorrem sem justa causa, há uma garantia adicional de R$ 89,5 bilhões relativos às multas de 40% do FGTS, chegando aos R$ 126,8 bilhões estimados pelo MTb.

Juros baixos

Os juros não poderão passar de 3,5% ao mês, taxa até 50% inferior à de outras operações de crédito disponíveis no mercado. A expectativa é de que as taxas da nova modalidade fiquem em torno de 2,50% ao mês, devido à competição entre os bancos.

A Caixa começou a operar a modalidade nesta quarta, com juros mensais de 2,65%. A cliente Keila da Silva Costa foi a primeira a fazer o financiamento, assinado durante a cerimônia no Palácio do Planalto.

O prazo de pagamento na nova modalidade será de até 48 meses (quatro anos), e o valor do empréstimo vai depender de quanto o trabalhador tem na conta vinculada do FGTS. Se o trabalhador perder o vínculo empregatício com a empresa em que estava quando foi feito o empréstimo consignado, a garantia poderá ser retida pelo banco.

A utilização do FGTS como garantia para crédito consignado foi aprovada pelo Conselho Curador do FGTS, presidido pelo Ministério do Trabalho, e está previsto na Lei 13.313/2016. Além de Caixa, outros bancos poderão oferecer a nova linha de crédito, seguindo as regras estabelecidas em lei.

O governo federal criou nova dinâmica para facilitar a concessão de empréstimos consignados com garantia do FGTS aos trabalhadores da iniciativa privada. A partir de agora, a Caixa criará uma conta apartada no FGTS do trabalhador, contendo 10% do fundo mais o valor referente aos 40% de multa em eventual demissão, que servirá de garantia para esses empréstimos. A expectativa do Ministério do Planejamento é de que, com a mudança, mais operações sejam realizadas e os juros do consignado para o setor privado caiam.

Desde julho de 2016, uma lei permite ao trabalhador da iniciativa privada fazer um empréstimo consignado, em que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamentos, com a garantia do FGTS. Essa garantia era formada justamente por 10% do Fundo e pelos 40% da multa paga pelas empresas em caso de demissão sem justa causa.

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O problema é que esta lei nunca pegou. Isso porque os bancos só eram informados sobre os valores referentes ao saldo do FGTS do trabalhador no momento em que ele era demitido da empresa. Havia ainda casos em que o trabalhador usava os recursos do Fundo em um financiamento imobiliário, o que reduzia os valores disponíveis para a garantia. Como não havia a separação dos 10% para o crédito consignado, mais os 40% da multa, os bancos enxergavam risco maior nas operações.

Com as mudanças normativas promovidas, os bancos terão, em tese, mais segurança para realizar as operações. Segundo o Planejamento, os porcentuais relativos ao crédito consignado ficarão separados do restante do FGTS, como garantia. Ao mesmo tempo, esses recursos vão render normalmente, de acordo com as regras do fundo. O rendimento ficará na conta do FGTS do trabalhador, e não no montante segregado para garantia.

A expectativa do governo é de que o crédito consignado para o setor privado, com a difusão da garantia do FGTS, cresça a partir de agora. Atualmente, segundo os dados mais recentes do Banco Central, o consignado para o setor privado soma R$ 19,3 bilhões.

A cifra equivale a apenas cerca de 6% do total do crédito consignado no País. Em comparação, o estoque do consignado para servidores públicos soma R$ 181,3 bilhões, enquanto o saldo para beneficiários do INSS está em R$ 123,2 bilhões.

Rotatividade

"Dado que nosso mercado de trabalho tem rotatividade muito grande, o banco não tem a garantia de que a pessoa vai ficar na empresa por muito tempo e de que conseguirá descontar o crédito na folha salarial. É diferente do que ocorre com o setor público e os aposentados", disse o secretário de Planejamento e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Julio Alexandre.

