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Pernambuco não é uma ilha isolada nem também o único que não vem pagando em dia os fornecedores do Estado em razão do prolongamento da crise econômica, a maior dos últimos 50 anos, que paralisou completamente o País, atingindo setores que nunca antes haviam sofrido os efeitos da brutal recessão. Uma situação me chamou atenção, ontem, no Bom dia, Brasil, da TV-Globo.

Foi a situação do Rio de Janeiro, que suspendeu, ontem, o pagamento de todos os fornecedores do Estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda, o objetivo é que os pagamentos sejam integralmente efetuados até o final de novembro e a medida se faz necessária para que pensionistas e aposentados possam receber em dezembro.

A Secretaria de Fazenda atribuiu o não pagamento dos servidores a forte retração da economia brasileira. Segundo a Secretaria da Fazenda, no caso do Rio de Janeiro, a situação é ainda mais grave por causa do forte peso do petróleo na economia do Estado. 

“Em outubro, a arrecadação de tributos do estado do Rio de Janeiro caiu, em termos reais, 16% em relação a igual mês do ano passado. Inúmeras medidas têm sido tomadas para reduzir os efeitos da crise sobre as finanças fluminenses. Foram aprovados 11 projetos de lei na Alerj em nove meses, garantindo que os pagamentos dos servidores do Estado tenham ocorrido, até o momento, rigorosamente em dia, incluindo a primeira parcela do 13º salário”, disse em nota a Secretaria da Fazenda. 

Em um comunicado aos alunos, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) afirmou que essa situação atinge bolsistas e residentes, além de empresas que prestam serviços à universidade. A direção disse que está tentando rever a decisão, mas as expectativas são muito pequenas.

O Hospital Universitário da Uerj, o Pedro Ernesto, suspendeu as internações que não são de emergência por falta de funcionários de limpeza. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação disse que vai pedir que as empresas não suspendam o serviço às universidades. A dívida chega a R$ 380 milhões. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ainda não sabe quando os pagamentos em atraso serão feitos.

CASSAÇÃO – Ao ser homenageado na Assembleia Legislativa, o ex-deputado Inocêncio Oliveira (PR) defendeu a cassação de todos os deputados e senadores envolvidos nos casos de corrupção e desvios na Petrobras. "Qualquer um sobre o qual haja prova deve ser cassado", afirmou. Inocêncio disse acreditar que o impeachment da presidente Dilma deverá acontecer até março ou abril do próximo ano. “Até agora não se chegou diretamente (denúncias) a ela, e não se pode fazer impeachment por mau governo, mas há muitos erros (de gestão) em julgamento”, afirmou. 

Líder com ibope em alta – Pré-candidato do PTB a prefeito do Recife, o deputado Silvio Costa Filho tem sido elogiado por onde passa, seja na capital, região metropolitana ou no interior, pela forma segura e competente que vem exercendo a liderança de oposição na Assembleia Legislativa. Silvinho, como é tratado, é vocacionado para a vida pública, que começou bem jovem, aos 22 anos, como um dos vereadores mais votados do Recife. 

Prisão do amigão - Foco da Operação Zelotes, o empresário José Carlos Bumlai já preocupa o núcleo mais próximo do ex-presidente Lula depois de também ter entrado na mira da Operação Lava Jato. Alguns petistas temem a decretação de prisão de Bumlai em uma das próximas fases da operação. Para esses petistas que acompanham os desdobramentos da investigação do esquema de corrupção na Petrobras, o nome de Bumlai passou a ser citado nas delações premiadas mais recentes, como a do empresário Salim Schahin, do grupo Shachin, que revelou que, em 2004, emprestou R$ 12 mi ao pecuarista. 

Vale um puxão de orelha – O governador Paulo Câmara (PSB) precisa dar um puxão de orelhas no secretário da Controladoria Geral do Estado, Rodrigo Amaro. Na relação com gestores, ele tem sido arrogante e insensível, insistindo em prevalecer a sua palavra e determinação, mesmo estando errado na forma e no conceito. Deveria pegar umas aulinhas com o ex-controlador Djalmo Leão, que, além de competente, era extremamente educado no trato com as pessoas. 

PR estimula candidaturas – O secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, comanda amanhã, em Serra Talhada, no distrito de Bernardo Vieira, encontro regional do Partido Republicano. O mote passa pela discussão da legenda lançar o maior número de candidatos próprios a prefeitos, com prioridade para Serra Talhada, onde o prefeito Luciano Duque (PT) vai para reeleição. 

CURTAS 

CASSAÇÃO– O senador Fernando Bezerra Coelho e o seu filho, o deputado federal Fernando Filho, líder do PSB na Câmara, assumiram uma posição mais frontal em defesa do impeachment de Dilma. Da tribuna do Senado, FBC fez um duro e corajoso discurso cobrando a abertura do processo, enquanto na Câmara o filho assinou uma nota sinalizando pela cassação, primeiro, do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. 

ALÔ, SERRA TALHADA! – Hoje, chegou a vez de Serra Talhada, segundo maior colégio eleitoral do Sertão, receber meus livros Perto do coração e Reféns da seca. A noite de autógrafos será na Câmara de Vereadores, às 19 horas. Amanhã, estarei em Flores, também na Câmara de Vereadores, no mesmo horário. Em todas essas etapas, faço antes uma palestra sobre a conjuntura nacional. 

Perguntar não ofende – Ao adiar o start do impeachment de Dilma para 2016, o presidente moribundo da Câmara, Eduardo Cunha, também recebeu a garantia de votos do Governo para evitar sua degola?

O mercado futuro de juros promoveu cortes expressivos nas taxas nesta quinta-feira, 19, motivado por fatores internos e externos. Contribuíram para a redução dos prêmios o arrefecimento da crise política, a inflação dentro do esperado e o tom "dovish" da ata da reunião do Federal Reserve, divulgada na véspera. Diante do cenário mais favorável, o dólar perdeu força no Brasil e no exterior, levando as taxas a fechar nas mínimas do dia.

O desarme dos principais itens da pauta-bomba do Congresso fortaleceu o governo e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cuja permanência no cargo foi confirmada no início da semana pela presidente Dilma Rousseff. Entre os itens explosivos estavam os vetos ao reajuste a funcionários do Judiciário e à indexação das aposentadorias ao salário mínimo - ambos mantidos pelos parlamentares. Em Nova York, Levy se disse hoje "confortável" no governo.

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A ata do Fed, divulgada no final da tarde de quarta-feira, continuou a produzir efeitos nos negócios no Brasil. Segundo operadores, apesar de admitir condições para a elevação dos juros nos EUA em dezembro, o documento manteve um tom suave, compatível com uma elevação gradual e cautelosa das taxas dos Fed Funds.

Analistas também apontam a inflação do IPCA-15 de novembro como fator que ajudou a aliviar as taxas. O índice teve alta de 0,85%, acima do 0,66% de outubro, mas levemente abaixo da mediana de expectativas do mercado, de 0,87%. Nesse ambiente, os investidores aproveitaram o gancho para zerar o resto das apostas em alta da Selic na próxima semana.

Pela manhã, o Tesouro vendeu 12,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), títulos prefixados com vencimentos entre 2016 e 2019, num total de R$ 10,289 bilhões. Após o leilão, investidores reduziram posições no mercado futuro, o que também contribuiu para o aprofundamento da queda das taxas no período da tarde.

Ao final dos negócios no horário regular da BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2016 teve taxa de 14,167%, frente a 14,186% do ajuste da véspera. O DI de janeiro de 2017, o mais negociado, fechou a 15,21%, de 15,45% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2019 ficou com taxa de 15,44%, contra 15,69% de ontem. Na ponta mais longa, o DI com vencimento em janeiro de 2021 fechou em 15,27%, de 15,51%.

