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A polícia turca desmantelou uma fábrica que produzia coletes salva-vidas baratos que não cumpriam as normas de segurança e apreendeu os materiais, depois que as autoridades encontraram os corpos de 36 migrantes que tentavam cruzar o mar Egeu para chegar à Grécia, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

As autoridades apreenderam 1.263 coletes que não cumpriam com as normas de segurança na localidade de Izmir, na costa do mar Egeu, informou a agência Dogan. Este ponto é um dos mais utilizados pelos refugiados que buscam viajar da Turquia à Grécia, localizado a 140 km de Ayvalik, a praia onde as autoridades resgataram na terça-feira os corpos de 36 migrantes.

Segundo as autoridades, estes equipamentos não respondem às normas de segurança e não permitem que as pessoas que os utilizam mantenham a cabeça fora d'água. "Não são coletes salva-vidas, são coletes da morte. É simplesmente um massacre", criticou na rede de informações NTV Ali Karakurt, um fabricante de coletes homologados de Izmir.

Esta fábrica empregava quatro funcionários, dois dos quais eram jovens refugiadas sírias. Segundo números do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), mais de um milhão de migrantes e refugiados chegaram à Europa em 2015, mas 3.771 morreram tentando cruzar o Mediterrâneo.

O novo secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio de Souza Teixeira Júnior, assumiu a pasta nesta segunda-feira, 4, com a promessa de cortar gastos na área. Em entrevista à TV Globo, ele disse que vai otimizar serviços, cortar cargos comissionados e encerrar todos os contratos de aluguel para a área administrativa da secretaria.

"Todos os prédios da Secretaria de Saúde que não são destinados ao atendimento médico eu vou devolver, para reunir todas as sedes em um lugar só, que seja próprio. Nós precisamos cortar todos os nossos custos. Vou publicar uma portaria para reduzir todos os contratos assinados pela secretaria em 30%, negociar todos os contratos com organizações sociais e cortar os cargos comissionados em 30%", afirmou.

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Luiz Antônio de Souza avaliou que a rede de saúde estadual é grande diante da atual realidade financeira do governo. O novo secretário adiantou que não pretende fechar unidades, mas vai "otimizar serviços", pois há hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com atividades sobrepostas.

"Temos que definir os perfis das unidades e readequar nosso modelo, sem sobrepor nossos serviços com os dos municípios o governo federal". Afirmou.

O secretário também informou que fará uma adequação financeira para que os funcionários e fornecedores recebam em dia. "A partir daí, acredito que nosso atendimento vai melhorar".

A crise financeira do Estado do Rio, que paralisou emergências hospitalares nas últimas semanas, atinge mais setores da administração do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Na educação, que acumula R$ 285 milhões em dívidas, os professores ameaçam não iniciar o ano letivo se salários e 13º não estiverem em dia. Na saúde, além dos hospitais, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estão afetadas. Na segurança pública, a comida dos presos perdeu qualidade e o Programa Disque Denúncia corre o riscos de parar.

"Sem o pagamento de salários, o ano não começa", alertou Marta Moraes, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino. Segundo ela, as escolas da rede estadual tiveram um fim de ano "caótico". "Faltou de material pedagógico à comida. Com limpeza irregular, as escolas ficaram sujas. Terminamos o ano em total caos", afirmou.

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A merenda começou a faltar no fim de novembro. Saíram do cardápio arroz, feijão, proteína e salada. A refeição das crianças foi biscoito, bolo e refresco, itens mais baratos. Com o atraso salarial de empregados terceirizados, a limpeza ficou restrita a três dias na semana. Os professores se queixam ainda do parcelamento do 13º e da mudança no cronograma de pagamento dos salários, que pode ser depositado até o sétimo dia útil. "Na prática, vamos receber no dia 10, 12, quando as contas vencem no dia 2. Quem vai arcar com os juros?", perguntou a sindicalista.

A Secretaria de Educação informou que, por causa da "baixa arrecadação do Estado" teve que "trabalhar com recursos mais limitados, o que gerou a necessidade de realizar um replanejamento financeiro, com o objetivo de garantir os serviços educacionais".

A comida gera queixas dos agentes Departamento Geral de Ações Sócio-Educativas (Degase), responsável por adolescentes infratores. Na Escola João Luiz Alves, zona norte, agentes improvisam talheres com a tampa de quentinhas fornecidas para a alimentação dos servidores.

A refeição não é mais feita na cozinha da unidade por causa do atraso no pagamento de fornecedores (a dívida total chega a R$ 11,6 milhões com duas empresas de alimentação). "Todos estão recebendo comida fria, muitas vezes com odor já desagradável. Ninguém sabe quando foi feita. Não tem variedade. Quase todo dia é carne moída", disse o presidente do sindicato da categoria, João Luiz Rodrigues.

De acordo com levantamento dos débitos do Estado, feito pelo deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) no Sistema de Informações Gerenciais da Secretaria de Estado de Fazenda, o governo deve R$ 11,6 milhões aos fornecedoras de alimentação ao Degase. Comida inadequada é "sempre foco de tensão", afirma Rodrigues. "O risco de rebelião aumenta. O verão é o período mais tenso por causa do calor e da superlotação, que nessa época do ano chega ao triplo do ideal." O Degase informou que foram liberados cerca de R$ 10 milhões para a alimentação dos internos.

O problema já afeta a alimentação dos presos adultos. O Estado não pagou R$ 88,7 milhões para os fornecedores de refeições em presídios. Assim, o cardápio do ex-banqueiro André Esteves, que esteve preso em Bangu 8 este mês, variou pouco. Ele os demais presos comiam ou salsicha ou moela.

No caso das UPAs, que atuam em casos de complexidade intermediária, os problemas são diários. Na que funciona no bairro Colubandê, em São Gonçalo (cidade na região metropolitana), os vigilantes estão em greve desde domingo por falta de salário. A Polícia Militar deslocou uma patrulha para ficar 24 horas no local. Mais quatro UPAs na região metropolitana (Bangu, Santa Cruz, Itaboraí e Duque de Caxias) estão com restrições no atendimento pediátrico.

Só procedimentos de baixa complexidade têm sido realizados na UPA. Com hérnia umbilical, a professora Dulceléa Martins, de 49 anos, penou para ser atendida. Ela esteve no Hospital Alberto Torres (São Gonçalo), onde foi orientada a ir à UPA. Mas os médicos a devolveram ao hospital, com a alegação de que hérnia é problema complexo. "Só quero ser atendida, mas cada um empurra a responsabilidade para o outro", criticou. A Secretaria Estadual de Saúde informou que o hospital e as UPAs funcionam normalmente.

Na Secretaria de Segurança, onde a dívida do governo com fornecedores já chega a R$ 231 milhões, a crise afeta programas como o Disque-Denúncia. Segundo o coordenador Zeca Borges, o governo deixou de repassar R$ 1,2 milhão ao projeto este ano. O atendimento ao cidadão, realizado 24 horas, deixará de funcionar na madrugada, aos domingos e feriados, possivelmente a partir de janeiro. "Já estava negociando contratos e agora vamos simplesmente deixar de fazê-lo. Assim como o monitoramento do programa Minha Casa, Minha Vida, um caso grave em termos de criminalidade. Também vamos abandonar."

Na área da assistência social, há R$ 24.8 milhões de dívidas em projetos de alimentação saudável e R$ 10,7 milhões em programas de proteção a crianças e adolescentes. Por nota, a Secretaria de Assistência Social respondeu que trabalha com a Fazenda "para realizar o pagamento o mais breve possível" e que nenhum serviços foi interrompido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Da Agência Lusa

Mais de 4 mil migrantes foram resgatados no Canal da Sicília, no Mediterrâneo, durante o fim de semana de Natal em várias operações conduzidas pela Marinha e pela Guarda Costeira italianas. 

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De acordo com comunicado do comandante-geral da Guarda Costeira, almirante Vincenzo Melone, entre sexta-feira (25) e domingo (27) “mais de 3 mil pessoas foram resgatadas em 28 operações”. Nesta segunda (28) de manhã, um outro grupo de 931 migrantes chegou ao Porto de Palermo (Sicília, sul de Itália) a bordo de um navio mercante norueguês.

Segundo o comunicado, esse grupo de migrantes – 841 homens, 64 mulheres e 26 menores – tinha sido resgatado nos últimos dias por embarcações da Marinha italiana ao largo da costa líbia, durante operações coordenadas pela agência europeia de controle das fronteiras Frontex.

A maioria desses migrantes era da África subsaariana, mas também existiam marroquinos, tunisinos e egípcios. Mais de 320 mil migrantes chegaram às costas italianas nos últimos dois anos.

Desde janeiro, um milhão de migrantes desembarcou na Europa, na esmagadora maioria através do Mediterrâneo (972 mil), naquele que é o maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial, conforme dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Em 2014, mais de 219 mil migrantes tinham atravessado o Mediterrâneo.

Um dos principais conselheiros políticos da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acredita que o governo terá, a partir de agora, condições para deixar para trás a pesada crise que enfrentou durante todo o ano passado.

Cardozo reconhece que a votação do Supremo Tribunal Federal (STF), estabelecendo ritos para o processo do impeachment, abriu espaço para que o governo possa se recuperar politicamente. Na sua visão, está cada vez mais claro para a opinião pública que o pedido de impedimento foi motivado apenas por um desejo de vingança do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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"Acho que as condições para um processo de saída da crise agora estão dadas. É evidente que, muitas vezes, tanto no plano econômico, quanto no político, é impossível você controlar todas as variáveis. Mas acho que o ciclo da situação política determinando a crise econômica está claramente se interrompendo", disse Cardozo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

"A realidade política começa a ser pacificada. Começa, cada vez mais, a se caracterizar a rejeição a um impeachment. Ou seja, fica cada vez mais claro que o impeachment não é solução. A própria oposição hoje se encontra numa situação difícil por insistir num processo de impeachment, que tem pecado original mortal, que é ter sido desencadeado como uma retaliação, a partir de um presidente da Câmara dos Deputados que está sendo investigado", afirmou o ministro, numa referência a Cunha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Está marcada para esta terça-feira (29) a entrega dos cargos dos 14 neurocirurgiões que compõem a equipe do Hospital Pelópidas Silveira (HPS), no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. A decisão foi tomada durante um encontro na semana passada.

Cientes do caso, a direção do HPS convocou uma reunião marcada para esta segunda-feira (28), às 10h, com representantes do Sindicato dos Médicos (Simepe). O presidente Mário Jorge Lobo e o diretor Wálber Stefano já confirmaram presenças.

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A categoria pretende se posicionar contra as medidas recentes da diretoria da unidade que, segundo os médicos, realizou demissões unilaterais e reduziu salários. Conforme os profissionais, provocaram um desmonte do serviço no hospital.

De acordo com o diretor do Simepe, Wálber Stefano, a economia de gastos da unidade levou a um quadro de infração ética na qual os profissionais médicos não puderam concordar.

A crise na aviação brasileira já se reflete nos programas de fidelidade, que reduzem a emissão de milhas quando o tráfego de passageiros cai. Multiplus e Smiles, controladas respectivamente por TAM e Gol, registraram queda no acúmulo de pontos originados por passagens aéreas no terceiro trimestre. Além da redução da demanda por voos entre brasileiros, as empresas de milhagem têm como desafio disputar número menor de pontos nos cartões de crédito dos bancos, impactados negativamente pela alta do dólar.

Quando um cliente voa na TAM, na Gol ou nas empresas parceiras, como a Delta, pode acumular pontos Multiplus ou Smiles. Quando isso ocorre, as aéreas compram os pontos dos seus programas de fidelidade, gerando receitas às empresas de milhagem. As regras de acúmulo variam mas, geralmente, o cliente que paga a maior tarifa ganha mais pontos.

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A demanda por passagens nacionais acumula quatro meses seguidos de queda até novembro e retornou ao nível de 2013, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas. Os números aparecem nos programas de milhagem. A Smiles perdeu 21,7% da emissão de passagens da Gol no terceiro trimestre e a Multiplus, 6,4%.

Segundo o presidente da Smiles, Leonel Andrade, o recuo se deve a mudanças nas regras de acúmulo do programa com a Gol, que mudaram a base de comparação, e também pela retração no volume de viagens no Brasil. Já o presidente da Multiplus, Roberto Medeiros, ressalta que o maior impacto vem do corte de viagens corporativas. "As empresas cortaram gastos com viagens e seus funcionários acumulam menos milhas".

Apesar da queda, os brasileiros estão intensificando trocas de milhas por passagens aéreas - os resgates subiram 0,2% na Multiplus e 3,3% na Smiles no terceiro trimestre. Em sentido contrário, as aéreas estão reduzindo a oferta de voos. A TAM cortou 10% da oferta em voos nacionais no segundo semestre e pode fazer novos cortes em 2016. A Gol prevê corte de até 4% na oferta do segundo semestre e mais 4% a 6% no primeiro semestre de 2016.

Andrade e Medeiros ressaltam que os clientes ainda conseguirão trocar pontos por passagens nas controladoras e nas aéreas estrangeiras parceiras. O motivo é que os assentos disponíveis nos aviões da Gol podem ser comprados com milhas do Smiles, situação que se repete na TAM, com a Multiplus. "Hoje, o Smiles ocupa apenas 8% dos assentos da Gol. Nossas projeções mostram que podemos ser mais relevantes", diz Andrade.

"A TAM cortou os voos em que não há demanda, seja do passageiro que compra com dinheiro ou pontos. A empresa tem espaço no avião disponível para os clientes Multiplus", diz Medeiros. A Multiplus responde por 15% das passagens vendidas pela TAM.

Multiplus e Smiles nasceram ancoradas nos programas de fidelidade das companhias aéreas que as controlam, mas são empresas independentes, que têm nos bancos as maiores fontes de faturamento. Os bancos pagam para trocar os pontos do cartão de crédito dos clientes por Multiplus ou Smiles. Essa lógica, no entanto, impõe novo desafio desde a valorização do dólar.

O estoque de pontos acumulados nos cartões de crédito tende a diminuir, já que o cliente gasta em real, na maioria das vezes, mas o cálculo do ponto é feito pelo valor convertido em dólar. Ou seja, com a alta do dólar, os brasileiros acumulam menos pontos gastando o mesmo valor em real.

A Multiplus já sentiu retração no volume de pontos acumulados pelos clientes nos parceiros além da TAM - queda de 10,4% no terceiro trimestre na comparação com igual período de 2014. "O dólar já afetou as emissões. Antes, um cliente que gastava R$ 10 mil no cartão podia acumular 4 mil pontos. Hoje, acumula algo como 2,5 mil pontos", diz Medeiros.

O executivo diz que o contexto reforça a importância do varejo como parceiro da Multiplus. Varejistas como Ponto Frio, Netshoes e Livraria Cultura oferecem pontos como atrativos para vender determinados produtos ou fidelizar clientes. Segundo Medeiros, o varejo responde por 13% do acúmulo de pontos Multiplus, número que era praticamente zero há três anos. "Queremos também aumentar os pontos que as pessoas acumulam em gastos do dia a dia, como corrida de táxi e supermercado", diz.

A Smiles ainda teve um crescimento na emissão de pontos dos parceiros além da Gol (bancos, varejistas e companhias aéreas estrangeiras) de 24,4% no terceiro trimestre ante igual período de 2014. "Nosso desafio será, de fato, maior em 2016 para fazer essa conta continuar a crescer", diz Andrade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os líderes das centrais sindicais do País vão defender, em 2016, um acordo tripartite entre governo, empresários e trabalhadores para retomar o crescimento econômico. Apesar das diferenças políticas, os dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) concordam que o primeiro trimestre de 2016 deve concentrar o pior momento para o mercado de trabalho.

"O esforço de todos deve ser para que o País volte a respirar", disse Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT. "O governo precisa separar os empresários criminosos das empreiteiras, liberando as empresas para continuarem tocando obras públicas, que estão paradas há quase dois anos. Deve haver também uma política de crédito e juros mais baixos."

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Miguel Torres, presidente da Força Sindical e também do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, acredita que a pauta da redução da jornada de trabalho deve ser intensificada no segundo semestre de 2016. "Precisamos estancar a crise, fazendo as demissões pararem e a inflação cair. Com mais gente empregada e com os salários acima da inflação, o mínimo de confiança vai voltar e a roda da economia vai girar. Aí voltaremos para o debate de redução da jornada, que saiu de cena com tanta crise."

Segundo Ricardo Patah, presidente da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, a jornada de trabalho aumentou para os comerciários em 2015. "Aqueles que permaneceram empregados estão trabalhando mais, com mais horas extras, para compensar os demitidos", disse. "Precisamos voltar a crescer logo, porque ninguém aguenta muito mais tempo assim." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Saúde do Estado do Rio informou no início da tarde desta sexta-feira, 25, que os hospitais estaduais Rocha Faria, Albert Schweitzer, Carlos Chagas, Getúlio Vargas, Adão Pereira Nunes, Azevedo Lima, Alberto Torres, Hospital da Mulher, Hospital da Mãe e Melchíades Callazans voltaram a funcionar normalmente.

De acordo com a nota oficial da secretaria, "vale ressaltar que se tratam de unidades de urgência e emergência" e que "pacientes de baixa complexidade" serão encaminhados para Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou de atenção básica.

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"Todos os pacientes serão atendidos considerando sua classificação de risco, dos mais graves para os menos graves", divulgou a Secretaria de Saúde.

No Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste, segundo a secretaria, as especialidades clínica médica, cirurgia geral, ortopedia, pediatria e maternidade funcionam "sem restrições". Na unidade, os casos mais simples são encaminhados à UPA do bairro. No domingo passado, a direção do hospital registrou na delegacia de Realengo que não havia mais condições mínimas de oferecer atendimento digno aos pacientes, tal a carência de materiais imprescindíveis ao bom atendimento, como remédios, seringas e até gases para ataduras.

Na véspera do Natal, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) decretou situação de emergência na saúde. Naquele mesmo dia, ele obtive empréstimo de R$ 100 milhões da Prefeitura do Rio para abastecer emergencialmente os estoques hospitalares e pagar parte dos salários atrasados aos profissionais de saúde do Estado, concursados e terceirizados.

No Natal da crise, Estados, Municípios e União penam. O ano foi perdido, o País está parado, sem gerar riquezas. Tem muita gente jogando pedras no governador Paulo Câmara (PSB) por não vir pagando em dia os fornecedores e manter o custeio da máquina. Quem está conseguindo essa façanha? Praticamente nenhum Estado. O Rio, localizado numa região rica como o Sudeste, deu um calote de R$ 400 milhões nos fornecedores.

E o pior: dividiu em 12 parcelas o 13º salário dos servidores. No Rio Grande do Sul, laboratório do modo petista de governar, os salários dos servidores estão sendo quitados em três parcelas e não se tem notícia de 13º salário. Na última década, os Estados brasileiros reduziram o seu nível de endividamento. A relação entre dívida e receita caiu, em média, de 153% em 2005 para 107% no ano passado, conforme a Secretaria do Tesouro Nacional.

Apesar da melhoria generalizada nesse quesito, a maioria deles enfrenta sérias dificuldades financeiras. Das 10 principais economias do País, apenas Bahia e Santa Catarina têm sido menos afetadas pela crise. A sua maneira, cada um dos outros oito busca alternativas para a gestão do caixa. Em Pernambuco, Câmara assinou, no início do seu mandato, o Plano de Contingenciamento de Gastos para economizar R$ 320 milhões.

Para enfrentar o déficit de R$ 2,1 bilhões em 2014, o decreto estabeleceu medidas como suspensão no aditamento de contratos e cortes em diárias, consultorias, publicidade e manutenção de frota. O Governo decidiu adiantou 50% do pagamento do 13º salário dos servidores, no meio do ano, para evitar o aprofundamento dos efeitos da crise nacional, injetando R$ 350 milhões na economia do Estado.

A atual conjuntura de retração, com a consequente queda na arrecadação, levou Câmara e muitos governadores a fazer cortes em custeio e investimento, além de redução de cargos e secretarias. Mas as medidas não foram suficientes, e alguns Estados tiveram inclusive que parcelar o salário do funcionalismo. Além do Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal dividiram os pagamentos do mês em datas distintas, desencadeando paralisações e batalhas jurídicas desde o início do ano.

Estados mais endividados, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro são, nessa mesma ordem, os que mais comprometem suas receitas com despesas relacionadas à previdência. A crise dos governos estaduais é reflexo de um conjunto de fatores, como economia estagnada, a qual reduz a arrecadação, gasto público crescente e endividamento histórico.

Um dos principais problemas é que a despesa com a máquina é extremamente alta e crescente, a um ritmo inclusive maior do que o da economia. Reformas estruturais e redução no número de cargos comissionados e nas verbas de publicidade são algumas das medidas consideradas prioritárias para evitar o que o Rio Grande do Sul fez, adotando como medida extrema o parcelamento dos salários.

A dívida com a União é o principal entrave para o desenvolvimento dos Estados, pois causa uma sangria grande de recursos, que impede os governos de fazerem alguns investimentos. A Lei de Renegociação da Dívida, aprovada no ano passado, tem empurrado o problema com a barriga, abrindo espaço fiscal para novos empréstimos, que em função do ajuste fiscal são negados pela União aos Estados.

A impressão que Paulo Câmara passa, ao fechar o seu primeiro ano de mandato em meio à maior crise do País nos últimos anos, é que fez um esforço descomunal para não atrasar pagamento de pessoal. Se estivesse acontecendo aqui o que se observa no Rio e Grande do Sul em relação à penalização dos servidores, Câmara estaria comendo o pão que o diabo amassou.

COR DO DINHEIRO– O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), começou a pagar médicos e enfermeiros da rede estadual depois de meses de atraso. Ele relatou que espera que os pagamentos sejam normalizados até a próxima semana. “Os recursos não entram imediatamente na conta das pessoas. Mas já está começando hoje as OSS a pagarem os enfermeiros, os médicos. A gente espera neste final de semana, e a partir da próxima semana, normalizar os pagamentos. Claro que não é o ideal, mas o mínimo que pediram para a rede funcionar, nós conseguimos ir além do que eles nos pediram", afirmou.

Água óleo se misturam– O deputado Tony Gel (PMDB) não quer entrar na disputa para prefeito em Caruaru. Se depender dele, o filho Toninho Rodrigues tanto pode ser o candidato do grupo ou entrar numa negociação para compor uma chapa como vice de Raquel Lyra (PSB), pré-candidata do PSB. Se Gel e Lyra se unirem em Caruaru, abrem um novo paradigma e põe abaixo a tese, mais do que comprovada quimicamente, de que água e óleo não se misturam.

Incentivo ao transporte– O governador Paulo Câmara sancionou a lei que garante a isenção total do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel utilizado no serviço público de transporte complementar de passageiros na Região Metropolitana do Recife. O incentivo, que passa vigorar a partir do primeiro dia útil do novo ano, garante uma redução de R$ 1 milhão por ano nos custos do setor. A medida foi destacada como a promoção de uma "justiça fiscal" pelo chefe do Executivo estadual.