O secretário afirma que ainda não há estimativas do quanto o crédito consignado com garantia do FGTS poderá crescer ou mesmo alavancar o crédito para pessoas físicas como um todo. Uma das percepções é de que, como essa linha é mais barata, muitos trabalhadores poderão usá-la para sair de dívidas mais caras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à retração generalizada de crédito que o País vem atravessando, apenas uma categoria de financiamento registra crescimento significativo: a do crédito consignado para aposentados. De acordo com dados do Banco Central, no acumulado de 12 meses até janeiro, o avanço do saldo do consignado foi de 15,6%, enquanto o saldo total de crédito para os brasileiros ficou praticamente estável (0,6%).

Para este ano, com o cenário ainda incerto de recuperação da economia, os bancos continuam centrando fogo nas linhas de crédito que oferecem menor risco de calote. Além do consignado para os aposentados, que tem inadimplência praticamente zero, porque o desconto da prestação é feito antes de o dinheiro chegar no bolso beneficiário, grandes instituições financeiras apostam agora no crédito que antecipa o saldo das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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O Bradesco, por exemplo, começou a operar o crédito pessoal com garantia no saldo do FGTS há cerca de uma semana. Até quinta-feira, o banco tinha fechado cem contratos de créditos atrelados ao FGTS, um desempenho, segundo diretor executivo adjunto do Bradesco, João Carlos Gomes da Silva, que ficou dentro das expectativas. Para antecipar os recursos, o banco cobra juros entre 2,5% a 4,4% ao mês, dependendo do histórico de crédito do cliente. O diretor observa que a taxa mínima de juros é muito próxima da cobrada nos consignados do INSS: 2,34% ao mês.

O Santander foi o primeiro banco que entrou nessa modalidade de financiamento, em meados de janeiro, logo após o governo anunciar que liberaria R$ 43 bilhões que estavam parados nas contas inativas do FGTS. Eduardo Jurcevic, superintendente executivo de produtos de pessoa física e consignado, explica que o saque dos recursos do FGTS pode ser antecipado com juros que variam entre 2,59% e 4,59% ao mês.

O Santander não revela como está a procura por essa linha de crédito, mas o formato se espalha: Itaú Unibanco e Banco do Brasil informam que avaliam a possibilidade de ter uma linha de crédito semelhante. Já a Caixa, que é a "guardiã" do dinheiro das contas inativas do FGTS, descarta a possibilidade de ter essa linha de empréstimo.

Garantias

Com a economia patinando, o desemprego crescente e a taxa básica de juros em queda, mas ainda num nível elevado, o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, acredita que 2017 será um ano difícil para o crédito. Os consumidores "colocaram o pé no freio" para assumir novos empréstimos nos bancos, observa.

Essa cautela aparece nos resultados do crédito contraído pelo consumidor junto aos bancos no Indicador de Demanda por Crédito do Consumidor da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). No mês passado, a procura do brasileiro por crédito no sistema financeiro caiu de 1,1% ante dezembro de 2016, descontada a sazonalidade do período. Em relação a janeiro do ano passado, o tombo foi bem maior: a procura por crédito recuou 7,6%. E em 12 meses até janeiro, a retração quase dobrou: 14,7%.

Resultados positivos na demanda por crédito, segundo a pesquisa da Boa Vista SCPC, aparecem apenas nos financiamentos oferecidos pelas lojas, que é o crédito não financeiro. Mesmo assim a alta ocorreu apenas de dezembro para janeiro. No ano e em 12 meses houve retrações na procura.

Cautela

Ribeiro de Oliveira, da Anefac, lembra que os bancos não podem parar de emprestar. "Por isso, serão mais cautelosos e vão procurar operações mais seguras, com lastro", diz.

Essa percepção é confirmada pelo diretor do Bradesco. Segundo Silva, as linhas para consumidor prioritárias para o banco neste ano serão os financiamentos consignados para aposentados e setor privado, além de créditos cuja liberação dos recursos está ligada à garantia real de veículos e imóveis.

"Estamos apostando no consignado para trabalhadores do setor privado e para aposentados", afirma o diretor do Bradesco. Ele explica que o banco detém a folha de pagamento de 6 milhões de assalariados e 10 milhões de aposentados. "Somos o maior pagador de aposentados e de trabalhadores do setor privado."

O crédito consignado representa 63% da carteira de crédito pessoal do banco e os aposentados respondem por quase a metade. No ano passado, o carteira de crédito consignado da instituição como um todo cresceu 12,3%. A expectativa para este ano é de um avanço maior, de 16%.

No ano passado, o crédito consignado foi a linha do Santander que mais cresceu dentro do crédito destinado à pessoa física, ressalta Jurcevic. O volume da carteira de consignado do banco somou R$ 18,7 bilhões e avançou 27,9%, superando de longe o crescimento do saldo da carteira de cartões (8,1%) e do crédito imobiliário (4,7%).

Há um ano e meio o consignado tornou-se um vetor estratégico do Santander. Além dessa linha que conta com garantia real, o banco colocou no mercado duas outras que têm risco baixo de calote, pois o empréstimo está vinculado a um imóvel ou veículo. "Estamos impulsionando o crédito com menor risco", diz o diretor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Caixa Econômica Federal vai levar pelo menos mais dois meses para tirar do papel o uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados. A nova linha, com condições mais favoráveis aos trabalhadores, tendo em vista que a garantia diminui o risco de os bancos tomarem calote, deveria estar em vigor desde 30 de março, quando o governo da presidente afastada Dilma Rousseff mandou a Medida Provisória (MP) ao Congresso. Mas só vai estar disponível, segundo estimativas do governo, em setembro.

O trabalhador que queira usar 10% do saldo do FGTS e a totalidade da multa rescisória (de 40% sobre o total depositado pelo empregador) como garantia para um empréstimo consignado ainda não vai encontrar essa opção porque o sistema que permitiria aos bancos criar a linha não foi desenvolvido pela Caixa.

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O banco respondeu, em nota, que, nas próximas semanas, vai iniciar as "tratativas no âmbito técnico", inclusive sobre a formatação do modelo operacional. Só então poderá estimar o prazo necessário para o desenvolvimento e implantação do novo serviço. "A Caixa destaca que já tem desenvolvido estudos e adotado medidas internas que independem da formatação do respectivo modelo operacional, de modo a favorecer a implantação mais qualificada desse novo processo", afirmou a instituição.

O conselho curador do FGTS, formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos patrões, também não fez sua parte, que era definir as condições desse empréstimo, ou seja, as taxas mensais e o número máximo de parcelas que podem ser cobrados nas operações.

Segundo o coordenador-geral do FGTS no Ministério do Trabalho, Bolivar Moura Neto, a decisão sobre as características desses empréstimos só deve sair em setembro. Nesta quarta-feira, 20, o conselho curador se reúne, mas o assunto não está na pauta. Uma das propostas é que os juros do consignado com garantia do FGTS sejam semelhantes aos cobrados nas operações para os aposentados do INSS, de 2,34% ao mês. No entanto, segundo Moura Neto, o conselho curador só quer bater o martelo sobre a taxa quando for possível que os trabalhadores contratem a operação no dia seguinte, o que depende da Caixa.

Os bancos cobram juros menores - em comparação com outras linhas - nos empréstimos consignados porque os descontos são feitos diretamente na folha de pagamento. No caso dos trabalhadores da iniciativa privada, porém, havia resistência por parte das instituições financeiras por conta do risco de os empregados serem demitidos.

Os bancos eram mais restritivos aos trabalhadores da iniciativa privada por conta desse risco. A maior parte do consignado é destinada a funcionários públicos e aposentados e pensionistas do INSS, que respondem por mais de 90% do que foi desembolsado.

Juro maior

O risco de calote por conta da demissão também encarecia as operações para os trabalhadores do setor privado que pagaram, em média, 43,9% de juros ao ano, em maio, segundo dados do Banco Central, enquanto os funcionários públicos e beneficiários do INSS pagaram 27,7% e 30,7% no período, respectivamente. Mesmo assim, as taxas foram menores do que os 53,9% cobrados, em média, nas operações de crédito pessoal.