A intenção de voto dos candidatos preocupa fortemente os competidores. A lógica dos pretendentes a vencer a eleição é simples: quem está na frente hoje, é e será o melhor candidato amanhã. Presente e futuro são importantes na dinâmica eleitoral. A compreensão do presente requer olhar para o futuro. E a interpretação do futuro requer olhar para o presente.

Os candidatos que hoje lideram, não serão, obrigatoriamente, candidatos competitivos no futuro. Os candidatos que hoje não lideram poderão ser fortes competidores no amanhã. Portanto, a intenção de voto, neste instante, tem a função de um circo, ou seja: animar candidatos. A definição da potencialidade eleitoral futura do candidato requer, necessariamente, a interpretação da conjuntura em que a eleição ocorrerá. 

A conjuntura é o espaço temporal onde competidores buscam conquistar eleitores.  Na conjuntura, os eleitores expressam desejos futuros em relação à cidade e sentimentos para com os candidatos. A interpretação da conjuntura presente ocorre através de pesquisas qualitativas e quantitativas, as quais possibilitam a identificação dos desejos e sentimentos dos eleitores.  

A interpretação da conjuntura futura ocorre em razão da interpretação da conjuntura presente. Desejos futuros e sentimentos dos eleitores – os quais expressam esperança, olhar para o futuro, renovação, mudança, resgate do passado – são detectados através de pesquisas realizadas no presente. 

O que os eleitores desejarão em 2016? Os governadores serão grandes eleitores em 2016? As eleições municipais de 2008 e 2012 foram disputadas sem a presença de crises política e econômica. Entretanto, a eleição municipal de 2016 tende a ser disputada com crise econômica ou com lenta recuperação econômica. Ao olhar para a economia pernambucana, os candidatos disputarão a eleição com crise econômica também instalada em Pernambuco ou com lenta recuperação econômica, donde esta poderá ocorrer caso aconteça a recuperação da economia brasileira.

Nas eleições municipais de 2008 e 2012, o então governador Eduardo Campos, dentre outros governadores, foram sujeitos estratégicos que incentivaram a escolha dos eleitores em diversos municípios. Caso a crise econômica nacional permaneça, talvez os governadores não tenham a importância estratégica que tiveram nas eleições municipais anteriores. Portanto, candidatos a prefeito, ou candidatos à reeleição, devem, neste instante, desprezar a intenção de voto, e olhar com atenção especial para a conjuntura vindoura. Ou seja: em qual conjuntura a eleição municipal de 2016 será disputada? A resposta a esta indagação sugerirá estratégias eleitorais vitoriosas.  

Em troca de mais inclusão de alunos da rede pública, o governo paulista negocia com as três universidades estaduais um reforço nas verbas de permanência estudantil. A ideia é ajudar com o pagamento de bolsas e até instalar nos câmpus restaurantes populares Bom Prato - que ficariam sob gestão do Estado. A contrapartida seria um esforço maior de USP, Unicamp e Unesp para ter ao menos metade dos calouros vindos da escola pública já em 2017.

Desde que as três instituições entraram em crise, no começo do ano passado, esse é o primeiro aceno de ajuda financeira do governo. A principal fonte de receita das universidades é uma parcela de 9,57% da arrecadação estadual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A maior parte das políticas de permanência - como construir moradias, manter bandejões e pagar bolsas - é bancada por esse repasse.

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Em 2014, os reitores haviam pedido ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e aos deputados estaduais para elevar a cota de ICMS de 9,57% para 9,907%. O pedido, porém, não foi atendido. O Palácio dos Bandeirantes continua sem intenção de aumentar essa parcela. "Não adianta dar o curso aos meninos, se muitos não têm condições de se manter", diz Márcio França, vice-governador e secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, pasta a que estão ligadas as universidades. "O Estado tem de assumir isso (a manutenção do aluno). A universidade tem é de ensinar", acrescenta.

Ainda não há definições sobre o valor ou o total de bolsas nem sobre a construção de unidades Bom Prato. França pediu aos reitores que apresentassem as demandas e sugestões ainda em 2015, com o objetivo de colocar a ideia em prática já no ano que vem. Alunos das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) também devem ganhar auxílio.

A proposta também é uma tentativa de ponte com grupos da comunidade universitária tradicionalmente contrários ao governo. "Seria uma aproximação com o movimento estudantil", afirma o vice-governador.

Inclusão

A taxa de 50% de calouros da rede pública em 2017 seria um norte, mas não uma obrigação, de acordo com França. A Unicamp já trabalha com esse objetivo. USP e Unesp calculam atingir esse patamar apenas em 2018.

O reitor da Unesp, Júlio Cezar Durigan, no entanto, cogita até antecipar a meta. "Se esse repasse (para permanência) for suficiente, podemos colocar a cota de 50% em 2017", afirma.

Pelo cronograma da Unesp, no vestibular deste ano 35% das vagas vão para a rede pública. Em 2017, seriam 45%. "Fizemos de modo escalonado porque sabíamos que seria difícil absorver esses alunos", explica Durigan. Nos cálculos da reitoria, a inserção desses calouros, entre 2014 e 2018, significa uma demanda extra de R$ 50 milhões.

A Unesp foi a única a aprovar as cotas para candidatos da rede pública, com reserva para pretos, pardos e indígenas proporcional ao registrado na população paulista. USP e Unicamp usam bônus na nota do vestibular para esses dois públicos. Em 2012, Alckmin havia proposto a adoção de cotas nas três, mas o plano não avançou. Já as 63 universidades federais foram obrigadas, por lei, a adotar 50% de cotas até 2016.

Para Marco Antonio Zago, reitor da USP, a proposta também alivia as responsabilidades de gestão. "Restaurantes e creches, que não são tipicamente de gestão da educação, poderiam ser feitos de outras formas", defende ele, também presidente do conselho de reitores das universidades estaduais. "Assim, poderíamos nos dedicar mais ao ensino, à pesquisa."

Sobre as metas de inclusão, Zago afirma que mudanças dependerão do resultado do próximo vestibular. Neste ano, a USP adotou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para preencher parte das vagas, a maioria reservada a alunos da escola pública. "Minha expectativa é de que o número de unidades que aderiram ao Enem aumente", diz. "E a discussão sobre cotas não está afastada."

Em nota, a Unicamp classificou a ideia como "positiva". Disse ainda que essa medida ajudaria o caixa das universidades.

Críticas

Professores, funcionários e alunos das universidades estaduais defendem o reforço nas verbas para permanência estudantil, mas fazem críticas à proposta. Os riscos, segundo eles, são aumentar a dependência em relação ao governo e piorar a qualidade dos serviços, como nos restaurantes.

"O ideal seria aumentar a parcela de ICMS", argumenta Paulo Cesar Centoducatte, presidente da Associação de Docentes da Unicamp. "Assim, as universidades teriam mais flexibilidade para decidir gastos e os reitores não ficariam à mercê do Estado, que pode tirar as bolsas a qualquer momento", diz.

Magno de Carvalho, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, critica a possibilidade de terceirizar o bandejão. "Isso faz parte de um processo de sucateamento da universidade, que já vem sendo feito." Funcionários dos refeitórios têm se queixado de sobrecarga de trabalho neste ano, após a saída de parte dos servidores em um plano de demissão voluntária.

Marcela Carbone, do Diretório Central dos Estudantes da USP, também vê com ressalvas a oferta de bolsas. "Seria uma vitória do movimento estudantil, que luta para que a universidade fique menos elitizada. Mas depende muito do valor. O que é pago pela USP de auxílio moradia, R$ 400, é insuficiente", afirma a aluna de Artes Cênicas, de 23 anos.

