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Apesar de ter mostrado um recuo em relação ao documento anterior, principalmente na questão do protecionismo comercial, o comunicado dos 20 países mais ricos do mundo (G-20) mostrou um progresso em relação ao ponto de partida do encontro de ministros e presidentes de bancos centrais em Baden-Baden, na Alemanha.

"O comunicado foi um avanço importante, já que declara que o comércio internacional favorece o crescimento e ele mostra progresso em relação a onde começamos a reunião", disse Meirelles. "Alguns previam um impasse, o que não aconteceu", continuou em relação a expectativas de que, por falta de consenso, o tema comércio pudesse ser sumariamente excluído do texto, o que não ocorreu.

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Essa avaliação sobre o progresso do texto final durante os dois dias de reuniões foi feita há pouco pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista a jornalistas.

O documento divulgado na tarde de hoje revela que as autoridades financeiras globais não conseguiram chegar a um acordo sobre uma linguagem que condenasse as políticas comerciais protecionistas, sinal de uma ruptura entre o novo governo dos EUA e outros parceiros globais. A declaração diz que os governos estavam "trabalhando para fortalecer a contribuição do comércio para nossas economias", mas não mencionou a promessa anterior de rejeitar práticas protecionistas.

O ministro observou que, como tomou posse recentemente, o novo governo dos Estados Unidos pode alegar que ainda não possui uma posição elaborada. Para ele, esta é uma "evolução normal", na medida em que todos os países não pensam o tempo todo a mesma coisa. Ele voltou a dizer que relatou a situação brasileira do passado, quando a economia era mais fechada, e mostrou que as consequências para a economia doméstica não foram positivas com essa postura. "O Brasil já defendeu o protecionismo e hoje é favorável à abertura comercial", comparou.

Segundo o ministro, a posição do Brasil nessa questão hoje é objetiva, já que se trata de uma experiência, e não apenas de uma teoria. Questionado sobre se houve um embate maior entre as duas maiores potências econômicas do globo (EUA e China), ele salientou que o país asiático tem evoluído mais em direção à abertura de mercado e defesa de abertura comercial, o que pode ser considerado um avanço importante, enquanto os EUA têm enfatizado uma posição para normas comerciais justas, na visão deles.

Antiga bandeira da diplomacia brasileira, a reforma do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) foi defendida nesta sexta-feira (17) pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, como forma de restabelecer a paz e a segurança no mundo.

"Acreditamos haver uma necessidade urgente de atualizar o Conselho de Segurança das Nações Unidas, trazendo para o seu seio novos atores", disse Serra, durante a reunião de chanceleres do G-20 em Bonn, na Alemanha. "Isso aumentaria sua legitimidade e sua capacidade de atuação."

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O ministro afirmou, em seu discurso, que a reforma das instituições multilaterais responsáveis pela manutenção da paz e da segurança no mundo é uma medida necessária para que a comunidade internacional restaure sua capacidade de "promover a paz e a segurança internacionais num mundo que se depara com diversos novos desafios, inclusive o flagelo do terrorismo."

Outra iniciativa, relacionada com essa reforma, é uma mudança na forma como os países lidam com esse problema, segundo defendeu o ministro. "O uso da força deve ser sempre o derradeiro recurso", afirmou. "Temos de reconhecer que as múltiplas crises da atualidade estão diretamente relacionadas à nossa crescente incapacidade de prevenir a ocorrência de novos conflitos e o agravamento daqueles já existentes."

O Brasil, informou Serra, há muito tempo vem ressaltando a interdependência entre paz, segurança e desenvolvimento econômico. Por isso, acolheu positivamente o conceito de "paz sustentável" adotado pelas Nações Unidas. "Essa ideia contribui para a promoção de uma abordagem integral dos três pilares das Nações Unidas - paz e segurança, desenvolvimento sustentável e direitos humanos."

Em resposta à ameaça terrorista, os países têm concentrado suas atenções no financiamento de ações pela manutenção da paz. Atualmente, US$ 8 bilhões estão sendo utilizados para esse fim. "A consequência inevitável disso é que sobram menos recursos para a promoção dos direitos humanos e do desenvolvimento sustentável, aspectos centrais para prevenir as crises que hoje nos esforçamos, às vezes infrutiferamente, para resolver", argumentou Serra.

"Dessa forma, surge um círculo vicioso em que a paz é promovida em algumas áreas, mas torna-se menos sustentável em outras", disse. "Para que possamos alcançar a paz sustentável, é fundamental agirmos no sentido de evitar conflitos."

"É apenas dessa forma que a comunidade internacional deverá ser capaz de alcançar uma 'multipolaridade organizada', tal como sugerida pelo Secretário-Geral António Guterres: uma multipolaridade baseada não na confrontação e fragmentação, e sim na cooperação."

O trabalhador brasileiro sofreu a maior queda de salários em termos reais entre os países do G-20 em 2016 e, em 2015, já esteve entre as três nacionalidades que mais perderam em todo o mundo.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (15) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), num levantamento publicado apenas a cada dois anos sobre o comportamento dos salários pelo mundo. De acordo com a entidade, a queda no salário real do brasileiro neste ano deve ser de 6,2%. Em 2015, a perda foi de 3,7%.