Mesmo sendo usados como "caução" nos empréstimos consignados, os recursos do FGTS não ficarão bloqueados na conta do trabalhador. Ele poderá usar, por exemplo, para moradia ou doença quando ele for demitido, seguindo as regras do fundo. Os 10% do total mais a multa só serão destinados ao pagamento do consignado caso haja necessidade desse montante para quitar o resto do empréstimo no momento da demissão.

Colocar em "banho-maria" a operacionalização do empréstimo consignado com garantia do FGTS também foi uma forma de conter as críticas à medida dentro do conselho curador do fundo. "Estamos dando uma corda para o trabalhador se enforcar", diz Luige Nese, da Confederação Nacional de Serviços (CNS).

Ao propor a medida, o governo Dilma estimou que se apenas 10% do total do FGTS mais as multas por demissão sem justa causa fossem usados, seriam injetados R$ 17 bilhões na economia. "Essa lei só fará encher o bolso dos bancos, para manter seus lucros, e prejudicará o trabalhador, que aumentará mais seu nível de endividamento", disse Mário Avelino, presidente do sistema Fundo Devido ao Trabalhador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A maioria dos bancos médios e pequenos suspendeu a aprovação de novos créditos consignados a funcionários públicos do Rio de Janeiro, Tocantins e Amapá e avalia entrar na Justiça contra esses Estados pelo fato de a parcela do pagamento do empréstimo já concedido ter sido descontada do salário do funcionário e o repasse do dinheiro não ter sido feito para o banco. O Ministério Público de Tocantins abriu inquérito para investigar o caso.

Em dificuldades financeiras, a suspeita é que os Estados estariam usando esses recursos, que envolvem cifras significativas, para equilibrar as contas. O crédito consignado destinado a funcionários públicos atingiu em maio, o último dado disponível do Banco Central, a marca recorde de R$ 170 bilhões. O crédito ao funcionalismo responde por mais da metade do saldo total do consignado (60,5%), seguido pelo concedido a aposentados e pensionistas (33%) e aos trabalhadores do setor privado (6,5%).

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Levantamento feito pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que reúne as instituições financeiras de pequeno e médio portes, aponta que os maiores valores não repassados são dos governos do Rio de Janeiro, Amapá e Tocantins. De acordo com a entidade, o atraso varia de um a cinco meses. A ABBC não tem o valor total em atraso e informa que os débitos variam de banco para banco.

"O governo pagou os funcionários, descontou a prestação do consignado da folha e não repassou. Foi apropriação indébita", afirma o diretor comercial do Banco Pan, Alex Sander Moreira Gonçalves.

Ele conta que faz cinco meses que o Estado de Tocantins não repassa os recursos do crédito consignado para o seu banco. No caso do Amapá, o atraso no repasse ocorre entre março e junho. O Rio deixou de transferir recursos entre fevereiro e maio. E em junho, os valores foram repassados, conta. "Estamos negociando com a secretaria da Fazenda do Rio para regularizar os débitos amigavelmente."

Mas esse não foi o caminho seguido pelo Sindicato dos Servidores Públicos no Estado de Tocantins. Claiton Pinheiro, presidente da entidade, denunciou o caso que, segundo ele, se trata de apropriação indébita de recursos, ao Ministério Público(MP). Há dois meses, o MP abriu um inquérito para investigar a improbidade administrativa dos gestores das secretarias da Fazenda, do Planejamento e do governo do Estado.

O promotor da Defesa do Patrimônio Público da 9ª Promotoria de Justiça de Palmas (TO), Edson Azambuja, diz que em fevereiro as cifras não repassadas aos bancos somam R$ 118 milhões e hoje já teriam recuado para R$ 59 milhões por conta do início das investigações. Ele informa que há 17 instituições financeiras afetadas por essa prática. "Há indícios de improbidade administrativa e precisamos identificar os infratores", diz o promotor.

