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As cobranças feitas ao Ministério da Saúde com relação às entregas de "kits de intubação" para Estados e municípios levou o chefe da Pasta, Marcelo Queiroga, a fazer um extensa publicação em suas redes, na qual o ministro afirmou estar "trabalhando diuturnamente" para atender as necessidades de hospitais e a pedir ajuda do setor privado para "suprir o mercado nacional" enquanto o ministério repõe seus estoques.

Em sua mensagem, o ministro reafirmou que governos estaduais, prefeituras, hospitais privados, e a sociedade civil também podem pleitear a importação dos insumos, pedindo assim uma união dessas partes para lidar com a situação.

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"Essa é uma tarefa de todos, não só do governo federal", afirmou Queiroga.

Nos últimos dias, o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), tem sido uma das principais vozes na cobrança à Pasta para a entrega dos medicamentos. Na quinta-feira, 15, em suas redes sociais, Doria fez um apelo para que deputados e senadores paulistas verificassem a razão de o Ministério da Saúde não ter respondido aos nove pedidos de entrega de medicamentos feitos pelo Estado.

No mesmo dia, durante entrevista coletiva, Queiroga disse que "não adianta ficar só enviando ofício".

Na publicação desta sexta, no entanto, o ministro adota um tom mais ameno ao afirmar que o ministério "tem adotado providências para assegurar o abastecimento nos municípios". Destacando que a importação dos kits pela iniciativa privada foi facilitada pela Pasta, Queiroga diz contar com a ajuda do setor para "suprir o mercado nacional" até que a Saúde consiga reabastecer o estoque dos medicamentos, o que deve acontecer, segundo ele, com a chegada dos insumos comprados pelo governo em parceria com Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (Opas/OMS).

Como mostraram o jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), pelo menos 11 Estados relatam estoque crítico de remédios do kit intubação. Entre as regiões com maior risco de falta de medicamentos estão o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Maranhão, Roraima, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Acre e Amapá.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tentou tirar a responsabilidade do governo federal pela falta de kit intubação nos hospitais públicos. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 15, ele destacou a doação de medicamentos feita por empresas e pediu que os governos estaduais também se mobilizem para evitar o desabastecimento. No auge de infecções pela covid-19, hospitais no interior de São Paulo já limitam o número de atendimentos por falta de remédio.

O tom da entrevista foi de resposta ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que desde o início da semana acusa o Ministério da Saúde de ter "sequestrado os medicamentos", proibindo a venda de empresas brasileiras a Estados e municípios.

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"Os medicamentos doados pela Vale foram encaminhados de maneira tempestiva para atender ao governo de São Paulo e demais governos. Atribuição que os próprios governadores, especialmente os dos grandes Estados poderiam buscar esses medicamentos seja no mercado internacional, seja no nacional. Eles têm elementos para fazer isso e também se associar ao Ministério da Saúde nessa tarefa de apoiar a sociedade brasileira. Não adianta ficar só enviando ofício", disse Queiroga.

O governo de São Paulo disse ter enviado nove ofícios ao Ministério da Saúde, o último deles na terça-feira, pedindo urgência para reforçar os estoques de medicamentos. Os últimos cinco foram encaminhados a Queiroga e, os anteriores, ao ex-ministro Eduardo Pazuello.

Queiroga detalhou nesta sexta-feira que os 2,3 milhões de medicamentos para kit intubação importados pela Vale estão previstos para chegar nesta quinta-feira, 15, às 22h30, no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Não foi informado quando os hospitais devem receber os kits. "Os Estados têm que procurar esses medicamentos também. Não é só empurrar nas costas do Ministério da Saúde. Se instituições privadas importam e trazem para cá, porque estados não fazem isso?", questionou o ministro.

Também nesta quinta-feira o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo da Espanha doará medicamentos do kit intubação para abastecer os estoques dos hospitais brasileiros. De acordo com a pasta, a previsão é que os medicamentos saiam do país europeu no final da próxima semana com destino ao Brasil.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 8, onde se disse "vacinado contra intrigas". Queiroga, que visitou o Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, elogiou a diplomacia brasileira em busca de vacinas e negou que o Brasil seja uma ameaça internacional por causa do coronavírus. O novo titular da pasta ainda disse ser favorável à aprovação pelo Congresso de aval para a compra de imunizantes pela iniciativa privada.

