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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discutiu comércio, imigração e o financiamento da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, nesta sexta-feira, no primeiro encontro dos dois líderes desde a eleição norte-americana, em novembro.

Ambos disseram que a reunião foi produtiva e reafirmaram os laços entre os países. Trump começou dizendo reconhecendo a importância da Otan, mas reiterou seu pedido para que os aliados do outro lado do Atlântico façam mais para contribuir com o orçamento da organização militar.

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O norte-americano também voltou a defender que ambos os países deveriam trabalhar em uma política comercial que beneficiasse ambos os lados. Desde a campanha presidencial, o republicano vem tecendo críticas ao governo em Berlim e também de outros países, que estariam, a seu ver, prejudicando os Estados Unidos ao se aproveitarem, por exemplo, de um euro desvalorizado para promover indevidamente suas exportações.

"Não sou isolacionista, mas defendo o comércio justo", afirmou a um jornalista que o questionou por sua postura protecionista. "Não queremos uma situação igualitária, queremos justiça", completou.

Merkel, por sua vez, reiterou seu apoio ao livre comércio e disse concordar com o republicano que as trocas entre os países precisam ser uma situação de "ganha-ganha" para todos. Nesse sentido, ela pediu a volta das negociações do acordo comercial entre os EUA e a União Europeia.

A chanceler alemã também elogiou o compromisso assumido por Trump em relação à Otan e disse que seu governo está trabalhando para atingir a meta de contribuição com os gastos militares da Otan. "A Alemanha vai continuar a trabalhar em direção à meta de 2,0% do Produto Interno Bruto (PIB) de gastos com a Defesa", prometeu.

Os dois líderes disseram que irão trabalhar conjuntamente na questão da imigração e que o tema é importante para a segurança interna. "A imigração é um privilégio, não um direito", disse Trump, reiterando seu compromisso na proteção dos cidadãos norte-americanos e na luta contra o terrorismo. Merkel, por sua vez lembrou que o enfrentamento da questão também precisa contemplar a ajuda ao desenvolvimento de países ameaçados por conflitos.

Trump, por fim, voltou a acusar o governo de Barack Obama de colocar escutas durante a campanha presidencial de 2016. "Ao menos temos algo em comum", disse, apontando para Merkel. Em 2014, foi revelado que o governo norte-americano, com o conhecimento de Obama, montou uma operação de espionagem em larga escala sobre o governo alemão, incluindo a chanceler. Na coletiva de hoje, Merkel preferiu não comentar o assunto. (Marcelo Osakabe)

Um juiz no Havaí bloqueou temporariamente a validade do novo decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para restringir a entrada de imigrantes no país. O juiz distrital Derrick Watson emitiu sua decisão nesta quarta-feira, após ouvir os argumentos sobre o pedido do Havaí para restringir temporariamente a medida.

Com a decisão, o decreto de Trump não entra em vigor nesta quinta-feira, como previsto até então. Mais de seis Estados tentam barrar a medida e tribunais federais em Maryland, no Estado de Washington e no Havaí ouviram nesta quarta-feira argumentos sobre se a medida deveria ser válida.

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O Havaí argumentou que a medida discrimina com base na nacionalidade e impediria que moradores locais recebessem visitas de parentes nos seis países de maioria muçulmana alvos do veto. O Estado também diz que a norma prejudicaria seu setor turístico e a capacidade de recrutar estudantes e trabalhadores estrangeiros. Fonte: Associated Press.

Um estudo feito pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), afirmou que o maior número de pessoas que fogem de conflitos e guerras acabam conseguindo abrigo não nas nações desenvolvidas, mas em países mais pobres. O documento, divulgado ontem (28), mostra que a maioria das 3,2 milhões de pessoas forçadas a fugir de suas casas em 2016 encontraram refúgio em nações de baixa e média rendas. As informações são da ONU News.

"Os países que mais recebem pessoas deslocadas são os mais pobres", frisou o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Segundo ele, atualmente o mundo "enfrenta não só uma crise de números, mas de cooperação e solidariedade".

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O alto comissário explicou que mais da metade dos novos refugiados no mundo no primeiro semestre de 2016 vieram do conflito na Síria. A maioria ficou pela região do Oriente Médio mesmo, dividida entre Turquia, Jordânia, Líbano e Egito. Segundo o relatório do Acnur, outros refugiados fugiram dos conflitos no Iraque, Burundi, Sudão do Sul, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Eritreia e Somália.

O Líbano e Jordânia são os países que abrigam a maior quantidade de refugiados, em comparação ao tamanho de suas populações, explicou a agência da ONU. Já em termos econômicos, os países que sofrem o maior peso dos imigrantes são o Chade e o Sudão do Sul.

Da ONU News

O novo decreto de imigração do presidente dos EUA, Donald Trump, removerá o Iraque da lista de países cujos cidadãos enfrentam uma proibição temporária de viagem, disseram autoridades dos EUA, citando o último rascunho em circulação. Trump deverá assinar tal decreto nos próximos dias.

Quatro autoridades disseram à Associated Press que a decisão seguiu uma pressão do Pentágono e do Departamento de Estado, que pediu à Casa Branca para reconsiderar a exclusão do Iraque da lista, dado o seu papel-chave na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico.