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Desde 2012, os números da renda do brasileiro apresentavam um certo crescimento, ainda que abaixo da média mundial. Considerando inflação, o poder aquisitivo do brasileiro aumentou em 4% em 2012, 1,9% em 2013 e 2,7% em 2014.

Em termos nominais, a OIT usa dados do IBGE para mostrar que os valores foram de R$ 1,9 mil em média por mês em 2013, R$ 2 mil em 2014 e R$ 2,1 mil em 2015.

Já no ano passado, apenas a Rússia e Ucrânia haviam apresentado uma queda mais acentuada que a do Brasil em termos reais. Os dois países viviam ainda os ecos de um conflito armado e sanções. Mas, neste ano registraram estabilização nos salários.

No caso do trabalhador brasileiro, a crise se aprofundou ainda mais neste ano. "Os números que estamos vendo não são nada encorajadores", disse Deborah Greenfield, vice-diretora da OIT. Para a entidade, o cenário aponta para uma nova queda em 2017.

Segundo a representante da OIT, um dos impactos mais imediatos na queda dos salários no Brasil deve ser a redução do consumo na economia e, claro, na demanda agregada. "A desaceleração de renda tem um impacto muito grande em famílias e isso vai ser sentido em toda a economia", alertou. "Os ganhos dos últimos anos podem sofrer uma erosão", disse.

Na avaliação dos especialistas da OIT, os dados brasileiros sugerem que a recuperação do crescimento da economia poderá levar mais tempo que se imagina, diante da perda do poder aquisitivo da população durante pelo menos dois anos.

Patrick Belser, autor do informe, também destaca a queda "dramática" do salário no País. A recessão e a queda nos preços de commodities influenciaram. "A redução continuou em 2016 e a demanda agregada também vai sofrer", disse.

De acordo com a OIT, o resultado negativo do Brasil teve um impacto até mesmo na média salarial na América Latina, com a região registrando uma queda de 1,3% em 2015.

Nos grandes países emergentes, o que se viu foi uma desaceleração da expansão dos salários. Ainda assim, eles continuaram a aumentar. Em 2012, essas economias viam seus salários reais aumentar em 6,6%. Para 2015, a taxa foi de 2,5%.

Outro alerta da OIT se refere ao impacto na desigualdade social. "Estudos mostram que o aumento de salários ajuda a combater desigualdades", constatou Greenfield. "Não estamos vendo combate à desigualdade. Mas o contrário", alertou. Ainda que o Brasil tenha reduzido seus índices de injustiça social, com o aumento do salário mínimo, a OIT insiste que o País continua sendo um dos mais desiguais do mundo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer chegou na manhã desta terça-feira, 6, ao Brasil e foi para o Palácio do Jaburu. A previsão inicial era que Temer chegasse apenas as 14h30. O presidente foi recebido na base aérea de Brasília pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que exerceu a presidência com a viagem de Temer à China.

Ainda não há previsão de agenda, mas o núcleo duro do governo deve acertar os detalhes do desfile desta quarta-feira, 7, por conta do Dia da Independência, avaliar as manifestações que estão ocorrendo no País e fazer um balanço da primeira viagem internacional de Temer como efetivo - assim como alinhar a situação política, já que o governo precisa acelerar a agenda de reformas, mas a base aliada tem apresentado resistência, principalmente, em relação à reforma da Previdência.

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BC

O ministro Eliseu Padilha teria pela manhã uma reunião com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Por conta da chegada antecipada de Temer, Padilha foi receber o presidente e transferiu a agenda para às 14h na sede do Banco Central. Não foi divulgado o tema do encontro.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse não ter percebido "nenhum sinal, nem remoto" de questionamento do processo de impeachment durante a visita de quatro dias do presidente Michel Temer à China, onde participou de reunião anual do G-20. O peemedebista viajou ao país asiático poucas horas depois de ter assumido o comando do Brasil de maneira definitiva.

"Ninguém fez perguntas sobre o assunto nas reuniões bilaterais nem no almoço de chanceleres de que participei", disse Serra ao Estado. Mas o tucano observou que tomou a iniciativa de descrever a mudança política no Brasil aos demais ministros das Relações Exteriores das 20 maiores economias do mundo. Serra afirmou que não está "preocupado" com a legitimidade internacional do novo governo. Em sua avaliação, ela é uma consequência "natural" da posse do presidente depois do impeachment.

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A viagem de Quatro dias à China deu a Temer a oportunidade de aparecer ao lado dos principais líderes mundiais logo depois de sua confirmação no cargo de presidente. Além do encontro do G-20, o brasileiro teve reuniões bilaterais com cinco dirigentes estrangeiros e recebeu três convites de visitas ao exterior. O primeiro encontro foi com o anfitrião, Xi Jinping, que convidou Temer para uma visita de Estado, considerada a mais elevada do protocolo internacional, com revista às tropas e banquete de gala.

Na segunda-feira (5) o brasileiro se reuniu com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, a quem manifestou o interesse do Brasil de atrair investimentos na área de infraestrutura e de ampliar a exportação de produtos agropecuários. Temer também esteve com os primeiros-ministros da Espanha, Mariano Rajoy, e da Itália, Matteo Renzi. Rajoy convidou Temer a visitar a Espanha e recebeu o convite de visitar o Brasil. Renzi propôs o envio de uma missão de 300 empresários ao Brasil, em data a ser definida. Também houve reunião com o vice-primeiro-ministro da Arábia Saudita, príncipe Mohammad bin Salman.viu como ‘vitrine’ para presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Internautas brasileiros contrários ao impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff dominaram os comentários na página no Facebook do G-20, com dezenas de milhares de comentários contra o presidente Michel Temer. A foto em que o brasileiro aparece ao lado do líder chinês, Xi Jinping, foi alvo de um "vomitaço" que tinha adesão de mais 170 mil pessoas até a publicação desta reportagem.

As mensagens, contudo, não se restringiram a fotos relacionadas ao Brasil. Os críticos do afastamento de Dilma deixaram milhares de comentários em todos os posts do G-20, com defesa da ex-presidente e ataque ao sucessor.

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"Não reconheço Michel Temer como presidente nem aqui nem na China", dizia um deles. A imagem da petista aparecia com a legenda "esta é a verdadeira presidente do Brasil". Outros postaram vídeos do protesto contra o peemedebista realizado no domingo na avenida Paulista.

Para atingir o público estrangeiro, muitos publicaram o slogan "stop coup in Brazil" ("interrompam o golpe no Brasil").

Alguns internautas escreveram textos em inglês questionando a legitimidade de Temer. Também há comentários que apresentam a foto oficial do evento - com Dilma no centro - ao lado da que mostra Temer na extrema direita dos 20 líderes reunidos em Pequim. As imagens eram acompanhas das legendas "quando você é legítimo" e "quando você é golpista", com flechas apontando Dilma e Temer. O post do G-20 com a imagem dos presidentes recebeu 3.000 comentários, quase todos de brasileiros contrários ao impeachment.

O Facebook é bloqueado na China, mas os participantes do encontro e jornalistas que o acompanharam puderam ter acesso à mídia social. Cada um recebeu uma senha específica e foi alertado de que seria responsável pela movimentação online realizada com sua identificação.

Qualquer conexão à internet fora da rede do G-20 não tinha acesso ao Facebook, Twitter, Youtube e Instagram, sites proibidos na China. A única maneira de acessá-los normalmente é com o uso de VPNs -Virtual Private Networks, que "driblam" a censura chinesa.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (5) que o número de pessoas que protestaram contra o governo Michel Temer no domingo (4), é "substancial", mas representa uma parcela minoritária da população. "Já tivemos manifestações muito maiores, já tivemos manifestação de 1 milhão de pessoas", declarou o ministro em entrevista na China, onde participou de reunião do G-20.

Segundo ele, é "normal" que aqueles que se opuseram ao processo de impeachment se expressem. "Não vejo isso como nenhum tipo de problema. Muito pelo contrário, acho que isso é parte da democracia, parte do debate livre do País, exatamente o que garante, legitima ainda mais o fato de que o processo é democrático, constitucional", disse. Na sua opinião, a existência de uma "discussão aberta" sobre o processo de impeachment ajuda a legitimá-lo "frente ao mundo".

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Organizadores estimaram que 100 mil pessoas participaram do protesto realizado na Avenida Paulista no domingo. Como em dias anteriores, a maior parte da manifestação foi pacífica, mas depredações promovidas por pequenos grupos ocorreram no fim da noite.

Em entrevista concedida no sábado (3) na China, Temer afirmou que os protestos contra seu governo eram "inexpressivos" e realizados por "grupos mínimos". Criticando atos de violência, ele se referiu a manifestantes com uma pergunta: "As 40 pessoas que quebram carro?". No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, também menosprezou os protestos, classificando os movimentos como "mini".

Meirelles sustentou que os protestos não vão atrapalhar a votação da proposta de emenda constitucional que estabelece um teto para o crescimento de gastos nem das propostas de reformas previdenciária e trabalhista, medidas consideradas impopulares. Segundo ele, o ajuste fiscal será "fundamental" para o processo de recuperação econômica, o que sensibilizará os parlamentares.

Integrantes do Congresso, no entanto, que também são sensíveis às urnas, pressionam o governo a adiar o envio do projeto de reforma da Previdência para depois das eleições municipais de outubro.

A intenção inicial do governo era mandar o texto ao Legislativo até o fim do mês. O ministro da Fazenda evitou falar em prazos e afirmou que o projeto será encaminhado quando estiver pronto. "É uma coisa que terá efeito por décadas", disse Meirelles, ressaltando que "um ou dois meses" não farão grande diferença.

A economia do Brasil já começa a reagir. Essa foi a mensagem central do discurso inicial do presidente Michel Temer na reunião informal dos cinco grandes emergentes do grupo conhecido como BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Aos demais chefes de Estado, Temer ressaltou as reformas propostas e mencionou até o Congresso Nacional ao afirmar que a Casa ajudará a executar as mudanças estruturais que permitirão ao País a voltar a crescer.

"No Brasil, o caminho do crescimento está sendo reconstruído. Estamos promovendo um ajuste fiscal amplo e sustentável. Juntamente com o Congresso Nacional, instituiremos um teto constitucional para o crescimento das despesas governamentais", disse Temer. "O crescimento real zero do gasto público levará à redução da dívida do Estado brasileiro".

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Aos demais líderes dos grandes emergentes, Temer afirmou que "uma ambiciosa agenda de reformas estruturais também está em curso para elevar a produtividade da economia e gerar ambiente de negócios mais favorável". "Estimularemos os investimentos em infraestrutura, sobretudo por meio de concessões de estradas, portos, aeroportos, ferrovias e sistemas de geração e transmissão de energia", destacou o presidente brasileiro.

Atualmente, o Brasil é o País com pior desempenho econômico entre os cinco grandes emergentes. Em 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será o pior no grupo. Diante dessa realidade, Temer disse aos demais líderes que a adoção das novas políticas econômicas já resulta em "sinais de retomada da economia" brasileira. "Estamos seguros de que, em breve, a nossa economia voltará a crescer, em benefício dos brasileiros e da economia global", afirmou Temer.

Sobre os BRICS, Temer falou rapidamente que os países do grupo "são forças positivas" para estabilidade econômica global. "O Novo Banco de Desenvolvimento e o arranjo contingente de reservas ilustram como podemos trabalhar em conjunto de modo inovador e eficiente. Um trabalho coletivo em prol de sociedades mais prósperas e mais justas", disse aos demais líderes. (Fernando Nakagawa e Claudia Trevisan, Enviados especiais)

O presidente Michel Temer atravessou o mundo para comprar dois produtos que simbolizam a crise da indústria brasileira: sapatos e brinquedos. Em sua primeira viagem internacional, o peemedebista gastou o equivalente a R$ 389 em um par de calçados e R$ 195 em um cachorro eletrônico que fala chinês.

Temer foi às compras no sábado à tarde, depois de se reunir com o secretário-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Roberto Azevedo, e dar entrevista coletiva à imprensa brasileira. O presidente saiu para o que a assessoria do Palácio do Planalto classificou como uma "agenda privada".

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O destino não revelado era uma das principais lojas de departamento de Hangzhou, a cidade que sedia a reunião do G-20, o primeiro grande evento internacional de que o brasileiro participa desde que assumiu a presidência de maneira definitiva, na quarta-feira (31).

A chegada do carro oficial ao local chamou a atenção dos chineses e logo ganhou as redes sociais. Fotos captadas por celulares mostram dezenas de pessoas ao redor do veículo. Nas imagens, Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros, acenam para os curiosos. Os detalhes da passagem do presidente e sua comitiva pelo shopping foram obtidos por um site de notícias ligado a jornais oficiais de Hangzhou. Entre as informações reveladas, estava a de que o presidente do Brasil calça 39.

Temer comprou um par de sapatos de couro da marca Satchi, cuja planta é localizada em Guangdong. A província do sul da China foi o destino de várias fábricas de calçados que deixaram o Rio Grande do Sul nos 90, em um dos principais exemplos de transferência de tecnologia e de empregos do Brasil para a China.

Até então, o país asiático não tinha know-how de produção de sapatos de couro. O Brasil era um dos líderes desse segmento e chegou a ser um dos maiores exportadores do mundo nas décadas de 70 e 80. No início dos anos 90, a indústria nacional estava em crise, abalada pelos planos econômicos do período e a perda de competitividade para os asiáticos.

Diante do cenário adverso, multinacionais fecharam suas plantas no Vale dos Sinos e as transferiram para o sul da China. Centenas de técnicos gaúchos especialistas na produção de calçados se mudaram para Dongguan, a cidade da província de Guangdong que concentra a indústria de calçados e uma das maiores comunidades de brasileiros na China. Alguns deles se tornaram empresários e montaram suas próprias fábricas a quase 20 mil quilômetros de distância do Rio Grande do Sul.

A concorrência com as exportações chinesas atingiu em cheio o principal polo calçadista de São Paulo, em Franca. Dados do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca) mostram que o número de sapatos exportados pela cidade despencou 79,5% desde 1993. Nesse período, o número de pares vendidos a outros países caiu de 15,6 milhões, em 1993, para 3,1 milhões no ano passado. Só nos últimos três anos, a indústria local demitiu 7,2 mil pessoas, segundo dados da entidade.

A concorrência de brinquedos importados da China foi devastadora para a indústria brasileira do setor, que encolheu de maneira drástica nas últimas décadas. Além de falar chinês, o cachorro eletrônico comprado pelo presidente pode ser movimentado por controle remoto ou celular.

A administração da loja de departamentos foi avisada com uma hora de antecedência de que receberia um visitante importante por volta das 15h30, mas nenhum procedimento especial de segurança foi adotado. Temer ficou 50 minutos no local. Na loja de departamentos, a vendedora Ting Shao se surpreendeu ao saber que havia atendido o presidente do Brasil e pediu para tirar uma foto a seu lado.

O presidente Michel Temer não quis fazer comentários sobre a trajetória do juro no Brasil e reafirmou que o trabalho do Banco Central é independente. "Vamos esperar. Essa questão, o Banco Central tem de ter, nesse sentido, total autonomia", disse em entrevista a jornalistas brasileiros no hotel onde está hospedado para a reunião das 20 maiores economias do mundo, o G-20, na China.

"Qualquer palavra que eu diga pode influenciar o mercado, eu não posso responder", respondeu o presidente Temer ao ser questionado sobre se concordava com a expectativa do mercado financeiro que se aproxima o momento em que o BC cortará o juro básico da economia.

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Efetivado no cargo há três dias, o presidente Michel Temer afirmou neste sábado (3) que as recentes manifestações contra seu governo são promovidas por "grupos mínimos" e têm caráter antidemocrático por supostamente envolverem depredações. "O tal do 'Fora Temer', tudo bem. É um movimento democrático", declarou em entrevista na China.

Perguntado se os protestos comprometiam o início de seu governo, Temer insistiu no que considera o caráter inexpressivo das manifestações. "As 40 pessoas que estão quebrando carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment", disse em entrevista a jornalistas brasileiros. "O que preocupa, isto sim, é que se confunde o direito à manifestação com o direito à depredação."

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Na sexta-feira (2), cerca de 400 pessoas participaram em São Paulo do quinto dia de protestos contra o governo Temer. A manifestação foi pacífica, mas terminou com oito prisões depois que um grupo de "black blocs" depredou pontos de ônibus e quebrou vidros de concessionárias de carros.

O presidente disse ser "mais do que natural" que seu governo não tenha "apoio" neste momento, mas em seguida atribuiu o fato ao desconhecimento da população em relação aos ocupantes da presidência e da vice-presidência. Temer também considerou previsível a realização de manifestações, considerando o momento "politicamente mais complicado" gerado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A nova primeira-ministra do reino Unido, Theresa May, vai realizar suas primeiras reuniões bilaterais com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com o presidente russo, Vladimir Putin, e com o presidente da China, Xi Jinping durante uma visita ao país asiático, neste fim de semana, onde ela participará de sua primeira reunião de cúpula internacional como premiê.

Durante a visita, que vem na esteira do movimento da premiê para adiar a decisão sobre uma usina nuclear parcialmente fundada pelos chineses no Reino Unido, May planeja dizer ao líder chinês que o seu país está estudando um acordo e que vai decidir como proceder no final do mês, segundo a autoridade. O controverso acordo de 18 bilhões de libras (US$ 24 bilhões) com a China e a França para construir a primeira nova usina nuclear no Reino Unido em uma geração foi firmado no ano passado pelo seu antecessor, David Cameron.

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May participará da reunião de líderes do Grupo dos 20 na cidade chinesa de Hangzhou neste sábado (3) e domingo (4). Fonte: Dow Jones Newswires.

A atração de investimentos chineses para projetos de infraestrutura no Brasil é um dos pontos centrais da visita que o presidente Michel Temer iniciou nesta sexta-feira (2)à China. Mas o maior objetivo de Temer com a viagem - no domingo, ele participa da reunião do G-20 -, é passar a mensagem de que o período de instabilidade política no Brasil foi superado e que seu governo está tomando as medidas necessárias para ajustar a economia e dar segurança aos que coloquem capital em grandes projetos de infraestrutura.

Em evento que reuniu cerca de 100 empresários brasileiros e 250 chineses em Xangai, alguns investimentos já foram anunciados. A CBSteel oficializou um acordo de US$ 3 bilhões (R$ 9,75 bilhões) para siderurgia no Maranhão. A China Communications Construction Company (CCCC) informou um aporte de US$ 460 milhões (R$ 1,5 bilhão) em um terminal multicargas em São Luís (MA). A Hunan Dakang disse que investirá US$ 1 bilhão (R$ 3,25 bilhões) em agricultura no Brasil. E a Embraer fechou a venda de pelo menos 4 aviões para dois grupos chineses.

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"Agora, o Brasil sabe onde quer chegar", disse o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, no evento com os empresários. Ele afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff "restabeleceu a estabilidade política" no País. Mas reconheceu que o País continua mergulhado em uma grave crise financeira, que restringe sua capacidade de investimentos em infraestrutura. Esse cenário, ressaltou, cria oportunidades para empresas estrangeiras em busca de projetos de longo prazo.

Apesar da referência de Quintella à estabilidade política, Temer desembarcou em Xangai sob o impacto de mais uma crise em sua base de apoio no Congresso, sem a qual não conseguirá aprovar o ajuste fiscal nem o novo modelo de concessões, dois dos principais elementos de sedução de potenciais investidores estrangeiros. A manobra de parcela do PMDB para livrar Dilma Rousseff da perda dos direitos políticos irritou o PSDB e abalou o apoio do governo entre os parlamentares.

Principal articulador do acordo pró-Dilma, o presidente do Senado, Renan Calheiros, acompanha Temer na viagem à China. Também estão na comitiva os ministros José Serra (Relações Exteriores), Henrique Meirelles (Fazenda) e Blairo Maggi (Agricultura), além de Quintella, dos Transportes.

Encontro

Depois de participar de seminário com os empresários em Xangai, Temer foi para a Hangzhou, onde se reuniria com o líder chinês Xi Jinping às 16h50 de sexta-feira (5h50, horário de Brasília), em sua primeira reunião oficial com um chefe de Estado estrangeiro.

Segundo uma fonte do governo brasileiro, a reunião serviria para que os dois líderes discutissem a "direção" que pretendem dar ao relacionamento bilateral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira, 31, que não está viajando para a China "a passeio" e que a comitiva brasileira quer mostrar ao mundo que é um governo legítimo. "A partir de hoje divulguem que nós estamos viajando exata e precisamente para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica", disse, durante discurso em sua primeira reunião ministerial como efetivo.

Segundo Temer, o principal objetivo da viagem é atrair recursos para o Brasil. "Vamos fazer várias viagens ao exterior com esse objetivo", disse. Ele destacou as agendas bilaterais previstas e disse ainda que, durante o encontro do G-20, fará quatro discursos, inclusive no almoço com os líderes.

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Para o dia 3 de setembro, por exemplo, já estão previstos encontros bilaterais com os primeiros ministros da Espanha e Itália, com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Há também a previsão de uma conversa com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo. A agenda principal na China, o encontro dos líderes do G-20 em Hangzhou, está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.

Temer vai aguardar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, encerrar a coletiva de imprensa que está sendo concedida neste momento para embarcar para a China. Na Base Aérea de Brasília, será realizada a transmissão de cargo do presidente, já efetivo, para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

O presidente em exercício, Michel Temer, ainda está no Palácio do Jaburu, mas a previsão é de que ele siga para o Palácio do Planalto. Temer ficou até de madrugada acompanhando os últimos discursos dos senadores na sessão que discute o impeachment. O peemedebista ainda não fechou o horário do embarque para a China, mas a previsão é de que possa ser por volta das 18 horas. A ideia é que, se houver possibilidade de adiantar a viagem, isso será feito.

Com a aprovação do afastamento de Dilma Rousseff pelo plenário do Senado, como é esperado, Temer deve ir ao Congresso, acompanhado de seus ministros e, em seguida, volta para o Planalto para comandar a primeira reunião ministerial. Será uma reunião de trabalho para repassar as primeiras orientações do governo depois de efetivado no cargo, quando Temer aproveitará para pedir apoio de todos. Temer vai fazer questão ainda de mandar novos sinais para o Congresso de que vai continuar governando com o Parlamento e que quer aprimorar sua relação com o Congresso. Temer, em suas falas nesta quarta-feira, 31, vai pregar ainda a unidade nacional, que considera fundamentais para o Brasil seguir em frente.

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"Está tudo encaminhado", comentou um interlocutor de Temer, depois de salientar que o presidente já tem cinco reuniões bilaterais marcadas durante a viagem à China, com os titulares da China, Japão, Itália, Espanha e Arábia Saudita. "O pedido dessas bilaterais e a presença de Temer no G-20 é um reconhecimento da normalidade do processo democrático brasileiro e também da liderança que ele passa a representar", comentou o interlocutor, acrescentando que o Brasil entra no G-20 mostrando que o País vive em plena "estabilidade política e diplomática, reconhecida pela comunidade internacional".

Na posse no Congresso, Temer deve estar acompanhado dos seus ministros, mas a primeira-dama, Marcela Temer, não deverá estar presente. Temer não usará o carro Rolls Royce que normalmente leva os presidentes para o Congresso a fim de tomarem posse nem a faixa presidencial. A faixa será usada somente no desfile de 7 de setembro, dia em que Temer retorna ao Brasil.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, não irá mais com Temer à China e ficará no Brasil acompanhando as ações de governo que precisam ser tocadas.

Mesmo sem a definição em relação ao horário do embarque para a China, já que o presidente em exercício, Michel Temer, quer aguardar a decisão do impeachment que deve confirmar o afastamento definitivo de Dilma Rousseff para viajar como presidente efetivo, estão definidos alguns integrantes da comitiva que o acompanharão no avião presidencial. Entre eles estão o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o de Relações Exteriores, José Serra, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Também foram convidados para integrar a comitiva alguns parlamentares, como os deputados Beto Mansur (PRB-SP), Fábio Ramalho (PMDB-MG) e o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).

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Alguns ministros que também participarão da agenda na Ásia, como o da Agricultura, Blairo Maggi, e o dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, irão antes da comitiva presidencial já que possuem uma ampla agenda com empresários e investidores das suas áreas.

O avião presidencial - um Airbus A319 - possui uma suíte para Temer, além de uma espécie de ala vip, com amplas cadeiras e mesas de escritório para reuniões. A primeira-dama, Marcela Temer, não acompanhará o marido em sua provável primeira viagem como presidente efetivado.

Agenda na Ásia

Mesmo com a votação final do impeachment prevista para a esta quarta, 31, o Planalto ainda planeja fazer um esforço para garantir a saída da comitiva presidencial no final da tarde. A viagem de Temer para a China tem previsão de três paradas: na Ilha do Sal, Cabo Verde; em Praga, capital da República Tcheca; e em Astana, capital do Cazaquistão. O tempo de viagem estimado, que era de 33 horas, segundo assessores de Temer, passou a ser de 27 e 28 horas. Com isso, se ele conseguir sair do Brasil até às 17 horas, ele chegaria a Ásia na manhã do dia 2, o que ainda possibilitaria que ele participasse de um seminário de empresários em Xangai.

Além do encontro com empresários, Temer pretende fazer uma reunião com o presidente chinês, Xo Jinping, já que os dois não conseguiram se encontrar durante a passagem da autoridade chinesa pelo Brasil na Olimpíada. Há ainda diversos encontros bilaterais pré-agendados. Para o dia 3 de setembro, por exemplo, estão previstos encontros bilaterais com os primeiros ministros da Espanha e Itália e com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Há também a previsão de uma conversa com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo. A agenda principal na China - o encontro dos líderes do G-20 em Hangzhou - está marcada para os dias 4 e 5 de setembro.

A Cúpula de Líderes do G-20 do próximo mês será uma oportunidade, segundo o Ministério de Relações Exteriores, para o novo governo detalhar aos demais países do grupo suas propostas de reformas econômicas. O Brasil tentará mostrar que, passado o processo de impeachment, está comprometido de fato com o ajuste das contas públicas e buscará reabrir os caminhos para os investimentos estrangeiros na infraestrutura do País.

Caso confirmado o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente em exercício, Michel Temer, tem presença confirmada no encontro que será realizado nos dias 4 e 5 de setembro em Hangzhou, na China.

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"Se confirmado no cargo, a principal mensagem que Temer tentará transmitir é a da transição política, com ênfase no novo programa econômico do Brasil", afirmou na quinta-feira, 26, o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey. Segundo ele, caso o impeachment não seja aprovado no Senado, caberá a Dilma decidir se participará da reunião na China, mas até o momento não houve contato entre o Itamaraty e a presidente afastada.

Já como presidente efetivo do Brasil, Temer também programa uma série de encontros bilaterais com os chefes de Estado de países membros do G-20, a pedido desses governos. A anfitriã China, além de Espanha, Itália e Arábia Saudita já solicitaram essa agenda com Itamaraty.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também irá à Ásia. Antes da Cúpula nos dias 4 e 5, a delegação brasileira participará ainda no dia 2 de um encontro em Xangai no qual empresários brasileiros e chineses discutirão oportunidades de comércio e investimentos. No governo, comemora-se o fato de que a primeira aparição internacional da nova equipe já levará dados que indicam que a confiança na economia brasileira começa a melhorar.

"Em Hangzhou será feita uma avaliação do que já foi feito pelos países. E, como em toda cúpula do grupo, será aprovado novo plano de ação com propostas de políticas econômicas para ajudar o crescimento da economia global", disse Cozendey.

Baixa

Responsável pelo programa de concessões em infraestrutura, um dos pontos principais da agenda do Brasil com a China, o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Wellington Moreira Franco, desistiu de compor a delegação presidencial que seguirá para lá na próxima semana.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro disse que resolveu ficar no Brasil para acompanhar, no Congresso, a votação da Medida Provisória que criou sua secretaria e que está prestes a perder a validade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os ministros de finanças globais redobraram seu compromisso de utilizar todos os instrumentos de políticas disponíveis para impulsionar o crescimento econômico, em meio ao temor de que uma miríade de ventos contrários possa empurrar a economia mundial para uma rotina de baixo crescimento. Entre os problemas mais proeminentes do grupo das 20 maiores economias do mundo está a surpresa com a decisão do Reino Unido no fim do mês passado de deixar a União Europeia. "No futuro, esperamos ver o Reino Unido como um parceiro próximo da UE", disseram os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, em seu comunicado oficial, após dois dias de conversas.

As delegações do Reino Unido e da UE concordaram sobre a necessidade de reduzir a incerteza global em torno do Brexit, mas parecem divergir sobre timing. Enquanto as autoridades europeias pediram a Londres para não "perder tempo" na resolução do problema, o ministro das Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, disse que seu país vai esperar para notificar formalmente Bruxelas de sua partida quando estiver totalmente preparado para as complexas negociações de saída.

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Ainda assim, a insegurança global sobre o Brexit provavelmente continuará, disse Hammond. "A incerteza só vai acabar quando o processo for concluído", afirmou o ministro, acrescentando que o Banco da Inglaterra (BoE) vai, nesse meio tempo, usar todas as ferramentas monetárias necessárias, caso isso seja preciso, para estabilizar os mercados financeiros.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), que atua como conselheiro econômico do G-20, reduziu na semana passada a sua previsão de crescimento para a economia global, dizendo que a incerteza alimentada pelo Brexit vai pesar sobre o investimento e a confiança do consumidor. Economistas do FMI e muitos ministros de Finanças do G-20 estão preocupados que os formuladores de políticas estão dependendo demais de política monetária para estimular o crescimento e pressionam uns aos outros para acelerar amplas reformas econômicas destinadas a aumentar a produtividade e atingir o equilíbrio orçamentário sempre que possível. "A política monetária por si só não pode levar a um crescimento equilibrado", disse o G-20.

Em meio a uma era de volatilidade da moeda, o G-20 também reiterou seu compromisso de evitar o uso de taxas de câmbio para ganhar vantagem competitiva e de consulta próxima entre os membros sobre política cambial. O grupo também qualificou o excesso de capacidade de produção como uma ameaça para a economia global, uma crítica velada ao excesso de produção de aço e outros produtos da China, que está minando indústrias no exterior e metas de inflação em todo o mundo.

"Nós também reconhecemos que os subsídios e outros tipos de apoio de governos ou instituições patrocinadas pelo governo podem causar distorções no mercado e contribuir para o excesso de capacidade global e, portanto, demandam atenção", disse o G-20.

Embora a China não tenha sido citada no comunicado, é responsável por 50% da produção mundial de aço. Indústrias de outros países e seus governos têm acusado o gigante asiático de prejudicar seus mercados de forma injusta com a venda de produtos a preços inferiores ao custo de produção.

Isso levou à preocupação de que o excesso de capacidade poderia se tornar um ponto de inflamação global da mesma forma que a política monetária tem sido ao longo da última década. As exportações de metal da China ameacem agravar as pressões deflacionárias com as quais bancos centrais estão lutando globalmente.

"Os problemas estruturais, incluindo excesso de capacidade em aço e outras indústrias, exacerbaram uma recuperação fraca da economia global e deprimiram a demanda de mercado, tendo causado um impacto negativo sobre o comércio e os trabalhadores", disse o G-20. Fonte: Dow Jones Newswires.

As reformas estruturais dominaram a primeira manhã da reunião financeira das 20 maiores potências do mundo, o G-20. No "Seminário de Alto Nível sobre Reforma Estrutural", autoridades como o ministro de Finanças da China, Jiwei Lou, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, exaltaram a necessidade de reformas. Lou sugeriu a criação de uma ferramenta que permita avaliar o avanço do tema em cada país. Na plateia, um dos presentes era o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

"O crescimento da economia depende de reformas estruturais e esse crescimento está relacionado com fatores como a produtividade", disse o ministro de Finanças da China no primeiro painel do G-20 na China. A uma plateia composta por ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo, o anfitrião exaltou o grupo a se comprometer a acelerar as reformas necessárias para todo o grupo.

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Entre os temas que precisam de reformas estruturais, o ministro da China citou como exemplo a reforma do mercado de trabalho com a redução de barreiras na relação entre empregado e empregador, a reforma da previdência social e também medidas para fortalecer a estabilidade financeira.

Apesar de cobrar ação do grupo, Jiwei Lou citou como exemplos positivos as reforças executadas pela Alemanha no passado recente. Irlanda e Espanha também foram elogiadas pelo esforço após a crise financeira de 2008.

No mesmo painel, a diretora-gerente do FMI reforçou o discurso ao citar que a atual situação econômica global aumenta a urgência sobre o tema. "Há crescimento modesto das economias desenvolvidas e alguns dos grandes emergentes têm sinais de estresse. Reformas permitem a retomada do crescimento sustentável e inclusivo", disse Lagarde.

O ministro da China sugeriu que, diante da agenda de reformas e do comprometimento dos países em executar as políticas, poderia ser criada uma ferramenta para "avaliar efetivamente como andam as reformas" nos vários países do grupo.

Por enquanto, o grupo tem como principal meta uma grande lista com 800 compromissos estabelecidos em 2014 na reunião do G-20 em Brisbane, na Austrália.

Na ocasião, o grupo se comprometeu com medidas e reformas para permitir a aceleração do crescimento econômico global 2 pontos porcentuais em horizonte de cinco anos.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (16) que a recriação da CPMF seria um estímulo à economia, e não um tributo para elevar as despesas públicas. "Aumento de imposto não é para gastar mais, é para crescer mais", disse a presidente, que participa de reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo, o G-20, na Turquia. Dilma ainda fez uma avaliação otimista da situação política do Brasil, ao considerar que o governo tem conseguido recompor a base aliada.

"Nós do governo avaliamos que temos maioria. Em alguns casos, a maioria é bem confortável e, em outros casos, a maioria está mais apertada. Mas temos maioria", disse a presidente em entrevista em um hotel no balneário turco de Antália, na qual defendeu a permanência do ministro Joaquim Levy na Fazenda. Para a presidente, "a situação política no Brasil está cada dia se normalizando mais".

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Em seguida, Dilma voltou a defender a aprovação de medidas fiscais no Congresso para a melhora das condições da economia brasileira. "Nós fizemos um grande esforço de reequilíbrio fiscal que, além de todas as medidas de redução de despesas que já tomamos, agora vai requerer de nós, no Brasil, a consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF", afirmou.

A presidente disse que o tema deverá ser mais discutido pelo governo com a opinião pública, prefeitos, governadores e toda a sociedade.

"Essa é uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar e ter condições de acelerar o processo de saída da crise. Portanto, eu acredito que o Brasil vai ter nesse momento de enfrentar esse fato. É fundamental que se aprove a CPMF", reforçou Dilma.

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