Segundo Pinheiro, a Caixa suspendeu o consignado. Além do Banco Pan, Bradesco, Caixa, e Banco do Brasil (BB)teriam sido afetados pelo atraso nos repasses. Procurado, o Bradesco informa que " não comenta operações ou posições de seus clientes". A Caixa Econômica diz que "em qualquer caso de inadimplência adota as providências cabíveis". O BB afirma que a operação com Tocantins está normal.

Governos - O governo do Tocantins informou, por meio de nota, que "está honrando todos os seus compromissos". Em relação às instituições financeiras que fazem empréstimos consignados aos servidores públicos, o governo informa que pagou R$ 39 milhões entre fevereiro e junho. A nota diz que em fevereiro o débito era de R$ 90 milhões e hoje está em R$ 51 milhões. O governo de Tocantins acrescenta que sete das instituições financeiras que atuam no consignado têm débitos de R$ 25 milhões com o Estado. Por isso, diz a nota, "o governo está buscando um encontro de contas com a interveniência do Ministério Público Estadual".

A secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro admite que houve atraso em algumas parcelas devida aos bancos por conta de créditos consignados. O órgão atribui a demora ao fato de o caixa do Estado ter sofrido, em abril, ações de arresto que passaram de R$ 790 milhões e complicaram as finanças. Mas, de acordo com a secretaria, os bancos foram informados da previsão de pagamento das parcelas e ele já está sendo efetuado. "O pagamento é prioridade da Fazenda e está ocorrendo estritamente de com o combinado com as instituições financeiras", diz o governo em nota. O Estado não conseguiu contato com secretaria da Fazenda do Amapá. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A associação de consumidores Proteste avalia que a autorização para uso do FGTS na contratação do empréstimo consignado é um retrocesso e complicará ainda mais a situação do consumidor. "Incentivo ao endividamento para acelerar a economia não é a saída", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. "É uma armadilha, pois o FGTS é uma das únicas reservas financeiras dos trabalhadores para situações como desemprego." A associação observa que a MP aumenta o risco de inadimplência, que já atinge 59 milhões de brasileiros.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), também questiona a medida. "Embora o rendimento seja o menor do mercado, o FGTS é uma forma de forçar o trabalhador a ter uma poupança. Assim, atrelá-lo ao crédito consignado é perder garantias", afirma.

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Para ele, o consumidor que optar pelo consignado para fugir de linhas de crédito com juros mais altos deve ser cauteloso. "É importante tomar consciência de que o custo de vida deverá ser reduzido em até 35%, porque a prestação será retirada diretamente do salário ou benefício de aposentadoria." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso Nacional promulgou a Lei 13.313/2016, que permite ao trabalhador da iniciativa privada oferecer aos bancos, como garantia de empréstimo consignado em folha, 10% dos recursos de sua conta vinculada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A nova lei está publicada no Diário Oficial da União (DOU) e é resultado da aprovação da Medida Provisória 719/2016, enviada ao Congresso ainda por Dilma Rousseff. O texto original do Executivo foi aprovado sem alterações pelos parlamentares.

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A lei promulgada também dispõe sobre o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por embarcações, cria um fundo, de natureza privada, sob a gestão da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) para bancar indenizações e altera a Lei 13.259/2016, para determinar que o crédito tributário inscrito em dívida ativa da União poderá ser extinto mediante dação em pagamento de bens imóveis, a critério do credor.

A Secretaria de Estado de Fazenda do Rio informou que houve atraso em algumas parcelas devidas aos bancos de depósitos consignados, mas acrescentou que a situação está sendo regularizada. Hoje, o Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio informou que abriu procedimento para apurar a suposta inclusão do nome de servidores em cadastros restritivos de crédito.

De acordo com a entidade, a ação pode estar sendo praticada por bancos que realizam empréstimos consignados para funcionários públicos, aposentados e pensionistas e que deixaram de receber o valor da parcela do empréstimo por inadimplência do Estado.

