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O ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, confirmou que é contrário à mudança de entendimento sobre a prisão após esgotados os recursos em segunda instância, firmado em outubro de 2016 pela Corte. Em trecho de entrevista divulgado na madrugada desta terça-feira, 3, ao programa Conversa com Bial, da Rede Globo, o ministro explicou que o pedido de revisão parte de uma premissa de presunção de inocência, que não deveria ser observada nos casos em que a condenação foi confirmada em segundo grau, de acordo com ele.

"Como você pode dizer que um cidadão que sofreu inquérito, foi denunciado, foi condenado... O juízo da apelação no tribunal colegiado, composto por inteligências e homens mais maduros do que os juízes de primeira instância, confirma a condenação e esse homem entra presumidamente inocente. Você consegue entender isso?", disse, no trecho da entrevista. A íntegra será exibida pelo programa ainda nesta semana.

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Fux é considerado um voto certo contra o habeas corpus preventivo pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que será julgado pelo STF na quarta-feira. Caso as ações que questionam o aprisionamento após a segunda instância e que têm abrangência universal voltarem a ser apreciadas pela Corte, o ministro também deverá manter seu entendimento.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o quinto voto no julgamento sobre se cabe ou não o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pede para não ser preso até que se esgotem todos os recursos contra a condenação na Lava Jato. Ele acompanhou os ministros Edson Fachin e Roberto Barroso, e divergiu de Alexandre de Moraes e de Rosa Weber.

Luiz Fux começou afirmando que o Supremo recentemente desenvolveu "um filtro para evitar o uso sem moderação de ações", explicando que os habeas corpus são os pedidos mais recorrentes.

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Alguns desses filtros foram citados por Fachin e Barroso, como aqueles que dizem que um habeas corpus contra decisão de ministro relator de um tribunal superior (no caso, do Superior Tribunal de Justiça) não pode ser aceito nem mesmo depois de haver um aditamento (atualização) do habeas depois de uma decisão definitiva do tribunal em questão. É o caso de Lula, que teve rejeitada liminar por um ministro do STJ e depois pelo plenário do STJ.

"Essas premissas me fazem manter o entendimento que tenho mostrado na primeira turma do STF. A questão do aditamento realmente não me sensibiliza", disse.

Fux afirmou que a Primeira Turma do Supremo "só concede ordens de ofício (pedidos da defesa) quando há teratologia (fato considerado absurdo) na decisão".

"Para um juiz de direito uma decisão do Supremo Tribunal Federal está na ordem da sacralidade das palavras dos magistrados. Eu não consigo considerar teratológica uma decisão que atende ao entendimento da Suprema Corte. Eu não conheço do habeas corpus e não me vejo em condições de conceder de ofício", votou Fux.

Em defesa da candidatura à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), subiu o tom e atacou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux. O petista disse nesta quinta-feira (8) que o ministro quer mudar a regra de inscrição de candidaturas para impedir o lançamento do ex-presidente. "Isso é apequenar o Tribunal Federal. Isso se chama desvio de finalidade", acusou Pimenta.

Mais cedo, Fux disse que pretende discutir com os colegas da Corte Eleitoral o veto automático a registro de candidatos que se enquadrem na Lei da Ficha Limpa. Durante café da manhã com jornalistas, Fux defendeu a tese de que político ficha-suja não pode nem fazer o registro de candidatura. Fux também afirmou - sem citar casos concretos - que quer debater com os demais ministros do TSE a possibilidade de liminares concedidas por diversas instâncias judiciais permitirem o registro de candidaturas.

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Para Pimenta, o ministro tenta criar "factoides" e faz afirmações fora de sua competência. O líder do PT sugeriu que o ministro dispute eleição para poder fazer leis já que, nas palavras do petista, "não está nas prerrogativas dele mudar o sentido da lei". "Ele deveria ter coragem de concorrer para ter oportunidade de legislar", declarou.

Pimenta disse que a declaração de Fux foi desrespeitosa e que o ministro não pode achar que está "acima da lei". O deputado ainda acusou o ministro de ter engavetado a análise do auxílio-moradia para magistrados por quatro anos e ironizou sua morosidade. "Ou ele é irresponsável ou é muito esquecido", afirmou.

Previdência

O deputado afirmou que a nova emenda aglutinativa da Reforma da Previdência dá benefícios a algumas categorias e aprofunda o quadro de desigualdade no País. Na avaliação do petista, a proposta apresentada ontem é pior do que a anterior e que, por isso, a oposição vai intensificar a mobilização contra o texto.

Pimenta avisou que o bloco oposicionista manterá o clima de beligerância e obstrução total na Câmara, sem permitir que nenhum projeto tramite até que a reforma previdenciária seja enterrada. "Nós não daremos sossego, não daremos trégua", disse.