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Cidadãos de seis outros países predominantemente muçulmanos - Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen - permanecerão na lista de proibições de viagem, de acordo com as autoridades, que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a discutirem sobre o assunto. Essas proibições são para 90 dias.

A nova ordem inclui outras alterações também. As autoridades disseram que as 12 páginas do documento já não colocam os refugiados sírios em uma proibição indefinida e os inclui como parte de uma suspensão geral de 120 dias nas novas admissões de refugiados.

Além disso, o decreto não incluirá nenhuma isenção de minorias religiosas nos países visados pela proibição de viajar. Os críticos tinham acusado a administração de Trump de acrescentar essa linguagem para ajudar os cristãos nos Estados Unidos, excluindo os muçulmanos. A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário. Fonte: Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar um novo decreto de imigração que impede temporariamente a entrada de pessoas de certos países nos EUA, nesta quarta-feira (1°). O decreto, que será uma reformulação do anterior, deve se aplicar somente a futuros requerentes de visto e não à pessoas que já possuem o documento, de acordo com fontes.

O decreto original, assinado no mês passado, barrava a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, com a Casa Branca afirmando que a justificativa da medida era a preocupação com o terrorismo. Ele se aplicava a pessoas que já possuíam vistos, assim como requerentes. O Departamento de Estado divulgou que, como resultado do decreto, mais de 60 mil vistos foram revogados.

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Segundo um rascunho do novo documento, o decreto de amanhã não inclui pessoas que já possuem visto, de acordo com as fontes, embora tenham alertados que mudanças na medida ainda podem ser feitas antes de sua divulgação. Questionado, um porta-voz da Casa Branca não quis comentar sobre o conteúdo do novo decreto. Fonte: Dow Jones Newswires.

“Eu não estou representando o globo, estou representando o nosso país”. Com esta afirmação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, arrancou aplausos ao participar nesta sexta-feira (24), como orador, da 44ª Convenção Anual da Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em ingês), em Oxon Hill, Maryland . Na oportunidade, ele manteve a linha nacionalista, voltou a chamar a imprensa de inimiga e defendeu seu plano anti-imigração.

A CPAC é considerada o evento mais importante para os republicanos e demais conservadores do país. Na convenção do ano passado, na época da pré-campanha eleitoral, Trump foi criticado, mas agora foi prestigiado ao ser escolhido como orador. Segundo a imprensa norte-americana, a última vez que um presidente foi convidado para a CPAC no primeiro ano de seu mandato foi em 1981, com Ronald Reagan.

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No discurso, Trump reforçou as promessas de construir um muro no México e endurecer as diretrizes sobre deportação de imigrantes irregulares. Ele voltou a enfatizar o seu slogan de campanha Make America Great Again (Tornar a América Grande de Novo), mas pontuou que isso será para os “cidadãos do país em primeiro lugar”.

Sobre a imprensa, o presidente disse que alguns meios de comunicação se prestam ao papel de divulgadores de notícias falsas (fake news). E disse que há repórteres honestos, mas que muitos são mentirosos. “Eles são inimigos do povo”, comentou, referindo-se pela terceira vez publicamente à imprensa e aos jornalistas do país. Trump criticou ainda o uso do anonimato e falou que as fontes devem ser nomeadas ao serem usadas pela imprensa.

FBI

De manhã, antes da convenção, Trump havia criticado o FBI (a polícia federal americana), pelo vazamento de informações à mídia no Twitter. Ele escreveu que o órgão  é “incapaz” de evitar a ação de pessoas de dentro da instituição que fazem chegar informações até a imprensa.

Na visão do magnata republicano, o vazamento de informações é um problema para a segurança do país. Em um dos últimos episódios de material investigado pelo FBI e publicado pela imprensa, o jornal The New York Times teve acesso a um relatório com investigações sobre o contato de assessores da campanha eleitoral de Trump com funcionários do governo russo, um ano antes das eleições.

O papa Francisco repetiu nesta quarta-feira seu apelo para que as pessoas construam pontes de entendimento, não muros, em resposta ao decreto anti-imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Embora não tenha se referido a Trump em seus comentários, ele notou que o dia de hoje marca tanto o dia da lembrança pelas jovens vítimas de tráfico de pessoas como o dia de celebração de Santa Josefina Bakhita, uma escrava sudanesa do século 19 que, após imigrar para a Europa, se tornou freira.

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O Sudão é uma das sete nações de maioria muçulmana que foram incluídas na lista de países proibidos pelo veto temporário de Trump.

"No contexto social e civil, eu peço que não criemos muros mas pontes", afirmou. "Para não responder ao mal com mal. Para derrotar o mal com o bem, a ofensa com o perdão. Um cristão nunca deve dizer "você vai pagar por isso". Nunca."

O pontífice frequentemente invoca a expressão "pontes, não muros" para urgir os países a aceitar imigrantes, inclusive quando visitou a fronteira do México com os EUA. Na ocasião, ele foi questionado sobre a promessa de Donald Trump de construir um muro. Francisco afirmou que qualquer um que construir um muro "não é cristão". Fonte: Associated Press.