Perdão de penas– Pelo decreto assinado pela presidente Dilma, que concede o chamado indulto natalino, quem o obtém fica livre de cumprir o restante da pena e não tem nenhuma restrição, como se apresentar à Justiça periodicamente. O benefício está previsto na Constituição como uma atribuição do presidente da República e, tradicionalmente, é concedido na época do Natal. O texto é igual ao dos últimos anos e poderá beneficiar com o perdão da pena alguns dos condenados no processo do mensalão do PT, como José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

A caminho do PMDB– Com chances beirando a zero de permanecer no PSB, o deputado Lucas Ramos, pré-candidato a prefeito de Petrolina, pode começar o ano novo abrigado em outra legenda. Como perdeu o controle do diretório socialista no município para o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho, do qual é divergente, Lucas tende a ingressar no PMDB. Já se acertou com Jarbas e Raul Henry. Falta bater o martelo com quem manda no partido em Petrolina: o prefeito Júlio Lóssio.

CURTAS

RECUOU – Pelo tom da nota que enviou, ontem, ao blog, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) não disputa a Prefeitura de Floresta. Tende a construir uma candidatura alternativa dentro do universo político da prefeita Rorró Maniçoba (PSB), com quem viveu a vida inteira entre tapas e beijos e agora rompeu.

RESPOSTA– A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) na qual a Associação Nacional de Jornais (ANJ) questiona a Lei do Direito de Resposta tramitará em regime abreviado previsto na legislação brasileira. A previsão, no entanto, é que a ação seja levada ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro, após o recesso da Justiça.

Perguntar não ofende: 2015 entra para o calendário como o ano da corrupção?

 

Após anunciar a criação de um gabinete de crise para buscar soluções emergenciais para os atuais problemas de atendimento na rede de hospitalar do Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde confirmou o repasse de verba de R$ 155 milhões para o Estado. As remessas serão feitas em quatro parcelas até 10 de janeiro, sendo a primeira metade até a última semana deste ano.

Hoje, houve um repasse de R$ 20 milhões convertidos em insumos. Segundo informações do Ministério, foram 300 mil itens que já começaram a ser distribuídos na rede estadual de saúde do Rio de Janeiro, como luvas cirúrgicas, próteses ortopédicas e medicamentos. Também foram disponibilizados 1.500 leitos em hospitais federais para pacientes que seriam atendidos na rede estadual. Ontem já haviam sido repassados, em caráter imediato, R$ 45 milhões.

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O trabalho do gabinete de crise terá coordenação federal, sob o comando do secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Alberto Beltrame, além do apoio do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes.

Além dos recursos federais, o governo do Rio de Janeiro também recebeu empréstimo de R$ 100 milhões da prefeitura do Rio e outros R$ 152 milhões em recebimento de ICMS.

O socorro financeiro ao Estado do Rio de Janeiro aconteceu após reunião de ontem da presidente Dilma Rousseff com ministros e presidentes de bancos públicos em teleconferência com o governador Luiz Fernando Pezão. Segundo fontes, o governador teria telefonado para ministros na noite de terça-feira, 22, pedindo ajuda para regularizar o pagamento de funcionários e compra de insumos no setor de saúde.

Cronograma do repasse financeiro federal:

23/12: R$ 45 milhões

24/12: R$ 20 milhões (revertido em insumos estratégicos para os hospitais)

30/12: R$ 15 milhões

10/01: R$ 75 milhões

A Justiça do Trabalho determinou, por meio de liminar concedida nesta quarta-feira (23), que sejam pagos os salários atrasados e a segunda parcela do 13º dos médicos contratados pela organização social (OS) que administra seis unidades de saúde da rede estadual, no prazo de 48 horas. uiA liminar atende a pedido do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e garante pagamento aos médicos contratados em regime CLT ou como pessoas jurídicas pela Organização Social Therezinha de Jesus, responsável pela administração do hospital estadual Albert Schweitzer, em Realengo (zona oeste), do Hospital da Mulher, em São João de Meriti (Baixada Fluminense), e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Copacabana, Botafogo (zona sul), Tijuca (zona norte) e Jacarepaguá (zona oeste).

A decisão foi do juiz Hélio Ricardo Monjardim, da 6ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro. No caso de descumprimento, a organização social terá que pagar R$ 50 mil por dia de multa e poderá haver bloqueio de recursos da organização ou do Estado no valor da quantia necessária para saldar as dívidas. As organizações sociais alegam que não pagam os funcionários porque não recebem repasses do governo do Estado.

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A decisão da Justiça do Trabalho acontece no momento em que o Rio de Janeiro vive uma das piores crises da saúde da história, com emergências hospitalares fechadas, falta de medicamentos e insumos e atrasos nos pagamentos de serviços terceirizados.

Na madrugada desta quarta-feira, outra decisão liminar já havia obrigado o Estado a cumprir a regra constitucional de destinar pelo menos 12% da receita líquida à saúde. A juíza Angelica dos Santos Costa, do plantão judiciário, deu prazo de 24 horas para que o Estado faça o pagamento do valor que falta para chegar ao gasto mínimo obrigatório.

Judiciário

Na noite de terça-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, concedeu liminar determinando que o governo pague até o dia 30 deste mês o salário dos servidores do Judiciário. Pezão havia adiado o pagamento dos servidores estaduais para 7 de janeiro. O Tribunal de Justiça, no entanto, não aceitou a decisão, o que causou mal estar no governo, já que o presidente do TJ, Luiz Fernando Ribeiro Carvalho, era elogiado por Pezão como um aliado solidário do Estado. O governador se disse surpreso com a iniciativa.

O TJ emitiu nota em resposta a Pezão. Disse que "não existe confronto institucional" do Judiciário com o Executivo e que o mandado de segurança no STF "legitima expressão de garantia constitucional afeta a qualquer instituição ou cidadão". Também em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Rio de Janeiro (OAB/RJ) criticou a iniciativa dos magistrados: "Agiram em causa própria ao pleitear, no STF, que o governo do Rio pague os salários do Judiciário referentes a dezembro antes dos vencimentos dos demais servidores".

A Prefeitura de Garanhuns divulgou, nesta quarta (23), uma nota de esclarecimento sobre o cancelamento do Garanhuns Jazz Festival em 2016. O evento, realizado durante o Carnaval, já estava consolidado no calendário anual da cidade e servia como opção de fuga para aqueles que não gostam da folia carnavalesca. A culpa, como era esperado, foi atribuída à crise econômica.