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A Fazenda acrescentou que somente em abril teve mais de R$ 760 milhões bloqueados. "Imediatamente, a Secretaria de Estado de Fazenda reuniu os bancos e informou uma previsão de pagamentos dessas parcelas, que já estão sendo efetuados. O pagamento é prioridade da Fazenda e está ocorrendo estritamente de acordo com o combinado com as instituições financeiras", informou em nota.

A Defensoria pretende chamar representantes de cerca de 30 instituições financeiras para prestar esclarecimentos. "Não podemos permitir um absurdo de tamanha grandeza. O consumidor preza muito por seu nome e não pode, nem mesmo numa situação de dificuldades do Estado, ser colocado em uma posição de vexame e com restrição de crédito por uma inadimplência que não deu causa", disse em nota Patricia Cardoso, coordenadora do Nudecon.

Socorro

O governo do Rio confirmou a chegada de recursos da União nesta sexta-feira, 1, e informou que irá remanejar verbas do orçamento para pagar a parcela restante da folha de maio de servidores ativos, aposentados e pensionistas. O acerto será feito na próxima segunda-feira, 4.

Às vésperas da Olimpíada, a União liberou crédito extraordinário de R$ 2,9 bilhões ao Estado. O recurso do governo federal deverá ser aplicado em ações de segurança pública para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que serão realizados em agosto e setembro. Com a chegada do dinheiro, o Rio fez o remanejamento no seu orçamento para pagar os salários atrasados.

Em meio a dificuldades financeiras, o Rio parcelou o pagamento dos vencimentos referentes a maio. A primeira parte foi paga no dia 14, décimo dia útil do mês. Na data, 70% da folha de pagamento foi quitada, com desembolso de R$ 1,1 bilhão. Apenas os 85.737 servidores ativos da secretaria de Educação receberam integralmente. O atraso afetou 393.143 servidores ativos e inativos.

No último dia 17, o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), declarou estado de calamidade pública nas finanças do Estado. Para justificar a medida, o governo fluminense enumerou alguns itens: a grave crise econômica; queda na arrecadação, principalmente, a observada no ICMS e nos royalties e participações especiais do petróleo; e esforços de reprogramação financeira já empreendidos para ajustar as contas estaduais. Além disso, foi mencionado que a crise acarreta "severas dificuldades" na prestação dos serviços públicos essenciais e pode ocasionar colapso na segurança pública, na Saúde, Educação, mobilidade e na gestão ambiental.

O atraso no pagamento dos salários já tinha acontecido anteriormente. Primeiro, o governo mudou a data de pagamento dos funcionários públicos. Em abril, decidiu postergar para maio o pagamento dos vencimentos de março de parte dos servidores aposentados e pensionistas. Em ação movida pela Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) bloqueou R$ 649 milhões de contas bancárias do Estado para regularizar esses pagamentos. Depois, voltou a ter recursos bloqueados.

Os vencimentos foram pagos, mas o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que os recursos depositados nas contas eram oriundos de financiamentos para investimentos e não poderiam, por lei, ser usados para pagar folha de pessoal.

O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (4) a resolução que autorizou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a aumentar o valor teto das taxas de juros de crédito consignado contratado por aposentados e pensionistas. Com a publicação da norma, os novos valores já estão em vigor.

Os tetos das taxas que vigoravam desde maio de 2012 subirão de 2,14% para 2,34% ao mês para crédito pessoal e de 3,06% para 3,36% ao mês para as operações feitas com cartão de crédito. A medida afeta os mais de 32 milhões de aposentados e pensionistas do INSS.

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O CNPS é formado por representantes do governo, empregados, empregadores e aposentados e pensionistas.

