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A Câmara dos Deputados repetirá uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tráfico infantil e a exploração sexual de crianças. Caso instaurada, será a quinta CPI criada sobre o tema em duas décadas no Congresso Nacional.

O autor do requerimento é o deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), presidente da Comissão da Família, que aprovou um projeto de lei contra o casamento homoafetivo.

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O documento que pede a criação da CPI já reúne 172 assinaturas e é mobilizada por deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inspirados por Som da Liberdade, filme americano que tem o tráfico e a exploração sexual de crianças como tema central, que ganhou adesão entre a direita americana e brasileira. Nenhum petista apoia a proposta.

"Essa iniciativa partiu após a repercussão do filme O Som da Liberdade", disse Rodolfo. "Como presidente da Comissão da Infância, Adolescência e Família, me debrucei sob os números do Brasil. É assustador."

Em setembro, dezenas de deputados bolsonaristas foram a uma sala de cinema em Brasília para acompanhar a pré-estreia do filme no Brasil.

Rodolfo planejou uma iniciativa em três frentes: a criação da CPI, a votação de um projeto de lei que torna o tráfico infantil crime hediondo e uma carta de compromisso que será apresentada aos governadores para firmar o compromisso de combater a prática.

Segundo o parlamentar, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se comprometeu a instaurar a CPI no próximo ano.

Anteriormente o Legislativo federal tratou de outras quatro comissões no campo. Em 2003, foi aberta uma CPI mista para abordar o tema, que analisou cerca de 800 denúncias em quase um ano. O relatório final pediu o indiciamento de mais de 250 pessoas, entre empresários, líderes religiosos e políticos.

Em 2008, o Senado instaurou a CPI da Pedofilia, que durou dois anos e nove meses. Pelos trabalhos dela foram apresentados 14 projetos de lei, alguns incorporados à legislação brasileira.

Já em 2012, a Câmara criou a CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O relatório final, apresentado dois anos depois, pediu o indiciamento de 33 pessoas e fez propostas de projetos de lei.

Por fim, em 2018, o Senado instaurou a CPI dos Maus-Tratos, que ouviu detentos acusados de abusos sexuais contra menores presos durante uma operação federal de combate à pedofilia. A CPI terminou os trabalhos naquele mesmo ano apresentando dezenas de projetos de lei

Como mostrou o Estadão, outras quatro CPIs instauradas na Câmara neste ano custaram R$ 222 mil aos cofres públicos, com a maioria terminando em "pizza". Três delas ou não aprovaram o relatório final ou não indiciaram ninguém.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados pode votar nesta segunda-feira (9) o relatório do deputado Ricardo Silva (PSD-SP). O texto ainda não foi divulgado.

A CPI
A comissão foi instalada em junho para investigar esquemas de pirâmides financeiras com o uso de moedas digitais. Os deputados estenderam a investigação para a 123milhas por entender que a atuação da empresa se assemelha aos casos de pirâmides financeiras.

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O prazo para o encerramento dos trabalhos da comissão encerra-se no dia 11 de outubro.

*Da Agência Câmara de Notícias

A deputada transexual Duda Salabert (PDT-MG) rebateu o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno após ter sido chamada de "senhor" na sessão que ouve o militar na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta terça-feira, 26. Ao ameaçar processá-la, Heleno usou o gênero masculino para se referir à parlamentar, que corrigiu: "É senhora".

Salabert questionou a atuação de Heleno em uma missão de paz brasileira no Haiti, em 2004, em que ele supostamente teria coordenado uma operação que resultou na morte de dezenas de crianças. O general negou as acusações e disse, tratando-a no gênero masculino, que iria processar a deputada.

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"Essa afirmativa é mentirosa. Estou querendo proteger Vossa Excelência. Se eu quiser, vou para a Justiça e processo o senhor, e coloco o senhor na cadeia", disse Heleno. A parlamentar do PDT rebateu o ex-chefe do GSI: "É a senhora, e não vem me ameaçar não".

Em seguida, Salabert disse que Heleno deveria ser preso após a oitiva em que participa como testemunha. "Se há justiça no Brasil, e se de fato houver justiça no Brasil, o senhor será preso no final desta CPI", disse.

O deputado Abílio Brunini (PL-MT) a interrompeu dizendo que o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), deixava a parlamentar "falar asneiras e imputar crimes". Maia então ordenou a saída do parlamentar e suspendeu a reunião.

No retorno da sessão, Salabert disse que Heleno pediu desculpas durante o intervalo. "Só explicitando e publicizando, o general, quando entrei na sala, pediu desculpas por ter me tratado no masculino. Só dizer que a minha posição, você (Augusto Heleno) pode me perguntar quando eu sair e eu vou dizer que não é essa questão a mais relevante, porque é de esfera pessoal. O que a gente está discutindo aqui é algo muito maior", disse a deputada.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) cancelou a sessão desta terça-feira, 26, que havia sido marcada para votar o parecer do relator, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP). A votação do relatório deverá ocorrer na quinta-feira, 28.