Vindo do interior e sem condições de se manter sozinho na capital, o estudante de Ciências Sociais Rafael Bedoia é um dos que tiveram problemas para se instalar no começo do curso. "Não consegui vaga no Crusp (moradia universitária) e estava difícil alugar um quarto com os R$ 400", conta ele, de 19 anos.

Com a valorização imobiliária na região do Butantã, zona oeste da capital, teve de alugar um quarto pequeno, com mais duas pessoas. "Houve um momento em que achei que teria de desistir", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Governadores dos Estados que formam a Amazônia Legal vão se reunir nesta sexta-feira (20), em Belém, durante o 12º Fórum de Governadores da Amazônia, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Na pauta estão o enfrentamento da crise, a pactuação de uma agenda voltada à infância e a definição de estratégia dos Estados da Amazônia para a COP-21, a 21ª Conferência do Clima, que será realizada em dezembro, em Paris. A ideia é fechar uma linha de defesa dos interesses da região em bloco.

Durante o evento, será proposta a defesa da Agenda Criança Amazônia, com compromissos para a promoção, proteção e garantia de direitos de crianças e adolescentes amazônidas, num trabalho conjunto com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). A agenda define políticas públicas específicas para melhorar os índices de desenvolvimento humano das crianças na Amazônia, assim como propõe a redução dos índices de doenças, analfabetismo e taxa de mortalidade. Na quinta-feira (19), será realizada no Hangar uma reunião preparatória, no Encontro de Secretarias da Área Social dos Estados da Amazônia.

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Também terá atenção dos governadores a iniciativa do Movimento Brasil Competitivo, que propõe uma coalizão que permita aos gestores estaduais auxiliar a União a enfrentar e superar a atual crise que o País atravessa. A união entre os governadores do Pará, Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins é exercício do protagonismo da Amazônia na promoção do desenvolvimento sustentável da região, que possui características únicas. Ao final do evento, será criada a Carta Belém, com as propostas e compromissos firmados entre os estados participantes.

Programação

20 de Novembro – Hangar – Centro de Convenções da Amazônia (Av. Dr. Freitas, S/n, Marco – Belém/PA)

10h00 – 11h- Reunião de boas-vindas / alinhamento (Sala 1 – Governadores)

11h10h –  Abertura - Reunião Plenária (Sala 2)

11h15 – 11h45 Ministra Nancy Andrighi / Conselho Nacional de Justiça (CNJ) / Programa Nacional de Governança Diferenciada das Execuções Fiscais da Corregedoria Nacional de Justiça / Debates/encaminhamentos

11h45 – 12h15 – Tema 2 “Apresentação e Pactuação da Agenda Criança Amazônia

12h15 – 13h05 – Tema 3 “Cop-21 – Agenda do GCF e dos Estados da Amazônia”

13h05 – 13h45 – Tema 4 “Pacto pela Reforma do Estado / MBC – Movimento Brasil Competitivo”

15h00 – Assinatura da Carta de Belém

Com informações da Agência Pará.

Depois dos ataques em Paris, a Polônia não poderá cumprir com os acordos europeus de realocação de migrantes, afirmou neste sábado Konrad Szymanski, futuro chefe de Assuntos Europeus do governo conservador em fase de formação em Varsóvia.

"As decisões, que temos criticado, do Conselho Europeu sobre a realocação dos refugiados e migrantes a todos os países da UE ainda têm a força do direito europeu. (Mas) após os trágicos acontecimentos em Paris não vemos a possibilidade política de respeitá-las", disse Szymanski no site de direita wPolityce.pl.

Szymanski assumirá a pasta dos Assuntos Europeus no próximo governo conservador da primeira-ministra Beata Szydlo.

O partido eurocético Lei e Justiça (PiS) venceu as eleições legislativas de 25 de outubro, com um programa que denunciava a entrada de migrantes na Polônia.

O plano da Comissão Europeia prevê distribuir 160.000 migrantes que entraram na Europa pela Grécia e Itália entre os 28 Estados membros do bloco.

Este programa encontrou fortes resistências em muitos países do leste europeu.

Em meio a uma crise de liquidez nunca vista na história do Estado, devido ao agravamento do quadro nacional, o governado Paulo Câmara (PSB) passou a usar de todos os meios para rechear o tesouro. E ontem obteve o aval da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para usar até 70% dos depósitos administrativos e judiciais – tributários ou não – recolhidos em processos que tenham o Estado de Pernambuco como parte.

O projeto, aprovado em regime de urgência-urgentíssima por uma ampla maioria da Casa, estabelece, também, que os 30% restantes sejam destinados a um fundo de reserva para assegurar o pagamento da parte contrária caso esta venha a ganhar o processo na justiça. O fundo de reserva está previsto pela Lei federal nº 151, que autoriza o Poder Executivo dos Estados a utilizar os depósitos litigiosos como fonte de recursos.

O fundo de reserva será constituído pela parcela (mínimo de 30%) dos depósitos judiciais e administrativos não repassados à conta única do Tesouro. O Estado terá de aportar recursos para recomposição do fundo, em até 48 horas, após comunicação do banco oficial, sempre que o saldo estiver abaixo do limite estabelecido.

Os depósitos judiciais e administrativos em dinheiro referente a processos em tramitação devem ser realizados em bancos públicos que destinarão 70% dos valores atualizados para a conta única da Fazenda Pública que for parte no litígio. Os recursos poderão ser empregados para o pagamento de precatórios, dívida pública fundada, despesas de capital e também na recomposição dos fluxos de pagamento e do equilíbrio atuarial do fundo de previdência estadual.

Trata-se de mais uma fonte de receita para o Estado suportar os reflexos da crise econômica do País. A possibilidade de uso dos recursos dos depósitos judiciais vinha sofrendo a objeção do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), tendo o presidente Frederico Neves se manifestado contrariamente à medida por entender que causaria “insegurança jurídica”. 

“Ganhamos uma importante fonte de recursos para Pernambuco, da qual pode se valer para honrar compromissos com as instituições, as políticas públicas em execução e, em última instância, os anseios e necessidades da população”, disse o governador, acrescentando que os recursos serão um instrumento para “conter os efeitos negativos” do cenário econômico do País no Estado.

PELO FÍGADO -  A campanha contra as medidas econômicas imprescindíveis ao País e, especialmente contra seu condutor, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode devolver ao ex-presidente Lula o comando do Brasil sem que ele tenha sido eleito, ou reeleito, ou convocado, ou aprovado. Lula já falou publicamente sobre seu desejo de ver Levy longe do Governo. Agora ele só esbraveja contra o ministro em encontros particulares. Quem conhece o ex-presidente sabe que, quando está contrariado, é seu fígado quem “fala” por ele.

Água cara em Limoeiro– Diante do agravamento da seca, em Limoeiro, tradicional bacia leiteira do Agreste Setentrional, um caminhão pipa com água está sendo comercializado a R$ 180. Segundo o prefeito Thiago Cavalcanti, a frota de pipas do Exército não está atendendo toda a demanda da população. “Estamos enfrentando a maior seca dos últimos 50 anos em nossa região e ter acesso à agua é algo desesperado”, admite.

Pulga atrás da orelha– Acusado pela Força-Tarefa da Lava Jato de ser "operador do PMDB" no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, o lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", fez, ontem, o seu primeiro depoimento após aderir ao instituto da delação premiada. Ele responde pelos crimes de pertencer a organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro nacional e internacional. A expectativa é que envolva mais figurões dentro e fora do PMDB na ladroagem.

