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Nesta sexta-feira (10), será liberado em todas as plataformas digitais o 20º álbum solo de Daniela Mercury. Intitulado Perfume, que inclui a regravação de Imagine, de John Lennon, o disco também têm música de protesto, que é o caso da dançante Rainha da Balbúrdia. Para celebrar o lançamento do trabalho, a baiana cutucou o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Publicando um vídeo nas redes sociais, nesta quinta-feira (9), Daniela ironizou a ortografia de Weintraub, que errou ao escrever 'imprecionante' no lugar de impressionante. "É a Rainha da Balbúrdia que chegou pra balançar! Perfume, o novo álbum, chega hoje meia-noite e está imprecionante (grafia by Web)!", legendou a cantora.

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No conteúdo divulgado, os fãs se divertiram com a indireta da artista. "Debochada. Eu disse: D.E.B.O.C.H.A.D.A. Adoro", brincou um dos internautas. "Bicha afrontosa", comentou outra pessoa.

Confira:

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É rotina na vida de quem está desempregado o envio quase que diário de dezenas de currículos, seja pessoalmente ou por e-mail. Muitos sequer recebem algum retorno, mesmo que negativo, em relação ao documento que enviaram. Mas como saber se o seu currículo possui algum erro, que pode estar impedindo a reinserção  no mercado de trabalho? O LeiaJá ouviu especialistas em recrutamento para ajudar candidatos a identificar falhas na confecção da documentação que é a primeira impressão deixada para as empresas.

A principal falha cometida pelos aspirantes a uma vaga de emprego é pecar no uso do português. “Isso realmente é um erro gritante”, afirma a gerente de recursos humanos da MuchMore Tecnologia, Sabrina Torres. A profissional ainda explica que é preciso atenção também à digitação e não exagerar em figuras e elementos visuais, que acabam tirando a atenção de quem está lendo.

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Profissionais de recursos humanos deparam-se algumas vezes com bons currículos, no entanto não apresentam dados de contato corretos. Os candidatos colocam e-mail incorreto, telefone faltando números e isso impede uma possível convocação para seleção. Já com outras pessoas ocorre exatamente o oposto, pecam pelo excesso de informações. “Já vi gente colocando até o título de eleitor. Isso não é necessário. Só se for pedido e quando a empresa enviar formulário específico. Tem gente que faz um currículo extenso demais, com muita coisa. Tem que ser sucinto e objetivo. Menos é mais”, destaca a gerente de RH.

Outra falha cometida, que pode custar as chances no mercado, é redigir o mesmo documento para vagas distintas. Para o coordenador do curso superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos da UNINABUCO, Jessé Barbosa de Araújo, é preciso analisar a vaga que está disputando e direcionar as experiências e conhecimentos para ela. “Esse erro é mais comum que se possa imaginar, o fato é que antes de se construir um currículo, deve-se analisar a vaga para qual se  pretende enviar o mesmo, além de ser o mais objetivo possível para que o mesmo não se torne cansativo e desinteressante”, aconselha o coordenador.

Vale salientar que não é preciso colocar todos os cursos e atividades educacionais que você realizou na vida. Tudo tem que ser alinhado ao cargo da candidatura. Já em relação ao campo de referências, os recrutadores explicam que não se deve colocar contatos de familiares e sim de referências profissionais, como antigos gestores, pessoas com as quais trabalhou e podem atestar as capacidades e habilidades do candidato no ambiente de trabalho.

E foto?

Este é um ponto polêmico para alguns e nem tanto para outros. A gerente de recursos humanos Sabrina Torres não vê problemas em avaliar um currículo com foto, desde que a imagem tenha sido pensada para aquela vaga específica. “Tem que ser uma foto bacana, limpa, que possa visualizar o rosto do candidato. Na dúvida as pessoas podem se fazer algumas perguntas: 'se o cargo exige boa aparência; se é uma boa foto e que imagem ela vai passar'. Nao tem problema colocar, mas acho que tem que ser coerente com o currículo”, comenta a gerente.

No entanto, na hora de escolher a foto, não pode copiar e colar para o currículo a imagem do perfil da rede social e nem é indicado uma foto escaneada de documento. “O ideal é uma foto em um ambiente neutro e que consiga obter melhor nitidez de sua imagem”, lembra o coordenador Jessé Barbosa.

Textos e qualificações 

A dica é sempre ter cuidado ao que escreve, não colocar informações inverídicas, revisar uma ou duas vezes e pedir para uma pessoa ler e verificar se o currículo tem erros ortográficos ou de digitação. Veja algumas dicas de como construir um bom currículo e conquistar a oportunidade de trabalho:

Comece seu currículo com informações pessoais como nome, idade, status civil, telefone, categoria da habilitação, caso possua e a vaga exija isso, link de redes sociais, como Linkedin e e-mail. O coordenador de RH Jessé Barbosa ressalta que é preciso tomar cuidado com endereços eletrônicos que tenham nomenclatura coloquial demais. “Nada de e-mail com nomes pejorativos, de duplo sentido ou apelidos exemplo: patricia_a_gatinha@provedor.com. Procure utilizar e-mails mais simples e diretos, tais como seu nome e sobrenome”, explica o professor.

“Evite colocar no objetivo do currículo textos grandes de mais e que não fazem menção a nada”, orienta Jessé Barbosa. Este campo trata-se de direcionamento à vaga pleiteada.

Deve-se preencher com dados referentes à vida escolar dos candidatos. Quem concluiu o nível fundamental e médio utiliza escolaridade, colocando se concluiu ou a série que está cursando. Já para quem está na faculdade ou no ensino técnico, deve ser utiliza ‘Formação Acadêmica’, com nome da instituição, curso e período cursado ou ano de conclusão. Veja o exemplo: UNINABUCO PAULISTA - Curso: Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos - Período: 1º Período (Noite).

Existe um campo no currículo que os candidatos podem preencher com as qualificações que têm. É necessário sempre lembrar de personalizar os dados de acordo com a vaga desejada. Se quer concorrer a uma oportunidade na área de comunicação, melhor colocar um curso de fotografia do que um de assistente administrativo, por exemplo. Pode-se colocar cursos sem certificado, mas o professor Jessé Barbosa orienta que para determinadas vagas, a certificação pode ser pedida.

Experiências profissionais  

Procure focar nas três últimas experiências profissionais, sempre da mais atual para a mais antiga, colocando a data de admissão e desligamento, se ainda estiver vinculado pode colocar esta informação logo após da data em que começou a trabalhar na empresa.

Exemplo: Empresa: Nome S/A - Cargo/Função: Analista Administrativo - Período: 04/2016 à 04/2019 - Principais Atividades: Resumir as atividade em um parágrafo ou seja no máximo cinco linhas.

Este não é um item obrigatório, mas pode fazer a diferença entre os candidatos. Pode ser colocado neste campo atividades como grupos de estudos, pesquisas científicas, monitoria na faculdade, além de trabalhos voluntários e experiências com atividades de responsabilidade socioambiental.

O jornalista Chico Pinheiro, do "Bom Dia Brasil", decidiu movimentar o Twitter na manhã desta quinta-feira (10). Através de uma postagem sobre a ministra Damares Alves, falando que igreja evangélica perdeu espaço nas escolas para a ciência, Chico ironizou o comentário de um internauta que criticou o conteúdo.

"Sega? Do verbo segar? Melhor nem ceguir adiante...", escreveu o apresentador da Globo. A pessoa que resolveu opinar sobre o vídeo com a declaração da ministra deixou a seguinte mensagem: "Deus nos livre dessa esquerda sega. Avante Brasil. Brasil acima de tudo é Deus acima de todos". 

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O deboche sobre o erro ortográfico do usuário do Twitter rendeu inúmeras brincadeiras por meio dos seguidores de Chico Pinheiro. "'Sega' deve ser referência a empresa que fabricava jogos eletrônicos", disparou uma pessoa. "Fugiu da escola doutrinadora e não aprendeu português", comentou outra.

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A Prefeitura de Jaciara, no Estado do Mato Grosso, fez uma postagem em suas redes sociais que emocionou muitos usuários. A gestão municipal agradeceu um funcionário que havia escrito na grama a palavra "feliz" de forma errada.

A foto com a grafia errada acabou virando piada nas redes sociais. No fim, o funcionário, de nome Lindomar, conhecido como Jaburu, acabou apagando a sua mensagem de ‘feliz natal’.

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Escreveu a prefeitura após o ocorrido: "A prefeitura municipal vem a público parabenizar o funcionário Lindomar, popular Jaburu, pela boa intenção e proatividade! Você tem o nosso respeito e carinho. Erros acontecem e todos nós estamos sujeitos a isso. Bom seria se todos tivessem esse mesmo espírito!".

