Tópicos | Atos Golpistas

Não há uma dicotomia entre os "bolsonarismos" do Brasil, de acordo com cientistas políticos que avaliaram as reações desse espectro da direita brasileira, desde os atos terroristas em Brasília, capital federal, no último domingo (8). O que diferencia radicais de não radicais é somente a prática; no discurso, ambos os grupos, com raras exceções, se veem contemplados e justiçados na narrativa antidemocrática que chegou ao recente pico de violência.

Decerto, no eleitorado de cerca de 57 milhões de brasileiros que depositaram sua confiança no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior parte não participa do interesse no golpe. É uma convivência contraproducente: a vida seguiu para a maior parte dos bolsonaristas, mas direta ou indiretamente, os discursos que minam a credibilidade do Estado Democrático de Direito são alimentados no boca a boca e nas redes sociais. De qualquer forma, o radicalismo ainda se trata de uma bolha.

##RECOMENDA##

“A negação do governo Lula é de uma parte da população. Inseridos nesse grupo, estão os radicais, responsáveis pelos atos em Brasília. O novo governo já está tomando medidas cabíveis. Mas a construção da narrativa golpista, antidemocrática, está longe de acabar. As movimentações dos bolsonaristas devem diminuir devido à ação conjunta entre os poderes, mas os discursos, a curto prazo, não devem cessar”, salienta Alex Ribeiro, especialista em ciência e história política, e ouvido pelo LeiaJá. 

Relembrando o breve pronunciamento do presidente derrotado, que após os atos golpistas, repudiou a depredação do patrimônio público — mas não condenou a iniciativa geral —, o cientista ressaltou que, comparar os atos do domingo com situações anteriores é uma “falsa simetria”, pois existe nessas manifestações políticas um “movimento de ruptura institucional e antidemocrático”. 

“A construção do bolsonarismo teve como ápice as movimentações e os discursos nos atos em Brasília nesse último domingo. O uso da bandeira nacional, os intitulados “patriotas”, o uso de armas e a ideia do caos são elementos bolsonaristas. A prática é o terrorismo instalado nesses atos”, acrescenta Ribeiro. 

Com a repercussão negativa e internacional do caso, além da iminência da punição, a bolha bolsonarista tem procurado justificativas ou outros responsáveis pelo terrorismo no DF. De infiltrados pagos pela esquerda à “distorção da mídia” diante de supostos atos pacíficos dos patriotas, os argumentos variam. 

“É natural e esperado que exista, dentro do contexto político que o Brasil vive, essas narrativas concorrentes e que tentem terceirizar culpas e fazer esse espelhamento [em relação a atos anteriores e/ou de esquerda]. Isso é também natural também para as pessoas que, ainda que não se identifiquem com os atos de violência, se identificam com as convicções desse grupo de extrema-direita. É espero que tentem dizer que houve infiltrações e sabotagem por parte da esquerda. O que o brasileiro precisa entender é que existem limites estabelecidos no Estado Democrático de Direito e eles foram ultrapassados”, acrescenta Priscila Lapa, segunda cientista política ouvida pela reportagem. 

Diante de vídeos das forças policiais bebendo água de coco enquanto bolsonaristas destruíam o Congresso, as teorias de que a Polícia Militar do Distrito Federal foi conivente e participou, assumindo papel parcial e também golpista, ficaram mais fortes. Com as apurações em andamento e a exoneração do agora ex-secretário de Segurança Anderson Torres, as falhas de Ibaneis Rocha (MDB), da Defesa e até mesmo da Justiça, passam a ser questionadas também judicialmente.  

“Pensando em outras manifestações em que houve a repressão à altura, fica claro que [agora] houve conivência das forças de segurança para esse ato, que foi um ato contra a democracia. Se eles, que devem proteger este Estado, é porque não receberam a ordem para fazê-lo. Poderia ser um ato de qualquer lado, esquerda ou direita, um erro não vai justificar o outro. Além da questão de o Estado ter agido contra si próprio, é fundamental ver que a pauta, o que estava em jogo ali, não foi somente o não-reconhecimento de um grupo político [eleito], o que por si só já é muito grave; mas sim, a destituição, pelo uso da força, dos Três Poderes que constituem a República. O que está em jogo é a sobrevivência do modelo de sociedade vigente”, finaliza Lapa. 

