Na noite do último domingo (11), uma confusão terminou com a prisão da advogada Eduarda Mercês Gomes, em Salvador, na Bahia. De acordo com testemunhas, um rapaz tentava usar o banheiro de uma loja de conveniência no bairro da Barra, mas foi impedido por não ter comprado nada e a advogada teria se oferecido para pagar qualquer produto pelo rapaz, que mesmo assim não teve permissão para usar o banheiro e a polícia foi acionada. Em resposta ao LeiaJá, a PM afirmou que “Os policiais foram ao posto por estarem passando em frente e terem percebido que algo de anormal acontecia no estabelecimento”.
Em um vídeo feito por pessoas que acompanharam a ocorrência, Eduarda aparece sendo puxada, jogada no chão e algemada por policiais. Um deles pisa e apoia o joelho em cima da barriga dela, enquanto pessoas em volta protestam contra a atitude da polícia. Depois, um jovem que se aproxima da polícia é fortemente empurrado para longe por um dos PMs. Sob vaias, os policiais levaram a mulher para a viatura e de lá para a central de flagrantes, sob a acusação de injúria racial e desacato.
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A polícia afirma que foi acionada devido a uma confusão e que no momento em que os agentes chegaram alguns clientes estavam exaltados querendo usar um banheiro que estava interditado e gritavam palavras de cunho racista contra um dos funcionários da loja. Ainda de acordo com a polícia, Eduarda estava muito exaltada, gritava palavrões, deu um tapa em um dos policiais e também cometeu injúria racial contra o funcionário do posto, chamando-o de “preto safado”.
"Ela me disse que não agrediu nenhum policial, e no depoimento ela disse que não agrediu policial e que não proferiu palavra de baixo calão", afirmou o advogado Roberto João Starteri Filho sobre Eduarda. Ela passou por exames no Instituto Médico Legal (IML), após sua saída da central de flagrantes, e na segunda-feira (12) tornou a fazer exames. "Depois, ela foi levada para a delegacia de flagrantes, foi no IML fazer o exame de corpo de delito. E hoje foi fazer exames particulares, porque ela me disse que não conseguiu nem dormir de dor", disse o advogado.
Questionada sobre as imagens, sobre o uso de força em excesso por parte dos policiais e sobre o fato de policiais homens estarem agindo de forma agressiva com uma mulher, a Polícia Militar do Estado da Bahia afirmou ao LeiaJá que “Não havia possibilidade de acionamento de uma policial feminina no momento e isso não é uma exigência para qualquer intervenção policial; Apenas ao analisar as imagens não há como afirmar se há excesso de força por parte dos policiais, pois não podemos dimensionar a força que a resistente oferecia. O uso de algemas é uma medida de prevenção para garantir, inclusive, a preservação da integridade física do conduzido; quanto à intervenção das pessoas que a acompanhavam tentando intervir na ação dos policiais, direcionamos as imagens para a corregedoria da corporação para uma análise técnica”.
De acordo com a Polícia Civil, nenhum boletim de ocorrência foi registrado por Eduarda contra os policiais, mas ela recebeu uma guia para fazer os exames de lesão corporal. O caso será encaminhado para a 14ª Delegacia (Barra).
Confira o vídeo do momento em que a advogada é algemada:
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