"Arrasou Jaburu e a Prefeitura também!", assinalou uma internauta no Facebook. "Felis Natal Jaburu, e obrigada por ter deixado nosso Natal mais felis!", comentou outra usuária. "Por mais pessoas como o Lindomar no mundo. Erros qualquer um comete, agora transmitir amor, energia boa... é pra poucos", escreveu outro.

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Aprender as regras do Novo Acordo Ortográfico pode ser um desafio para quem já saiu da escola e não tem mais contato direto com a gramática. Por isso, o Instituto Legislativo Brasileiro lançou, via plataforma Saberes, o Conhecendo o Novo Acordo Ortográfico – Turma 02 A, que ensina as novas diretrizes da Língua Portuguesa.

Pela plataforma de ensino a distância, qualquer pessoa pode ter acesso às aulas on-line, que são gratuitas. Além das regras de acentuação, uso do hífen e do trema, o conteúdo, dividido em dois módulos, traz ainda informações sobre o português no mundo e um histórico das mudanças na ortografia. A carga horária é de 20 horas.

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O conteúdo é apresentado em vídeos, textos e exercícios, que também podem ser baixados e impressos. Para receber o certificado, o interessado precisa fazer uma prova objetiva. Ao final, quem atingir a nota mínima de 70 pontos recebe o certificado.

A inscrição é feita pela internet. Após o cadastro, um e-mail de confirmação é enviado. A partir daí, o aluno tem acesso ao material do curso por até 60 dias. A plataforma Saberes foi criada em 2009 para atender à demanda de servidores federais das casas legislativas, mas também é aberta para os demais cidadãos. 

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Dedicar tempo ao estudo da ortografia da língua portuguesa é um passo fundamental quando o foco é a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O respeito à norma culta é uma das principais exigências da prova, que também não permite fuga do tema proposto. Mas quando falamos da prova de linguagens em si, a ortografia aparece mais sem segundo plano, atrelada a outros temas da avaliação.

A explicação é de Diogo Xavier, professor de linguagens com experiência em cursos preparatórios para o Enem. De acordo com o educador, de fato a ortografia tem “um peso muito grande para a redação”, diferente do Exame como um todo. Em entrevista ao LeiaJá, Xavier demonstrou como as abordagens ortográficas podem surgir em diferentes momentos da prova, de maneira vinculada aos demais assuntos de português.

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Confira, a seguir, as dicas do professor Diogo Xavier:

1 - Pode vir na abordagem de variação linguística, mostrando um determinado desvio ortográfico como a representação da fala de uma determinada variante regional, como o "nó", mineiro, que abrevia o "nossa senhora". Também a variação coloquial, como a mudança do dígrafo lh para ditongo: "oia, espaia", em vez de "olha, espalha".

2 - O reconhecimento da mudança histórica também pode ser explorado, como no "cousa", hoje em desuso, mas tão comum em obras de Machado de Assis e José de Alencar, por exemplo.

3 - Outro ponto possível seria a liberdade poética em textos literários e letras de músicas por uma questão estética. A música Admirável Chip Novo, da cantora Pitty, por exemplo, num trecho diz: "Pane no sistema, alguém me desconfigurou, AONDE estão meus olhos de robô?". Apesar de desviar da norma padrão, o uso do termo AONDE é necessário para manter o ritmo do verso em relação ao resto da música.

4 - O modernismo, em especial a primeira geração, pode ser explorado também, uma vez que o movimento visava a uma ruptura de estética e de linguagem, recorrendo a desvios da norma padrão, como em "Vício da Fala", poema de Oswald de Andrade.

5 - A prova não costuma exigir que o aluno conheça a ortografia padrão de vocábulos, com exceção da redação, claro. As questões já deixam claro, em geral, ao candidato que ali há um desvio do padrão para que seja analisado como um recurso, ou como uma variação, por exemplo.

Utilizada em muitos processos de recrutamento, a redação pode virar uma inimiga no momento de conquistar a nova oportunidade. Isso acontece quando a caligrafia dos candidatos dificulta, muita vezes bastante, o entendimento dos recrutadores ao analisarem um texto escrito manualmente. Nas avaliações, são analisadas ortografia, a repetição de palavras e coesão, entre outros aspectos.

“Os erros de ortografia, tanto quanto a maneira de se escrever, podem acarretar em uma desclassificação não só em processos seletivos que envolvam uma leitura do material que foi escrito, como também em provas de faculdade e concursos”, explica a Psicóloga e Diretora da Empresa RSP Psicologia, Marisol Tarragô.

