Milhares de manifestantes saíram às ruas neste sábado (15) em várias cidades da Europa e na Tunísia em apoio aos palestinos nos confrontos em curso com Israel.
Na França, manifestações foram realizadas em várias cidades, incluindo Paris, onde as mobilizações foram proibidas pelas autoridades em razão de um precedente de 2014, quando uma marcha pró-palestina degenerou em violência urbana.
A polícia na capital francesa instruiu "dispersão sistemática e imediata" assim que os manifestantes tentaram se reagrupar, usando canhões de água e gás lacrimogêneo.
Segundo jornalistas, confrontos entre manifestantes e policiais ocorreram à tarde no bairro de Barbès, na zona norte da capital.
"A Palestina vive. A Palestina vencerá", gritavam os manifestantes. Boulevard Barbès, um grupo de cem pessoas cantava "Israel assassino", enquanto bandeiras palestinas foram hasteadas ou usadas como capas.
"A França é o único país democrático a proibir essas manifestações", protestaram os advogados da Associação de Palestinos em Ile-de-France.
Em Londres, milhares de pessoas protestaram no centro em apoio ao povo palestino e para pedir ao governo britânico que intervenha para impedir a operação militar israelense.
Os manifestantes se reuniram ao meio-dia em Marble Arch, próximo ao Hyde Park, de onde caminharam em direção à embaixada israelense, atravessando o parque, agitando bandeiras palestinas e cartazes pedindo a "libertação" dos territórios palestinos.
"É essencial que o governo britânico tome medidas imediatas", disseram os organizadores, entre eles a coalizão Stop the War, a associação muçulmana do Reino Unido, a organização Palestine Solidarity Campaign e a Campanha pelo Desarmamento Nuclear.
"O governo britânico é cúmplice desses atos, uma vez que oferece apoio militar, diplomático e financeiro a Israel", disseram os organizadores.
Em Madri, cerca de 2.500 pessoas protestaram no centro em apoio à causa palestina. "O silêncio de uns é o sofrimento de outros", "Jerusalém, a capital eterna da Palestina", diziam as faixas e cartazes dos manifestantes, entre os quais um grande número de mulheres jovens.
"Não é uma guerra, é um genocídio!", gritavam, subindo da estação Atocha à praça do Sol. Muitos jovens estavam envolvidos em bandeiras palestinas.
"Eles estão nos massacrando. Estamos em uma situação em que a Naqba (a 'catástrofe' em árabe) continua em pleno século XXI", denunciou Amira Cheikh-Ali, de 37 anos, filha de refugiados palestinos, usando o termo para se referir ao êxodo dos palestinos após a criação do Estado de Israel em maio de 1948.
Na Alemanha, milhares de pessoas se manifestaram em Berlim e em várias cidades respondendo ao apelo de coletivos pró-palestinos.
Na capital foram autorizadas três manifestações, incluindo duas no bairro de Neukölln, na zona sul da cidade.
Com o lema "Marcha do povo palestino pela libertação e o retorno", milhares de pessoas se reuniram em Hermannplatz, a praça central, agitando bandeiras turcas e palestinas, além de cartazes pedindo "boicote a Israel".
Os manifestantes gritaram "Libertem Gaza!", "Palestina live matter" ou "Salve Sheikh Jarrah", bairro em Jerusalém Oriental onde famílias palestinas são ameaçadas de despejo por colonos israelenses.
Em Varsóvia, cerca de trezentas pessoas, a maioria palestinos estabelecidos na Polônia, manifestaram-se em frente à embaixada israelense. Com bandeiras palestinas nas mãos, exibiram cartazes "Pare o Holocausto dos Palestinos" ou "Jerusalém, a capital da Palestina", e gritaram slogans em favor da "Palestina Livre".
Na Tunísia, manifestações ocorreram em várias cidades. Centenas de manifestantes com bandeiras palestinas se reuniram no centro de Túnis, antes de marchar na avenida Habib Bourguiba, vigiados pela polícia.
Entre as palavras de ordem dos manifestantes, que desafiaram o confinamento em vigor até domingo: "Tunisinos e tunisianas apoiem a Palestina!" ou "O povo quer criminalizar a normalização com Israel!".
"Quando se trata dos massacres contra os palestinos, as potências internacionais permanecem silenciosas e indiferentes diante dos crimes sionistas", denunciou Dalila Borji, uma estudante de 23 anos.
Para sua mãe Nahla, "esta injustiça alimenta cada vez mais o ódio das pessoas contra Israel e os países que o apoiam".
burs/mm/cls/mr