Na nota, foi esclarecido que o município "não teria condições de repetir integralmente o calendário de eventos" no próximo ano devido à perspectiva financeira negativa para 2016. Deste modo, as secretarias de Turismo, Cultura, Controladoria, Fazenda e Administração fizeram uma pesquisa de avaliação dos quatro principais eventos da cidade para definir quais deles seriam viáveis. 

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Entre o Garanhuns Jazz Festival, o Viva Dominguinhos, o Festival de Inverno e  o Natal Luz de Garanhuns, este primeiro foi o que apresentou um maior custo de execução e menor retorno econômico e, portanto, teve de ser suspenso: "Não estamos desmerecendo a importância cultural e a visibilidade deste evento para Garanhuns, bem como, não estamos informando que este evento não traz retorno econômico para o município, porém, diante do cenário econômico atual e dos resultados apresentados, este evento estará suspenso para 2016, por medida de prudência e responsabilidade".

Confira na íntegra a nota da prefeitura de Garanhuns

A gestão municipal trabalha com cumplicidade pública, planejamento e seriedade em suas decisões de prioridades. Diante da indubitável perspectiva financeira negativa para o ano de 2016, o município não teria condições de repetir integralmente o calendário de eventos. 

Portanto, o grupo formado pelas secretarias acima mencionadas, iniciou uma pesquisa de avaliação dos quatro principais eventos da cidade: Garanhuns Jazz Festival, Viva Dominguinhos, Festival de Inverno e Natal Luz de Garanhuns.

Pesquisamos junto a rede hoteleira, qual a pontuação, em termos de ocupação, para cada um dos eventos, assim, também o fizemos nos restaurantes, em termos de aumento do faturamento; no comércio, em termos de vendas; nos comerciantes de alimentos e bebidas; na Secretaria de Cultura, em termos de contratação dos artistas de Garanhuns e, no 9° Batalhão de Polícia Militar em termos da media de público para cada evento.

Com base nessas informações, associadas aos custos de cada evento no ano de 2015, o resultado foi que o evento de maior custo por participante e quem apresentou o menor retorno econômico, foi o Garanhuns Jazz Festival.

Não estamos desmerecendo a importância cultural e a visibilidade deste evento para Garanhuns, bem como, não estamos informando que este evento não traz retorno econômico para o município, porém, diante do cenário econômico atual e dos resultados apresentados, este evento estará suspenso para 2016, por medida de prudência e responsabilidade.

 

O governo do Rio terá que depositar, em 24 horas, todos os recursos obrigatórios para a área da saúde. A decisão foi tomada na madrugada desta quarta-feira (23) pelo plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio. Pela medida, o governador Luiz Fernando Pezão terá que repassar 12% da receita do estado deste ano para ações e serviços públicos de saúde. Caso descumpra a liminar, assinada pela juíza Angelica dos Santos Costa, o governo receberá multa diária de R$ 50 mil. Já o secretário da Saúde e o governador terão que pagar multa diária de R$ 10 mil. A ação foi movida na Justiça na terça-feira, 21, pelo Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro.

Em sua justificativa, Angelica Costa afirma que não restam dúvidas de que a omissão do estado do Rio de Janeiro em aplicar os recursos financeiros para assegurar o investimento mínimo obrigatório em ações e serviços de saúde pela Constituição Federal põe em risco concreto de paralisação total dos serviços de saúde do Estado. "A existência do periculum in mora também é evidente considerando que ausência de sustentabilidade do financeira e prioridade conferida ao orçamento e aplicação de recursos no Sistema Único de Saúde já estão causando lesões irreparáveis à saúde, quando não causando a morte de incontáveis usuários dos serviços da saúde pública", escreveu a juíza.

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Na última terça-feira, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) fez um levantamento em que constatou que 17 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e sete hospitais da rede pública do Rio de Janeiro estão fechados ou com os atendimentos precários, devido a crise econômica que vive o estado. Algumas destas unidades, segundo o órgão, restringiram o atendimento de emergências, os médicos estão com salários atrasados e faltam insumos e medicamentos.

Em meio à mais grave crise da Saúde do Estado do Rio, com salários de servidores atrasados, falta de insumos, e emergências e Unidades de Pronto Atendimentos fechadas, o secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto, anunciou que vai deixar a pasta em 31 de dezembro.

Ele sai do cargo para concorrer à prefeitura de Niterói, no Grande Rio. Segundo Peixoto, o acordo com o governador Luiz Fernando Pezão previa a permanência dele na secretaria por um ano. Peixoto, do PDT, foi o primeiro candidato a vice-governador anunciado por Pezão, mas foi trocado pelo senador Francisco Dornelles (PP). A pasta da Saúde foi uma espécie de compensação.

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Pezão disse que precisa de cerca de R$ 350 milhões para pagar fornecedores e funcionários e reabrir as emergências. Ele está tentando captar recursos até o fim do ano para tornar isso possível. Pezão disse ainda que pediu ajuda aos prefeitos da Região Metropolitana para reforçarem o atendimento nos hospitais municipais, para onde estão sendo encaminhados os pacientes que não encontram atendimento na rede estadual.

A presidente Dilma Rousseff ressaltou em Salvador que não há fundamento legal para o processo de impeachment contra ela. "Impeachment em si não é golpe. Ele vira golpe quando não há qualquer fundamento legal", disse. "Não há fundamento legal porque tenho uma vida ilibada. Meu passado, meu presente, não há nenhuma acusação fundada contra mim", disse ao participar da inauguração de uma estação de metrô em Salvador (BA). "A Constituição é clara: se faz impeachment quando há crime de responsabilidade. Não há nenhum crime de responsabilidade. Eu sequer fui julgada."

De acordo com a presidente Dilma, a crise política é grave, pois afeta a população, especialmente com a "tese do quanto pior, melhor", que prejudica a grande maioria dos cidadãos, enquanto poucos são beneficiados. "Temos de garantir que o País volte a crescer, gerar emprego. Somos capazes de fazê-lo", destacou.

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A presidente afirmou que o Brasil não vive em regime parlamentarista, no qual o primeiro-ministro pode perder o cargo caso haja desconfiança do Parlamento em relação a seu governo e novas eleições são convocadas para a formação de um novo gabinete. "No presidencialismo uma pessoa concorre a eleição. Eu ganhei 54 milhões de votos. Daí porque a Constituição prevê as formas pelas quais um presidente pode ser retirado do poder. Não gostar do presidente, querer encurtar o tempo para chegar a ser presidente, isso não está previsto na Constituição."

"O nosso País precisa de tranquilidade. Precisamos que os interesses do Brasil estejam acima dos interesses partidários e eleitorais", destacou a presidente. Dilma Rousseff fez seu pronunciamento em solenidade de inauguração da Estação Pirajá e do trecho Bom Juá-Pirajá, do Sistema Metroviário de Salvador e Lauro Freitas (BA). Esta é a oitava estação a entrar em funcionamento e o investimento total no metrô de Salvador chega a R$ 5,4 bilhões.

A soma do valor das empresas listadas no índice Ibovespa caiu 12% no acumulado deste ano, para R$ 1,86 trilhão na última sexta-feira (18). Situações particularmente ruins enfrentadas em determinados setores fizeram com que algumas empresas do setor aéreo, de mineração e aço, e de energia registrassem desvalorização ainda maior que a média. A Gol foi a empresa brasileira que mais perdeu valor de mercado em 2015, com uma desvalorização de 76%, de acordo com dados da Economática.

Única aérea listada na bolsa brasileira, a Gol sofre pressões de investidores em meio ao cenário mais adverso para a aviação brasileira nos últimos dez anos. Com cerca de 60% dos custos atrelados ao dólar, como leasing de aeronaves e querosene de aviação, a empresa sofreu um choque de custos com a valorização da moeda americana neste ano, que disparou quase 50%. O resultado foi um prejuízo líquido acumulado de R$ 3,16 bilhões entre janeiro e setembro de 2015.

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A segunda maior queda foi registrada pela Bradespar, braço de participação do Bradesco. De acordo com o economista-chefe da Austin Ratin, Alex Agostini, a forte exposição à Vale, empresa da qual é acionista, justifica as perdas. "O setor de mineração não vai bem e a empresa deve arcar com prejuízos por ser acionista da Samarco (empresa responsável por derramar detritos em um acidente ambiental em Mariana (MG)".

Segundo Agostini, a desaceleração da China torna ainda mais grave a situação das mineradoras e siderúrgicas, justificando a presença de Gerdau e Usiminas na lista das empresas que mais se desvalorizaram em 2015. A Medida Provisória 579, que trata d a renovação das concessões das geradoras, foi um desafio adicional para empresas de energia, como Cesp e Cemig. As duas geradoras tiveram de devolver algumas de suas principais usinas para a União. A empresa paulista perdeu dois terços de sua capacidade de geração neste ano e a Cemig deve perder 45%.

Pressão

O cenário adverso de alta no desemprego, por sua vez, torna mais difícil para as administradoras de planos de saúde, como a Qualicorp, aumentarem sua base de usuários em 2016, avalia o analista do Itaú BBA em relatório de dezembro. Além da recessão econômica, a ação da Qualicorp foi pressionada por notícias relacionadas à Operação Acrônimo, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro.

O ano também não foi fácil para as companhias de educação. Desde que o governo deu amostras de que vai alterar pagamentos e reduzir os contratos do Fies, todas as empresas passaram a ser castigadas pelos investidores. A notícia aumenta as incertezas sobre os pagamentos do Fies para 2016.

Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos, afirma que essa decisão do governo indica que o financiamento estudantil ainda pode ser afetado pelo ajuste fiscal do governo. Esse cenário colocou a carioca Estácio na lista das empresas que mais de desvalorizaram em 2015.

Procuradas, as empresas não comentaram o desempenho negativo na Bolsa.

O Palácio do Planalto avalia que a ligeira melhora nos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff revelados em pesquisa do Datafolha é resultado da estratégia de dar maior exposição à petista.

"O Datafolha mostra que o governo ainda tem um caminho muito longo a percorrer, mas que também existe abertura na sociedade para que a gente possa defender nossas ideias", disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.

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"É nítido que a melhora tem ligação com o fato de a presidente ter entrado diretamente no debate", completou o ministro.

Segundo o Datafolha, o número de pessoas que considera o governo Dilma ruim ou péssimo é de 65%. Em agosto esse número chegou a 71%. Já aqueles que avaliam o governo Dilma bom ou ótimo é de 12%. Este índice chegou a ser de apenas 8% em agosto e 10% em novembro.

Na cúpula do PT, o resultado foi recebido com cautela. "Está tudo dentro da normalidade. A pesquisa reflete uma percepção ainda leve das pessoas de que a substituição do governo não é o caminho para sairmos dessa situação", afirmou o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emidio de Souza.

Petistas avaliam que com a intensificação do debate sobre o impeachment, parte da população tem assimilado melhor a versão do governo. "A população começa a ter uma visão melhor do governo Dilma ao mesmo tempo em que vai afastando a ideia de impeachment", avaliou o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), integrante do diretório nacional do PT.

De acordo com o levantamento, 65% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma contra 30% que defendem a manutenção do mandato da petista.

Para 82% dos consultados pelo Datafolha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deveria ter o mandato cassado enquanto 8% acham que ele deve ser mantido no posto.

Segundo o instituto, 58% dos entrevistados avaliam que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), seria pior ou igual a Dilma, caso venha a assumir o governo, e 30% acreditam que o vice faria uma administração melhor do que a da petista.

Sucessão

Faltando dois anos e meio para o início da disputa pela sucessão de Dilma da Presidência, o Datafolha aponta o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como favorito. O tucano teria 26% ou 27%, conforme o cenário, contra 20% de Lula, 19% de Marina Silva (Rede), 6% de Ciro Gomes (PDT), 4% de Jair Bolsonaro (PP), 2% de Luciana Genro (PSOL) e 1% de Eduardo Paes (PMDB) e Eduardo Jorge (PV).

Nos cenários em que o senador mineiro é substituído pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), Marina lidera com 24%, Lula tem 21% ou 22% e Alckmin 14%.

Lula lidera a rejeição com 48% contra 26% de Aécio e Temer, 21% de Alckmin e 17% de Marina, Ciro e Bolsonaro.

Para o PT, o alto índice de rejeição reflete o mau momento do partido e as investigações das operações Lava Jato e Acrônimo da Polícia Federal.

O Datafolha entrevistou 2.810 pessoas nos dias 16 e 17. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao longo de 2015, as empresas brasileiras de capital aberto comprovaram a máxima popular de que "nada está tão ruim que não possa piorar". Mês a mês, elas viram seu valor de mercado despencar a patamares que não eram registrados desde 2009, depois da crise financeira global. Desde janeiro, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa, caiu 12,2% e as companhias de capital aberto perderam R$ 151 bilhões em valor de mercado. Mas nem todo mundo chegou até aqui se lamentando. Há um grupo de empresas que vai se lembrar com certa satisfação do ano que a maioria quer esquecer.

Entre elas, no topo do ranking das que mais se valorizaram em 2015, estão exportadoras, empresas que atuam em mercados resilientes à crise, como o de medicamentos, e outras que, na visão de investidores, fizeram uma boa gestão, apesar da crise econômica e política. A lista de companhias foi elaborada pela Economática, empresa de informações financeiras.

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Para Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, essas empresas têm uma característica em comum: conseguiram combinar geração de caixa com menor endividamento. "Embora não seja uma regra a ser aplicada a todas as empresas de commodity, podemos dizer também que o dólar valorizado beneficiou as exportadoras."

As gigantes de papel e celulose, Klabin, Suzano e Fibria, lideram o ranking: na média, seus papéis subiram mais de 60%. Para Carlos Farinha, vice-presidente da Pöyry, consultoria especializada neste setor, a celulose sofre menos do que outras commodities porque atende a uma emergente classe média global que busca novos produtos, como papel higiênico e fraldas descartáveis.

Com isso no radar, a Klabin, cujos papéis subiram 81% neste ano, está mudando sua estrutura de receita para que, já em 2016, metade das vendas venha do mercado externo. Hoje, 67% do faturamento ainda se concentra no Brasil. Com essa divisão "meio a meio", o presidente da Klabin, Fabio Schwartzman, diz que a empresa fica protegida das oscilações de demanda aqui e lá fora.

A concorrente Suzano usou o momento positivo - com preço de celulose estável e dólar alto - para reequilibrar suas finanças e acelerar investimentos. A meta estipulada para 2016, de uma alavancagem de 2,5 vezes o Ebitda (potencial de geração de caixa), deverá ser antecipada para o primeiro trimestre, segundo Marcelo Bacci, diretor de relações com investidores da empresa.

Além das fabricantes de celulose, o dólar alto colocou na lista das ações que mais ganharam em 2015 os papéis da petroquímica Braskem. Apesar de ter seus dois maiores acionistas, a Petrobrás e o grupo Odebrecht, no centro das investigações da operação Lava Jato, a companhia foi a quarta que mais ganhou valor este ano. A empresa atribuiu o bom desempenho ao "sucesso das operações internacionais" e do "bom momento do mercado petroquímico global".

A companhia atingiu no terceiro trimestre um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, o maior de sua história, e tem um cenário positivo pela frente. Em relatório, os analistas do Itaú BBA projetam aumentos de receita e geração de caixa e redução de endividamento para a empresa até 2019.

Empresas ligadas a setores resistentes à crise, como Raia Drogasil e Hypermarcas, fabricantes de medicamentos, também conseguiram ganhar valor este ano. "Em épocas difíceis, o consumidor corta gastos com bens duráveis e direciona sua renda para produtos essenciais", diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

A Hypermarcas chegou a ser olhada com desconfiança pelos investidores neste ano, mas fez as pazes com o mercado depois de vender, no início de novembro, sua divisão de cosméticos para a multinacional Coty, para se concentrar em medicamentos.

Até o combalido setor elétrico conseguiu manter representantes na lista das empresas que se destacaram. Num ano em que o consumo de energia caiu e as despesas financeiras aumentaram, duas companhias viram seus papéis subirem mais de 25%: a EDP Energias do Brasil, que controla as distribuidoras Escelsa (ES) e Bandeirante (SP), e a Equatorial, com Cemar (MA) e Celpa (PA).

A primeira, na opinião de analistas, registrou alta fora da curva, já que seus papéis estavam muito desvalorizados no início do ano. "Mas esse ajuste não acontece se a empresa não entrega o que promete", disse Maytê Souza Dantas de Albuquerque, diretora financeira da EDP. Ela destaca a venda de ativos não estratégicos e a compra dos 50% na usina de Pecém I como fatores que afetaram positivamente o valor de mercado.

Já a Equatorial há tempos vem sendo tratada por investidores como porto seguro, sobretudo pelos resultados da reestruturação das distribuidoras do Maranhão e do Pará, que deixaram de ser deficitárias e saíram do ranking de pior atendimento.

Único do mercado financeiro na lista das maiores valorizações, o Santander atribui o bom desempenho a melhorias operacionais, como redução da inadimplência e retirada do banco do topo da lista de reclamações do Banco Central.

Futuro

Ter se destacado neste ano não garante tranquilidade em 2016. Apesar de, nos últimos meses, a regra no mercado de capitais ter sido de ações descendo a ladeira, muita gente defende que a bolsa brasileira ainda não está barata. "Não dá para atrair investidores com base no valor atual das companhias", afirma Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco. O grande fiel da balança, diz ele, será a redução da despesa financeira. Viriato, do Insper, não vê um horizonte favorável. "O cenário ainda é incerto."

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