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Segundo ela, muitas vezes a maior dificuldade - antes mesmo de encontrar os erros de ortografia - é entender o que o candidato escreveu. “É muito comum não conseguir ler ou entender o que o participante escreveu. Eu particularmente tento usar uma 'lupa' como ajuda para identificar algumas letras, mas infelizmente, muitas vezes, nem dessa forma consigo decifrar o que foi escrito”.

A recrutadora ainda dá um exemplo para explicar melhor a situação. “Imagine um processo seletivo para 20 vagas, a quantidade de pessoas selecionadas sendo 200 e um prazo pequeno para selecionar. Dependendo dessas questões e de outras, fica até inviável tentarmos 'decifrar' o que o candidato escreveu”, esclarece Marisol, que conclui: “Infelizmente isso acontece na maioria das seleções. E pode gerar um prejuízo para qualquer pessoa”.

Em entrevista ao LeiaJá, Mychele Barros falou sobre a Grafologia em processos seletivos de empresas. Foto: Chico Peixoto/LeiaJá Imagens

Além disso, a forma de como se escreve pode dizer muito sobre a personalidade do candidato e suas características. De acordo com Mychele Barros, analista de Recursos Humanos do Grupo Ser Educacional, os recrutadores podem desvendar o perfil comportamental dos candidatos por meio da análise da grafia de cada um. Ainda é possível observar a pressão, o tamanho e até mesmo a direção do texto escrito por quem participa da seleção.

Para ela, uma pessoa pode até ser eliminada de uma seleção por causa da forma da escrita, mas ainda sim é analisado o todo, o conjunto. “Se for algo que a gente percebeu tanto no teste grafológico quanto em outros instrumentos e que vai trazer um prejuízo, a gente pode eliminá-lo naquele momento”, explica.

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Como é feita essa avaliação?

Atualmente, a aplicação deste tipo de avaliação costuma ser feita pelos recrutadores da seguinte forma: o candidato é orientado a escrever uma redação de 15 a 30 linhas e recebe duas folhas de papel. Para isso, ele recebe uma caneta esferográfica azul ou preta. O profissional é orientado a não usar o verso do papel e precisa redigir a próprio punho sobre algum tema, o seu dia a dia, ou até mesmo para ele se apresentar.

“Além da ortografia e da caligrafia, a gente observa também a grafologia. Alguns candidatos se preocupem em não errar e fazer tudo certinho, mas se esquecem que somos capacitados para analisar outras coisas além disso em um texto. As pessoas teclam mais que escrevem e isso também é um dos fatores que prejudicam e nos deixam com a caligrafia pior. Tem alguns sinais na grafologia que são mais críticos, que conseguimos perceber apenas no olhar, mas lógico que a gente não pode se prender só a isso”, esclarece Mychele.

Dentre os sinais, está a pressão da caneta no papel. A analista diz que “A pressão é a energia da pessoa. A escrita leve indica que a pessoa está um pouco triste, que ela pode está desempregada há muito tempo, está menos animada. Quando uma pessoa escreve com mais rigidez, traz indícios de que aquela pessoa tem mais vitalidade”. E finaliza: “Nós, recrutadores, temos cuidado com esses casos. Buscamos fazer um conjunto para poder analisar o todo. Já tivemos textos que eram praticamente incompreensíveis e isso acaba prejudicando sim. A grafologia é diferente da caligrafia, mas se você escreve de uma forma que ninguém entende fica muito difícil a nossa comunicação”. 

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O clima ficou tenso entre Pitty e um de seus seguidores, no Twitter, na última segunda-feira (18). Em postagem de foto com seus amigos, ela deslizou na ortografia e publicou a seguinte legenda: “Ontem na lage”. O correto, na verdade, seria “laje”. 

O internauta aproveitou a escorregada e mandou o recado “lage é com j bahiana burra”. O curioso é que ele também escorregou no português, e Pitty não deixou barato. A cantora respondeu com o revés “Baiana não tem H, desconhecido xenófobo”.

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A mensagem dela não parou por aí, mas o restante do conteúdo foi direcionado aos fãs que preferiram relevar o erro de português. O fato tem repercutindo nas redes sociais brasileiras.

As regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa são obrigatórias no Brasil a partir desta sexta-feira (1º). Em uso desde 2009, mudanças como o fim do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais agora são oficiais com a entrada em vigor do acordo, adiada por três anos pelo governo brasileiro.