A direção da CPI preferiu adiar a votação porque o regimento da Câmara determina que deve haver um intervalo de duas sessões quando há pedido de vista. Se a comissão insiste em votar nesta terça, o relatório final elaborado por Salles poderia ter sua validade questionada por descumprimento do regimento.

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"A informação extraoficial é de que os trabalhos serão prorrogados até a próxima quinta-feira para que se cumpra o prazo regimental de duas sessões em virtude do pedido de vista ao relatório final", informou a CPI, em nota à imprensa.

O parecer lido por Ricardo Salles na sessão da última quinta-feira, 21, pedia o indiciamento de 11 pessoas, entre elas o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias. O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) também estava na lista dos indiciados, mas foi retirado por Salles após pressão do Centrão.

A CPI foi instalada em maio para investigar as invasões do MST. O prazo de funcionamento do colegiado terminaria nesta terça-feira, mas deverá ser adiado em razão do pedido de vista.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o presidente da CPI do MST, deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), vai apresentar também ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um "pacote de invasão zero no campo". Trata-se de uma lista com propostas que endurecem as penas para quem participar dessas ações.

Diante de um depoimento monótono na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, quem roubou a cena nesta quinta-feira, 21, foram os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que trocaram insultos no plenário. A parlamentar chegou a chamar Nikolas de "moleque".

O desentendimento começou depois que Nikolas apresentou slides contendo prints de pessoas seguidas por Jandira nas redes sociais e que atacaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao final da exibição, o deputado citou uma publicação antiga de Jandira com a mensagem "Olha pro céu, meu amor. Vê como stalindo", em alusão ao líder da União Soviética Josef Stalin.

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Jandira pediu ao presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), para que fosse concedido direito de resposta por ter sido citada. O pedido foi negado. Foi então que a parlamentar disparou contra Nikolas: "Este moleque precisa de resposta. Isto é um moleque".

O deputado rebatou dizendo que teria vergonha de ser Jandira por "disputar 20 prefeitura e perder todas". "Que precisa de resposta? Eu sou deputado assim como você", disse Nikolas.

Jandira chegou a ameaçar Nikolas de processo. A parlamentar disse que se ele falasse o que queria de fato falar assim iria" ver o que vai tomar pela cara", e completou, "processo" . Antes mesmo de a deputada terminar a frase, os parlamentares de oposição reagiram dizendo que ela ameaçou bater em Nikolas. Diante do bate boca, Maia suspendeu a sessão por cinco minutos.

Um pedido de vista coletivo adiou a votação do relatório do deputado Ricardo Salles (PL-SP) na Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST). A discussão e votação do parecer ficou para terça-feira (26).

Após a leitura do relatório e o pedido de vista, o presidente do colegiado, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), rapidamente encerrou a sessão, sem que houvesse tempo para os deputados se manifestarem.

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Na reunião desta quinta-feira (21), Salles apresentou um resumo do relatório no qual acusa o movimento, que reivindica a reforma agrária e é favorável à agricultura familiar, de uma série de irregularidades, como práticas de abusos contra assentados e privilégios de dirigentes. Além disso, o relator acusa o MST de se apropriar de recursos públicos. 

O relator também afirma não haver a necessidade de, ao menos nesse momento, se aumentar as áreas destinadas à reforma agrária. Na avaliação de Salles, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) “é o maior latifundiário improdutivo do país”.

O deputado prometeu apresentar anexos ao relatório detalhando o que, na sua visão, seriam crimes praticados por integrantes do movimento.

Salles pede ainda o indiciamento de 11 pessoas. Entre elas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e José Rainha, líder da Frente de Luta Campo e Cidade.

O deputado sugeriu ainda que o presidente do  Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Messias Silva, seja indiciado.

Após travar uma disputa com o Centrão, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), deputado Ricardo Salles (PL-SP), recuou e tirou o nome do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) da lista de pedidos de indiciamento em seu relatório final. O texto foi lido nesta quinta-feira, 21.

Houve um acordo entre lideranças partidárias para que nenhum parlamentar estivesse na lista.

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A decisão teve apoio até mesmo dos deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), adversários políticos de Valmir.

O nome do petista estava em um relatório preliminar.

Como mostrou a Coluna do Estadão, um indiciamento poderia resultar na cassação do petista e abriria brechas para a condenação de demais parlamentares no futuro. Salles manteve os demais nomes, completando 11 pedidos de indiciamentos - entre eles estão o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, e o líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha. O líder do MST, João Pedro Stédile, foi poupado.

Internamente, os parlamentares afirmam que era preciso realizar mais quebras de sigilo para haver indícios contra Valmir Assunção, mas a oposição perdeu a maioria na comissão.

Em uma demonstração de força, o Centrão exerceu o controle da CPI em diversos momentos e chegou a alterar indicações de integrantes titulares no colegiado, de modo que poderia, ao mesmo tempo, dar maioria a oposição ou ao governo.