Nesta tarde, o PSB encaminhou uma nota onde informa que não participará da estratégia da oposição sob a alegação de que os governistas vão se "esconder" atrás da obstrução para não expor seus votos. "Com isso continuam a receber benesses em troca dos votos favoráveis que darão à matéria em novembro, quando aqueles deputados que não forem reeleitos não terão qualquer compromisso com a sociedade e nem temor da retaliação das urnas", diz a nota da liderança do partido na Casa. O PSB disse que vai atuar para que a PEC seja votada no dia 20 e para que o tema seja "sepultado de uma vez". O partido também pedirá informações ao Executivo sobre os gastos com a propaganda pró-reforma. O PSB defende que a proposta seja votada no novo governo.

Então vejamos meus caros leitores, acreditem os senhores e senhoras mas sem alarde e após mais de cinco anos, o ministro Fux, finalmente liberou para votação da corte uma ação que questiona diversos penduricalhos concedidos a magistrados do TJ do falido, acabado e quebrado estado do Rio de Janeiro. O ministro pediu vista do processo em 2012, após o relator do caso, Ayres Britto, votar pela inconstitucionalidade de artigos que criavam, entre outras benesses, auxílios de saúde, pré-escolar, alimentação, adicional de permanência e gratificações. Por isso esse país cada vez mais se distancia de ser uma democracia séria. Com o gesto, o ministro atendeu a demanda de juízes federais que não queriam ser os únicos alvos do movimento nacional que pode acabar com o auxílio- moradia. Eles pediam uma reanálise geral, inclusive sobre os benefícios dos colegas que atuam na esfera estadual e de integrantes de outros Poderes. A enormidade de penduricalhos concedidos pela norma à Justiça do Rio, Estado de Fux e no qual sua filha atua como desembargadora, foi destacada no voto de Ayres Britto. Há até a previsão de “licença especial de três meses, com vencimentos integrais”, a cada cinco anos de serviço. Como se diz em alto e bom tom o ditado brasileiro sempre prevalece por aqui, “farinha pouca meu pirão primeiro”. Como este país vai dar certo? Nunca.

Carnaval de Petrolina 

O som do maracatu e outros ritmos da cultura pernambucana deram as boas-vindas aos festejos de Momo na capital do São Francisco. A tarde do último sábado (03), foi de alegria e muita diversão no tradicional encontro dos blocos ‘Baque Opará’ e ‘8 Furos’, na Praça 21 de Setembro, área central da cidade.

Dez anos

Em sua 10ª edição, o cortejo chegou e transformou a cidade em uma verdadeira apoteose da folia levando a alegria de sempre, que é a marca registrada do evento.

Grupo de Oposição oficializa aliança com Diogo Moraes

Nesta última sexta-feira (02), em Brejo da Madre de Deus, agreste pernambucano, o grupo de oposição do município realizou um ato político, seguido de coletiva de imprensa, para firmar uma aliança com o deputado estadual Diogo Moraes (PSB).

Presenças

Do município brejense, estiveram presentes o líder da oposição na Câmara de Vereadores, Rubinho Nunes, e os vereadores Avecino, Júnior de Miguelão, Jobson Barros, Val e o ex-vice-prefeito Zé Dercílio. Também estiveram presentes suplentes, lideranças comunitárias e pessoas da comunidade brejense, que demonstraram apoio à nova coalizão política do Agreste. 

Mais gente

Outras lideranças políticas da região do Polo de Confecções do Agreste também participaram, como o prefeito de Taquaritinga do Norte, Lero Ivanildo, os vereadores de Santa Cruz do Capibaribe Júnior Gomes e Ronaldo Pacas, além de Fábio Mamão, líder da oposição em Jataúba e Prudêncio Gomes, de Toritama. Com as presenças registradas, o evento, que foi marcado para declarar apoio no município, foi amplificado e se destacou como uma grande reafirmação da representatividade do parlamentar junto às lideranças políticas do Agreste Setentrional.  

Diogo em campanha

O deputado destacou ainda que este é o momento de realizar parcerias alinhadas pelo grupo. “O diálogo no campo político se dá quando um grupo se une em prol de trocar ideias, aprumar um caminho, fazendo o melhor pelos os cidadãos. Chegou o momento de diálogo com esse grupo.

Compesa define esquema especial de abastecimento para o Carnaval

Um dos mais importantes polos do Carnaval de Pernambuco, Olinda contará com um esquema especial de abastecimento de água para a festa de Momo deste ano. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) fez ajustes operacionais no sistema para garantir a distribuição de água, todos os dias, nos principais focos de folia da cidade, que se concentram no Sítio Histórico.

Abastecimento

O regime especial de fornecimento de água diário vai funcionar a partir da próxima quarta-feira (7) e segue até 14 de fevereiro, da seguinte forma: no horário das 6h às 13h, serão abastecidos o Monte, Amparo, Guadalupe, Bonsucesso e Barreira do Rosário; e no período das 13h às 24h, serão atendidas as localidades da Ribeira, Carmo, Varadouro, Rua 13 de Maio, Rua da Bertioga, Carmo, Alto da Sé, São Francisco, Santa Tereza, Umuarama, V8, Amaro Branco e Ilha do Maruim.

