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O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira, 24, que o governo federal explique, em cinco dias, a necessidade da apresentação de prescrição médica para a vacinação infantil.

Mais cedo, a Rede Sustentabilidade foi ao Supremo contestar o texto colocado em audiência pública pelo Ministério da Saúde, que exige prescrição médica e anuência dos pais para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, já aprovada pela Anvisa.

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Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu a vacinação a crianças, mas somente com prescrição médica. A medida contrariou especialistas, que apontaram a falta de necessidade da medida, já que as vacinas são eficazes e seguras.

Após abrir uma consulta pública para avaliar se autoriza a vacinação infantil contra a covid-19 no País, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na quinta-feira, 23, que o governo federal vai vacinar crianças de 5 a 11 anos, mas deve requisitar prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais. As exigências não existem em outros grupos que já tiveram a vacinação autorizada.

Segundo o ministro, o modelo que vem sendo adotado na Alemanha é o ideal. Lá, disse ele, crianças com comorbidade reconhecida pelos médicos têm prioridade, mas depende de autorização do responsável.

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"(Para) as sem comorbidades, há necessidade de prescrição médica", afirmou o ministro em entrevista na sede do ministério. "O documento que vai ao ar é um documento que recomenda a vacina da Pfizer. Nossa recomendação é que não seja aplicado de forma compulsória. Essa vacina estará vinculada à prescrição médica, e a recomendação obedece às orientações da Anvisa", disse Queiroga.

Questionada, Anvisa informou que não está nas recomendações que a vacina só possa ser aplicada em crianças após recomendações médicas.

Exigência cria desigualdades, diz infectologista

Para a infectologista Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia, a decisão de vacinar crianças somente com prescrição médica vai gerar uma desigualdade, tendo em vista que crianças com acesso a clínicas privadas conseguirão receitas de forma mais fácil do que aquelas que necessitam do SUS.

"A exigência de receita médica para crianças serem vacinadas contra covid-19 é um entrave e aumentará ainda mais a desigualdade no nosso país, pois poucas serão as crianças que terão acesso a esta prescrição", afirmou ela.

Insistência na consulta pública

Na entrevista, mesmo após anunciar como se dará a imunização infantil, Queiroga voltou a defender a consulta pública que discutirá com a sociedade a vacina para crianças. Segundo ele, o modelo ideal é o modelo "que a sociedade de cada país decide". "Os dados que embasaram a decisão [de vacinas crianças] são iniciais, então cabe sensibilidade ao caso", afirmou.

De acordo com Queiroga, a decisão de como deve ser a vacinação de crianças será anunciada no dia 5 de janeiro, "se todos concordarem com o que estamos colocando em consulta pública". Logo que a vacina seja colocada no Programa Nacional de Imunizações, Queiroga disse que "em curto espaço de tempo" haverá doses para as crianças. A consulta pública, prevista para entrar no ar nesta quinta-feira, ainda não estava disponível no site do Ministério da Saúde até o fim da noite.

Aval científico

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a decisão do Ministério da Saúde de iniciar na quinta-feira, 23, uma consulta pública para colher opiniões sobre a vacinação infantil contra covid-19 no País mesmo depois de a Anvisa ter autorizado a imunização na faixa etária de 5 a 11 anos é criticada por especialistas. Na visão deles, a consulta serve apenas para atrasar a aplicação das doses, uma vez que não foi adotada em outros momentos da pandemia.

A vacinação de crianças de 5 a 11 anos com doses pediátricas da Pfizer foi aprovada pela Anvisa na quinta-feira passada, seguindo o que já havia sido feito por autoridades sanitárias dos Estados Unidos e da Europa há mais de um mês.

Além da Anvisa, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), órgão consultivo do Ministério da Saúde, já afirmou ser favorável à vacinação infantil no Brasil.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro e sua proposta de dar publicidade aos nomes dos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a vacinação contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. Embora respaldados em estudos científicos, servidores do órgão têm sofrido ameaças de morte por conta da decisão.

"O serviço público é caracterizado pela publicidade dos seus atos. Então, todos os técnicos que se manifestem em processos administrativos tem que ser publicizados por seus atos, a não ser aqueles atos que são mais restritos. Mas não há problema em ter publicidade dos atos da administração. Acredito que seja até um requisito da Constituição", afirmou o ministro a jornalistas na saída do prédio da pasta.

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Na última quinta-feira, Bolsonaro disse em transmissão ao vivo nas redes sociais que pediu as identidades dos servidores da Anvisa que aprovaram a vacina pediátrica da Pfizer para crianças de cinco a 11 anos, com a intenção de divulgá-las. A agência chamou a declaração de ameaça. Desde a ofensiva do chefe do Executivo, contrário à vacinação de crianças, técnicos do órgão têm relatado novas intimidações .

Ainda que tenha chamado as ameaças aos servidores de "ações de criminosos", Queiroga saiu em defesa de Bolsonaro nesta segunda-feira. "O presidente é uma das pessoas que luta mais contra a criminalidade, aliás, as taxas de criminalidade do seu governo têm caído. É tudo narrativa", afirmou a jornalistas. "O presidente Bolsonaro é um grande líder, tem nos apoiado fortemente", acrescentou.

O ministro da Saúde também declarou que a Polícia Federal (PF) é a responsável por investigar as ameaças, e não a sua pasta. Ele não manifestou solidariedade aos funcionários públicos e ainda disse ser igualmente alvo de intimidações. "Eu mesmo sofro ameaças também e a gente está aqui trabalhando firme para resolver o problema da pandemia".

Mais cedo, na chegada ao Ministério da Saúde, Queiroga mostrou resistência a liberar a vacinação de crianças contra a covid-19 com doses pediátricas da Pfizer. Segundo o ministro, que quer submeter a proposta de imunização a uma consulta pública, "a pressa é inimiga da perfeição".

Contato: eduardo.gayer@estadao.com

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou na tarde deste sábado, 18, via redes sociais, que o governo vai reduzir de cinco para quatro meses o intervalo para aplicação da dose de reforço das vacinas contra covid-19. De acordo com o chefe da Saúde, um dos principais motivos seria ampliar a proteção contra a variante Ômicron.

"A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco", publicou o ministro no Twitter.

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Segundo Queiroga, a portaria com a modificação será publicada nesta segunda-feira (20). "Informem-se sobre o calendário vacinal de seu município e veja se já chegou a sua vez", pontuou o ministro.

A variante Ômicron, que tem preocupado as autoridades de Saúde, já foi identificada em 89 países, segundo resumo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado na sexta-feira (17) com dados até o dia anterior.

O documento, que atualiza a versão anterior do dia 10 de dezembro, reforça que há evidências consistentes de que a nova cepa tem uma vantagem de crescimento substancial sobre a Delta, espalhando-se mais rápido.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, neste domingo (28), que os cuidados com a nova variante Ômicron são os mesmos tomados com cepas anteriores do novo coronavírus. Segundo Queiroga, trata-se de "uma variante de preocupação" e não de uma "variante de desespero". O ministro assegurou que as autoridades sanitárias brasileiras têm "todas as condições para assistir a população".

"A principal arma que nós temos para enfrentar essas situações é a nossa campanha de imunização", disse Queiroga, durante transmissão em suas redes sociais. "Os nossos hospitais têm leitos disponíveis, as nossas salas de vacinação têm vacinas para vacinar todos os brasileiros que estão aptos para tomar essas vacinas e as autoridades sanitárias dos Estados e dos municípios juntos com o Ministério da Saúde estão trabalhando para que tenhamos uma segurança cada vez maior."

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Queiroga não comentou o caso suspeito de um brasileiro vindo da África do Sul que foi diagnosticado em São Paulo com Covid-19. Exames complementares ainda vão confirmar ou descartar a infecção pela nova mutação. Em todo o mundo, governos decretam novas restrições para fazer frente à nova onda da Covid-19. A ômicron já foi identificada em quatro continentes.

Na mesma transmissão, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Yoshimasa Okane, afirmou que o Ministério está monitorando leitos para covid-19. Caso seja necessário, unidades que foram fechadas após a diminuição dos casos da doença podem ser reabertas.

"O Ministério tem uma reserva estratégica (de medicamentos do chamado 'kit intubação') caso haja um aumento do número de pacientes que necessitem. Nós temos recursos, insumos para um eventual aumento do número de casos", acrescentou.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, disse que é preciso manter as medidas não farmacológicas no enfrentamento à covid. "Evitarmos aglomerações fúteis, (fazer a) higienização das mãos, (usar) o álcool em gel, a etiqueta respiratória", declarou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comemorou nesta segunda-feira, 8, a melhora da pandemia no País na esteira do avanço da vacinação. Ao sair de um evento no Rio, contudo, ele disse que estava atrasado e não respondeu a uma pergunta sobre uma eventual medida nacional que desobrigue o uso de máscaras, como algumas cidades e Estados vêm adotando.

"A vacina contra a covid é a esperança de dar fim ao caráter pandêmico dessa doença. Os resultados já estão aí. Ontem, no Estado do Rio de Janeiro, não teve um óbito sequer", disse. Queiroga esteve no Rio nesta tarde para visitar o Instituto Fernandes Figueira, ligado à Fiocruz. O evento comemorava os dez anos do programa Melhor em Casa, do SUS, que oferece procedimentos caseiros a pacientes graves e crônicos e foi criado no início do governo Dilma Rousseff (PT).

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Segundo a divulgação do ministério, mais de 500 mil brasileiros já foram atendidos pelo programa. Na cerimônia desta segunda, o ministro habilitou 116 novas equipes para atuar no âmbito da iniciativa. Atualmente, o programa está em 732 municípios e tem cerca de 1,6 mil equipes.

"Vamos continuar trabalhando para ampliar o acesso de brasileiros a políticas públicas que sejam efetivamente de interesse público e capazes de mudar o desfecho na Saúde. Um grande desafio que agora está facilitado pela consciência geral da importância do Sistema Único de Saúde. Ninguém mais duvida da importância do SUS", afirmou o ministro.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu a portaria editada na segunda-feira, 1º, pelo Ministério do Trabalho e Previdência contra a demissão de empregados que se recusem a tomar as vacinas de combate à Covid-19. Ele chamou de "drástico" o movimento que exige a obrigatoriedade do esquema vacinal completo para manutenção dos empregos.

"O Ministério da Saúde historicamente, tradicionalmente, desde Lindolfo Collor, que foi o seu primeiro ministro, pugnou pela defesa do emprego. Nós achamos muito drástico demitir pessoas porque elas não quiseram se vacinar. Como médico, eu sempre consegui que os meus pacientes aderirem ao tratamento na base do convencimento".

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Em entrevista coletiva na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), o titular do Ministério da Saúde argumentou que a portaria editada pelo ministro Onyx Lorenzoni busca proteger as vagas de trabalho existentes e estimular novas contratações. Na semana passada, o governo proibiu as empresas de exigirem o certificado de vacinação de seus funcionários ou de impor o documento como obrigatório nos processos de seleção para contratação de pessoal. Pela portaria, as empresas também não poderão demitir por justa causa aquelas pessoas que se recusarem a apresentar o cartão da vacina. Se o fizerem, terão de reintegrar ou ressarcir os demitidos.

O ato põe em prática a posição do presidente Jair Bolsonaro, que é contrário à vacinação anticovid obrigatória e ao cartão de vacinação como passaporte de entrada e saída das pessoas em diferentes lugares e estabelecimentos.

Na quarta-feira, 3, o PT apresentou uma ação à Corte na qual exige a derrubada da medida adotada pelo Ministério do Trabalho e Emprego com o argumento de que o governo não pode criar obrigações e penalidades às empresas por uma portaria - é preciso que uma lei seja aprovada pelo Congresso.

"Nós queremos criar empregos, sobretudo empregos formais. Então, essa portaria é no sentido de dissuadir demissões em função de o indivíduo ser ou não vacinado. As vacinas as pessoas devem buscar livremente", afirmou.

Em julho, a Justiça confirmou, em segunda instância, a demissão por justa causa de empregado que se recusou a se vacinar contra a covid-19. A decisão foi do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, contra uma auxiliar de limpeza hospitalar que recusou a imunização. O entendimento do órgão foi de que o interesse particular do empregado não pode prevalecer sobre o coletivo. Foi a primeira decisão no País nesse sentido, segundo advogados especialistas nesse tipo de ação.

Antes, em fevereiro deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já tinha orientado que os trabalhadores que se recusassem a tomar vacina contra a covid-19 sem apresentar razões médicas documentadas poderiam ser demitidos por justa causa. O entendimento do MPT é que as empresas precisam investir em conscientização e negociar com seus funcionários, mas que a mera recusa individual e injustificada à imunização não poderá colocar em risco a saúde dos demais empregados.

As declarações de Queiroga foram dadas após encontro com o presidente do STF, Luiz Fux, para discutir dois processos que aguardam aprovação do ministro, ou devolução de pedidos de vista, para ir a julgamento no plenário da Corte. As ações discutem o fornecimento do medicamento de alto custo Zolgensma e a validade de planejamentos tributários.

O encontro entre o Ministro da Saúde e o presidente do Supremo também contou com a presença do advogado-geral da União, Bruno Bianco Leal. Queiroga classificou a conversa como focada em discutir temas de "judicialização da saúde", que "oneram muito o sistema público e invertam prioridades dentro do sistema de saúde".

"É uma pauta sensível [medicamentos de alto custo]. Nós nos sensibilizamos com essas crianças e seus familiares, mas nós precisamos ter a certeza de estar oferecendo uma política que traga resultados e tenha condições de melhorar a vida dessas crianças"

Segundo Queiroga, a reunião foi centrada na entrega de memoriais para balizar o julgamento dos processos. Ao término do encontro, porém, o ministro repercutiu temas relacionados à pasta da Saúde e atribuiu aos governos estaduais e municipais papel importante na formulação da política de flexibilização do uso de máscaras.

"O Ministério da Saúde está trabalhando nessa agenda. Alguns estados e municípios já estão fazendo isso. Os entes federativos têm a sua autonomia e estão lá na ponta. Eles conhecem a realidade melhor do que às vezes eu que estou aqui em Brasília (...) A observação dos gestores municipais e estaduais é muito importante", afirmou.

Em relação à busca ativa para avançar na campanha de imunização, o ministro restringiu-se a dizer que imposições podem produzir um "efeito reverso":

"O Ministério da Saúde exorta a todos aqueles que ainda não se vacinaram a procurar as salas de vacinação e a tomar a vacina", disse. "Nós sempre defendemos que temos que ter a população como nossa aliada, através de um programa de conscientização", completou. "Às vezes imposições, como levar as pessoas à força às salas de vacinação, dá um efeito reverso. Em vez de ir buscar [a vacina], gera calor, quando o que nós precisamos é luz para termos uma das campanhas mais bem sucedidas do mundo"

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assinou nesta quarta-feira, 27, uma "carta de intenção" para a criação de uma unidade de pesquisa e educação em parceria com a Universidade de Oxford no Brasil. Detalhes como o local de instalação ou a data prevista para a sua inauguração ainda não foram divulgados.

Durante o evento no Museu de História Natural da instituição, na Inglaterra, Queiroga disse ainda que a iniciativa tem como objetivo o "fortalecimento dos sistemas de saúde de acesso global". "A pandemia nos ensinou muito, mas sobretudo ensinou que é através da ciência de qualidade", afirmou.

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"Esse termo de compromisso é um aceno para o futuro, para a formação de pesquisadores de altíssimo nível e que poderão, sim, construir um sistema de saúde mais eficiente, mais sólido, e com capacidade de atender o Brasil com uma qualidade cada vez melhor", declarou o ministro, sem detalhar como a unidade da instituição funcionará no País.

Representantes da Universidade de Oxford também afirmaram que a cooperação com o Brasil visa a "garantir que nenhum lugar seja tomado de surpresa por uma nova pandemia".

Dose de reforço

Durante o evento, Queiroga também comentou o estudo encomendado pelo ministério à Universidade de Oxford sobre a aplicação da dose de reforço no País. Apesar de ainda não ter publicado os resultados completos, ele afirmou que a pesquisa analisou a duração dos anticorpos gerais e neutralizantes em quem tomou as quatro vacinas disponíveis no Brasil (Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Jansen) seis meses após completarem o esquema vacinal.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado desistiu de ouvir o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. "Não vai contribuir muito. Palco para bolsonarista", disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), ao Estadão. O ministro seria ouvido pela terceira vez.

Os senadores pretendiam obter de Queiroga informações como as relacionadas ao calendário de vacinação contra covid em 2022. Algo que foi respondido pelo ministro na semana passada.

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O depoimento do ministro estava previsto para acontecer na próxima segunda-feira, 18. No lugar dele, a comissão quer ouvir na segunda o médico Carlos Carvalho, que coordenou um estudo contra o uso do chamado "kit covid", que é defendido pelo governo federal e usa substâncias com ineficácia comprovada no tratamento do coronavírus, como cloroquina e ivermectina. A convocação do médico ainda precisa ser votada pela CPI.

O estudo de Carvalho foi encomendado pelo governo e seria analisado no início de outubro pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão do Ministério da Saúde, mas foi removido de pauta.

De acordo com Omar Aziz, a próxima semana será a última da CPI. A sessão de terça-feira, 19, será reservada para a leitura do parecer do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e a reunião de quarta-feira, 19, será a votação do relatório do emedebista.

No último dia 5 de outubro, Renan Calheiros disse que o relatório final da comissão vai pedir "com certeza" o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. Pelas apurações da CPI, Bolsonaro pode ser enquadrado em crimes como os de charlatanismo, infração a medida sanitária preventiva e crime contra a humanidade por conta da atuação na pandemia.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), reiterou a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga à CPI.

Em entrevista ao canal do Youtube de Marco Antonio Villa, Aziz disse que Queiroga tem três pontos para esclarecer aos senadores. "O porquê houve a orientação para suspender a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos; como será a vacinação no próximo ano; e sobre o parecer da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sus (Conitec), a respeito de medicamentos sem comprovação científica, não ter saído até hoje", elencou o senador.

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"Não dá para entender que depois de cinco meses que ele (Queiroga) esteve na CPI e depois de um ano de discussão, a Conitec não traga um relatório final porque o presidente da República não quer", afirmou.

Aziz também garantiu que mesmo com a nova convocação do ministro da Saúde, o calendário da CPI não foi alterado e a votação do relatório deve ocorrer em 20 de outubro.

"O governo não quer admitir que o que propagou o que aconteceu na Prevent Senior, o que aconteceu nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em vários lugares do Brasil foi um erro que levou à morte de milhares de pessoas. Não se pode colocar política acima da ciência", afirmou Aziz.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira, 8, que, com o avanço da vacinação no Brasil, já é possível pensar em retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre. Ele não deu prazo para autorizar a flexibilização, mas afirmou esperar que ela ocorra em breve.

"Temos vacinação equilibrada, podemos pensar em flexibilizar o uso de máscaras no ar livre. Às vezes, a pessoa tá andando de bicicleta sozinha e tem que usar máscara. Pra que isso?", questionou.

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Em entrevista coletiva para detalhar o planejamento da campanha de imunização contra a covid-19 em 2022, Queiroga voltou a dizer que a obrigação do uso da máscara por parte dos governos não serve para conscientizar a população sobre a importância do uso do equipamento. Para sustentar sua tese, ele fez uma analogia com o uso de preservativos para evitar infecções sexualmente transmissíveis.

"Preservativos diminuem DSTs, vou fazer lei que obrigue a usar preservativo? Nosso problema não é máscara, temos que desmascarar algumas pessoas aí, que têm narrativas que não se sustentam", criticou.

A secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid, Rosana Melo, disse que é preciso ter prudência em relação à liberação das máscaras. "Gostaríamos de ver Zé Gotinha sem máscara, mas não é assim, temos de ter prudência", declarou, ao falar que vários critérios precisam ser observados em relação à pandemia para decidir sobre isso.

Tratamento precoce

Questionado sobre o tratamento precoce, Queiroga afirmou que sua opinião é desnecessária por já ter emitido juízo em relação ao assunto.

"O tratamento inicial está sendo discutido. Já me manifestei sobre isso. É desnecessário me manifestar sobre esse aspecto. Todos sabem qual é minha posição. É preciso destruir narrativas. Se esse documento da Conitec, que prega o não uso do kit covid como tratamento vazou, vazou de forma inadequada. Quem participa de reuniões privativas do Ministério e divulga, está sujeito a punições", afirmou.

Vacinas

Queiroga disse ainda que o Brasil não precisará das vacinas do Covax Facility em 2022. Ele afirmou acreditar que o imunizante da Janssen obtenha registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e "desejar fortemente" que a Coronavac consiga o mesmo.

"Quanto mais vacinas que tiverem registro definitivo e que forem incorporados pelo sistema de saúde, podem diminuir o custo. Vamos insistir que vacinas sejam incorporadas na saúde suplementar; vantajoso para operadoras de saúde."

Rosana Melo afirmou que ainda não se sabe se haverá necessidade de dose de reforço para a população acima dos 12 anos. Segundo Rodrigo Cruz, caso haja necessidade de compra de mais imunizantes, o ministério tem "instrumento" para contratar.

Em entrevista coletiva para anunciar o planejamento da campanha de imunização no próximo ano, o ministro detalhou o status das aquisições de vacinas. Segundo ele, há um contrato com a Pfizer para adquirir 100 milhões de doses, com perspectiva de compra de mais de 50 milhões. Também há contrato para adquirir 120 milhões da AstraZeneca no primeiro semestre, com possibilidade de mais 60 milhões no segundo semestre. Para fechar a conta, há um saldo de 134 milhões de doses que devem sobrar da campanha deste ano.

"Estamos mais fortes para em 2022 fazer campanha (de vacinação) mais consolidada", garantiu Queiroga.

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Ainda conforme Queiroga, há a possibilidade de compra de outros imunizantes testados no Brasil, como a do laboratório Clover. O ministro disse também que a Pfizer está fazendo novos estudos para tornar sua vacina mais eficaz contra variantes do vírus. Durante a coletiva, ele previu ainda que 2022 "será o ano do fim da pandemia da covid-19" no País.

600 mil mortes

Queiroga ainda manifestou solidariedade pelas famílias que perderam parentes para a covid-19 no Brasil. Hoje, o País atingiu 600 mil mortes causadas pela doença.

"Muito importante registrar nossa solidariedade aos que perderam seus entes queridos para essa doença. Estamos trabalhando fortemente para que o sistema de saúde dê as respostas necessárias para a nossa população", disse Queiroga na entrevista coletiva.

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta terça-feira, 28, que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deve esclarecer satisfatoriamente questões ao colegiado sob pena de entrar na lista de indiciados. Randolfe é um dos senadores que defende uma nova oitiva de Queiroga na CPI, antes do encerramento dos trabalhos.

"Ministro Queiroga está a um passo de ser indiciado nesta investigação. Se eu fosse ele estaria mais interessado em vir à CPI, porque é a chance de ele não ser indiciado. E para ele não ser, eu pediria o cumprimento de duas condições: garantisse que crianças e adolescentes serão vacinados, e nos apresentar a programação de vacinação no ano que vem. Estou pedindo o mínimo ao ministro da Saúde. Sem responder essas perguntas satisfatoriamente, o ministro será indiciado", afirmou o senador.

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VTCLog

Com o surgimento de novos capítulos em meio às acusações contra a Prevent Senior pelo suposto uso de remédios sem eficácia científica comprovada contra a covid-19 em pacientes, Randolfe Rodrigues afirmou que os trabalhos do colegiado não podem ser concluídos sem fechar as linhas de investigação sobre a VTClog.

"Os interesses corruptos dessa empresas e de sua antecessora, a Voetur, pairam sobre o Ministério da Saúde há mais de uma década", afirmou o parlamentar no Twitter. "Na investigação, não podemos perder essa oportunidade", declara.

O colegiado caminha para a reta final das investigações. Segundo Randolfe, já foram concluídas as denúncias contra a Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, e, nesta terça-feira, a comissão deve concluir as acusações contra a Prevent Senior.

"Entretanto, a CPI não pode encerrar sem ouvir o Sr. Carlos Alberto Sá, da VTClog. Essa empresa está há muito tempo envolvida em casos de corrupção", afirmou. Sá é sócio-administrador da VTClog e da Voetur.

Diante dos novos capítulos, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), adiou a entrega do relatório final, que estava prevista até 24 de setembro. No entanto, as novas linhas de investigação na reta final da CPI adiaram a conclusão.

Os parlamentares querem coletar mais informações sobre empresas ligadas a lobistas que negociaram com o Ministério da Saúde. Além disso, a CPI também colocou no radar uma nova convocação do ministro Marcelo Queiroga. No entanto,devido à infecção por covid-19, o ministro está em quarentena em Nova York, nos Estados Unidos.

A VTCLog pertence ao grupo Voetur e passou a ser investigada pela CPI devido à suspeita de irregularidades em um aditivo de R$ 18 milhões em um contrato atual com o Ministério da Saúde. A empresa é a encarregada do transporte de medicamentos e também a atual responsável pela distribuição de vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Pelas regras americanas, o presidente Jair Bolsonaro deveria ter se isolado imediatamente após saber que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estava com Covid-19. À noite, no entanto, quando a delegação brasileira já sabia da situação de Queiroga, o presidente se reuniu com apoiadores na porta do seu hotel.

A quarentena após a exposição é orientada pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) para as pessoas que não estão vacinadas. O presidente declara não ter se vacinado contra Covid.

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Bolsonaro permaneceu por mais de 20 minutos, sem máscara, entre manifestantes bolsonaristas. A aglomeração aconteceu quando saiu do hotel onde se hospedou em Nova York rumo ao aeroporto de onde o avião presidencial decolou para Brasília. Queiroga, que inicialmente iria fazer a viagem de volta com Bolsonaro, não desceu com o presidente pois já tinha recebido a confirmação do resultado de seu teste de Covid-19 e precisou estender a permanência nos EUA, para fazer isolamento.

O presidente tirou selfies e se aproximou dos manifestantes por mais tempo do que duraram, somados, seu discurso na Assembleia Geral da ONU e sua visita ao memorial em homenagens às vítimas do 11 de setembro.

Segundo o site do CDC, é necessário fazer quarentena nos EUA "se você tiver estado em contato próximo (a menos de 2 metros por um total acumulado de 15 minutos ou mais em um período de 24 horas) com alguém que tenha Covid-19, a menos que você tenha sido totalmente vacinado".

Nesses casos, o CDC pede quarentena de 14 dias, que pode ser reduzida em dois casos. Com teste negativo de covid, uma pessoa sem vacina que teve contato com outra contaminada pode encerrar a quarentena no sétimo dia. Sem teste e sem sintomas, a quarentena exigida é de dez dias.

A agência americana desobriga a quarentena para pessoas que estão vacinadas (com esquema vacinal completo). No caso dos vacinados, o órgão diz que a quarentena só é exigida caso a pessoa apresente sintomas. Mesmo assim, o CDC recomenda que os que estiveram próximos a uma pessoa contaminada façam o teste de covid de 3 a 5 dias após o contato, ainda que sem sintomas, e usem máscara em ambientes fechados por 14 dias após a exposição ou até que o resultado do teste seja negativo.

A epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas e ex-integrante do CDC, explica que é uma violação grave das recomendações do órgão furar o autoisolamento proposto após contágio.

"A partir do momento que sei que está com Covid uma pessoa que eu tive contato, a recomendação é o isolamento. Não seguir essas recomendações não somente coloca em risco a vida de pessoas, mas também o esforço de diminuir a transmissão do vírus. Já existem vários estudos que mostram que política de rastreamento de contato com a quarentena tem um impacto grande na circulação de um vírus", afirma a epidemiologista. "Ali era uma situação de altíssimo risco porque ele ficou aglomerado, sem distanciamento, por um período longo. Sabemos que existe transmissão de assintomático", afirma.

Segundo ela, o fato de Bolsonaro já ter tido Covid não é atenuante. A recomendação só é atenuada no caso de pessoas que tiveram covid nos últimos 90 dias ou das que já estão completamente imunizadas.

O CDC escreve as recomendações, mas cabe ao município ou Estado adotá-las e fiscalizá-las. "A jurisdição do CDC nos EUA é algo muito diferente do que acontece no Brasil. Aqui não é um órgão regulatório. É um órgão que não impõe leis, a menos que em situações bem específicas onde existe uma ordem federal para isolamento, por exemplo para tuberculose", explica a especialista.

O presidente Jair Bolsonaro cancelou sua viagem prevista para o Paraná na sexta-feira, 24, de acordo com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). A mudança de agenda vem após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar isolamento de 14 dias ao chefe do Planalto e a toda a comitiva que o acompanhou na viagem a Nova York, em razão do teste positivo para covid-19 do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informado na noite desta terça, 21. Procurada, a Secretaria de comunicação do governo (Secom) diz não ter informações.

"Cancelada a visita de Bolsonaro ao Paraná desta sexta-feira. Aguardamos ansiosos a remarcação", publicou Barros no Twitter. O presidente participaria de cerimônia para anunciar iniciativas do governo federal no Estado na cidade de Ponta Grossa às 14 horas. Às 17h, participaria de um jantar com empresários no município de Castro.

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Bolsonaro chegou a Brasília na manhã desta quarta, 22, um dia após discursar na 76ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Seu pronunciamento foi marcado por distorções e defesa de remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19. Poucas horas depois, Queiroga testou positivo para o novo coronavírus e, por isso, não embarcou no voo de volta ao Brasil com o restante da comitiva. Ele ficará em isolamento nos Estados Unidos por 14 dias.

De acordo com a Secom, todos os demais integrantes da comitiva presidencial testaram negativo para a doença. Ainda assim, por protocolos sanitários, a Anvisa recomendou isolamento de 14 dias a todos. O Planalto não informou ainda se o presidente seguirá a norma. Até o momento, seu único compromisso oficial do dia é uma videoconferência com o Subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Pedro Cesar Sousa, marcada para as 16 horas.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira acreditar que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já estava com Covid-19 antes mesmo de embarcar para os Estados Unidos, onde acompanhou a comitiva presidencial na 76ª Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Sem dizer se o presidente Jair Bolsonaro deve cumprir a quarentena de 14 dias recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devido ao contato com Queiroga, Mourão limitou-se a pregar respeito aos protocolos sanitários.

Queiroga testou positivo para o novo coronavírus na noite de ontem, antes de embarcar de volta para o Brasil. Com isso, o ministro cumprirá isolamento em Nova York. "Já deve ter saído daqui com Covid. Pelo que a gente conhece, em termos de contaminação, leva de cinco a sete dias", afirmou Mourão a jornalistas em sua chegada ao Palácio do Planalto. "Então, acredito que ele já saiu daqui carregando a contaminação", seguiu.

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A Anvisa já pediu que todos os integrantes da comitiva, incluindo o presidente, permaneçam isolados numa quarentena de 14 dias, mas o governo ainda não confirmou se o chefe do Executivo cumprirá a norma. "Tem que testar, verificar.. Vamos aguardar, tem que seguir os protocolos sanitários. Até porque embarcar em avião, se a pessoa estiver contaminada, é um vetor muito grande", afirmou Mourão.

Um dia antes de seu teste positivo, ou seja, na segunda-feira, Queiroga se encontrou com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Também ficou ao lado, durante boa parte do tempo, do presidente Jair Bolsonaro e de colegas de Esplanada, como o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. Tanto Bolsonaro quanto Heleno são avessos ao uso de máscaras de proteção contra a covid-19.

Após orientar pela suspensão da imunização contra Covid-19 em adolescentes sem comorbidades, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta segunda-feira (20), que eventos adversos à vacina existem "e não são motivos para se suspender campanha de vacinação ou se relativizar seus benefícios". A justificativa do ministro para a orientação da Saúde dada na última semana é que a autoridade sanitária tem que avaliar os casos "para que faça as notificações devidas".

Na semana passada, o Ministério recuou com o Plano Nacional de Imunização (PNI) e recomendou que fossem vacinados apenas os adolescentes com comorbidades ou privados de liberdade. A Pasta também recomendou apenas que a vacina da Pfizer fosse utilizada para o grupo. A recomendação gerou diversos conflitos com Estados que se preparavam para iniciar a imunização da faixa, segundo o PNI. Muitas unidades da federação tinham se adiantado ao plano e já iniciado a vacinação

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O ruído de informação gerado pela orientação da Saúde obrigou o ministro a realizar uma coletiva de imprensa na quinta-feira (16). Entre os motivos usados por Queiroga para recomendar a suspensão da imunização de adolescentes estava o registro de um efeito adverso grave de uma adolescente de 16 anos que morreu sete dias após a aplicação da vacina da Pfizer. Hoje em entrevista à Folha de S.Paulo o ministro afirmou que a adolescente veio a óbito devido a uma púrpura trombocitopênica trombótica, distúrbio autoimune de consequências graves que leva à formação de coágulos pelo corpo. Segundo o ministro, o relatório, ainda a ser divulgado, não diz que a morte tem relação com a vacina.

Queiroga afirmou que mesmo que o efeito adverso estivesse ligado à vacina, isso não "invalidaria" a imunização do grupo. De acordo com o ministro, o que o governo defende é que adolescentes deveriam "ir depois", enquanto o País tenta avançar na vacinação das pessoas acima de 18 anos. "Uma questão de prioridade de logística", disse. O ministro também voltou a criticar Estados e municípios por adiantaram seus calendários de imunização.

Questionado sobre a possibilidade de o presidente incluir em seu discurso de amanhã na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) uma fala referente a oferta de vacinas contra Covid-19 à outros países, Queiroga disse que todas as ações que o governo toma são baseadas em "dados técnicos", e pediu que se acompanhe o discurso do presidente para saber sua agenda com relação à saúde. O ministro acompanha a comitiva presidencial no país.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (16) que o presidente Jair Bolsonaro precisa se vacinar contra a Covid-19. "O senhor está bem, mas tem que se vacinar", declarou, em transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado do chefe do Executivo. "Depois que todo mundo, todo mundo tomar a vacina, eu vou decidir meu futuro", respondeu Bolsonaro.

Após atacar a Coronavac por diversas vezes em sua live, Bolsonaro rejeitou se vacinar neste momento por sua suposta alta taxa de anticorpos. "Tomar vacina para quê? Para ter anticorpos. A minha taxa de anticorpos está lá em cima. Eu te apresento o documento. Estou com 991 índice de Imunoglobulina G, o IgG. Eu estou bem, vou tomar vacina, a Coronavac, por exemplo, que não vai chegar a essa efetividade, pra que eu vou tomar?", questionou o presidente.

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Contudo, a ciência aponta que a imunidade trazida pela infecção tem durabilidade inferior àquela induzida pelas vacinas.

Às vésperas de seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Bolsonaro ainda voltou a dizer que talvez tenha sido reinfectado pelo coronavírus nos últimos dias ou semanas.

O presidente da Assembleia, Abdullah Shahid, defendeu a exigência de comprovante de vacinação. A Secretaria-Geral da ONU, porém, não tem autonomia para forçar representantes de países a se vacinar, segundo a porta-voz Stéphane Dujarric.

A live de Bolsonaro foi sumariamente interrompida no YouTube após o presidente afirmar que toma invermectina "de vez em quando". Ainda não está claro, contudo, se a transmissão foi derrubada pela rede social por compartilhamento de notícias falsas. A invermectina é um medicamento sem comprovação científica para a Covid-19.

Nessa quinta (16), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu a decisão da pasta de restringir a vacinação contra Covid-19 de adolescentes apenas aos grupos prioritários (deficiência permanente, comorbidades e privados de liberdade). Ele argumentou que não há evidências científicas da eficácia dos imunizantes nessa faixa etária.

"O Ministério da Saúde pode rever a posição desde que haja evidência científica sólida. Por enquanto, por questão de cautela, temos eventos adversos a serem investigados, temos adolescentes que tomaram vacinas que não estavam recomendadas, temos que acompanhar", declarou o ministro.

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Queiroga classificou como "intempestiva" a postura de estados e municípios que já vacinaram um total de 3,5 milhões de adolescentes brasileiros sem autorização do Plano Nacional de Imunizações (PNI). A agenda federal previa apenas a aplicação dos prioritários entre 12 e 17 anos a partir de 15 de setembro.

O ministro alegou ainda que 1,5 mil adolescentes apresentaram reações adversas às vacinas, o que corresponde a 0,042% do total. "Não é um número grande, mas temos que ficar atentos", completou.

O Recife está entre as cidades que foram contra a recomendação do Ministério da Saúde, vacinando pessoas sem comorbidades com 12 anos de idade ou mais. O posicionamento mais recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) diz apenas que a vacinação de pessoas entre 12 e 17 anos não é prioritária.

Embora diversas cidades brasileiras tenham registrado falta de doses da AstraZeneca nos últimos dias, após uma interrupção nas entregas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira, 15, que o País tem "excesso de vacinas". Ele também fez elogios ao seu antecessor na pasta, Eduardo Pazuello.

"Há excesso de vacinas, na realidade. O Brasil já distribuiu 260 milhões de doses de vacinas, 210 milhões já foram aplicadas", disse Queiroga em evento no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O ministro acompanhava o envio das vacinas restantes para imunizar 100% da população adulta brasileira com a primeira dose. "Precisa acabar com essas narrativas de falta de vacina, isso não é procedente", acrescentou.

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Contudo, a suspensão por 15 dias das entregas da Fiocruz, que tem parceria com a AstraZeneca no Brasil, deixou cidades de São Paulo e Rio de Janeiro sem imunizantes para honrar o calendário de aplicação da segunda dose. As entregas já foram retomadas pela entidade.

Ainda assim, o fato foi minimizado por Queiroga nesta quarta-feira, que chegou a campanha de vacinação no Brasil de sucesso. "Não tem problema de AstraZeneca nenhum", atestou, no evento. "Eventualmente, pode haver algum retardo", ponderou, em seguida.

Como mostrou o Estadão/Broadcast Político, o Estado de São Paulo decidiu aplicar Pfizer em quem estava com a segunda dose de AstraZeneca atrasada, na tentativa de cumprir os prazos da campanha de vacinação. A decisão, tomada de forma autônoma, foi novamente criticada por Queiroga.

"As recomendações técnicas (do Programa Nacional de Imunizações) devem ser seguidas por todos os entes federados. Se todos trabalharmos juntos, pararmos com essa torre de babel vacinal, nos livramos mais rápido dessa pandemia", declarou.

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