Foi o que aconteceu quando o PP fez uma troca de parlamentares durante sessão da CPI, no fim de agosto, e impediu que a oposição aprovasse requerimentos que prejudicariam o governo.

A reunião foi então encerrada antecipadamente e, sem garantia de que poderia aprovar requerimentos e com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu as convocações de dirigentes alagoanos, a CPI só realizou a primeira reunião de setembro apenas no dia 21. Quem realizou as substituições foi o então líder do PP, André Fufuca (MA), que foi empossado ministro do Esporte neste mês.

"Gostaríamos de prorrogar essa CPI. Tínhamos requerimentos de quebra de sigilo, de convocação de ministros. Fica também prejudicado (o trabalho da comissão)", disse o presidente do colegiado, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS). Independente da aprovação ou não do relatório, Salles disse que o material será repassado à Procuradoria-Geral da República. A votação será realizada na terça-feira, 26.

O nome de Valmir era citado no relatório preliminar. A leitura do relatório final foi feita nesta quinta-feira, com a alteração. Salles confirmou que a retirada do nome de Valmir da lista de pedidos de indiciamento foi a condição imposta pelos demais partidos da Câmara. "(Os partidos que compõem o Congresso) sinalizaram que poderíamos nos ater ao que está materialmente comprovado e que não atinja o parlamentar, porque haverá instâncias próprias no Judiciário e na Procuradoria-Geral da República", disse.

Dois dos assessores do parlamentar, porém, não foram poupados. Lucineia Durans e Oronildo Lores Costa. Também estão na lista de pedidos de indiciamento, Paulo Cesar Souza, Diego Dutra Borges, Juliana Lopes, Cirlene Barros e Welton Souza Pires, todos militantes sem-terra que atuam no Sul da Bahia; Debora Nunes, líder sem-terra em Alagoas, e Jaime Silva, diretor do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral).

Segundo Salles, a Bahia é a principal zona de controle de movimentos sem-terra. "A Bahia atingiu um nível de barbárie em que não é visto em nenhum outro Estado da Federação", afirmou.

No relatório de 88 páginas, Salles afirma que, no Sul do Estado, se estabeleceu um "caos social, econômico e jurídico" por causa da atuação "criminosa" do MST naquela região. Para ele, há uma "conivência" do poder estatal, "diante dos crimes praticados contra os produtores rurais e também pelas lideranças do MST sobre os seus integrantes". O PT governa a Bahia desde 2007.

Salles aproveitou para criticar o ministro da Casa Civil, Rui Costa. "(Rui) usou todos os instrumentos jurídicos e regimentais para não comparecer a essa CPI", disse.

Foi no começo de agosto, quando Rui iria comparecer à comissão, por convocação, que o Centrão deu a primeira demonstração que pode controlar a CPI quando quiser. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro, e, no mesmo dia, fez um aceno ao governo e retirou parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro dos trabalhos para incorporar nomes mais próximos ao PT.

O documento parte para um enfrentamento ideológico com movimentos sem-terra. Há nove menções no relatório ao termo "doutrinação ideológica" e seis menções ao filósofo alemão Karl Marx, idealizador do comunismo, e ao marxismo. Vladimir Lenin, primeiro líder da União Soviética, e o revolucionário Che Guevara são citados duas vezes.

Na ementa, também definiu o MST como "organização criminosa", disse que o modelo é "fracassado", "improdutivo", faz "mau uso do dinheiro público", conta com o "acobertamento estatal" e "romantiza e banaliza crimes, abusos e violências". Ele também lembrou da ida do líder do MST, João Pedro Stédile, à China em comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para falar da proximidade do movimento com o governo.

Sem conexão com a realidade

Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), o relatório não representa a realidade do que acontece em movimentos sem-terra. "Ele (Salles) cita três, quatro casos de problemas localizados dentro de um conjunto de 900 mil famílias assentadas nos últimos anos. Qualquer comunidade pode ter algum problema", disse.

E acrescentou: "Ele trouxe para cá esses casos, mas não houve contraditório."

O blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza, 48 anos, optou por ficar em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (21). Em pronunciamento inicial, afirmou que vai colaborar com o colegiado, em outro momento, quando a defesa tiver acesso às investigações contra ele. Wellington Macedo foi condenado por envolvimento na tentativa de explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022, e foi preso na semana passada no Paraguai.

"Vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso ao autos acusatórios contra essa pessoa que aqui está, que até hoje tem pago o preço tão alto, de tanta humilhação. Quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui, que vou colaborar com vocês respeitosamente. É só isso que tenho a falar", disse ele.

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A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez questionamentos ao blogueiro, mas recebeu a mesma resposta citada anteriormente. A postura também foi adotada diante das perguntas de outros parlamentares.

Governistas argumentaram que o advogado do apoiador de Bolsonaro tem acesso ao processo, inclusive porque ele já foi condenado.