Após a visita, em entrevista coletiva, o ministro disse ser favorável à aprovação pelo Congresso da compra de vacinas da iniciativa privada. "Uma vez que existe lei, precisa cumprir. Não vou me manifestar sobre decisões do Congresso Nacional. Lei é para ser cumprida. E se houver apoio da iniciativa privada, melhor." A Câmara aprovou nesta semana projeto de lei que permite a empresas comprar imunizantes que não tenham registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas tenham aval de autoridades internacionais.

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"Não é o momento de ficar 'ah, porque o privado vai furar a fila', é preciso parar com isso, vamos nos unir", declarou Queiroga. Especialistas têm criticado a proposta e fabricantes afirmam que não pretendem negociar com grupos particulares. Questionado, o ministro reafirmou o compromisso de vacinar um milhão de brasileiros por dia. Queiroga ainda elogiou a diplomacia brasileira, através da qual serão garantidos, segundo ele, insumos para a produção das vacinas, especialmente a partir da China.

Ele também rechaçou o título de "ameaça mundial" que o Brasil vem recebendo devido a sua dificuldade em lidar com a pandemia. "Ele [Anthony Fauci, cientista americano que lidera o combate à covid-19 no país] deve cuidador dos Estados Unidos. Do Brasil, cuido eu", rebateu Queiroga.

O ministro visitou uma ala do Hospital Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em março, na zona norte de Porto Alegre, com 55 leitos para pacientes com covid-19, onde anunciou a autorização para a abertura de novos leitos de UTI no Estado. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para obrigar a União a reativar vagas de terapia intensiva no Rio Grande do Sul e em mais quatro Estados (São Paulo, Bahia, Maranhão e Piauí).

Já sobre o chamado "tratamento precoce", Queiroga, que é cardiologista, ressaltou que cabe aos médicos a decisão sobre o ministrar ou não medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina, comprovadamente ineficazes contra a covid-19. "Os pacientes precisam ser atendidos de maneira pronta e o tratamento compete ao médico, que é um profissional autônomo e a ele cabe decidir o que é melhor para o seu paciente", destacou.

Queiroga também foi perguntado acerca da fala do ministro Onyx Lorenzoni de que Estados estariam retendo vacinas. "Não avalio quem está mentindo ou não. Avalio que as políticas públicas têm que chegar a quem precisa delas. Já me vacinei contra a Covid e intrigas", disse.

Antes de Queiroga, o governador Eduardo Leite (PSDB) classificou como fake news a fala de Onyx. Nesta quarta-feira, 7, o Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República utilizou sua conta no Instagram para questionar o porquê de os governadores estarem "retendo" vacinas. "Por que reter vacina? Por que desobedecer a instrução do Ministério da Saúde? E, enquanto o Governo Federal trabalha, você vai ler por aí no pessoal que vive de narrativa que 'o problema é que não tem vacina'", escreveu.

Onyx interpretou um decreto do governo gaúcho, publicado em 01 de abril, o qual estabelece a reserva de 10% das doses produzidas pelo AstraZeneca/Fiocruz para as segundas doses. Estiveram presentes no encontro o governador do RS, Eduardo Leite, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), e os respectivos secretários estadual e municipal de Saúde. Foram apresentados a Queiroga dados sobre a vacinação e as ocupações de leitos em Porto Alegre e no RS.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira, 5, que a decisão de abrir templos religiosos, determinada pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve ser cumprida. Em declarações recentes, Queiroga defendeu o distanciamento social. Segundo ele, contudo, decisões judiciais não se discutem e devem ser seguidas.

"Decisão judicial ninguém discute, cumpre-se", afirmou na chegada ao Ministério da Saúde nesta segunda. Mais cedo, o ministro se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro. O compromisso não estava previsto na agenda pública do presidente.

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Contrário às medidas de restrição, Bolsonaro destacou em suas redes sociais a decisão liminar de Nunes Marques. O ministro determinou no último sábado, dia 3, a liberação de celebrações religiosas, limitadas a 25% da capacidade do público e seguindo demais protocolos sanitários, como o uso de máscaras.

Alinhada aos interesses do Palácio do Planalto, a determinação de Nunes Marques surpreendeu governadores e prefeitos. A Prefeitura de Belo Horizonte e o partido Cidadania acionaram no domingo a Corte para derrubar a decisão. O próprio decano do Supremo, Marco Aurélio Mello, criticou a determinação sobre a abertura dos templos religiosos.

Na reunião de hoje com Bolsonaro, Marcelo Queiroga afirmou ter discutido questões administrativas da pasta da Saúde. Ele reiterou que o ministério trabalha para instituir uma secretaria extraordinária específica para tratar da pandemia da covid-19 no País.

Na primeira audiência no Congresso após assumir o cargo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu um "voto de confiança" aos parlamentares, defendeu o uso de máscara e o distanciamento social para conter o avanço do novo coronavírus. Em audiência pública na comissão da covid-19 do Senado, Queiroga afirmou ter "carta branca" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para escolher uma equipe técnica na pasta.

A audiência é realizada de forma remota. Queiroga usou máscara durante sua participação, feita ao lado de assessores em uma sala do ministério. Desde o início da pandemia de covid-19, ele é o quarto ministro do governo Bolsonaro a assumir o comando da pasta. O médico cardiologista se definiu como um jogador de futebol escalado aos 45 minutos do segundo tempo para cobrar um pênalti e forçar o jogo à prorrogação.

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Queiroga reforçou o cronograma do governo de ter 535 milhões de doses da vacina até o fim do ano. Ele afirmou que a meta é disponibilizar a maior parte dos imunizantes nos próximos três meses. "Se todos os brasileiros usassem máscaras, teríamos efeito quase igual ao da vacinação. Usar máscara é uma obrigação de todos os brasileiros", disse.

Cobrado para disponibilizar insumos e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o ministro prometeu esforços para viabilizar a importação de insumos para intubação em 15 dias, mas cobrou uma organização dos Estados e municípios. "O ministro da saúde não pode ser o AGR, o almoxarife-geral da República só pra estar cuidando dessa agenda", declarou. "Não é só jogar a bomba aqui pra gente, tem que participar. Vamos compartilhar as responsabilidades. O Ministério da Saúde não pode ficar só enxugando gelo."

Em um esforço do governo federal para amenizar críticas sobre sua atuação na pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforça agora, em reunião com governadores, o discurso de compromisso do Executivo em aumentar a capacidade de vacinação da população. No encontro virtual, ainda em andamento, ele disse que as vacinas são o "maior ativo para vencermos a pandemia".

Ele disse aos gestores estaduais acreditar que o Brasil pode vacinar até 2,4 milhões de pessoas por dia e que o Ministério da Saúde é o ente com maior poder de negociação de doses junto às farmacêuticas internacionais.

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Segundo o Ministério da Saúde, Queiroga também pontuou estratégias em construção para adiantar entregas de doses ainda para o primeiro semestre deste ano, como o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para antecipação de entregas do restante das doses do consórcio Covax Facility e a possibilidade de um aporte extra de vacinas junto aos Estados Unidos. A reunião virtual começou por volta das 16h30 desta sexta-feira, 26.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criou um slogan para o enfrentamento da pandemia ao anunciar, ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, uma vacina do governo federal contra a covid-19 que, segundo eles, está em fase de teste em humanos e já com protocolo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Na época da copa do mundo, chama de pátria da chuteira. Agora é pátria de máscara", disse Queiroga, usando duas máscaras de proteção, e também acompanhado do personagem Zé Gotinha, símbolo das campanhas de imunização do Brasil há anos. "É um pedido que eu faço, usem a máscara", completou, destacando ainda que "se todos usarem máscara, temos poder de bloquear o vírus tanto quanto a vacinação".

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A sinalização de empenho no combate da pandemia do primeiro escalão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acontece horas após o Instituto Butantan anunciar detalhes sobre a Butanvac, candidata a imunizante contra a covid-19 que deve ser testada em humanos a partir de abril, caso receba autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Queiroga citou o dado dito algumas vezes por Bolsonaro sobre o Brasil ser o quinto País em vacinação, mas diferentemente do presidente, lembrou que esse número é absoluto e não leva em conta o tamanho da população do País. "Em proporção, ainda não estamos vacinando como queremos", disse.

"Nos comprometemos já no começo de abril termos um milhão de doses por dia", disse. Ele afirmou o objetivo é que haja parceria com a iniciativa privada e se consiga ampliar pesquisas no Brasil. "O cenário da pandemia trouxe oportunidade de entender a importância da pesquisa clínica", disse.

Antes dele, Pontes disse que o governo investiu em 15 tecnologias diferentes desde o ano passado e que três vacinas avançaram para pré-testes. "A boa notícia é que uma dessas vacinas já tem o protocolo - na data de ontem - registrado na Anvisa", disse Pontes.

Queiroga reforçou que a agenda da ciência e tecnologia é uma agenda de Estado e uma agenda estratégica. Segundo ele, a crise sanitária foi uma oportunidade para evidenciar a importância de conduzir pesquisas clínicas no País. "Essa agenda da ciência e tecnologia é uma agenda de Estado e uma agenda estratégica", disse.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recebeu o empresário Carlos Wizard nesta sexta-feira, 26, para discutir a venda de vacinas contra covid-19 ao setor privado. A reunião não consta na agenda de Queiroga, que está "sem compromissos oficiais".

Wizard disse ao Estadão que foi pedir apoio para que o setor privado compre vacinas sem ter de doar todo o volume ao Sistema Único de Saúde (SUS). "Queiroga disse que vai fazer qualquer empenho, esforço e articulação necessários para conseguir o amparo jurídico que o setor precisa", afirmou o empresário. Ele faz parte de um consórcio de empresas interessadas em adquirir 10 milhões de imunizantes.

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A proposta do grupo é doar metade das doses à rede pública, em vez de todo o lote. Wizard também lançou um abaixo-assinado para pressionar pelo aval a estas compras fora do SUS.

Segundo lei aprovada neste mês, todas as doses compradas pela iniciativa privada devem ser doadas à rede pública enquanto grupos de risco são imunizados. Depois de superada essa fase da campanha de imunização, metade ainda tem de ser entregue.

Nesta quinta-feira, 25, no entanto, a Justiça Federal no Distrito Federal concedeu liminar para permitir que todo o volume comprado fique com a iniciativa privada, mesmo sem todos do grupo prioritário terem sido vacinados na rede pública. A decisão é provisória e ainda deve ser avaliada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Wizard disse que teve reuniões na quinta-feira, 25, para defender a compra das vacinas com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O empresário também se encontrou com os ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). O empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, acompanhou as agendas de Wizard. Hang também esteve ontem na Saúde, mas foi recebido por auxiliares de Queiroga, que estava viajando.

Segundo Wizard, o ministro da Economia defendeu a compra pelo setor privado. "Ele é 100% favorável."

Ex-proprietário de escola de inglês que leva seu nome e fundador do grupo Sforza, que tem investimentos em franquias como Taco Bell Brasil e Mundo Verde, Wizard chegou a anunciar que assumiria a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, no ano passado, mas foi barrado pelo presidente Jair Bolsonaro. O empresário, porém, seguiu atuando nos bastidores da pasta no apoio a bandeiras como o uso de medicamentos sem eficácia contra a covid-19, como a cloroquina.

Wizard afirma que o grupo de empresários já abriu negociação para a compra das doses, mas não quis revelar quais marcas podem ser adquiridas. As principais farmacêuticas têm dito que não têm doses para o setor privado, prefeitos e governadores, pois toda a produção estaria comprometida com governos centrais. Em fevereiro, Wizard disse ao Estadão que "em seis meses vai ter vacina sobrando no mercado, o preço vai cair".

Wizard afirmou ainda que tanto Lira como Pacheco entenderam que a lei que obriga a entrega das doses ao SUS "não beneficia ninguém". O presidente do Senado, porém, posicionou-se na quinta-feira, 25, contra a possibilidade de empresas anteciparem a imunização de seus funcionários. Ele comentava sobre a vacinação de empresários do ramo de transportes em Minas Gerais, descumprindo o Plano Nacional de Imunização (PNI). "Não podemos admitir e tolerar que se descumpra o PNI. O entendimento do Congresso foi de que na edição da lei houvesse possibilidade de aquisição pela iniciativa privada para doação de sua integralidade para o SUS. Não se pode descumprir essa lei e essa diretriz", afirmou.

Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esteve no Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira, 25. Às 15h ele chegou à superintendência do Ministério da Saúde no Rio, no centro da capital, para uma reunião com o secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves.

O encontro terminou às 17h. Nenhuma das autoridades que participaram da reunião falou com a imprensa, nem antes nem depois do compromisso.

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Segundo a secretaria estadual de Saúde, o secretário e o ministro trataram de ações conjuntas para abrir leitos e inseri-los na regulação estadual.

Em visita à Universidade de São Paulo (USP), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi recebido por alunos da Faculdade de Medicina que protestavam contra a gestão da pandemia pelo governo federal. "Bolsonaro genocida! Mais vacina e menos cloroquina!", gritaram os manifestantes.

Os alunos também levantaram placas e cartazes com dizeres em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Logo na entrada da universidade, os manifestantes estenderam uma faixa com a frase: "A gripezinha já matou 300 mil brasileiros #BolsonaroGenocida".

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Centros acadêmicos também prepararam manifestos escritos para o ministro, cobrando medidas eficazes no combate à pandemia e pedindo a aceleração no Programa Nacional de Imunizações (PNI). "Quem vai avaliar minha gestão é a História. Vamos olhar para a frente, vamos deixar de gerar calor. Nós queremos é luz. Luz, não calor", disse Queiroga. O ministro participou de uma reunião da Congregação da Faculdade de Medicina da USP, entidade que reúne 72 professores titulares do curso.

O Conselho Nacional das Secretarias de Saúde (Conass) saudou o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - cuja nomeação foi oficializada nesta terça-feira, 23, em edição extra do Diário Oficial da União -, com o alerta de que "não há tempo a perder" no enfrentamento da pandemia de covid-19. A entidade pediu, também, que as ações do governo federal sejam "sinérgicas" com Estados e municípios.

Em ofício circular a Queiroga, os secretários estaduais de Saúde não se furtaram a críticas à gestão de seu antecessor, Eduardo Pazuello, afirmando que o atraso na aquisição de vacinas e a ausência de campanhas de comunicação para reforçar a importância de medidas de prevenção agravaram ainda mais a crise. O cardiologista assume o Ministério ante uma contagem de 295.425 brasileiros mortos pelo novo coronavírus.

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"É urgente a adoção de medidas que garantam a imunização de toda população, com a maior rapidez possível", afirma o Conass por meio de seu presidente, o maranhense Carlos Lula. "Ressaltamos ainda que o Sistema Único de Saúde é de gestão tripartite, composta pelos governos federal, estaduais e municipais, assentada em diálogo permanente e decisões coletivas, visando, sobretudo, superar a emergência em saúde pública provocada pela Covid-19, através da integração de todas as estratégias cientificamente prescritas."

A posse do novo ministro, em cerimônia fora da agenda realizada esta tarde no Palácio do Planalto, e o envio da mensagem do Conass ocorrem horas depois de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar pedido de liminar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que tentava derrubar decretos estaduais de medidas restritivas da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.

O tom crítico à gestão da pandemia pelo Ministério da Saúde prossegue no ofício a Queiroga com a afirmação de que a população precisa, "mais do que nunca", de coordenação nacional no enfrentamento à covid-19, "com ações precisas, amparadas na ciência, que garantam a prevenção de novos contágios, facilitem o diagnóstico oportuno de doentes e da assistência a todos os brasileiros".

O Conass lembra, ainda, ter alertado reiteradamente ao longo do último ano sobre os perigos da ausência de uma condução unificada e coerente de combate à pandemia. "As consequências são sentidas nos hospitais lotados, nas filas de atendimento, no luto de um número crescente de famílias", pontua a entidade.

Após impasse envolvendo o destino de Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro deu posse nesta terça-feira, 23, ao médico cardiologista Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde - o quarto a ocupar o cargo em seu governo. A oficialização da troca ocorreu em cerimônia reservada no gabinete do presidente. A nomeação deve ser publicada em edição no Diário Oficial da União ainda hoje.

Queiroga foi anunciado como novo chefe da pasta na última segunda-feira, 15, após explosão de novos casos e de mortes por causa da covid-19 no País. Sua nomeação era esperada para o dia seguinte, mas não ocorreu. Como revelou o Estadão, a posse de Queiroga ainda estava travada porque antes era preciso que ele se desvinculasse da sociedade de empresas das quais é sócio.

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Além da ligação de Queiroga com as empresas, o destino do agora ex-ministro Eduardo Pazuello também travava a oficialização da mudança no comando da pasta. Uma das possibilidades em discussão no governo é Pazuello assumir a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que deve sair da Economia e ir para o guarda-chuva da Secretaria-Geral da Presidência.

Antes mesmo de ser oficialmente empossado como novo ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, o quarto a ocupar o cargo desde o início da pandemia de covid-19, o cardiologista Marcelo Queiroga foi cobrado pelo Ministério Público Federal a prestar esclarecimentos sobre a gestão da crise sanitária.

O pedido de informações da Procuradoria da República no Distrito Federal foi divulgado pela repórter Camila Bomfim no Jornal Nacional, da TV Globo, desta segunda-feira, 22. Queiroga terá 15 dias para responder sobre os seguintes pontos:

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- Retirada do aplicativo TrateCov do ar: lançada pelo Ministério da Saúde, a plataforma recomendava o uso de ivermectina e cloroquina, medicamentos sem eficácia comprovada, aos pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

- Nota informativa, publicada em maio, com orientações para manuseio de medicamentos precoces de pacientes com covid-19. A Procuradoria quer saber as evidências científicas usadas para embasar o documento.

- Recursos investidos pelo Ministério da Saúde em ações e programas de prevenção e combate à covid-19;

- Campanhas e peças publicitárias desenvolvidas e aprovadas pelo Ministério da Saúde sobre o coronavírus e sobre a vacinação.

O documento, obtido pelo Estadão, é assinado pela procuradora Luciana Loureiro de Oliveira. Ela é responsável pelo inquérito civil aberto para apurar se houve improbidade administrativa do ministério na condução da pandemia do coronavírus. Entre os pontos investigados pela Procuradoria estão o uso de recursos públicos para compra de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento da covid-19, possível omissão na aquisição de vacinas e suposta baixa execução orçamentária dos recursos federais nas ações específicas de combate à doença.

O pedido de esclarecimentos sinaliza que, além da chefia da pasta, o novo ministro herda também os ônus da gestão do general Eduardo Pazuello - que também é alvo de outra investigação aberta na esteira do colapso do sistema de saúde em Manaus. Anunciado pelo governo na semana passada, Marcelo Queiroga já teve a data da posse adiada diversas vezes. Com a demora na oficialização da troca, a pasta está sem comando definido no momento mais letal da pandemia.

O Ministério da Saúde está acéfalo no momento mais agudo da pandemia de covid-19. O diagnóstico é de governadores e secretários de Estados e municípios que buscaram a pasta nos últimos dias principalmente para tratar da falta de medicamentos de intubação e de oxigênio. Anunciado há uma semana como novo ministro, o médico Marcelo Queiroga ainda não teve sua nomeação oficializada e, portanto, ainda não responde pela pasta. Enquanto isso, o general Eduardo Pazuello segue como ministro no papel, mas cumprindo uma espécie de "aviso prévio" no cargo.

Como revelou o Estadão, a posse de Queiroga ainda está travada porque antes é preciso que ele se desvincule da sociedade de empresas das quais é sócio. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que a nomeação seria feita na última sexta-feira, 19, mas a previsão mais recente no governo é de que a cerimônia aconteça apenas na quinta-feira, 25.

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"Temos dois ministros e, na verdade, não temos nenhum", disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em evento nesta segunda-feira, 22. "O que entra não está autorizado a agir como ministro, porque não recebeu a sua nomeação. O outro, que sai, não está com disposição de determinar, orientar e comandar, porque já é um ex-ministro, ainda que ocupando o cargo", declarou.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi no mesmo tom."Não se pode fazer exoneração e nomeação no gerúndio, demitindo um ministro e nomeando um novo há uma semana. Quem está tentando salvar vidas neste momento fica se perguntando: com quem eu falo? Quem está decidindo neste momento? O Brasil é um barco à deriva", afirmou Costa em entrevista à Rádio Eldorado.

Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), chamou o vácuo de comando de "absurdo". "Temos dois ministros da Saúde, por conseguinte nenhum. Um saiu, mas não saiu. Um entrou, mas não entrou", disse ele no último dia 18, pelas redes sociais.

Secretários de saúde apontam preocupação com o fato de a transição ocorrer num momento crítico da doença, em que hospitais estão superlotados e cidades registram falta de sedativos usados para intubar pacientes de covid-19. O ministério fez requisições de estoques e promete realizar compras internacionais de medicamentos.

Segundo os secretários que acompanham estas discussões, o porta-voz do Ministério da Saúde nesta crise de medicamentos não é Queiroga nem Pazuello. As conversas são feitas principalmente com o secretário-executivo da Saúde, Elcio Franco, que deve deixar a pasta junto de Pazuello. A equipe que Queiroga levará à Saúde ainda é desconhecida pelos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

O médico também é réu em uma ação penal de 2006 que trata do não recolhimento de contribuições previdenciárias devidas pelo Hospital Prontocor. Queiroga não era sócio do hospital, mas administrador. Em 2017 ele foi absolvido, mas o Ministério Público Federal (MPF) recorreu no processo.

O ministério evita se posicionar ou passar qualquer informação que diga respeito a Queiroga. A pasta afirma que só irá se manifestar quando o cardiologista for nomeado.

'Continuidade'

Desgastado pelo ritmo lento da vacinação no País, explosão de internações e investigações sobre omissão na pandemia, Pazuello tem dito que o médico segue a sua "cartilha" e nega uma ruptura na pasta. Queiroga vai na mesma linha e fala em "continuidade" do trabalho.

Na semana passada, os dois foram juntos ao Rio para receber vacinas de Oxford/AstraZeneca produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "A transição de cargo de ministro é apenas uma continuidade do trabalho. O doutor Marcelo Queiroga reza pela mesma cartilha", disse o general na cerimônia. Pazuello ainda foi a Guarulhos (SP), sem Queiroga, no domingo, 21, para recepcionar as doses compradas via Covax Facility.

Segundo autoridades do governo, Bolsonaro deve abrigar o general em um novo cargo dentro do governo, mas não está definido qual função ele pode assumir.

Centrão

A demora para troca de ministro também incomoda lideranças do Centrão. "Um país que se aproxima de 3 mil mortos/dia não pode se dar ao luxo de esperar um indicado para ministro da Saúde passar dias para se desincompatibilizar da empresa da qual é sócio-administrador. Isso é uma provocação com famílias enlutadas e com gente que luta pela vida em UTIs", escreveu o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), no Twitter, no domingo, 21.

Apesar de ter bom trânsito entre parlamentares, Queiroga foi uma escolha pessoal de Bolsonaro. Como mostrou o Estadão, o futuro ministro teve uma passagem relâmpago pelo Republicanos, um dos principais partidos do chamado Centrão. Ele se desfiliou em janeiro deste ano.

Integrantes do grupo, porém, apoiavam que a médica Ludhmila Hajjar assumisse a pasta. O nome dela tinha respaldo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ministros do Supremo Tribunal Federal. Ela recusou o convite por não defender o uso da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra covid-19, e não concordar com críticas ao lockdown, bandeiras de Bolsonaro na pandemia.

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