LeiaJá também 

- - 'Governo cria e-mail para envio de denúncias de atos no DF

- 'Terroristas roubaram armas do GSI, revela ministro

- - 'Senado tem assinaturas para abrir CPI dos atos golpistas

 

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação contra o alto comando da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para apurar eventual omissão durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, que ocorreu ontem (8). 

A investigação foi aberta de ofício pelo coordenador de Controle Externo da Atividade Policial, procurador da República Peterson da Paula. O comandante da corporação, coronel Fábio Augusto Vieira, está entre os alvos da apuração. 

##RECOMENDA##

“Conquanto tivesse conhecimento prévio da organização desses atos e do número de manifestastes deslocados à Capital Federal provenientes de vários estados da federação, o Comando-Geral da Polícia Militar do DF deixou de adotar as medidas necessárias à manutenção da ordem e à segurança do patrimônio público possibilitando a invasão e destruição das sedes dos três poderes”, escreveu o procurador. 

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também abriu apuração e requisitou dados para análise da atuação antes e durante os ataques às instituições. Entre as informações requisitadas estão o quantitativo de policiais empregados na operação, quais as estratégias adotadas, qual o momento da constatação da adoção de atos extremistas e as medidas preventivas. 

“Se houver qualquer indício de irregularidade na atuação de qualquer uma das forças policiais do Distrito Federal, civil ou militar, o MPDFT vai abrir investigação para apuração dos fatos e das responsabilidades”, disse o órgão, em nota. 

Em imagens divulgadas pela imprensa e publicadas em redes sociais, os policiais militares presentes na Praça dos Três Poderes aparecem sem reagir diante de atos de vandalismo contra os prédios públicos. Somente depois de decretada intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal que a remoção total dos radicais foi concluída. 

Na tarde desta segunda-feira (9), o procurador-geral de Justiça do DF e Territórios, Georges Seigneur, recomendou o afastamento provisório do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, Fernando de Sousa Oliveira; do comandante-geral da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira; do comandante operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime Barreto, e do comandante do Pelotão de Choque, Gustavo Cunha de Souza.  

A recomendação foi enviada ao gabinete da governadora em exercício, Celina Leão, que assumiu o governo do DF após o afastamento por 90 dias do governador do DF, Ibaneis Rocha, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O número de pessoas ato nacional "Em Defesa da Democracia sem Anistia Para Golpistas", começa crescer na praça do Derby, área central do Recife, na tarde desta segunda-feira (9). Com a presença de apoiadores, representantes do MTST e políticos, o movimento sairá em caminhada até o Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, na área central do Recife.

Participando da mobilização para se contrapor aos atos de vandalismo em Brasília, o deputado estadual Doriel Barros (PT), também enfatizou a importância da defesa da democracia após os atos criminosos que aconteceram no domingo (8), em Brasília.

##RECOMENDA##

"A gente a partir de agora vai ver muitos movimentos como este defendendo a força da democracia com toda a força necessária porque realmente estamos vivendo um momento muito difícil no nosso País. Foi um ato convocado de última hora, mas vamos ter, daqui para frente, outros movimentos que vão estar acontecendo em Recife e no interior".

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) mencionou que 80% da população brasileira é contra o golpe e exaltou o progresso do povo a partir da democracia. “Ela [a democracia] é um bem de todas e todos nós que faz com que a gente possa trabalhar a inclusão, o progresso social, a paz”, disse.

A parlamentar criticou o ato criminoso que aconteceu em Brasília, dada a inação apontada por ela do governante distrital e das forças. “O que aconteceu ontem foi realmente uma tentativa de golpe que tem envolvido não só civis, mas fica muito claro que pessoas de algumas instituições estão envolvidas, como o próprio Governo do Distrito Federal, uma inércia das forças armadas. A gente precisa, de verdade, que o povo venha para a rua lutar por aquilo que é mais importante para a vida da cidadania brasileira: a democracia”, enfatizou. 

Por sua vez, a deputada estadual diplomada Dani Portela (PSOL) afirmou que o Ato em Defesa da Democracia é uma reação “à barbárie” que aconteceu na capital federal. “A democracia é baseada nos três poderes e foi nesses três poderes, na praça deles, que os golpistas chegaram em Brasília. É um ataque às instituições, ao Estado Democrático de Direito”.

De acordo com a parlamentar, os ataques são o “ovo da serpente do fascismo”, que foi gestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a partir de 2016, quando, ainda deputado federal, exaltou o nome de um torturador em pleno plenário do Congresso Nacional, na votação do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). “Depois ele se tornou um dos piores presidentes do Brasil. Dedicar aquele voto a um torturador e não sair preso daquele plenário já era uma demonstração de que se colocava a democracia na crise que se instaurou. Foram quatro anos de um governo negacionista que atacava as instituições”. 

“E ontem foi uma demonstração desse ódio, de mentiras construídas. Mas mais do que isso, a gente precisa olhar para as polícias do nosso País, a infiltração de extremistas dentro das polícias, a gerência dos governos dos estados e as polícias militares, porque eles foram coniventes, como as imagens mostram”, relembrou. 

Dani Portela externou que os militares culpados pelo ocorrido no domingo devem ser identificados, “sofrer processo administrativo e exoneração dos seus cargos públicos”. “Também é preciso punir todos os agentes que fizeram cenas de horror que assistimos ontem. Mas punir também os mandantes e financiadores”, complementou. 

A garantia do cumprimento do Art. 1º da Constituição Federal que trata sobre o Estado Democrático de Direito foi exaltada pelo deputado federal diplomado Pedro Campos (PSB-PE). “Aqui está acontecendo um protesto pacífico, ordeiro, que vem falando que o povo quer que seus representantes eleitos nas eleições de outubro exerçam o poder que o povo nos confiou. Tenho certeza que todos que tenham o compromisso com a democracia tem que estar presentes para garantir que o poder continue emanando do povo, e que Lula [o presidente] governe como o povo brasileiro quis que acontecesse”.

O Senado do Brasil reuniu 31 assinaturas de políticos para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos golpistas ocorridos em Brasília neste domingo (8), informam representantes da Casa à mídia brasileira nesta segunda-feira (9).

Com isso, o número mínimo de 27 assinaturas foi superado e a CPI já pode ser instaurada. Mais cedo, líderes dos partidos se reuniram com o presidente do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rego (MDB), para debater os próximos passos.

##RECOMENDA##

Já o líder da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), encerrou suas férias e antecipou seu retorno para Brasília nesta terça-feira (10).

Senadores se manifestaram nas redes sociais em apoio à CPI dos Atos Golpistas ou dos Atos Antidemocráticos. Um deles, foi o senador de São Paulo, José Serra (PSDB).

Outro foi o senador Renan Calheiros (MDB), que foi relator de outra comissão semelhante há dois anos, na CPI da Covid-19.

"Volto a Brasília para colher assinaturas da CPI que investigará golpistas e aqueles que, por ação ou omissão, ajudam os terroristas. Eles incluem Bolsonaro, o Procurador Aras, militares e políticos. No MDB vou defender a expulsão do governador do DF", escreveu no fim da manhã desta segunda-feira.

A proposta de CPI foi protocolada pela senadora Soraya Thronicke (União) na tarde do domingo. Calheiros também havia protocolado um pedido, mas a proposta dele ainda não atingiu as 27 assinaturas.

"A democracia aceita tudo, menos que acabem com ela", escreveu a senadora em suas redes sociais. Também nesta segunda-feira, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL) informou que protocolou um pedido de abertura de CPI também na Câmara.

"SEM ANISTIA! Como líder da bancada do PSOL, acabo de protocolar junto aos nossos demais parlamentares, um pedido de CPI para investigar a organização e financiamento dos atos golpistas e terroristas! Sem perdão para os crimes do bolsonarismo!", escreveu.

Confira a lista de assinantes, até o momento: 

1. Soraya Thronicke (UNIÃO-MS) 

2. Giordano (MDB-SP) 

3. Telmário Mota (PROS-RR) 

4. Eliziane Gama (CIDADANIA-MA) 

5. Davi Alcolumbre (UNIÃO-AP) 

6. Paulo Paim (PT-RS) 

7. Alessandro Vieira (PSDB-SE) 

8. Humberto Costa (PT-PE) 

9. José Serra (PSDB-SP) 

10. Marcos do Val (PODEMOS-ES) 

11. Leila Barros (PDT-DF) 

12. Fabiano Contarato (PT-ES) 

13. Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) 

14. Tasso Jereissati (PSDB-CE) 

15. Randolfe Rodrigues (REDE-AP) 

16. Jean Paul Prates (PT-RN) 

17. Flávio Arns (PODEMOS-PR) 

18. Oriovisto Guimarães (PODEMOS-PR) 

19. Margareth Buzetti (PSD-MT) 

20. Kátia Abreu (PP-TO) 

21 Weverton (PDT-MA) 

22. Jorge Kajuru (PODEMOS-GO) 

23. Mara Gabrilli (PSDB-SP) 

24. Jaques Wagner (PT-BA) 

25. Angelo Coronel (PSD-BA) 

26. Nilda Gondim (MDB-PB) 

27. Styvenson Valentim (PODEMOS-RN) 

28. Rogério Carvalho (PT-SE) 

29. Irajá (PSD-TO) 

30. Otto Alencar (PSD-BA) 

31. Eduardo Braga (MDB-AM) 

*Com a Ansa

 

O fim do Governo Bolsonaro tem sido marcado por manifestações silenciosas e uma sequência de omissões diante do próprio eleitorado. Desde a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, em outubro, bolsonaristas da ala mais radical têm fechado rodovias, promovido vandalismo e acampado em frente aos quartéis ao redor do país. O clima de descontentamento e histeria tem alimentado a narrativa de que houve fraude nas Eleições 2022, informação que já foi desmentida pelas próprias Forças Armadas. 

Chama atenção que a comunicação do atual governo, que sempre foi ativa nas redes sociais e assídua, ao menos ao dialogar diretamente com a bolha apoiadora, optou por reduzir as mensagens públicas. Até mesmo os filhos do mandatário — Carlos, Eduardo e Flávio — reduziram os embates nas redes. Em saídas recentes, Bolsonaro e a esposa, a primeira-dama Michelle, têm falado pouco e até mesmo chorado em público. 

##RECOMENDA##

Enquanto o presidente deixava uma mensagem de Natal no Twitter no último fim de semana, a Polícia Militar do Distrito Federal investigava a participação de um militante bolsonarista em uma tentativa de atentado na capital federal. As equipes desarticularam uma bomba próxima ao aeroporto da cidade e, ao investigar os envolvidos, apurou-se que o autor se tratava de um apoiador de Bolsonaro, favorável ao golpe militar e com um arsenal em casa. O caso foi apenas mais uma das ameaças antidemocráticas não abordadas pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI). 

Para a cientista política Luciana Santana, a omissão é uma forma de se reafirmar enquanto líder político dentro da própria bolha, que enxerga Bolsonaro como uma vítima do sistema e da corrupção, e como um candidato injustiçado.

“Teremos quatro anos muito difíceis porque o bolsonarismo continuará insistente e questionando o governo eleito, independentemente de qualquer coisa, e dificilmente veremos uma liderança bolsonarista, ou o próprio Bolsonaro, se posicionando contra, porque é uma forma dele se manter ainda aceso enquanto liderança no país. Ele quer ter protagonismo nos próximos quatro anos, porque quer voltar ao poder de alguma maneira”, esclareceu a especialista. A entrevista pode ser conferida na íntegra abaixo. 

— Luciana Santana, doutora em Ciência Política e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

LeiaJá: De que forma a postura conivente do presidente deve alimentar a narrativa das pessoas nas ruas? 

LS: O presidente opta por não fazer qualquer manifestação porque ele é conivente com elas. Se ele é conivente, é porque efetivamente está de acordo e, indiretamente, acaba incentivando esses comportamentos. Se a gente pode esperar que ainda aconteça algo ainda no início do próximo governo, acredito que será a presença de atos e manifestações. Vale lembrar que, a partir do dia 1º, depois da posse de Lula, há uma mudança no comando das Forças Armadas. Então, há uma tendência natural que as Forças Armadas tenham outro tipo de comportamento e comecem a dispersar as manifestações e, consequentemente, esses tipos de comportamento. 

LeiaJá: O governo eleito terá condições de dobrar o bolsonarismo a partir de 2023? 

LS: Uma desarticulação completa do bolsonarismo radical, consolidado, dificilmente vai acontecer. Não é nem o bolsonarismo que votou em Bolsonaro nas urnas, os 57 milhões de eleitores na íntegra, mas sim o bolsonarista raiz, que é uma parcela muito pequena, mas radical. O eleitor geral já entendeu que a eleição passou, que o outro governo foi eleito e que a vida segue. Ele pode até votar em alguma figura aliada até 2026, mas ao menos entende que o resultado está dado. O bolsonarismo ideológico deve seguir articulado e retroalimentado pelas redes sociais, mas creio que não ficarão mais nos quartéis. Assim como o trumpismo, nos Estados Unidos, o bolsonarismo permanecerá. 

LeiaJá: O GSI não se manifestou até agora. A postura não é anticonstitucional? 

LS: Os agentes à frente do GSI podem ser responsabilizados, desde que a Procuradoria-Geral da República abra um inquérito para investigar as omissões. Muita coisa vai acontecer no início do próximo governo, algumas ações para revogar medidas, mas mais no sentido de buscar responsabilização de vários atos, que deveriam ser tomados em termos de Estado e que simplesmente incorporaram uma veia de Governo, de forma ideológica. 

Algumas coisas Lula vai emplacar, outras não, porque ele precisa construir uma base junto ao Congresso Nacional e é preciso reconhecer que há uma composição desfavorável ao governo eleito. Ele vai precisar ter cautela e ver o que é possível fazer sem comprometer a governabilidade, então dificilmente deve acontecer um "revogaço" de uma vez. É uma oposição que Lula não teve até hoje; muito ideológica e que vai tentar atrapalhar a vida dele, especialmente no Senado. 

LeiaJá também 

- - ‘Segurança da posse será reavaliada após bomba em Brasília’ 

- ‘75% são contra atos antidemocráticos de bolsonaristas’ 

 

A governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), usou as redes sociais para repudiar a onda de violência que tomou conta das ruas de Brasília, no Distrito Federal, nessa segunda-feira (12). A menos de um mês da posse do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bolsonaristas protagonizaram atos de vandalismo, confusões e até mesmo explosões na capital federal, que recentemente recebeu Lula para a diplomação.  

Em sua mensagem pública, Lyra chamou os atos de “criminosos” e defendeu a abertura de uma investigação para punir os participantes. “Os ataques violentos que atentam contra nossas instituições, como os que se deram ontem em Brasília, precisam ser investigados e os criminosos, punidos. Força à Polícia Federal! O Brasil tem muitos problemas. O foco agora é melhorar a vida das pessoas e fortalecer a democracia”, escreveu. A candidata eleita não citou os apoiadores de Bolsonaro diretamente. 

##RECOMENDA##

A futura governadora também parabenizou Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), pela diplomação. Raquel Lyra ressaltou que o momento deve ser utilizado para debater pautas urgentes no país, como a fome e a miséria, que tiveram crescimento exponencial durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).  

“O momento é de unir o país e resolver problemas urgentes, como a fome e a miséria. É tempo de diálogo e de olhar para o que mais nos aproxima: o cuidado com as pessoas. Felicito Lula e Alckmin pela diplomação. A democracia se fortalece”, completou. 

Segundo os bombeiros do Distrito Federal, sete veículos foram incendiados, o que inclui quatro ônibus totalmente consumidos pelas chamas e um parcialmente destruído. Em um confronto entre bolsonaristas e a Polícia Federal, o cacique José Acácio Serere Xavante, conhecido como Tserere, de 42 anos, foi preso.

Ele se apresenta como líder da Terra Indígena Parabubura e pastor missionário evangélico, além de ser filiado ao patriota. De acordo com a polícia, ele foi preso por coordenar o ato golpista que terminou em confusão com policiais. 

Confira os tuítes de Raquel Lyra

[@#video#@]

LeiaJá também  

- - ‘Lira repudia 'veementemente' o vandalismo em Brasília  

- ‘Segurança de Lula fez 27 denúncias de crimes e ameaças’    

- ‘Bolsonaro não se manifestou sobre o vandalismo em Brasília’ 

 

Depois de cair em uma fake e virar piada nas redes sociais, o lutador de MMA brasileiro Vitor Belfort se pronunciou nas redes sociais nesta terça-feira (8) em um vídeo curioso. Ele compartilhou um post em que o 'general Benjamin Arola' havia declarado que o TSE teria 24 horas para explicar "o que houve nas urnas domingo (30)".

Durante o vídeo, Belfort citou Felipe Neto, disse que estava se preparando para uma luta e declarou aparentemente em tom irônico, que “a única solução para o Brasil é esse general aparecer, Benjamin Arola, ele precisa aparecer”. 

##RECOMENDA##

Bolsonarista declarado, Belfort foi ativo na campanha para o ainda Presidente da República e acabou entrando também no movimento golpista que não aceita o resultado democrativo das urnas que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva.

[@#video#@]

Um grupo de bolsonaristas está convocando a população para invadir o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) com suposto apoio de militares. Em um vídeo publicado no Facebook, Marcelo Stachin, manifestante que também tem participado ativamente dos movimentos pela criação do Aliança Pelo Brasil desde que Jair Bolsonaro (sem partido) deixou o PSL, defende o fechamento dos poderes.

Outro defensor do ato golpista é Paulo Felipe, criador dos grupos Soldados do Brasil e Voluntários da Pátria que afirma contar com apoio de apoio de militares da reserva para a invasão na qual os dois prometem “dar cabo” dos dois poderes que são alvos do grupo.

##RECOMENDA##

"Nós temos um comboio organizado para chegar a Brasília até o final dessa semana, no dia 8 de maio de 2020. Pelo menos com 300 caminhões, muitos militares da reserva, muitos civis, homens e mulheres, talvez até crianças, para virem para cá para Brasília, para nós darmos cabo dessa patifaria que está estabelecida no nosso país há 35 anos, por aquela casa maldita ali, Supremo Tribunal Federal, com 11 gângster, que têm destruído a nossa nação. São aliados com o Foro de São Paulo e o narcotráfico internacional", diz Paulo em um vídeo publicado no Facebook essa semana.

Os dois fazem parte do grupo bolsonarista chamado “300 do Brasil”, que reúne pessoas acampadas no entorno da Praça dos Três Poderes, usando fardamento militar, enviam mensagens de apoio ao presidente, atacam inimigos do governo e realizam treinamentos paramilitares secretos marcados através do Telegram. Em outro vídeo no qual afirma que fará uma “intervenção militar no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal", Paulo convoca a população a se manifestar e “avisa” que a intenção é o fechamento dos poderes.

“Se você realmente não puder vir, quando chegar o dia D, onde nós vamos invadir o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, saia para as ruas, chame seus vizinhos, pegue uma bandeira do Brasil, se manifeste. Que a imprensa internacional fique sabendo que já estamos em ação nos arredores do Congresso Nacional, a missão é o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, para que o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro possa governar", disse Paulo Felipe.

Esta não é a primeira vez que Paulo ameaça fechar o Congresso. Dois meses atrás, ele afirmou que o suposto fechamento seria realizado no dia 15 de março de 2020, dia em que foram feitas manifestações de apoio a Bolsonaro. "Vamos fechar o Congresso no dia 15 de março de 2020, não existe outra pauta, não queremos mais argumento, não queremos mais desculpas. Vamos chamar o nosso presidente, vamos chamar os nossos generais, vamos invadir o Congresso e o Supremo, não sairemos de lá enquanto aquelas duas Casa malditas não forem fechadas", afirmou ele. Não houve, no entanto, nenhum registro de tentativa de invasão ao Supremo nem ao Congresso na data.

Questionado pelo site Congresso em Foco sobre o caso por informações sobre o suposto envolvimento de militares da reserva em planos de fechamento de poderes no Brasil, o Ministério da Defesa não se posicionou até o momento.

LeiaJá também

--> Bolsonaristas furam isolamento e promovem carreata do DF

--> Bolsonaristas protestam na casa de Alexandre de Moraes

--> Bolsonarista tenta quebrar equipamento de jornalistas

[@#video#@]

 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando