Na manhã desta segunda-feira (4), cerca de cem Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADI) realizaram protesto em frente ao prédio da Prefeitura do Recife, localizado na região central da cidade. Em seguida, representantes do movimento foram convocados para uma reunião com a equipe da Secretaria Municipal de Educação.
Segundo Claudionor Rodrigues, um dos membros da Associação dos Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (Assadir), a manifestação faz parte de um processo de reinvindicação, iniciado há seis anos, que solicita da prefeitura concurso e convocação de mais 800 funcionários para a função. Atualmente, a categoria reúne, segundo a Assadir, 700 servidores que reclamam da sobrecarga de trabalho, em função do déficit de outros profissionais. "Nossa luta se intensificou a partir do ano passado, após o pedido de demissão de cerca de 200 ADIs, por conta da falta de estrutura e condições de trabalho. Com o reduzido quadro que nós temos, ainda assim, muitos funcionários faltam por adoecerem, pois ninguém é uma máquina e sim, ser humano", disse.
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Os professores ainda pedem valorização da carreira, a contratação imediata de estagiários para dar apoio no cuidado com as crianças nas creches e Cmeis da cidade do Recife, além da redução da carga horária, de oito para seis horas, sem perdas salariais.
Ainda de acordo com Rodrigues, os maiores prejudicados são os alunos. "Com a falta de auxiliares pedagógicos, acabamos desempenhando mais de uma função, o que nos sobrecarrega bastante. A deficiência se intensifica mais à tarde, visto que faltam professores para dar aula. Com isso, os pequenos perdem muito, pois não temos como dar assistência suficiente para todos e o acompanhamento pedagógico torna-se precário", explicou.
Conforme o professor Alberto Luiz, da Cmei Nosso Senhor do Bonfim, localizado no bairro da Estância, é preocupante a situação da instituição que ele ensina. "Minha situação reflete a de muitos outros educadores. A instituição para qual eu trabalho, atende cinco turmas e uma delas tem que ser liberada ao meio-dia por conta do calor, já que o ventilador quebrou. Já as outras turmas estão sobrevivendo até os outros ventiladores aguentarem. Já mandamos ofícios para a Secretaria de Educação apontando o que deve ser providenciado, o que a escola necessita, entre outras medidas mas, até agora, nenhuma providência", declarou.
Após a reunião, a vice-presidente da Assadir, Idaci Lima, informou ao Portal LeiaJá que, durante encontro, os representantes da prefeitura se comprometeram repassar as informações ao secretário de Educação, Valmar Côrrea, e dar uma posição."Nós esperamos que nossos pedidos sejam atendidos e sejam definidos os prazos para cada demanda, pois, além do nosso trabalho ser reconhecido, os alunos também sairão ganhando", afirmou.
Ainda neste mês, entre os dias 8 e 15, serão realizadas outras assembleias entre as entidades da área educação, administrativa e executiva com foco nas propostas de melhorias salariais e inclusão, entre os direitos, do seguro-saúde.