PT vai para o ataque– Uma cartilha de 34 páginas, que será divulgada, ontem, pelo PT, acusa os integrantes da força-tarefa da Lava Jato, assim como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, de trabalhar em sintonia com setores da imprensa para “eliminar o partido da vida política brasileira”. Intitulado “Em defesa do PT, da verdade e da democracia”, o documento destaca até iniciativas do partido na área do combate à corrupção” e condena o que chama de campanha de criminalização do partido.

Sem projeto de vice – Em entrevista ao Frente a Frente, a coordenadora estadual do Prodetur, Isabel Urquisa, que se revelou na grata surpresa das eleições passadas em Olinda, nega, categoricamente, que tenha qualquer projeto ou intenção de, filiada agora ao PSDB, saindo do PMDB, compor uma chapa com PSB, tendo na cabeça o advogado Antônio Campos. “Estou chegando ao PSDB com o aval do partido para ser protagonista da eleição em Olinda”, ressalta, referindo-se ao desejo de disputar, mais uma vez, a Prefeitura.

CURTAS

CRISE BRABA– Pelo menos 80% dos prefeitos pernambucanos não têm, ainda, de onde tirar o dinheiro para honrar o pagamento do 13º salário dos servidores. O cenário não é diferente no restante do Nordeste nem tampouco do País. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, nem 10% dos prefeitos têm caixa para quitar o 13º.

ALÔ, BREJO DA MADRE DE DEUS! Estarei hoje em Brejo da Madre de Deus, no Agreste Setentrional, para o lançamento dos meus livros Perto do coração e Reféns da seca. A noite de autógrafos será na Câmara de Vereadores, às 19 horas. Amanhã, será a vez de Caruaru, na livraria Nobel, no Shopping Caruaru, também às 19 horas. Semana que vem a agenda será no Sertão, com uma paradinha, antes, em São Caetano.

Perguntar não ofende: Joaquim Levy não tem semancol?

Uma cicatriz, uma tatuagem, uma foto no bolso da roupa: estas são algumas pistas que os especialistas italianos exploram para cumprir a triste missão de identificar milhares de migrantes que morreram na tentativa de atravessar o Mediterrâneo.

A antropóloga forense Cristina Cattaneo e sua equipe, com luvas, jalecos e máscaras de proteção, têm o desafio pela frente.

A Marinha italiana acaba de depositar o contêiner refrigerado com vários corpos recuperados perto de um barco de pesca que afundou em abril em uma das maiores tragédias do ano, que provocou quase 800 mortes.

"Temos que fazer o possível para identificar estas pessoas", disse Cattaneo, diretora do laboratório Labanof da Universidade de Milão, especializada na identificação de restos mortais em decomposição, carbonizados ou mutilados.

Identificar aqueles que fracassaram no sonho de iniciar uma nova vida, homens, mulheres e crianças que fugiam da guerra, perseguições e pobreza, parece um objetivo titânico.

Os contrabandistas não apresentam listas de passageiros e os parentes das vítimas têm medo de denunciar os desaparecimentos por medo de represálias.

Mas os especialistas italianos não perdem a esperança e examinam com cuidado os corpos inchados.

Em barracas refrigeradas instaladas em uma área da base da Otan em Melilli, Sicília, examinam quase 20 corpos por dia.

O número de vítimas fatais ou desaparecidos no Mediterrâneo chega a 3.440 migrantes apenas em 2015, segundo a ONU, e muitos corpos não foram recuperados e permanecem não identificados na Itália, assim como em outros países, como a Grécia.

"Este é um caso de grande desastre que está entre os mais complexos para ciência forense", explica Cattaneo, considerada uma das grandes especialistas do tema na Itália.

A pedido de Vittorio Piscitelli, diretor da Agência de Pessoas Desaparecidas, a instituição estabeleceu como meta a criação de um arquivo europeu com base no DNA.

Graças às análises de DNA é possível encontrar um parente próximo ao comparar resultados com mostras fornecidas ou enviadas pelos interessados.

A colaboração, no entanto, é difícil no caso de pessoas da África ou Paquistão e praticamente impossível com cidadãos da Síria ou Eritreia.

A equipe do Labanof faz fotografias de tudo o que é possível identificar nos corpos destroçados depois de vários meses na água: dentes, orelhas, unhas, cicatrizes, tatuagens, piercings, etc.

"É um gesto de respeito pela dignidade humana. Além disso, está comprovado que as dúvidas sobre a morte viram uma forma de tortura para os familiares", afirma Cattaneo.

"Conseguimos identificar 28 pessoas desta maneira, mostrando o álbum de fotos a pessoas que vieram da Alemanha, Suíça, França," conta Piscitelli.

A agência deseja envolver a Comissão Internacional sobre Pessoas Desaparecidas (ICMP), com sede em Sarajevo, que identificou dois terços dos 40.000 desaparecidos no conflito da década de 1990 na ex-Iugoslávia.

Também trabalhou com as vítimas do tsunami de 2004 na Tailândia e do furacão Katrina nos Estados Unidos em 2005.

Cattaneo propôs às autoridades da Itália a distribuição de álbuns de fotos nos países de origem dos migrantes, o fornecimento de kits para obter mostras de DNA dos familiares e a repatriação dos corpos identificados.

Do outro lado da Sicília, em Palermo, uma equipe de agentes antimáfia também prepara álbuns de fotos, neste caso com objetos retirados dos corpos dos migrantes encontrados mortos dentro de barcos.

As imagens mostram colares, fotos de passaporte, um pequeno exemplar do Alcorão, telefones celulares, cédulas.

Os objetos emanam um odor intenso, pois os corpos estavam em estado de putrefação, mas podem ajudar a elucidar o drama.

"Estas vítimas morrem depois de passar vários dias no mar em condições absolutamente indescritíveis, são irreconhecíveis, têm o rosto desfigurado pelo avançado estado de decomposição", explica Carmine Mosca, chefe do departamento de homicídios.

"Até as pessoas que viajavam com eles, amigos ou parentes, não conseguem reconhecê-las", completa.

"Alguns foram identificados graças aos últimos números registrados no telefone ou porque haviam escrito algo em um papel, na roupa, no cinto", conta.

O projeto de criar um banco de dados europeu com todos os elementos úteis para a identificação dos mortos e desaparecidos é quase uma utopia diante da emergência humanitária, a prioridade absoluta, e quase todos os recursos são destinados aos sobreviventes.

A queda nos preços do petróleo e o relaxamento monetário vão ajudar a zona do euro a crescer mais do que o esperado este ano, mas a desaceleração em países emergentes e o aumento das incertezas globais poderão prejudicar o desempenho econômico da região, segundo avaliação da União Europeia.

Em relatório de projeções divulgado hoje, a Comissão Europeia (CE), braço executivo da UE, afirma que, embora o petróleo mais barato e a política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE) tenham impulsionado o consumo e as exportações, o ritmo de crescimento no bloco se mantém relativamente limitado.

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A comissão alertou que as consequências da crise financeira da Europa - como o aumento das dívidas dos governos e empresas e o enfraquecimento da economia global - vão continuar pesando no crescimento nos próximos anos.

"Dado o ímpeto menor de ventos favoráveis, a continuidade do efeito negativo de legados da crise, como as pressões de desalavancagem e fraqueza nos setores bancários de alguns países-membros, e a fraca expansão econômica global, o crescimento em 2016 e 2017 deverá ser modesto", comentou o economista-chefe da CE, Marco Buti.

