Tópicos | aliados

O PMDB e o bloco político formado por PP e PROS travam uma disputa por mais espaços na reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff promoverá nas próximas semanas. Essa disputa inclui até acusações de sabotagem na liberação de emendas: os peemedebistas afirmam que o PP, que comanda o Ministério das Cidades, está barrando dinheiro para seus deputados.

Principais forças da coalizão governista na Câmara - atrás apenas do PT da presidente Dilma Rousseff -, os dois grupos têm como principal objetivo obter o controle da pasta de Integração Nacional, responsável por uma das mais importantes obras do governo, a Transposição do Rio São Francisco.

##RECOMENDA##

A ideia é acumular postos que poderão ter influência nas eleições e, assim, aumentar suas bancadas nas eleições de outubro - o tamanho das bancadas é o principal parâmetro para definir o espaço de cada partido em um governo.

Também quero

Em uma reunião nesta semana em Brasília, o bloco PP-PROS decidiu que vai reivindicar a Integração Nacional, que o PMDB dá como certo que estará em suas mãos. As duas siglas também definiram que pretendem incorporar mais um ministério e, assim, aumentar de um para três seu espaço no Executivo.

"Somos a terceira maior força da base do governo e a mais disputada pelos candidatos que vão concorrer à Presidência. Junto com o PROS, temos 58 deputados. Estamos muito próximos do PMDB", afirma o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que oferece ao governo em troca desses espaços o apoio do partido à reeleição da presidente. Em 2010, o partido ficou neutro na disputa.

O PMDB, por sua vez, afirma que abre mão da Integração Nacional desde que o PP aceite entregar o Ministério das Cidades. Nesse caso, os peemedebistas até dariam de troco o Ministério do Turismo. "Nem a Integração Nacional nem o Turismo têm execução orçamentária que atenda ao País e aos parlamentares como o Ministério das Cidades", afirma o líder peemedebista na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ). "Se o PP quiser fazer a troca, está feito", avisa o parlamentar.

Orçamentos

A troca, rejeitada pelo PP, interessaria porque Cidades tem muito mais condições de investimentos nas bases eleitorais do que Integração Nacional. A pasta tem orçamento previsto para este ano de R$ 22,98 bilhões, sendo R$ 6,92 bilhões para investimentos. É nela que estão os recursos para programas de alto apelo eleitoral, como o Minha Casa Minha Vida.

Só para saneamento básico, para onde os parlamentares indicam boa parte de suas emendas, estão reservados R$ 3,35 bilhões neste ano. Já infraestrutura urbana, outro alvo preferencial das emendas de deputados e senadores, terá R$ 1,07 bilhão. A Integração Nacional contará neste ano com orçamento de R$ 8,45 bilhões, dos quais R$ 6,56 bilhões para investimentos.

Cidades leva outra vantagem pelo retorno imediato em termos de votos, pois suas obras são mais visíveis ao eleitor, como casas, saneamento e asfalto nas ruas, que podem ser concluídas em curto espaço de tempo, enquanto a Integração trata de construções demoradas, como a transposição do São Francisco e semelhantes, que beneficiam locais muito específicos.

Foi justamente o direcionamento desses recursos para as bases eleitorais que inaugurou neste ano o embate entre as duas siglas. Cunha acusou o Ministério das Cidades de segurar o repasse de cerca de R$ 18 milhões em emendas de parlamentares do PMDB, beneficiando os do PP.

Argumentos

Os líderes do PMDB e do PP deixaram claro que vão jogar com todas as armas que possuem para conseguir os ministérios em disputa. "O PMDB já indicou o vice Michel Temer para a chapa da presidente Dilma Rousseff que vai disputar a reeleição. Nós, com a força que temos, merecemos a Integração. O que está em jogo é o espólio do PSB, que saiu do governo em setembro e deixou vagos os ministérios da Integração e dos Portos. Somos maiores do que o PSB e só tínhamos Cidades.

Agora, é nossa vez de pegar a Integração", diz Ciro Nogueira. "Não se trata de uma reforma ministerial, de uma mexida de ministros, mas de um destino aos ministérios que eram do PSB. E a Integração deverá ficar com o PMDB", afirma Eduardo Cunha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para evitar problemas nos Estados em que o PSB filiou políticos de centro-direita, como o grupo do ex-senador Jorge Bornhausen (ex-DEM e ex-PSD), em Santa Catarina, e do ex-senador Heráclito Fortes (ex-DEM), no Piauí, a Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva, se comprometeu a não cobrar publicamente que integrantes do novo partido aliado revelem seu histórico político. Do mesmo modo, o PSB não vai exigir o currículo de nenhum dos participantes da Rede.

"O PSB é que decide quem integra o partido. Nós respeitamos isso porque não é um problema nosso. E o PSB respeitará os nossos militantes", disse o coordenador de organização da Rede, Pedro Ivo, após reunião com o primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira. Foi o encontro inicial dos dirigentes da Rede e do PSB para tratar das questões estaduais.

##RECOMENDA##

De acordo com os dirigentes, será feita uma radiografia da situação dos dois partidos nos 26 Estados e no Distrito Federal. No sábado, 5, Marina Silva anunciou a entrada no PSB, dois dias depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter rejeitado o registro de criação da Rede.

Pelo acordo com o PSB, a Rede continuará funcionando como partido, com estatuto próprio. Para a eleição presidencial do ano que vem, será feito um programa conjunto.

O coordenador será o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, conforme adiantou segunda-feira, 7, a reportagem. Coelho deixou o governo da presidente Dilma Rousseff há oito dias. Ele ocupava a pasta de Integração Nacional.

No encontro de ontem, 8, Siqueira convidou a Rede a participar informalmente da direção do PSB. O convite será submetido aos integrantes da Executiva da Rede, que fará uma reunião nesta quarta-feira, 9, em Brasília, para deliberar sobre o assunto.

Empresariado. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato à Presidência da República, ligou ontem para Marina para convidá-la a participar de uma reunião com empresários amanhã, 10, em São Paulo. A ideia é estreitar relação com a ex-senadora, que deve ser vice na chapa. Na terça-feira, 15, os dois devem ter um novo encontro. Marina aproveitará um compromisso marcado em Pernambuco para se encontrar mais uma vez com Campos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

[@#video#@]

Os Estados Unidos descartaram uma ação militar unilateral contra a Síria. O governo americano discute possíveis ataques contra o país com aliados internacionais.

##RECOMENDA##

Além de Washington, França e Grã-Bretanha estão convecidas da responsabilidade do regime sírio, no massacre de centenas de pessoas, por supostas armas químicas perto de Damasco na semana passada. O presidente francês, François Hollande, convocou uma sessão de emergência no parlamento para discutir a questão.

Já em Londres o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que vai convocar uma sessão do parlamento, para esta quinta-feira, sobre a resposta do Reino Unido aos supostos ataques com armas químicas na Síria.

O governo dos Estados Unidos descarta uma ação militar unilateral contra a Síria e está consultando seus aliados sobre potenciais ataques punitivos que podem durar mais do que um dia, afirmou um graduado funcionário governamental nesta quarta-feira.

"Qualquer ação militar não será unilateral. Ela deve incluir parceiros internacionais", disse a fonte, que falou em condição de anonimato. Fonte: Dow Jones Newswires.

##RECOMENDA##

A Assembleia Legislativa der Pernambuco (Alepe) retomou nesta quinta-feira (1), as atividades do segundo semestre após um mês de recesso. A abertura dos trabalhos foi realizada pelo presidente Guilherme Uchoa (PDT). No discurso ele pontuou a cobrança da população nas manifestações das ruas, lembrou dos trabalhos dos próximos meses e citou mais de uma vez o governador Eduardo Campos (PSB).

O pedetista ressaltou o retorno das atividades diárias e descreveu as ações de cada encontro parlamentar. “Neles estamos propondo, examinando e aprovando projetos voltados ao desenvolvimento de Pernambuco e, portanto, dando melhores condições de vida à população do nosso Estado”, frisou.

##RECOMENDA##

O clamor das ruas exposto nos últimos meses em inúmeras cidades do Brasil foi um dos assuntos tocados pelo parlamentar. “O Brasil vive um novo momento histórico com manifestações e reivindicações populares. Cabe à classe política, governos, gestores e parlamentares dar respostas. É preciso de um agenda positiva”,  declarou.

Guilherme Uchoa aproveitou o espaço para elogiar o governador Eduardo Campos político que apóia abertamente. “Temos o governador mais bem aprovado do País. Pesquisa do Instituto Maurício de Nassau mostra que o eleitor recifense aprova seus deputados estaduais. Certamente esse cenário contribuiu para que as manifestações populares recentes (...) tivessem um desenrolar de diálogo e parceria”, lembrou.

Ainda citando Campos, o presidente da Casa Joaquim Nabuco frisou que “sob o comando do governador Eduardo Campos, o Estado de Pernambuco não fugirá de suas obrigações. Este Legislativo se junta aos demais poderes Executivo e Judiciário neste compromisso”, prometeu.

Outros assuntos abordados durante a fala de Uchoa foi à visita do Papa Francisco ao Brasil, a morte do cantor Dominguinhos e pautas a serem discutidas na Alepe como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a revisão do Plano Plurianual (PPA).

A queda de 14 pontos porcentuais em três semanas no índice de aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tirou os tucanos paulistas da zona de conforto. Acuado pelas manifestações que colocaram em xeque a classe política, o PSDB busca um discurso eleitoral incisivo para a disputa do ano que vem para o Palácio dos Bandeirantes ao mesmo tempo em que tenta evitar fissuras em sua base aliada. Nesse ponto, o que mais preocupa é a posição do PRB. O partido do ex-deputado Celso Russomanno selou em maio um acordo com os tucanos e prometeu tirar sua maior estrela da disputa pelo governo em 2014.

Com isso, ficaria mais difícil a realização de um segundo turno. Depois das manifestações, o PRB começou a repensar a estratégia ao concluir que Russomanno podia, como disse ao Estado um dirigente do partido, "capitalizar a voz das ruas".

##RECOMENDA##

Além da costura partidária, o PSDB está em busca de bandeiras para a disputa. A avaliação dos tucanos é que a tradicional campanha focada na realização de obras não surtirá o mesmo efeito. Enquanto o governo federal é cobrado até por aliados, como o PMDB, a reduzir o número de ministérios, o governador é cobrado por todos os lados a promover reforma administrativa que reduza drasticamente o tamanho da máquina, hoje com 26 secretarias, 16 fundações e 23 autarquias. Dirigentes partidários, parlamentares e secretários tucanos ouvidos pelo Estado avaliam que as medidas tomadas até agora - após as manifestações - são insuficientes.

O temor é que a campanha pela reeleição perca o discurso da austeridade para o PT caso a presidente Dilma Rousseff aproveite sua anunciada reforma ministerial para reduzir o número de pastas na Esplanada dos Ministérios. Na semana passada, Alckmin acabou com a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano e transferiu suas atribuições para a Casa Civil. Além disso, vendeu um helicóptero e uma frota de carros para compensar o recuo no aumento das tarifas de metrô e trem. "No caso de São Paulo, ele (Alckmin) pode mexer mais na administração pública. Há espaço e é possível fazer isso. Eu mesmo já lhe sugeri que pode restringir o número de secretarias", diz o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou na tarde desta quinta-feira, 27, que a "interpretação amplamente majoritária" dos presidentes dos partidos da base aliada, que se reuniram com a presidente Dilma Rousseff, é de que o plebiscito é o instrumento para a participação popular no debate sobre uma reforma política.

"Diria que houve uma grande convergência, companheirismo e atitude solidária em relação à agenda, aos pactos e aos objetivos", afirmou o ministro, ao final do encontro no Palácio do Planalto. Segundo informações do Planalto, participaram da reunião os presidentes do PR, Alfredo Nascimento; do PTB, Benito Gama; do PDT, Carlos Lupi; do PP, Ciro Nogueira; do PSB, Eduardo Campos; do PSD, Gilberto Kassab; do PRB, Marcos Antonio Pereira; do PCdoB, Renato Rabelo; do PT, Rui Falcão; e do PMDB, Valdir Raupp.

##RECOMENDA##

Segundo Mercadante, o financiamento das campanhas eleitorais e o sistema de votação foram as duas diretrizes essenciais discutidas na reunião. Ele disse que a presidente continuará a ouvir as lideranças do Congresso para aprofundar a reflexão. "Essa proposta vem no sentido de fortalecer as instituições democráticas", disse.

O ministro disse que, a partir do plebiscito, o Congresso terá de trabalhar nas diretrizes a fim de implantar a reforma política. "Todos aqueles que têm interesse neste debate, terão espaço concreto de atuação", afirmou, ao destacar que não são todos os cidadãos que vão se interessar pela consulta popular.

Mercadante reafirmou que Dilma disse no encontro que é importante ouvir o "sentimento das ruas" e lembrou que o pacto anunciado pela presidente na segunda-feira já começa a ter "resultados importantes". Ele exemplificou essa mudança mencionando a redução das passagens de transporte coletivo e os pedágios, a derrubada pela Câmara dos Deputados da PEC 37, que restringiria o poder de investigação do Ministério Público, e a decisão do Supremo Tribunal Federal que determinou a prisão do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), condenado por formação de quadrilha e peculato.

Oposição

Mercadante afirmou ainda que não acredita que haverá dificuldades de diálogo com a oposição sobre o tema. O encontro, segundo ele, será em breve. Os partidos oposicionistas têm defendido o referendo, ao invés do plebiscito, como a melhor forma de consulta popular para debater o assunto.

Depois da reação do Congresso e de recuar da proposta de uma assembleia constituinte, a presidente Dilma Rousseff convidou líderes da base aliada e da oposição para discutir, no Palácio do Planalto, como realizar o plebiscito sobre reforma política.

A ideia inicial era reunir lideranças do governo e da oposição. Mas houve uma certa resistência dos oposicionistas e Dilma resolveu antecipar - para as 11 horas desta quinta-feira, 27, - a reunião com os partidos que a apoiam. À tarde, ela recebe os líderes partidários da Câmara e, depois, do Senado. Os líderes da oposição ficaram para amanhã, 28.

##RECOMENDA##

Dilma fez questão de abrir o leque de parlamentares governistas para fazer um afago na sua ressentida base política. Para tanto, marcou encontros separados com deputados e com senadores. Mesmo sabendo que os parlamentares nordestinos já estão envolvidos com as tradicionais festas juninas, a presidente, por meio de ministros e assessorias, apelou às lideranças para que não deixem de comparecer, para se dar prosseguimento às discussões sobre a reforma política e discutir os procedimentos para "atender ao apelo das ruas". Dilma tem pressa na elaboração das perguntas a serem feitas no plebiscito e quer encaminhá-la já com um consenso, para evitar resistências.

Mesmo entendendo que é difícil conseguir apoio da oposição, a presidente insiste na participação de todos, por considerar que essa é uma questão acima dos partidos. "Todos os partidos serão formalmente convidados a apresentar suas propostas", disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. De acordo com o ministro, que atua como espécie de porta-voz de Dilma no assunto, não houve nenhum tipo de discriminação.

"Querermos que todos possam contribuir", insistiu o ministro.

Oposição. O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse não estar disposto a ir ao Planalto sem uma pauta definida. "Não fomos convidados para nenhuma reunião e, se formos, vamos convocar a Executiva do PSDB para avaliar a pauta. Se for só para tomar cafezinho e ficar ouvindo essa loucura de proposta sobre plebiscito, não dá", disse Aloysio. Antes de ser presidente, Luiz Inácio Lula da Silva também dizia que só havia sentido conversar com o governo em torno de uma pauta.

Aloysio definiu a ideia de convocar um plebiscito como "manobra diversionista" do governo para abafar a crise política. "Antes de pedir que o Congresso convoque um plebiscito, Dilma deve dizer o que pretende com isso".

O plano da oposição, disse ele, é aproveitar a onda de protestos nas ruas para expor o que chama de "fragilidades" da gestão Dilma. "A inflação não está em alta por falta de reforma política, nem os 39 ministérios são exigência desse sistema", advertiu, "Os problemas de corrupção também não decorrem do sistema eleitoral."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio a um debate interno sobre o papel do ex-governador José Serra no PSDB, aliados do senador mineiro Aécio Neves (MG) defenderam ontem que o presidenciável mineiro seja eleito presidente do partido e não admitem que o cargo seja cedido ao paulista numa negociação interna. Já o governador Geraldo Alckmin seguiu linha diferente: em reunião com a bancada de deputados federais do PSDB, adotou cautela e disse avaliar que a presidência do partido pode não ser boa para Aécio.

O senador marcou para a noite de ontem um encontro com Serra para conversar com o ex-governador sobre a participação dele no PSDB. A reunião também teria uma função diplomática para tentar reverter mal-estar no partido - e foi defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como forma de buscar uma unidade interna.

##RECOMENDA##

No final da semana passada, aliados do ex-governador pediram a presidência do PSDB para Serra, como revelou o Estado na edição de sábado. O tucano disse que não autorizou ninguém a negociar em seu nome e não declarou se teria interesse no cargo. O ex-governador tem mantido conversas com o PPS e ameaça deixar o PSDB.

Em almoço com os parlamentares paulistas no Palácio dos Bandeirantes, Alckmin disse que a presidência do partido pode ser uma fonte de problemas burocráticos para Aécio e que o senador deveria agora se dedicar a percorrer o País. Declarou ainda que a disputa pela Presidência da República é mais que uma disputa interna. Dois parlamentares argumentaram e disseram que a nomeação de Aécio para a presidência do partido já estava avançada e que não havia mais como o senador recuar.

"Alckmin não quer deixar Aécio na zona de conforto", afirmou um dos participantes do encontro. Alckmin é potencial candidato à Presidência em 2018 e não tem interesse em entregar o controle total do partido para o grupo de Minas.

O governador, no entanto, não mencionou sua opinião sobre a indicação de Serra para a presidência do PSDB. No Palácio dos Bandeirantes, os tucanos defendem que o ex-governador seja indicado para o Instituto Teotônio Vilela (ITV), centro de estudos do partido. Em 2011, a direção do partido estudou entregar o cargo a Serra, mas o posto ficou com o ex-senador Tasso Jereissati (CE), aliado de Aécio.

Mesmo os tucanos de Minas Gerais admitem que será necessário "integrar Serra ao projeto partidário" com o objetivo de unificar o PSDB, mas esperam que o ex-governador apresente abertamente suas pretensões políticas antes de abrir espaço para ele na direção da sigla. Os aliados do senador acreditam que uma articulação mais suave deve ser conduzida pelos tucanos de São Paulo: Alckmin e FHC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com intuito de conter rebeliões da base aliada que possam prejudicar o projeto da reeleição de Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem a mais contundente declaração aos partidos da coalizão, interpretada como um recado direto ao governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos: "Se alguém quiser romper conosco, que rompa".

Lula fez a afirmação numa reunião fechada do Diretório Nacional do PT, em Fortaleza. "Não queremos romper com ninguém. Queremos fortalecer, só que não podemos impedir as pessoas de fazer o que é de interesse dos partidos políticos. O ideal é que a gente consolide as forças políticas que estão ajudando esse país a mudar", acrescentou. Campos estuda a possibilidade de se lançar candidato à Presidência, mas não quer antecipar a decisão para 2013 e já avisou que permanecerá na base ao longo deste ano. O PSB detém dois ministérios no governo Dilma (Integração Nacional e Portos) e não pretende entregar os cargos.

##RECOMENDA##

Após a reunião do PT, em rápida conversa com jornalistas, Lula elogiou Campos, de quem disse ser "muito, muito amigo". "(O governador) tem uma personalidade que pode desejar qualquer coisa que ele queira nesse País". Mas, em seguida, afirmou ser preciso avaliar "se estrategicamente PT e PSB devem colocar em risco uma aliança que tem dado tão certo nesse País".

O petista, contudo, disse defender a "liberdade incondicional de cada partido de fazer o que bem entenda" e declarou que não impediria qualquer aliado de se candidatar. "Teimei muitas vezes, perdi muitas vezes até chegar à Presidência da República. Portanto, eu jamais tomaria qualquer atitude para impedir que um companheiro fosse candidato a presidente."

Em Pernambuco, Eduardo Campos criticou o PT por ter antecipado a campanha presidencial (leia abaixo). Lula lançou Dilma à reeleição na festa de 33 anos do PT, comemorada no dia 20 de fevereiro. Desde então, o ex-presidente tem enaltecido os partidos que integram a base aliada e reafirmado a tese de que o "êxito" dos governos petistas se deve ao amplo leque de alianças que ele construiu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No dia em que o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino evitaram nessa segunda-feira (17) dar declarações à imprensa e preferiram ouvir manifestações públicas de aliados contra a decisão da Corte de determinar a perda de mandato de parlamentares condenados no processo, em evento em São Paulo. Também considerado culpado pelo STF, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) participaria do debate, mas não apareceu no Sindicato dos Engenheiros.

Aos jornalistas, Genoino afirmou que havia comparecido ao evento somente para ouvir. Hoje suplente de bancada do PT, o ex-presidente do partido terá direito a assumir uma cadeira em 2013. A decisão de ontem do STF impediria a posse de Genoino.

##RECOMENDA##

"Não posso comentar decisão do Supremo", afirmou Dirceu. O ex-ministro disse que só voltaria a falar com a imprensa no ano que vem: "Depois do Natal, do ano-novo, das festas de fim de ano, vou dar muita entrevista. Vocês vão se cansar de me ouvir. Até lá, vou descansar".

Na saída, comentou com Ari Sérgio, militante petista: "Agora o importante é reforçar o Marco Maia e depois é ir para a rua". Ele se referia ao presidente da Câmara, que se manifestou contrário a acatar a decisão do STF de barrar os mandatos dos parlamentares condenados.

Um dos temas que Dirceu pretende abordar daqui para frente é uso de dinheiro público no esquema de compra de apoio no Congresso no primeiro governo Lula. Para os petistas, há provas de que os R$ 73,8 milhões do fundo Visanet foram usados em ações de publicidade.

Outro participante, o ator José de Abreu, disse estar preocupado com "a volta da delação como um ato eticamente perfeito", em referência à delação em que o empresário Marcos Valério disse ter pago despesas pessoais de Lula, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo. O ator usou a frase que desde a semana passada é replicada nas redes sociais e, ontem, foi cantada por integrantes da União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B. "O presidente Lula não vai precisar sair do Instituto Lula. Quem vai defendê-lo somos nós! O Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Os partidos da base de apoio à presidente Dilma Rousseff vão governar 99% do eleitorado dos municípios do Rio de Janeiro a partir de 2013, fato que transformará o Estado comandado pelo peemedebista Sérgio Cabral no mais governista do Brasil.

O triunfo do PMDB na capital, onde Eduardo Paes foi reeleito, e em grandes municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, fará com que o partido governe a maioria absoluta (55%) do eleitorado do Rio.

##RECOMENDA##

Pouco mais de 1% do eleitorado ficará sob o comando de três partidos de oposição: PSDB (0,78%), DEM (0,37%) e PPS (0,16%). O restante será pulverizado entre as demais legendas governistas, com destaque para o PR (10%), PT (7%) e PDT (5%).

O encolhimento da oposição foi significativo: em 2008, os mesmos PSDB, DEM e PPS elegeram prefeitos de cidades que comportavam 10% do eleitorado fluminense.

O mapa eleitoral do Rio, com um PMDB forte e uma oposição praticamente desaparecida, deixou Cabral na posição de aliado-chave de Dilma e reforçou seu cacife para 2014. Eduardo Paes, eleito no 1.º turno com a maior votação do País, chegou a lançar o governador como vice em uma eventual chapa de reeleição da presidente, no lugar de Michel Temer.

A iniciativa causou mal-estar na cúpula peemedebista. O próprio Cabral teve de vir a público para afirmar que não postula o cargo. Em um almoço com Temer, o governador e o prefeito eleito acabaram defendendo a reedição da chapa presidencial que venceu em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O Planalto orientou a equipe econômica a apressar o repasse dos primeiros recursos disponíveis de emendas parlamentares a partidos aliados. Enquanto PTB, PT, PMDB e PSB, maiores legendas governistas, receberam garantia de liberação neste começo de mês, de um total de R$ 20 milhões em emendas individuais, os oposicionistas PSDB, DEM, PPS e PSOL não conseguiram promessa de uma única moeda. A estratégia do governo é evitar que sua base de sustentação no Congresso rache com a aproximação das eleições.

Na última terça-feira, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, anunciou que os 513 deputados e 81 senadores - oposicionistas ou aliados - terão a liberação de suas emendas. Cada um pode apresentar projetos para receber até R$ 4,5 milhões. Até o momento, no entanto, as garantias só estão sendo concedidas a aliados.

##RECOMENDA##

Os empenhos aumentaram nas últimas semanas, quando os aliados recrudesceram a pressão contra o governo nas votações no Congresso. O governo apressou-se porque a Lei Eleitoral determina que as liberações antes das eleições ocorram até amanhã, 3 meses antes do pleito. Em junho, o governo se comprometeu a liberar volumes significativos para o PMDB (R$ 18 milhões); PP (R$ 13 milhões); PR (R$ 8 milhões); PT (R$ 7,9 milhões) e PSB (R$ 7,8 milhões). Já a oposição não atingiu muitos dígitos. PSOL não recebeu garantias. O PSDB conseguiu o empenho de apenas R$ 9,3 mil. Melhor sorte tiveram o PPS, R$ 705 mil, e o DEM, R$ 135 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Insatisfeitos com o tratamento dispensado pela presidente Dilma Rousseff, os aliados do governo no Congresso insistem na liberação de recursos para obras nos municípios referentes ao Orçamento do ano passado - como prometeu o Planalto.

A pressa se deve à proximidade da disputa eleitoral - e da regra que proíbe os repasses das verbas três meses antes das eleições. Nesse sentido, a Comissão de Finanças e Tributação aprovou, ontem, duas emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que tiram poderes do Executivo e aumentam despesas sem sua autorização.

##RECOMENDA##

Uma das emendas abre caminho para o aumento salarial dos servidores do Judiciário - a proposta autoriza Judiciário e Legislativo a incluir no Orçamento da União recursos para essas despesas sem aval do Executivo. Nos limites aprovados, o Judiciário fica autorizado a gastar em torno de R$ 5,44 bilhões com o reajuste salarial em 2013. Esse aumento pode chegar, em alguns casos, a 56% do salário atual. A estimativa de aumento de gastos públicos é de R$ 7,7 bilhões. O Legislativo, de acordo com o texto, terá R$ 1,6 bilhão para o mesmo fim.

"A proposta permite que os Poderes insiram na lei orçamentária suas expansões de despesa. Isso vai dar concretude à autonomia financeira e orçamentária dos Poderes da República, que hoje não existe", afirmou o deputado João Dado (PDT-SP), um dos autores da emenda. Atualmente, diz ele, o Judiciário e o Legislativo são dependentes.

Em outra frente, a Comissão de Finanças e Tributação aprovou emenda à LDO criando um fundo de R$ 1 bilhão para projetos do Legislativo e do Judiciário que tenham impacto financeiro, e sem previsão no Orçamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra minimizou hoje o impacto da crise entre o governo Dilma Rousseff e os partidos da base aliada na disputa eleitoral paulistana. Serra disse que sua campanha não deve ser favorecida pelas disputas em Brasília - que aparentemente prejudicariam o pré-candidato petista Fernando Haddad. "Não creio que haja uma relação tão direta assim", afirmou, após evento partido na zona leste de São Paulo.

A mesma opinião tem o senador Aloysio Nunes (SP). Presente no mesmo encontro, ele afirmou que as esferas municipais e federal têm dinâmicas muito diferentes. Ressaltou, no entanto, que a rebelião na base aliada do governo federal escancara que é problemático o modo de o PT fazer alianças, que classificou de fisiologismo. "Esse fisiologismo pode funcionar bem por apenas um certo tempo. O apetite dos partidos é sempre maior que o alimento disponível. Aí é que começa a briga", disse.

##RECOMENDA##

Contudo, o deputado estadual Orlando Morando, um dos coordenadores da pré-campanha de José Serra, acredita que o "desentrosamento" entre o governo Dilma e a base aliada deve favorecer os partidos que fazem oposição ao PT. "Não pautamos nossa campanha imaginando problemas do outro, mas com certeza essa situação pode gerar um dividendo para quem é oposição ao PT", disse.

Depois de contar com a ajuda preciosa de governadores e líderes políticos de vários partidos para construir seu PSD ao longo do ano passado, 2012 chega para o prefeito de São Paulo e presidente da nova legenda, Gilberto Kassab, como a hora do acerto de contas. O pagamento pela boa vontade dos aliados virá nas eleições municipais deste ano, com o PSD dando apoio aos candidatos dos padrinhos que o ajudaram Brasil afora.

Será assim na Bahia do governador petista Jacques Wagner, que cedeu ao partido de Kassab até seu vice Otto Alencar, um ex-carlista cooptado pelo PT. Lá o PSD vai trabalhar pelo petista Nelson Pelegrino a prefeito de Salvador.

##RECOMENDA##

Do mesmo modo que, no Rio de Janeiro, a gratidão ao apoio sem exigências do governador Sérgio Cabral (PMDB) virá na campanha da reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

A situação se repete em Pernambuco, onde a ordem é seguir as instruções do governador Eduardo Campos (PSB), especialmente em se tratando da prefeitura do Recife. Igualmente no Ceará, onde o governador socialista Cid Gomes ajudou a montar o PSD.

Na verdade, a operação cearense foi comandada pelo irmão do governador e ex-candidato a presidente Ciro Gomes, que sangrou o PSDB do ex-aliado Tasso Jereissati para engordar a nova legenda.

Apoio tucano

Mas a extensa lista de credores também inclui o PSDB. No Pará, o maior aliado de Kassab na construção do PSD foi o governador tucano Simão Jatene.

Da mesma forma, no Paraná do governador Beto Richa, o partido nasceu como força política auxiliar do PSDB. Em Minas Gerais, a sigla já surgiu abrigada no secretariado do governo Antonio Anastasia, quando o secretário de Gestão Metropolitana e deputado federal Alexandre Silveira trocou o PPS pelo PSD.

Não por acaso, a exceção ao quadro geral é São Paulo, onde Gilberto Kassab acumula o comando do PSD nacional, com o estadual e com o municipal. É em território paulista que ele tem de garantir, desde já, sua sobrevivência política em 2014.

Um de seus aliados diz que foi diante da dificuldade de obter espaço no projeto futuro do tucanato que ele fez aceno ao PT. A expectativa é de amarrar o quanto antes a vaga ao Senado por São Paulo.

Voo solo

Os casos em que o PSD estará solto para construir o projeto eleitoral que bem entender são raros. Projetos próprios terão mais espaço no Amazonas e em Santa Catarina, únicos Estados comandados por governadores do PSD, Omar Aziz e Raimundo Colombo, respectivamente.

A regra também vale para o Rio Grande do Sul, onde a legenda se formou sem o apoio de nenhuma liderança gaúcha importante.

Se o partido ganhar na Justiça o direito de levar os votos e o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão dos que migraram de outras legendas, o projeto é lançar a candidatura do deputado federal Danrlei de Deus em Porto Alegre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A posse do senador João Capiberibe (PSB-AP), prevista para amanhã, descortina uma intensa articulação nos bastidores comandada pelo líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), para neutralizar as perdas da bancada decorrentes do efeito Ficha Limpa. Depois de perder dois aliados, para dar posse a políticos barrados pela Justiça Eleitoral, Renan já anunciou a reposição de um dos quadros e negocia a filiação de mais dois.

Renan movimenta-se para continuar à frente da bancada mais forte do Senado. Mas a liderança do PMDB é apenas a primeira etapa de um projeto maior: retomar a presidência do Senado, à qual renunciou em 2007 para não perder o mandato. O problema é que a bancada vem perdendo fôlego: começou o ano com 21 senadores e vai terminar com 17.

##RECOMENDA##

Antes mesmo do aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Renan já anunciou a filiação do senador Clésio Andrade (MG), que trocou o PR pelo PMDB. A adesão de Clésio repõe uma das duas vagas que o peemedebista perdeu para decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou afastar os senadores Wilson Santiago (PB) e Gilvam Borges (AP) para dar posse, respectivamente, a Cássio Cunha Lima (PB) e João Capiberibe (AP). O tucano e o socialista beneficiaram-se da decisão do Supremo que considerou a Lei da Ficha Limpa inaplicável às eleições de 2010.

Mais dois senadores do PR estão na mira de Renan: Blairo Maggi (MT) e Antonio Russo (MS). Ambos, no entanto, enfrentam dificuldades maiores que Clésio para trocar de partido. Maggi confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo sua disposição de se mudar para o PMDB, seu "partido do coração", mas ressalvou que é um projeto de longo prazo.

Renanzistas

Enquanto os reforços não chegam, Renan se movimenta, internamente, para arregimentar "renanzistas". Ele começou o ano estremecido no cargo pela formação do G-8, grupo de oito peemedebistas independentes que não aceitaram se submeter, automaticamente, à sua liderança. Para diluir a força dos inconfidentes, o líder os afaga com benesses. Há duas semanas, Renan elegeu sem dificuldades Waldemir Moka (PMDB-MS) para a segunda vice-presidência do Senado, vaga aberta com a saída de Wilson Santiago. Clésio Andrade mal chegou e já se declara "renanzista convicto".

Em outra frente, o PMDB divulgou uma nota apelando ao STF que agilize o julgamento de dois peemedebistas barrados pela Ficha Limpa e que reivindicam o mandato: Jader Barbalho (PA) e Marcelo Miranda (TO). "Queremos tratamento igual para casos semelhantes", diz o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), outro "renanzista" dedicado.

A reforma ministerial, agendada para o ano que vem, já virou pauta da conversa da presidente Dilma Rousseff com os partidos da base aliada. Hoje à noite, a presidente recebe para um jantar no Alvorada o presidente do PT, o deputado estadual Rui Falcão (SP).

Do cardápio, além da mexida na Esplanada, constavam pelo menos mais dois assuntos: uma radiografia sobre os candidatos do PT e as alianças para as eleições municipais do próximo ano e a avaliação sobre o comportamento da base aliada e dos petistas nas votações importantes da reta final dos trabalhos do Congresso - Orçamento, DRU e Previdência Complementar dos Servidores.

##RECOMENDA##

A reforma ministerial é o ponto mais encruado porque o PT não está gostando da ideia de perder ministros na fusão de algumas pastas planejada pela presidente. Já o PMDB, por meio do seu presidente, o senador Valdir Raupp (RO), reagiu provocando os petistas ao dizer que o partido "dá total apoio ao enxugamento da máquina (da Esplanada)". Ainda acrescentou: "É muito positivo e coerente agregar alguns dos 38 ministérios."

Segundo assessores da Presidência, Dilma quer aproveitar a desincompatibilização dos ministros que vão disputar as eleições municipais, no ano que vem, para fazer a reforma - é o caso do atual ministro da Educação, Fernando Haddad, que vai disputar a prefeitura de São Paulo. Além da troca desses ministros, Dilma confidenciou o plano de incorporar as mulheres no guarda-chuva do Ministério dos Direitos Humanos, dirigido por Maria do Rosário, que também abrigaria Igualdade Racial.

O PT resiste a essa fusão, alegando que esses ministérios representam "conquistas" dos movimentos sociais e custam pouco dinheiro do Orçamento. É provável que a presidente só mantenha a Secretaria de Políticas para as Mulheres por seu caráter simbólico.

Dois dias após a desistência da senadora Marta Suplicy, seus "fiéis" apoiadores anunciarão amanhã, 5, o apoio formal do grupo à pré-candidatura do ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. O encontro deve reunir sete deputados estaduais e federais em um restaurante da zona sul da capital paulista.

Os aliados de Marta se reuniram ontem e decidiram anunciar o apoio a Haddad logo após a oficialização da saída da senadora da disputa. "Hoje Haddad significa a unidade do PT", justificou o deputado federal José Mentor. "Amanhã teremos almoço para explicitar nosso apoio a ele", afirmou. Devem participar do almoço com Haddad os deputados estaduais Antonio Mentor, João Antonio, Donisete Braga, Luiz Cláudio Marcolino e os federais Cândido Vaccarezza, José Mentor e João Paulo Cunha.

##RECOMENDA##

Embora o grupo não tenha sido consultado por Marta sobre o apelo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mentor negou que os deputados tenham negociado apoio ao ministro antes da declaração da senadora. "Ficamos no aguardo dela", contou o deputado, que até o último momento manteve a coleta de assinaturas para inscrever a senadora nas prévias do partido. "Agora vamos apoiar o Haddad para ganhar a eleição", disse. Assim como a senadora não conversou com seus aliados antes de anunciar a desistência, os parlamentares preferiram não consultá-la sobre o apoio ao ministro.

Com a saída de Marta da disputa, seus aliados avaliaram que os demais pré-candidatos - os deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto e o senador Eduardo Suplicy - têm uma força política regionalizada, incapaz de levar o partido à vitória em 2012. "Qualquer candidato contra o Haddad vai perder (nas prévias)", previu Mentor. De acordo com ele, pesou na decisão dos aliados de Marta o fato de o preferido do presidente Lula para a sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) ter se firmado na disputa. "A candidatura do Haddad ganhou uma expressão grande e se consolidou no PT", avaliou.

O PT municipal encerra neste fim de semana as caravanas zonais para discutir as propostas que o partido defenderá na eleição municipal de 2012. Zarattini, Tatto, Suplicy e Haddad debaterão os problemas da cidade na Vila Matilde (hoje) e São Mateus (amanhã). O último encontro será no domingo, em Guaianases.

Eles não têm o tamanho do PT nem do PMDB, as duas maiores bancadas da Câmara, mas juntos têm força para pôr o governo contra a parede. Formada por um grupo de deputados descontentes de partidos aliados, principalmente do PR, PTB, PP e PSC, a "bancada gelatina" conta com a adesão de cerca de 80 parlamentares da Câmara. São deputados que estudam as conveniências do Planalto nas votações e têm como lema "vender dificuldades para colher facilidades".

Foi assim, na semana retrasada, na aprovação do convite do policial João Dias Ferreira e do motorista Célio Soares Pereira, que denunciaram o esquema de desvio de verbas no Ministério do Esporte, pela Comissão de Fiscalização e Controle Câmara. Mesmo depois de o Planalto ter deixado claro que não queria o depoimento de nenhum dos dois no Congresso, o presidente da Comissão, deputado Sérgio Brito (PSC-BA), uniu-se à oposição e aprovou a toque de caixa o convite - na semana passada, com a queda do ministro Orlando Silva, os depoimentos na Câmara foram cancelados.

##RECOMENDA##

No mesmo dia da aprovação dos convites, o PSC atrapalhou novamente os planos do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), de aprovar sem alterações o projeto de lei que tipifica como crime sujeito a reclusão de um a quatro anos condutas que discriminam portadores do vírus HIV. Apesar dos apelos do petista, o PSC - com a ajuda de um punhado de deputados ligados a igrejas evangélicas - mudou a proposta, que teve de voltar para nova apreciação do Senado, sem ir à sanção da presidente Dilma Rousseff.

A modificação foi apresentada pelo deputado Edmar Arruda (PSC-PR), que conseguiu retirar do texto a punição para os patrões que demitirem funcionários portadores do vírus HIV. "Esse dispositivo vai provocar uma indústria de ações trabalhistas. Não podemos imputar essa responsabilidade aos empregadores", justificou Arruda, ao defender a retirada da penalização.

Caso Garotinho

 

Nas eleições de 2010, o PSC foi um dos últimos a aderir à candidatura da petista Dilma Rousseff. Inicialmente, o partido pretendia apoiar José Serra (PSDB), mas acabou mudando de lado. Ao lado de quase duas dezenas de partidos, o PSC é um dos integrantes da folgada base de apoio do governo na Câmara, que conta quase 400 dos 513 deputados federais. Por isso, mesmo impondo algumas derrotas ao Planalto, a "bancada gelatina" não chega a incomodar os aliados do governo.

"O governo tem uma base consistente na Câmara. Não são eles que dão o tom. O governo não pode reclamar de sua vida", diz o líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP).

Um dos ícones desse grupo é o ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ). Deputado federal de primeiro mandato, ele se move na Câmara de olho na política regional e não mede esforços para atrapalhar o governo federal. Foi assim há pouco mais de um mês quando, junto com a bancada do PR, impediu que fossem votadas propostas previamente acordadas em sessões da Câmara e do Congresso.

A barganha de Garotinho foi explícita: emperrar as votações enquanto não fosse apreciado projeto que concedeu anistia para os policiais militares do Rio. A pauta só andou depois de aprovada a proposta de interesse do ex-governador fluminense.

Na semana passada, Garotinho voltou à carga. Adversário do governador carioca, Sérgio Cabral (PMDB), o deputado derrubou uma sessão do Congresso em represália à demora do envio pelo Ministério da Defesa de informações sobre voos feitos pelo seu desafeto político. Garotinho tem sucesso nas suas empreitadas porque essas sessões contam geralmente com poucos parlamentares presentes e as votações são feitas simbolicamente e por acordo. É aí que o deputado entra: pede verificação de quórum, derrubando a sessão e, concomitantemente, os planos do governo.

Com a oposição

A "bancada gelatina" acaba, muitas vezes, ajudando a oposição não só nas votações como também na obtenção de assinaturas para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou até mesmo na apresentação de emendas para tentar alterar substancialmente propostas de interesse do governo. Foi com a ajuda desse grupo, por exemplo, que os oposicionistas conseguiram assinaturas suficientes para apresentar emendas à proposta de Desvinculação das Receitas da União (DRU).

Mesmo sabendo que tem poucas chances de ver uma de suas propostas aprovadas, a oposição aproveita a insatisfação do grupo com o governo pelo atraso no preenchimento de cargos de segundo e terceiro escalão e a não liberação de emendas de parlamentares ao Orçamento deste ano. Para os oposicionistas, o lema é tentar complicar ao máximo a vida do governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando