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Neste último final de semana houve uma postagem, no site Mercado Livre, que indignou a população: um anúncio de venda de negros por R$ 1. Após a denúncia, a Secretaria de Políticas de promoção da Igualdade Racial, do Governo Federal, e o site, conseguiram, finalmente, identificar o autor da publicação. Segundo a secretaria, as informações já foram encaminhadas a Polícia Civil do Rio de Janeiro, e ao Ministério Público. 

Em nota, a secretaria disse que o autor pode ter como pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa. “Os usuários que infringem as regras do MercadoLivre têm seu cadastro cancelado. Reiteramos que o MercadoLivre está sempre à disposição para colaborar com as autoridades”, declara a assessoria do site.

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Segundo o ouvidor nacional Carlos Alberto Silva Júnior, as pessoas que compartilharam o conteúdo de forma ofensiva, também responderá pelos mesmo crime. O ouvidor ainda questiona que não é possível que um site não tenha um recurso de bloqueio para essas postagens. “Não é possível que uma plataforma dessa não consiga oferecer nenhum tipo de filtro”, comenta ele, que relembra da responsabilidade do Ministério Público em responsabilizar a plataforma", disse. 

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, condenou nesta terça-feira as manifestações racistas da torcida do Betis contra o zagueiro brasileiro Paulão, da própria equipe, durante rodada do Campeonato Espanhol, no domingo. O dirigente disse estar "enojado" com as ofensas e pediu maior punição nos casos de discriminação no futebol mundial.

"Estou enojado com os atos dos 'torcedores' que discriminaram um jogador do Bétis. Eu condeno estes gestos, que foram vistos por milhões de pessoas na TV", afirmou Blatter, em seu perfil no Twitter. "Eu vou dizer de novo: não faz sentido combater o racismo com multas. Isto deve ser encarado de frente por todos os organizadores de competições".

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Blatter se refere à política de "tolerância zero" que tenta implementar na Fifa em relação aos casos de discriminação. O presidente quer punições mais severas aos clubes que contam com torcedores racistas, conforme documento publicado pela Fifa em maio, após o Congresso da entidade realizado nas Ilhas Maurício.

"Os membros da Fifa aprovaram resolução no Congresso para combater a discriminação", lembrou Blatter, cobrando medidas dos responsáveis pelo Campeonato Espanhol. "Chegou o momento de punições mais pesadas", avisou.

Entre as orientações pregadas pelo documento oficial estão penas mais leves, como multas, advertências e jogos em estádios sem torcida, e sanções mais duras para os casos reincidentes, como a perda de pontos, expulsão do campeonato e até o rebaixamento. Jogadores ou árbitros acusados de racismo devem ser suspensos por até cinco partidas.

As ofensas racistas no jogo de domingo aconteceram assim que Paulão recebeu o cartão vermelho aos 42 minutos do primeiro tempo. Irritados com a expulsão, torcedores xingaram o zagueiro e imitaram gestos de macaco. Antes de o brasileiro ser expulso, o Betis já perdia do Sevilla por 1 a 0. O placar final foi de 4 a 0.

No Dia da Consciência Negra, o senador Humberto Costa (PT) defendeu, durante o seu discurso no Senado, a promoção da igualdade racial e a promoção de cidadania para a população negra. O parlamentar citou Zumbi dos Palmares, morto há 318 anos onde hoje é o estado de Alagoas, e destacou que o exemplo do líder negro, na luta por liberdade e afirmação, continua válido para a atual sociedade brasileira.

“Hoje é um dia de homenagear toda a população negra do nosso País e, ao mesmo tempo, de reafirmar os compromissos que todos temos”, discursou o senador. Que também lembrou o trabalho da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). “Quero reafirmar o compromisso do nosso governo, que revolucionou essas ações e, sem dúvida, continuará a fazê-lo”, destacou Humberto. “O crescimento do emprego, a execução coordenada de programas sociais, a política de valorização do salário mínimo e de ampliação das oportunidades educacionais se revelam na tendência geral de diminuição das desigualdades”, completou.

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Segundo o petista, pesquisas compravam a necessidade e a importância de políticas públicas que busquem a melhoria da condição dos negros. “A expectativa de vida de um homem negro no Brasil é um ano e oito meses menor do que deveria por causa da violência”, discursou Costa ao citar trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo mostra que perda na longevidade é duas vezes maior para os negros do que para os homens de pele clara.

 

Comemorado nesta quarta-feira (20), data da morte de Zumbi dos Palmares, o Dia da Consciência Negra deve servir para que os brasileiros reflitam sobre a desigualdade, a intolerância e o preconceito ainda existentes na sociedade. É o que revela nota técnica do Instittuto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ao mostrar, por exemplo, que, em Alagoas, os homicídios reduziram a expectativa de vida de homens negros em quatro anos.

A nota Vidas Perdidas e Racismo no Brasil aponta que, além de Alagoas, estados como o Espírito Santo e a Paraíba concentram o maior número de negros vítimas de homicídio. ““Enquanto a simples contagem da taxa de mortos por ações violentas não leva em conta o momento em que se deu a vitimização, a perda de expectativa de vida é tanto maior quanto mais jovem for a vítima”, revela o estudo.

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Os autores Daniel Cerqueira e Rodrigo Leandro de Moura, ambos da Fundação Getulio Vargas (FGV), analisaram até que ponto as diferenças nos índices de mortes violentas de negros e não negros estão relacionadas com questões como as diferenças econômicas, ao racismo e de ordem demográfica. “O componente de racismo não pode ser rejeitado para explicar o diferencial de vitimização por homicídios entre homens negros e não negros no país”, concluiram os pesquisadores da FGV.

Considerando o universo dos indivíduos vítimas de morte violenta no país entre 1996 e 2010, o estudo mostra que, para além das características socioeconômicas – escolaridade, gênero, idade e estado civil –, a cor da pele da vítima, quando preta ou parda, aumenta a probabilidade do mesmo ter sofrido homicídio em cerca de oito pontos percentuais.

“O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele”, dizem os técnicos. No estudo, eles concluem que essas discriminações combinadas podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros quando comparada aos índices do restante da população.

Coincidentemente, Alagoas, líder de mortes violentas, especialmente o homicídio, contra negros e pardos também simboliza a luta dos africanos escravizados trazidos da África, no século 19, para trabalhar nos canais. A personificação desta luta que, pelos índices apresentados no estudo do Ipea, ainda perdura é Zumbi dos Palmares. Alagoano de nascença e natural de União dos Palmares, Zumbi – duende na língua do povo Banto, de Angola – liderou o maior quilombo do país.

Aos 7 anos, em 1670, ele foi capturado por soldados e entregue ao padre Antônio Melo, responsável por sua formação. Com o passar do tempo, Zumbi, batizado na Igreja Católica com o nome de Francisco, fugiu para o Quilombo dos Palmares onde impressiona os demais escravos fugidos de fazendas de engenho pela sua habilidade em lutas. Aos 20 anos, ele já tinha se tornado o maior estrategista militar e guerreiro, responsável pela derrota imposta pelos quilombolas na luta contra soldados fiéis ao império português.

A expectativa de vida de um homem negro no Brasil é 1,73 ano menor do que deveria ser por causa da violência - o valor é mais do que o dobro da perda dos homens brancos. Os dados, levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que, a cada três homicídios no Brasil, em dois a vítima é negra.

Para além das causas socioeconômicas, a maior razão das mortes violentas dos negros, diz a pesquisa, é o racismo. Informações sobre mortalidade do Censo 2012, usadas pelos pesquisadores, mostram que a taxa de mortes violentas entre os negros é de 36 mortes por 100 mil. Entre os não negros, de 15,2.

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A principal conclusão da pesquisa é que a cor aumenta a vulnerabilidade dos negros, que correm 8% mais riscos de se tornar em vítimas de homicídio do que um homem branco, ainda que nas mesmas condições de escolaridade e características socioeconômicas.

"O negro é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele. Essas discriminações combinadas podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros vis-à-vis o resto da população", diz o estudo. Variáveis como educação, emprego, renda e localização do domicílio explicariam, segundo o estudo, apenas 20% da diferença no número de mortes entre negros e brancos. O restante estaria ligado à cor da pele.

No Espírito Santo, por exemplo, homens negros perdem 5,2 anos em sua expectativa de vida e, na Paraíba, 4,8 anos. Nos dois casos, a queda na expectativa de vida do grupo é causada basicamente por homicídios.

Protesto- Para protestar em São Paulo contra a violência que atinge "pretos, pobres e periféricos", sai nesta quarta-feira, 20, da Avenida Paulista a Marcha da Consciência Negra, com destino ao Teatro Municipal. Entre os organizadores está o professor universitário Ailton dos Santos, de 46 anos. Ele é negro e morador do Mandaqui, na zona norte.

Santos calcula que já tenha perdido 50 amigos assassinados. "Ao menos 40% dos meus amigos de infância e adolescência morreram", diz. Há quatro meses, quando andava pelos Jardins, foi abordado por policiais, que perguntaram: "O que está fazendo aqui?". Foi uma entre as mais de 30 abordagens constrangedoras que já recebeu.

Será celebrado, nesta quarta-feira (20), o Dia Nacional da Consciência Negra, instituído oficialmente em 2011, através da Lei 12.519. A data é referente à morte de Zumbi dos Palmares e em mais de mil municípios do país é decretado feriado. Em Pernambuco, não há feriado, mas há atividades programadas na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

No Recife, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos realiza atividades ligadas ao tema dentro da programação da I Jornada de Direitos Humanos. No dia 20, uma roda de diálogo será realizada com as comunidades tradicionais de matrizes africanas, na sede do afoxé Omobadê, no bairro de Jiquiá. Na Universidade Católica de Pernambuco, o seminário “Racismo Institucional – Da segurança pública aos Direitos Humanos” acontece a partir das 8h, no auditório G1.

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Oficinas de combate ao racismo e racismo na infância acontecem nos dias 21 e 22, respectivamente. Ambas com início as 8h, a primeira acontece na Escola Municipal Alto do Maracanã, em Dois Unidos, e o debate sobre o preconceito infantil será realizada no centro comunitário Daruê Malungo, próximo ao Terminal de Chão de Estrelas.

Em Olinda, a nona edição da Semana da Consciência Negra é realizada nesta terça-feira (19), com a reunião de professores e gestores de escolas públicas a fim de debater estratégias para o cumprimento real da lei 10.639/03, sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana. Formação acadêmica dos profissionais da Educação e o preconceito dentro e fora da escola fazem parte das ações que acontecem nos turnos da manhã e da tarde.

O encontro acontece no auditório da própria Secretaria de Educação de Olinda, na Rua 15 de novembro, no bairro do Varadouro. Ainda em Olinda, o Centro de Cultura Luiz Freire traz, no dia 23, o Debate Marcha das Vadias – Recife e sua interlocução com o Feminismo Negro: Impasses e Desafios, a partir das 14h. Gratuito, o evento pretende abordar o contexto da violência sofrida pelas mulheres negras historicamente e a inserção das mulheres nos movimentos sociais.

Já no Cabo de Santo Agostinho, na quarta-feira (20), uma caminhada está marcada para as 15h, no centro da cidade (concentração na Rua das Florentinas). Ainda estão previstos, durante o mês de novembro, o lançamento do livro “É o Dendê”, no auditório da Secretaria de Educação, dia 26, às 9h, e o seminário “A política pública nacional e a implementação da Lei nº 10.639/03, no auditório da escola-modelo de Pontezinha. As atividades são abertas a todos.

A justiça francesa abriu nesta quarta-feira uma investigação após a publicação por uma revista de extrema-direita de uma comparação, na capa, da ministra da Justiça, Christiane Taubira, com um "macaco".

A ministra negra, detestada pela direita conservadora e pela extrema-direita, em particular por ter levado ao Parlamento a votação da lei sobre o casamento gay, foi alvo de vários insultos racistas nas últimas semanas.

A promotoria de Paris iniciou uma investigação preliminar por ofensa pública de caráter racista, após a publicação na capa da revista Minute da frase: "Maligna como um macaco, Taubira recupera a banana".

A Minute joga na frase com duas expressões populares: em francês "ser maligno como um macaco" significa ser particularmente astuto, e "ter a banana" estar em plena forma.

A capa da revista de extrema-direita provocou uma onda de indignação na França.

O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault anunciou que apresentou uma ação judicial contra a revista.

Três em cada quatro judeus europeus (76%) consideram que o antissemitismo progrediu nos cinco últimos anos na União Europeia, em particular através da internet, revela nesta sexta-feira um estudo da UE.

Duas em cada três pessoas interrogadas encaram o antissemitismo como um verdadeiro problema, e este sentimento é mais forte na Hungria (91%), na França (88%) e na Bélgica (88%), segundo um relatório feito pela Agência de Direitos Fundamentais (FRA) da União.

A pesquisa foi realizada na internet entre setembro e outubro de 2012, com pouco menos de 6.000 europeus que se definem de confissão judia e que são provenientes de oito países - Alemanha, Bélgica, França, Grã-Bretanha, Hungria, Itália, Letônia e Suécia - que reúnem 90% dos judeus da UE.

Cerca da metade das pessoas teme uma agressão verbal em local público e um terço teme um ataque físico. Mas, para 75% dos perguntados, o antissemitismo se manifesta principalmente na internet e na imprensa (59%).

Um dos entrevistados, de nacionalidade francesa, denuncia "os fóruns de discussão na internet e os comentários no YouTube, (que) estão cheios de mensagens antissemitas e antissionistas".

Algumas especificidades aparecem em função dos países. Assim, na França, para 78% das pessoas perguntadas, o antissemitismo se expressa em atos de vandalismo contra os edifícios, quando a média europeia não supera 45%.

"Pedem que nos dispersemos rapidamente na saída da sinagoga, com um serviço de segurança importante quando, que eu saiba, isso não é necessário na saída das igrejas, nem dos templos ou das mesquitas", lamenta um francês.

Para 84% das pessoas questionadas na Hungria (contra 44% de média na Europa), o antissemitismo está presente no discurso político, quando, desde abril de 2010, o partido de extrema direita Jobbik, abertamente antissemita, possui 43 dos 386 deputados no Parlamento.

O antissemitismo é um exemplo inquietante da persistência de "alguns preconceitos através dos séculos", denunciou o diretor da FRA, o dinamarquês Morten Kjaerum: "Não tem seu lugar na sociedade de hoje".

As conclusões da FRA são publicadas coincidindo com a celebração neste fim de semana dos 75 anos da "Noite dos Cristais" contra os judeus durante o Terceiro Reich, momento que mostrou ao mundo a violência antissemita do regime nazista.

Na madrugada de 9 para 10 de novembro de 1938, e durante todo o dia que se seguiu, propriedades de judeus foram saqueadas em todo o país, sinagogas foram queimadas e 30.000 homens presos e deportados.

Este pogrom, que terminou com 90 pessoas mortas entre a população judaica alemã, foi apresentado como uma revolta espontânea em resposta ao assassinato de Ernst vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris, por Herschel Grynszpan, um estudante de 17 anos que queria vingar a expulsão de sua família da Alemanha, junto aos cerca de 15.000 outros judeus poloneses.

Mas os tumultos foram, de fato, organizados pelo regime de Hitler.

A comissão disciplinar da Uefa puniu, nesta quarta-feira (30), o CSKA Moscou pelos atos racistas dos seus torcedores em uma partida da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa. A entidade anunciou que o time inglês terá que disputar o seu próximo jogo como mandante na competição com parte do estádio fechado ao público.

A Uefa explicou que sua comissão disciplinar entendeu que torcedores do atual campeão russo tiveram "comportamento racista" durante a vitória do Manchester City por 2 a 1 em Moscou, em partida disputada na semana passada. Assim, decidiu que o setor D da Arena Khimki não terá presença de público na próxima partida no estádio do CSKA Moscou pela Liga dos Campeões.

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O volante Yaya Touré, do Manchester City, se dirigiu ao árbitro Ovidiu Hategan, reclamando da atitude dos torcedores que imitavam sons de macacos em ato racista conta os jogadores negros do clube inglês. O juiz romeno também está sendo investigado pela Uefa por não ter paralisado o jogo para solicitar que os torcedores presentes ao estádio parassem com tal comportamento.

A punição ao CSKA Moscou será aplicada no dia 27 de novembro, quando o CSKA Moscou receberá o Bayern de Munique, atual vencedor da Liga dos Campeões. O clube russo, porém, ainda pode recorrer da punição, que já foi aplicada a vários outros clubes nesta temporada.

A programação do Mês da Consciência Negra no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana, foi divulgada nesta sexta-feira (25). Palestras, lançamento de livro, caminhada e seminário estão na programação que tem início na próxima segunda-feira (28). Todas as atividades são abertas ao público e quem participar recebe certificado com carga horária de 4h por evento.

De acordo com a Prefeitura, a ação tem o objetivo de minimizar os impactos sofridos pela intolerância e racismo. "Reforçando a importância de se praticar o respeito e a dignidade perante todos os seres humanos".  

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O encerramento das atividades acontece no dia 29 de novembro com um seminário. 

Confira a programação completa:

28/10 – 14h – Palestra: Nosso corpo, nossa dança com o professor Ricardo Paiva

Local: Auditório da Secretaria de Educação (Centro)

13/11 – 9h – Palestra: O negro na literatura brasileira – Professor da UFPE

Local: Auditório da Secretaria de Educação (Centro)

20/11 – 15h – Caminhada

Local: Concentração na Rua das Florentinas (Centro)

19h – Palestra: Efetivando a política racial no Cabo de Santo Agostinho

26/11 – 9h – Lançamento do livro: É o Dendê – Professora Valéria Cássia

Local: Auditório da Secretaria de Educação (Centro)

29/11 – 9h – Seminário: A política pública nacional e a implementação da Lei n°10.639/03

Local: Auditório da escola-modelo de Pontezinha

*Com informações da assessoria 

A Uefa anunciou nesta terça-feira punições ao APOEL Nicósia, do Chipre, e ao HNK Rijeka, da Croácia, por causa do comportamento racista de alguns dos seus torcedores em jogos de Liga Europa. A pena mais pesada foi aplicada ao APOEL, que precisará receber o Bordeaux com os portões fechados do estádio no dia 7 de novembro.

Além disso, o APOEL também foi multado em 45 mil euros (aproximadamente R$ 134 mil) por uma série de acusações, incluindo faixas ofensivas e lançamento de fogos de artifícios em direção ao campo, o que atrasou o início dos dois tempos da derrota para o Eintracht Frankfurt por 3 a 0 no dia 3 de outubro.

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A entidade europeia decidiu que o Rijeka terá que receber o Lyon, no dia 7 de novembro, com parte do seu estádio fechado ao público. O clube croata também foi punido por faixas ofensivas dos seus torcedores no empate por 1 a 1 com o Bétis no dia 3 de outubro. O clube foi multado em 8 mil euros (R$ 24 mil).

A Uefa chegou a um acordo em maio sobre novas regras para garantir processos mais rápidos e sanções mais duras em casos de discriminação racial dentro dos estádios.

A Frente Nacional, partido francês de ultradireita, suspendeu nesta sexta-feira (18) uma de suas candidatas às eleições municipais de 2014 por comparar a ministra da Justiça Christiane Taubira com um macaco. A candidatura de Anne-Sophie Leclere em Rethel, no nordeste da França, foi suspensa, indicou em um comunicado Steeve Briois, secretário-geral da Frente Nacional (FN).

Leclere também foi convocada pelo órgão disciplinar do partido. Esta comerciante de 33 anos defendeu nesta quinta-feira (17) na rede de televisão pública uma fotomontagem publicada em sua página do Facebook, onde era possível ver um pequeno macaco junto à ministra socialista, que é negra. Abaixo da primeira foto colocava "Aos 18 meses" e abaixo da foto de Taubira, "Agora".

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Segundo Leclere, a fotomontagem não tinha cunho racista. "Um macaco é um animal, mas um negro é um ser humano. Tenho amigos que são negros e nem por isso digo a eles que são macacos", declarou Leclere.

A candidata explicou que quis comparar a ministra com um selvagem, acrescentando que prefere "vê-la em uma árvore, de galho em galho, e não no governo". Nesta sexta-feira, a fotomontagem havia sido retirada de sua página do Facebook.

Desde sua entrada em funções, em 2011, a presidente da FN, Marine Le Pen, se esforçou para suavizar a imagem do partido criado por seu pai, Jean-Marie Le Pen, para demonstrar que ele está pronto para governar.

A Uefa lançou nesta quarta-feira a sua nova campanha contra o racismo no futebol. A ação envolve grandes jogadores do presente e do passado, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Johan Cruyff, e visita conscientizar contra a prática discriminatória que aparece cada vez mais em evidência. No vídeo oficial, o francês Franck Ribèry e o alemão Prince Boateng também pedem para que se diga "não" ao racismo. Messi, porém, abre e fecha o vídeo.

As partidas da terceira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões e também da Liga Europa, entre os dias 22 e 24 de outubro, serão usadas na campanha contra o racismo no continente. Segundo a Uefa, está será a maior ação da história.

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"A Uefa, suas federações filiadas e a sua parceira Fare (Futebol Contra o Racismo na Europa, na sigla em inglês) compartilham um desejo inabalável de enfrentar todas as formas de discriminação no nosso esporte e para ajudar a acabar com esse tipo de comportamento em toda a Europa", disse o presidente da Uefa, Michel Platini.

A mensagem "Não ao Racismo" será o ponto central da semana de ações da Fare. Capitães das equipes usarão braçadeiras com o slogan, mensagens antirracismo serão expostas no entorno dos estádios e um vídeo com depoimentos de jogadores apoiando a campanha vai ser mostrado em cada partida.

As ações visam ativar a resolução antirracismo aprovada no Congresso da Uefa em maio passado, quando as associações nacionais que integram a entidade comprometeram-se a intensificar os seus esforços para eliminar o racismo do futebol e impor sanções mais severas sobre o comportamento racista. A Uefa também revisou suas normas disciplinares para incluir sanções mais duras contra o racismo.

Um fato lamentável manchou a partida entre Sport e Boa Esporte, que terminou empatada por 2x2, neste sábado, na Ilha do Retiro. Aos 21 minutos da etapa complementar, o volante Rodrigo Souza, da equipe mineira, foi substituído e seguiu normalmente para o banco de reservas.

Neste caminho, o jogador foi chamado de macaco por um torcedor do Sport, que estava no alambrado. No mesmo momento, o jogador acionou a Polícia Militar e vai prestar queixa contra o torcedor. De acordo com o Código Penal Brasileiro, racismo é crime e consta no artigo 20 da Lei n° 7.716/89.

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A Federação Italiana de Futebol (FIGC) anunciou nesta quarta-feira que investigará o caso de racismo envolvendo o jogador Kevin Constant, do Milan, que deixou o campo durante uma partida realizada na última terça após ser ofendido. Este é apenas mais um dos muitos casos de abuso racial no futebol italiano nos últimos anos.

O incidente aconteceu durante a derrota do Milan por 2 a 1 para o Sassuolo, em triangular amistoso denominado Troféu TIM, que também envolvia a Juventus. Constant deixou o gramado aos 34 minutos do primeiro tempo, chutando a bola na torcida, após ter sido ofendido.

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"Cantos racistas são desprezíveis e escandalosos, e todos deveriam lutar contra isso", declarou o vice-presidente do Milan, Adriano Galliani. "Somos solidários ao Constant, mas não é legal deixar o campo. Disse para ele, repeti e escrevo para qualquer um: 'você não pode deixar o campo'", completou.

A atitude de Constant foi semelhante ao de seu colega de Milan Kevin-Prince Boateng, que também decidiu deixar o campo de jogo ao ser ofendido racialmente durante amistoso contra o Pro Patria, em janeiro.

A Fifa também se manifestou sobre o caso de Constant, disse estar "monitorando a situação" e aguardando a investigação da FIGC. "A posição da Fifa em relação ao problema do racismo é clara: não há lugar para racismo ou qualquer discriminação no futebol", apontou a entidade em nota.

O primeiro-ministro de Itália, Enrico Letta, criticou duramente o senador Roberto Calderoli por ter comparado a ministra Cecile Kyenge, a primeira negra a ocupar um posto no gabinete do país, a um orangotango. Em comunicado divulgado nesta domingo (14), Letta disse que as palavras de Calderoli são "inaceitáveis" e foram "além de qualquer limite".

Calderoli é vice-presidente do Senado e líder do partido Liga do Norte, que é contrário à imigração. As declarações a respeito de Kyenge, que é ministra da Educação, foram feitas em um discurso durante uma reunião da legenda no sábado (13), no norte italiano.

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"Quando eu vejo imagens de Kyenge não consigo evitar pensar na semelhança com um orangotango, embora não diga que ela é um", disse Calderoli segundo o Corriere della Sera. Kyenge é uma médica nascida na República Democrática do Congo que se tornou a primeira ministra negra da Itália quando o gabinete de Letta foi empossado em abril.

Calderoli disse durante a reunião que Kyenge fez bem em se tornar ministra, mas que "talvez ela devesse fazer isso em seu próprio país". Ele disse também que ela "faz tantos imigrantes que vêm aqui sonhar" que eles farão a "América" na Itália.

A Liga Norte não está no governo, mas é há muito tempo o aliado mais próximo do partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que é o principal parceiro de Letta no governo de coalizão. As declarações do senador deram início a pedidos por sua renúncia. Uma delas partiu do ministro da Administração Pública, Gianpiero D'Alia.

Fonte: Associated Press.

Um senador do partido da Liga do Norte comparou Cecile Kyenge, primeira ministra negra da história da Itália, a um orangotango, o que provocou a reação do chefe de Governo, Enrico Letta.

Sábado, durante uma reunião de seu partido em Treviglio (norte), o senador Roberto Calderoli, conhecido por suas declarações polêmicas, declarou que a ministra de origem congolesa, Cecile Kyenge, "faz bem de ser ministra, mas deveria o ser em seu país (...) Eu me consolo quando navego na internet e vejo as fotos do governo. Adoro animais (... ), mas quando vejo imagens de Kyenge, não posso deixar de pensar em suas semelhanças com um orangotango, mesmo que eu não diga que ela seja um deles".

Essas declarações imediatamente repercutiram nas redes sociais, provocando uma onda de indignação. Neste domingo, em um comunicado oficial, Enrico Letta reagiu pessoalmente: "as palavras que apareceram hoje na imprensa e atribuídas ao senador Calderoli sobre Cecile Kyenge são inaceitáveis e ultrapassam qualquer limite".

Em um comunicado, ele também expressou "sua plena solidariedade e apoio à Cecile". O presidente do Senado, Pietro Grasso, exigiu desculpas formais de Calderoli.

Cecile declarou neste domingo à agência de notícias Ansa que "não toma pessoalmente as palavras de Calderoli, mas elas me entristecem por causa da imagem que dão à Itália". "Eu acredito que todas as forças políticas devem considerar o uso que fazem da comunicação".

Em 2006, Calderoli precisou renunciar sob o governo Berlusconi após se exibir com um camiseta anti-islã sobre Maomé. Desde sua nomeação, Kyenge precisou enfrentar várias manifestações hostis por parte da Liga do Norte, um partido aliado ao Povo da Liberdade de Silvio Berlusconi.

Desde sua posse, no final de abril, a ministra foi alvo de agressões verbais e até ameças de morte postadas em sites racistas e em sua página oficial no Facebook.

A decisão tomada pela a Fifa que determina a expulsão dos times das competições se os seus jogadores, membros da comissão técnica e da diretoria ou torcedores forem considerados culpados de racismo ou discriminação, foi abordada pelo deputado estadual Ossessio Silva (PRB-PE). O parlamentar subiu à Tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nessa segunda-feira (3), e comentou a proposta.

Para Ossessio as medidas são mais severas no combate ao racismo no futebol. “As novas regras são mais rigorosas e os casos de preconceito podem ser punidos com sanções que variam de advertências e multas para o clube, até disputas de partidas com portões fechados”, citou.

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Além de descrever a rigorosidade da punição e se mostrar feliz com a decisão da entidade, o deputado fez um apelo à Federação Pernambucana de Futebol (FPF), para que continue o trabalho, não se restringindo a eventos grandes. Silva ressaltou ainda que a atitude deve se estender para os campeonatos de outros esportes. 

A ação antirracismo da Fifa deseja que uma pessoa seja destacada nos estádios com a função específica de identificar os atos de discriminação. Outra solicitação da entidade e  que os países e clubes de todo o mundo ofereçam um "plano de ação concreto" para combater o problema e implementar sanções "de forma harmonizada".

 

 

Nada como um bom penteado para combater o racismo arraigado na sociedade brasileira, usando como armas principais tesouras e hidratantes para o cabelo. Na periferia do Rio de Janeiro, uma rede de salões de beleza que se dedica exclusivamente a cortes de cabelo no estilo afro faz um grande sucesso.

Qual é a fórmula do êxito desta empresa que transforma o "afro" em cachos suaves, e que nega categoricamente a crença popular de que o cabelo crespo é ruim? O crescimento econômico do Brasil, que na última década permitiu que 40 milhões de brasileiros integrassem a classe média por meio de programas sociais do governo.

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Dos 194 milhões de brasileiros, 50,7% são negros ou mulatos, e os donos do Beleza Natural, esta peculiar rede de salões de beleza, estimam que 70% das mulheres brasileiras têm cabelo crespo. "Este salão é para a consumidora esquecida, invisível, para levantar a autoestima da cliente de baixa renda. Uma mulher acostumada a servir, que merece ser servida, e bem servida", explica à AFP a presidente da empresa, Leila Velez, uma mulata de 38 anos que aos 16 era gerente de um McDonald's no Rio.

Velez criou com dificuldades o Beleza Natural há 20 anos junto com familiares. Hoje dirige as 13 filiais da empresa e uma fábrica de produtos para os cabelos, que conta com 1.700 funcionários. A fábrica produz 250 toneladas de produtos de uso capilar por mês, incluindo o "super relaxante" de cachos criado por sua cunhada Zica Assis, uma ex-empregada doméstica que fez experimentos durante dez anos com frutas, como o açaí, até chegar à fórmula do produto na varanda de sua casa, em uma favela.

Os lucros da rede, que tem salões localizados da periferia a áreas nobres da cidade, cresceram 30% anualmente nos últimos oito anos, segundo Velez, que não revela os resultados da empresa. Seu sucesso é tamanho que caravanas com centenas de mulheres vindas de outros Estados chegam a cada fim de semana para que as viajantes sejam atendidas nos salões.

"Acredito que 100% de seu sucesso esteja ligado à questão da raça. Existem no Brasil, devido a uma carga cultural, muitas mulheres negras que não aceitam seu cabelo porque não é liso, que é o ideal de beleza mais conhecido", explicou à AFP Victor Cunha da Almeida, professor da escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coautor de uma tese sobre o "Beleza" e sua aposta na "base da pirâmide" social, a classe C, que chega a 54% da população. "Aí está a diferença do Beleza Natural, que não quer alisar o seu cabelo, quer domá-lo, suavizar os cachos. Diz a mulher: 'você é linda porque é negra, é linda porque tem os cabelos assim'".

Bruna Mara, uma cliente, confirma. "Sempre usava o cabelo liso; aqui me convenceram de que meus cachos poderiam ficar bonitos, e é mais natural", confessa esta secretaria de 24 anos. "Não havia locais onde uma mulher negra com cabelo crespo fosse tratada como princesa", ressalta o professor Cunha.

Quando alguém entra no mundo do Beleza Natural, decorado em vermelho e rosa, cheio de espelhos e focos luminosos, com flores frescas e café, sente-se em qualquer bairro rico do mundo, ou em um cenário de novela. "Temos espelhos de corpo inteiro, porque muitas clientes não têm isso em suas casas", explica Velez.

José Jorge de Carvalho, antropólogo especialista em questões raciais da Universidade de Brasília, ressalta que, apesar de ser visto no exterior como um exemplo de diversidade, o Brasil "é um país muito racista". "Estes salões de beleza fazem parte de um esforço de combate ao racismo, para melhorar a autoestima das mulheres negras de classes popular", afirma Carvalho, que lamenta o elevado uso no Brasil de pranchas para alisar o cabelo, algumas delas esquentadas diretamente no fogo e que "fritam o cabelo".

Atualmente, a rede de salões atende 90.000 mulheres por mês. "Esta é a nova classe média, produzindo para a nova classe média", comemora Marcelo Neri, ministro interino de Assuntos Estratégicos, em declarações à AFP.

As rendas das populações negra e parda brasileira foram as que mais cresceram entre 2001 e 2009, 43% e 48% respectivamente, contra 21% para os brancos, segundo Neri, especialista na classe média brasileira. No entanto, as desigualdades ainda são enormes: 125 anos depois da abolição da escravatura, os brancos no Brasil recebem em média quase o dobro do que os negros.

Ser atendido no "Beleza" é acessível, mas não barato. Custa em média 80 reais (10% do salário mínimo), e para mantê-lo em casa são necessários produtos que custam 50 reais mensais. Apesar disso, a maioria paga em dinheiro, outro sinal do aumento real de poder aquisitivo da nova classe média brasileira.

O Comitê Executivo da Uefa aprovou nesta quinta-feira uma suspensão mínima de 10 partidas a quem apresentar comportamentos racistas nos campos de futebol, sejam jogadores ou dirigentes dos times. O secretário-geral da Uefa, Gianni Infantino, havia anunciado em abril a intenção de implementar penas severas, que agora serão incluídas nas normas disciplinares da entidade.

Embora a Uefa só possa impor punições nas suas competições, os 53 membros que compõem a entidade receberam uma solicitação para que adotem as mesmas medidas nas competições internas. A Associação de Futebol da Inglaterra anunciou na semana passada que vai aplicar uma pena mínima de cinco jogos em caso e infrações por racismo.

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"Qualquer associação deveria adotar as mesmas medidas ou medidas similares", disse Infantino. "A Uefa sempre atua de forma que tente convencer as pessoas ao invés de se impor sobre elas. Não acredito que seja mensurável a forma de combater o racismo com uma simples medida ou sanção".

O debate sobre o racismo se intensificou nesta temporada depois que o meia Kevin-Prince Boateng, do Milan, liderou o abandono do campo pela sua equipe durante um amistoso na Itália depois de receber insultos raciais dos torcedores. A Uefa recebeu críticas no passado porque somente impunha multas às associações nacionais por causa de atos racistas da sua torcida.

No futuro, se ocorrer algum ato racista nas arquibancadas em partidas da Uefa, a primeira punição para as equipes não será apenas uma multa, mas o fechamento parcial do estádio. Se persistir o comportamento, o estádio será fechado completamente, ficando sem a presença de público, e será imposta uma multa de US$ 50 mil.

Recentemente, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, lamentou os cânticos racistas proferidos por torcedores da Roma em partida diante do Milan, em Milão, pelo Campeonato Italiano, e prometeu que a entidade irá agir para coibir este tipo de prática.

O Comitê Executivo da Uefa também decidiu aumentar de 10 para 15 partidas a suspensão mínima por agressão aos árbitros. Por insulto a eles, a sanção mínima vai subir de dois para três jogos.

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