A CE agora estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, formado por 19 países, deverá crescer 1,6% este ano, um pouco mais do que a alta de 1,5% projetada em maio. Para 2016, no entanto, a projeção de expansão do bloco foi reduzida, de 1,9% para 1,8%. Para a UE, que engloba o bloco e outros nove países, a projeção de crescimento para 2015 subiu de 1,8% para 1,9%, mas a do próximo ano caiu de 2,1% para 2,0%.

Apesar da visão cautelosa para os próximos dois anos, a comissão avaliou que as restrições de crédito estão "claramente diminuindo" e que o financiamento de mercado continuará a ter um papel cada vez maior na sustentação dos investimentos, que deverão se tornar um catalisador mais forte do crescimento.

Para a CE, o progresso feito na superação dos legados da crise, como os altos níveis de empréstimos inadimplentes e o desemprego elevado, devem contribuir para a expansão da economia, mas as reformas estruturais que foram realizadas na zona do euro até o momento não foram suficientes para elevar o potencial de crescimento significativamente.

A entidade também ponderou que a crise de refugiados na UE deverá resultar em gastos maiores dos governos de vários países da região, impulsionando a demanda.

"A análise mostra que, se administrada de forma adequada, a entrada de refugiados (na UE) terá um pequeno efeito favorável para o crescimento no curto e médio prazos", disse Buti. "Isso vai depender principalmente de políticas para integrar os refugiados aceitos no mercado de trabalho", completou.

Quanto à inflação, a CE continua prevendo que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro terá leve alta de 0,1% este ano, como já havia estimado em maio. Para 2016, o órgão reduziu sua projeção de inflação, de 1,5% para 1,0%. A expectativa para 2017 é que os preços ganhem força e a inflação atinja 1,6%.

Os números previstos para os próximos anos, no entanto, continuam abaixo da meta anual de inflação do BCE, que é de taxa ligeiramente inferior a 2,0%.

As projeções da CE, que são divulgadas três vezes por ano, servem de base para negociações orçamentárias entre autoridades da UE em Bruxelas e dos governos europeus. Em 2013, a UE adotou regras fiscais mais severas para evitar uma repetição da crise soberana. Essas normas permitem a Bruxelas revisar orçamentos antes que os projetos sejam submetidos à aprovação parlamentar e solicite mudanças em planos de gastos. Fonte: Dow Jones Newswires.

Números divulgados, ontem, pelo IBGE, desta feita envolvendo a indústria nacional, refletem, mais uma vez, de forma dura, os efeitos da maior crise política do País nos últimos 50 anos, com profunda repercussão na economia, que está em frangalhos, com empresas indo à falência, fechando e desempregando em massa.

A indústria nacional mostrou sua quarta queda mensal em setembro, puxada pelo freio na produção de veículos. Na comparação com agosto, o recuo foi de 1,3%. Considerando apenas o mês de setembro, essa baixa é a maior da série histórica, que teve início em 2003. Já em relação a setembro do ano passado, a retração foi ainda maior, de 10,9%, a maior desde abril de 2009, quando chegou a 14,1%.

Em 12 meses, a atividade fabril acumula baixa de 6,5%, a mais forte desde dezembro de 2009, que registrou queda de 7,1%. No ano, de janeiro a setembro, a queda registrada pelo setor é de 7,4%. Os números foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mais uma vez, a indústria automobilística segue empurrando o indicador para baixo de um mês para o outro. Esse setor mostrou queda de 6,7%, acumulando, no ano, perdas de 15,9%. Também contribuíram para que o resultado geral da indústria fosse negativo: máquinas e equipamentos (-4,5%), metalurgia (-3,1%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,2%), entre outros.

Alguns segmentos conseguiram alcançar números positivos. É o caso, por exemplo, da produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que avançou 3,5%. Na análise dos tipos de produtos fabricados, os bens de consumo duráveis sofreram queda de 5,3%, influenciados pela "menor produção de automóveis, ainda afetada pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas". Também mostrou resultado negativo o setor produtor de bens intermediários (-1,3%).

Na contramão, aumentou a produção de bens de capital (1,0%) e de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis (0,5%). De setembro de 2014 para 2015, a maioria dos segmentos registrou queda, com destaque também para as atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuaram 39,3%.

O resultado foi "pressionado pela redução na produção de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, carrocerias para ônibus e autopeças". Na outra ponta, com resultados positivos em relação a setembro de 2014, estão as indústrias extrativas (2,6%), "impulsionadas pelos avanços nos itens minérios de ferro em bruto.

CASSAÇÃO– Vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados, o deputado Sílvio Costa disse, ontem, acreditar que o Conselho de Ética optará por abrir o processo de cassação por quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Infelizmente, a cassação, caso aconteça, deverá ficar para o ano que vem. Mas em abril teremos uma nova eleição para presidente da Câmara", prevê Costa, que se transformou no inimigo número um de Cunha.

Forasteiro em Bonito – Entre os mais de 20 parlamentares que tentarão trocar nas eleições do ano que vem a Assembleia Legislativa por prefeituras hoje ingovernáveis, o deputado Clodoaldo Magalhães (PSB), já no terceiro mandato, decidiu disputar a Prefeitura de Bonito, no Agreste Setentrional, com apoio velado do prefeito Rui Barbosa (PSB).  O engraçado é que Clodoaldo atua na Zona da Mata e só conseguiu se inserir na política daquele município recentemente influenciado pelo próprio, que o apoiou na reeleição.

Pacto ameaçado– A violência voltou a assombrar o Estado. Segundo dados iniciais da Secretaria de Defesa Social, em outubro foram registrados 377 homicídios, um incremento de 32,2% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro, teriam sido registrados 3.174 assassinatos em todo o Estado, número que supera os 3.102 homicídios apontados em 2013. Os dados preliminares serão consolidados nos próximos 15 dias, mas evidenciam a necessidade de uma revisão urgente do Pacto pela Vida, principal programa do Governo do Estado na área de segurança pública.

Rebatendo FHC – A vereadora Marília Arraes (sem partido) criticou duramente a entrevista do ex-presidente FHC ao DP. Nela, o tucano afirmou que Miguel Arraes, avô de Marília, havia apoiado a reeleição dele, em 1998. Arraes morreu em 2005. "Foi um comentário descarado. Fernando Henrique Cardoso ofendeu uma pessoa que não está aqui para se defender. Foi uma ofensa sem tamanho e que tem que ser reparada", disse a parlamentar.

Teobaldo em alta– Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias do exercício de 2016, o deputado Ricardo Teobaldo (PTB) foi recebido, ontem, pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Ministro da Fazenda, quando discutiu a inclusão no anexo de metas e prioridades da União e as emendas individuais apresentadas por deputados e senadores. Outro ponto em discussão foi a redução da meta para R$ 43,8 bilhões em 2016, sendo R$ 34,4 bilhões de responsabilidade do Governo e R$ 9,4 bilhões dos Estados, o Distrito Federal e municípios. O projeto original do Executivo previa superávit primário total de R$ 126,7 bilhões.

CURTAS

SEMINÁRIO– O Partido Republicano promove o seu seminário regional do Pajeú em Serra Talhada no próximo dia 20. A chamada Tribuna 22 contará com a presença do secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, e dos principais líderes do G-11, o movimento de oposição ao prefeito Luciano Duque (PT), candidato à reeleição. O evento será realizado no distrito de Bernardo Vieira.

ALÔ, CARUARU! – Na minha agenda de lançamentos dos livros Reféns da seca e Perto do coração, estarei, hoje, em Caruaru, às 19 horas, na Associação Comercial e Industrial, antecedido por um debate sobre a conjuntura nacional com o senador Douglas Cintra e o publicitário José Nivaldo Júnior. Amanhã, será a vez de Petrolina, às 19 horas, no restaurante Da Villa.

Perguntar não ofende: Lula vai ganhar a batalha judicial contra a revista Veja? 

A produção industrial caiu 1,3% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã desta quarta-feira, 4, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de queda de 0,40% a 2,00%, com mediana negativa de 1,45%.

Em relação a setembro do ano passado, a produção recuou 10,9%. Nessa comparação, as estimativas eram de queda de 9,10% a 13,40%, o que gerou mediana negativa de 11,30%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,4%. Em 12 meses, houve recuo de 6,5%.

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O empresário e presidente do conselho da BRF, Abílio Diniz, afirmou nesta segunda-feira que não há uma crise econômica no Brasil, mas sim uma crise política, que tem afetado a confiança de investidores, empresários e consumidores. "No momento em que superarmos a questão política, a solução para a situação econômica virá muito rapidamente", disse em entrevista a jornalistas antes de participar do BRF Day em Nova York. A empresa de alimentos comemora 15 anos de listagem de seus papéis na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

"Ninguém está investindo, porque está faltando confiança. Não sei o que vai acontecer no curto prazo, mas tenho certeza que a situação vai ser superada. Tenho total confiança", afirmou o empresário, destacando que por conta da atual situação, o "Brasil está em liquidação". "O País está muito barato para investidores estrangeiros. Para investidores internacionais, é o momento de se aproveitar disso. Estamos em um momento ruim, mas é um momento."

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Abílio afirmou que vê o dólar no Brasil negociado ao redor de R$ 4,00 como "exagerado" e que os fundamentos atuais da economia brasileira não justificam a moeda norte-americana nesse patamar. Para o empresário, o mais justo seria a divisa ser negociada ao redor de R$ 3,50.

"Todo mundo diz que o Brasil está em crise. Eu amo a crise, em toda a minha vida eu cresci em crises. Não há crise econômica no Brasil", ressaltou o empresário. Abílio contou que passou por vários momentos complicados da economia brasileira em sua vida e citou como exemplo a crise da dívida nos anos 90, quando estava no Conselho Monetário Nacional (CMN) e participou das negociações em Nova York. "Agora, o País tem US$ 370 bilhões de reservas em dinheiro. É completamente diferente", disse ele.

O número de pessoas que se anteciparam na compra de flores, coroas e arranjos, para o dia de Finados caiu vertiginosamente. Pelo menos é o que afirmam os floristas que, nessa época do ano, se desdobram na expectativa de crescimento nas vendas.

Nos arredores do Cemitério de Santo Amaro, a expectativa dos comerciantes dava lugar à frustração resultante do fraco movimento. A crise econômica enfrentada pelo país foi apontada pelos vendedores como um dos principais motivos da escassez de clientes.

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A recessão derrubou parte da nova classe média, a população da classe C, para a base da pirâmide social. Entre 2006 e 2012, no boom do consumo, 3,3 milhões de famílias subiram um degrau, das classes D/E para a classe C, segundo um estudo da Tendências Consultoria Integrada. Eles começaram a ter acesso a produtos e serviços que antes não cabiam no seu bolso, como plano de saúde, ensino superior e carro zero. Agora, afetadas pelo aumento do desemprego e da inflação, essas famílias começam a fazer o caminho de volta.

De 2015 a 2017, 3,1 milhões de famílias da classe C, ou cerca de 10 milhões de pessoas, devem cair e engordar a classe D/E, aponta o estudo. "A mobilidade que houve em sete anos (de 2006 a 2012) deve ser praticamente anulada em três (de 2015 a 2017). Estamos vivendo, infelizmente, o advento da ex-nova classe C", diz o economista Adriano Pitoli, sócio da consultoria e responsável pelo estudo.

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Para projetar esse número, Pitoli considerou que, entre 2015 e 2017, a economia deve recuar 0,7% ao ano; a massa real de rendimentos, que inclui renda do trabalho, Previdência e Bolsa Família, vai cair 1,2% ao ano, e o desemprego deve dar um salto, atingindo 9,3% da população em idade de trabalhar em dezembro de 2017 - o maior nível em 13 anos. Segundo o estudo, a classe C é formada por famílias com renda mensal entre R$ 1.958 e R$ 4.720 e a classe D/E por aquelas com rendimento mensal de até R$1.957.

"É a primeira queda da classe C em número de famílias desde 2003 e o primeiro ano de crescimento expressivo da classe D/E", diz Pitoli. Só neste ano, a classe D/E vai ser ampliada em cerca de 1,5 milhão de famílias; em 1,1 milhão em 2016 e em 454 mil em 2017. "Grande parte dessas famílias está fazendo o caminho de volta, vieram da classe C", diz Pitoli. Mas ele pondera que outra parcela é de novas famílias formadas dentro da própria classe D/E.

O economista diz que as pesquisas do IBGE, base da projeção, não permitem saber quanto é cada parcela, uma vez que a instituição não acompanha família a família. "Mas, naturalmente, a mudança de composição tem a ver com as migrações (de uma classe para outra)."

Para o economista Mauro Rochlin, professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os fatores que estariam levando parte das famílias de classe C a retornar ao estrato de origem são a alta impressionante no número de desempregados, o fechamento de vagas, o salário médio real que parou de subir e o crédito mais caro e restrito. "Tudo isso conspira a favor da ideia de que estaria havendo essa migração."

Maurício de Almeida Prado, sócio-diretor do Plano CDE, consultoria com foco na baixa renda, aponta que a faixa mais vulnerável à recessão é a baixa classe C, uma vez que 50% dela estão na informalidade. "A classe média baixa tem maior risco de voltar atrás. Ela tem pouca escolaridade, sente muito a queda da economia pelo emprego informal, quase nenhuma poupança e uma rede de contatos limitada para obter emprego."

Na prática

Myrian Lund, professora da FGV e planejadora financeira, que orienta por meio de um site famílias que precisam reestruturar as finanças, diz que a perda de poder aquisitivo da classe C afeta tanto empregados como desempregados. No caso dos empregados, ela diz que estão muito endividados, pois pegaram empréstimo com desconto em folha (consignado). Apesar de o juro dessa linha de crédito ser menor, hoje a prestação do financiamento está pesando mais no bolso dessas famílias, já que, em meio à recessão, o salário não terá aumento acima da inflação.

Para Prado, da Plano CDE, ainda que essas famílias tenham queda de renda, elas configuram uma classe baixa diferente, pela experiência adquirida com a ascensão. "É um novo tipo de classe baixa: mais conectada, escolarizada e de certa forma até mais preparada." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Em um ano e oito meses, o eletricista Rafael Azevedo Braz, de 26 anos, casado e pai de dois filhos, que cursa faculdade de engenharia elétrica, foi demitido duas vezes por causa da crise. Em fevereiro do ano passado, foi cortado da MRS, empresa de logística. Em julho deste ano, foi demitido novamente de uma empresa de manutenção de geradores. Nesse período, sua esposa, Juliana de Oliveira, hoje em licença maternidade, também foi vítima da recessão: foi demitida de um bufê e hoje está empregada numa banca de jornal.

Com esses tropeços, a renda da família, de quase R$ 4 mil, despencou para R$ 900, basicamente o salário da mulher.

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Para bancar as despesas da família, Braz está fazendo "bicos" como DJ. "Mas nem todo fim de semana tem festa", lamenta. Com essa ocupação, consegue tirar R$ 400.

A saída tem sido apertar os gastos. A compra mensal de supermercado foi reduzida a pequenas despesas: só reposição de itens básicos e, no máximo, alguns supérfluos, mas apenas para os filhos. "Antes fazia uma boa compra e deixava tudo estocado. Levava para casa 30 embalagens de suco em pó, Danone e bolacha recheada. Comprava bastante mistura."

Para enfrentar os tempos difíceis, Braz repassou o financiamento do Vectra 2010 para o sogro e até pensou em parar de cursar a faculdade de engenharia. Embora tenha o Fies, o programa de financiamento do governo para a classe média, ele tem de arcar com despesas de livros e transporte, que somam cerca de R$ 200 por mês. "Mas, se parar a faculdade, tenho de pagar R$ 15 mil para o Fies, dos semestres que já cursei." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O grande impulso na mobilidade social da classe D/E para a classe C que houve entre 2006 e 2012, baseado no consumo, não deve se repetir quando a economia brasileira voltar a crescer. Isso porque o motor da retomada provavelmente deve ser o setor externo, que não beneficia tanto os trabalhadores menos qualificados das classes de menor renda.

"Mesmo quando a economia voltar a crescer - e não sabemos quando será -, não há nenhuma possibilidade de ter o consumo como motor da atividade", prevê o sócio da Tendências Consultoria Integrada, Adriano Pitoli. Ele explica que no auge da mobilidade social o consumo cresceu 7,8% em média, praticamente o dobro do avanço do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período. A classe C foi a mais beneficiada, com a massa total de renda dessas famílias aumentando 78% acima da inflação, ante 50% de avanço registrado pela média da população no mesmo período.

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Nessa fase, a atividade econômica foi fortemente puxada pelo consumo, varejo e o setor de serviços, que empregam muita mão de obra de menor qualificação, formada principalmente pelas classes C e D/E. É a manicure, que trabalha no setor de serviços, e viu seu rendimento aumentar. Ela foi às compras e adquiriu eletrodomésticos e outros bens duráveis, beneficiada também pelo crédito farto e barato, por exemplo.

Virada

"Mas, agora o jogo virou", diz o economista. Em 2014, o PIB cresceu só 0,1%, a renda subiu 1,8% e as vendas no varejo ampliado caíram 1,7%. "Este ano será um terror", prevê. O PIB pode cair 2,8% ou até mais, a renda deve recuar 4% e as vendas no varejo ampliado podem cair 8,6%, calcula.

Entre 2016 e 2020, o sinal pode voltar a ser positivo, mas tanto o PIB como a renda e o consumo vão crescer no mesmo ritmo, cerca de 1,3% ao ano, prevê. "Quando voltarmos a crescer, vamos avançar pouco e o consumo vai crescer tão pouco quanto o PIB, na melhor hipótese."

Na análise do economista, a ascensão social ocorreu em bases muito frágeis, impulsionada pelo boom do consumo. Nesse período, o Brasil fez poucas reformas, investiu pouco em educação e produtividade. Por isso, não há bases sólidas para que o processo de mobilidade social persista no tempo. "Quando a crise passar, o ritmo de mobilidade será muito mais modesto."

Além disso, a retomada provavelmente deve ser puxada pelo setor exportador, que dissemina o crescimento da renda e do emprego em setores da economia como a indústria, que emprega trabalhadores de maior qualificação e renda. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Com a recessão, o sonho de consumo da classe C, como ter plano de saúde, cursar faculdade, comprar o carro zero-quilômetro e até levar para casa itens de alimentação e higiene pessoal tidos como supérfluos, começou a ficar abalado.

De janeiro a agosto deste ano, 1,7 milhão de famílias deixou de comprar condicionador de cabelo em relação ao mesmo período de 2010. No caso da maionese, esse item foi cortado da lista de compras de 1,6 milhão de lares, nas mesmas bases de comparação. Os dados são da Kantar Worldpanel, empresa de pesquisa que visita semanalmente 11,3 mil famílias no País para descobrir o que os brasileiros estão consumindo.

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"A primeira mudança no padrão de consumo ocorre nas despesas do dia a dia, nas quais as compras são feitas em dinheiro, como as de alimentação", diz Myrian Lund, professora da FGV e planejadora financeira. Mas ela também observa alterações em outros segmentos, com em planos de saúde e educação.

Na área da saúde, os planos médico-hospitalares perderam 87,5 mil beneficiários de contratos individuais em setembro deste ano em relação ao mesmo mês de 2014, segundo o Instituto de Saúde Suplementar. Foi a primeira queda para o mês desde 2008.

Em 2015, o Fies, programa do governo federal que possibilitou o ingresso de muitos estudantes da classe média ao ensino superior, foi abocanhado pelo ajuste fiscal. As vagas foram reduzidas à metade: no ano passado, foram aprovados mais de 731 mil novos contratos; neste ano, serão aprovados em torno de 314 mil. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A combinação de demanda fraca por aço no mercado interno e excedente de produção global pode provocar uma onda de paralisações das siderúrgicas instaladas no País. Em setembro, a utilização da capacidade média da indústria encerrou em 61,3%, muito abaixo do índice de ocupação considerado ideal para o setor, de 80%. A média global, no mesmo período, ficou em 71,9%.

As siderúrgicas do País, que chegaram a exportar metade de sua produção nos anos 90, têm perdido ano a ano relevância no mercado internacional. Na crise de 2008, o setor travou e chegou a registrar, em janeiro de 2009, índice abaixo de 50% da capacidade de produção. Mas a recuperação foi rápida: em setembro do mesmo ano, o índice já havia voltado aos 80%. "Hoje é diferente. As indústrias vivem a pior crise de sua história e não há horizonte de recuperação no curto prazo", diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil (IABr).

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No início de 2009, sete altos-fornos, de um total de 14 em operação no País, foram desligados. Posteriormente, todos foram reativados. Neste ano, com o anúncio feito pela Usiminas na sexta-feira de desativação da maior parte da unidade de Cubatão, o grupo terá três altos-fornos desligados - um na usina de Ipatinga (MG) e dois da usina paulista -, e outras companhias podem seguir o mesmo caminho, de acordo com fontes de mercado. O balanço do IABr, até junho deste ano, inclui 20 unidades dentro das usinas siderúrgicas paradas ou desativadas, incluindo altos-fornos (onde o minério de ferro é fundido e transformado em ferro gusa) e aciarias (onde o ferro gusa é transformado em aço), além de outros equipamentos.

A desativação de parte da fábrica da Usiminas em Cubatão, um dos principais polos siderúrgicos do País, é o retrato mais emblemático da crise do setor. A empresa também anunciou, na quinta-feira, o corte de 4 mil trabalhadores (diretos e indiretos), logo após divulgar um prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão. Nos últimos 12 meses, até junho, o setor siderúrgico cortou 11,2 mil trabalhadores e 1,4 mil foram colocados em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho). O IABr, que previa mais 4 mil demissões até o fim deste ano, já está revendo seus números para cima.

As indústrias são afetadas principalmente pela paralisia dos setores da construção civil, automobilístico e de máquinas e equipamentos, que respondem por 80% do consumo de aço, de acordo com o mercado.

O Brasil deve produzir este ano 32,75 milhões de toneladas de aço bruto, queda de 3,4% em relação a 2014. O consumo aparente deve recuar 13%, de 24,6 milhões de toneladas para 22,3 milhões de toneladas. "A queda no consumo interno não será compensada pelas exportações, uma vez que há um excedente global de 700 milhões de toneladas", diz Lopes, do IABr.

A competitividade das indústrias do País, segundo Lopes, ainda é afetada pela China. Em 2014, a China respondeu por 52% dos 3,9 milhões de toneladas de aço importadas pelo Brasil. Entre 2009 e 2014, o Brasil dobrou o volume importado, espaço que foi ocupado pela China, que exporta 40% de sua produção. Em 2000, o produto chinês respondia por 1,3% das importações. "Se somar a importação indireta de aço (máquinas, equipamentos, peças automotivas e carros), o volume importado chega a 8,7 milhões de toneladas, superior à capacidade produtiva da Usiminas inteira."

Crise interna

A Usiminas e outra gigante do setor, a CSN, têm alto endividamento. No caso da Usiminas, seus principais controladores - a italiana Ternium e a japonesa Nippon - brigam há mais de um ano. Já o grupo do empresário Benjamin Steinbruch, que possui dívida bruta de R$ 32 bilhões, renegociou o alongamento de R$ 5 bilhões e tenta vender parte de seus negócios - entre eles, a participação de 14% na própria Usiminas. A venda do terminal de contêineres Tecon, avaliado em R$ 1 bilhão, avançou, segundo fonte familiarizada com o assunto.

A Gerdau, controlada pela família Johannpeter, que registrou prejuízo de R$ 2 bilhões no terceiro trimestre, é considerada a melhor companhia do setor pelo mercado. A Ativa Investimentos acredita que, por estar mais exposta aos EUA, com melhor estrutura de capital, tem condições de sofrer menos com a crise. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Governo e oposição deram sinais nos últimos dias de que a manutenção da crise política até 2016 pode ser um bom negócio para os dois lados. Em uma espécie de pacto de não agressão, ambos trabalham para ganhar tempo e agir com segurança antes de chegar ao desfecho de crise política.

Cinco assuntos dominam a disputa política: a rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU); a ação de impugnação da chapa liderada pela presidente Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); o impeachment; o rompimento do PMDB; e o caso Eduardo Cunha.

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"Nem mesmo a oposição quer que o TSE decida logo sobre a cassação da Dilma", considera o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). "Os oposicionistas sabem que se ela sair nesse momento e for convocada uma eleição, o ex-presidente Lula ainda é o favorito", avaliou.

Um ministro do Supremo Tribunal Federal fez análise similar sobre o caso. "Parece que nem o PSDB nem o PT querem que o pedido de impugnação seja julgado logo. Nenhum dos lados tem feito pressão", afirmou ele ao Estado.

A rejeição das contas do governo por causa do uso de pedaladas fiscais também ficará para o ano que vem graças ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador deu um prazo de 45 dias para o governo fazer sua defesa antes de encaminhar o caso para a Comissão de Orçamento.

‘Caso Cunha’

Entre os principais agentes políticos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), oposição a Dilma, é o mais imprevisível, apesar de ter melhorado sua relação com setores do governo e ter recebido apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender.

Cunha se move de acordo com o aumento das investigações da Procuradoria-Geral da República sobre seu envolvimento na Operação Lava Jato. Em julho, o peemedebista anunciou seu "rompimento pessoal com governo" após um dos delatores afirmar que lhe ele pediu US$ 5 milhões de propina.

Ao longo deste segundo semestre, ameaçou abrir um processo de impeachment contra a presidente, mas voltou atrás após a conversar com o ex-presidente Lula e, principalmente, com a mudança no comando da Casa Civil, quando Aloizio Mercadante cedeu seu lugar a Jaques Wagner.

Cunha tem negado qualquer tipo de acordo com o governo. Porém, já admitiu que sua relação com o Planalto melhorou. Apesar disso, ele afirma que vai decidir sobre a abertura do impeachment. "Pretendo tomar minha decisão em novembro", disse, sem precisar uma data específica.

Na semana passada, ele revogou a questão de ordem que estabelecera as regras para apreciação de pedidos de afastamento da presidente Dilma Rousseff. De qualquer forma o caso deve se arrastar até o fim do ano.

O comando do PT também não quer entrar em colisão com Cunha. Em reunião do diretório nacional do partido na quinta-feira, Lula atuou para que na resolução da sigla não constasse menções às denúncias que pesam contra o presidente da Câmara.

No PMDB, refluiu o ímpeto de rompimento com o governo. O partido adiou deste mês para março a decisão de deixar a aliança com Dilma. "Também não acredito em acordão. Na verdade, há um equilíbrio muito grande entre as forças, o que deixa tudo meio engessado", afirma o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). "Ter uma boa relação com Cunha é importante para não paralisar a agenda econômica", explicou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Vagas para estacionar, lojas vazias, vendedores nas portas à espera de clientes. Essa é a realidade da Rua do Aragão, um dos maiores polos moveleiros do Recife, localizado na área central da cidade. Com lojas de artigos luxuosos e de valores variados, a palavra ‘crise’ é um termo bastante falado entre os comerciantes, no entanto, a visão de como encarar essa fase difere entre eles.

Diante das poucas lojas fechadas na rua, a proprietária Priscila Moraes explicou que desde o começo do ano já se sente a queda na procura dos produtos. “Estamos vendendo três vezes menos do que vendíamos antes e estamos sentindo isso desde fevereiro. Já a partir de agosto, que é o período que mais faturamos, o movimento foi bem fraco. Em agosto ainda deu uma reagida, mas os demais meses foi um fracasso”, desabafa a comerciante. “Em um sábado de feriado, principalmente quando se comemora o dia do servidor público, nós vendemos de R$ 40 mil a R$ 50 mil e hoje, com esse movimento, se eu vender R$ 10 mil vai ser muito”, revela Priscila. A vendedora Fernanda Revoredo contou que durante a manhã deste sábado (31) não havia vendido nenhum produto e explicou que a maioria das pessoas não entra na loja para adquirir produtos. Os clientes apenas fazem pesquisa de preço. Priscila conta que já pensou em fechar a loja, pois o movimento inexiste, mas as despesas permanecem. No entanto, a opção foi o corte de pessoal: quatro pessoas foram demitidas.

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Já, por outro lado, nem todos os comerciantes estão desesperançosos diante da crise. Uma das lojas que destoa em movimento diante dos demais estabelecimento é um destabelecimento de móveis infantis. De acordo com o comerciante, Jacque Campelo, que possui três lojas no segmento moveleiro, a crise existe e seu movimento caiu em 20%, no entanto, ele acredita que o segredo é investir em ações como mídia e buscar ajuda de instituições para entender como atravessar essa fase. “O Sebrae nos visitou oferecendo consultoria e nós estamos seguindo o conselho do órgão, porque temos que encontrar alternativas para nos manter”, conta. O empresário relatou que esta é a única loja de móveis para bebês da Rua do Aragão e a procura por esses produtos é perene. Apesar de não reclamar muito da crise, Jacque fez dez demissões de funcionários neste ano.

Além dos comerciantes, os vendedores também buscam alternativas para manter seus empregos e a loja em pleno funcionamento. A vendedora Andréa da Paz conta que para atravessar esse período é necessário que haja esforço também por parte dos vendedores. “Os lojistas precisam fazer promoções, facilitar a compra para os clientes, dando desconto, dando opção de compra no boleto e no cartão em diversas parcelas. Além disso, o vendedor tem que fidelizar o cliente, pois, muitas vezes a compra não é feita no primeiro contato, então tem que dar atenção, até porque essas pessoas podem indicar a loja para outras pessoas”, explica. Ela também conta que a ação pós venda é um dos pontos importantes. “Eu sempre ligo para os clientes para saber se gostou do produto, se está tudo certo. Também faço contato com meus clientes pelo WhatsApp, que é mais cômodo para eles”, detalha. “A crise não me afetou, inclusive, desde o dia 27 eu já bati minha meta e, desde que eu cheguei aqui, há quatro meses, nunca deixei de alcançar a quantidade de vendas”, comemora Andréa.

De acordo com os vendedores da Rua do Aragão, os lojistas não estão discutindo a crise ou estratégias para atravessá-la. No entanto, cada um deles busca alternativas para enfrentar a diminuição da procura pelos produtos.    

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