O Departamento de Estado afirmou que pouco menos de 60 mil estrangeiros de sete países de maioria islâmica tiveram seus vistos provisoriamente cancelados após o decreto anti-imigração assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os números contradizem os dados apresentados por um advogado do Departamento de Justiça na sexta-feira, durante uma audiência no Estado de Virginia, sobre a interdição. O advogado afirmou que cerca de 100 mil vistos tinham sido revogados.

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O Departamento de Estado esclareceu que o número maior incluía vistos diplomáticos e outros tipos que estavam isentos da interdição de viagem, assim como vistos expirados.

O decreto de Trump atinge pessoas de sete países: Irã, Iraque, Síria, Sudão, Somália, Líbia e Iêmen. Fonte: Dow Jones Newswires.

Diversos conglomerados gigantes norte-americanos do setor do turismo com presença global, incluindo a plataforma de hospedagens Airbnb, o TripAdvisor (maior site de viagens do mundo) e a empresa de reservas de viagens online Expedia, manifestaram-se contra a ordem executiva do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, que suspende a entrada de imigrantes de sete países e veem possíveis prejuízos ao setor. As informações são da Agência ANSA.

A medida, anunciada na última sexta-feira (27) por Trump, foi criticada abertamente tanto por instituições internacionais, como as Nações Unidas e organizações não governamenais (ONGs) quanto por grandes empresas do país, como Google, Starbucks e Uber.

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Para o presidente e diretor executivo do TripAdvisor, Stephen Kaufer, as medidas de Trump são "cruéis e discriminatórias". Kaufer comprometeu-se a dar US$ 5 milhões aos refugiados. Já um dos diretores do Expedia Inc, Dara Khosrowshahi, que é natural do Irã, disse que o novo presidente quer "aniquilar" as raízes de "uma nação de imigrantes" e se comprometeu a manter o trabalho de todos os estrangeiros que estão na empresa.

O fundador da Airbnb, Brian Chesky, ofereceu pernoites gratuitas aos refugiados e a qualquer um que chegar aos EUA que se encontre com problemas derivados da proibição ordenada por Trump. "Portas abertas nos juntam todos. Fechar as portas nos divide. Buscaremos todos os meios para conectar as pessoas, não separá-las", escreveu Chesky em seu Twitter.

De acordo com a ordem executiva de Trump, cidadãos da Síria, do Iraque, Irã, da Líbia, Somália, do Sudão e Iêmen, estão proibidos de entrar nos EUA pelos próximos 90 dias a 120 dias. Ao mesmo tempo, foram estabelecidos novos requisitos para viajantes de todo o mundo visitarem os Estados Unidos.

Na maioria das nações, como o Brasil, o Departamento de Estado anunciou mudanças nas entrevistas nos consulados para solicitar o visto de entrada nos EUA. Essas mudanças causam uma maior demora no processo de entrega dos vistos para viagens, que repercutirá, sem dúvidas, no setor multimilionário do turismo.

Segundo o setor, muitas pessoas já começaram a procurar outros países para fazer viagens. A tudo isso, soma-se a tensão com o país vizinho e um dos principais "emissores" de turistas, o México, como consequência da ordem executiva de Trump para construir um muro na fronteira. As novas medidas já causaram pertubações em alguns aeroportos dos Estados Unidos, além dos protestos por conta das detenções de viajantes que tinham os vistos anteriores.

Dois grandes sindicatos da indústria cinematográfica de Hollywood, que representam atores e diretores, criticaram a decisão do presidente Donald Trump de proibir temporariamente a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

O Sindicato dos Diretores dos Estados Unidos (DGA, na sigla em inglês), que representa os interesses dos diretores de cinema e televisão, criticou em um comunicado o decreto assinado por Trump. "O DGA acredita profundamente que os artistas, independente de sua origem nacional, de sua religião ou de seu gênero, devem poder vir aos Estados Unidos para mostrar seu trabalho", afirmou a organização.

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"As políticas que impedem isto, sem a reflexão necessária, devem preocupar qualquer pessoa que se importa com a arte e o cinema. O intercâmbio artístico aberto é a base do que somos, é do que tratam cada vez mais os filmes a a televisão - reunir a humanidade, transcender fronteiras e culturas", completa a nota do DGA.

O Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA), que representa mais de de 160.000 atores e outros profissionais da indústria, destacou o apego à "igualdade de oportunidades, independente da raça, gênero, religião, deficiência, orientação sexual ou país de nascimento". "Esta política de imigração é equivocada e nós vamos apoiar nossos colegas artistas a cada passo", afirma uma nota do SAG-AFTRA, citada pela revista Variety.

O decreto de Donald Trump anti-imigração, que afeta muçulmanos e refugiados que queiram entrar nos Estados Unidos, não se aplica a portadores de Green Card, afirmou um alto funcionário da Casa Branca, em meio a confusões e raiva sobre a polêmica medida.

O chefe do gabinete de Trump, Reince Priebus, disse à emissora NBC, durante o programa "Meet the Press", que a proibição temporária "não inclui portadores de Green Card".

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Também acrescentou que qualquer pessoa que esteja indo ou voltando para os países em questão - incluindo cidadãos americanos - serão submetidos a uma inspeção adicional.

Priebus foi questionado pelos repórteres se a ordem executiva de Trump assinada na sexta-feira afetaria portadores de Green Card, contrariando as recomendações do Departamento de Segurança Interna.

O Green Card, documento concedido pelo Departamento de Segurança Interna que permite que pessoas nascidas fora dos Estados Unidos possam morar e trabalhar dentro do país, serve como prova de que seu portador é residente permanente e, muitas vezes, está na fila para obter a cidadania americana.

"Nós não passamos por cima do Departamento de Segurança Interna. No que se refere aos portadores do Green Card, isso não os afeta", declarou Priebus à NBC.

Sobre o impacto da ordem executiva de Trump nos cidadãos americanos, acrescentou: "acredito que se você é um cidadão americano indo ou voltando da Líbia você deveria ser submetido a algumas perguntas quando chegasse ao aeroporto", afirmou.

Priebus também sugeriu que a atual proibição - que afeta viajantes do Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen - poderia, eventualmente, ser expandida.

"Talvez outros países precisem ser acrescentados à ordem executiva, mas ao invés de fazer isso de uma forma ligeira, que passaria rapidamente, nós usamos sete países" já selecionados.

Uma juíza federal divulgou no sábado a suspensão de algumas partes do decreto de Trump, porém o Departamento de Segurança Interna e a Casa Branca insistiram neste domingo que a ordem permanece em vigor.

A ordem de execução, assinada nessa quarta-feira (25) pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para a conclusão de um muro que separe completamente a fronteira dos Estados Unidos (EUA) e do México repercutiu no mundo inteiro. A Agência Brasil apurou números sobre os imigrantes que vivem nos Estados Unidos sem documentação. Aproximadamente 11 milhões de pessoas de diferentes nacionalidades moram no país sem permissão legal.

Maioria entra com visto

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Apesar da emblemática e famosa travessia terrestre pela fronteira entre os Estados Unidos e o México, mais da metade dos imigrantes sem documentação que vivem nos Estados Unidos entram por via aérea, geralmente com visto de turista. Depois de vencer o prazo de permanência no país, eles não retornam ao país de origem.

A estimativa do governo norte-americano é de que dos 11 milhões de pessoas sem documentação, pelo menos 6 milhões cheguem com visto pelos aeroportos. Nessa categoria se enquadra a maioria dos brasileiros que vivem nos EUA sem visto de permanência. Entram com visto de turista e não regressam dentro do prazo estipulado (em geral, seis meses).

Muro

O muro fronteiriço começou a ser construído entre os dois países desde 1994, sendo que atualmente já estão prontos 1.050 quilômetros. O projeto de Donald Trump prevê a construção de uma parte horizontal e outra feita por meios de valas. O custo total da obra será de US$ 8 milhões.

O muro do México deverá ter cerca de 1,6 mil quilômetros de comprimento. A fronteira tem, ao todo, 3,2 mil quilômetros, mas além da parte já construída (que será remodelada), existem barreiras naturais.

Corredor perigoso

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 6% dos imigrantes no mundo passam pela fronteira dos Estados Unidos com o México.

O governo mexicano estima que cerca de 160 mil pessoas atravessem a fronteira terrestre entre os dois países a cada ano. Mas a maioria dos que cruzam a fronteira não são de nacionalidade mexicana.

O corredor México-Estados Unidos é usado por pessoas que tentam imigrar de vários países, da América Central e também de pessoas de outros continentes que chegam legalmente ao México.

Depois dos atentados nas torres gêmeas em Nova York, em 2001, a fiscalização aumentou muito na região, mas ainda há pessoas que conseguem atravessar. A travessia é extremamente perigosa e cara. Os coiotes trabalham em conjunto com os cartéis do tráfico de drogas.

A Agência Brasil apurou, com a comunidade de imigrantes sem documentação que vivem em Atlanta, que o custo médio cobrado pela travessia varia, mas um imigrante pode pagar entre US$ 6 mil e US$ 10 mil para ser “guiado” entre a fronteira pelos coiotes.

Mortes e desaparecimentos

A área fronteiriça sobre influência de carteis de drogas também é cenário para outros crimes como abuso sexual, homicídios, sequestro e tráfico de pessoas. O número de pessoas que morrem na travessia é alta.

A cifra, no entanto, pode ser maior porque não há controle de quem passa, uma vez que a maioria busca rotas controladas por narcotraficantes. A maioria dos casos é registrada como desaparecimento. Foram 2.400 no ano passado. Estima-se que entre 60 e 80 pessoas morram por mês, na tentativa de atravessar a fronteira.

Em novembro do ano passado, o brasileiro Jefferson de Oliveira morreu quando tentava chegar aos EUA pelo México. Aos 20 anos, o mineiro deixou o país para viver e trabalhar nos Estados Unidos. O corpo dele foi encontrado perto do Rio Bravo, na fronteira.

Crianças na fronteira

Há inúmeros casos de crianças desacompanhadas na fronteira entre os Estados Unidos e o México, sobretudo na parte do Texas, segundo a patrulha norte-americana. Em 2016, foram detidos mais de 54 mil menores sozinhos e mais de 68 mil famílias na região.

Entre as crianças “solitárias”, há uma parcela que é nascida nos Estados Unidos e que viaja para o México a fim de visitar familiares que foram deportados ou mesmo para levar malas ao país. Também há registro de crianças perdidas que não conseguem concluir a viagem e nem regressar ou reencontrar os familiares.

As crianças na fronteira também são suscetíveis ao recrutamento pelos carteis de drogas e à exploração sexual.

Ao assinar nessa quarta-feira (25) ordem executiva para iniciar a construção de um muro ao longo da fronteira dos Estados Unidos com o México, o presidente Donald Trump deu apenas o primeiro passo para uma ambiciosa política de controle da imigração. A imprensa americana está anunciando que Donald Trump deve tornar público, provavelmente nesta quinta (26), um plano visando a reprimir a entrada de refugiados sírios por prazo indeterminado e de refugiados de outros países por 120 dias.

O jornal The New York Times informa que obteve o esboço de um documento do governo que prevê que, após o prazo de 120 dias, os refugiados de outras origens serão novamente admitidos em território norte-americano, mas em número bem menor do que os que vinham ingressando no país até agora.

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O jornal informa ainda que o governo pretende suspender por no mínimo 30 dias qualquer tipo de imigração proveniente de países predominantemente muçulmanos, como o Irã, Iraque, a Líbia, Somália, o Sudão, a Síria e o Iêmen. Juntamente com isso, as autoridades vão endurecer os já rigorosos procedimentos de triagem. O objetivo é eliminar a entrada de potenciais terroristas.

No plano interno, as autoridades federais, estaduais e municipais vão trabalhar em conjunto, inclusive trocando informações, para retirar dos Estados Unidos imigrantes ilegais. O número de imigrantes ilegais em território norte-americano pode chegar a 11 milhões, segundo cálculos mencionados na imprensa.

Custo do muro

Artigo do jornal The Washington Post, assinado por Jerry Markon e Lisa Rein, observa que a ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump não é suficiente para erguer o muro na fronteira com o México. Depois de ouvir especialistas, o jornal afirma que a obra precisa antes da autorização do Congresso para o seu financiamento.

Segundo cálculos dos especialistas, os fundos federais existentes não cobrem a execução do projeto. Para fazer frente à obra, serão necessários US$ 20 bilhões, ou "talvez significativamente mais", de acordo com peritos ouvidos pelo The Washington Post. O que justifica gastar tanto dinheiro é a montagem de uma estrutura maciça para o muro, conforme explicaram os peritos.

O governo federal prorrogou até maio o prazo para permanência de haitianos no País com status migratório provisório. O benefício foi autorizado para 43.781 imigrantes haitianos que entraram no Brasil pela fronteira com o Acre, desde 2010, e não se enquadram na condição de refugiados.

De acordo com o Ministério do Trabalho, 31.223 cidadãos concluíram seus registros permanentes (71,17%). O motivo do prazo é a dificuldade para obtenção do registro em algumas cidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A uma semana da posse do novo presidente americano, a comunidade brasileira nos Estados Unidos segue com apreensão por conta das declarações de Donald Trump. Afinal, uma das promessas de campanha do republicano foi a deportação em massa de imigrantes ilegais. As informações são da Rádio França Internacional.

Legais ou ilegais, estudantes ou profissionais, imigrantes recentes ou “veteranos”, os brasileiros residentes nos EUA não estão tranquilos. Afinal, as últimas nomeações de Trump para seu gabinete, sinalizam com razões concretas para as apreensões dos “brazucas”. Além de ter feito da “deportação em massa” de imigrantes ilegais um dos cavalos de batalha de sua campanha, o magnata nomeou o senador republicano Jeff Sessions, conhecido por seu discurso anti-imigração, como secretário de Justiça dos Estados Unidos.

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Sessions ficou conhecido por defender a criação de limites para a imigração legal, com o argumento de que a mesma reduziria o salário dos cidadãos americanos. “O que Trump espera, na verdade, é que os estrangeiros se autodeportem, ou seja, que graças ao medo e à tensão social as pessoas desistam e voltem para os seus países, sem que os EUA tenham que desembolsar com prisões ou deportações”, explicou Carlos Eduardo Siqueira, professor e pesquisador da Universidade de Massachusetts, que atua desde 2003 no setor de Saúde Pública na área de imigração brasileira.

“A crise econômica atual do Brasil vem expulsando muita gente que perdeu o emprego, o negócio ou mesmo a esperança. Estamos vendo uma onda de imigração brasileira semelhante à do período Collor. A imigração brasileira hoje é nacional, não é mais local como há alguns anos, quando os EUA recebiam muita gente de Minas Gerais. Hoje temos uma massa de pessoas que chegam de todas as partes do Brasil”, afirmou Siqueira.

Medo persistente

“O Trump me lembra muito o [ex-primeiro ministro italiano Sílvio] Berlusconi. Ele muda de opinião muito rapidamente e exagera o tempo todo. Mas continua a insistir que a imigração será uma questão central do seu governo”, contextualizou o professor.

“Acredito que Trump vá apertar o cerco, mesmo porque no contexto mundial a imigração não é vista hoje com bons olhos. Existe apoio dentro da sociedade atual para reprimir e para tratar a  imigração como caso de polícia. Eu não sou otimista. Penso que boa parte da comunidade brasileira ainda não acordou, mas vai acordar em breve para a gravidade do que vem por aí. Mas já existe um medo crônico, latente e presente na comunidade brasileira dos Estados Unidos”, afirmou Siqueira.

Para o administrador brasileiro Rubens Vianna, 31 anos, que mora há 11 anos na Flórida e faz MBA em Finanças no Rollins College, há bastante ansiedade em relação ao futuro com Trump. “Acho que a situação já é difícil para o imigrante que quer trabalhar e ficar aqui legalmente. E, como [o novo presidente]  é muito radical, a expectativa é que a situação vá ficar mais difícil ainda”, afirmou,

“Quando você está há 11 anos em um país, você cria laços com a cultura, com as pessoas, com o estilo de vida. E meu desejo é continuar aqui. Então, dá uma insegurança sim”, disse Rubens. “Para se ter uma ideia, nos dois dias seguintes à eleição de Trump, o site de imigração do Canadá ficou fora do ar, tamanha a quantidade de pessoas que tentou acessá-lo para pesquisar a possibilidade de se mudar para lá”, contou.

“Nossa comunidade está doente”

Ilma Paixão, que mora nos EUA há 32 anos e é delegada do Partido Democrata, confirma a ansiedade com a chegada de Trump entre os milhares de brasileiros da região de Boston. “Cheguei aqui com 19 anos de idade. Eu me casei e tive meus filhos aqui. Sou uma mulher negra, do Brasil, tive que driblar o estereótipo ‘mulata do Sargentelli’”, conta Paixão, que hoje é dona de uma rede de rádios dirigidas às comunidades afroamericanas e brasileiras nos Estados Unidos.

“A nossa comunidade está doente. Todas as minorias, mas principalmente os imigrantes, os brasileiros, porque é muito difícil verificar que uma pessoa possa ganhar a eleição com uma linguagem de rejeição. Todos estamos no mesmo barco, falo isso tanto como delegada do governo como representante da comunidade. Mas o mais inquietante é o sentimento do desconhecido. Você está sentindo uma pressão, e não sabe exatamente quais serão suas consequências”, disse ela.

“No entanto, não acredito que haverá muitas deportações de imediato. Durante o governo Obama, que considero um superpresidente, houve várias deportações, isso não é novidade. O que vai piorar é o aumento de brasileiros que estão chegando, não necessariamente preparados para enfrentar as dificuldades da crise americana, que eles com certeza encontrarão aqui”, disse a comunicadora.

“Não acreditávamos que Trump fosse vencer”

A socióloga brasileira Natalícia Tracy mora nos EUA há 25 anos e é diretora-executiva do Centro do Trabalhador Brasileiro em Boston, criado há mais de 20 anos. “Nosso trabalho principal é educar os brasileiros sobre seus direitos aqui e advogar em seu favor. Para ser honesta, por mais que estivéssemos preocupados com uma possível vitória de Trump, não acreditávamos que ele fosse ganhar. Nos pegou de surpresa. No dia seguinte à eleição, estávamos em prantos, passamos por uma fase de depressão,  um luto pelas conquistas sociais da América que conhecíamos”, admitiu ela.

“Sabemos que haverá mudanças muito grandes que vão afetar a comunidade de imigrantes, que estão mais expostos, como os latinos, os brasileiros, imigrantes sem documentação, os estudantes com vistos temporários, a ansiedade é muito grande. Sentimos uma onda de racismo forte nos espaços públicos, há pessoas nas ruas dizendo ‘vão embora’. Existem também casos de crianças nas escolas que desejam ir para casa com medo de que suas mães ou pais tenham sido deportados, porque algum colega sugeriu que isso poderia acontecer”, relatou a socióloga.

Tracy afirma, “para descontrair”, que “ainda bem que os candidatos não cumprem suas promessas”. “Infelizmente as pessoas que Trump está nomeando para compor seu gabinete se posicionam bem à direita, estamos nos preparando para o pior. No entanto, a verdade é que já convivemos com uma política de deportação em massa, não é uma novidade. São 1,1 mil pessoas sendo deportadas todos os dias”, finalizou a socióloga.

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (13) a Operação Piratas do Caribe contra um grupo de "coiotes" que levaria brasileiros ilegalmente para os Estados Unidos. Em nota, a PF informou que a ação busca ainda elementos que indiquem onde se encontram os 12 brasileiros desaparecidos em novembro de 2016 na região das Bahamas.

Cerca de 30 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva, em Rondônia, Santa Catarina e Minas Gerais.

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As investigações começaram a partir da notícia do desaparecimento de um brasileiro que teria tentado entrar ilegalmente nos Estados Unidos com auxílio de "coiotes" que cobravam quantias de até R$ 60 mil para intermediar o transporte ilegal via Bahamas.

Antes de sair do Brasil, os imigrantes ficavam em alguma cidade com aeroporto internacional de fácil acesso aguardando a ordem de embarque para as Bahamas, que ocorria quando um determinado agente de imigração daquele país facilitava a entrada dos brasileiros. Uma vez nas Bahamas, os imigrantes aguardavam por vários dias para embarcar para os Estados Unidos de barco.

Além de todos os conhecidos riscos que envolvem a imigração ilegal para outros países, os "coiotes" escondiam os reais perigos envolvidos na travessia como a passagem pela região do Triângulo da Bermudas, famosa pelo alto índice de tempestades, naufrágios e desaparecimento de embarcações e aeronaves.

Um casal de brasileiros de Palmas (TO) foi barrado pela imigração no Aeroporto Internacional da Cidade do México e obrigado a voltar para o Brasil no dia 5 deste mês. Os motivos ainda não estão esclarecidos.

O técnico em segurança do trabalho Erismar Araújo, de 30 anos, e a mulher, Lorrayne Araújo, de 22 anos, foram impedidos de seguir o trajeto que iria até a cidade de Tapachula e, em seguida, para a Guatemala. Eles comemorariam o casamento na viagem, que duraria cerca de 20 dias. Pelo menos outros 10 brasileiros teriam sido barrados junto com o casal no mesmo dia.

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Araújo e a mulher seguiriam de avião para a cidade de Tapachula e, de lá, iriam de ônibus para a Guatemala, onde ficariam na casa de um amigo. "Estávamos com todos os documentos em dia, com o dinheiro para a viagem, hospedagem marcada e a carta convite do nosso anfitrião na Guatemala, mas mesmo assim fomos barrados. Não disseram os motivos, mas me parece que foi preconceito por sermos brasileiros. Só tinha brasileiros barrados", disse Araújo.

Pela viagem o casal gastou cerca de R$ 12 mil, entre as passagens compradas pela CVC, passeios, as roupas e presentes comprados para o anfitrião.

Segundo Araújo, fiscais no aeroporto questionaram para onde ele ia, por quanto tempo pretendia ficar, por que escolheu o trajeto que faria e quanto dinheiro tinha.

"Descemos do avião e já fomos direcionados para a imigração. Chegou um fiscal e começou a perguntar e depois nos encaminharam para outra sala, onde passamos quase 12 horas", disse. Uma das dificuldades foi de falar com os agentes, já que eles não entendiam bem o português. "Nós chegamos a solicitar um intérprete porque, embora entendêssemos o que eles estavam dizendo, eles não entendiam o que a gente dizia", disse Araújo.

Só depois da espera é que foram encaminhados de volta ao Brasil. "Foi uma humilhação, um constrangimento. Saímos da sala, pertinho do check-in, parecendo bandidos. Todo mundo ficou olhando."

Na sala de espera, Araújo conta que precisou esperar até as 16h sem comida nem conforto nenhum. Junto do casal estavam outros brasileiros. "Tinha uma senhora com uma criança de 5 anos que sofreu os mesmos maus tratos que nós. O local era parecido com um vestiário, com um banco fixo no chão. A única alimentação que tivemos foi um sanduíche queimado e com recheio com mal cheiro, que parecia estar estragado. Ao avisarmos um policial, nos foi dito que, se não quiséssemos, era só não comer. Eu não comi e minha mulher também não", disse.

Ele relatou que todo o episódio foi filmado por quatro câmeras que estavam no ambiente. O grupo também não teve acesso a telefones, para que pudesse acionar a embaixada brasileira ou familiares.

Transtorno

Araújo diz que acionou o Itamaraty para denunciar o episódio. "Já entramos em contato com a agência (de turismo) para verificar a situação, mas ainda não deram retorno. Vamos depender também da resposta do Itamaraty. Mas já disseram que é muito difícil dar em alguma coisa e que o que poderia ser feito é recebermos um pedido de desculpas e entrar em contato para rever este tipo de tratamento, mas isso não adianta da nada. Eu queria é que investigassem o motivo de a gente ter sido barrado e, dependendo da resposta, aí sim tomarmos alguma providência", reclamou. Ele também fez uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF).

A reportagem entrou em contato com o Itamaraty e a CVC, mas ainda não havia recebido retorno até o fechamento desta matéria.

Um mulher marroquina foi presa em Ceuta, enquanto tentava entrar na Espanha, por cruzar a fronteira com um imigrante africano de 19 anos escondido dentro de uma mala. Autoridades encontraram o homem e o levaram para receber atendimento médico pelo estado precário em que se encontrava, afirmou a guarda civil espanhola em comunicado.

Autoridades do controle das fronteiras suspeitaram da mulher, após perceberem que ela estava carregando sua bagagem em um carro. Em comunicado, a guarda civil espanhola disse que ela apresentou uma atitude evasiva enquanto falava com os agentes e por isso foi solicitado que ela abrisse a mala para inspeção.

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No interior foi encontrado um imigrante africano, que precisou receber atendimento médico devido ao perigo à sua integridade física por estar sem oxigênio dentro da mala. Os agentes prenderam a mulher por suposto crime contra o direito dos cidadãos estrangeiros.

Planejando uma viagem para os EUA? Não se surpreenda se você for solicitado a fornecer detalhes de seus perfis de mídia social ao passar pelo processo de imigração. Autoridades de fronteira norte-americanas começaram a pedir aos viajantes estrangeiros que fornecessem informações sobre o Facebook, Twitter e outras contas, de acordo com o site Politico.

Os viajantes que chegam aos EUA pelo programa de isenção de vistos, que permite pisar em solo norte-americano a turismo ou negócios para estadias de 90 dias ou menos, estão sendo convidados a inserir informações associadas sua presença online, disse um funcionário do governo em entrevista ao site.

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O movimento foi projetado para ajudar as autoridades de segurança a localizar possíveis terroristas que estão tentando entrar no país, mas diversos grupos defensores do direito civil têm atacado a medida desde que ela foi proposta, em junho.

Quando os viajantes estão preenchendo o formulário online para autorização de viagem, um menu suspenso agora informa aos passageiros a opção de fornecer seus nomes de conta para Facebook, Instagram, YouTube, LinkedIn e Google+.

O governo dos EUA emite cerca de 10 milhões de vistos por ano e teve 77,5 milhões de visitantes estrangeiros em 2015, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Cerca de 180.000 migrantes resgatados, dias de trabalho sem precedentes e, apesar de seus esforços, milhares de mortos: 2016 foi o ano de todos os recordes para a guarda-costeira italiana.

Uma fila de telefones vermelhos, paredes cobertas de telas gigantes com mapas marítimos... Nesta sala de um frio edifício ministerial do sul de Roma, a guarda-costeira coordena todas as operações de resgate diante da costa da Líbia.

"Assim que alguém pede socorro, nos tornamos maestros" que utilizam como instrumentos mais ou menos solícitos todos os barcos presentes na região - guarda-costeira, militares, humanitários ou comerciais -, explica seu porta-voz, Filippo Marini.

Na penumbra deste centro operacional, os pedidos de ajuda têm uma aparência virtual, reduzidos a pontos nas telas.

Mas os olhares angustiados, as mãos desesperadas batendo na água, os rostos paralisados pelo medo ou pelo frio não estão distantes: basta olhar as imagens divulgadas sem parar em outa tela no corredor.

Os 11.000 efetivos da guarda-costeira italiana estão espalhados ao longo dos 8.000 quilômetros de costa do país e administram dia a dia a segurança marítima, a proteção dos ecossistemas e o controle da pesca.

- 40% mais de operações -

Sua zona de vigilância engloba cerca de 500.000 km2 ao redor da península e de suas ilhas, mas a incapacidade de seus colegas líbios dá ao Centro de Coordenação de Operações de Salvamento (MRCC) de Roma uma autoridade de fato sobre a maior parte das águas entre Líbia e Itália.

Águas muito movimentadas nos últimos tempos: 170.000 pessoas resgatadas em 2014, 153.000 em 2015 e cerca de 180.000 neste ano, incluindo mais de 4.000 na semana passada, embora a maioria dos barcos de socorristas tenham suspendido suas patrulhas durante o inverno.

E ainda que os números sejam relativamente estáveis, as novas táticas dos traficantes de pessoas modificaram o trabalho da guarda-costeira neste ano, com uma alta de 40% do número de embarcações resgatadas - agora menores - e uma multiplicação das saídas simultâneas.

"Nos últimos seis anos, os traficantes enviavam barcos de maior tamanho, com um telefone por satélite em cada um", explica Sergio Liardo, chefe do centro operacional. "Agora fazem quatro botes saírem com apenas um telefone".

O bote que leva o telefone pode ser encontrado de forma bastante simples, mas isso não acontece com os outros três. E estas embarcações se desinflam e fazem a água entrar rapidamente, enquanto os migrantes que se espremem a bordo enfrentam os perigos da hipotermia e das emanações de combustível, com corpos debilitados por suas penosas condições de vida na Líbia.

Mais de 4.800 migrantes morreram ou desapareceram no Mediterrâneo neste ano.

- 'Uma questão de humanidade' -

As ONGs expressam frequentemente seu temor diante da possibilidade de que algumas embarcações afundem sem deixar rastros, já que encontrar um bote no mar é um verdadeiro desafio.

Neste ano foram registradas várias saídas em massa. Mais de 13.000 pessoas resgatadas em uma semana em maio, 14.000 em cinco dias no fim de agosto, incluindo o recorde absoluto em um dia: 7.000 migrantes no dia 29 de agosto.

Na Itália, onde a rede de centros de acolhida está quase saturada, estes números geram descontentamento, sobretudo nas fileiras do antissistema Movimento 5 Estrelas e da xenófoba Liga Norte, que insistem que a Itália não está em condições de acolher estes estrangeiros resgatados a 30 milhas da Líbia.

Segundo os números que Roma enviou a Bruxelas, os resgates custaram 1,5 bilhão de euros neste ano, aos quais é preciso somar 2,3 bilhões para o acolhimento dos demandantes de asilo.

Alguns esforços europeus para formar a guarda-costeira líbia ou colaborar com países de trânsito dos migrantes, como Níger, podem reduzir os fluxos migratórios, mas o centro operacional de Roma permanece alerta, não importa o que aconteça.

"Temos a obrigação de não deixar estas pessoas morrerem. Se não fizéssemos isso, teríamos que responder ante a justiça", afirmou Marini. "E, além disso, é uma questão de humanidade".

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