Depois de quase duas horas em assembleia, os policiais federais de Pernambuco, que estavam em greve, decidiram suspender o movimento nesta segunda-feira (15). De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Pernambuco (Sinpef-PE), Marcelo Pires, a greve já havia perdido força ao longo destes 70 dias de paralisação. “Estamos sem poder de pressão porque estamos trabalhando,” frisou.
Segundo Pires, há cerca de um mês o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) impôs maior parte dos grevistas no atendimento ao público. “Colocou 100% do atendimento no aeroporto, 50% no administrativo, 70% na inteligência, quando antes era só 30%, ou seja, nós estamos atendendo em greve” pontuou. Caso não cumprissem deveriam pagar uma multa de R$ 100 mil ao dia.
##RECOMENDA##Para Marcelo o ideal, neste caso, seria mudar a estratégia, já que o governo entende que apenas 30% do funcionamento em caso de greve põe em risco a segurança da população. A ideia então foi implantar uma cartilha de procedimentos. “Vamos impor agora, dentro do órgão, a campanha PF legal. Acabou a greve, todo mundo vai trabalhar, desde que forneçam os meios necessários e legais pra que a gente possa cumprir nossa missão,” explicou.
Uma das queixas da categoria se refere às viaturas que muitas delas estão com documentos atrasados desde 2005, celulares pessoais que devem ser mantidos ligados para convocações se necessário, além de muitas atribuições dos delegados não serem desenvolvidas por eles mesmos. Para o presidente a greve teve um balanço positivo, pois provou a unidade da categoria – papiloscopistas, agentes e escrivães –, mostrou ao governo e à sociedade o racha que existe dentro da própria corporação, na relação entre os delegados e a categoria.
A mobilização, no entanto, deve continuar em outros moldes. Um ofício com a pauta de intenções já foi encaminhado ao STF, pedindo a reestruturação da carreira, principal mote da greve dos policiais, que pede o nivelamento dos policiais ao nível superior, pelas funções que exercem. Atualmente, eles trabalham e recebem como profissionais de nível médio. O prazo para implantação dos pedidos é março de 2013, de acordo com Pires.
Cerca de 50 pessoas participaram da assembleia realizada nesta manhã, na sede da Polícia Federal, que fica no Cais do Apolo, centro do Recife. Apenas três foram contra o fim da paralisação.