Recife

Para o Carnaval do Recife, a Compesa manterá o mesmo regime de abastecimento já praticado nos bairros, tendo em vista que os principais corredores e polos de folia na cidade, como o desfile do Galo da Madrugada, ocorrerão em áreas onde o fornecimento de água é contínuo. A companhia também programou um reforço no abastecimento de água em outras cidades que costumam receber uma maior concentração de foliões e veranistas, nesta época do ano. 

Interior

Em Bezerros, no Agreste Central, entre os dias 10 e 14 de fevereiro, a companhia programou realizar o abastecimento diário para as áreas que recebem o maior fluxo de visitantes e onde ocorrem os desfiles dos blocos, como a festa Folia dos Papangus, que são os bairros do Rosário, do Cruzeiro (parte baixa), São Sebastião, Centenária e Centro.

Praias

Na Praia de Porto de Galinhas, um dos destinos mais procurados no Litoral Sul durante o Carnaval, a distribuição de água será realizada durante 24 horas, graças ao novo sistema adutor que foi colocado em operação, em outubro do ano passado, e permitiu dobrar a oferta de água para o balneário. Mesmo nas épocas de alta temporada, quando há o aumento do fluxo de pessoas na região, o sistema garante a regularidade do abastecimento de água em Porto de Galinhas.

Litoral norte

No Litoral Norte, nas localidades de Pau Amarelo, Maria Farinha, Conceição, Janga, no Paulista, além de Ponta de Pedras, em Goiana, e na Ilha de Itamaracá, o abastecimento de água seguirá o calendário normalmente, mas ganhará um reforço por meio de carros-pipa, que podem ser solicitados pelo serviço de teleatendimento da Compesa no telefone 0800 081 0195 (24 horas).

“Pernambuco tem contas organizadas porque se preparou para enfrentar a crise” quem diz é o deputado Tadeu Alencar

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) lembra que Pernambuco mantém o equilíbrio das contas estaduais, honrando compromissos, ao mesmo tempo em que investe em todas as regiões do Estado. O deputado destaca que as contas organizadas são fruto da capacidade de gestão do governador Paulo Câmara, que preparou o Estado para enfrentar a crise econômica nacional.

Armando se engaja no movimento para retomar construção da Barragem Engenho Pereira, em Moreno

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) esteve com o prefeito de Moreno, Vavá Rufino (PTB), nesta sexta-feira (2), e reafirmou seu engajamento na mobilização pela retomada da construção da Barragem Engenho Pereira. A obra – executada pelo governo do Estado – teve início em 2013, mas foi paralisada no ano seguinte. Ao gestor, Armando prometeu articular-se com a bancada federal de Pernambuco, de modo a garantir mais recursos ao empreendimento, através de uma nova emenda de bancada. Além disso, o petebista vai viabilizar audiências com o Ministério da Integração Nacional e a Presidência para tratar do projeto.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira, 1, que acredita que as duas ações penais de sua relatoria em que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é réu podem ser julgadas nos próximos seis meses.

As duas ações penais deverão ser julgadas pela Primeira Turma do STF. Numa delas, o pré-candidato à Presidência da República é réu por injúria e apologia ao crime. A autora é a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS), sobre quem Bolsonaro declarou, em 2014, que "não estupraria a deputada porque ela não mereceria". A outra denúncia é do Ministério Público Federal (MPF), que enxerga, na conduta do deputado, incitação ao crime de estupro.

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"São duas ações penais, uma privada, outra pública. Uma está mais adiantada que a outra, numa delas falta oitiva de três testemunhas. Então, o ideal é julgar junto, porque os fatos são os mesmos, a categorização é que ficou diferente", disse Fux a jornalistas.

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, negou pedido de liminar do Ministério Público Eleitoral que solicitava a retirada de outdoors com suposta propaganda eleitoral em favor do deputado federal Jair Bolsonaro no interior da Bahia.

Na representação, o MPE afirma que as peças estariam sendo replicadas em publicações nas redes sociais. O outdoor, com uma foto de Bolsonaro, leva o texto "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Bolsonaro. Pela honra, moral e ética. Paulo Afonso - BA".

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Na decisão, Fux, que assume a presidência da Corte Eleitoral no dia 6 de fevereiro, cita trecho da lei que determinou que casos com menção à pretensa candidatura e a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos não se configuram como propaganda eleitoral antecipada. O ministro do TSE baseia a argumentação na nova Lei das Eleições, alterada pela Reforma Eleitoral de 2015.

"Dessa forma, verifica-se, em juízo perfunctório, não estarem presentes os elementos caracterizadores da propaganda eleitoral extemporânea", concluiu Fux. Jair Bolsonaro anunciou no início do mês sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL), pelo qual pretende se candidatar ao cargo de Presidente da República. A campanha dos candidatos, com propaganda eleitoral, é permitida a partir do dia 16 de agosto, de acordo com o calendário do TSE.

Segundo a lei, outros atos que não se configuram como campanha eleitoral antecipada são: participação em programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet; realização de encontros, seminários ou congressos em ambiente fechado e às expensas dos partidos políticos; realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo; divulgação de atos de parlamentares; e o posicionamento pessoal sobre questões políticas, entre outros.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux esticou em mais 60 dias o prazo para a Polícia Federal concluir as investigações sobre suposto repasse de R$ 800 mil da Odebrecht Ambiental ao senador Fernando Collor (PTC/AL), em 2010. Neste caso, o parlamentar foi delatado por executivos da empresa de saneamento da maior construtora do país, que disseram pagar os valores ao senador em troca de apoio à privatização dos esgotos de Alagoas.

A decisão de Fux foi tomada no dia 14. "Na sequência, tendo em vista que o procurador-geral da República manifestou-se favoravelmente ao pedido de dilação do prazo para conclusão das diligências, encaminhem-se os autos à Policia Federal, pelo prazo de 60 dias", anotou Fux.

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O ex-presidente Fernando Collor de Mello - ‘roxinho’ na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase ‘eu tenho aquilo roxo’, proferida nos anos 1990 - teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

Fux é o relator do caso desde o dia 10 de agosto, após a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora não estão relacionados com a operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobrás e outras estatais.

Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

"O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal", afirmou o executivo Fernando Reis.

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento pessoal.

No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht ‘fizesse obras’. Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi "propositivo".

"Quero que você faça as obras", teria dito. "E nós: ‘senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras’. E ele: ‘Quero, quero, quero. Preciso ganhar’", relatou Barradas.

Com a palavra, Fernando Collor

O senador se pronunciou sobre a delação da Odebrecht no dia 12 de abril, quando seu teor foi revelado.

"Nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010."

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, é o novo relator do inquérito para investigar suposto repasse da Odebrecht, no valor de R$ 800 mil, via caixa dois, em 2010, ao senador Fernando Collor (PTC-AL). As investigações foram tiradas das mãos do relator da Lava Jato na Corte, Edson Fachin, pela Ministra Cármen Lúcia por não terem relação direta com a operação, que apura desvios na Petrobras e outras estatais.

Neste caso, Collor foi delatado por executivos da Odebrecht Ambiental, que disseram pagar os valores ao senador em troca de apoio à privatização dos esgotos de Alagoas.

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'Roxinho'

O ex-presidente Fernando Collor de Mello - "roxinho" na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase "eu tenho aquilo roxo", proferida nos anos 1990, teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo.

Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

A presidente do STF, Cármen Lúcia afirmou, em despacho que "inexiste conexão ou continência entre os fatos narrados no presente Inquérito e aqueles relacionados à denominada 'Operação Lava Jato'".

Esgoto da Odebrecht

Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do Estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Reis.

"O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no Estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal", afirmou o Fernando Reis.

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento. No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, além de Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht "fizesse obras". Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi "propositivo". "Quero que você faça as obras", teria dito o ex-presidente.

"Senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras", relatou Barradas. "Quero, quero, quero. Preciso ganhar", teria respondido Collor.

Defesa

Collor se pronunciou sobre a delação da Odebrecht no dia 12 de abril, quando seu teor foi revelado. "Nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010", disse o senador na ocasião.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o novo relator dos Inquéritos 4401 e 4463, que tem como investigado o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. Os dois inquéritos, inicialmente distribuídos por prevenção ao ministro Edson Fachin, foram redistribuídos por determinação da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

O inquérito 4401 apura fatos relativos à suposta solicitação direta de vantagens indevidas por Kassab, "valendo-se de sua condição de agente político", e repasses a pretexto de contribuição à sua campanha ao Senado em 2014 e à criação de um novo partido.

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No inquérito 4463, a investigação trata de repasses indevidos na realização de um conjunto de obras viárias em São Paulo e de repasses para sua campanha à reeleição para a Prefeitura de São Paulo, em 2012.

Nos dois casos, as investigações partiram das colaborações premiadas de executivos da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

A redistribuição foi pedida pela Procuradoria-Geral da República e submetida à Presidência da Corte por Fachin.

No exame da possibilidade de livre distribuição, Cármen concluiu que não estão presentes os requisitos de conexão ou continência dos fatos investigados com os demais processos relativos à Operação Lava Jato que justificariam a distribuição por prevenção a Fachin.

Por meio de sua Assessoria de Comunicação, o Kassab declarou: "O ministro confia na Justiça e sempre pautou sua atuação pela ética e pelo cumprimento da legislação."

Durante o julgamento que está sendo realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (22), sobre se o ministro Edson Fachin continuará à frente no caso da JBS e que também visa a validação da delação, o magistrado Luiz Fux em seu voto falou sobre o instituto da colaboração premiada no Brasil e disse que “a criminalidade foi se sofisticando”. 

“A criminalidade foi se sofisticando. Surgiu uma criminalidade muito mais avançada do que se podia imaginar. Esse instituto de delação premiada veio com o escopo de conjurar essa idéia que permeava a sociedade quanto a impunidade dos delitos porquanto a apuração das provas fazia com que o processo penal demorasse muitíssimo”, declarou. 

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Fux também disse que as delações foram instituídas para “enfrentar os crimes do colarinho branco”.  “Em todas as delações, os delatores estavam de paletó e com camisa de colarinho branco (...) são evidentemente criminosos do colarinho branco”. 

Em sua explanação, ele ainda declarou que a verificação da delação é de responsabilidade de quem vai homologá-la e que verificar a legalidade é diferente de verificar a eficácia, o que aconteceria no momento do julgamento.  

O magistrado ainda ressaltou que as delações da JBS “dificilmente” estariam em mãos melhores do que as de Fachin. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse na manhã desta segunda-feira (12) que, durante o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pensou no que era melhor para o Brasil e que não disputou vaidades. "Não disputei vaidades, pensei no que era melhor para o Brasil", afirmou para uma plateia de empresários e representantes do mercado financeiro que participaram do evento "Brasil Futuro - Direito, Economia e Desenvolvimento", que a Consulting House realiza em São Paulo.

Essa é a primeira participação do ministro em evento público depois do julgamento que absolveu a chapa Dilma-Temer, mantendo no poder o presidente Michel Temer. O mandatário foi absolvido por um placar de quatro votos pela manutenção de Temer na Presidência contra três votos pela condenação.

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Fux foi um dos três votos pela cassação de Temer, seguindo o voto do relator Herman Benjamin, que também foi seguido pela ministra Rosa Weber.

"Eu não consegui me curvar à ideia de que o que estava sendo discutido no Tribunal, uma questão de fundo seriíssima, utilizando-se de um artifício, era: não, não, isso não estava na ação", criticou o ministro.

O julgamento foi marcado por debates sobre a inclusão das delações da Odebrecht e do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura no processo, posição defendida pelo ministro-relator.

Fux, que discorreu durante o sua participação no evento sobre o Direito Econômico, ao encerrar sua palestra, voltou-se para a plateia e disse: "Os senhores podem estar certos de que o Judiciário não faltará ao Brasil nestes momentos de dor." Ainda segundo o ministro, "O Judiciário vai levar o Brasil ao Porto, e, não, ao naufrágio".

O julgamento da chapa eleitoral formada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e pelo presidente Michel Temer (PMDB) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá ser retomado ainda este ano, talvez até mesmo neste semestre, disse na manhã desta segunda-feira (24) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que integra também a corte eleitoral. Já o prazo necessário para terminar o julgamento é "imprevisível", segundo Fux.

"Já houve a conclusão da instrução. O processo tinha sido colocado em pauta. Surgiram provas novas que tornaram necessário o prolongamento, mas acredito que este ano, este semestre talvez até, consigamos julgar", afirmou Fux, após dar palestra em seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na sede da Federação das Indústria do Rio (Firjan).

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Fux lembrou que o relatório do processo tem "mil páginas" e prever quando o julgamento terminará é impossível porque depende de cada ministro do TSE. Segundo Fux, alguns se preparam para julgar na hora, outros podem precisar de mais tempo. "Pela complexidade da causa, tende a ser algo bem debatido, não sei se demorado", afirmou Fux.

Questionado se seria possível terminar o julgamento antes das eleições gerais de 2018, Fux respondeu de forma indireta: "Ninguém acreditava que o processo fosse pautado e ele foi". "O que não se pode é em nome de uma celeridade violar as garantias do processo legal", afirmou o ministro do STF.

Na palestra e depois dela, Fux fez uma brincadeira, ao comparar a Operação Lava Jato e o caso do mensalão. Segundo o ministro do STF, levando em conta os valores envolvidos nas duas investigações, o processo do mensalão poderia ser julgado num juizado especial de pequenas causas.

Relator da ação em que o governo do Rio de Janeiro pede para que seja antecipado o acordo com a União em torno das dívidas do Estado, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, deve levar o assunto à discussão do plenário da Corte na tarde desta quinta-feira, 9.

No acordo entre a União e o Estado do Rio, as partes envolvidas se comprometeram a promover todas as medidas necessárias "capazes de promover o reequilíbrio financeiro-fiscal do Estado do Rio de Janeiro, evitando colapso na prestação de serviços públicos essenciais à população".

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Na ação, o procurador-geral do Estado, Leonardo Espíndola, alega que apesar do acordo feito, no último dia 26 de janeiro, a aplicação "assimétrica" de alguns dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal impedem a adoção de providências emergenciais. No documento, o procurador lembra ainda da existência do decreto assinado pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que reconhece formalmente o estado de calamidade pública.

A Advocacia Geral da União (AGU) e os departamentos jurídicos da Caixa e do Banco do Brasil já se manifestaram contra o pedido do Rio, que daria ao Estado espaço para a contratação de novos empréstimos bancários.

Menos de um dia após o recebimento do processo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou o arquivamento de um pedido de impeachment do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), por crime de responsabilidade.

Os autores da petição são os advogados Adriana Reis Albuquerque de Menezes, Carlos André Studart Pereira, Carlos Marden Cabral Coutinho, Pablo Bezerra Luciano e Vilson Marcelo Malchow Vedana. Eles protocolaram o documento no início da tarde desta terça-feira (31).

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Segundo a denúncia, Fux não teria submetido ao plenário do STF decisões liminares tomadas por ele a partir setembro de 2014, quando concedeu auxílio-moradia a um grupo de juízes federais; benefício depois estendido à totalidade dos magistrados, inclusive da Justiça do Trabalho e da Justiça Militar.

Renan destacou a importância da separação dos três poderes e disse que assunto é uma discussão de natureza "restrita a uma agenda corporativa".

"Por óbvio que o Senado Federal tem o dever e não pode se furtar ao debate de importantes questões funcionais das mais diversas carreiras que compõem o serviço público brasileiro. Contudo, há foro, oportunidade e instrumentos mais adequados para esse fim", argumentou.

Em abril, outro ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, também foi alvo de pedido de impeachment. O pedido foi arquivado por Renan.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux rejeitou mandado de segurança apresentado na quinta-feira (5) pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP). O deputado pediu a anulação da sessão em que a Câmara dos Deputados decidiu pelo encaminhamento ao Senado do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. O despacho do ministro foi assinado na sexta-feira (6). No entanto, só foi divulgado hoje.

Na decisão em que Fux nega o seguimento do mandado, ele argumenta que os atos relacionados à sessão da Câmara dos Deputados são uma questão interna Casa, não estando sujeitos a controle judicial. Portanto, sua apreciação deve estar restrita no âmbito do Poder Legislativo.

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“Reputa-se como interna corporis o ato praticado pelo plenário da Câmara dos Deputados consistente na votação de autorização para instauração de processo por crime de responsabilidade contra a presidente da República”, disse Fux. “Dessa forma, afigura-se incabível o mandado de segurança, pois não se trata de ato sujeito ao controle jurisdicional”, completou.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux votou na tarde desta quarta-feira, 26, pela rejeição dos recursos de oito condenados no processo do mensalão por formação de quadrilha. Relator dos embargos infringentes, Fux se posicionou a favor de manter as punições por esse crime ao ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e mais cinco condenados determinadas pela Corte no julgamento de 2012.

O relator disse que foi detalhadamente comprovado no processo que o grupo se reuniu para o "financiamento espúrio" de um projeto de poder por meio da compra de votos da base aliada no Congresso Nacional entre 2002 e 2005, só interrompendo a prática de crimes com a delação do ex-presidente do PTB Roberto Jefferson.

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Fux comparou a atuação da quadrilha ao "bando de Lampião", a quem não tinha como "atividade exclusiva" a prática dos crimes mas causou "desassossego" à sociedade. O relator iniciou, em seguida, uma análise da participação de cada um dos oito condenados pelo crime de formação de quadrilha que recorreram do julgamento de dois anos atrás. Se a maioria acompanhar o voto de Luiz Fux, Dirceu e Delúbio serão presos em regime de cumprimento de pena inicialmente fechado. Isso significa que não vão poder deixar a prisão para trabalhar.

No seu voto, Fux considerou que o esquema atentou contra a "paz pública", causando "intranquilidade" à democracia. Segundo ele, a realidade dos "mais de 300 volumes" do processo é que os integrantes compuseram uma engrenagem para cometer crimes. "Não fosse o desbaratamento do esquema o propinoduto teria sido usado por um período indeterminado porquanto útil para o cometimento dos crimes", destacou.

O relator rejeitou os argumentos da defesa de que os condenados não formaram uma quadrilha, mas, sim, agiram em coautoria. "Não se está diante de coautoria, quando réus se juntam para cometer um crime e podem cometer outros, aqui. Restou inequívoco a presença de uma unidade finalística, bem como a existência de uma quadrilha", observou.

No voto, Fux constatou que a estabilidade da quadrilha está demonstrada por meio da retirada de expressivas quantias de dinheiro de agências bancárias, pelas datas dos empréstimos fictícios e renovações ilícitas dessas operações de concessão de crédito ao PT e às agências de publicidade ligadas ao operador do mensalão, Marcos Valério.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afirmou nesta quarta-feira, 26, que José Dirceu, como ministro chefe da Casa Civil, orquestrou uma "quadrilha estável e duradoura" que tinha como objetivo obter recursos destinados a garantir o apoio à "governabilidade do país". O relator rejeitou o pedido de Dirceu e mais outros oito condenados de absolvê-los do crime de formação de quadrilha no processo do mensalão.

Fux, como relator dos embargos infringentes, é responsável pelo primeiro voto no julgamento dos recursos. Se a posição do relator prevalecer, Dirceu permanecerá preso em regime inicialmente fechado e perderá o direito, ao menos por ora, de trabalhar fora da cadeia em Brasília.

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O relator detalhou a atuação do ex-chefe da Casa Civil. Segundo Fux, há "farta" prova dos autos de que Dirceu cometeu formação de quadrilha. Ele disse que as atividades ilícitas dele foram praticadas por mais de dois anos e que o ex-ministro participava ativamente das reuniões partidárias em que se decidiam os acordos com os partidos da base aliada.

Fux disse ainda que José Dirceu conhecia as operações de empréstimo fictícios realizadas no Banco Rural, instituição que também concedeu outro empréstimo a ex-esposa dele Ângela Saragoça. "A ex-esposa logrou obter, por intermédio de membros da quadrilha, um emprego. O apartamento dessa senhora foi adquirido por Rogério Tolentino (outro condenado no processo), que agiu com o intuito de auxiliar o primeiro réu", destacou. Segundo o relator, nada era praticado "isoladamente, mas em concerto". E destacou que era Dirceu quem "batia o martelo" em relação aos temas apurados nos autos.

O julgamento da denúncia contra o deputado Arthur Lira (PP-AL), suspeito de agredir a ex-mulher Jullyene Lins, levantou, novamente, discussão sobre a Lei Maria da Penha no Supremo Tribunal Federal (STF). Relator do processo, o ministro Luiz Fux afirmou que a suspeita de que Lira teria agredido Jullyene - mulher durante 40 minutos era inverossímil. Fux comparou o caso a uma luta de MMA. O ministro do STF foi vencido e o deputado do PP de Alagoas responderá à ação penal no STF.

A mulher relatou que, em 2006, foi agredida durante 40 minutos. A empregada doméstica Elane Melo, babá de um dos filhos, afirmou ter presenciado as agressões e ouvido Lira dizer: "Eu vou dar em você de mão fechada que é para não deixar hematomas e ninguém escutar". Fux afirmou que as acusações eram inverossímeis. "Eu não conheço murro de mão fechada que não deixa marca. Principalmente, se ele é seguido de uma agressão de 40 minutos", afirmou.

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"Não só por experiência pessoal, mas porque tenho um gosto específico por esporte, sabe-se que nem num torneio de Mixed Martial Arts (MMA) se permite que uma pessoa apanhe durante 40 minutos porque uma surra de 40 minutos é conducente à morte", acrescentou. "Só para termos uma ideia, esses lutadores bem preparados fisicamente lutam três rounds de cinco minutos por um de descanso", afirmou.

O laudo pericial, feito a pedido da delegacia encarregada de investigar violência contra as mulheres em Alagoas, atestou que havia hematomas nos braços e nas pernas de Jullyene. Fux afirmou que as marcas eram incompatíveis com agressões que duram 40 minutos. De acordo com a defesa de Lira, os peritos não indicaram se as marcas eram compatíveis com o relato da mulher. Fux disse que o laudo "praticamente desmente a versão da vítima" e classificou de fantasiosa a versão.

Depois de prestados os primeiros depoimentos e concluído o laudo pericial, Jullyene voltou atrás no depoimento, o mesmo tendo feito a babá. Em 2012, o Supremo julgou que, mesmo que a mulher agredida volte atrás na denúncia, a ação penal continua a tramitar. Neste caso, afirmou Fux, não houve retratação. "Ela esvaziou o primeiro depoimento", disse, ressaltando ser favorável à Lei Maria da Penha.

Tese

A ministra Rosa Weber se contrapôs ao voto de Fux, contestando especialmente a tese de que as agressões não duraram 40 minutos. "Estava aqui a me perguntar qual é o tempo de um tapa. Meio minuto, dez segundos?", questionou. "Quatro hematomas pequenos. Mas o que causa um hematoma? Diante de tantas dúvidas, acho importante que a denúncia seja recebida para que, no curso da ação penal, com base em novos elementos de prova, possamos chegar a uma solução que mais atenda ao que de fato ocorreu", afirmou. O ministro Marco Aurélio Mello, que também votou pela continuidade do processo, disse recear as consequências que o voto de Fux poderia causar caso fosse vencedor.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux relata um processo patrocinado pelo advogado Sérgio Bermudes cuja solução terá impacto sobre todos os processos semelhantes que tramitam no País. O caso envolve a cobrança de ICMS sobre os produtos comprados pela internet ou por telefone no estado do comprador. Nesta quarta-feira, após ser questionado sobre este novo caso, Fux informou que abriria mão da relatoria. Um documento do próprio ministro afirma seu impedimento para atuar em ações do advogado, o que não tem sido respeitado por Fux, como mostrou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta.

O ministro havia dito que participou dos julgamentos em razão de descuido e que os seis processos listados tratavam de questões sem importância. Neste caso, no entanto, Fux votou pela repercussão geral do recurso em novembro do ano passado. Essa decisão, apoiada pelos demais ministros, foi pré-requisito para que o processo continue a ser julgado no Supremo e que a decisão a ser adotada por ele seja repetida em ações semelhantes no Judiciário. Depois disso, em fevereiro deste ano, Fux encaminhou o caso para parecer da Procuradoria-Geral da República.

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No dia 1.º de abril de 2011, o chefe de gabinete de Fux, Nicolao Salvador, encaminhou memorando à Secretaria Judiciária do STF para informar que o ministro estaria impedido de julgar processos de Bermudes, de outros dois escritórios e referentes à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Cabral

A relação entre Fux e Bermudes é discutida, inclusive entre integrantes do tribunal e do governo, desde que foi marcada uma festa para comemorar os 60 anos de idade do ministro, evento que reuniria centenas de magistrados, advogados e políticos e que seria pago pelo advogado.

A filha de Fux, Marianna, trabalha no escritório de Bermudes e disputa uma vaga no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Os nomes passam pelo crivo do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, um dos convidados para a festa e que foi cabo eleitoral da campanha de Fux para o Supremo. A festa foi desmarcada.

Impedimento

O processo relatado por Fux pode resolver uma briga pelo ICMS nas vendas pela internet. Nas vendas pela internet, um consumidor compra um produto em São Paulo, por exemplo. O ICMS é recolhido nesta operação. Quando o consumidor vai retirar a mercadoria, é obrigado a pagar um adicional a título de ICMS.

Nesta quarta, Fux afirmou que não julgou ainda o mérito da questão e afirmou que encaminhará este novo caso para a presidência do tribunal sortear novo relator. "Não foi observado naquele momento que se tratava de um caso de impedimento do ministro Luiz Fux", informou a assessoria do tribunal.

"Não havendo no momento processo semelhante que possa substituir o referido RE (recurso extraordinário) com leading case (caso líder) neste tema, o processo será encaminhado à presidência da Corte, solicitando que sua relatoria seja transferida", acrescentou a assessoria.

O STF divulgou nota para informar que confia na correição dos julgamentos dos processos do ministro Luiz Fux e que tinham como advogado Sérgio Bermudes. A nota não é assinada. De acordo com a assessoria de imprensa, a ordem para que fosse publicada partiu do presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa.

A candidatura da filha do ministro Luiz Fux, Marianna, de 32 anos, a uma vaga no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ainda não foi formalizada, mas já é motivo de constrangimento entre conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e desembargadores. Se mantiver a decisão de entrar na disputa, Marianna será candidata a uma das vagas garantidas a representantes da OAB, no chamado quinto constitucional, no lugar do desembargador Adilson Macabu, que se aposenta em julho.

Alguns advogados contam terem recebido telefonemas de Fux, já que o primeiro passo é incluir Marianna entre os seis nomes que serão encaminhados pela OAB ao Tribunal de Justiça. A preocupação dos conselheiros que votarão a lista sêxtupla é não criar atrito com um ministro da mais alta corte do País. Como o voto é aberto, é possível descobrir com facilidade quais foram os escolhidos de cada conselheiro.

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No Tribunal de Justiça, o convite distribuído aos 180 desembargadores para a festa de 60 anos de Fux, na casa do advogado Sergio Bermudes, foi motivo de desconforto. A festa acabou cancelada, para alívio de muitos magistrados. Fux tem um bom trânsito no tribunal e, na avaliação de alguns desembargadores, a inclusão de Marianna na lista tríplice a ser encaminhada ao governador Sérgio Cabral seria garantida.

No governo do Estado, o constrangimento acontece pelo fato de que dificilmente Cabral vetaria o nome de Marianna, se nem a OAB nem o TJ excluíssem a filha do ministro do Supremo. Questionado sobre o assunto, Cabral afirmou, na semana passada, que a candidatura de Marianna não chegou aos seus ouvidos e que sabe, apenas, que se trata de uma advogada "brilhante".

Se formalizar a candidatura, Marianna não será a única filha de um ministro do Supremo a disputar uma vaga do quinto constitucional. Filha de Marco Aurélio Mello, a advogada Letícia de Santis Mendes de Farias Mello está na lista sêxtupla enviada pela OAB federal para uma vaga do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange Espírito Santo e Rio de Janeiro. Se os desembargadores federais votarem em Letícia para a lista tríplice, a decisão final será da presidente Dilma Rousseff.

Bermudes

"Ser filho de um ministro não pode significar estigma. O que acontece é que (no caso de se candidatar a uma vaga em um tribunal) fica absolutamente vedado ao pai, tio ou parente interferir nesta disputa. No caso da comemoração do aniversário do ministro Fux, já que desembargadores foram convidados, o ideal seria que a filha não comparecesse. Mas não se pode impedi-la de se candidatar. Pode ser uma moça de extraordinário valor", diz o presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB federal, Valmir Pontes Filho.

Em relação à atuação de Fux em alguns processos de interesse do advogado Sérgio Bermudes, de quem é amigo há 40 anos, Valmir Pontes diz que a melhor atitude é, como fez o ministro, formalizar o impedimento, mas não há comprometimento do processo se votar em um ou outro caso. "Se o ministro prefere se julgar impedido, tanto melhor. Mas ele pode, tendo a consciência tranquila consigo mesmo, votar contra ou a favor, naturalmente dentro da prova dos autos" diz o advogado. (Colaborou Marcelo Gomes)

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