Assinado em 1990 com outros Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para padronizar as regras ortográficas, o acordo foi ratificado pelo Brasil em 2008 e implementado sem obrigatoriedade em 2009. A previsão inicial era que as regras fossem cobradas oficialmente a partir de 1° de janeiro de 2013, mas, após polêmicas e críticas da sociedade, o governo adiou a entrada em vigor para 1° de janeiro de 2016.

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O Brasil é o terceiro dos oito países que assinaram o tratado a tornar obrigatórias as mudanças, que já estão em vigor em Portugal e Cabo Verde. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste ainda não aplicam oficialmente as novas regras ortográficas.

Com a padronização da língua, a CPLP pretende facilitar o intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa, já que os livros passam a ser publicados sob as novas regras, sem diferenças de vocabulários entre os países. De acordo com o Ministério da Educação, o acordo alterou 0,8% dos vocábulos da língua portuguesa no Brasil e 1,3% em Portugal.

Alfabeto, trema e acentos

Entre as principais mudanças, está a ampliação do alfabeto oficial para 26 letras, com o acréscimo do k, w e y. As letras já são usadas em várias palavras do idioma, como nomes indígenas e abreviações de medidas, mas estavam fora do vocábulo oficial.

O trema – dois pontos sobre a vogal u – foi eliminado, e pode ser usado apenas em nomes próprios. No entanto, a mudança vale apenas para a escrita, e palavras como linguiça, cinquenta e tranquilo continuam com a mesma pronúncia.

Os acentos diferenciais também deixaram de existir, de acordo com as novas regras, eliminando a diferença gráfica entre pára (do verbo parar) e para (preposição), por exemplo. Há exceções como as palavras pôr (verbo) e por (preposição) e pode (presente do indicativo do verbo poder) e pôde (pretérito do indicativo do verbo poder), que tiveram os acentos diferenciais mantidos.

O acento circunflexo foi retirado de palavras terminadas em “êem”, como nas formas verbais leem, creem, veem e em substantivos como enjoo e voo. Já o acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos “ei” e “oi” (antes "éi" e "ói”), dando nova grafia a palavras como colmeia e  jiboia.

O hífen deixou de ser usado em dois casos: quando a segunda parte da palavra começar com s ou r (contra-regra passou a ser contrarregra), com exceção de quando o prefixo terminar em r (super-resistente), e quando a primeira parte da palavra termina com vogal e a segunda parte começa com vogal (auto-estrada passou a ser autoestrada).

A grafia correta das palavras conforme as regras do acordo podem ser consultadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), disponível no site da Academia Brasileira de Letras (ABL) e por meio de aplicativo para smartphones e tablets, que pode ser baixado em dispositivos Android, pelo Google Play, e em dispositivos da Apple, pela App Store.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou um aplicativo gratuito de consulta ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Com ele, é possível ter acesso aos quase 400 mil verbetes das novas regras previstas no Acordo Ortográfico através do smartphone ou tablet. A promessa é oferecer uma solução rápida para tirar dúvidas de como se escreve alguma palavra.

Um dos recursos do aplicativo é o de autocompletar-se. Quando o usuário começa a digitar uma palavra, automaticamente aparece uma listagem de possíveis resultados na tela, e ele poderá encontrar a exibição do vocábulo antes mesmo de terminar a redação de tal termo. O aplicativo dispõe também de um ajuste que pode ampliar ou reduzir o tamanho da fonte, facilitando a leitura.

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“A vantagem é que tendo uma dúvida qualquer a respeito de ortografia, pode-se estar no metrô ou na rua, com um celular ou tablet, em poucos segundos tem-se a resposta de como se escreve a palavra”, explica o presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti.

A expectativa é grande em torno da nova ferramenta. De acordo com Cavalcanti, aproximadamente 1,6 mil perguntas sobre gramática ou ortografia são feitas mensalmente no espaço online “ABL Responde”.  

O aplicativo está disponível da Google Play (Android) e App Store (Apple).

Com informações de agências

Documento elaborado pela Comissão Nacional para o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) informou que a implantação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa no Brasil está quase completa. Nos outros países luso-falantes também foi constatado avanço. O documento foi encaminhado em junho ao Senado.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa tem como objetivo unificar a ortografia entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), composta, originalmente, por Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. O documento original foi assinado em dezembro de 1990. Em 2009, o Timor Leste foi inserido na CPLP. 

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Em maio deste ano, na última reunião do comitê do IILP, realizada em Cabo Verde, o documento que avalia a atual situação do acordo começou a ser feito. Segundo o linguista Carlos Alberto Faraco, as informações fornecidas indicam que o acordo, no Brasil, está quase 100% implantado. Em Portugal, o acordo está avançando. Em Cabo Verde, a implantação começa este ano. Em Moçambique, o Conselho de Ministros recomendou a ratificação do acordo para que possa ser implantado. Os demais países ainda não adotaram.

Um dos destaques no sucesso brasileiro está o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e a implantação do acordo pela imprensa brasileira, que em janeiro de 2009 já tinha as publicações alteradas. A data para implantação definitiva do acordo no Brasil é dezembro de 2015.

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano não permitirá erros de ortografia para que o estudante obtenha a nota máxima, apesar de um dos textos apresentados nesta quinta-feira, 05, como exemplo pelo Ministério da Educação ter a palavra "espanhóis" escrita sem o acento em uma das três vezes em que é citada. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o exemplo foi proposital, mostrando que "situações limite" podem ser desculpadas - no caso, a aluna demonstrou que sabia a grafia correta em outras duas vezes e claramente esqueceu o sinal em uma das vezes.

O edital da redação deste ano prevê que "desvios gramaticais serão aceitos como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência" - ou seja, esquecimentos como o da aluna usada como exemplo podem ser desconsiderados, desde que se possa ver que o estudante conhece a norma culta da língua. "O entendimento dos nossos especialistas é que isso mostra o completo domínio da norma culta. Você tem uma pessoa jovem sob pressão ali", diz o Luiz Claudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela prova.

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O edital deste ano não vai deixar passar textos que tenham inserções sem nenhuma relação com o texto. No ano passado, vieram à tona redações em que os estudantes tinham colocado receitas de miojo e hinos de times de futebol no meio do texto. Segundo Luiz Claudio, o edital só previa nota zero para quem fugisse completamente ao tema da redação. Fugas parciais diminuíam a nota, mas não zeravam. Dessa vez, casos desse tipo anularam a prova.

O manual, que está ano estará disponível apenas na internet, esclarece dúvidas comuns dos estudantes, como por exemplo o número de linhas e a necessidade de colocar títulos, o que pode levar à nota zero - além dos casos citados, ter até sete linhas apenas, impropérios, desenhos, desrespeito aos direitos humanos - e que habilidades exatamente o estudante deve demonstrar. Também explica como será feita a correção.

Este ano o MEC também usará dois corretores e um terceiro será chamado caso a diferença de notas passe de 100 pontos - em 2012, era de 200 pontos. Com a redução, o ministério estima que mais da metade das provas terá que passar por um terceiro avaliador. Uma simulação foi feita e, nela, 52,9% das provas tiveram mais de 100 pontos de diferença na nota.

O governo brasileiro adiou por mais três anos o início da obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O acordo que visa padronizar as regras ortográficas foi assinado em 1990 com outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Com o adiamento, as novas regras, que se tornariam obrigatórias daqui a quatro dias, só poderão ser cobradas a partir de 1º de janeiro de 2016. O novo prazo consta em decreto presidencial publicado hoje (28), no Diário Oficial da União.

No início do mês, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) já havia antecipado que o governo federal adiaria a entrada em vigor do acordo. Na ocasião, o senador, membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, disse acreditar que o ideal seria elaborar um outro acordo, com maior participação da sociedade, e que só passasse a valer a partir de 2018.

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Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o acordo. Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente. O país só aderiu ao acordo em 2004.

Cada país deve ratificar o documento assinado e definir os prazos para a entrada em vigor do novo acordo.

Em Portugal, a reforma foi ratificada e promulgada em 2008 e as novas regras entraram em vigor em maio de 2009, com a previsão de se tornarem obrigatórias em seis anos a partir dessa data. No Brasil, o acordo foi ratificado em setembro de 2008 e as novas regras já estão em uso, embora em caráter não obrigatório, desde 1º de janeiro de 2009.

O acordo também já foi ratificado por Cabo Verde (2006), São Tomé e Príncipe (2006), Guiné-Bissau (2009) e Timor Leste (2009). Moçambique e Angola ainda não ratificaram o documento.

Confira as dicas da professora Cleonice Rabelo sobre as principais mudanças do novo acordo ortográfico.

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