A defesa de Wellington Macedo apresentou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir o comparecimento do bolsonarista no depoimento, o que foi negado pelo ministro Luís Roberto Barroso. O magistrado permitiu que o blogueiro ficasse em silêncio em questionamentos que implicassem autoincriminação.

Wellington Macedo estava foragido da Justiça brasileira até a última quinta-feira (14), quando uma operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a Polícia Federal (PF) o localizou na Cidade do Leste, no Paraguai. O blogueiro foi preso e levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Ele foi condenado em agosto por participar de uma tentativa de explodir um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto de Brasília, uma semana antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros dois também foram condenados no caso: Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa.

A CPMI do 8 de Janeiro tem vivenciado momentos de controvérsia nos trabalhos devido a decisões do STF.

Nesta quarta-feira, o ministro André Mendonça permitiu que o ex-ajudante de ordens da Presidência e braço-direito de Mauro Cid, o segundo-tenente Osmar Crivellati, não comparecesse ao depoimento, o que realmente ocorreu.

Diante da decisão de Mendonça, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), cobrou que a Mesa Diretora do Senado, por meio do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresente ao STF uma ação de descumprimento de preceito fundamental para definir se o colegiado tem poderes para ouvir pessoas convocadas. Maia ainda criticou as decisões monocráticas recentes que impediram a presença de convocados.

A CPMI está perto de encerrar as atividades. A previsão é que Eliziane Gama apresente um parecer ao colegiado até dia 17 de outubro, que será lido ao grupo e, posteriormente, votado.

Quem é Wellington Macedo?

Wellington Macedo participou do governo Bolsonaro como assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, cuja ministra era a atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Segundo o Portal da Transparência, o blogueiro tinha uma remuneração de R$ 10.373,30. A plataforma ainda mostra pagamentos de cerca de R$ 24 mil em indenizações e pagamentos de diárias após ser exonerado.

Depois da saída do ministério, o bolsonarista ainda recebeu quatro parcelas do auxílio-emergencial, de R$ 600, que foram pagos em maio, junho, julho e setembro de 2020.

O blogueiro foi preso pela PF em setembro de 2021 no inquérito que investigou a organização de manifestações violentas no feriado de 7 de setembro daquele ano. Na época, Wellington Macedo foi apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos responsáveis pela divulgação de um "ato violento e antidemocrático" previsto para aquela data.

Em postagem no Twitter, ele registrou uma provável referência ao golpe militar de 1964. "Após 57 anos, serão derrotados os que se achavam donos do poder. Poder o povo dá. Poder o povo tira, só o povo é o poder", disse.

Em 2022, Wellington Macedo tentou se eleger a deputado federal por São Paulo. Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), não teve sucesso ao obter 1.118 votos.

A campanha eleitoral do blogueiro nas redes sociais consistia na publicação de conteúdos em que ele aparecia exibindo uma tornozeleira eletrônica - a medida cautelar foi imposta pela ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em substituição da prisão preventiva no inquérito das manifestações do Dia da Independência de 2021.

A sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas desta terça-feira, 19, foi adiada pelo presidente, o deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE).

Uma nova reunião deve ser realizada amanhã, na qual o relatório final deve ser votado. Além disso, parlamentares do PSOL vão apresentar um texto alternativo.

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O primeiro-tenente Osmar Crivelatti não compareceu ao depoimento marcado para esta terça-feira (19) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos golpistas. Ele, que é o ex-ajudante de ordens e atual integrante da equipe de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi dispensado pelo ministro do Supremo André Mendonça, nessa segunda-feira (18). 

A informação foi confirmada pela defesa de Crivelatti, que havia enviado um pedido à Corte, alegando que o bolsonarista não está na obrigação de prestar depoimento, uma vez que colabora como investigado, não como testemunha.  

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“Em flagrante afronta aos direitos e garantias individuais consagrados na Constituição Federal, a 'CPMI – 8 DE JANEIRO' promove, num primeiro momento, uma devassa na vida privada dos supostos envolvidos no fato objeto de apuração, em verdadeira pesca predatória (fishing expedition), para, em seguida, convocar o alvo dessa investigação para prestar depoimento como 'testemunha'”, avaliou a defesa do investigado, em pedido enviado ao STF. 

Os advogados apontaram ainda que “nenhum dos requerimentos formulados explica de que maneira a subordinação” de Crivelatti ao tenente-coronel Mauro Cid, “justificaria sua convocação para depor sobre os fatos ocorridos em 8 de janeiro”. 

Apesar da ausência do depoente, a sessão foi mantida pelo deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da comissão, e que criticou a decisão de Mendonça. Segundo Maia, a CPI tem sido "desrespeitada" por determinações que permitem a ausência de depoentes. "Há de se perguntar se pode ou não pode ter CPI", disse. "Um ministro, com uma decisão monocrática, acima de tudo e de todos, simplesmente obstaculariza, impede o trabalho da CPI", afirmou. 

Investigação 

O segundo-tenente Osmar Crivelatti foi um ajudante de ordem da Presidência durante o Governo Bolsonaro, sendo um subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid. Após o fim do mandato, ele foi um dos assessores nomeados como ajudantes do ex-presidente.  

Em agosto, Crivelatti foi um dos alvos da operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão para apurar a venda ilegal de joias dadas de presente por delegações internacionais ao governo federal durante o mandato do ex-presidente. Foi Crivelatti quem assinou, em junho de 2022, a retirada de um Rolex do acervo de presentes oficiais da Presidência. 

 

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP) durante os ataques criminosos às sedes do Três Poderes, disse nesta quinta-feira, 14, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro que as Forças Armadas agiram para dissuadir os golpistas naquele dia. "Diante dos fatos apresentados, não há como se concluir que houve inércia ou omissão dos militar", afirmou.

Dutra foi questionado desde o primeiro momento sobre os motivos de o seu batalhão não ter desfeito os acampamentos golpistas em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, assim como a sua motivação para impedir que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) efetuasse prisões no local na noite da invasão às sedes dos Três Poderes.

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O militar argumentou que as prisões não foram efetuadas na noite do dia 8 de janeiro no Setor Militar Urbano (SMU), onde fica o QG do Exército, para evitar confrontos e eventuais vítimas. "Em Nenhum momento nós impedimos (as prisões). Nós trabalhamos de maneira extremamente sinérgica com os órgão de segurança pública", disse.

Ainda de acordo com Dutra, o Gabinete de Segurança Institucional (GS) acionou o Comando Militar do Planalto (CMP) às 11h54 do dia 8 de janeiro solicitando apoio para proteger o Palácio do Planalto. Às 12h30, um pelotão designado pelo então comandante teria chegado à sede do Poder Executivo federal. O general, contudo, não explicou porque o grupamento não impediu a invasão do prédio pelos golpistas.

Em abril, Dutra foi exonerado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do posto de comandante militar do Planalto. A decisão ocorreu em meio às acusações de que o militar teria sido omisso no combate às invasões do 8 de janeiro, quando golpistas tomaram e depredaram os prédios do Supremo, Planalto e Congresso na Praça dos Três Poderes. Naquele mesmo mês, o general depôs à Polícia Federal junto com outros 80 militares sobre a eventual participação das Forças Armadas nos atos golpistas.

Antes de comparecer à CPMI, Dutra depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Na ocasião, ele relatou ter convencido o presidente Lula a efetuar a operação de prisão contra os golpistas somente no dia seguinte à invasão aos Três Poderes, no dia 9 de janeiro.

Segundo o militar, Lula estava irritado e teria dito a ele que os golpistas são criminosos e todos deveriam ser presos. "Eu disse: 'Presidente, ninguém tem dúvida disso, estamos todos indignados, serão presos'. Ele repetiu: 'General, são criminosos, têm que ser todos presos'", disse Dutra á CPI do DF.

Em sua fala, Dutra disse que em nenhum momento recebeu ordem judicial para desmontar o acampamento golpista em frente ao QG do Exército até o dia 8 de janeiro. O general tem utilizado o argumento de que a Justiça não solicitou a remoção dos acampados e que, por isso, o Comando Militar do Planalto não poderia desmobilizar a manifestação golpista, sob risco de violar o direito a protestar.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que apura possível fraude contábil na Americanas reúne-se nesta quinta-feira (14) para votar o relatório final do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC). O texto foi apresentado no último dia 5, mas não foi apreciado devido a um pedido de vista coletivo.

Em seu parecer, Chiodini sugere quatro projetos de lei para melhorar a governança corporativa e combater a corrupção em empresas privadas, de modo a evitar fraudes.

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O texto, entretanto, não apresenta nenhuma conclusão quanto a possíveis responsáveis no caso da Americanas. Chiodini argumenta que os inquéritos policiais estão em curso e ainda não há elementos suficientes para incriminar ninguém. O relator considera que seria imprudente fazer acusações sem provas conclusivas.  A reunião será realizada no plenário 7, às 9 horas.

A CPI Presidida pelo deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), a CPI foi instalada em 17 de maio e, como não será prorrogada, tem 120 dias para concluir os trabalhos, prazo que se encerra justamente em 14 de setembro.  O pedido de recuperação judicial feito pela Americanas em janeiro após anunciar um rombo contábil de R$ 20 bilhões foi o fato que motivou a abertura das investigações na Câmara.  

*Da Agência Câmara de Notícias

A Americanas refutou nesta segunda-feira (11) as argumentações do ex-CEO da empresa, Miguel Gutierrez, apresentadas em processo judicial movido pelo Bradesco contra a Americanas. A varejista afirma ainda que o executivo tem responsabilidade direta na fraude nas contas da empresa.

Em nota à imprensa, a companhia destaca que o ex-dirigente da Americanas não apresentou contraprovas, em nenhum momento, para os documentos e fatos apresentados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no dia 13 de junho de 2023, que demonstram a sua participação na fraude.

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"O mesmo se deu com os demais órgãos competentes que atuam nas investigações do ocorrido e que já acataram e homologaram delações premiadas de ex-executivos da companhia", afirma a empresa.

A Americanas reforça ainda que foi a única parte a apresentar provas no âmbito do processo judicial e reitera a afirmação sobre a fraude e a responsabilidade direta do ex-CEO a partir da exposição de novas evidências apresentadas nesta manifestação.

A varejista diz que o arquivo digitalizado com anotações de próprio punho de Miguel Gutierrez, localizadas em equipamento eletrônico da companhia por ele utilizado, apontam a existência de duas versões dos demonstrativos da Americanas, uma de uso interno da antiga diretoria e outra destinada ao Conselho de Administração.

Segundo a empresa, o e-mail enviado por Miguel Gutierrez aos ex-diretores tem orientações para que não fossem levadas, em reunião com Sérgio Rial, respostas a dúvidas sensíveis em relação ao quarto trimestre e endividamento da companhia.

Conforme a empresa, no e-mail enviado pelo ex-CEO aos ex-diretores envolvidos na fraude, Gutierrez reclama do "mar de comentários", referindo-se a diligentes questionamentos dos membros do Comitê de Auditoria, em linha com as boas práticas de governança recomendadas.

"Adicionalmente, foram identificadas várias contradições e mentiras nas alegações contidas na carta apresentada por Miguel Gutierrez, tais como: Miguel Gutierrez alega que a companhia passava por situação financeira difícil no segundo semestre, que precisaria de aporte de capital e que todos os órgãos da administração tinham ciência desse fato. Documentos apresentados ao Comitê Financeiro em 07 de novembro de 2022, arquivados no portal de governança da companhia e já disponibilizados à CPI e demais autoridades, mostram de forma inequívoca que a antiga diretoria, liderada por Miguel Gutierrez, apresentou aos conselheiros visão de que a Americanas geraria R$ 500 milhões de caixa no quarto trimestre de 2022 e continuaria gerando caixa nos anos subsequentes, mantendo índice de endividamento financeiro saudável", afirma.

A empresa cita ainda que outra argumentação sem fundamento apresentada é a de que os órgãos sociais deliberavam sobre questões estratégicas da Americanas sem conhecimento e participação do ex-CEO Miguel Gutierrez. "Esta falsa afirmativa cai por terra diante de mensagem sobre ações do Comitê Financeiro, assim como de agendas de reuniões do conselho, que mostram que o senhor Miguel Gutierrez era ativo na gestão da companhia, como é de se esperar de qualquer presidente de empresa", diz.

A Americanas reitera que tanto as afirmações supracitadas quanto as evidências que as certificam constam da petição protocolada em resposta ao agravo em processo judicial de autoria do Bradesco e lamenta a posição da instituição financeira, não compartilhada pelos demais bancos credores da companhia, que seguem empenhados num consenso ao Plano de Recuperação Judicial.

A varejista reafirma ainda que o relatório preliminar apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito se baseia em documentos levantados pelo Comitê de Investigação Independente, além de documentos complementares identificados pela Administração e seus assessores jurídicos, que formataram os documentos em um relatório que indica que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas, capitaneada por Miguel Gutierrez.

"A companhia confia na competência de todas as autoridades envolvidas nas apurações e investigações, à frente das conduções de delações homologadas já em segredo de justiça, que devem trazer ainda mais robustez às já contundentes provas apresentadas. A Americanas reforça que é a maior interessada no esclarecimento dos fatos e que irá responsabilizar judicialmente todos os envolvidos na fraude", conclui a empresa.

O empresário Ramiro Madureira, sócio da 123milhas, disse na CPI das Pirâmides Financeiras que cerca de 150 mil consumidores compraram passagens para viajar entre setembro e dezembro deste ano e estão no plano de recuperação judicial da empresa. Mas ele afirmou que ainda não sabe quantos são os que compraram para 2024.

Na semana que vem, segundo ele, será feita uma reunião com a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça para negociar um acordo para a compensação dos clientes.

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Segundo ele, deverão ser organizadas prioridades para clientes que precisam viajar por problemas de saúde, por exemplo. Ele disse ainda que devem ser feitas mais demissões nas empresas do grupo. A audiência continua. 

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*Da Agência Câmara de Notícias

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga a fraude contábil da Americanas deve votar o relatório final somente daqui a duas semanas, após a presidência conceder vistas coletivas ao documento.

Deputados criticam que os requerimentos de convocação do trio de acionistas de referência da varejista (Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles) não tenham sido nem mesmo votados. Em razão disso, votos alternativos à posição do relator, Carlos Chiodini (MDC-SC), devem ser apresentados na sessão do dia 19, quando a CPI deve terminar, de acordo com o prazo da Casa.

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Em uma declaração enviada à CPI e também em resposta juntada ao processo no qual o Bradesco, defendido pelo escritório Warde Advogados, pede a produção antecipada de provas no caso, o ex-CEO da varejista, Miguel Gutierrez, cita os três investidores. Apesar de ter vindo a público na noite de ontem, o documento não foi suficiente para pautar a convocação do trio.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) promove nova audiência pública nesta segunda-feira (4). Desta vez para discutir a realização de feiras agrárias por movimentos sociais do campo. A audiência será realizada a partir das 14 horas.

Foram convidados para debater o assunto com os deputados, o diretor-presidente e o gerente-executivo do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas, respectivamente, Jaime Messias Silva e José Rodrigo Marques Quaresma.

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O deputado Delegado Fabio Costa (PP-AL), que pediu a realização da audiência, quer que os gestores esclareçam se o instituto presta algum tipo de apoio organizacional para a realização dessas feiras. E, na eventual prestação de apoio logístico, que eles expliquem de que forma isso ocorre.

O parlamentar afirma que, apesar do direito à propriedade privada ser uma das garantias individuais previstas na Constituição, "o que se observa no País desde janeiro é um crescimento desordenado e expressivo das invasões a propriedades rurais produtivas". "O mais chocante, ainda, é perceber que esses movimentos são financiados", critica Fabio Costa.

A comissão

A CPI, instalada em maio, investiga as invasões do MST. O colegiado é presidido pelo deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e tem 120 dias para concluir os trabalhos.

Depoimentos anteriores

O colegiado já ouviu o líder da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade, José Rainha Júnior. Convocado como testemunha, ele foi ameaçado de prisão por causa de contradições em suas respostas.

Já o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse aos integrantes da CPI que as invasões realizadas em fevereiro deste ano em 19 propriedades rurais no Pontal do Paranapanema (SP), durante o chamado Carnaval Vermelho, estariam vinculadas a partidos de esquerda.

Em junho, o ex-presidente do Incra Francisco Graziano Neto defendeu a suspensão do programa de reforma agrária até que se regularize a situação dos assentamentos atuais. No mesmo dia, o professor aposentado e pesquisador sênior voluntário da UnB José Geraldo de Souza Junior defendeu a reforma agrária como processo fundamental de democratização da sociedade brasileira.

A CPI já ouviu também o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Ele disse aos deputados que o governo Lula vai retomar a demarcação de terras para assentamentos da reforma agrária.

O relator, no entanto, afirmou que esses planos poderão ser frustrados por falta de dinheiro.

A comissão também ouviu representantes da segurança pública baiana.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também já esteve na CPI. Ele foi confrontado pelo relator Ricardo Salles sobre sua posição em relação à invasão de terras. Embora tenha dito que é contra, Fávaro defendeu o direito à manifestação quando feita dentro da lei e da ordem.

A última audiência realizada pelo colegiado ouviu o ex-presidente do Incra Geraldo Melo Filho, que esteve à frente do órgão de 2019 a 2022. Ele defendeu o MST e disse que é preciso garantir políticas públicas que permitam aos assentados produzir e sobreviver.

*Da Agência Câmara

O juiz Edison Grillo, da 3ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, proibiu os sócios da 123milhas, Ramiro e Augusto Madureira, de saírem do País. A decisão atende a um pedido do deputado Áureo Ribeiro, que preside a CPI das Pirâmides Financeiras, e tem validade até as 23h59 da próxima quarta-feira (6) - data em que os irmãos deverão prestar depoimento, sob risco de condução coercitiva.

O parlamentar também havia pedido à Justiça que determinasse a apreensão dos passaportes dos donos da agência de viagens, mas Edison Grillo negou a solicitação. O magistrado considerou a medida desproporcional. Segundo ele, a proibição de se ausentar do País, comunicada à Polícia Federal, já basta para garantir a eficácia de uma eventual condução coercitiva.

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Em seu despacho, o juiz da 3ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte ressaltou como Ramiro e Augusto foram convocados para prestarem depoimento na CPI como testemunhas e assim têm o dever jurídico só de comparecimento - "não lhes sendo facultada a prerrogativa de a seu bel-prazer escolherem data de apresentação, pois, senão, eles teriam o condão de frustrar e dificultar as atividades investigativas da Comissão Parlamentar de Inquérito".

Segundo o magistrado, os irmãos já desrespeitaram a convocação para depor na última quarta, 30. Grillo considerou a ausência não justificada e apontou que ela implicou a presunção jurídica da legalidade da condução coercitiva.

A CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados pediu, nesta quarta-feira, 30, a condução coercitiva dos sócios da 123Milhas para que prestem esclarecimentos à comissão. A medida foi tomada após Ramiro Julio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira não atenderem a convocação do colegiado pela segunda vez.

Os executivos já haviam sido intimados na véspera pela comissão, mas a participação foi adiada para 18h de hoje. O ofício expedido pela CPI pede ainda que os sócios sejam impedidos de sair do Brasil.

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Em ofício enviado à comissão para justificar a ausência, a defesa dos sócios afirmou que os executivos não puderem comparecer por causa de um conflito de agenda. No mesmo horário previsto para a participação na CPI, se reuniram presencialmente com o Ministro do Turismo, Celso Sabino de Oliveira para esclarecer os acontecimentos recentes.

