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Um mês depois de sua chegada ao poder com a promessa da uma diplomacia norte-americana no extremo oposto da adotada por Donald Trump, Joe Biden participa nesta sexta-feira (19) de seu primeiro encontro com seus aliados do G7, encontro que se concentrará na resposta à pandemia e, sobretudo, nas vacinas.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, preside esta reunião que acontecerá na tarde de hoje, de forma virtual, entre os líderes de Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Itália e Japão e na presença dos mais altos representantes da União Europeia.

Londres assumiu a presidência temporária do grupo e espera sediar em junho uma cúpula de líderes no balneário da Cornualha.

Este encontro é o primeiro desde abril de 2020, já que a situação sanitária mundial levou ao cancelamento da cúpula que estava sendo organizada por Trump.

Enquanto isso, a chegada à Casa Branca de seu sucessor democrata encerrou quatro anos de unilateralismo forçado, como demonstra o anúncio de Washington de retornar às organizações e aos compromissos multilaterais, como o Acordo de Paris sobre o Clima e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em suas primeiras entrevistas e discursos, Biden traçou as principais linhas da evolução da diplomacia norte-americana: posição mais dura com a Rússia de Vladimir Putin, distanciamento da Arábia Saudita, disposição para voltar ao acordo nuclear com o Irã e sinais de reaproximação com aliados maltratados no último governo republicano.

Como um sinal de sua vontade de reparar as relações transatlânticas, Biden deve falar com Boris Johnson e Angela Merkel na Conferência de Segurança de Munique nesta sexta-feira, um fato sem precedentes para um presidente americano neste evento anual que reúne chefes de Estado, diplomatas e especialistas em segurança.

Em sua intervenção no G7, o democrata espera "se concentrar na resposta internacional à pandemia da covid-19, incluindo a coordenação da produção, distribuição e entrega de vacinas", disse a Casa Branca em um comunicado.

A chanceler alemã, Angela Merkel, espera que o "G7 assuma a responsabilidade" pela pandemia, segundo seu porta-voz.

Em particular, será analisado o Covax, dispositivo da ONU criado por várias organizações internacionais, incluindo a OMS, ao qual Washington prometeu aderir. Na reunião, Biden anunciará a contribuição de US$ 4 bilhões para a Covax, antecipou a Casa Branca na quinta-feira (18).

Boris Johnson, que pode se gabar do sucesso de sua campanha de vacinação, prometeu redistribuir a maior parte de seu excedente por meio da Covax.

Para além da covid-19, o líder britânico deverá defender uma cooperação sanitária reforçada, de modo a reduzir para 100 dias o tempo necessário para desenvolver vacinas contra novas doenças.

Já Biden também quer aproveitar o encontro para reiterar a prioridade que seu governo dará à questão climática.

Os advogados de Donald Trump apresentam nesta sexta-feira (12) no Senado os argumentos de defesa no julgamento político do ex-presidente dos Estados Unidos por "incitação à insurreição", e se espera que os republicanos votem majoritariamente pela absolvição.

"Estou ansioso para ver o que meus amigos republicanos farão, ver se vão se levantar", disse Biden aos jornalistas na Casa Branca.

Na quinta-feira, Biden disse que "alguns (legisladores) podem ter mudado de opinião" após as evidências apresentadas contra Trump, sugerindo que os senadores republicanos poderiam condenar o ex-presidente.

No entanto, até o momento não há indícios de que os democratas conseguirão convencer os 17 republicanos necessários para alcançar os dois terços de votos para condenar Trump, que continua mantendo o controle sobre a ala direita de seu partido.

Os democratas que atuam como procuradores encerraram na quinta-feira a apresentação das acusações após dois dias, com alguns momentos carregados de emoção. Agora os advogados do empresário republicano terão a oportunidade de responder.

Eles devem ser breves. "Não há razão para ficarmos aqui por muito tempo. Como disse desde o início, este julgamento nunca deveria ter acontecido", afirmou um dos advogados, David Schoen, ao canal Fox News.

Trump é objeto de um julgamento político, acusado de "incitação à insurreição" após sua derrota para Joe Biden nas eleições de 3 de novembro.

A acusação afirma que o ex-presidente começou a gerar o terreno fértil para o ataque contra o Capitólio em 6 de janeiro, com denúncias sem provas de fraude eleitoral em massa contra ele.

No dia 6 de janeiro, Trump discursou perto da Casa Branca e pediu a seus simpatizantes que seguissem até o Congresso, que certificaria a vitória de Biden no mesmo dia.

Uma turba invadiu o edifício do Congresso, em um ataque que terminou com cinco mortos, incluindo um policial.

Os acusadores insistem que Trump é "perigoso" e deveria ser impedido de voltar a concorrer à presidência.

Mas os advogados do ex-presidente estão dispostos a argumentar que seu discurso foi retórico e ele não pode ser responsabilizado pelas ações da multidão.

Também alegam que o julgamento político é inconstitucional porque Trump não está mais na presidência, embora o Senado tenha rejeitado este argumento na terça-feira.

- "Pacote de entretenimento" -

As imagens apresentadas pelos procuradores democratas mostraram uma multidão perseguindo oponentes de Trump, enquanto figuras importantes, incluindo o então vice-presidente Mike Pence, fugiam para um local seguro.

A defesa afirmará que o ex-presidente não afirmou de forma expressa para que os seguidores cometessem atos de violência.

Schoen criticou as imagens apresentadas pela acusação como um bom "pacote de entretenimento".

Mas o líder da parte acusadora, Jamie Raskin, disse que Trump estimulou o extremismo antes mesmo das eleições.

"Esta insurreição pró-Trump não surgiu do nada", disse Raskin. "Esta não foi a primeira vez que Donald Trump inflamou e incitou uma turba".

Ele afirmou que era imperativo condenar Trump e proibir que volte a concorrer à Casa Branca em 2024.

"Há algum líder político nesta sala que acredite que Donald Trump deixará de incitar a violência para conseguir o que deseja se voltar ao Salão Oval?", questionou Raskin. "Você apostaria o futuro de sua democracia nisto?"

Também rebateu a afirmação da defesa de que o então presidente estava exercendo seu direito constitucional à liberdade de expressão.

"Ninguém pode incitar uma insurreição", afirmou Raskin.

O senador republicano Bill Cassidy reconheceu que as imagens eram "fortes", mas disse que "ainda é preciso ver" como influenciarão o processo.

Outros senadores republicanos parecem decididos a não romper com Trump.

"O voto de 'não culpado' está crescendo", afirmou no Twitter o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul. "Acredito que a maioria dos republicanos considerou ofensiva e absurda a apresentação" da acusação democrata.

Os demandantes de asilo obrigados a permanecer no México enquanto aguardam a resolução de seu caso nos Estados Unidos começarão a ser admitidos em território americano a partir da próxima semana, anunciou nesta sexta-feira (12) o governo de Joe Biden.

No início de fevereiro, Biden instruiu o Departamento de Segurança Interna (DHS) a adotar ações para acabar com o polêmico programa Protocolos de Proteção ao Migrante (MPP em inglês) instaurado por seu antecessor, Donald Trump.

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A iniciativa obrigou dezenas de milhares de requerentes de asilo a permanecer na fronteira à espera da resolução de seus casos, o que gerou uma crise humanitária na região, agravada pela pandemia de Covid-19.

"A partir de 19 de fevereiro, o DHS vai começar a primeira fase de um programa para restaurar o processamento seguro e ordenado na fronteira", anunciou o Departamento em um comunicado no qual explica que a medida iniciará com pessoas que foram obrigadas a permanecer no México sob o MPP.

Para restabelecer o processo de pessoas na fronteira com o México, o DHS vai começar com os casos de quase 25.000 pessoas que, calcula, têm casos ativos no âmbito do programa MPP.

A ONG American Immigration Council calcula que de janeiro de 2019, quando o programa começou a ser implementado, a dezembro de 2020 pelo menos 70.000 pessoas foram devolvidas ao México sob os acordos MPP.

As autoridades americanas ressaltaram que estão trabalhando de maneira próxima com o governo do México e com organizações internacionais e ONGs na fronteira.

Devido à pandemia as pessoas transferidas aos Estados Unidos serão submetidas a testes de coronavírus, explicou uma fonte do DHS, que pediu para não ser identificada.

- "Não viajar à fronteira"-

O secretário do DHS, Alejandro Mayorkas, o primeiro latino e o primeiro imigrante a comandar o departamento, ressaltou que o governo dos Estados Unidos está comprometido a "reconstruir um sistema de imigração seguro, ordenado e humano".

"Esta última ação é outro passo a mais em nosso compromisso para reformar as políticas migratórias que não estão alinhadas com os valores de nosso país", afirmou Mayorkas em um comunicado.

O programa polêmico foi parte do plano de Trump para lutar contra a imigração irregular, após as grandes caravanas do fim de 2018 e início de 2019.

Trump tratou durante todo seu mandato a luta contra a imigração ilegal como uma das principais marcas de seu governo, o que incluiu seus esforços para construir um muro na fronteira e planos como a política de "tolerância zero" que separou milhares de famílias migrantes.

Depois de tomar posse em 20 de janeiro, Biden anunciou que se governo reverteria as medidas mais polêmicas e criou um grupo de trabalho para reunir as famílias que continuam separadas, uma política que chamou de "vergonhosa".

Ainda no dia da posse de Biden, o DHS anunciou a suspensão do programa MPP e pediu a todos os inscritos que "permanecessem onde estavam" para aguardar por informações sobre seus casos.

O governo americano informou nesta sexta-feira que os que aguardam "não devem tomar nenhuma ação no momento" e serão informados. Também advertiu que "os que não são candidatos para esta fase do programa devem aguardar novas instruções e não viajar à fronteira".

Um ano depois do primeiro julgamento político, o ex-presidente Donald Trump enfrentará a partir de terça-feira (9) um segundo processo no Senado, cujos integrantes devem determinar se ele incitou ou não o ataque ao Capitólio que deixou cinco mortos em janeiro.

Os 100 senadores também entrarão em território polêmico e inexplorado ao julgar um presidente que não está mais no cargo. Trump continua gravitando ao redor do Partido Republicano, apesar de ter deixado a Casa Branca, mas hoje parece politicamente enfraquecido.

No centro dos procedimentos da próxima semana está o ataque de 6 de janeiro, quando centenas de partidários de Trump invadiram o Congresso, enfrentaram a polícia e tentaram impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

O levante, que segundo alguns congressistas democratas foi uma tentativa de golpe protagonizada por terroristas domésticos, foi descrito como o maior ataque à democracia americana desde a Guerra Civil de 1860.

A ação deixou os membros do Congresso em choque e a nação tão enfurecida que os democratas iniciaram de maneira imediata o processo de destituição contra Trump, duas semanas antes do fim de seu mandato.

Em 13 de janeiro, a Câmara de Representantes o acusou de "incitação à insurreição", o que transformou Trump no primeiro presidente americano a ser submetido duas vezes a um julgamento político. Nenhum outro comandante em chefe foi tão desonrado.

Nenhum presidente dos Estados Unidos, no entanto, foi condenado em um julgamento de impeachment no Congresso e provavelmente esta não será a exceção. Um dos principais objetivos dos democratas que defendem o julgamento político seria conseguir que Trump não possa mais ocupar um cargo eletivo no futuro.

Os canais de televisão americanos cobriram o ataque ao Congresso ao vivo. Alguns vídeos que circularam na internet mostram participantes da invasão ao Capitólio repetindo que Trump "nos quer aqui". Os críticos do ex-presidente afirmam que ele violou o juramento ao incitar o ataque de seus partidários.

O republicano e seus aliados argumentam que o julgamento é inconstitucional porque o Senado pode condenar e destituir um presidente em exercício, mas não um cidadão comum. Esta abordagem permitiria à equipe de defesa e aos senadores republicanos evitar a necessidade de defender os tuítes e diatribes de Trump no período prévio ao ataque.

A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, que reuniu um equipe de nove democratas para atuar como relatores do julgamento político, afirma que não condenar o ex-presidente prejudicaria a democracia americana.

"Veremos se este Senado é corajoso ou covarde", afirmou Pelosi na quinta-feira.

"Barril de pólvora"

Condenar Trump exige o voto de mais de dois terços dos senadores, o que significa que 17 republicanos precisariam votar ao lado dos 50 democratas, algo pouco provável. Mas o ex-presidente tem muito a perder com o julgamento, que será exibido ao vivo.

Embora conserve uma sólida base de apoio, os distúrbios provocaram uma forte queda em sua popularidade, o que não é bom para um homem de 74 anos que almeja disputar as eleições presidenciais de 2024.

Em um relatório prévio ao julgamento que resume seus argumentos, a equipe de nove democratas reunida por Pelosi acusa Trump de "fabricar um barril de pólvora, riscar um fósforo e depois buscar uma vantagem pessoal do caos resultante".

Também sinalizaram a intenção de utilizar várias declarações públicas incendiárias do próprio Trump, incluindo seu discurso de 6 de janeiro anterior aos distúrbios, pronunciado para uma multidão de simpatizantes perto da Casa Branca e no qual pediu que as pessoas demonstrassem "força".

"Vocês nunca terão o nosso país de volta com fraqueza", disse Trump, antes de pedir aos manifestantes a "lutar como o inferno ".

Os advogados de defesa priorizam dois pontos: que o julgamento é "discutível" porque Trump não pode ser destituído de um cargo que não ocupa mais e que o ex-presidente utilizou seu direito à livre expressão quando expressou dúvidas sobre o resultado eleitoral, assim como quando pronunciou o discurso inflamado de 6 de janeiro.

Os parâmetros do julgamento ainda não foram estabelecidos.

Os democratas não anunciaram que provas utilizarão nem as pessoas que pretendem convocar como testemunhas, por exemplo os policiais que trabalhavam no Capitólio. Mas o convite para que Trump testemunhe no julgamento foi rejeitado pela equipe do ex-presidente.

De acordo com a imprensa americana, os democratas não consideram a ideia de obrigar Trump a comparecer ao processo.

Os republicanos, divididos sobre a futura orientação do partido, não desejam aprofundar ainda mais suas divergências por este episódio.

Muitos democratas pretendem priorizar os acordos com a oposição para aprovar o gigantesco pacote apresentado pelo presidente Biden para combater a pandemia de covid-19.

Donald Trump se reuniu nesta quinta-feira (28), na Flórida, com o líder da minoria opositora na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, em meio a um cabo de guerra sobre o futuro do Partido Republicano, com a liderança do Congresso parecendo ansiosa para apresentar uma frente unida contra o ex-presidente.

A recuperação da Câmara em 2022 foi o tema principal da reunião, realizada no clube de Trump em Palm Beach, de acordo com uma leitura oferecida pelo Save America, comitê de ação política ligado ao ex-presidente.

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"A popularidade do presidente Trump nunca esteve tão forte quanto hoje", afirmou McCarthy, que apoiou as acusações de fraude eleitoral feitas pelo ex-presidente, mas se afastou do mesmo depois que ele foi acusado de incentivar a invasão ao Capitólio no começo do mês. Nesta quinta-feira, no entanto, mostrou-se novamente próximo de Trump, aparecendo sorridente ao seu lado em uma fotografia.

"O presidente Trump se comprometeu a ajudar a vitória dos republicanos na Câmara e no Senado em 2022", indicou McCarthy, em um comunicado no qual também atacou os democratas, por "acusarem um presidente que, agora, é um cidadão comum. Um movimento conservador unido fortalecerá os laços dos nossos cidadãos e defenderá as liberdades sobre as quais nosso país foi fundado."

A representante democrata Katherine Clark expressou surpresa pelo fato de McCarthy ter se alinhado a Trump após a invasão ao Capitólio. Após ser acusado pela segunda vez no Congresso, fato sem precedentes para um presidente na história americana, não estava claro quanta influência política Trump manteria ao deixar a Casa Branca.

Após a divulgação de pesquisas que revelam o amplo apoio recebido por Trump em seu partido, líderes republicanos afirmaram que irão permanecer na órbita do ex-presidente, ou, pelo menos, não romperão publicamente com o mesmo.

Se Trump for condenado no julgamento político que terá início em fevereiro, o partido se verá enfraquecido severamente em suas aspirações de retomar dos democratas o controle do Congresso. "No partido, você tem a ala Trump, que deseja expurgar aqueles que resistiram às mentiras do presidente, e tem a ala do establishment, que deseja expurgar os apoiadores de Trump", disse ao canal MSNBC o ex-congressista republicano Carlos Curbelo. "Neste momento, está claro que a ala Trump é dominante".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinará nesta segunda-feira (25) uma ordem executiva priorizando empresas e produtos americanos em contratos com o governo federal, um incentivo ao lema "Made in America", já defendido por seu antecessor Donald Trump.

Este texto, explicaram funcionários da Casa Branca, visa relançar a produção nacional e preservar empregos, aumentando "o investimento em indústrias manufatureiras e trabalhadores".

Menos de uma semana após sua posse, Biden já deixou claras suas prioridades sob as ordens executivas, apesar de seu gabinete não estar 100% composto, com cargos como secretário de Estado ainda a serem confirmados.

A nova ordem executiva reduz a possibilidade de descumprimento de regras existentes que exigem que as autoridades federais priorizem a compra de produtos fabricados nos Estados Unidos.

Biden quer limitar as brechas que algumas agências federais usam para comprar produtos feitos nos Estados Unidos de empresas que geralmente fabricam apenas uma pequena parte dos produtos vendidos ao governo em solo americano.

- Evitar una guerra comercial -

A decisão de Biden segue o caminho traçado por seus antecessores, especialmente Trump.

O ex-presidente já havia assinado uma ordem executiva instando o governo federal a comprar mais produtos feitos nos Estados Unidos.

Também aprovou grandes pacotes tarifários contra as importações.

Mas, em vez de uma guerra comercial com outros países, Biden está focado em endurecer as regras para a "compra de produtos americanos", graças ao poder econômico do governo federal.

"Os dólares gastos pelo governo federal são uma ferramenta poderosa para apoiar os trabalhadores e fabricantes americanos. Só as compras públicas respondem por quase 600 bilhões de dólares de gastos federais", disse um funcionário do governo.

O American Products Purchase Act de 1933, ainda em vigor, exige que as agências federais priorizem a compra de bens produzidos em solo americano, mas "essas preferências nem sempre foram implementadas de forma consistente ou efetiva", segundo o governo.

O texto altera a definição do que é considerado um produto feito nos Estados Unidos e reduz as possibilidades de isenções.

O governo também quer que as startups, inclusive as pequenas, tenham acesso a licitações.

- Fortalecimento da rede de abastecimento -

Biden prometeu durante sua campanha presidencial fortalecer a ideia de comprar mais produtos locais com um plano de 400 bilhões de dólares para projetos que utilizem produtos fabricados nos Estados Unidos, como aço ou equipamentos de proteção para trabalhadores de saúde que lutam contra a covid-19.

Após a eleição, o presidente disse que o governo federal compraria carros americanos e outros produtos.

No entanto, as empresas já alertaram que regulamentações excessivamente restritivas podem aumentar os custos, dificultando a compra de peças produzidas fora dos Estados Unidos.

A ordem executiva também deve ser vista como parte do "compromisso do presidente em investir na indústria americana, incluindo energia limpa e redes de suprimentos básicos", disse um funcionário.

Biden "continua empenhado em trabalhar com parceiros e aliados para modernizar as regras do comércio internacional ... para garantir que todos os países possam usar os dólares dos contribuintes para estimular o investimento em seus próprios países", disse um funcionário.

Os democratas apresentam ao Senado nesta segunda-feira (25) a acusação contra Donald Trump, na abertura formal do segundo julgamento político contra o ex-presidente dos Estados Unidos, acusado de "incitar a insurgência" durante o ataque contra o Capitólio.

Menos de uma semana depois de deixar a Casa Branca, o magnata republicano está mais uma vez no centro das notícias em Washington enquanto seu sucessor, o democrata Joe Biden, assina dezenas de decretos em uma tentativa de restaurar a maior economia do mundo e lutar contra a pandemia de coronavírus.

Acusado de "incitar a insurgência" pela Câmara de Representantes em 13 de janeiro, Trump se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a enfrentar impeachment em duas ocasiões.

Agora será o primeiro a enfrentar o impeachment após deixar o cargo. A abertura formal do julgamento será marcada na noite de segunda-feira por uma cerimônia solene.

Por volta das 19h (21h de Brasília), os "promotores" da Câmara de Representantes apresentarão no Senado a acusação contra Trump de ter incitado seus partidários a invadir a sede do Congresso em 6 de janeiro, enquanto parlamentares certificavam a vitória de seu adversário nas eleições presidenciais.

O ataque, que deixou cinco mortos, chocou os Estados Unidos e levou muitos republicanos a denunciarem o comportamento do tempestuoso bilionário.

Mas uma condenação no Senado parece improvável nesta fase, já que o magnata tem muitos apoiadores.

Após a apresentação da acusação, os senadores, que serão jurados, serão empossados na terça-feira.

O julgamento em si só começará em 9 de fevereiro.

- Confirmação de Yellen -

Esse atraso permitirá que vários membros do gabinete de Biden sejam confirmados pelo Senado nesse meio tempo.

Na tarde de hoje, o Senado deve aprovar a nomeação de Janet Yellen como secretária do Tesouro.

A votação de confirmação para o futuro chefe da diplomacia, Antony Blinken, ainda não está marcada, mas estima-se que seja esta semana.

Biden também espera usar essas duas semanas para pressionar o Congresso por várias medidas importantes.

No entanto, a principal de suas propostas, um plano de 1,9 trilhão de dólares para impulsionar a economia e combater a pandemia, pode ser difícil de ser aprovada como está, dependendo da oposição dos republicanos.

Desde quarta-feira, os democratas assumiram o controle do Senado. A Câmara de Representantes já era dominada por eles.

Na Câmara alta, passam a ter 50 cadeiras, o mesmo número dos republicanos, com a diferença de que, em caso de empate na votação, a nova vice-presidente Kamala Harris tem voto decisivo.

Sessenta votos são necessários para aprovar as principais reformas.

Dois terços do Senado devem condenar Donald Trump, o que significa que para isso os democratas devem obter o apoio de 17 republicanos.

Um placar difícil, ainda que o influente líder da minoria, Mitch McConnell, não tenha descartado a condenação de Trump.

"Acho esse julgamento estúpido. Acho que vai ser contraproducente", afirmou o senador republicano Marco Rubio ao Fox Sunday.

"O país já está pegando fogo, é como jogar gasolina."

Muitos senadores republicanos consideram inconstitucional sujeitar um ex-presidente ao impeachment.

Outros apoiam esse procedimento.

"Se quisermos que este país se una, é importante reconhecer que é preciso responsabilidade, verdade e justiça", disse Mitt Romney no domingo à Fox.

O ex-candidato presidencial foi o único senador republicano a condenar Trump no primeiro julgamento de impeachment, em fevereiro de 2020.

O julgamento do impeachment do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump começará no Senado na segunda semana de fevereiro, vários dias após a Câmara dos Representantes enviar à Câmara Alta a acusação contra o republicano, disse o senador Chuck Schumer, líder da maioria democrata.

O cronograma reflete um acordo alcançado com a minoria republicana do Senado, que permitirá que a equipe jurídica do ex-presidente se prepare e a Câmara Alta avance em outras questões cruciais, incluindo a confirmação dos indicados a compor o gabinete do presidente Joe Biden.

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A Câmara dos Representantes abriu um processo de impeachment contra Trump pela segunda vez em 13 de janeiro, uma semana antes do magnata republicano deixar a presidência. Desta vez, Trump foi acusado de insuflar apoiadores a atacar o Capitólio em 6 de janeiro, incidentes que deixaram cinco mortos, incluindo um policial, e chocaram o país e o mundo.

Schumer disse que a ata de impeachment de Trump será entregue e lida no Senado na segunda-feira às 19h00 locais (21h00 do horário de Brasília). Os 100 senadores prestarão juramentos como jurados do julgamento no dia seguinte.

Membros da Câmara dos Representantes nomeados pela presidente Nancy Pelosi como gerentes do julgamento de impeachment, e os membros da equipe de defesa de Trump ainda não nomeados, terão tempo para redigir seus argumentos e defesas.

"Assim que os textos forem redigidos, a apresentação das partes começará na semana de 8 de fevereiro", disse Schumer a seus colegas no Senado.

Até lá, o Senado decidirá sobre as nomeações para o gabinete de Biden "e sobre o projeto de lei que proporcionaria alívio a milhões de americanos que estão sofrendo durante esta pandemia", explicou Schumer.

"A cura e a unidade só virão se houver verdade e responsabilidade, e é isso que este julgamento proporcionará", continuou.

As partes deliberarão se Trump deve ou não ser condenado pelo que a Constituição dos Estados Unidos descreve como "crimes graves e erros".

Trump foi acusado de "incitamento à insurreição" durante um discurso em Washington ao meio-dia de 6 de janeiro, antes que uma multidão de seus seguidores invadisse a sede do Congresso durante a certificação da vitória eleitoral do democrata Biden.

- "Rapidez sem precedentes" -

O atraso no julgamento é o resultado de um acordo que Schumer alcançou com o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.

McConnell foi um aliado próximo de Trump no Congresso durante todos os quatro anos do mandato do republicano, mas repreendeu duramente o então presidente por tentar repetidamente anular os resultados das eleições e por incitar os manifestantes.

O influente senador republicano propôs adiar o julgamento até fevereiro, argumentando que Trump precisa de tempo para contratar advogados e preparar sua defesa.

Na sexta-feira, McConnell lembrou a "rapidez sem precedentes" do processo na Câmara dos Representantes, onde Trump foi indiciado após apenas um dia de debate.

Trump é o único presidente americano a ser indiciado duas vezes pela Câmara dos Representantes. Em dezembro de 2019, o republicano foi indiciado por "abuso de poder" e "obstrução ao bom funcionamento do Congresso".

Trump foi acusado de pedir à Ucrânia que investigasse uma suposta corrupção ligada a seu então rival político Biden, em troca de desbloquear ajuda militar crucial para aquele país, em guerra.

O Senado, então de maioria republicana, o absolveu em 5 de fevereiro de 2020, após duas semanas de julgamento.

Com o Senado agora composto por 50 democratas e 50 republicanos, e uma maioria de dois terços necessária para condenar Trump, pelo menos 17 republicanos teriam de votar contra o ex-presidente para garantir uma condenação.

Se isso acontecer, uma votação subsequente ocorrerá sobre a proibição de Trump de ocupar cargos públicos no futuro, o que o impediria de concorrer em 2024, como ele deu a entender que pretende fazer.

Além de Trump, dois outros presidentes foram submetidos a julgamentos de impeachment: os democratas Bill Clinton, em 1998, e Andrew Johnson, em 1868. O republicano Richard Nixon, em 1974, renunciou para evitar ser indiciado pelo escândalo 'Watergate'.

Nesta quarta (20), dia em que o novo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe BIden, toma posse, a saída de Donald Trump - derrotado nas urnas por Biden -, repercutiu em todo o mundo. Os famosos brasileiros também ficaram atentos à movimentação na Casa Branca, sede do poder na América do Norte, e falaram sobre a saída de Trump da presidência nas redes sociais.

A apresentadora Ana Maria Braga abriu um espaço em seu programa para o jornalismo da Globo mostrar o momento em que Trump deixou a Casa Branca. Ao anunciar a entrada de Maju Coutinho que trazia a notícia, ela disse que “finalmente” o ex-presidente deixava o poder. Em seguida, ela comentou a postura de Donald, que se recusou a participar da posse de Biden. “Eu como mãe do interior diria que parece aqueles meninos mimados que jogam futebol com os amiguinhos e a bola é dele. Ele fica chateado, pega a bola, fala que acabou o jogo, leva ela embora e acabou a brincadeira".

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Já no Twitter, outro famosos também se manifestaram. O ator Bruno Gagliasso parou o próprio Trump e tuitou: “Stop the day”, em alusão a um tuíte do ex-presidente durante a contagem dos votos. O apresentador Luciano Huck também fez um comentário. “Trump foi capítulo nebuloso da democracia dos EUA: truculento, negacionista, construtor de muros e não de pontes. Sai pela porta dos fundos da Casa Branca”. 

Joe Biden marcará sua entrada na Casa Branca, em Washington, nesta quarta-feira (20), com 17 decretos para reverter políticas que marcaram a gestão de seu antecessor Donald Trump - anunciou sua equipe.

Entre elas, estão o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris sobre o clima, a anulação da decisão de deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a construção do muro na fronteira com o México.

Um marco nessa mudança é que o imunologista Anthony Fauci falará em nome dos Estados Unidos em uma reunião do Conselho Executivo da OMS na quinta-feira (21), informou Jeff Zients, encarregado da resposta à pandemia do novo governo que toma posse nesta quarta-feira.

Para limitar a propagação do vírus - que já deixou mais de 400 mil mortos no país -, o presidente vai assinar um decreto para tornar obrigatório o uso de máscaras em prédios federais e para funcionários do governo central.

Para aliviar os efeitos da crise induzida pela pandemia, Biden planeja uma moratória aos despejos e um congelamento dos empréstimos federais a estudantes.

Para o democrata, o combate ao aquecimento climático é outra prioridade de seu mandato e, assim que chegar ao gabinete, enviará um e-mail à ONU para que os Estados Unidos possam voltar em um mês ao Acordo de Paris contra o aquecimento global, acrescentou Gina McCarthy, responsável por este assunto no novo gabinete.

Biden também quer reverter uma série de medidas de desregulamentação ambiental tomadas pelo governo republicano. Entre elas, vai revogar a autorização para o polêmico gasoduto Keystone XL, que liga os Estados Unidos ao Canadá.

- Naturalização -

Em termos de política migratória, o democrata busca nadar contra a onda de decretos que formou a doutrina Trump, a qual buscava fazer do combate à imigração irregular uma marca registrada de seu governo.

Biden anunciou que revogará um decreto de imigração altamente polêmico que proíbe a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de países predominantemente muçulmanos.

Também vai suspender as obras do muro da fronteira com o México, financiado pelo orçamento do Pentágono. Esta medida gerou disputas acirradas que agitaram a Presidência de Trump.

No âmbito legislativo, Biden apresentará um projeto de lei ao Congresso. Um dos pontos principais é que dará a quase 700 mil jovens que chegaram aos EUA de forma ilegal na infância, acompanhados dos pais, grupo conhecido como "Dreamers", um caminho para sua naturalização.

Os migrantes que se beneficiam do Estatuto de Proteção Temporária (TPS) - uma proteção que Trump tentou derrubar - também estão incluídos em um plano de múltiplas etapas que pode culminar em sua nacionalização.

"Será um privilégio trabalhar com o Congresso para aprovar a reforma legislativa sobre imigração e oferecer esse caminho, além de oferecer uma solução permanente para o que é claramente um sistema falido", disse Alejandro Mayorkas, nomeado para chefiar o Departamento de Segurança Interna - que administra política de imigração -, durante sua audiência de confirmação no Senado.

O projeto também inclui fundos adicionais para aumentar a vigilância e os controles nas fronteiras e um plano de assistência para El Salvador, Guatemala e Honduras, os países de origem da maioria desses migrantes.

Essa iniciativa irá para debate em um Congresso que será dominado por democratas em ambas as casas.

Os assessores de Biden anunciaram que esta salvaguarda é a primeira de uma série de mudanças que o governo pressionará nos próximos dias.

Emocionado, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, voou para Washington nesta terça-feira (19), véspera de sua posse, enquanto seu antecessor, Donald Trump - que vai ignorar a posse de Biden - pela primeira vez desejou sucesso ao novo governo.

Lágrimas rolaram pelo rosto do democrata em uma cerimônia de despedida em sua cidade natal, Wilmington, Delaware, onde ele homenageou seu falecido filho e político em ascensão Beau, antes de pegar um avião para a capital.

"Desculpe a emoção, mas quando eu morrer, Delaware estará escrito em meu coração", disse Biden. "Só lamento que ele não esteja aqui". Trump, que não aparecia em público havia uma semana, quebrou seus dias de silêncio com um discurso de despedida em vídeo.

Pela primeira vez, Trump pediu aos americanos que "rezem" pelo sucesso do novo governo de Biden - uma mudança de tom após semanas tentando persuadir seus seguidores de que o democrata trapaceou na eleição.

O republicano, porém, ainda não parabenizou Biden pessoalmente nem o convidou para o tradicional chá no Salão Oval.

Em um de seus últimos atos, Trump deve emitir dezenas de perdões, com muitas especulações sobre quem pode entrar na lista.

Do lado de fora da cerca da Casa Branca, o centro de Washington assumiu um visual distópico antes da posse, lotado de tropas da Guarda Nacional, barreiras de concreto e arame farpado, e praticamente sem a presença de pessoas comuns.

Para aumentar a tensão, espera-se que o Senado julgue Trump em breve, após seu histórico segundo impeachment pela Câmara dos Representantes por causa do ataque ao Capitólio.

- Biden chega à capital -

Biden partiu com sua esposa, Jill, para Washington, onde, à noite, fez um homenagem aos mortos pela covid-19 ao lado da nova vice-presidente, Kamala Harris.

Mais de 400 mil pessoas já morreram pelo coronavírus nos EUA. "Para curar, devemos lembrar. Às vezes é difícil lembrar, mas é assim que nos curamos. É importante fazer isso como uma nação", declarou Biden.

Na capital, o vasto gramado do National Mall, fechado ao público, foi preenchido com cerca de 200 mil bandeiras dos Estados Unidos para representar a multidão que, em outro contexto, participaria da posse.

Enquanto isso, mais de 20 mil soldados da Guarda Nacional estão em serviço, muitos carregando rifles automáticos e vestidos com equipamentos de combate completos.

Biden está chegando com uma forte mensagem de unidade, insistindo que pode trazer um país dividido de volta ao centro e, juntos, enfrentar suas múltiplas crises.

O discurso inaugural durará entre 20 e 30 minutos, de acordo com uma fonte familiarizada com os preparativos.

Para simbolizar o novo espírito, Biden convidou os dois principais senadores - o democrata Chuck Schumer e o republicano Mitch McConnell - e outros líderes do Congresso para participar de uma missa com ele na quarta-feira, antes da posse.

- Perdões -

Para Trump, a principal pendência agora é a esperada onda de perdões que ele está preparando. Segundo a imprensa americana, há cerca de 100 pessoas na lista.

O enorme indulto presidencial deve incluir uma mistura de criminosos de colarinho branco e pessoas cujos casos foram defendidos por ativistas da justiça criminal.

Os nomes mais controversos que têm sido alvo de especulações são Edward Snowden, Julian Assange e o influente conselheiro de Trump, Stephen Bannon.

Porém, Trump, segundo os últimos relatos da mídia dos EUA, se afastou da tentação de conceder a si mesmo um perdão preventivo. Isso irritaria seus apoiadores republicanos no Senado momentos antes do início do julgamento de impeachment.

Em resposta a seguidores no Twitter, o ator Macaulay Culkin concordou com a sugestão dos usuários de retirar do filme "Esqueceram de Mim 2: Perdidos em Nova York" (1992) a cena em que aparece Donald Trump, que está prestes a deixar o cargo de presidente dos Estados Unidos.

No filme, Kevin, vivido por Culkin, se perde da família em Nova York. Trump contracena com o menino por sete segundos, quando o personagem pede informações no saguão do Plaza Hotel. Segundo o diretor do longa, Chris Columbus, em entrevista recente a CNN, a exigência em aparecer na obra foi do próprio Trump. O empresário, que era dono do local na época, só cederia o espaço para a gravação se figurasse na tela.

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Sucesso de bilheteria no início dos anos 1990, a série de três filmes "Esqueceram de Mim" arrecadou mais de US$ 950 milhões.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou nesta terça-feira (19) seu último dia completo na Casa Branca, com uma longa lista de indultos em mãos, horas antes de se ausentar da cerimônia de posse de seu sucessor, o democrata Joe Biden, e partir para a Flórida.

Biden será empossado na quarta-feira (20) ao meio-dia, o que marcará o fim da presidência de Trump e fará os Estados Unidos virarem a página de alguns dos anos mais perturbadores e divisivos já vividos pelo país desde a década de 1960.

Biden, um veterano senador democrata que foi vice-presidente de Barack Obama, deve viajar para Washington nesta terça-feira com sua esposa, Jill, saindo de sua cidade natal, Wilmington, no estado de Delaware.

Junto com quem será sua vice-presidente, Kamala Harris, a primeira mulher a ocupar o cargo, Biden também deve pronunciar um discurso à tarde sobre a crise da covid-19 no Memorial Lincoln.

Trump permanece em silêncio, enquanto o relógio avança para sua partida rumo a uma nova vida em sua residência do clube de golfe Mar-a-Lago, em Palm Beach.

Desde que o Twitter o vetou por suas constantes mensagens incendiárias e de desinformação, o presidente praticamente não se comunicou mais com os cidadãos.

Apesar disso, ainda teria de parabenizar Biden, ou convidá-lo para a tradicional xícara de chá no Salão Oval antes da posse.

Em vez disso, Trump passou esses últimos dias se reunindo com um círculo cada vez menor de nomes leais que o apoiaram por dois meses em seu esforço inútil de anular os resultados das eleições de novembro.

Esse esforço acabou em 6 de janeiro, com Trump incentivando uma multidão a marchar para o Congresso.

Depois que a multidão rompeu a barreira policial, agrediu um policial que morreu horas depois e danificou o interior do Capitólio, a Câmara de Representantes abriu um novo processo de impeachment contra Trump. Este é o segundo em um único mandato, o que nunca aconteceu antes.

A última pesquisa do Gallup revelou na segunda-feira (18) que o presidente tem uma aprovação de apenas 34%, seu nível mais baixo. Ao longo do mandato, Trump manteve uma aprovação média de 41%, a mais baixa de todos os governantes desde que o Gallup começou a fazer esta sondagem, em 1938.

Enquanto isso, Biden dá os toques finais para uma cerimônia de posse que contará com uma pequena multidão e um forte esquema de segurança, outra das consequências do motim pró-Trump, além das preocupações existentes pela covid-19.

- Indultos -

Trump emitiu uma série de ordens de última hora na segunda-feira, principalmente o levantamento das proibições de viagens impostas devido ao coronavírus à maior parte da Europa e ao Brasil.

Segundo a ordem do ainda presidente, as fronteiras devem reabrir a partir de 26 de janeiro, quase uma semana depois de deixar o cargo.

Quase imediatamente depois, a porta-voz de Biden, Jen Psaki, anunciou que a medida não será mantida.

Para Trump, o principal assunto pendente é a lista de indultos que, conforme informado, ele está preparando.

Segundo a CNN e outros veículos americanos, Trump tem uma lista de aproximadamente 100 pessoas a serem indultadas.

Nessa lista devem estar, segundo o jornal The New York Times, uma mistura de criminosos de colarinho branco e pessoas cujos casos foram defendidos por ativistas da justiça.

Os indultos mais polêmicos estimados são para pessoas como Edward Snowden, Julian Assange e Steve Bannon - o influente conselheiro de Trump.

Se Trump chegar a indultar a si mesmo, ou sua família, o que não se espera que aconteça de acordo com as últimas informações da mídia local, é provável que aumente a ira entre os republicanos que o apoiaram no primeiro impeachment no Senado, onde em breve voltarão a votar um novo julgamento político contra o presidente.

- Unidade e medo -

O discurso de posse de Biden deve se concentrar em seus apelos para os americanos voltarem à unidade e encararem a pandemia da covid-19 de uma perspectiva mais séria.

Ele também está pronto para anunciar uma mudança radical na política do país, afastando-se da "Estados Unidos Primeiro" ("America First", no original) de Trump.

A primeira coisa será voltar à tradicional construção de alianças. Essa política começará com o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris sobre o clima desde "o primeiro dia de mandato".

Os apelos para o otimismo do democrata de 78 anos colidem, no entanto, com a dura realidade de múltiplas crises.

A pandemia está fora de controle; a distribuição de vacinas, prejudicada; e a recuperação econômica, na corda bamba. E, depois da rejeição de Trump de aceitar os resultados das eleições presidenciais de novembro, boa parte do país está furiosa.

Biden prestará juramento nas escadas do Capitólio, sob a vigilância de mais de 20.000 soldados da Guarda Nacional. Os postos de controle e as grandes áreas fechadas para os cidadãos apontam que, no ato, haverá apenas alguns poucos convidados.

O secretário da Defesa interino disse na segunda-feira que o Exército e o FBI investigam cada um dos soldados da Guarda Nacional, que portam armas automáticas, para averiguar se algum deles representa uma ameaça.

- Até o último minuto -

Trump, o primeiro presidente a perder a reeleição desde que George H.W. Bush foi substituído por Bill Clinton em 1993, também será o primeiro ex-presidente a rejeitar a cerimônia de posse de seu sucessor em um século e meio.

Na quarta-feira, ele partirá cedo para a Flórida, beneficiando-se dos privilégios das viagens presidenciais até o último minuto.

O Marine One o levará da Casa Branca até a Base Conjunta Andrews para embarcar no Air Force One, o avião presidencial. A partir do meio-dia, ele não poderá mais usar a aeronave.

Segundo uma informação da Bloomberg, Trump está organizando uma despedida militar para si mesmo em Andrews, que será acompanhada por uma multidão de convidados.

Uma pandemia furiosa. Uma crise econômica. Um país dividido. Profundas feridas raciais. Joe Biden já tem toda sua agenda definida enquanto se prepara para tomar posse como o 46º presidente dos Estados Unidos na quarta-feira (20).

"O que é peculiar para Biden não é tanto que haja uma crise, mas o número de crises simultâneas", disse Mary Stuckey, professora de comunicação da Universidade Penn State.

Talvez a maior seja a pandemia de Covid-19, que assola os Estados Unidos, país que se aproxima das 400.000 mortes.

"Temos 4.000 americanos morrendo de Covid todos os dias", destacou David Farber, professor de História da Universidade do Kansas. "E a distribuição federal da vacina tem sido um desastre".

"Então eu acho que (esta crise) é central e que (Biden) terá que manter sua mente focada nela", acrescentou.

Biden já delineou um plano multifacetado para combater a pandemia, que inclui o aumento de testes e do rastreamento epidemiológico e a vacinação de 100 milhões de pessoas em seus primeiros 100 dias no cargo.

- Um plano de resgate -

Porém, a pandemia de Covid-19 não pode consumir toda a atenção do futuro chefe da Casa Branca, que aos 78 anos será o homem mais velho a tomar posse como presidente dos Estados Unidos.

Não são muitos os presidentes que assumem o poder com uma situação econômica como a que Biden herdará, embora alguns de seus antecessores tenham encarado um cenário pior.

"Em 1933, Franklin Roosevelt chegou à Casa Branca com uma taxa de desemprego de 25%, com o mercado de ações caindo quase 90% e com as pessoas incapazes de sacar suas economias dos bancos", lembrou Farber.

"Os Estados Unidos superaram situações piores", disse ele, observando que o próprio Biden, como vice-presidente de Barack Obama (2009-2017), ajudou a navegar pela crise econômica de 2008 "em um momento em que parecia que a economia mundial estava afundando".

Biden propôs recentemente um estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares, chamado Plano de Resgate dos Estados Unidos, a fim de revitalizar a principal economia mundial.

O pacote inclui US$ 400 bilhões para enfrentar a Covid-19, US$ 440 bilhões para pequenas empresas e outros negócios afetados pela pandemia e US$ 1 trilhão de ajuda direta aos americanos, dos quais uma parte será um pagamento de 1.400 dólares aos mais necessitados, além de alguns pagamentos de 600 dólares já feitos em dezembro.

- Legitimidade política -

Shirley Anne Warshaw, professora de Ciência Política da Universidade Gettysburg, disse que a polarização política nos Estados Unidos após quatro anos com Donald Trump na Presidência representa um desafio totalmente diferente.

"Nunca nos vi tão divididos", afirmou Warshaw sobre o abismo que separa democratas e republicanos.

"Vai ser muito difícil para o presidente Biden atrair essas pessoas para a arena política", apontou ela, "para a normalidade de acreditar que o governo trabalha para elas".

Farber disse que Biden, após a insurreição fracassada dos apoiadores de Trump no Capitólio, incitada pelo próprio presidente, também enfrenta uma crise de "legitimidade política".

"É uma crise que, para ser franco, é diferente de tudo o que os Estados Unidos viram desde a posse de Abraham Lincoln", semanas antes do início da Guerra Civil (1861-1865).

"Não há realmente nenhuma outra analogia", explicou ele. "Onde temos um presidente em fim de mandato que não aceita a legitimidade da transição de poder".

"Isso nunca aconteceu nos Estados Unidos".

- Impeachment -

Os primeiros dias de Biden no Salão Oval podem ser ainda mais complicados devido ao julgamento de impeachment de Trump, que foi acusado de incitar a insurreição no Congresso em 6 de janeiro.

"Isso vai consumir tempo", disse Farber, "o tempo que Biden precisa para obter a aprovação de seus indicados para o gabinete, tempo em que ele poderia lançar iniciativas políticas importantes".

"Não é a melhor maneira de começar um novo regime político."

E é improvável que o presidente que está de saída desapareça da cena política, mesmo que seja condenado pelo Senado e impedido de concorrer novamente.

"Será uma força barulhenta, impulsionando a crise pela direita, talvez durante todo o governo Biden, e há muito pouco que se possa fazer a respeito", acrescentou Farber.

- Justiça racial -

Biden também assumirá o comando de uma nação que foi abalada por meses de protestos por justiça racial após a morte de cidadãos negros nas mãos da polícia.

"O governo Biden fará grandes esforços para lidar com a questão", afirmou Warshaw, "que há anos tem se agravado".

O presidente eleito demonstrou com sua escolha para o gabinete "a vontade de criar um governo diverso como os Estados Unidos nunca viram", indicou Farber.

"Ele está mostrando a seus apoiadores que os Estados Unidos estão tentando virar a página em questões como a justiça racial", disse ele. "É um gabinete que vai lidar com as questões de justiça racial".

O futuro chefe de gabinete, Ron Klain, já avisou que Biden começará a combater todas as crises em seus primeiros 10 dias de mandato.

Mas isso não é tudo, disse Klain em um comunicado. O futuro presidente também enfrentará outra crise - a das mudanças climáticas - no mesmo dia em que for empossado, quando tomará providências para retornar ao Acordo de Paris.

A futura porta-voz da Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (18) que o governo de Joe Biden não prevê o levantamento das restrições a viagens impostas a grande parte da Europa e ao Brasil devido à pandemia, contradizendo uma medida anunciada pouco antes pelo presidente Donald Trump.

"Seguindo a recomendação de nossa equipe médica, a administração não tem a intenção de levantar essas restrições em 26 de janeiro. Planejamos reforçar as medidas de saúde pública em torno das viagens internacionais, para mitigar ainda mais a propagação da Covid-19", tuitou Jen Psaki. "Com a piora da pandemia e o surgimento de variantes mais contagiosas em todo o mundo, este não é o momento de levantar as restrições a viagens internacionais."

Jen se pronunciou minutos após Trump anunciar a reabertura de fronteiras com parte da Europa e o Brasil a partir do próximo dia 26, levantando as restrições impostas em março passado. "Esta ação é a melhor forma de proteger os americanos da Covid-19, permitindo, ao mesmo tempo, uma retomada segura das viagens", declarou o presidente em comunicado divulgado pela Casa Branca.

O Centros para o Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC) americano emitiu no último dia 12 uma ordem a partir da qual se requer que todos os passageiros que entrarem no país por via aérea apresentem um teste negativo para a Covid-19. Essa decisão entrará em vigor no dia 26 e amplia uma limitação vigente desde dezembro para o Reino Unido, imposta após o surgimento de uma variante do novo coronavírus naquele país.

Em um de seus últimos atos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou na noite desta segunda-feira (18) as restrições de viagens por conta da pandemia de Covid-19 do Brasil, União Europeia, da Área Schengen e do Reino Unido a partir do dia 26 de janeiro - uma semana após deixar o cargo. As proibições permanecem apenas para China e Irã.

No entanto, Jen Psaki, a porta-voz do presidente eleito, Joe Biden, informou que o novo governo vai vetar a medida por conta do andamento da crise sanitária mundial.

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"Com a piora da pandemia, e mais variantes contagiosas aparecendo em todo o mundo, essa não é a hora de suspender restrições sobre viagens internacionais", escreveu em sua conta no Twitter.

A nota oficial assinada por Trump e pelo secretário de Saúde e Serviços Humanos, Alex Azar, traz que a decisão para retirar as restrições desses países é motivada por eles serem de "alta confiança" para aplicar a nova regulamentação sanitária imposta nos Estados Unidos a partir do dia 26 de janeiro.

As novas regras, entre outros pontos, exigem um teste negativo para o coronavírus Sars-CoV-2 realizado em até três dias antes da viagem e um outro feito em até cinco dias após a chegada ao território norte-americano.

A proibição para visitantes brasileiros irem aos EUA por motivos não essenciais entrou em vigor em maio - apenas residentes ou pessoas com motivo comprovado de trabalho podem entrar. Já os países europeus ainda vetam a entrada de norte-americanos por motivos não essenciais.

Os Estados Unidos são os mais afetados pela pandemia de Covid-19 no mundo, com mais de 24 milhões de casos confirmados e quase 400 mil mortes.

Da Ansa

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, revelará nesta quinta-feira (14) seus planos para lutar contra a Covid-19 e injetar 1,9 trilhão de dólares na economia, mas a agenda de seus 100 primeiros dias de governo será ofuscada pelo julgamento político do atual presidente, Donald Trump.

Um dia após Trump ser acusado na Câmara dos Representantes, Biden espera aproveitar seu discurso, pronunciado no horário nobre, para dar esperança aos americanos. Com os companheiros democratas no controle de ambas as câmaras do Congresso, o futuro presidente terá a chance de aprovar o que seria o terceiro pacote de ajuda em massa para uma pandemia.

O democrata tomará posse em 20 de janeiro, numa Washington transformada em um campo entrincheirado desde o ataque ao Capitólio na semana passada por partidários do presidente republicano. Agora é urgente que Joe Biden volte ao seu programa, depois de uma semana que abalou a maior potência mundial.

Ele deve apresentar uma série de "projetos legislativos para financiar vacinas e prestar ajuda imediata e direta às famílias", em face da pandemia e da crise econômica, segundo sua equipe de transição. Biden deve aproveitar a oportunidade para lançar "um apelo" ao seu campo democrata e aos seus adversários republicanos para "adotar suas propostas rapidamente no Congresso".

A proposta do democrata, chamada Plano de Resgate Americano, incluirá uma série de medidas destinadas a revitalizar a maior economia do mundo, informaram membros do alto escalão do próximo governo. A iniciativa inclui o aumento do salário mínimo em nível federal para 15 dólares a hora, ajuda aos governos estaduais e municipais, a reabertura de escolas de forma segura, a implementação de uma campanha de imunização em massa contra a Covid-19 e o aumento do pacote de estímulo que o Congresso aprovou no mês passado.

A presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, disseram que começariam a trabalhar para garantir o êxito do plano. "Colocaremos mãos à obra para converter a visão do presidente eleito em uma lei que seja aprovada por ambas as câmaras e promulgada", assinalaram em declaração conjunta.

- Promessa de 'reconciliação' -

Nesta quarta-feira à noite, após a votação que rendeu a Donald Trump o título inglório de primeiro presidente americano alvo de um segundo "impeachment", Joe Biden pediu ao Senado que conciliasse "o processo de impeachment" e o avanço de "assuntos urgentes da nação".

"Esta nação permanece sob a ameaça de um vírus mortal e uma economia vacilante", alertou, enquanto o país continua a bater recordes de mortes diárias por Covid-19 e pode superar até sua posse os 400.000 mortos.

O futuro presidente também deixou transparecer sua preocupação em ver um Congresso monopolizado pelo julgamento de Donald Trump por "incitamento à insurgência", relegando para segundo plano as audiências de confirmação de membros de seu governo, essenciais para permitir que passe rapidamente para a ação.

E o clima de confronto partidário que poderia acompanhar os debates também ameaça a promessa de "reconciliação" e "união" do candidato Biden.

Porque agora que o "impeachment" foi votado na Câmara de Representantes pelos democratas, mas também, notadamente, por dez republicanos, a continuação do procedimento permanece muito incerta.

Nancy Pelosi, ainda não disse quando pretende encaminhar a acusação à Câmara Alta, que é constitucionalmente responsável pelo julgamento. E o Senado, que passará em 20 de janeiro para o controle democrata, não se reunirá até o dia anterior. A data do julgamento não foi definida.

- Campo republicano rachado -

Mesmo que o acusado seja posteriormente um ex-presidente e que, portanto, a aposta de destituí-lo do poder tenha desaparecido, tal julgamento corre o risco de capturar toda a atenção da mídia.

Por um lado, porque "se o presidente for considerado culpado, haverá outra votação para proibi-lo de ser candidatar novamente", advertiu na quarta-feira Chuck Schumer, que se prepara para assumir as rédeas da maioria democrata no Senado.

Por outro lado, porque ao contrário do julgamento de impeachment há um ano no caso ucraniano, quando os republicanos se uniram em apoio ao seu presidente, desta vez a unidade da direita já está rompida - muitos de seus representantes viraram as costas ao ex-empresário desde a violência no Capitólio, que deixou cinco mortos. A tal ponto que uma condenação de Donald Trump, embora longe de ser garantida, não parece mais impossível.

O influente líder dos senadores republicanos, Mitch McConnell, tornou público que não descarta votar a favor da condenação. O estrategista sabe que um sinal de sua parte nessa direção poderia ajudar o partido Republicano a virar definitivamente a página de Trump.

O presidente cessante, que obstinadamente se recusava até o caos da semana passada reconhecer que Joe Biden ocuparia a Casa Branca em 20 de janeiro, sonhava em continuar a ter peso na formação, ou mesmo concorrer à reeleição em 2024.

Cada vez mais isolado enquanto se prepara para se retirar em sua propriedade em Mar-a-Lago, Flórida, ele tem tentado nos últimos dias tranquilizar pedindo calma e se distanciando de seus apoiadores na origem da violência de 6 de janeiro.

Principalmente porque os serviços de segurança estão a ponto de enfrentar a ameaça de novas manifestações em Washington e outras cidades do país, neste final de semana e durante a tomada de posse do democrata, nos degraus de um Capitólio reforçado em termos de segurança.

Os senadores terão que fazer malabarismo para julgar um ex-presidente republicano enquanto cooperam com uma agenda enviada por um presidente democrata. Biden tenta persuadir a câmara alta a administrar os dois temas de forma organizada e eficaz, ocupando-se "metade do dia do julgamento político e na outra metade, de que minha gente seja nomeada e confirmada no Senado, além de tratar do pacote".

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, apoiou o bloqueio da conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta rede social, mas disse que isso estabelece um precedente "perigoso" e representa um fracasso em promover uma conversa saudável na plataforma.

"Ter que banir uma conta tem ramificações reais e significativas", disse Dorsey em uma série de tuítes.

"Embora haja exceções claras e óbvias, acredito que uma proibição é um fracasso nosso em promover uma conversa saudável", reconheceu.

Trump usou as redes sociais como um megafone durante sua presidência, mas as plataformas limitaram seu acesso somente depois que uma multidão violenta de seus apoiadores invadiu o Congresso americano na semana passada.

As plataformas alegam que Trump poderia usar suas contas para fomentar mais distúrbios no período que antecede a posse do presidente eleito Joe Biden.

No final da semana passada, o Twitter fechou a conta de Trump, expulsando-o da plataforma global intensamente usada por ele durante seu mandato para fazer proclamações, acusações e espalhar "notícias falsas".

A empresa disse que estava bloqueando a conta de Trump, "devido ao risco de uma maior incitação à violência" por parte do presidente.

A decisão do Twitter foi bem recebida pelos críticos do presidente, mas irritou membros da extrema direita que acusam a rede social de restringir a liberdade de expressão.

Dorsey disse na quarta-feira (13) que, embora acredite que o Twitter tenha tomado a decisão correta ao vetar Trump, a ação "abre um precedente" que ele considera "perigoso".

"Ter que tomar essas ações fragmenta a conversa pública", afirmou.

O YouTube informou nesta terça-feira (12) que removeu um vídeo e suspendeu o canal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por ter violado suas políticas de incitação à violência.

Em um comunicado, a plataforma anunciou que o republicano não poderá enviar novos vídeos ou fazer transmissões ao vivo por pelo menos sete dias. A empresa também destacou que a punição pode ser prorrogada.

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"Após uma análise cuidadosa, removemos o novo conteúdo enviado para o canal de Donald Trump no YouTube e emitimos um aviso ao canal por violar nossas políticas de incitamento à violência. O canal não será capaz de enviar novos vídeos ou fazer transmissões ao vivo por pelo menos 7 dias, potencialmente extensíveis. O YouTube também desativou permanentemente os comentários dos vídeos", informou um porta-voz do Google, que chefia o YouTube.

A medida do YouTube chega alguns dias depois da invasão do Capitólio, que foi estimulada por Trump no dia 6 de janeiro e que resultou, além dos atos de vandalismo, em cinco pessoas mortas.

Além do YouTube, o Twitter baniu o perfil do magnata de forma permanente. Já o Facebook e o Instagram suspenderam as contas do presidente até o dia da posse do democrata Joe Biden, agendada para 20 de janeiro. 

Da Ansa

Os Estados Unidos executaram, nesta quarta-feira (13), uma mulher que assassinou uma grávida para roubar seu feto, a primeira execução federal de uma mulher em quase 70 anos, em um dos últimos atos da presidência de Donald Trump.

"Lisa Montgomery, de 52 anos, foi executada na Penitenciária Federal de Terre Haute", no estado de Indiana, às 01h31 (3h31 de Brasília), anunciou o Departamento de Justiça em um comunicado.

Montgomery, que em 2004 matou uma mulher grávida para ficar com seu feto, recebeu uma injeção letal "de acordo com a pena capital recomendada por unanimidade por um júri federal e imposta pela Corte Distrital" do Missouri, continua o texto.

Pouco antes, a Suprema Corte havia rejeitado os últimos recursos interpostos pelos advogados da mulher, apesar da discordância de seus três magistrados progressistas.

Segundo a defesa, sua cliente sofria graves transtornos mentais em decorrência de agressões e estupros coletivos que sofreu na infância e não compreendia o significado de sua sentença, condição essencial para sua execução.

Um juiz federal ordenou a suspensão da execução na segunda-feira (11) a pedido da defesa, mas o Departamento de Justiça apelou da decisão e um tribunal de apelação anulou a decisão na terça-feira (12).

A Suprema Corte dos Estados Unidos, perante a qual dois recursos diferentes foram apresentados, deu razão em ambos os casos aos advogados da administração Trump.

Em 2004, Montgomery, incapaz de ter um novo filho, identificou sua vítima - uma criadora de cães - na internet e foi até sua casa no Missouri com a desculpa de comprar um terrier.

Em vez disso, ela a estrangulou, abriu seu útero, pegou o bebê - que sobreviveu - e deixou o jovem de 23 anos em uma poça de sangue.

Trump, um defensor ferrenho da pena de morte, ignorou uma petição de clemência apresentada por apoiadores de Montgomery.

- 10 homens executados -

Desde a retomada, em julho, das execuções federais nos Estados Unidos, após um hiato de 17 anos, 10 homens receberam a pena de morte.

E além de Montgomery, o governo Trump planeja executar dois afro-americanos esta semana: Corey Johnson na quinta-feira e Dustin Higgs na sexta.

Mas, nesses casos, há incerteza após a decisão de um tribunal federal de bloquear suas execuções. Os dois condenados à morte contraíram recentemente covid-19 e a injeção letal poderia lhes causar sofrimento ilegal, consideraram os juízes.

Ex-agentes penitenciários de Terre Haute, por sua vez, escreveram ao secretário de Justiça interino, Jeffrey Rosen, pedindo-lhe que adiasse essas execuções "até que os funcionários da prisão sejam vacinados contra a covid-19".

Uma execução exige que dezenas de pessoas permaneçam em um ambiente fechado, um ambiente propício à disseminação do vírus. Por esse motivo, os estados suspenderam as execuções por meses.

A postura do governo Trump vai no sentido contrário, desejando prosseguir com as execuções o mais rápido possível antes de deixar o poder.

"Nas últimas horas da presidência de Trump, há uma corrida para executar pessoas que estão no corredor da morte há anos ou mesmo décadas. É uma loucura", denunciou o senador democrata Dick Durbin na rádio NPR na segunda-feira.

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