Bancos públicos e privados suspenderam a oferta de crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) aos servidores públicos federais após a divulgação de suspeita do envolvimento da Consist Software, empresa responsável pela gestão do sistema que autoriza os pagamentos, na Operação Lava Jato. Dentre as instituições que teriam paralisado a oferta, conforme fontes, estão Bradesco, Itaú Unibanco/BMG, Bonsucesso (Santander), Pan (ex-Panamericano), BGN (Cetelem, BNP Paribas).

Os bancos já estavam limitando a oferta de consignado a servidores públicos federais há cerca de uma semana, conforme uma fonte com conhecimento no assunto. A partir do meio-dia desta terça-feira, 18, todos suspenderam as concessões por tempo indeterminado. O último a paralisar a oferta teria sido o Bonsucesso, que tem joint venture com o Santander nessa modalidade de crédito.

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A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) confirmou, em nota, que bancos suspenderam os empréstimos consignados aos servidores públicos federais, mas não citou os nomes das instituições. "Os bancos estão revendo sua participação no convênio firmado entre a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e as autoridades públicas", informou a Febraban.

O Banco do Brasil esclareceu que não adotou nenhuma medida restritiva à oferta de crédito consignado aos servidores públicos federais. "Os clientes do Banco do Brasil podem continuar a simular ou contratar as operações, nas mesmas condições, nas agências e demais canais alternativos", afirmou.

De acordo com a Febraban, os bancos acompanham o caso do ponto de vista técnico, com o objetivo de colaborar com o Ministério do Planejamento na migração para um novo sistema de processamento das folhas de pagamento, garantindo a continuidade do serviço para os servidores. "O objetivo é desenvolver um processo de migração de plataforma totalmente transparente para o servidor usuário do serviço", acrescenta a entidade.

A Consist Software está sob suspeita da Operação Pixuleco II, 18.ª fase da Operação Lava Jato. A empresa foi contratada pelo Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC) após estas entidades firmarem acordo de cooperação técnica com o Ministério do Planejamento, em 2009. A Consist é responsável pelo repasse aos bancos das informações da associação sobre autorizações para tomada de crédito consignado.

O Ministério do Planejamento informou no último dia 13 de agosto que irá rescindir em trinta dias acordo de cooperação. O governo também já abriu sindicância no início desse mês para investigar possíveis irregularidades no acordo. A Comissão de Sindicância tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias para apresentar suas conclusões.

"Não há relação entre o MP e a empresa Consist, uma vez que o Acordo Técnico de Cooperação foi firmado entre o MP e as entidades SINAPP e ABBC", afirma o ministério do Planejamento.

O ministério está desenvolvendo, desde o início de 2015, projeto do novo sistema por meio de um consórcio Serpro e Dataprev, que dará continuidade a gestão das consignações, no lugar da Consist Software.

A ABBC já havia sinalizado o possível rompimento do contrato. Ontem, a entidade informou que notificou a Consist e pediu esclarecimentos "acerca dos fatos noticiados, com vistas ao início do processo de rescisão contratual".

Procurados, os bancos mencionados acima não confirmaram a suspensão dos empréstimos até o fechamento desta matéria.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reduziu o teto das taxas de juros aplicadas aos empréstimos consignados na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. De acordo com instrução normativa publicada no Diário Oficial da União (DOU), a taxa de juros dessas operações não poderá ser superior a 2,14% ao mês nas transações de empréstimo e a 3,06% ao mês nas transações de cartão de crédito. O limites permitidos anteriormente eram de 2,5% e 3,5%, respectivamente.

A instrução normativa regulamenta o aumento do limite do empréstimo consignado para beneficiários do INSS de 30% para 35% da renda, instituído pela Medida Provisória nº 681, de 10 de julho de 2015. Pela IN, os descontos consignados poderão ser efetuados em até 30% para as operações de empréstimo pessoal e em até 5% para as operações de cartão de crédito.

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A IN ainda ratifica o prazo máximo de 72 meses para o pagamento dos empréstimos consignados. Antes fixado em 60 meses, o prazo total de quitação dos financiamentos foi ampliado pelo governo para 72 prestações em setembro do ano passado.

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