No documento, a defesa reiterou que os "convocados estarão inteiramente disponíveis para quaisquer datas e horários a partir de 4 de setembro". Comprometendo-se a comparecer na nova data a ser designada.

O presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), criticou a ausência dos executivos. "Me causa estranheza porque a data já havia sido previamente divulgada. Eles abriram a solicitação na agenda do ministro para fugir desse depoimento", afirmou.

Anteriormente, os sócios da 123Milhas entraram com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para que fossem liberados de depor na comissão. A ministra Cármen Lúcia decidiu que deveriam atender à convocação, mesmo que ficassem em silêncio "exclusivamente quanto a questões que possam lhes incriminar".

O motivo para a convocação foi a "preocupação de que o caso da 123Milhas esteja configurado como um esquema de pirâmide financeira", de acordo com o requerimento de Ribeiro, que pediu a convocação dos sócios.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga as informações fornecidas pelo hacker Walter Delgatti, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”. A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar à coluna de Andréia Sadi, e o depoimento está agendado para a semana do dia 12 de setembro. Zambelli, que foi assessorada pelo preso, é alvo de diversas alegações criminosas do ex-aliado. 

Carla é citada por Walter Delgatti como a responsável por coordenar a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de inserir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também é presidente do TSE.  

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A relação dos dois teria nascido de um encontro supostamente espontâneo no interior de São Paulo, em um hotel. A partir dali, eles teriam trocado números de telefone e Delgatti chegou a realizar um trabalho freelance para Carla, recebendo o retorno de R$ 3 mil e uma proposta de emprego no Governo Bolsonaro. 

Delgatti alegou ainda ter recebido R$ 40 mil por parte de Zambelli. Segundo seu advogado, Ariovaldo Moreira, esses pagamentos foram destinados a financiar a operação de invasão ao CNJ.

Investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras como sócio da Trust Investing, empresa de criptomoedas que ofertava lucros acima da média do mercado, Patrick Abrahão admitiu ao colegiado, nesta quinta-feira (24), ser apenas um dos investidores e entusiasta da empresa.

Declarando-se atualmente um dos mais de 1 milhão de investidores lesados pela Trust, Abrahão, que esteve preso de 19 outubro de 2022 até o último dia 7 agosto, afirmou que aguarda a sentença da Justiça para decidir se processa ou não a Trust pelo prejuízo causado a ele.

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“Eu estou aguardando a sentença, porque a minha resposta vai sair quando, de repente, for para eles pagarem todo mundo. Se eles estavam mentindo que retornariam o site, se eles estavam mentindo que pagariam as pessoas. Esse é o próximo capítulo que eu estou aguardando”, declarou. 

A Trust Investing, com sede na Estônia, foi fundada por brasileiros e acabou alvo de investigação da Polícia Federal, a qual culminou com a prisão dos seus principais representantes em outubro de 2022, o pastor Ivonélio Abrahão – pai de Patrick –, Diego Chaves (CEO), Fabiano Lorite (diretor de marketing) e Diorge Ribeiro Chaves.

Abrahão relatou à CPI que, no final de 2021, o site de operações da empresa, que negociava apenas criptoativos, chegou a ficar fora do ar, retomando as atividades em abril. Segundo ele, os donos argumentavam que se tratava de manutenção para instalar a tecnologia blockchain e proteger os sistemas contra ataques hackers. Em junho, no entanto, o site parou de operar definitivamente, deixando milhares de investidores sem acesso aos ativos.

Os deputados Caio Vianna (PSD-RJ) e Alfredo Gaspar (União-AL) questionaram a relação do depoente com a Trust, estranhando o entusiasmo dele em postagens na internet.

“É porque fica difícil para a gente pegar a denúncia robusta e todo o conteúdo probatório, a fala de tanta gente, as palestras que o senhor deu o Brasil afora tratando de ‘nossa empresa’, o senhor, influenciador importante, falando sobre essa empresa de forma repetitiva, fica difícil a gente achar que o senhor está fora do negócio”, questionou Gaspar.

Em resposta, Abrahão admitiu usar suas redes sociais para mencionar ganhos obtidos com investimentos, mas acrescentou que nunca convidou pessoas a investirem na Trust ou em qualquer outra criptomoeda.

“Em todas as palestras pelo Brasil, eu demonstrava meus investimentos em cripto, e a Trust era um deles”, disse.  Vianna questionou Abrahão se ele hoje considera a Trust uma pirâmide financeira. “Eu não posso te responder, porque eles tinham as operações, pelo que mostravam, e até o momento em que a empresa continuou funcionando o Bitcoin teve uma alta de 600%”, disse Abrahão. “Então foi um estelionato?”, insistiu Vianna. “Eu estou aguardando a sentença”, concluiu o depoente.

*Da Agência Câmara de Notícias

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