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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o Ministério Público deve investigar as declarações feitas pelo operador do mensalão Marcos Valério que colocariam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no centro do esquema. Na saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Barbosa afirmou que teve "conhecimento oficioso, não oficial" do teor do depoimento prestado por Marcos Valério e revelado nesta terça-feira (11) pelo jornal O Estado S. Paulo. Perguntado se as denúncias devem ser investigadas pelo Ministério Público, foi sucinto: "Creio que sim".

Valério disse que o ex-presidente deu o aval para os empréstimos bancários que financiaram o esquema. O encontro teria ocorrido no gabinete presidencial, conforme a versão contada por Valério. O empresário e operador do mensalão disse também ter repassado dinheiro para que Lula arcasse com despesas pessoais. De acordo com Valério, os recursos foram depositados na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy. No depoimento, Valério classifica Godoy como um "faz-tudo" do ex-presidente Lula.

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A existência do depoimento com novas acusações do empresário mineiro foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1º de novembro. Após ser condenado pelo Supremo como o "operador" do mensalão, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral da República. Queria, em troca do novo depoimento e de mais informações de que ainda afirma dispor, obter proteção e redução de sua pena. A oitiva ocorreu no dia 24 de setembro em Brasília - começou às 9h30 e terminou três horas e meia depois; 13 páginas foram preenchidas com as declarações do empresário, cujos detalhes eram mantidos em segredo até agora.

O jornal teve acesso à íntegra do depoimento, assinado pelo advogado do empresário, o criminalista Marcelo Leonardo, pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio e pela procuradora da República Raquel Branquinho.

Em nota divulgada na manhã desta terça-feira (11), o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, afirma que as novas declarações do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza ao Ministério Público Federal, publicadas hoje pelo jornal "O Estado de S.Paulo", se referem a uma tentativa de "delação premiada" e refletem o "desespero" de Valério para reduzir sua pena após a condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do Mensalão.

"As supostas afirmações desse senhor ao Ministério Público Federal, vazadas de modo inexplicável por quem teria a responsabilidade legal de resguardá-las, refletem apenas uma tentativa desesperada de tentar diminuir a pena de prisão que Valério recebeu do STF", diz a nota assinada por Falcão.

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A nota "lamenta" os ataques de Valério ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a "pessoas honradas", o que, segundo o PT, "cria situações que nunca existiram, pondo-se a serviço do processo de criminalização movido por setores da mídia e do Ministério Público contra o PT e seus dirigentes".

De acordo com a nota, as declarações do empresário são "uma sucessão de mentiras envelhecidas" e que fariam parte de "um processo de criminalização" contra o PT. "A campanha difamatória que estamos sofrendo nos últimos meses não impediu nossa vitória nas eleições de outubro e nem conseguirá manchar o trabalho que nosso partido tem realizado em defesa do País, da democracia e, principalmente, da população mais pobre", finaliza o dirigente.

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), e o líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR), defenderam nesta terça-feira que o Ministério Público Federal abra imediatamente inquérito criminal para investigar o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. Em reportagem publicada nesta terça-feira no jornal O Estado de S.Paulo, o empresário Marcos Valério afirmou, no depoimento ao Ministério Público, em setembro, que recursos do mensalão pagaram despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Informou também que Lula deu aval para que os bancos Rural e BMG tomassem os empréstimos que abasteceram o esquema de compra de apoio político no Congresso.

"Diante das declarações dadas ao Ministério Público não resta outro caminho. É abertura imediata de inquérito", afirmou Freire, em nota publicada no site do partido. No dia 6 de novembro, pouco depois do jornal ter revelado a existência de depoimento de Valério ao MP, líderes e parlamentares de partidos de oposição entraram com representação na Procuradoria Geral da República pedindo a abertura de investigação para apurar a atuação de Lula como verdadeiro chefe da quadrilha do mensalão.

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O presidente do PPS disse nesta terça-feira, em nota, que não há necessidade de o partido apresentar um adendo à representação, pois o depoimento de Marcos Valério foi dado diretamente ao Ministério Público. "Eles já têm todos os elementos. Então, é hora de dar início à investigação", defendeu Freire.

Pouco antes, o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), disse que analisa com a área jurídica do partido a possibilidade de convite para que o ex-presidente compareça ao Congresso. "Sempre há uma expectativa forte de que ele (o ex-presidente) era o grande chefe de todos", afirmou. "A reportagem do 'Estado' vem confirmar tudo aquilo que vinha sendo dito sobre ele", completou. "Ele tem que se explicar".

Lideranças do PSDB e do DEM defenderam na manhã desta terça-feira que Valério compareça ao Congresso para explicar as declarações prestadas por ele à Procuradoria Geral da República. O líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que vai propor na reunião da bancada, no início da tarde, a aprovação de um requerimento de convite para Valério comparecer a uma comissão da Casa, possivelmente a de Constituição e Justiça. "É o capitulo ainda não escrito do mensalão, que deve ser escrito por exigência nacional", afirmou.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, avisou por meio de sua assessoria de imprensa que não fará nenhum comentário sobre a revelação de depoimento de Marcos Valério à Procuradoria-Geral de República e que só falará sobre o assunto depois da conclusão do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal.

Reportagem desta terça-feira do jornal O Estado de S.Paulo afirma que, em depoimento feito em 24 de setembro, Valério informou que o esquema do mensalão ajudou a bancar despesas pessoais do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. A reportagem afirma também que Valério admitiu que Lula teria autorizado o empréstimo com os bancos BMG e Rural para pagar os deputados da base aliada. Informou também, no depoimento, que Lula e o ex-ministro Antonio Palocci teriam negociado com a Portugal Telecom o repasse de recursos para o PT.

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Gurgel participa nesta manhã de reunião do Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília.

O PT teria pedido ao operador do mensalão, Marcos Valério, R$ 6 milhões para que o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), parasse de chantagear o ex-presidente Lula, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu. Por trás das ameaças estaria a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), executado em janeiro de 2002.

A polícia concluiu que o petista foi vítima de "criminosos comuns", mas o Ministério Público sustenta que ele foi eliminado a mando do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, porque decidiu dar um basta em amplo esquema de corrupção em sua administração depois que constatou que o dinheiro desviado não abastecia exclusivamente o caixa 2 do PT, mas estava sendo usado para enriquecimento de algumas pessoas.

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As informações de Valério foram dadas em depoimento ao Ministério Público Federal. Ele afirmou que se recusou a interferir neste caso. Mas contou que Lula foi ajudado por José Carlos Bumlai, que tinha livre acesso no Palácio do Planalto no governo Lula. Amigo pessoal do ex-presidente, de quem é anfitrião frequentemente em sua fazenda em Mato Grosso do Sul, Bumlai é um dos maiores pecuaristas do País. O dinheiro teria vindo de um empréstimo firmado por Bumlai no Banco Schahin, grafado erroneamente como Chain no depoimento prestado por Valério.

O relato que Valério faz é detalhado. Ele contou que foi Silvio Pereira, o Silvinho, então secretário-geral do PT, quem o procurou pedindo esta nova ajuda. O encontro foi marcado no Hotel Sofitel, em São Paulo, reduto de reuniões da cúpula do PT durante quase todo o governo Lula.

Valério contou que os dois se sentaram em uma mesa do lado de fora e que Silvinho disse que Ronan vinha chantageando Lula, Dirceu e Carvalho. E pediu a Valério o dinheiro para estancar a chantagem. Valério recusou-se a ajudar o PT neste caso. "Me inclua fora disso", limitou-se a dizer.

Silvinho insistiu, pedindo apenas que aceitasse uma conversa com Ronan. O encontro foi marcado no "Hotel Puma", na verdade Hotel Pullman, situado no Ibirapuera, em São Paulo. Teriam participado da conversa Valério, Ronan e o jornalista Breno Altman. Segundo Valério, Ronan disse que os R$ 6 milhões seriam usados para comprar 50% do jornal Diário do Grande ABC - conforme Valério disse ter ouvido de Silvinho.

O Diário do Grande ABC, disse o operador do mensalão, vinha publicando seguidas matérias sobre o assassinato de Celso Daniel - Ronan é hoje proprietário do jornal. Apesar desses detalhes, Valério disse que Silvinho não lhe contou o motivo da chantagem. O operador do mensalão não especifica como Bumlai entrou nessa negociação. Mas conta que o dinheiro veio de um empréstimo contratado por Bumlai no Banco Schahin. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Na lista de beneficiários do mensalão, segundo o depoimento do empresário Marcos Valério, está o nome do senador Humberto Costa (PT-PE). O operador do esquema relatou ao Ministério Público Federal, no dia 24 de setembro passado, que passou dinheiro para financiar a campanha de Costa ao governo de Pernambuco em 2002. Na sua fala ao MPF, ele detalha o suposto valor exato do que foi depositado na campanha do petista: R$ 512.337,00.

O nome de Humberto Costa já havia sido mencionado no início do escândalo, mas acabou ficando de fora da ação penal do mensalão. Os recursos foram repassados, conforme o depoimento de Valério, para a tesoureira da campanha de Humberto Costa em 2002, Eristela Feitoza, que foi também uma das coordenadoras da campanha do petista quando ele concorreu, em outubro passado, à Prefeitura do Recife. Costa foi derrotado na disputa e, em declarações feitas após a apuração dos votos, disse ter perdido, em parte, por causa do julgamento do mensalão, que provocou rejeição à sua candidatura.

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Em 2005, Marcos Valério entregou à Procuradoria Geral da República (PGR) uma lista com os sacadores dos recursos do mensalão. Nela constava o nome da assessora do senador petista e de Mauro Santos, proprietário da empresa Bandeirantes Outdoor, acompanhado de três depósitos que somavam R$ 300 mil. Humberto Costa, à época, confirmou que a empresa prestou serviços à sua campanha, mas negou qualquer relação com Valério e com os supostos repasses financeiros à sua campanha. Eristela negou que tenha feito essas operações.

O caso, no entanto, nunca seguiu adiante. Ex-ministro da Saúde de Lula e ex-secretário Nacional de Comunicação do PT, Humberto Costa não foi investigado pela CPI dos Correios e não foi denunciado pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse no depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República que o esquema do mensalão ajudou a bancar "despesas pessoais" de Luiz Inácio Lula da Silva. Em meio a uma série de acusações, também afirmou que o ex-presidente deu "ok", em reunião dentro do Palácio do Planalto, para os empréstimos bancários que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada.

Valério ainda afirmou que Lula atuou a fim de obter dinheiro da Portugal Telecom para o PT. Disse que seus advogados são pagos pelo partido. Também deu detalhes de uma suposta ameaça de morte que teria recebido de Paulo Okamotto, ex-integrante do governo que hoje dirige o instituto do ex-presidente, além de ter relatado a montagem de uma suposta "blindagem" de petistas contra denúncias de corrupção em Santo André na gestão Celso Daniel. Por fim, acusou outros políticos de terem sido beneficiados pelo chamado valerioduto, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE).

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A existência do depoimento com novas acusações do empresário mineiro foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1.º de novembro. A reportagem teve acesso à íntegra do depoimento, assinado pelo advogado do empresário, o criminalista Marcelo Leonardo, pela subprocuradora da República Cláudia Sampaio e pela procuradora da República Raquel Branquinho.

Valério disse ter passado dinheiro para Lula arcar com "gastos pessoais" bem no início de 2003, quando o petista já havia assumido a Presidência. Os recursos foram depositados, segundo o empresário, na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, uma espécie de "faz-tudo" de Lula.

O operador do mensalão afirmou ter havido dois repasses, mas só especificou um deles, de aproximadamente R$ 100 mil. Segundo o depoimento de Valério, o dinheiro tinha Lula como destinatário. Não há detalhes sobre quais seriam os "gastos pessoais" do ex-presidente.

Ainda segundo o depoimento de setembro, Lula deu o "ok" para que as empresas de Valério pegassem empréstimos com os bancos BMG e Rural. Segundo concluiu o Supremo, as operações foram fraudulentas e o dinheiro, usado para comprar apoio político no Congresso no primeiro mandato do petista na Presidência.

Portugal Telecom

Em outro episódio avaliado pelo STF, Lula foi novamente colocado como protagonista por Valério. Segundo o empresário, o ex-presidente negociou com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, o repasse de recursos para o PT. Segundo Valério, Lula e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reuniram-se com Miguel Horta no Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões para o PT. O dinheiro, conforme Valério, entrou pelas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas petistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira e foi liberado pouco depois. A informação foi confirmada em nota publicada pelo site da entidade e posteriormente pelo próprio dirigente.

Oficiais da PF compareceram à casa de Marco Polo, que é também vice-presidente da CBF, por volta das 6 horas desta segunda. Foram apreendidos o notebook e o iPod do dirigente, além de documentos. "Estou absolutamente tranquilo", afirmou o presidente da FPF, em entrevista por telefone. "Eu prestei todos os esclarecimentos necessários e fui liberado", completou Del Nero, que ficou cerca de 30 minutos na sede da PF antes de ser liberado.

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Del Nero reforçou o teor da nota publicada no site da FPF, negando que o fato seja "relacionado à sua atividade na entidade e de seu escritório de advocacia". "É um assunto particular. Posso garantir que não tem relação com o futebol nem com meu escritório", afirmou Del Nero, que é advogado criminalista.

Apesar de o presidente não dar mais detalhes sobre o caso porque o teor do depoimento "segue em sigilo de justiça", Del Nero foi um dos envolvidos na operação Durkheim, que serviu para desarticular duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro.

A PF informou que prendeu 33 investigados e cumpriu 87 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Goiás, Pará, Pernambuco e Rio. Também houve prisões e buscas no Distrito Federal.

O presidente da FPF tinha presença aguarda na manhã desta segunda-feira na abertura oficial da Soccerex, feira anual de futebol realizada no Rio, mas acabou sendo obrigado a mudar a programação da sua agenda para prestar depoimento na sede da PF.

O depoimento de Del Nero na sede da PF aconteceu três dias depois de a CBF ter anunciado a demissão de Mano Menezes do cargo de técnico da seleção brasileira.

Padrinho político de José Maria Marin, presidente da entidade que comanda o futebol nacional, o dirigente participou da reunião, na sede da FPF, na última sexta-feira, que selou a demissão do treinador. Del Nero aproveitou para esclarecer que Andrés Sanchez foi apenas comunicado da demissão de Mano, sem ter qualquer participação na mesma.

"O Andrés não foi voto vencido. A decisão foi do Marin e ele foi apenas comunicado. O Marin perguntou se ele gostaria de comunicar ao Mano e ele disse que, como diretor de seleções, faria isso", finalizou o presidente da FPF.

A segunda testemunha de acusação no julgamento do goleiro Bruno Fernandes apontou uma série de contradições no depoimento do ex-motorista do jogador, Clayton da Silva Gonçalves, ouvido pela Justiça ontem. João Batista Alves Guimarães negou as alegações de Clayton, que disse ter sofrido "pressão psicológica" e "ameaças" para prestar depoimento à Polícia Civil.

Guimarães acompanhou o interrogatório de Clayton no início das investigações do então desaparecimento de Elisa Samudio, cuja morte era ainda apenas uma suspeita da polícia. Neste depoimento, considerado crucial pelo Ministério Público Estadual (MPE), Clayton disse que após uma partida de futebol em 6 de junho de 2010 no sítio de Bruno em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, pediu para tomar banho, mas foi impedido pelo goleiro porque, segundo o depoimento, Elisa e o bebê que ela teve com Bruno estavam na casa e "não ficava bem" as pessoas verem mãe e filho no local. Segundo as investigações, Elisa foi morta três dias depois.

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De acordo com João Batista Guimarães, o depoimento de Clayton foi prestado "espontaneamente" à delegada Alessandra Wilke, da Polícia Civil mineira, que, segundo a testemunham estava muito "tranquila", "segura" e "equilibrada" durante o interrogatório. "Não houve nenhuma ameaça, nem sugestiva", declarou Guimarães. Ele disse ainda que durante todo o interrogatório Clayton estava com a mãos livres e não algemadas como este último havia dito.

Para o promotor Henry Wagner Gonçalves Vasconcelos, o depoimento de Clayton foi um dos mais importantes porque, além de confirmar a presença de Elisa no sítio de Bruno, ele também assumiu que o carro do goleiro apreendido em uma blitz de trânsito seria lavado com óleo diesel para tentar retirar as manchas de sangue que exames de DNA comprovaram ser de Elisa. Vasconcelos chegou a cogitar a possibilidade de pedir uma acareação entre Guimarães e Clayton, mas desistiu.

Ainda durante a manhã e início da tarde, foi ouvido o depoimento da delegada Ana Maria dos Santos, uma das policiais responsáveis pelas investigações em torno do desaparecimento e morte de Elisa Samudio. Ela descreveu toda a apuração desde que a polícia recebeu a denúncia de que "a mulher do goleiro do Flamengo" teria sido espancada e morta no sítio de Bruno até a localização e oitiva de Jorge Luiz Rosa.

O rapaz já cumpriu medida socioeducativa por envolvimento no crime, ocorrido quando ele tinha 17 anos, e hoje está incluído em programa de proteção a testemunhas. Ele é primo do jogador e revelou que Elisa havia sido sequestrada no Rio de Janeiro e levada para Minas Gerais, onde teria sido assassinada pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e, de acordo com Rosa, jogada para os cães do suspeito, cenas que o impediam de dormir. Ana Maria lembrou ainda que, pelas investigações e os depoimentos de Rosa, Macarrão teria arquitetado o sequestro e agredido Elisa mais de uma vez, declarações às quais o réu demonstrou visível indignação.

O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza teve de prestar depoimento nesta terça-feira sobre o assassinato da babá Graziele Beatriz Leal de Souza, ocorrido em janeiro de 2011, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o ex-atleta tem um sítio.Daqui a 13 dias, Bruno vai a júri pela participação no desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio em junho de 2010.

Bruno teve seu nome ligado ao homicídio de Graziele por um dos três suspeitos presos. Segundo o que esse preso teria dito à polícia, o crime teria sido encomendado por Bruno e que a mulher seria babá de um dos seus filhos. Após o depoimento desta terça-feira, no qual o jogador negou conhecer a vítima, o delegado Márcio Rocha disse que, "a princípio", não há indícios de participação de Bruno no crime.

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Rocha afirmou que será preciso confirmar alguns pontos e por isso vai ouvir a ex-mulher do jogador, Dayanne dos Santos. Ele não descarta uma acareação entre os dois, mas considera que, inicialmente, isso não será necessário. O depoimento durou cerca de duas horas e meia.

Graziele Beatriz Leal de Souza foi assassinada na porta de sua casa, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, em janeiro de 2011. Além da hipótese de que o crime teria sido encomendado por Bruno, a polícia tem como linha de investigação que a babá pode ter sido morta por engano ao ser confundida por sua irmã, Geila Leal, que tem ligações com o tráfico.

Julgamento

No segundo dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de matar um carcereiro em maio de 2000, o clima ficou tenso durante o interrogatório da última testemunha, o delegado Edson Moreira, pelo advogado de defesa Ércio Quaresma, ex-defensor de Bruno e antigo desafeto de Moreira.

Por duas horas, a defesa de Bola tentou desqualificar o delegado, que por sua vez informou ao júri que processa Quaresma por calúnia e difamação por ter sido acusado anteriormente pelo defensor de corrupção. Em seu depoimento, Edson Moreira chegou a ser questionado por Quaresma se considera Bola um serial killer, e respondeu que, para ele, trata-se de "um matador experiente e especializado".

O ex-policial é suspeito de ser o executor de Eliza Samudio e foi reconhecido pela irmã do carcereiro morto nos jornais, durante as investigações sobre o desaparecimento da modelo. A decisão do júri estava prevista para sair ainda na noite desta terça-feira.

Empresário condenado como o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza prestou depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no fim de setembro. Espontaneamente, marcou uma audiência com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Fez relatos novos e afirmou que, se for incluído no programa de proteção à testemunha - o que o livraria da cadeia -, poderá dar mais detalhes das acusações.

Dias depois do novo depoimento, Valério formalizou o pedido para sua inclusão no programa de testemunhas enviando um fax ao Supremo Tribunal Federal. O depoimento é mantido sob sigilo. Segundo investigadores, há menção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ex-ministro Antonio Palocci e a outras remessas de recursos para o exterior além da julgada pelo Supremo no mensalão - o tribunal analisou o caso do dinheiro enviado a Duda Mendonça em Miami e acabou absolvendo o publicitário.

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Ainda no recente depoimento à Procuradoria, Valério disse já ter sido ameaçado de morte e falou sobre um assunto com o qual parecia não ter intimidade: o assassinato em 2002 do então prefeito de Santo André, Celso Daniel.

A "troca" proposta pelo empresário mineiro, se concretizada, poderá livrá-lo da prisão porque as testemunhas incluídas no programa de proteção acabam mudando de nome e passam a viver em local sigiloso tentando ter uma vida normal. No caso da condenação do mensalão, Valério será punido com regime fechado de detenção. A pena ultrapassou 40 anos - o tempo da punição ainda poderá sofrer alterações no processo de dosimetria. O empresário ainda responde a pelo menos outras dez ações criminais, entre elas a do mensalão mineiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não quis comentar nesta quarta-feira (31) o novo depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério, condenado no julgamento do mensalão como o operador do esquema.

À noite, no município de Ipojuca (PE), antes de participar da abertura do 29.º Encontro Nacional de Procuradores da República, Gurgel voltou a afirmar que não considera haver nenhuma possibilidade de Valério se beneficiar da delação premiada - revelar fatos em troca de redução ou extinção de pena - na fase em que se encontra o julgamento do mensalão.

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"Se a pretensão dele fosse auxiliar esta investigação, ele deveria ter se manifestado há mais de um ano, quando a instrução criminal ainda estava em aberto."

O entendimento do procurador-geral, porém, é controverso. A maioria dos juízes que cuidam de causas que envolvem lavagem de dinheiro, por exemplo, afirma que novas revelações podem, sim, ajudar o delator a reduzir sua pena ou até mesmo tirá-lo da cadeia para o cumprimento de regime semiaberto, por exemplo.

No dia 22 de setembro, pouco depois de ter prestado o novo depoimento ao Ministério Público, um fax subscrito por Marcelo Leonardo, advogado de Valério, foi enviado ao Supremo com pedido para que o empresário pudesse dar detalhes sobre o que havia dito em troca de ser incluído no programa de proteção à testemunha. O fax de Valério também fazia referência à possibilidade da delação premiada.

"No devido tempo isso poderá ser examinado e levado em consideração", disse Gurgel. "Não na ação penal 470", insistiu. "Enquanto este julgamento não se concluir, não examino nada."

O procurador-geral garantiu que se Valério estiver mesmo correndo risco de morte "todas as providências necessárias serão adotadas" para garantir a sua segurança. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A assessoria do Instituto Lula, que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou que não se pronunciaria sobre o assunto por desconhecer o conteúdo das declarações dadas por Marcos Valério ao Ministério Público Federal.

O criminalista José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro Antonio Palocci, rechaçou com veemência a citação feita pelo empresário Marcos Valério. "É uma insanidade", protestou Batochio.

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Palocci afirma, segundo esclareceu seu advogado, que "não tratava de base de governo" e que "nunca teve nenhum tipo de contato" com o operador do mensalão. Batochio foi taxativo. Ele disse que Palocci ficou "perplexo com essa informação". "Fazer uma afirmação dessas contra quem nunca teve nenhuma participação de sustentação de base, e é este o caso de Palocci, é insanidade derivante de um estado psicológico diante da situação pessoal que ele (Marcos Valério) vive." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Marcos Valério Fernandes de Souza vive com medo, teme se tornar "arquivo morto", dizem as poucas pessoas ainda próximas do empresário condenado a 40 anos de prisão no julgamento do mensalão. Desde que entrou no Supremo Tribunal Federal com um pedido de delação premiada - quando o réu oferece mais informações sobre crimes em troca de benefícios -, o "homem-bomba" que promete levar à Justiça novas revelações sobre o escândalo capazes de atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva raramente deixa o flat para onde se mudou sozinho há pouco mais de um mês. Quando o faz, usa um carro blindado. Também passou a ser acompanhado por um segurança, assim como a sua mulher, Renilda Santiago.

A informação de que teria se separado dela por desentendimento entre o casal foi um blefe. Valério deixou a casa para preservar a família, afastando-se da mulher e dos dois filhos, confirmam os poucos amigos com quem ele ainda mantém contato. Segundo um deles, o empresário procurou um psiquiatra e vive à base de antidepressivos.

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Embora com menos frequência, ele ainda vai ao escritório, em um prédio comercial no centro de Belo Horizonte. Para seu Toyota Hilux SW4 modelo 2012 na garagem e de lá não sai. Luciano, um funcionário faz-tudo, vai buscar o almoço do chefe nas proximidades. A última vez que Valério foi visto em público nas redondezas foi há cerca de um mês, em um tradicional restaurante de comida mineira que costumava frequentar, o Dona Lucinha. Estava com o filho. Ao sair do local, ouviu de um homem do outro lado da calçada: "Ladrão, filho da p...". Cabisbaixo, apressou o passo com o menino e não mais voltou.

Desde o início de outubro, ele deixou de levar o caçula de 11 anos à escola como fazia. Em parte, por segurança. Em parte, por ser alvo de olhares condenatórios e xingamentos. Com o início do julgamento do mensalão que levou seu nome novamente às manchetes dos jornais, o menino passou a sofrer bullying de colegas.

Estudante de psicologia, a filha mais velha de Valério estaria enfrentando algo parecido. Um dia desses, deixou a aula de Ética I quando o professor anunciou que o tema seria o próprio pai.

Renilda vive com os filhos em duas casas coladas uma à outra no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte. Uma casa de mesmo padrão vizinha à propriedade, localizada no bairro de Bandeirantes, área de mansões próxima à Lagoa da Pampulha, está à venda por R$ 2,8 milhões, o mesmo valor da multa que o publicitário terá de pagar à Justiça para ressarcir os cofres públicos.

A família passa fins de semana em uma fazenda arrendada por Valério no município de Caetanópolis. Mesmo com os bens bloqueados, vivem uma vida luxuosa. Além do citado, o empresário possui ainda um Mitsubishi Pajero e um Mitsubishi Outlander, ambos 2011.

Seu advogado, Marcelo Leonardo, um dos mais renomados e caros criminalistas do País, não explica como o cliente mantém o padrão de vida apesar de ter os bens bloqueados ou para quem trabalha no escritório que mantém com Rogério Tolentino, também réu no mensalão. Procurado, Tolentino respondeu, nervoso, que não falaria. Leonardo diz que espera reduzir a pena de Valério calculada em 40 anos na dosimetria "à metade, pelo menos" e afirma ter entregue o passaporte do cliente à Justiça em 2005. Sobre a delação premiada, afirma repetidamente não ter "nada a declarar".

O superintendente da Polícia Federal em Belo Horizonte, Sergio Barbosa Menezes, disse que ainda não recebeu ordem da Justiça para eventual proteção de Marcos Valério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Na retomada dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira, os parlamentares ouviram o depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que confirmou ser amigo do contraventor e ter recebido dinheiro emprestado.

“Sou amigo dele desde a década de 80. Quando vim para Goiânia, conheci Cachoeira e sempre mantivemos amizade”, afirmou. “Mesmo que ele tenha cometido erros, não deixarei de ser amigo dele. Se falhou, vai ter que responder, mas não vai deixar de ser meu amigo”, declarou durante o depoimento.

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Leréia também admitiu ter recebido um aparelho Nextel de Cachoeira no fim dos anos 90, quando fez uma viagem para a Disney com a família. “Ele me emprestou para ir aos Estados Unidos, em 1998 ou 1999, não me recordo bem. Tenho cinco aparelhos por questão de economia, pois funcionam como rádio e não como celular. Posso falar 24 horas se eu quiser. Depois que voltei de viagem, devolvi para ele”, explicou.

O deputado também confessou ter recebido empréstimos para fazer investimentos rurais e afirmou que está devendo R$ 120 mil a Cachoeira, que pretende pagar quando ele sair da cadeia. No entanto, ele negou que seja sócio de Cachoeira na compra de um terreno e admitiu saber da ligação do contraventor com a empreiteira Delta Construções. “Não achei estranho ele estar com escritório na Delta, visto que sempre foi uma pessoa relacionada com meio-mundo: gente da Justiça, das artes, do empresariado. Carlinhos não era clandestino, não vivia na clandestinidade. Certa vez, até perguntei que negócios ele mantinha com a Delta, mas ele não quis me responder e não insisti”, frisou.

Apesar de boa parte dos parlamentares ter ficado satisfeita com o depoimento de Leréia, o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse considerar a situação do parlamentar semelhante à do ex-senador Demóstenes Torres. "A relação deles é comprometedora, e o Conselho de Ética da Câmara vai ter que investigar", afirmou.

Agenda
A reunião de líderes, que irá debater a prorrogação dos trabalhos da CPI, foi remarcada para a próxima terça-feira (16). A reunião administrativa também foi adiada, mas para a quarta-feira (17). A mudança nas datas gerou protesto de alguns parlamentares.

“Não tem por que adiar para semana que vem. Quem é que quer acobertar os corruptores do país?”, criticou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR). Para ele, existe na comissão um grande acordo para encerrar os trabalhos, mas, também segundo ele, ninguém quer assumir.

Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) discordou que exista um acordo para finalizar os trabalhos. “Seria uma afronta. Não concordamos com o encerramento desta comissão sem avançar no essencial: o monumental desvio de dinheiro público”, salientou. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) comunicou que já iniciou a coleta de assinaturas para apresentação de um requerimento com o objetivo de prorrogar o prazo.

O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão terminará em 4 de novembro. Para a comissão ter mais tempo para investigar, é preciso o apoio de um em cada três parlamentares do Congresso Nacional. São necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 81 senadores, assim como foi feito para criar a CPMI.

Com informações das agências Câmara e Senado.

A ex-esposa do empresário Sergio Falcão, morto na última terça-feira (28), deixou a sede do departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), localizado na Imbiribeira, Zona Sul do Recife, sempre prestar depoimento.

A mulher, identificada como Adriana, deixou o local acompanhada pela delegada responsável pelo caso, Vilaneida Aguiar. No final da tarde desta terça, será a vez da irmã do empresário, Alda Falcão, ser ouvida pela polícia.

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Reprodução simulada

Durou cerca de duas horas a simulação da morte do empresário Sérgio Falcão. Participaram da simulação o suspeito, Jailson Melo, a empregada do empresário, o porteiro do prédio, o funcionário de uma lavanderia – primeira pessoa a ver o dono da construtora Falcão morto – e um ator representando a vítima. A delegada Vilaneira Aguiar e o gestor do Departamento de Proteção à Pessoa, Casemiro Ulisses, além de três peritos do Instituto de Criminalística (IC) e dois papiloscopistas do Instituto de Identificação Tavares Buriu (ITB) também estiveram presentes.

Por volta das 15h15, Jaílson simulou o momento da chegada ao edificio 14 Bis. Ele interfonou e pilotando a motocicleta entrou pela garagem do prédio, localizado na Rua Félix de Brito Melo, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Na reconstituição ele apareceu mais uma vez em frente ao prédio simulando o momento em que deixou o local, por volta das 17h15.

Homicídio ou suicídio

Mesmo após a realização da reprodução simulada da morte do empresário Sérgio Falcão, as hipóteses de homicídio e suicídio continuam sendo mantidas pela polícia civil. O gestor do DHPP, Casemiro Ulisses, afirmou que somente após o resultado da perícia o caso poderá ser definido. “A simulação foi muito boa, mas ela nada acrescenta enquanto nós não tivermos o resultado pericial”.

O ex-seguraça de Sérgio Falcão, apontado como principal suspeito de cometer o assassinato do empresário, está sendo ouvido no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. O homem, filmado pelas câmeras de segurança do prédio 14 Bis, chegou na sede da especializada por volta das 8h50, desta segunda-feira (3), e não quis falar com a imprensa.

O suspeito, que integrou a Polícia Militar durante 30 anos, chegou acompanhado por dois advogados, que continuam defendendo a versão de que Sérgio teria cometido suicídio. O ex-segurança se apresentou de forma espontânea e está sendo ouvido pela delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelas investigações do caso desde a última sexta-feira (31).

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As imagens do circuito interno do prédio, divulgada na quinta-feira (30), mostram o segurança entrando no elevador e descendo no 10° andar do edifício, onde fica o apartamento do empresário. Após oito minutos ele volta aparentemente nervoso, esconde uma arma na cintura, entra no elevador e deixa o prédio. O empresário foi encontrado morto na última terça-feira (28) em um dos cômodos do apartamento. 

Na sexta-feira (31), o advogado da família de Sérgio Falcão se pronunciou sobre o caso. Em coletiva de imprensa Ernesto Cavalcanti afirmou que os familiares do dono da construtora Falcão não acreditam na hipótese de suicídio, já que ele era acompanhado por dois psiquiatras que descartaram tendências suicidas na vítima. 

Segundo o advogado, Sérgio enfrentava crises financeiras e conjugais, mas isso não o teria motivado a tirar a própria vida. O fato do laudo não encontrar resíduos de pólvora nas mãos do empresário também levam os familiares a crer que o segurança seja o principal suspeito de ter cometido o homicídio, por questões financeiras.

Brasília - Como já era esperado, o depoimento mais aguardado neste semestre pelos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira não ocorreu. Fernando Cavendish, ex-presidente da empreiteira Delta, empresa apontada como principal braço do esquema ilegal de Cachoeira, conseguiu habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer em silêncio diante da comissão e foi liberado, conforme rito adotado pela CPMI.

O presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), chegou até a propor que Cavendish desse depoimento a portas fechadas, mas o empresário se negou a falar.

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O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu que ele explicasse a afirmação de que “com R$ 6 milhões é possível comprar um senador e que, com R$ 30 milhões, você é convidado para muitas coisas”. A declaração teria sido feita por Cavendish durante conversa com os seus ex-sócios José Augusto Quintella e Romênio Marcelino, que gravaram e divulgaram a conversa na imprensa. “Quero saber quem foi o parlamentar ou que senador o senhor comprou por R$ 6 milhões”, indagou Dias. Cavendish disse apenas que “esse assunto, no momento oportuno, eu responderei”.

A Delta é atualmente uma das maiores construtoras do Brasil, maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com as investigações da Polícia Federal, a empresa repassou R$ 413 milhões, dos R$ 4 bilhões de contratos como governo, para empresas de fachada ligadas a Carlinhos Cachoeira.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já havia declarado que não tinha dúvidas de que Cavendish estava envolvido com Cachoeira.

Com informações da Agência Câmara.

Algemado com as mãos para trás, semblante tenso, o empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, chegou nesta quarta (29) ao Fórum de Brasília para responder sobre a acusação de tentar fraudar uma licitação para controlar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público de Brasília. Mas logo no início do interrogatório, Cachoeira pediu para exercer o direito constitucional de permanecer calado, para não produzir provas contra ele. Diante da recusa em responder às perguntas, o juiz o liberou de prestar o depoimento e Cachoeira foi levado de volta ao presídio.

Em depoimento à CPI Mista do Cachoeira, o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), confirmou que assessores do seu governo sofreram pressões, mas resistiram e não houve desvio de dinheiro público. Sete réus, dois deles ainda presos preventivamente, respondem pela tentativa de fraude. Um deles é o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, que também foi preso mas já está solto.

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Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, acusado de chefiar uma quadrilha, desmantelada pela Operação Monte Carlo, suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e exploração de jogos ilegais em Goiás e no entorno de Brasília.

A defesa do bicheiro pediu ao Supremo Tribunal Federal habeas corpus para que ele não fosse algemado, alegando que o cliente tem sofrido constrangimento ilegal, mas o pedido foi negado.

Brasília - Em depoimento a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, nesta quarta-feira (29), o engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor de engenharia da Desenvolvimento Rodoviário S.A (Dersa) - empresa vinculada ao governo de São Paulo - negou o desvio de dinheiro de obras públicas em benefício das campanhas eleitorais de candidatos do PSDB em 201o (José Serra à Presidência da República e Geraldo Alckmin ao Governo de São Paulo).

Reportagens da revista IstoÉ o acusam de cometer irregularidades nas obras do Rodoanel, em São Paulo. Souza afirmou que as matérias são mentirosas. Nessa terça (28), o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, negou que tenha relatado à IstoÉ qualquer desvio. À comissão ele disse que contou ter ouvido de um amigo que aditivos para obras em SP poderiam ser desviados para a campanha. Pagot também afirmou ter dito ao jornalista que isso era "papo de bêbado, de botequim, que não poderia ser provado".

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Questionado pelo relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), Paulo Souza afirmou nunca ter se envolvido com a área financeira de campanha política de nenhum candidato. "Eu gostaria que um empresário deste país viesse aqui e dissesse: ‘Eu dei dinheiro para ele’", desafiou. Ele contou ainda que move sete processos criminais e nove por danos morais, dois deles contra a IstoÉ, e afirmou que as revistas Época e Carta Capital também mentiram.

Souza negou ainda que tenha ficado com R$ 4 milhões doado por empresários para a campanha de José Serra.“O Senado do meu país está dando ao ‘líder ferido’ o direito de comprovar. Não saio desta Casa sem entregar todos os documentos comprobatórios do que eu falar”, frisou.

Delta
O ex-diretor da Dersa disse ainda que a Delta, principal empresa do esquema ilegal de Cachoeira, não foi beneficiada em licitações. “A Delta participou de todas as licitações. Ela perdeu todas por preço maior. A única obra que a Delta tem na Dersa é na marginal [Tietê], que representa 1,9% dos valores licitados. Todas as demais ela perdeu por preço maior”, informou. Segundo ele, a obra na Marginal Tietê continha quatro lotes e dois deles foram licitados pela Dersa. Apenas um foi ganho pela Delta.

Nas duas obras licitadas pela Dersa houve aditamentos, de 24,9% cada um. O contrato da Delta subiu de R$ 172 milhões para R$ 215 milhões. A Sobrenco foi de R$ 114 milhões para R$ 143 milhões. Segundo Souza, os aditivos se justificam por mudanças que precisaram ser feitas por desvios de estruturas presentes do subsolo da capital paulista.

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