Tópicos | Ernesto Araújo

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reafirmou nesta quinta-feira, 15, que acredita que o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) é a "melhor pessoa" para assumir a embaixada dos Estados Unidos. O governo ainda não oficializou a indicação de Eduardo.

Araújo participou hoje de uma sessão solene em Homenagem ao Dia da Imigração Chinesa no Brasil, na Câmara, e na saída foi questionado sobre quando o governo fará a indicação, mas não respondeu a pergunta.

##RECOMENDA##

O ministro também foi questionado se a demora na indicação oficial é medo de que Eduardo possa sofrer uma derrota no Senado, que precisa aprovar a medida. "Não. De forma nenhuma", respondeu Araújo.

Na última quinta-feira, 9, os Estados Unidos formalizaram o aval para a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador do Brasil em Washington. Agora, cabe ao governo brasileiro oficialização no diário oficial a escolha do filho do presidente para o posto diplomático.

Ontem, Eduardo defendeu a sinergia entre diplomacia e defesa nacional ao discursar na abertura do Seminário "Desafios à Defesa Nacional e o papel das Forças Armadas", realizado na Câmara. "O próprio Frederico II, conhecido como O Grande, disse certa vez que 'diplomacia sem armas é como música sem instrumentos'", afirmou.

Araújo comentou ainda sobre o futuro do Mercosul caso Alberto Fernández vença a eleição presidencial na Argentina. "Temos que ver qual a plataforma que eles trariam nesta hipótese", disse apenas.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou nesta sexta-feira, 26, que o Brasil enviou ao governo dos Estados Unidos um "agrément" (pedido diplomático) para que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) seja nomeado embaixador do Brasil em Washington. O chanceler demonstrou convicção de que a nomeação será aceita pelo governo norte-americano.

"O pedido de agrément é uma coisa que ocorre de acordo com a praxe diplomática, mas tenho grande certeza de que vai ser concedido esse agrément pelo governo americano e que o Eduardo Bolsonaro será um extraordinário embaixador", afirmou Araújo, em entrevista coletiva após participar da Reunião de Ministros das Relações Exteriores do Brics, no Palácio do Itamaraty, no Rio.

##RECOMENDA##

As deputadas federais do PSOL Talíria Petrone e Fernanda Melchionna convocaram o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a comparecer à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos aos parlamentares.

“Apresentamos requerimento para que o ministro Ernesto Araújo venha à Câmara. Ele precisa explicar o veto nas resoluções da ONU de expressões como gênero, feminismo e saúde reprodutiva. Não permitiremos que o governo siga atacando nossos direitos”, escreveu Petrone em seu perfil no Twitter.

##RECOMENDA##

Além disso, o ministro virou polêmica nesta segunda-feira (1º) ao defender a inclusão de grupos religiosos na “promoção dos direitos das mulheres e na proteção de meninas” com objetivo de atacar o feminismo.

Em seu currículo, Araújo tem funções como diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty desde outubro de 2016, responsável pela coordenação do relacionamento com os EUA e Canadá e da participação brasileira na Organização dos Estados Americanos (OEA).

O ministro ainda não respondeu sobre sua possível ida à Câmara dos Deputados, que ainda não tem previsão de data para acontecer.

Circulam dentro e fora do governo avaliações de que, apesar de o ministro das Relações Exteriores ser Ernesto Araújo, o cargo muitas vezes tem sido desempenhado por Eduardo Bolsonaro - deputado federal filho do presidente Jair Bolsonaro, que acompanha o pai em viagens internacionais. Nesta sexta-feira, 28, o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, deixou escapar uma troca de nomes que reforça esse tipo de análise.

Durante uma atualização sobre as negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, em entrevista coletiva à imprensa no primeiro dia da reunião das 20 maiores economias do mundo (G-20), Rêgo Barros disse em Osaka (Japão) que havia sido informado por autoridades brasileiras em Bruxelas de que as tratativas estavam avançadas. "Eu conversei com Otávio Brandelli (secretário-geral), que está em contato com o ministro Eduardo... com o ministro Araújo, lá em Bruxelas", disse.

##RECOMENDA##

Um dos episódios envolvendo Eduardo Bolsonaro, que é presidente da Comissão das Relações Exteriores da Câmara, e Ernesto Araújo foi nos Estados Unidos, durante o primeiro encontro entre Bolsonaro e o presidente americano, Donald Trump. Na ocasião, o chanceler teria se exaltado por causa da participação de Eduardo no encontro privado entre os dois líderes.

Outro envolve a mesma visita aos EUA, mas se deu no Congresso, conforme relatos da imprensa. O deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, indagou sobre a visita do presidente à Central de Inteligência Americana (CIA) e antes que Araújo respondesse, Eduardo começou a responder e depois disse que o ministro continuaria respondendo. Braga então disse que era melhor que o ministro nomeado respondesse, e não o de fato.

Em abril, o jornal O Estadão de S. Paulo também fez uma reportagem sobre o tema, dizendo que, articulador de viagens presidenciais, Eduardo Bolsonaro virou uma espécie de chanceler paralelo.

O Ministério Público Federal (MPF) concordou com o recurso da União contra a ordem judicial que suspendeu os passaportes diplomáticos de Edir Macedo e Ester Bezerra, autorizados em abril pelo Ministério das Relações Exteriores. A União contestou a liminar da 11ª Vara Federal do Rio, que ainda em abril acolheu pedido de uma ação popular contra o casal de líderes da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o ministro Ernesto Araújo e o Ministério - União, nesse caso.

Em parecer ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), o Ministério Público Federal deu razão à tese da União de que o Ministério das Relações Exteriores pode conceder passaporte diplomático a pessoas que, na avaliação do ministro, "devam portá-lo em função do interesse do País" - conforme o Decreto 5.978/2006. O aval se estenderia a companheiros e dependentes.

##RECOMENDA##

Ao autorizar o passaporte ao casal, o ministro alegou que "o titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior" - Portaria MRE nº 12/2019.

Para a União, o Ministério das Relações Exteriores "tem parâmetros objetivos para pautar o ato administrativo e exercer sua discricionariedade" - logo, a liminar teria violado o princípio da separação dos poderes.

Manifestando-se como fiscal da lei - custos legis - e não parte, o Ministério Público Federal na 2ª Região (RJ/ES) destacou que, como o Estado brasileiro é laico, deve ser dado tratamento isonômico para diferentes religiões.

O Ministério Público Federal comprovou junto ao TRF-2 que, em anos mais recentes, presidentes deixaram de lado a praxe de conceder o benefício somente a líderes católicos e ampliaram para outras denominações religiosas.

Em decisão de efeito provisório, o desembargador relator do caso no TRF-2 suspendeu os efeitos da liminar da 11ª Vara Federal do Rio até ela ser julgada pela 6ª Turma do Tribunal.

Com a decisão, a portaria do Ministério das Relações Exteriores sobre os passaportes diplomáticos do casal de líderes da Universal teve os efeitos restabelecidos.

O Ministério das Relações Exteriores concedeu passaporte diplomático a dois membros da Igreja Internacional da Graça de Deus: Romildo Ribeiro Soares, conhecido como missionário RR Soares, e sua esposa, Maria Magdalena Bezerra Ribeiro Soares. A portaria com a decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, dia 4.

Segundo o ato, o Itamaraty liberou o documento, com validade de 3 anos cada, "por entender que, ao portar passaporte diplomático, seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".

##RECOMENDA##

Em junho de 2016, RR Soares e sua esposa também obtiveram o passaporte especial, mas logo depois o documento foi suspenso liminarmente pela Justiça, que considerou que a concessão representava "desvio de finalidade" e "mero privilégio".

Recentemente, em abril deste ano, o chanceler Ernesto Araújo assinou portaria autorizando passaporte diplomático ao proprietário da Rede Record e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo. A mulher de Edir Macedo, Eunice Bezerra, também foi beneficiada com o documento.

Privilégios

O passaporte diplomático dá ao seu portador privilégios como atendimento preferencial em postos de imigração e isenção de visto em alguns países. Um decreto de 2006, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lista 12 classes de autoridades que têm direito ao passaporte diplomático, como o presidente da República, membros do Congresso Nacional, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores e militares a serviço em missões da ONU, mas não líderes religiosos.

A legislação, no entanto, abre brecha para que o ministro das Relações Exteriores conceda passaporte diplomático a outras pessoas "em função do interesse do País", dispositivo que vem sendo utilizado pelo Itamaraty para justificar a concessão do documento a líderes evangélicos.

Em meio às manifestações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que ocorrem neste domingo, 26, pelo País, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou em sua conta oficial no Twitter que o povo brasileiro não é contra o sistema político e que apenas quer o seu lugar. "O povo não é contra o sistema político, apenas quer ocupar o lugar que lhe pertence no centro do sistema político: 'todo o poder emana do povo', como diz a CF-1988", escreveu, citando a Constituição Federal.

Dentre uma série de publicações, o ministro citou os protestos de 2013, as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e a eleição do presidente Bolsonaro como "fundamentais" dentro do processo que o Brasil "caminha rumo ao exercício do poder pelo povo". "Rumo a desfazer as amarras que sempre ataram o povo: amarras políticas, econômicas e também amarras ideológicas e culturais do politicamente correto e do marxismo de contrabando", afirmou o ministro, após dizer que o Brasil está à procura de um sentido.

##RECOMENDA##

"O povo brasileiro entrou na vanguarda de um movimento mundial de libertação histórica e recuperação da soberania. Hoje é inegável que o povo brasileiro mantém esse potencial transformador", completou Araújo. Durante a semana, o chanceler havia afirmado que as manifestações eram de iniciativa espontânea e sem precedentes no País.

Em discurso na cerimônia de formatura dos novos diplomatas do Instituto Rio Branco, o chanceler Ernesto Araújo elogiou o presidente Jair Bolsonaro, comparando-o a Jesus Cristo, e se emocionou diversas vezes, chegando até a chorar. Em referência ao presidente da República, que estava presente na cerimônia, Araújo citou trecho do Evangelho que diz que "a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular". No Evangelho, a pedra angular simboliza Jesus Cristo.

"A pedra que os órgãos da imprensa rejeitaram, a pedra que os intelectuais rejeitaram, que os especialistas rejeitaram... Essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício do novo Brasil", completou o chanceler.

##RECOMENDA##

Citando a homenageada da turma de 30 formandos do Instituto Rio Branco, Aracy Guimarães Rosa, Araújo disse que "diplomacia não significa ficar em cima do muro, nem ficar assistindo em cima do muro esperando ver quem ganha e aí aderir ao vencedor". "Diplomacia precisa ter sangue nas veias", disse.

Ainda fazendo menção à Aracy, que no período nazista salvou a vida de dezenas de judeus, Araújo disse que se solidariza aos que sofrem perseguição política atualmente "na Venezuela e em todos os lugares do mundo".

Ao se dirigir aos formandos, o ministro de Relações Exteriores afirmou que o governo luta por renovação e que Bolsonaro admitiu os diplomatas nessa "causa" de maneira inédita. Também orientou os formandos a "pensarem" e "não terceirizarem informações aos meios de comunicação".

"Nenhum presidente da República valorizou mais o papel do Itamaraty do que o senhor, nenhum teve visão mais clara sobre o papel da política externa para a transformação nacional", elogiou o chanceler ao dirigir-se a Bolsonaro.

Araújo contou que, recentemente, Bolsonaro enviou a seguinte mensagem: "enquanto não faltar água no mar, não deixaremos de lutar". Ele frisou que esse sentimento do presidente o anima. "Temos a oportunidade única de mudar o Brasil e transformá-lo em uma grande nação."

Venezuela

Sobre a crise no país vizinho, o chanceler afirmou que o Brasil ajudou "de maneira decisiva a criar uma marcha irreversível de democracia na Venezuela". Também lamentou pessoas que, segundo ele, torcem a favor "da tirania e do cinismo" no país vizinho apenas por torcer contra o governo Bolsonaro, mencionando entre essas pessoas setores da imprensa.

Depois do evento, Araújo afirmou aos jornalistas que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó não foi derrotado no último dia 30 ao convocar a população para pressionar Nicolás Maduro. A interpretação de Araújo foi que houve "avanço" no processo e que a pressão diplomática dos países do Grupo de Lima já fez efeito no país vizinho.

"No Grupo de Lima, hoje, nós queremos deixar muito claro o fato de que o que aconteceu no dia 30, no dia 1º, não é de forma nenhuma uma derrota desse ímpeto pela liberdade, pela democracia. Ao contrário, isso exige que a comunidade internacional continue trabalhando, como vem trabalhando", disse.

O ministro afirmou que os países que apoiam o autoproclamado presidente interino da Venezuela se esforçam para não deixar ser criada uma narrativa, "que seria falsa", de um retrocesso no processo. Ele enfatizou que houve "um avanço" e que é preciso discutir novos elementos de pressão diplomática sobre a Venezuela.

Argentina

Araújo negou que o presidente Jair Bolsonaro apoie a reeleição de Mauricio Macri na Argentina, mas destacou que há uma preocupação do chefe do Planalto com uma eventual eleição de Cristina Kirchner no país vizinho.

"Apoio acho que não é bem a questão. Acho que é simplesmente esse nosso compromisso com achar uma pauta, já temos uma pauta muito intensa com o governo Macri", disse o ministro após almoço com diplomatas formando do Instituto Rio Branco, no Itamaraty.

Ele destacou que Bolsonaro deixou bem claro sua "preocupação" com um retorno de um regime anterior na Argentina. O chanceler afirmou ainda que o governo brasileiro espera desenvolver a relação "independentemente do governo" daquele país.

Após o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmar que “é positivo que haja movimento de militares que reconheça Guaidó” sobre a situação vivida na Venezuela, ele foi alvo de críticas da deputada federal Maria do Rosário (PT).

A parlamentar petista iniciou dizendo, através de seu perfil oficial no Twitter, que “nunca uso essa expressão, mas é necessária pela urgência: cale-se, ministro incompetente”. Rosário disparou contra a opinião do ministro a respeito do que está acontecendo no país vizinho.

##RECOMENDA##

Em seguida, a deputada ainda questionou os conhecimentos do ministro. “Você não (re)conhece sequer os princípios constitucionais brasileiros ao manifestar-se sobre as relações internacionais do Brasil”, disse a parlamentar.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 18, que vai manter a emissão de passaporte diplomático para o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e a esposa dele, Ester Bezerra. A Justiça Federal do Rio de Janeiro suspendeu liminarmente a portaria do Ministério das Relações Exteriores que concedeu o documento oficial ao casal evangélico, apoiador do presidente.

"Nós autorizamos a renovação do passaporte, e será mantida, no que depender de mim, a renovação desse passaporte para ele e esposa, e ponto final", disse o presidente.

##RECOMENDA##

Bolsonaro afirmou que a concessão a Macedo se encaixa nas regras oficiais de casos excepcionais, em que o passaporte é autorizado para pessoas que não são autoridades públicas, mas que desempenham papel de interesse nacional. "A exceção é muito bem vinda nesse caso", disse Bolsonaro.

Segundo o presidente, a discussão sobre o interesse do País no caso do casal da Universal é "demagogia pura e simples". Ele citou que os governos petistas concederam o passaporte a eles pela primeira vez e que representantes de outras igrejas possuem o mesmo benefício, entre eles, a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Assembleia de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus e a Igreja Católica.

"Não é uma festa. É para quem precisa e viaja o mundo todo", disse o presidente, citando benefícios como escapar de filas em aeroportos, facilidades no despacho de bagagens e a dispensa de visto em certos países.

O juiz federal Vigdor Teitel, da 11ª Vara Federal do Rio de Janeiro, suspendeu nesta terça-feira, 16, a concessão de passaporte diplomático para o bispo Edir Macedo e esposa dele, Eunice Bezerra. O magistrado atendeu a ação popular ajuizada por Roniele de Oliveira Silva e entendeu que a emissão do documento para o casal estava em desacordo com a legislação.

Ao conceder o documento, o Ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, argumentava que Edir e Eunice poderiam "desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".

##RECOMENDA##

"A atuação como líder religioso, no desempenho de atividades da Igreja, ainda que em prol das comunidades brasileiras no exterior, não significa que o mesmo represente 'interesse do País', de forma a justificar a proteção adicional consubstanciada no passaporte diplomático, sendo certo que as viagens missionárias - mesmo que constantes -, e as atividades desempenhadas no exterior não ficam, de modo algum, prejudicadas sem a utilização do documento em questão", defendeu o magistrado.

A concessão de passaportes diplomáticos se ampara no decreto 5.978, de 2006. O artigo 6 lista 12 classes de autoridades que podem receber o documento, entre os quais o presidente, o vice, ex-presidentes, ministros, membros de Tribunais Superiores e congressistas.

Porém, o parágrafo terceiro do artigo abre uma brecha para que sejam concedidos passaportes diplomáticos a pessoas que "devam portá-lo em função do interesse do País". Era neste caso que se enquadra Edir e Eunice, além de outros religiosos e autoridades.

A concessão de passaporte diplomático ao bispo Edir Macedo e à esposa dele, Eunice Rangel Bezerra preenche os requisitos previstos pelo Ministério das Relações Exteriores, mas "flerta com a inconstitucionalidade", avalia o advogado especialista em Direito Público e Internacional no Peixoto & Cury Advogados Saulo Stefanone Alle.

O especialista lembrou que o decreto 5.978, de 2006, prevê que o governo pode conceder passaporte diplomático a pessoas que "devam portá-lo em função do interesse do País", além das 12 classes de autoridades, tais como presidente, vice, ministros, juízes de tribunais superiores e congressistas.

##RECOMENDA##

No caso de Edir Macedo, avalia Alle, a concessão do passaporte evidencia um apoio a uma igreja específica. "O problema não é ser religioso, o problema é o motivo que leva à concessão do passaporte. Muitas igrejas têm ações sociais no exterior e nem todos os lideres têm passaporte diplomático", afirmou o advogado. "Nesse caso, há um evidente apoio estatal a uma igreja, contrário ao que dispõe o artigo 19 da Constituição Federal."

No artigo 19, é vedada à União manter com líderes religiosos relações de "dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público". Para o especialista, pode haver ações judiciais. "Mas dificilmente elas teriam êxito. Por ser um ato de natureza política, em tese não é sujeito a um controle do Poder Judiciário", avaliou.

O Itamaraty informou na tarde desta terça-feira, 9, por meio de nota, que o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Mário Vilalva, foi exonerado do cargo. Na nota, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, anuncia a exoneração que diz fazer parte "do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro". A nota não informa quem será o novo presidente da Apex.

A saída de Vilalva é uma vitória de Ernesto Araújo em uma disputa travada com militares por poder na Apex-Brasil. Com a exoneração, Vilalva é o segundo presidente da Apex demitido pelo governo Jair Bolsonaro. O primeiro foi Alexandre Carreiro, demitido ainda em janeiro, depois de entrar em conflito com diretores indicados por Araújo.

##RECOMENDA##

Em entrevista ontem ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Vilalva classificou como "golpe" a mudança no estatuto do órgão feita pelo ministro Ernesto Araújo, que retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores.

"Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro (Ernesto Araújo), esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas", disse ao Broadcast ontem.

Segundo ele, Araújo chegou a oferecer-lhe "postos maravilhosos no exterior" para que deixasse o cargo. "Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado", disse.

A crise começou após Vilalva baixar uma portaria em que retirou dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo, o poder de nomear e demitir funcionários. A portaria seria uma retaliação ao fato de Catelani e Coimbra terem se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Lava Jato. Vilalva nega essa versão. Segundo ele, a portaria foi feita após ele "perceber que havia um certo relaxamento em relação a contratação de pessoas".

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse hoje (8) que a aproximação do Brasil com Israel não vai trazer prejuízos para os negócios com os países árabes. Em visita ao país, no final de março, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório de representação comercial em Jerusalém. “Não há nenhum indício de que a nossa aproximação com Israel redunde em perdas comerciais com os países árabes”, enfatizou durante palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na abertura do evento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ressaltou a necessidade de pluralidade nos parceiros comerciais do Brasil. “É fundamental um bom relacionamento com os Estados Unidos e com Israel, mas também com os países árabes e o Mercosul”, disse. 

##RECOMENDA##

“Nós temos conversado muito com os países árabes do Oriente Médio. Temos certeza absoluta que o relacionamento profundo com Israel não significa de forma nenhuma um menor relacionamento com esses países”, acrescentou o chanceler. Araújo disse que tem mantido conversas em especial com os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.

“Vamos começar um projeto de, através dos Emirados, conseguir mais acesso ao mercado de produtos alimentícios da Índia. Um mercado muito difícil de acessar diretamente”, exemplificou sobre os projetos conjuntos que estão sendo estabelecidos com os países da região.

Segundo o ministro, o Brasil também deve manter boas relações com o Irã. “Nós temos um comércio importante com o Irã, queremos mantê-lo, ampliá-lo”, ressaltou. Ele ponderou, no entanto, que o papel do Estado persa é controverso. “Procurei muito ouvir os países que estão lá, que são vizinhos do Irã, e eles têm uma preocupação enorme com a atuação na região”, disse sobre as impressões durante a participação na Conferência Ministerial sobre Oriente Médio, que aconteceu em fevereiro, em Varsóvia, na Polônia.

Nesse contexto, o Brasil deve atuar, na visão de Araújo, de forma a evitar atritos no Oriente Médio. “O Brasil quer contribuir para a paz, para a estabilidade lá. Achamos que a nossa aproximação com os países árabes pode contribuir com isso. Nessa aproximação é importante que nós conheçamos a visão de mundo deles e quais são as preocupações deles”, destacou.

Em declaração feita ao canal Brasil Paralelo, no YouTube, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que o nazismo e o fascismo são resultados de "fenômenos de esquerda". Segundo Araújo, regimes totalitários distorceram o sentimento de nacionalismo, o que, para ele, seria uma tática comparável à da esquerda. A declaração gerou reação e foi rebatida por especialistas.

"Eles de certa forma sequestraram esse sentimento (do nacionalismo). É muito a tendência da esquerda: pega uma coisa boa, sequestra, perverte e transforma em coisa ruim. Isso tem a ver com o que eu digo que fascismo e nazismo são fenômenos de esquerda. É a mesma lógica", afirmou o chanceler na entrevista, dada na semana passada e que durou 33 minutos.

##RECOMENDA##

A declaração do chanceler repercutiu negativamente na principal emissora de TV pública da Alemanha, a Deustche Welle. Em texto publicado nesta quinta-feira, 28, na versão do seu site em português, a emissora afirma que as falas de Araújo vão contra o consenso acadêmico sobre o tema e ressalta que essa discussão é inexistente entre historiadores sérios do país.

"Há décadas não restam mais dúvidas, nos âmbitos acadêmico, social e político, sobre a natureza de extrema direita do nazismo", diz a reportagem.

O Brasil Paralelo produz conteúdos como séries na internet para assinantes do canal. Também promove cursos e palestras. Entre os palestrantes, está o escritor Olavo de Carvalho, considerado guru do bolsonarismo.

Historiador

Para o jornalista do jornal O Estado de S. Paulo e historiador Marcos Guterman, o nazismo não pode ser qualificado como de esquerda em nenhuma circunstância. Em geral, quem usa esse discurso se vale do nome da legenda nazista: Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Há grupos na internet que costumam reproduzir essa ideia.

"Mas é outro contexto. Não tem nada a ver com o socialismo marxista. Tem a ver com o sentido da totalidade da sociedade alemã", afirmou ele.

Para Guterman, se trataria de uma argumentação insustentável cujo único objetivo seria o de mobilizar a militância. "Ele está respondendo a um pensamento do eleitor." Em entrevista à Deustche Welle no ano passado, o embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, chegou a afirmar que essa discussão "não tinha base honesta".

O professor alemão Oliver Stuenkel, da área de relações internacionais da FGV-SP, diz que a afirmação faria parte do "submundo das conspirações". Para Stuenkel, a fala de Araújo traz constrangimento, mas há o entendimento de que ela não representa a totalidade do governo.

Procurada na noite desta quinta-feira pela reportagem, a assessoria do ministro não havia se pronunciado até a conclusão desta matéria.

'Distorções'

"Vivemos um momento preocupante de distorções de fatos históricos consagrados, que mostram que o nazismo era um regime de extrema direita. Há desprezo pelo contexto histórico; um esquecimento voluntário, além de manipulação", disse a historiadora da USP Maria Luiza Tucci Carneiro.

"O que importa aqui não é fazer história, mas fazer política no presente, desconsiderando o passado e os fatos. Os nazistas apontavam os comunistas como 'inimigos objetivos'. Uma das primeiras medidas de Hitler no poder foi pôr na ilegalidade o Partido Comunista. Começa, então, uma fuga de intelectuais e cientistas. O passado deve ser revisitado, não deturpado", concluiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O chanceler Ernesto Araújo disse, em entrevista coletiva na manhã deste sábado em Pacaraima, que espera que autoridades venezuelanas liberem a passagem de ajuda humanitária enviada do Brasil para a Venezuela enviada desde a Base de Boa Vista por um dever moral e político.

"A expectativa é de que se libere o ingresso" disse Araújo, ao lado da embaixadora do líder opositor Juan Guaidó, Maria Teresa Belandria e de autoridades diplomáticas americanas. " A entrega será conduzida pela equipe do governo legítimo do presidente Guaidó."

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o chanceler, são 178 toneladas de remédios e alimentos não perecíveis como feijão, arroz açúcar e leite em pó.

A embaixadora lembrou que em Cúcuta durante a noite guardas da Guarda Nacional Bolivariana desbloquearam uma parte da ponte e esperam o mesmo procedimento aqui. Segundo ela, Maduro dificultou a saída de caminhões venezuelanos para o Brasil por meio de pressao junto a empresas de transporte.

Ainda de acordo com Araújo, a movimentação de segurança do lado brasileiro da fronteira é normal e o Itamaraty trabalhará junto a autoridades venezuelanas para que brasileiros que ficaram em Santa Elena do Uairen antes do fechamento da fronteira retornem ao País.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fará na quinta-feira, 14, uma apresentação com o tema: "Refugiados - Desafio no Oriente Médio e a experiência brasileira" durante a conferência de paz sobre o Oriente Médio que se realiza em Varsóvia, na Polônia. O apoio brasileiro a migrantes da Venezuela é apontado como um exemplo de sucesso.

Segundo fontes do governo brasileiro, a conferência não é negociadora e não se espera que sejam tomadas posições. A proposta é fazer uma "discussão franca" sobre a crise na região, o que é visto como uma "oportunidade diplomática".

##RECOMENDA##

A realização conferência foi anunciada em janeiro pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e é vista como uma tentativa de isolar o Irã. A iniciativa é vista com reticência, por exemplo, pela Europa. De acordo com a imprensa local, a representante para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, boicotou o encontro. Outros países optaram por enviar um nível baixo de representação. A Rússia, aliada do Irã, anunciou que não participará.

Declaradamente alinhado aos EUA, o Brasil estará presente. Em contraponto às notícias que o evento está esvaziado, integrantes do governo brasileiro destacam a participação de países importantes da região: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Catar e Israel. Também ressalta a presença de chanceleres de países como o Japão, o Reino Unido, a Itália e o Canadá.

A passagem do chanceler brasileiro Ernesto Araújo pelos Estados Unidos, destinada a abrir caminho para a visita do presidente Jair Bolsonaro ao americano Donald Trump, incluiu conversas não só com autoridades americanas, mas também com o setor privado. Parte da agenda do ministro incluiu jantares e encontros organizados por think tanks e empresários, em Washington e em Nova York, no qual Araújo apresentou as perspectivas do governo e ouviu as demandas do setor empresarial.

Os encontros não contaram com a participação da imprensa, mas fontes presentes reuniões relataram ao jornal 'O Estado de S. Paulo' o que é o maior interesse do setor privado americano: como um processo de abertura comercial do Brasil irá tomar corpo.

##RECOMENDA##

Araújo foi o primeiro integrante do alto escalão do governo a pisar nos EUA para falar pelo governo Bolsonaro, depois da posse presidencial em 1.º de janeiro. Representantes de empresas multinacionais do setor de alimentos, bebidas, automotivo, petrolífero e de higiene foram alguns dos que compareceram a encontros com o ministro e o questionaram sobre os próximos passos do governo.

Entre perguntas levantadas ao ministro estão a possibilidade de acordos que prevejam proteção ao investimento e também a liberalização de barreiras regulatórias no País. Araújo disse aos presentes, segundo fontes, que o Brasil está aberto aos negócios e disse saber que o País deu "tiros no pé" na questão da agenda regulatória, mas prometeu que daqui para a frente a ideia é simplificar. Para disso, disse que o setor privado ajudará a apontar os problemas atuais.

Questionado sobre a relação entre Brasil e EUA, o ministro destacou que há uma oportunidade de aproximação em que, pela primeira vez em muito tempo, há interesses e valores comuns dos dois lados. Ele comemorou, por exemplo, que o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, tenha usado o Twitter para destacar a "aliança" mais forte do que nunca com o Brasil após se encontrar com o brasileiro. Segundo o chanceler, o termo "aliança" é mais interessante e forte do que uma menção a "parceria". Segundo ele, há o mesmo comprometimento entre os dois países sobre o estreitamento das relações.

O ministro também foi questionado sobre a posição do País na Organização Mundial do Comércio, frente à posição assumida em Davos de apoio à reforma da organização.

Conhecido entusiasta do presidente americano Donald Trump, Araújo foi questionado também sobre como o Brasil vai se posicionar em meio à guerra comercial entre EUA e China. A disputa, na visão do ministro, poderá criar oportunidades para o Brasil tentar mudar o que classificou como hiperdependência da China. Segundo ele, é preciso diversificar a parceria.

Sobre as questões domésticas, uma em especial é o tema onipresente: a reforma da previdência. Ao falar sobre o Brasil a empresários, Araújo não se limitou aos temas econômicos. Fontes presentes afirmaram que o chanceler sustentou que o novo governo tem um forte comprometimento com valores conservadores, com lei e ordem e com valores da família, além do liberalismo econômico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo brasileiro rejeita a possibilidade de uma mediação por parte de México e Uruguai na crise venezuelana. "Já passamos desse capítulo", declarou na manhã desta sexta-feira o chanceler Ernesto Araújo, que ainda está em Davos para reuniões com governos estrangeiros.

Na quinta-feira, Nicolás Maduro acenou que estava disposto a aceitar uma oferta de mediação feita pelos governos de México e Uruguai. Os dois países, governados pela esquerda, não reconheceram o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó como presidente interino, mas trabalham por uma transição pacífica no comando do país.

##RECOMENDA##

"Os governos do México e do Uruguai propuseram uma iniciativa internacional para promover um diálogo entre as partes na Venezuela (...) Estou pronto para o entendimento", afirmou Maduro diante do Supremo, onde recebeu o respaldo dos chefes dos poderes públicos.

Não é a primeira vez que o chavista aceita o diálogo com opositores. Rodadas foram feitas na República Dominicana, sob mediação do ex-premiê espanhol José Rodríguez Zapatero. A oposição abandonou a negociação, alegando que o chavismo só desejava ganhar tempo.

México e Uruguai foram alguns dos poucos países na região que não aceitaram o projeto do Grupo de Lima de reconhecer Guaidó como presidente.

Fontes do governo brasileiro, porém, acreditam que o gesto de Maduro seja apenas mais uma estratégia para ganhar tempo. Roberto Hausmann, que desenhou um plano econômico para a Venezuela "pós-Maduro", também rejeitou qualquer tipo de diálogo, alertando para a manipulação que o venezuelano poderia fazer com um novo processo diplomático.

Pessoas próximas a Bolsonaro indicaram à reportagem que não acreditam que há como dar "meia volta" e retornar a uma trilha de diálogo em que Maduro pudesse assumir um papel. "Cada dia que passa ele fica mais isolado e esse é o objetivo", declarou a fonte do círculo íntimo de Bolsonaro.

Entre a cúpula militar brasileira, porém, há um sentimento nítido de que o cenário hoje venezuelano é "incerto" e que o capítulo final dessa crise "ainda não foi escrito".

Num gesto diplomático de apoio a Juan Guaidó, o Itamaraty orientou seus diplomatas em Caracas a responder apenas ao presidente da Assembleia Nacional, considerado a partir de quarta-feira, 23, como a única autoridade legítima e reconhecida pelo Brasil.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o chanceler Ernesto Araújo indicou que não vai retirar da Venezuela os diplomatas brasileiros. "Eles ficam", disse na manhã desta quinta-feira, 24, em Davos. Outra orientação, segundo ele, seria a de apenas manter contatos com a equipe de Guaidó.

##RECOMENDA##

Diante do fim do reconhecimento do governo de Nicolás Maduro por diversos governos latino-americanos, foi dada 72 horas para a diplomacia dos EUA se retirar do país. A Casa Branca, porém, indicou que as ordens de Maduro não tinham efeito.

O Estado obteve uma carta assinada pelo próprio Guaidó e enviada a todas as embaixadas estrangeiras em Caracas. Nela, o presidente da Assembleia afirma que "deseja firmemente que mantenham sua presença diplomática em nosso país".

Ele também alerta aos governos estrangeiros a ignorar as ordens de Maduro. "Peço que desconheçam qualquer ordem ou disposição que contradiga o firme propósito do poder legítimo da Venezuela, que em virtude da Constituição, ostento, de que as missões diplomáticas, chefes de missões e todos seus funcionários continuem operando na Venezuela com normalidade e que se respeitem todas as imunidade e privilégios", escreveu.

"Qualquer disposição contrária careceria de validade, já que emanaria de pessoas ou entidades que, por seu caráter usurpatório, não tem autoridade legítima para pronunciar-se a respeito", completou Guaidó.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando