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O empresário Thiago Brennand foi condenado, nesta quarta-feira (18), a oito anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de R$ 50 mil em um segundo caso de estupro. De acordo com Justiça de São Paulo, a vítima é uma massagista e o crime ocorreu em março de 2022, durante um atendimento da profissional.

A decisão, expedida pela juíza Raissa Alcântara Cruvinel Schneider, da 2ª Vara de Porto Feliz (SP), aponta que Thiago ameaçou a vítima de forma grave, com a “presença ostensiva de armas de fogo não apenas no quarto em que imposto o ato sexual não consentido, mas em toda a residência do acusado”. Além disso, a magistrada afirmou que o empresário “apresenta uma personalidade deturpada e violenta”.

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A defesa de Thiago, que nega o crime, questiona depoimentos de testemunhas e laudo psicológico apresentado pela vítima. Os advogados também alegam que o empresário foi alvo de um conspiração para extorsão.

Esta é a terceira condenação do empresário em primeira instância. Em outubro do ano passado, ele foi condenado a dez anos e seis meses de prisão por outra violência sexual, cometida contra uma norte-americana. No mês seguinte, foi condenado a um ano e oito meses de prisão por agredir uma modelo em uma academia, localizada no shopping Iguatemi, em São Paulo.

Brennand está preso desde abril de 2023 no Centro de Detenção Provisória da cidade de Pinheiros, na capital paulista. Ele aguarda novos julgamentos.

 

Um áudio, vazado e divulgado nesta segunda-feira (4), pelo portal UOL, mostra uma conversa entre Thiago Brennand, homem condenado e preso por estupro, com uma de suas vítimas, onde ele fala abertamente sobre os crimes que cometeu. A conversa é entre ele e uma modelo pernambucana, identificada na matéria como “K”. 

Brennand — Na hora que você disse “não”, eu te ameacei e disse que ia te quebrar? 

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Vítima — Não. 

Brennand — Outra coisa, por exemplo, eu botei uma arma na sua cabeça? 

Vítima — Não. 

Brennand — Pois é, mas fiz à força e com raiva, não fiz? 

Vítima — Fez. 

Brennand — E você dizendo “não, não”, eu fiz com raiva. Beleza. Tá certo. Eu assumo. 

Confissão de agressão 

Outro trecho mostra Brennand confessando que bateu na vítima: 

Vítima — Você promete nunca mais bater em mim? 

Brennand — Prometo. Dou minha palavra. Dou minha palavra. Na frente de quem quiser aí. 

Vítima — Não, não quero que ninguém fique sabendo que você bateu em mim. 

A conversa aconteceu em setembro de 2021. A vítima da conversa foi colocada em cárcere privado quando havia ido à casa de Thiago em Porto Feliz, em São Paulo. Ele foi acusado e condenado, em outubro de 2023, após ter agredido uma mulher em uma academia em São Paulo, além de outra condenação por estupro. Brennand cumpre uma pena de mais de 11 anos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista. 

As defesas da vítima e do réu afirmaram que o áudio está sob segredo de justiça, e que não poderiam comentar sobre o conteúdo. No entanto, a defesa de Thiago chegou a afirmar que o áudio “está fora de contexto”, e que o caso teria sido arquivado. 

 

O empresário  Thiago Brennand foi condenado, nesta quarta-feira (1), a um ano e oito meses de prisão, em regime semiaberto, pelo episódio de agressão contra a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia de ginástica que fica localizada em um shopping de luxo na Zona Oeste de São Paulo.  

A violência foi filmada e exibida pela TV Globo. Além da prisão, a Justiça de São Paulo determinou que o empresário pague uma indenização no valor de R$ 50 mil a vítima. A decisão, proferida pela 6ª Vara Criminal, ainda é passível de recurso.

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Após o caso ganhar ampla repercussão e poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público, o empresário viajou para Dubai, no Emirados Árabes Unidos. Depois de permanecer meses no exterior, ele foi extraditado e desembarcou no Aeroporto de Guarulhos no final de abril deste ano.

No início do mês passado, Brennand havia sido condenado a uma  pena de 10 anos e 6 meses de prisão por ter estuprado uma estrangeira na cidade de Porto Feliz, município situado a 90 quilômetros da capital paulista. No entanto, outros dois processos que estavam em andamento, envolvendo acusações de injúria e ameaça, foram arquivados por meio de um acordo extrajudicial.

Sobre as violências sexuais, o empresário sempre negou as acusações através de suas redes sociais. Poucas semanas antes da extradição, ele gravou um vídeo em que dizia que seria preso injustamente. “Obviamente não estuprei ninguém”, disse.

 

O empresário Thiago Brennand virou réu em mais uma ação penal, agora contra a advogada e ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur. Ela representa as primeiras mulheres que denunciaram o empresário.

Brennand vai responder por calúnia, injúria e difamação por ter publicado vídeos nas redes sociais com ataques à advogada em outubro do ano passado. Ela foi chamada de ‘bandida’, ‘maloqueira’ e ‘canalha’. O empresário foi citado no dia 2 de outubro no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, onde está preso preventivamente.

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A queixa-crime foi recebida pelo juiz Israel Salu, da 2.ª Vara de Porto Feliz, em São Paulo, que abriu prazo para a defesa e o Ministério Público se manifestarem. A advogada já informou que não tem interesse em fazer acordo. Ela pede uma indenização de R$ 400 mil.

É o segundo revés do empresário neste mês. Ele foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão, em regime inicial fechado, por estupro. Brennand responde a uma série de processos por abuso sexual, ameaça, lesão corporal, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado.

As denúncias vieram a público depois que ele agrediu a modelo Helena Gomes em uma academia na zona sul de São Paulo. Outros relatos surgiram em série após o episódio. O empresário chegou a passar quase um mês foragido nos Emirados Árabes, com o nome da lista de difusão vermelha da Interpol, antes de ser preso.

A reportagem busca contato com a defesa do empresário. O espaço está aberto para manifestação.

O empresário Thiago Brennand – que está preso preventivamente - foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão pelo crime de estupro, em regime fechado. Divulgada nesta quarta-feira (11), a sentença é a primeira condenação entre os vários processos que ele responde, em Porto Feliz, no interior de São Paulo, e na própria capital paulista.

O juiz do Fórum de Porto Feliz, Israel Salu, também decidiu que Brennand deverá indenizar a vítima – uma cidadã dos Estados Unidos - por danos morais, no valor de R$ 50 mil. Ainda cabe recurso.

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"Ante todo o exposto e considerando o mais que consta dos autos, JULGO PROCEDENTES os pedidos para o fim de CONDENAR o réu T. A. B. T. S. F. V. ao cumprimento da pena privativa de liberdade de 10 anos e 06 meses de reclusão, a ser cumprido inicialmente no regime fechado, em razão da prática do crime previsto no artigo 213, 'caput', do Código Penal; bem como a indenizar a vítima pelos danos morais sofridos, no valor mínimo de R$50.000,00", diz o juiz na setença do processo, que corre em segredo de Justiça.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público neste caso, a vítima foi estuprada por Thiago Brennand na mansão dele, em um condomínio de Porto Feliz.

Fuga deu errado

Thiago Brennand desembarcou no Brasil no dia 29 de abril deste ano. Ele estava preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, aguardando os últimos trâmites da sua extradição. Ele saiu do Brasil em direção ao país em setembro do ano passado, poucos dias antes de a juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, expedir a sua primeira ordem de prisão.

Ele possui cinco ordens de prisão preventiva contra si e é acusado dos crimes de estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça em ao menos oito ações na Justiça de São Paulo.

O empresário Thiago Brennand é alvo de novas denúncias de estupro, cárcere privado, agressões físicas e abuso psicológico contra duas mulheres europeias. Ele já é réu em nove processos e está há dois meses preso pela Polícia Federal.

Os casos teriam acontecido entre 2015 e 2018, quando ambas as vítimas conheceram Brennand na Europa e depois vieram morar com ele em São Paulo. Segundo as vítimas contaram ao Fantástico, da TV Globo, elas eram constantemente vigiadas, proibidas de saírem sozinhas e impedidas de manter contato com amigos ou familiares.

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Ambas acusam Brennand de agressões sexuais, físicas e psicológicas, além de terem sido forçadas a tatuarem a assinatura e o brasão da família do empresário, que segundo elas considerava o ato uma forma de "marcar território". Uma das mulheres também afirma que ele se gabava da prática e mantinha uma pasta com fotos de outras vítimas "carimbadas", como dizia, além de obrigá-la a mostrar a tatuagem para outras pessoas.

"Ele gostava de se gabar disso, dizendo que eu era mais uma mulher marcada", disse uma das vítimas ao Fantástico. Hoje com 26 anos, ela tinha apenas 19 quando começou a se relacionar com o empresário. "A pressão era tão grande que na época achava melhor me submeter a isso."

"Ele me estuprou, me bateu, me chutou, atirou objetos, sapatos, me sufocava, batia na minha cabeça e no peito. Não sei o que teria acontecido se tivesse ficado com ele mais tempo", disse a outra mulher, que depois de cinco meses teria conseguido escapar de Brennand e fugido para o aeroporto.

As duas mulheres foram ouvidas pelo Ministério Público de São Paulo, que investiga os casos.

Brennand, que ainda não é formalmente investigado pelos supostos crimes contra essas duas mulheres, responde a outros processos por estupro, ameaça, lesão corporal, corrupção de menor, cárcere privado, calúnia, injúria e difamação. Ele se tornou alvo da Justiça depois de agredir e ameaçar uma modelo em uma academia de ginástica de São Paulo - as agressões foram registradas pelas câmeras de monitoramento.

O empresário foi preso nos Emirados Árabes Unidos, mas pagou fiança e permaneceu oito meses naquele país, sob custódia das autoridades locais. Após um longo processo de extradição, Brennand foi trazido ao Brasil pela Polícia Federal. O empresário está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista.

A reportagem tentou contato com o advogado de Thiago Brennand, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.

A Vara do Foro Central da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de São Paulo recebeu, nessa quinta-feira (1º), denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP) contra Thiago Brennand pelo crime de estupro. Foi decretada mais uma prisão preventiva contra o empresário. As informações são do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ). 

Agora, ele é réu em nove processos e tem pedido de prisão preventiva em seis deles. Além das agressões e estupros contra mulheres, o empresário ainda é investigado por agredir o filho e por possuir uma coleção de armas ilegais. 

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Os casos envolvendo Thiago Brennand ganharam notoriedade após a divulgação de imagens de câmera de segurança de uma academia em São Paulo, em que ele é flagrado agredindo uma modelo. Em decorrência desse episódio, a Justiça paulista determinou a prisão dele.

Primeiro dia de julgamento

Na última terça-feira (30), ocorreu o primeiro dia do julgamento de Brennand, relacionado a outro processo, que corre na 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo. Presidida pelo juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer, na audiência foram ouvidas a vítima e três testemunhas de defesa. 

Segundo o TJ, a continuação da audiência foi agendada para o próximo dia 21, às 14h, para oitiva das cinco testemunhas de defesa restantes e interrogatório do réu. Todas as oitivas, incluindo o interrogatório, ocorrem no formato virtual. 

A delegada Dannyella Gomes Pinheiro, da 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM Oeste) de São Paulo, relatou que foi ameaçada pelo empresário recifense Thiago Brennand, réu por pelo menos oito processos criminais. Ela investigou uma suposta agressão de Brennand ao filho menor de idade, que havia relatado à mãe ser vítima de maus tratos, cárcere privado e violência psicológica. A informação é do jornal O Globo. 

Nas declarações, a agente da Polícia Civil admitiu que aceitou jantar com Thiago quando o inquérito já estava em andamento. O processo foi aberto na DDM Oeste em 29 de janeiro de 2021, mas o acusado foi intimado para depor apenas em 11 de maio de 2022 e interrogado pela própria Dannyella, por cerca de 20 minutos. No mesmo dia, os dois trocaram números de telefone e posteriormente marcaram um jantar, que aconteceria em 14 de maio, três dias após o interrogatório. 

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No dia 13 de maio, uma sexta-feira, Dannyella recuou e disse a Brennand “que achava melhor cancelarem o encontro marcado para o dia seguinte”. O empresário então continuou a enviar mensagens à delegada por quatro dias seguidos, algumas delas com ofensas, chegando a citar a existência de suposto “relacionamento” entre eles. 

Dannyella relatou que, em 20 de junho, Brennand afirmou que iria à delegacia onde ela trabalha e ameaçou acionar a Corregedoria da Polícia Civil para prejudicá-la caso ela se recusasse a recebê-lo. Ainda no mesmo mês, a policial registrou um boletim de ocorrência contra o empresário, ao qual O Globo teve acesso, no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). 

Quem é Thiago Brennand 

Thiago tem 42 anos, é natural de Recife, Pernambuco, mas atualmente mora em São Paulo. Ele é herdeiro de uma família tradicional da capital pernambucana e tem fortuna estimada em R$ 200 milhões. Thiago é um dos cinco filhos do cofundador de uma rede médica do Recife. O grupo da família construiu dois dos maiores hospitais da cidade, o Hospital Santa Joana e o Memorial São José.  

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, Thiago Brennand é réu em pelo menos oito processos criminais, e teve decretada sua prisão preventiva em cinco deles. Além das agressões e estupros contra mulheres, o empresário ainda é investigado por agredir o filho e por possuir uma coleção de armas ilegais. 

Os casos envolvendo Thiago Brennand ganharam notoriedade após a divulgação de imagens da câmera de segurança de uma academia em São Paulo em que ele é flagrado agredindo uma modelo. Em decorrência deste episódio, a Justiça paulista determinou a prisão dele. 

Durante a audiência de custódia a que foi submetido no domingo, 30, o empresário Thiago Brennand - preso sob acusação de estupros e agressões - alegou que faz uso contínuo de medicações para depressão, ansiedade e distúrbios de sono.

Ao lado de seus advogados, Brennand elencou os remédios que diz tomar frequentemente - Efexor/cloridrato de venlafaxina (antidepressivo), Rivotril/clonazepam (ansiolítico), captopril (pressão alta), Nexium/esomeprazol (distúrbios gástricos) e Zolpidem (para dormir). Ele não fez menção a diagnósticos.

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Investigadores avaliam que a informação de Brennand sobre os medicamentos faz parte de uma possível estratégia para reforçar eventual pedido de internação hospitalar e, dessa forma, se livrar da prisão - atualmente, ele ocupa uma cela no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, o Cadeião de Pinheiros.

A reportagem do Estadão entrou em contato com o advogado Eduardo César Leite, que compõe a banca de defesa do empresário, mas não houve retorno.

Na audiência de custódia, o juiz Orlando Castro Neto negou liberdade provisória ao empresário, por entender que o pedido deveria ser analisado pelos magistrados autores das cinco ordens de prisão preventiva contra Brennand.

O empresário foi preso nos Emirados Árabes e extraditado para o Brasil no sábado, 29. O juiz concluiu que não houve irregularidades na prisão. Em ao menos oito ações penais na Justiça de São Paulo, Brennand é acusado dos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e cárcere privado.

Na audiência de custódia, a defesa solicitou a transferência para o presídio de Tremembé, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Esse pedido também foi negado, sob justificativa de que cabe à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) verificar a disponibilidade de vagas.

Consultada pelo Estadão, a Secretaria respondeu nesta terça, 2, que o empresário ‘permanece custodiado no Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros e, até o momento, a SAP não recebeu pedido de transferência por parte da defesa do preso’.

Depois de um processo de extradição que se arrastou por mais de seis meses, Brennad chegou ao Brasil na noite de sábado, 29, em um voo de carreira da Air France, escoltado por agentes da Polícia Federal. Sua primeira noite na volta ao País ele passou na Superintendência da PF, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo.

Ele estava, desde setembro do ano passado, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Brennand deixou o Brasil na iminência da expedição da primeira ordem de prisão preventiva contra ele, de autoria da juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

No Cadeião de Pinheiros, o empresário ocupa uma cela individual, procedimento de praxe para a adaptação de novos detentos. Habituado a uma rotina de luxos, o empresário recebeu o mesmo uniforme dado a todos os detentos - camiseta branca de gola careca e calça cáqui com elástico na cintura, sem bolsos. Sua cela possui uma cama de alvenaria, colchão, pia, chuveiro. Não tem TV.

COM A PALAVRA, THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Eduardo César Leite, que defende o empresário Thiago Brennand, mas não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Depois da noite na sede de Superintendência da Polícia Federal, na Lapa (zona oeste de São Paulo), o empresário Thiago Brennand tem seu primeiro encontro com a Justiça brasileira neste domingo, 30, no fórum criminal da Barra Funda, onde passa por audiência de custódia.

O magistrado que conduzir a audiência questionará Brennand sobre as condições da sua prisão, para garantir que houve respeito às garantias constitucionais do acusado. Ao fim da audiência, ele será levado para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. As cinco ordens de prisão preventiva deverão ser cumpridas em um estabelecimento penal estadual.

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Depois de um processo de extradição que durou mais de seis meses, Brennand chegou ao Brasil no começo da noite de sábado, 29, em um vôo da Air France. Desde setembro do ano passado, às vésperas da primeira ordem de prisão ser expedida, o empresário deixou o País com destino a Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes.

Preso no exterior no último dia 17, seu processo de extradição teve fim neste sábado. Usando boné, máscara de proteção facial e sentado no banco de trás de uma das quatro viaturas da PF que integraram o comboio, o empresário deixou o aeroporto de Guarulhos em direção à sede da PF.

No sábado, Brennand foi visitado pelo filho, um adolescente de 17 anos. Em um dos oito processos aos quais ele responde na Justiça de São Paulo, o empresário é acusado de corrupção de menores por questões envolvendo o rapaz.

Além do advogado Eduardo César Leite, que já vinha o acompanhando nas últimas semanas, mais três advogados de Recife vieram a São Paulo acompanhar os primeiros trâmites da custódia de Thiago Brennand. No sábado, eles não deram entrevista.

Algemado, o empresário Thiago Brennand desembarcou no Brasil neste sábado, 29, e chegou às 19 horas na sede da Superintendência da Polícia Federal na Lapa, zona oeste de São Paulo. Ele chegou em um comboio de quatro viaturas, sentado no banco de trás, com agentes armados. O empresário vai passar a noite no prédio e a audiência de custódia está prevista para a tarde de domingo, 30.

Ele chegou ao Brasil em um voo da Air France e desembarcou no aeroporto de Guarulhos, usando boné e máscara de proteção.

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A previsão é de que Brennand seja transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros.

Ele possui cinco ordens de prisão preventiva contra si e é acusado dos crimes de estupro, cárcere privado, lesão corporal e ameaça em ao menos oito ações na Justiça de São Paulo.

Cinco advogados o acompanham na sede da Polícia Federal. Eduardo César Leite chegou com um assistente e, antes dele, mais três advogados aguardavam Brennand, que será submetido a exame de corpo de delito na própria sede da PF.

Além deles, um perito e um membro do consulado acompanham a chegada do acusado na sede da PF.

Os processos contra o empresário tramitam na Justiça Estadual e um dos juízes que emitiu uma das cinco ordens de prisão deverá fazer a audiência de custódia. A atuação da Polícia Federal foi apenas para o processo de extradição de Brennand.

Ele estava preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, desde o último dia 17, aguardando os últimos trâmites da sua extradição. Ele saiu do Brasil em direção ao país em setembro do ano passado, poucos dias antes de a juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, expedir a sua primeira ordem de prisão.

O caso do empresário ganhou grande repercussão depois que a modelo Helena Gomes veio a público denunciá-lo. Brennand foi flagrado por câmeras de segurança agredindo-a dentro de uma academia em São Paulo em agosto do ano passado.

Depois da denúncia de Helena, outras mulheres se sentiram encorajadas a denunciar o empresário. Há relatos de ameaças, agressões físicas e verbais e estupro. Uma das vítimas teria sido tatuada à força com o sobrenome do empresário.

Há também ações criminais nas quais Brennand é acusado por um garçom e um caseiro do condomínio onde o empresário vive em Porto Feliz, interior de São Paulo. Eles teriam sido agredidos e ameaçados por Brennand. A Polícia também apreendeu armas e munições em uma das suas propriedades.

Apesar de sempre ter sido herdeiro de um império no ramo da medicina, fundado pelo pai, no Recife, Thiago Antônio Brennand Fernandes Vieira, 42 anos, ganhou maior notoriedade na mídia local após ter protagonizado cenas de violência em uma academia de ginástica de luxo em São Paulo, no início de agosto do ano passado. Câmeras de segurança flagram o momento em que ele agride a modelo Helena Gomes, de 37 anos. Ela teria recusado sair com ele em um encontro romântico, e ele acabou partindo para a violência física depois de discutir. A partir daquele dia, o quadro de horrores dos crimes cometidos por Thiago vieram à tona, o transformando em um foragido da justiça e com diversas prisões preventivas decretadas contra ele.

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Depois da denúncia feita pela modelo, www.leiaja.com/noticias/2022/09/16/ao-menos-10-mulheres-acusam-thiago-br...">https://www.leiaja.com/noticias/2022/09/16/ao-menos-10-mulheres-acusam-t...">outros casos surgiram, onde as vítimas alegam terem sido agredidas, estupradas, mantidas em cárcere privado, e até terem sido tatuadas com as iniciais de Thiago à força. Uma das vítimas que realizou a denúncia ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), www.leiaja.com/noticias/2022/12/19/thiago-brennand-e-denunciado-pela-6a-...">https://www.leiaja.com/noticias/2022/12/19/thiago-brennand-e-denunciado-...">uma estudante de medicina, declarou ter sido dopada durante um encontro com ele, e levada para um hotel, onde foi violada. No dia seguinte, ao tentar escapar, ela deparou com um segurança armado na porta do quarto, e ainda foi submetida a uma sessão de tatuagem forçada, na qual teve as letras “TFV” (Thiago Fernandes Vieira) marcadas na pele.

Além das agressões contra mulheres, Thiago também foi denunciado por corrupção de menores, agressão contra o garçom de um condomínio, e contra o caseiro de sua propriedade.

Posição política

Apesar de não ter se enveredado no ramo da política no Brasil, Thiago já chegou a declarar apoio ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), chegando a se comparar a ele, por ambos serem www.leiaja.com/noticias/2022/10/11/thiago-brennand-elogia-bolsonaro-e-se...">https://www.leiaja.com/noticias/2022/10/11/thiago-brennand-elogia-bolson...">“perseguidos” pela justiça brasileira. Quando publicou o vídeo em questão, ele já era foragido, e estava em Dubai, nos Emirados Árabes. Dias depois, ele foi capturado pela polícia e ficou www.leiaja.com/noticias/2022/10/14/foragido-das-autoridades-thiago-brenn...">https://www.leiaja.com/noticias/2022/10/14/foragido-das-autoridades-thia...">encarcerado por um tempo.

Durante uma ação realizada pela Polícia em sua fazenda no Brasil, divulgada por uma reportagem no programa Fantástico, foram encontrados equipamentos para armas escondidos no estábulo, lugar incomum e minimamente suspeito para se manter tais objetos, segundo os agentes.

Prisão

Depois de mais de sete meses vivendo nos Emirados Árabes (ele ficou preso temporariamente, pagou fiança, mas foi proibido de mudar de moradia), Thiago teve www.leiaja.com/noticias/2023/04/27/pf-chega-aos-emirados-arabes-para-tra...">https://www.leiaja.com/noticias/2023/04/27/pf-chega-aos-emirados-arabes-...">a extradição autorizada na manhã da última quarta-feira (26). Agentes federais embarcaram no início da noite em um voo para Abu Dhabi para trazê-lo ao Brasil, onde responderá pelos crimes dos quais é acusado, além dos cinco mandados de prisão.

O governo árabe autorizou a extradição do brasileiro por ter recebido informações de uma possível fuga para a Rússia, onde tem amigos.

Thiago Brennand ainda não tem previsão de data para retornar ao Brasil, mas já é sabido que ele deverá ser algemado pelos pés e pelas mãos, pelo seu histórico de violência, e será encaminhado para um presídio de crimes sexuais.

Fotos: Reprodução

Uma equipe da Polícia Federal brasileira desembarca na tarde desta quinta-feira, 27, em Dubai, nos Emirados Árabes, para realizar a etapa final do processo de extradição do empresário Thiago Brennand. Acusado de violência física e sexual contra mulheres e com cinco mandados de prisão expedidos pela Justiça paulista, o empresário deve chegar ao Brasil ainda esta semana. Por conta do histórico de violência, Brennand pode viajar algemado.

Fontes da Polícia Federal confirmaram a viagem de um delegado e dois agentes da corporação, além de um agente com treinamento de jiu-jítsu para escoltar Brennand até o Brasil. Normalmente, a escolta de cidadão brasileiro extraditado é feita por dois agentes da PF. O reforço na equipe deve-se ao histórico de violência do detento, que também responde a processos por agressão. Em redes sociais, Brennand apregoava ser lutador e professor de jiu-jítsu.

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Desde o dia 17, o brasileiro está preso em Abu Dhabi, para onde a equipe da PF viajará após o desembarque no país. Brennand estava em liberdade condicional, após pagamento de fiança, mas o serviço de inteligência da polícia local descobriu um suposto plano de fuga dele para a Rússia, onde já morou e tem amigos. Nesta quarta-feira, 26, a Embaixada do Brasil nos Emirados Árabes recebeu oficialmente a autorização para a extradição do brasileiro.

Chegando ao Brasil, Brennand deve ser levado à presença de um juiz para audiência de custódia, sendo em seguida encaminhado para um Centro de Detenção Provisória (CDP), provavelmente na capital, para iniciar o cumprimento das prisões preventivas. Antes, deve passar pelo chamado exame médico cautelar em unidade oficial. Pedidos da defesa do réu para que responda aos processos em liberdade já foram negados pela justiça.

Oficialmente, a PF informou que, por questões de segurança, informações sobre extradição não são reveladas até a sua efetiva realização, ou seja, até que o extraditado seja recolhido ao sistema prisional.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou que, com a presença do acusado em solo brasileiro, o andamento das ações penais abertas contra ele será acelerado, "bem como as demais investigações que estão em andamento no âmbito do Ministério Público".

Procurada, a defesa de Brennand não se manifestou. A reportagem procurou também a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo para saber os procedimentos para inclusão do detento no sistema prisional e ainda aguarda retorno.

O empresário passou a ser alvo da justiça depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia, no interior de um shopping, em São Paulo. Após a repercussão do caso, várias mulheres procuraram a justiça para denunciá-lo por estupros e outros abusos. Em vídeo postado em rede social, Brennand negou esses crimes.

O empresário Thiago Brennand foi preso na tarde desta segunda-feira, 17, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Ele é acusado dos crimes de estupro, ameaça, cárcere privado e lesão corporal e possui cinco ordens de prisão preventiva contra si na Justiça paulista. O Ministério Público de São Paulo confirmou a prisão e informou que o andamento das ações e de outras investigações sobre a conduta de Brennand 'será acelerado' com seu retorno ao Brasil.

Desde setembro do ano passado, quando foi decretada a primeira ordem de prisão do empresário, ele está fora do Brasil.

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Neste final de semana, os Emirados Árabes confirmaram a sua extradição. Ainda não há informações sobre a data em que Brennand deve chegar ao Brasil.

Recentemente, através de seu advogado, Eduardo César Leite, Brennand pediu revogação das ordens de prisão em vigor contra ele. Ele também gravou um vídeo, publicado no Youtube, no qual pede desculpas a Mário Sarrubo, procurador de Justiça de São Paulo, e diz que pretende voltar ao Brasil, mas vai ser 'preso injustamente'.

No último dia 5, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou que Brennand responde a oito processos criminais no estado. O de maior repercussão é o da modelo Helena Gomes, que foi agredida pelo empresário dentro de uma academia em São Paulo.

O episódio foi registrado por câmeras de segurança e, depois que ela fez denúncia, outras mulheres também acusaram o empresário dos crimes de ameaça, lesão corporal, estupro e cárcere privado.

Como mostrou o Estadão, uma equipe da Polícia Federal trará Brenannd dos Emirados Árabes para o Brasil. Ele passará por exames e será encaminhado para um presídio. Por questões de segurança, o local de destino do empresário não foi divulgado.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EMPRESÁRIO THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Eduardo Cesar Leite, responsável pela defesa do empresário. Até a publicação deste texto, não houve retorno. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO

Questionado sobre a prisão de Brennand, o Ministério Público de São Paulo enviou a seguinte nota ao Estadão:

O MPSP informa que a iminente extradição do réu Thiago Brennand, que responde a quatro processos criminais de autoria da instituição, representa uma vitória para o sistema de Justiça do Brasil. Com a presença dele em solo brasileiro, o andamento dessas ações será acelerado, bem como as demais investigações que estão em andamento no âmbito do Ministério Público.

O empresário Thiago Brennand, acusado dos crimes de ameaça, estupro, lesão corporal e cárcere privado em oito ações penais no Estado de São Paulo, divulgou um novo vídeo no Youtube na última terça-feira (4), no qual nega as acusações - "obviamente não estuprei ninguém" - e diz que irá voltar ao Brasil. Ele também fez um pedido de desculpas ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, e às advogadas Gabriela Manssur e Dora Cavalcanti.

O advogado Eduardo Cesar Leite, que defende o empresário, afirma que ele "não está fazendo exigências" e voltará ao Brasil assim que forem finalizados os trâmites imigratórios.

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O vídeo foi divulgado na mesma semana em que Brennand fez um pedido à Justiça para que as ordens de prisão fossem revogadas. "Vão me prender injustamente", lamentou no vídeo da terça.

Desde o começo de setembro do ano passado Brennand está em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes. Sua ida para o exterior motivou a expedição da sua primeira ordem prisional, assinada pela juíza Érika Mascarenhas, da 6ª Vara Criminal de São Paulo.

De acordo com o Tribunal de Justiça, atualmente, cinco ordens de prisão pairam sobre o empresário.

"Tenho desculpas a pedir, ao próprio procurador Mário Sarrubo. Ele sendo autoridade, eu deveria ter deixado a parte pessoal de lado. A Gabriela (Manssur) também", disse o acusado. Ele estendeu os pedidos de desculpa à advogada Dora Cavalcanti. "Tenho que pedir desculpas também aos advogados. Eu fiquei muito chateado com a Dora e a maneira como ela me tratava."

Em outubro do ano passado, já em Abu Dhabi, o empresário divulgou outro vídeo no YouTube dirigindo impropérios aos três. Na época, Brennand afirmou ser vítima de uma perseguição praticada por um conluio entre a ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur - a quem se referiu como "uma maloqueira que usa Loubotin" -, a Rede Globo e o procurador-geral de Justiça Mário Sarrubbo.

"É um dos maiores vagabundos que já conheci na vida", afirmou Thiago Brennand sobre o chefe do Ministério Público paulista.

Nessa mesma ocasião, ele disse que estava preparando uma representação na OAB contra a advogada Dora Cavalcanti, por ela ter supostamente cobrado R$ 4 milhões para patrocinar seus processos.

No vídeo publicado esta semana, ele se justificou: "Fiquei chateado."

Perto do final do vídeo, Brennand traz a figura de Jair Bolsonaro (PL), a quem elogiou em outras oportunidades. "Encontrei com uma pessoa da família do ex-presidente e falei que estou extenuado. Minha vontade agora é voltar para o Brasil."

A família também foi um dos assuntos do vídeo. "Me dou super bem com o meu filho, me dou super bem com o meu pai. Sei que nossa relação está meio desgastada. Sempre aparece gente para pisar."

O caso do empresário ganhou repercussão depois que ele foi flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Depois desse caso, outras mulheres decidiram denunciá-lo.

Stephanie Cohen, modelo e estudante, afirma que foi estuprada por Brennand. Uma outra mulher, que não revelou sua identidade, acusa o empresário de tatuar suas iniciais nela à força.

Além dos casos de violência de gênero, Brennand responde a duas ações criminais por causa de episódios que protagonizou dentro do condomínio em que residia, em Porto Feliz. Ele teria agredido um garçom do restaurante Fasano e o caseiro do empreendimento.

Há um outro processo por corrupção de menores, envolvendo supostos episódios com seu filho.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO DO EMPRESÁRIO THIAGO BRENNAND

A reportagem entrou em contato com o advogado Eduardo Cesar Leite, que representa o empresário no Thiago Brennand. Ele enviou a seguinte nota ao Estadão:

Nota de esclarecimento

Que fique claro que nosso cliente não está 'fazendo exigências', como noticiaram alguns veículos. Em verdade, ele está imbuído do propósito de respeitar e cumprir as determinações da Justiça, para responder com serenidade às acusações e demonstrar a sua inocência!

No tocante às prisões preventivas, se for entendido pela manutenção dos decretos preventivos, ainda que, ao nosso ver, desnecessários e injustos, isso não afetará o seu propósito de retornar ao Brasil e cumprir todo o rito legal.

A data exata do retorno está dependendo dos trâmites imigratórios.

A Justiça de São Paulo negou pedidos da defesa do empresário Thiago Brennand para revogar seu decreto de prisão preventiva e trancar o processo em que ele responde por agressões físicas, sexuais e psicológicas em série contra mulheres.

Por unanimidade, a 5.ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rejeitou três habeas corpus. Os desembargadores concluíram que há indícios suficientes para manter a ordem de prisão do empresário e para seguir com a ação penal.

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"A prova é farta no sentido dos indícios de cometimento dos delitos, que a instrução poderá aclarar", diz um trecho do voto do desembargador Geraldo Pinheiro Franco, relator dos HCs, que foi acompanhado por Tristão Ribeiro e Geraldo Wohlers.

Thiago Brennand chegou a ser preso em outubro do ano passado, quando foi localizado nos Emirados Árabes Unidos, após passar quase um mês foragido com o nome da lista de difusão vermelha da Interpol. Ele foi solto depois de pagar fiança e se comprometer a ficar no país. A extradição ainda não foi feita.

"As informações colhidas até o momento evidenciam indícios de um comportamento reiterado do paciente de agressões verbais, físicas e morais, de excessos negativos, de desconsideração com o próximo, de desrespeito à lei, de sentimento de impunidade em face de seu poderio econômico, de ameaças, que ofendem sim a ordem pública, notadamente pela repetição de condutas", destacou o relator.

O processo por estupro, registro não autorizado da intimidade sexual, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal corre na Comarca de Porto Ferreira (SP).

Os desembargadores também rejeitaram a tese da defesa de que houve 'excessos' nas acusações do Ministério Público de São Paulo.

"A contextualização dos fatos, trazida pelo Ministério Público, não invade a honra do paciente, nem traz a julgamento fatos exteriores àqueles a serem examinados", rebateu Pinheiro Franco. "Uma coisa é a desqualificação da vítima mediante a apresentação de fatos alheios aos autos, outra coisa é o Ministério Público, legitimamente, trazer aos autos indicações da conduta do agente de crime para serem sopesadas a tempo próprio e em caso de condenação."

O empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, que está no exterior e já teve sua extradição pedida pela Justiça, tornou-se réu em mais um processo em que é acusado de crimes sexuais. Na sexta-feira (16) o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acatou denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em que ele é acusado de ter estuprado a estudante de Medicina e ex-miss São Paulo Stefanie Cohen. Esta é a sexta vez em que Brennand se torna réu na Justiça paulista. Em dois casos, foram expedidos mandados de prisão contra ele.

No caso de Stefanie, a Justiça acatou também as denúncias pelos crimes de registro não autorizado da intimidade sexual e constrangimento ilegal. Conforme o TJ-SP, a Justiça brasileira aguarda o processamento de um pedido de extradição feito ao governo dos Emirados Árabes, país onde Brennand está em liberdade provisória. Ele foi preso pela Interpol em outubro último, em Abu Dabi, mas foi libertado após pagamento de fiança. O brasileiro não pode mudar de endereço e é obrigado a comparecer às audiências determinadas pela Justiça.

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Noite de terror

A estudante de Medicina contou ao Estadão que conheceu Brennand em outubro de 2021, quando comemorava a vitória no concurso Miss São Paulo de las Américas. Convidada para jantar, ela acha que foi dopada durante o encontro, pois começou a passar mal. Alegando o intuito de socorrer a jovem, ele a levou para um hotel. Stefanie disse que foi forçada, de forma violenta, a manter relações sexuais com o empresário. "Ele foi forçando a relação anal e eu me lembro de implorar que não, porque era uma coisa que eu nunca tinha feito. E ele forçando aquilo sem preservativo, sem nada."

Na manhã seguinte, após Brennand ter saído do quarto, ela tentou fugir, mas, ao abrir a porta, se deparou com um segurança armado. Mais tarde, o agressor passou a depreciar os atributos físicos dela, chamando-a de "Miss Paraíba", "gorda" e recomendando um cirurgião plástico. Quando conseguiu ir para casa, fingindo que estava tudo bem e que voltaria a se encontrar com ele, o agressor enviou vídeos íntimos feitos enquanto ela dormia. "Aquele vídeo disse tudo o que precisava ser dito, ou seja, era uma ameaça explícita", contou.

Em outro processo, Brennand se tornou réu por ter violentado uma mulher norte-americana. Conforme o MP, o empresário filmou a vítima durante os atos sexuais e ameaçou divulgar os vídeos, prática denominada "revenge porn" (pornografia da vingança). Ele também foi acusado de estuprar e mandar tatuar suas iniciais no corpo de outra mulher. A vítima também foi mantida em cárcere privado. Ao menos dez mulheres ouvidas pelo Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência do MP-SP já relataram abusos cometidos pelo empresário.

Outros casos

Os casos vieram à tona depois que Thiago Brennand foi flagrado por câmeras agredindo a empresária e modelo Helena Gomes na academia de um shopping, em São Paulo. O empresário instigou o filho menor de idade a proferir agressões verbais contra a mulher, por isso, além das agressões, ele foi denunciado também por corrupção de menores.

Em outros dois casos, Brennand foi denunciado pela Justiça de Porto Feliz (SP) por agressão e ofensas contra funcionários do condomínio onde morava. As vítimas são o garçom Vitor Igor Rodrigues Machado e o caseiro Agostinho Rodrigues da Silva. Brennand é processado também pela advogada e ex-promotora de Justiça Gabriela Manssur por injúria, calúnia e difamação.

O empresário está fora do País desde o dia 4 de setembro, um dia após ser denunciado pelo MP-SP pela agressão à modelo. Após ter descumprido determinação da Justiça para retornar ao Brasil, ele teve a prisão decretada e passou a ser considerado foragido, mas foi preso pela Interpol. O TJ-SP já enviou às autoridades os documentos para extradição do réu. A documentação ainda é analisada pela justiça dos Emirados Árabes.

Procurado pela reportagem, o escritório HSLaw Hasson Sayeg, Novaes e Venturole Advogados, que defende Thiago Brennand, informou que não irá se manifestar.

O empresário Thiago Brennand publicou nesta terça, 25, mais um vídeo em seu canal do Youtube, onde volta a rebater as acusações que o cercam por crimes sexuais e agressões. Brennand está em Abu Dabhi, nos Emirados Árabes, aguardando o processo de sua extradição para o Brasil, onde está com a prisão decretada. Ele começa sua fala afirmando que seus vídeos foram apagados da plataforma e que, diferentemente do que teria sido veiculado pela imprensa, não viveria de uma herança.

Brennand exibe prints de um contrato em seu nome, no qual teria recebido R$ 20 milhões e diz que seu pai foi 'o maior contribuinte' de ISS do Estado do Pernambuco.

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Ele volta a atacar a advogada e ex-promotora do Ministério Público de São Paulo Gabriela Manssur, que representa algumas mulheres que o acusam de crimes sexuais. Brennand se refere à advogada como 'professora de abuso de poder' e comenta a candidatura dela ao cargo de deputada federal. "Nunca usei o erário para me candidatar, nunca participei de conluio nenhum."

Brennand dirige impropérios à ex-promotora, a quem chama de 'babaca'. Afirma sofrer perseguição. "Se fazem isso comigo, imagina o que não fazem com uma pessoa que não tem voz."

Ele manda um recado a Gabriela Manssur, em referência às mulheres que o acusam e para as quais a ex-promotora advoga. "Pare de arregimentar esse rol de prostitutas que está feio." Ele mostra uma foto de Gabriela e, em seguida, coloca a legenda 'não é um traveco, prometo'.O empresário também ataca o advogado Marcio Janjacomo, que atua representando algumas vítimas, dizendo que ele 'sequer frequentou as aulas de português' e 'pega prostitutas e chama isso de agência de modelos'. Brennand chega a mencionar o nome de uma das vítimas afirmando que ela pegou seu dinheiro duas vezes.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubo, também é mencionado no vídeo. Além de ser chamado de 'canalha', 'covarde', 'vagabundo' e 'bunda mole', Brennand afirma que ele faria parte de um conluio para incriminá-lo injustamente. "Sarrubo, aparece aí, que vou contar da nossa briga lá pela FAAP. Se vocês quiserem me chamar pra uma live, eu faço'", desafia.

Ele cita novamente a advogada Dora Cavalcanti, que assumiu a defesa dele por um breve período. "Canalha, petralha. Deve estar alinhada com a Gleise e com o pessoal do ministério."

O vídeo também contém um apelo ao atual governador do estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). Brennand critica o fato de ele ter supostamente 'cogitado Gabriela Manssur como sua vice durante a campanha' e de ter 'prometido a ela uma secretaria se ela perdesse as eleições'.

A respeito das ordens de prisão que pairam contra ele - uma da juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Erika Mascarenhas, e outra do e outra do juiz da 1ª Vara de Porto Feliz, Jorge Panserini - ele diz que 'só falta me colocar de castigo embaixo de uma árvore'.

Em vários momentos, o empresário se refere às pessoas a quem ele atribui a perseguição como partidárias do petismo, organizadas para incriminá-lo injustamente. Ele afirma que Manssur usa uma 'toga vermelha', que os jornalistas 'vivem num mundinho tão maluco' e que 'jamais houve um pai como eu. Tudo que eu faço, eu faço com amor'.

O empresário Thiago Brennand foi novamente denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por ameaçar o caseiro de uma propriedade em um condomínio de luxo em Porto Feliz (SP). O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) analisa o caso.

De acordo com o MP, a vítima estava dirigindo o próprio carro próximo da casa de Thiago, que estava deixando o imóvel na mesma hora. O acontecimento se deu no dia 25 de julho de 2022.

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Com isso, Brennand começou a perseguir e buzinar para a vítima. Segundo o MP-SP, um policial militar aposentado estava trabalhando como segurança naquela noite e viu o crime acontecendo. A testemunha revelou que Brennand utilizou de palavras de baixo calão para se referir ao caseiro. O empresário teria dito: “Só não te quebro aqui porque você está no lugar errado. Olha o tamanho da sua barriga, seu velho safado".

O segurança também afirmou que Brennand estava com as mãos nas costas durante a discussão, dando a entender que estava armado, a fim de intimidar o caseiro.

Esta não é a primeira vez que o MP-SP denuncia Thiago Brennand. Em 19 de outubro, o empresário foi denunciado por lesão corporal após agredir um garçom em março deste ano. É também réu na justiça de São Paulo por nove crimes cometidos contra uma mulher em 2021. A vítima acusou Thiago de obrigá-la a tatuar as iniciais do nome dele.

 

Os promotores de Justiça Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior, da cidade de Porto Feliz (interior de São Paulo) denunciaram o empresário Thiago Brennand, 42, pelo crime de lesão corporal em virtude das agressões praticadas contra o garçom Vitor Igor Rodrigues Machado, 26, que trabalha em uma unidade do restaurante Fasano dentro de um condomínio fechado em que o acusado possui uma residência.

Thiago Brennand é acusado dos crimes de estupro, cárcere privado, ameaça e lesão corporal por mais de dez mulheres. Ele foi encontrado pela Interpol na última quinta-feira, 13, em Abu Dhabi, onde aguarda o processo de extradição para o Brasil. Ele possui contra si duas ordens de prisão preventiva, uma delas da juíza da 6ª Vara Criminal de São Paulo, Érika Mascarenhas, e outra do juiz da 1ª Vara de Porto Feliz, Jorge Panserini.

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De acordo com a denúncia do caso de Vitor Machado, no dia 11 de março o garçom estava saindo de moto do condomínio no final de seu expediente, 11 quando passou na frente da garagem de Brennand. Ele chegou a parar por alguns instantes, mas, como o veículo do empresário não saiu da garagem, retomou o trajeto.

Instantes depois, Machado afirma que foi interpelado por Brennand, que dirigia um veículo da marca Land Rover. O empresário teria colocado o carro na frente da moto, fechando o garçom, e exigido que ele descesse da moto, alegando que ele estava pilotando com excesso de velocidade.

O Ministério Público afirma que o acusado agrediu fisicamente o garçom "com um tapa no rosto e esganadura", chamou-o de "vagabundo" e ameaçou proibir sua entrada no condomínio. Em entrevista concedida ao Estadão em setembro, Machado afirma que levou socos na testa, no olho, no nariz - que sangrou - e na nuca, e que precisou ser trocado de função pelo restaurante para preservar sua integridade.

O garçom registrou boletim de ocorrência no dia dos fatos e também passou por perícia junto ao IML (Instituto Médico-legal), que documentou as marcas das lesões.

Como a pena máxima pelo crime de lesão corporal leve é de um ano, o processo tramita perante o Juizado Especial Criminal de Porto Feliz. No mesmo ato em que ofertou a denúncia, o Ministério Público rechaçou a possibilidade de transação penal - espécie de "acordo" feito com o órgão, no qual o acusado presta serviços à comunidade ou paga uma multa em troca do arquivamento da ação - com base nos registros criminais que pesam contra Brennand.

Ele é descrito pela Promotoria como "alguém que se vê acima das leis e da ordem e que propala inocência num contexto de fantasiosa e insubsistente perseguição".

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