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A partir deste mês, em data a ser definida, a população pernambucana maior de 18 anos poderá contribuir com o estudo da primeira vacina 100% brasileira contra a Covid-19, a Butanvac.

As fases 2 e 3 de estudo do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan ocorrerão na Fiocruz Pernambuco, onde será possível ser vacinado com o produto nacional ou com o da Pfizer. Ninguém receberá placebo.

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O objetivo é comparar a eficácia da Butanvac com a do laboratório americano em adultos. A aplicação corresponderá a quinta dose de reforço contra a doença causada pelo coronavírus.

Poderão participar aqueles que já tomaram a quarta dose há pelo menos quatro meses. Ficam de fora os quem tem alergia a ovo ou frango; pessoas com doença cardiológica, neurológica, pulmonar, hepática ou renal não controlada; gestantes e mulheres que estão amamentando.

Os participantes serão acompanhados por uma equipe multidisciplinar (médicos, biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos, etc) durante o estudo e receberão ajuda de custo.

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Além de Pernambuco, há centros de recrutamento para o estudo nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e no Distrito Federal. Serão recrutados 4.400 voluntários, sendo 400 na fase 2 e quatro mil na fase 3, com idade a partir de 18 anos.

De acordo com o pesquisador da Fiocruz PE Rafael Dhalia, resultados preliminares do estudo realizado de julho de 2021 a outubro de 2022 com 320 voluntários, em Ribeirão Preto (SP), mostraram que a vacina é segura e induz a produção de anticorpos.

Em Pernambuco, os estudos da Butanvac serão coordenados pelo Instituto Autoimune com a colaboração da Fiocruz Pernambuco.

Informações:

(81) 2123.7871

vacinabutanvac.covid19@gmail.com

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o avanço dos testes em humanos da Butanvac, potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan. Nessa nova etapa, subdividida em duas fases (II e III), planeja-se incluir mais 4,4 mil participantes.

Uma aposta do instituto para a vacinação suplementar no Brasil, a Butanvac é uma vacina recombinante de vírus inativado e cuja fabricação utiliza um processo de menor custo, semelhante ao já empregado atualmente para a vacina inativada do vírus da gripe.

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Os testes com a Butanvac começaram ainda em 2021, quando a Anvisa autorizou, em junho do ano passado, o início da Fase I. Desde então, o estudo passou por um replanejamento após o avanço da vacinação contra covid-19. Por isso, para as próximas fases, o imunizante passa a ser tratado como dose de reforço.

Com o aval da Anvisa, o Butantan está autorizado a começar os ensaios clínicos da fase II e, após apresentação e avaliação dos resultados, poderá prosseguir para a fase III. Nessas próximas etapas, os pesquisadores pretendem avaliar a imunogenicidade, que é a capacidade do imunizante de estimular a produção de anticorpos dentro do organismo.

Na fase II dos testes em humanos, serão incluídos mais 400 participantes, com idade mínima de 18 anos, dos quais 50% devem ser idosos (a partir de 60 anos), independentemente do status de infecção pelo coronavírus. Já na fase III, mais 4 mil voluntários passarão a integrar os testes, desta vez sendo 20% dos participantes idosos.

Em ambas as fases, os voluntários devem comprovar ter tomado as quatro doses de qualquer vacina contra covid-19, sendo a última aplicação administrada no intervalo entre 120 e 240 dias. O estudo será realizado em ao menos dez centros clínicos distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia.

"Para esta autorização, a Anvisa analisou os dados das etapas anteriores de desenvolvimento do produto, incluindo estudos não clínicos in vitro e em animais, bem como os dados preliminares de estudos clínicos em andamento. Os resultados obtidos até o momento demonstraram um perfil de segurança aceitável da vacina proposta", explicou a Anvisa, em nota.

De acordo com a agência, também foram realizadas reuniões junto ao Instituto Butantan com o objetivo de alinhar todos os requisitos técnicos necessários para a realização desses testes e avaliar as evidências já apresentadas.

Para a realização de qualquer pesquisa clínica envolvendo seres humanos, é obrigatória a aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEPs) e/ou da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Ainda não há previsão para conclusão dos ensaios clínicos. Se ao final de todas as etapas houver a comprovação de que os benefícios da vacina superam os riscos, a Butanvac poderá ser registrada pela Anvisa e produzida pelo Butantan para utilização no mercado brasileiro.

O cadastramento de voluntários para estudos clínicos da vacina contra a Covid-19 ButanVac, em Piracicaba, no interior paulista, começou nesta terça-feira (28). A pesquisa é conduzida pelo Instituto Butantan, em parceria com universidades norte-americanas.

Para se inscrever é preciso ter mais de 18 anos e ainda não ter se vacinado ou contraído Covid-19. Também não podem participar dos testes pessoas alérgicas a ovos ou frango, além de grávidas e lactantes. O cadastramento acontece na Alameda Melvin Jones, 91, até amanhã (29), das 8h30 às 16h30.

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Os participantes serão vacinados com a ButanVac ou com a CoronaVac. Não haverá grupo de controle com placebo. A comparação será feita entre os resultados com cinco mil voluntários imunizados com a nova vacina desenvolvida pelo Butantan e os demais imunizantes contra o coronavírus.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, Piracicaba já vacinou com ao menos uma dose 81,6% da população adulta, com aplicação de 332, 3 mil doses de vacinas contra o novo coronavírus.

Outras cidades

Em São Paulo, além de Piracicaba, os testes também estão sendo feitos em Ribeirão Preto. Também participam dos estudos clínicos voluntários das cidades mineiras de Arceburgo, Cabo Verde, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Juruaia, Monte Belo, Muzambinho, São Sebastião do Paraíso e São Pedro da União.

A ButanVac é desenvolvida por um consórcio internacional com envolvimento do Butantan, da organização Path Center for Vaccine Innovation and Access, da Icahn School of Medicine, de Nova York, e da Universidade do Texas, em Austin.

O imunizante funciona com o uso do vírus da doença de Newcastle (enfermidade que ataca aves) modificado com a proteína spike do novo coronavírus. O vírus, inofensivo para humanos, é replicado em ovos de galinha com a mesma tecnologia da vacina contra gripe.

Ensaios clínicos de fase 1 realizados na Tailândia demonstraram que a Butanvac, nova candidata à vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, é segura e tem imunogenicidade potente. Os resultados foram descritos em artigo publicado no último dia 22 na plataforma de preprints MedRxiv.

Participaram pesquisadores da Universidade Mahidol, de Bangkok (Tailândia), da Icahn Escola de Medicina Monte Sinai, de Nova York (EUA), e da Universidade do Texas, em Austin (EUA). Chamada internacionalmente de NDV-HXP-S, a Butanvac está sendo testado também no Vietnã, além de Tailândia e de Brasil.

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De acordo com o estudo tailandês, randomizado e controlado por placebo, todas as formulações da candidata à vacina foram bem toleradas nos 210 voluntários. Ao todo, 82 homens e 128 mulheres entre 18 e 59 anos tomaram duas doses com intervalo de 28 dias. Houve efeitos adversos em menos de um terço dos participantes. Os sintomas mais frequentes foram dor e sensibilidade (mais comuns nos que receberam a maior dosagem), fadiga, cefaleia e mialgia.

Para o médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina, o número de participantes para fase 1 não só é adequado, como o sucesso da Butanvac na fase 1 era esperado. Isso porque, explica, "os estudos pré-clínicos indicam como caminharão os testes em fase 1 e 2", o que acaba evitando grandes surpresas.

"O problema poderá ocorrer na fase 3", relata Vecina, dando destaque para a etapa que indica a eficácia da vacina contra a covid-19. Tradicionalmente, a fase 1 de um ensaio clínico atesta apenas a segurança de uma vacina e sua seleção de dose, ou seja, qual a dosagem que desperta a melhor resposta no organismo.

Com base nos resultados do estudo, as formulações de 3 µg e 3 µg mais adjuvante foram selecionadas para serem avaliadas na próxima etapa do ensaio clínico, a fase 2.

"Mostramos que a vacina candidata NDV-HXP-S inativada tem um perfil de segurança aceitável e é altamente imunogênica. Esta vacina pode ser produzida a baixo custo em qualquer instalação projetada para a produção de vacina inativada do vírus da influenza", dizem os autores no artigo.

Ensaios clínicos no Brasil

No Brasil, os ensaios clínicos da Butanvac também já estão em andamento. A etapa A da fase 1 está sendo realizada em Ribeirão Preto (SP), Guaxupé (MG), São Sebastião do Paraíso (MG) e Itamogi (MG). Para participar, é preciso ter mais de 18 anos, nunca ter tido covid-19, não ter sido vacinado contra o SARS-CoV-2, não ser alérgico a ovos e frango e não estar grávida ou ser lactante. Na etapa B, poderão participar inclusive pessoas vacinadas ou que já tenham sido infectadas pelo SARS-CoV-2, informou o Instituto Butantan.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Instituto Butantan a utilizar a Coronavac no lugar de placebos nos testes clínicos da Butanvac, a vacina brasileira contra a Covid-19 em desenvolvimento pela entidade paulista. De acordo com a Anvisa, o Butantan solicitou a alteração no estudo clínico alegando dificuldades na mobilização de voluntários para estudos com placebo.

Na prática, o grupo que receberia a substância sem efeito farmacológico receberá uma "vacina de comparação" - no caso, a Coronavac, fruto de parceria do Butantan com o laboratório chinês Sinovac.

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A Butanvac é candidata a ser a primeira vacina nacional contra o novo coronavírus e, de acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também protegerá contra o H1N1. A ideia do governo paulista é utilizar o imunizante já em 2022, quando pretende revacinar a população contra a covid-19.

Os testes da Butanvac devem envolver seis mil voluntários com 18 anos ou mais e ter duração de 17 semanas.

O governador João Doria (PSDB) participou ontem de manhã do início dos testes clínicos da vacina Butanvac, no hemocentro do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. Produzido pelo Instituto Butantan, o imunizante é um dos candidatos a vacina com fabricação 100% nacional. No evento, Doria e Dimas Covas, diretor do Butantan, reforçaram a importância do produto para contribuir com a revacinação dos brasileiros em 2022.

Na cerimônia de ontem ainda não houve aplicação de doses. Seis voluntários começaram a passar por exames para poder receber a Butanvac, que começará a ser aplicada em participantes dos ensaios clínicos nos próximos dias. Na quarta-feira, a Anvisa autorizou o início dessa etapa após o Butantan encaminhar novos documentos que a agência havia solicitado. Até o fim dos testes para a liberação da vacina, o número de voluntários deverá chegar a ser dez vezes maior que o atual.

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Nesta primeira etapa, os voluntários estão divididos em quatro grupos. O grupo 1 será vacinado com um micrograma; três microgramas serão aplicados no grupo 2. Já o grupo 3 vai receber 10 microgramas. O quarto grupo é vacinado com placebo. Os voluntários não ficam sabendo em que grupo estão. A partir daí, passam a ser avaliadas a segurança da vacina e qual a dosagem do imunizante que será incorporada à vacina definitiva.

Nas etapas seguintes, a Butanvac será avaliada em relação à resposta imune que produz. A previsão é de que os estudos levem aproximadamente 17 semanas. Como o Estadão mostrou, o Butantan quer encurtar a Fase 3 dos ensaios. A Anvisa, no entanto, afirma que ainda não há "consenso científico" sobre esse novo modelo de testagem.

A Butanvac pode ser a primeira vacina com o princípio ativo, o IFA, produzido no Brasil. Para a produção da Coronavac, por exemplo, esse componente precisa ser importado da China. Além de facilitar a produção no País, a novidade deve reduzir bastante o custo de produção dessa vacina. O Butantan já tem 10 milhões de doses prontas para aplicação.

Coronavac

No evento, Covas voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro, que tem divulgado mentiras sobre a Coronavac, também produzida pelo Butantan. O diretor do instituto ressaltou estudos recentes, no Chile e na Turquia, que apontam a eficácia dessa vacina. E Doria comentou a pesquisa Datafolha divulgada anteontem, que aponta alta rejeição ao presidente da República. Segundo ele, Bolsonaro "está recebendo o que merece: o desprezo da população".

Como serão os testes?

Vacinas brasileiras mais adiantadas, como a Butanvac, serão testadas na comparação com outras que já estão no mercado. Dessa forma, todos os voluntários que participarem do estudo receberão vacinas - uma parte será vacinada com um imunizante que já existe (como a Coronavac) e a outra parte com a nova vacina que se quer testar. No caso da Butanvac, a primeira fase do ensaio clínico ainda usará placebo nos voluntários, mas nas fases posteriores todos receberão vacina (ou Coronavac ou Butanvac).

Como ter as doses?

Uma das dificuldades ao se fazer estudos comparativos, neste momento, é conseguir as doses para o grupo controle. Se todos os voluntários vão receber vacinas, será preciso então ter doses disponíveis dos imunizantes que já existem no mercado para fazer os testes. Ocorre que as doses hoje aplicadas no Brasil são exclusivas para o Plano Nacional de Imunização (PNI). Não é possível, simplesmente, deslocar doses do PNI para os ensaios clínicos. Os cientistas já estão esbarrando nessa dificuldade antes mesmo do início dos testes em humanos. Uma das vacinas mais adiantadas, a Spintec, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deve ser testada de modo comparativo a outro imunizante que já existe. Os ensaios em humanos vão começar só no ano que vem, mas a Anvisa sugeriu que experimentos com animais já fossem desenvolvidos de modo comparativo - ou seja, que os cientistas usassem doses de vacinas disponíveis no mercado nos animais, para comparar com a Spintec. Os pesquisadores acreditam que, no ano que vem, o cenário mude com a vacinação completa da população e que os imunizantes fiquem mais disponíveis para as pesquisas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que autorizou nesta quinta-feira o início da vacinação de voluntários do estudo clínico da vacina Butanvac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan e candidato à vacina da covid-19 com produção 100% brasileira.

"A decisão foi tomada após reunião entre a equipe técnica da Anvisa com o Instituto Butantan. Durante a reunião foram apresentados os dados pendentes para o início dos testes", diz o órgão em nota. O protocolo clínico da Butanvac já havia sido aprovado pela Anvisa no dia 9 de junho, mas ainda havia informações pendentes, especificamente sobre dados relativos à inativação do vírus.

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A Anvisa explica que a pesquisa clínica de fase 1 e 2 da Butanvac está dividida em três etapas (A, B e C). Agora, está autorizada a etapa A do estudo, que envolverá 400 voluntários. Ao todo, as fases clínicas 1 e 2 deve contar com a participação de seis mil voluntários com 18 anos ou mais.

A vacina será aplicada com duas doses, em um intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda dose. O estudo deve ser realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

O Instituto Butantan pretende encurtar o tempo de testes da Butanvac, candidata à vacina da covid-19, com produção 100% brasileira. Para isso, deve pedir o uso emergencial do imunizante sem os resultados clássicos de eficácia - obtidos na fase 3 da pesquisa, com base em dados de infecções e hospitalizações de participantes do estudo. O formato alternativo de testes, no entanto, ainda não tem consenso entre os cientistas.

Pelo novo desenho planejado pelo Butantan, a liberação do produto poderia ocorrer após a análise da resposta imune dos participantes, diferentemente de pesquisas anteriores, que mediram também o número de infectados após a aplicação do produto em teste. A resposta imune é a reação do corpo ao vírus, induzida pela vacina.

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Ainda não há, porém, parâmetros internacionais consolidados sobre esse modo de estimar a eficácia. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estudos de fase 3 para as novas vacinas "seriam necessários para verificar o desempenho na prevenção de casos graves e sintomáticos".

Se a exigência da fase 3 for mantida pela Anvisa, é possível que os estudos demorem mais do que gostaria o Butantan. Inicialmente, em março, o governo João Doria (PSDB) previa iniciar a aplicação da Butanvac em julho - prazo já considerado muito curto pelos cientistas, e que não se cumpriu. Agora, o instituto fala em concluir os testes dentro de 17 semanas, ou seja, ainda este ano.

O Estado já fabricou oito milhões de doses da Butanvac e o Butantan tem cobrado celeridade da Anvisa nas análises. Outros institutos brasileiros que desenvolvem vacinas próprias - como a Universidade Federal de Minas (UFMG) - preveem concluir os testes dos imunizantes só na metade de 2022.

Mas por que não usar o mesmo modelo de testes que foram usados nas vacinas que deram certo e já têm sido aplicadas nos postos de saúde? Uma boa notícia para o Brasil é que a vacinação tem finalmente acelerado, com a chegada de mais doses. Por outro lado, o cenário em que boa parte da população já está imunizada exige mudanças de metodologia nos estudos de vacina - e também de parâmetros para avaliar se os ensaios clínicos funcionaram ou não.

Diferentemente de um ano atrás, agora não é mais possível - nem ético - testar imunizantes só em pessoas não vacinadas. E, mesmo que os estudos comecem com jovens não imunizados, cedo ou tarde os voluntários serão chamados pela campanha de vacinação. E acabariam largando as pesquisas.

No Brasil, pesquisas mais adiantadas preveem medir a eficácia das novas vacinas em comparação com imunizantes já existentes no mercado, o que dispensa a exigência de ter não vacinados no teste. No modelo, todos os voluntários recebem vacinas: uma parte toma imunizantes já em uso nos postos de saúde, e a outra parte, doses do produto que se quer testar.

A Butanvac será aplicada em um grupo de voluntários e testada na comparação com outro grupo, que receberá Coronavac. O dilema será: como medir a eficácia da Butanvac? Para o Butantan, o imunizante poderia já ser usado na população após análise da resposta imune produzida no grupo que tomou Butanvac, na comparação com o grupo da Coronavac.

"Neste momento, nenhum estudo de vacina que pretenda ser rápido pode fazer uso do clássico tipo fase 3 com grupo controle e grupo placebo", disse ao Estadão o diretor do Butantan, Dimas Covas. Para ele, a eficácia pode ser estimada pela "comparação da resposta imune" produzida pelas vacinas.

"Temos a resposta imune contra a Coronavac. Sabemos o perfil e os resultados dos estudos de eficácia, eficiência. Se aplica uma vacina e tem a mesma resposta imune ou superior, obviamente o que se segue a isso deve ser superior: eficácia, eficiência, e assim por diante."

O Estadão questionou a Anvisa sobre a possibilidade de que pesquisas com vacinas brasileiras possam excluir a análise de infectados ou hospitalizados (fase 3 clássica) e considerar como desfecho a resposta imune. A Anvisa diz que, para isso, seria preciso definir um anticorpo "padrão ouro" obtido pelas vacinas da covid comprovadamente eficazes. O novo produto, então, seria analisado quanto à possibilidade de gerar este mesmo anticorpo no organismo de quem recebeu a injeção.

Mas, segundo a Anvisa, há discussões internacionais sobre como definir esse "padrão ouro" e ainda "não existe consenso". Por isso, "neste momento", diz a agência, mesmo com proposta de comparação entre vacinas, "estudos de fase 3 seriam necessários para verificar o desempenho na prevenção de casos graves e sintomáticos de uma vacina versus outra". E afirma não ter recebido propostas de estudo com este método.

Na última semana, o Butantan reagiu a uma nova exigência da Anvisa de teste adicional para iniciar o estudo da Butanvac em humanos. Para Covas, há "preciosismo" da agência.

Tempo

A medida de eficácia com base na análise de quantas pessoas adoeceram ou não deve fazer com que os testes das vacinas brasileiras demorem muito mais tempo do que os estudos feitos até agora e demandem muito mais voluntários.

Isso porque, no estudo comparativo, em que ambos os grupos tomam vacinas, o aparecimento de infecções ou hospitalizações tende a ser mais raro. Os testes com as vacinas anticovid que conhecemos hoje andaram rapidamente, entre outros motivos, porque havia alta circulação do vírus e boa parte da população estava desprotegida.

"Temo que vai ser mais lento do que as fases 3 que vimos até agora, com a pandemia em pleno gás", diz o virologista Flávio da Fonseca. Ele coordena as pesquisas da Spintec, vacina anticovid desenvolvida pela UFMG.

Uma das mais adiantadas, a Spintec também deve ser testada de forma comparativa com outros imunizantes, considerando justamente a previsão de que todos os brasileiros adultos estarão vacinados até o fim do ano. Os testes de fase 3 da Spintec ainda estão sendo desenhados, mas Fonseca prevê que a Anvisa exigirá resultados sobre infecções e hospitalizações. E, nesse caso, a pesquisa pode levar até um ano e meio para chegar ao limite mínimo de infectados.

Ensaios clínicos

Embora tenha a previsão de fazer estudos da Butanvac de forma comparativa com a Coronavac, o Instituto Butantan vai começar os ensaios clínicos da nova vacina usando grupos que receberão placebo. Na primeira etapa dos estudos com humanos, serão convocados 418 voluntários. O requisito é ter mais de 18 anos, não ter tomado a vacina da covid nem ter se infectado. Serão selecionados preferencialmente voluntários em Ribeirão Preto (SP).

"São pessoas virgens de exposição a antígenos do vírus. Nem tiveram a infecção pelo vírus nem foram vacinadas", explica Rodrigo de Saloma Rodrigues, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e coordenador dos estudos clínicos da Butanvac.

Por causa do avanço da vacinação no País, os testes com esse grupo não podem demorar. "Não seria ético privar parte dos voluntários da pesquisa de um tratamento eficaz quando esse tratamento já existe", diz Francisco Paumgartten, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. O Estado prevê aplicar a 1.ª dose em todos os adultos até 15 setembro.

Segundo Rodrigues, já teve início o cadastro de voluntários, selecionados de um banco de mais de 90 mil interessados. Nesta semana, a expectativa é chamar o grupo para triagem e coleta de exames laboratoriais. Na próxima semana, é previsto retorno dos voluntários para a vacina (ou placebo). A 2.ª injeção seria aplicada 28 dias após a 1.ª.

Os primeiros voluntários deverão ser jovens, de 18 a 30 anos, mais distantes na fila da vacina. Essa fase verifica principalmente a segurança do produto e dura oito semanas. Caso o voluntário seja chamado para a vacinação por faixa etária, pode abandonar o estudo.

Na etapa seguinte, a pesquisa se amplia para pessoas de 18 a 60 anos e passa a incluir aqueles já vacinados pela campanha nacional. O grupo de voluntários aumenta para 5 mil e todos receberão alguma vacina: Coronavac ou Butanvac - eles não saberão qual. Pessoas já vacinadas com algum imunizante diferente, como AstraZeneca ou Pfizer, também poderão participar.

Segundo Rodrigues, a Butanvac tem três desenhos diferentes: um para combater o coronavírus "original" e os outros dois para atacar as variantes Gama e Beta (a de Manaus e a sul-africana). A previsão é concluir os estudos em 2021. "Rezo todo dia para terminar esse desenvolvimento (da Butanvac) antes do fim do ano", disse Dimas Covas, diretor do Butantan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que, na segunda-feira (28), foi realizada uma reunião com técnicos da agência e do Instituto Butantan para discutir a vacina Butanvac contra a Covid-19. Segundo a agência, o protocolo de pesquisa clínica já está aprovado, mas ainda faltam dados específicos para iniciar os testes em humanos.

Em nota, o órgão regulador afirma que o objetivo da reunião foi avaliar as informações já apresentadas pelo Butantan. "Mas para que a vacina comece a ser aplicada em seres humanos é necessário apresentar dados específicos, que ainda estão sendo gerados pelo Butantan", afirma. Segundo a Anvisa, um exemplo dos dados faltantes se refere à inativação do vírus utilizado na vacina.

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Em 9 de junho, a agência autorizou o início da pesquisa clínica do imunizante. À época, a Anvisa disse que 400 pessoas com mais de 18 anos devem participar da primeira etapa do estudo. Já nas demais, há expectativa que 6 mil voluntários recebam a vacina. A administração da Butanvac, que acontece em duas doses com intervalo de 28 dias, acontecerá no Hospital das Clínicas (FMUSP) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

No dia 14 de junho, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou que os testes clínicos da vacina Butanvac deveriam começar até o fim do mês. Segundo Doria, as três fases de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. Depois disso, os dados são submetidos a uma nova avaliação pela Anvisa.

A assessoria de imprensa do Butantan informou que os dados solicitados pela Anvisa estão sendo providenciados e que, enquanto isso, o pré-cadastro para voluntários continua aberto. Mais de 93,7 mil pessoas se inscreveram no site da Butanvac para participar dos testes da vacina.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (16) que o Instituto Butantan abriu o pré-cadastro para voluntários da primeira fase dos testes clínicos da vacina contra a covid-19 Butanvac. Segundo o governador, 418 pessoas acima de 18 anos devem participar do estudo.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, voltou a afirmar que o imunizante seria "uma versão 2.0" das vacinas já em uso. Segundo ele, a produção do fármaco utiliza a mesma plataforma que os imunizantes contra a gripe. "E isso tem enormes vantagens. Primeiro, ela pode estar disponível em grande volume para o mundo e o segundo é custo", afirmou Dimas Covas.

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As próximas etapas do estudo de fase clínica devem contar com a participação de 5 mil voluntários. De acordo com o governador paulista, o Instituto Butantan já produziu e estocou cerca de 8 milhões de doses do imunizante. A expectativa é que 40 milhões de unidades da vacina estejam prontos até o final de outubro.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (14) que os testes clínicos da vacina Butanvac, imunizante contra a Covid-19 desenvolvido pelo Instituto Butantan, devem começar até o fim deste mês e que já há seis países da América Latina interessados na importação da vacina, caso ela seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após a conclusão dos estudos.

Na semana passada, a Anvisa autorizou o início dos testes clínicos da Butanvac. Nessa etapa, o imunizante, que já foi testado em laboratório, passa a ser aplicado em seres humanos. De acordo com Doria, os testes devem começar até o fim deste mês, iniciando pelo município de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, por meio da Universidade de São Paulo (USP).

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A Butanvac é uma das vacinas desenvolvidas pelo Brasil. Outros imunizantes também estão sendo testados em universidades federais brasileiras, mas esbarram na escassez de verbas, conforme mostrou o Estadão. As vacinas brasileiras são uma aposta diante da eventual necessidade de revacinar toda a população brasileira contra a covid-19 no ano que vem.

Segundo Doria, as três fases de testes clínicos devem ser concluídas em 120 dias. Depois disso, os dados são submetidos a uma nova avaliação pela Anvisa. Já há 7 milhões de vacinas da Butanvac produzidas e estocadas. Serão feitas 18 milhões até o dia 31 de julho, segundo o governador, e 40 milhões até 30 de outubro.

"Tão logo a Anvisa faça a aprovação, São Paulo poderá disponibilizar 40 milhões de doses. Seja para completar a vacinação no Brasil, seja para a vacinação da nova etapa, a etapa 2022, quando precisaremos novamente ter a vacina", disse Doria, após um evento para lançar um programa de distribuição de absorventes nas escolas.

O governador afirmou ainda que a Butanvac será oferecida para compor o Plano Nacional de Imunizações (PNI) se o Ministério da Saúde desejar. "Se não desejar, São Paulo vai usar na sua própria vacinação e vai exportar também. Temos seis países da América Latina que já solicitaram ao Butantan. Tão logo tenhamos a aprovação, eles têm interesse na aquisição, com vista ao novo processo vacinal do ano que vem." Doria não detalhou quais são os seis países interessados no imunizante.

Segundo o governador, "vários Estados e cidades" também manifestaram interesse na aquisição da Butanvac, caso ela se mostre eficaz. Entre os Estados, há oito interessados. A Butanvac custará, segundo Doria, R$ 10 por dose, quatro vezes menos do que a Coronavac, imunizante desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Butantan.

Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado uma primeira fase de testes clínicos em humanos com a vacina ButanVac, o Instituto Butantan pretende iniciar, ainda nesta semana, um pré-cadastro de voluntários para testar essa vacina.

Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o governo paulista deve lançar, até o fim desta semana, um site onde os voluntários poderão preencher um pré-cadastro.

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A fase inicial de estudos em humanos busca avaliar a segurança da vacina e sua capacidade de induzir uma resposta imunológica. Para uma vacina ser aplicada na população, ela passa por uma fase de estudos em laboratório, uma fase pré-clínica de testes em animais e três etapas clínicas de testes em voluntários humanos, que avaliam a produção de anticorpos, a sua segurança e a sua eficácia. A Anvisa autorizou apenas a realização da fase A, a primeira etapa dos testes em humanos, da qual vão participar 400 voluntários.

Os testes serão realizados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Poderão participar dos testes pessoas com idades acima de 18 anos. Nesses testes poderão fazer parte, inclusive, adultos já vacinados ou que já tiveram covid-19. “São três categorias [que serão incluídas nos testes]: o grupo que não teve contato com o vírus, o grupo que já teve contato e o grupo já vacinado”, falou Covas.

“Houve autorização da Anvisa para o início do estudo clínico. Essa semana temos ainda a fase de aprovação ética: os comitês de pesquisa [dos hospitais envolvidos] tem que aprovar [o estudo] e, posteriormente a Comissão de Ética em Pesquisa. Esta semana está previsto iniciar um pré-cadastro dos voluntários. É um estudo de fase 1, nesse momento, para avaliar a segurança da vacina”, explicou Dimas Covas.

Segundo o governador de São Paulo, João Doria, as vantagens da ButanVac são o custo reduzido e a fabricação local, ou seja, não será necessário importar insumo farmacêutico ativo (IFA) de outros países para a produção da vacina.

O imunizante

A tecnologia da ButanVac utiliza o vírus da Doença de Newcastle geneticamente modificado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O desenvolvimento complementar da vacina será todo feito com tecnologia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

A Doença de Newcastle é uma infecção que afeta aves e, por isso, segundo o Butantan, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, permitindo eficiência produtiva num processo similar ao utilizado na vacina de Influenza do Butantan.

O vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, o que poderia, segundo o Butantan, ser uma alternativa muito segura na produção. Ele é inativado para a formulação da vacina.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a defender o uso de vacinas desenvolvidas e produzidas em território nacional como a saída de longo prazo para a crise sanitária causada pelo novo coronavírus. À CPI da Covid no Senado, Queiroga destacou nesta terça-feira (8) que o Brasil "deve apostar no futuro em vacina nacional".

Durante sua fala à Comissão Parlamentar de Inquérito, Queiroga afirmou que já existem conversas pelo ministério para a compra de vacinas para nova rodada de imunização. "Minha opinião pessoal é de que precisaremos (de vacinação regular)", defendeu.

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Queiroga relatou que conversou na segunda-feira (7) com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e disse ter sugerido que o instituto, hoje responsável pela maioria das doses aplicadas no Brasil, ao invés de produzir 30 milhões de vacinas da Coronavac, imunizante contra a Covid-19 produzido a partir de insumos chineses, fizesse a opção por 30 milhões de doses da Butanvac, vacina candidata contra a Covid-19 desenvolvida no Brasil e que aguarda liberação da agência reguladora para início dos testes clínicos. De acordo com o ministro, a pasta já recebeu proposta do Butantan para o fornecimento da Butanvac.

"Estive com o doutor Dimas Covas do Instituto Butantan, visitei as instalações, vi as pesquisas que estão sendo feitas com a vacina Butanvac. Acho que é uma excelente alternativa para o nosso programa nacional de imunização", afirmou Queiroga. "A Coronavac é uma vacina de uso emergencial. Já temos a AstraZeneca sendo produzida aqui no Brasil em volume (maior) a partir do último trimestre deste ano. Penso que a gente deveria apostar no futuro, em uma vacina nacional", destacou.

Segundo o ministro, a pasta não deve fazer contratações adicionais da Coronavac por haver no Brasil disponibilidade "suficiente" de outras doses, porém reforçou que pode considerar comprar mais doses do imunizante. Queiroga também disse que apesar do ministério entender "que a Coronavac é uma boa vacina, já surgem questionamentos acerca da sua efetividade".

 O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira (7) que o Instituto Butantan já tem estocadas 7 milhões de doses da candidata a vacina anti-Covid Butanvac.

Ainda não testado em seres humanos, o imunizante está sendo produzido desde o fim de abril, e a promessa do governo paulista é entregar 18 milhões de doses até 31 de julho e 40 milhões até 30 de setembro.

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"Evidentemente, vamos aguardar autorização da Anvisa, mas já temos 7 milhões de doses prontas, estocadas, armazenadas e refrigeradas no Instituto Butantan", disse Doria em uma coletiva de imprensa nesta manhã.

A Butanvac foi desenvolvida em conjunto com o Instituto Monte Sinai, de Nova York, e ainda não foi submetida a ensaios clínicos em seres humanos. Ou seja, ainda não há dados sobre a eficácia e a segurança da vacina.

O Butantan pediu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes, mas a autarquia cobrou mais informações do instituto. Segundo Doria, a expectativa do governo de São Paulo é de que a Anvisa autorize os ensaios clínicos ainda nesta semana. 

Da Ansa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste domingo (6) que o processo de pedido de anuência dos estudos clínicos da vacina Butanvac contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan, está em fase de "exigência". Isso significa que a agência reguladora aguarda ainda o envio complementar de documentação necessária para que a análise científica seja concluída.

"O Instituto Butantan se comprometeu a entregar as informações faltantes até segunda-feira, dia 07/06/2021. Os dados referem-se à análise de qualidade da vacina", diz a Anvisa em nota divulgada neste domingo.

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Em entrevista no dia 26 de maio, o diretor executivo do Instituto Butantan, Rui Curi, disse que havia uma expectativa de que o órgão regulador desse uma resposta sobre o início dos testes clínicos da Butanvac até esta segunda (7). Na ocasião, o governador de São Paulo, João Doria, cobrou "senso de urgência" diante do quadro causado pela pandemia da Covid-19.

Segundo a Anvisa, a entrega da documentação é condição essencial para permitir a finalização da análise. "Sem a entrega das informações não é possível a conclusão do processo."

O Butantan deu entrada junto à Anvisa no dia 26 de março do Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento da Butanvac. "Transcorridos 72 dias até este domingo, 6/6, e após intensas trocas de informações oficiais em que foram detalhadas as informações complementares necessárias, a Agência dispôs de 24 dias para trabalhar na efetiva análise, e passou os outros 48 dias aguardando o cumprimento das exigências e a complementação das informações do Butantan", diz a Anvisa em nota.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan se reuniram nesta segunda-feira, 17, para discutir os novos protocolos dos testes clínicos da vacina contra a covid-19, a Butanvac, desenvolvida pelo Instituto. A nova versão do documento deve ser apresentada pelo Butantan para atender às exigências da agência.

"Para a autorização de um estudo com seres humanos a Anvisa avalia tanto a proposta da pesquisa em si como os dados da vacina que será testada nas pessoas. No caso das vacinas que ainda não foram testadas em seres humanos, esta é uma parte especialmente importante da análise", afirmou comunicado oficial da agência.

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O Butantan havia apresentado o pedido para a realização dos testes no final de abril, que foi declinado pela Anvisa devido à falta de dados para a análise.

Segundo a agência, esses aspectos técnicos pendentes compõem a nova versão do protocolo discutido nesta segunda-feira.

A ButanVac deverá ser uma “vacina superior” por incorporar o aprendizado com a primeira geração de imunizantes contra o novo coronavírus, segundo o diretor do Instituto Butatan, Dimas Covas. “Temos uma perspectiva que essa seja uma vacina superior do ponto de vista de indução de imugenicidade [capacidade de induzir o corpo a responder ao vírus]. Nós incorporamos os conhecimentos da primeira geração de vacinas”, disse hoje (29) ao participar de um seminário promovido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

O Butantan iniciou a produção da nova vacina antes mesmo de ter a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testar o imunizante em seres humanos. “Iniciamos a produção industrial da vacina. É o que nós chamamos de produção em risco”, destacou Covas. A previsão é que, segundo ele, sejam produzidos seis lotes com 18 milhões de doses.

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Mais barata

Além dos aprimoramentos incorporados a partir dos resultados com outros imunizantes, especialmente a CoronaVac, produzida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac, Covas ressaltou que o imunizante deverá ser mais barato do que os disponíveis atualmente. “Além de ser uma vacina já aperfeiçoada, vai permitir o barateamento e extensão da vacina para os países pobres e de renda média”, acrescentou.

A ButanVac está sendo desenvolvida, de acordo com Covas, por um consórcio internacional, sem a detenção de patente, ficando aberta para ser replicada. O diretor do Butantan ressaltou que imunizantes mais baratos vão ser fundamentais para conter a epidemia no mundo. “Não adianta a gente vacinar a população dos Estados Unidos, da Europa, se não vacinar a população da África e da América Latina”, disse.

Apesar das melhorias incorporadas ao imunizante, Covas avalia que as vacinas não vão resolver a curto prazo a convivência com o novo coronavírus. “Uma vacina não vai resolver, vai ser preciso gerações de vacinas. E provavelmente a vacinação anual”, acrescentou.

Testes

Na última sexta-feira (23), o Instituto Butantan enviou à Anvisa o pedido para início dos testes em humanos da ButanVac, de fases 1 e 2. Os estudos deverão começar com 1,8 mil voluntários. Já a Fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir 9 mil pessoas. Poderão fazer parte dos testes inclusive adultos já vacinados ou que já tiveram covid-19.

A tecnologia da ButanVac utiliza o vírus da doença de Newcastle, uma enfermidade de aves, geneticamente modificado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra.

O desenvolvimento complementar da vacina será todo feito com tecnologia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

 

Na última quarta-feira (28), o Governo de São Paulo anunciou que o Instituto Butantan vai começar a produção da ButanVac. A novidade do imunizante é que a matéria-prima e os insumos não vão depender de importação. A nova vacina é um produto 100% produzido em território brasileiro. De acordo com o diretor do centro de pesquisa, Dimas Covas, esta é uma nova etapa na produção da segunda geração de vacinas contra a Covid-19.

Embora tenha produção autorizada, a ButanVac foi testada apenas em animais. Nesta semana, o Butantan pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para iniciar testes em seres humanos. Em resposta, o órgão regulador solicitou informações acerca do novo imunizante para avaliar as condições de liberação. O Instituto tem prazo de até 120 dias para apresentar a documentação.

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Nesta primeira etapa, o governo estadual anunciou que vai produzir cerca de 18 milhões de doses da ButanVac. Em caso de aprovação, o cronograma previsto permite que em julho sejam aplicadas as doses. Até o fim do ano, devem ser produzidas mais de 40 milhões de doses. Assim, o imunizante se tornará mais uma opção de vacina ao alcance dos brasileiros junto com a Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

De acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, a produção da ButanVac tem como base o cruzamento genético de um vírus da família do sarampo, conhecido como Newcastle, que não afeta humanos, com uma segmentação do genoma de Covid-19. O resultado dessa combinação gera uma proteína, que será cultivada em ovos de galinha embrionados, ambiente adequado para replicação do vírus, que mais tarde será inativado. Assim, os fragmentos genéticos do cultivo servem como insumo para o imunizante.

O Instituto Butantan pediu na manhã desta sexta-feira, 23, autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os estudos clínicos de fase 1 e 2 da Butanvac, vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pelo instituto em parceria com um consórcio internacional. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa.

Em março, o Butantan já havia mandado um dossiê com o desenvolvimento clínico do imunizante à agência. Questionado sobre a demora para o início dos testes clínicos, que estavam previstos para iniciar em abril, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, falou que o desenvolvimento do imunizante está seguindo o ritmo esperado. Se tudo correr como o esperado e os testes derem certo, a nova vacina poderá começar a ser aplicada em setembro.

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A autorização solicitada é para os estudos de fase 1 e 2. Neles os pesquisadores pretendem comparar a nova vacina com as outras já existentes para testar sua eficiência. A fase inicial vai testar a segurança da vacina, ou seja, os possíveis efeitos adversos relacionados a ela. A segunda etapa vai verificar a resposta imunológica gerada pela vacina (imunogenicidade).

A fase de estudos está prevista para durar 20 semanas. Covas projeta que a partir da 16ª semana, em setembro, os primeiros resultados dos testes devem ser divulgados e o instituto vai poder pedir o uso emergencial do imunizante. Até julho, o instituto pretende fabricar 40 milhões de doses da vacina. Elas vão depender da autorização da Anvisa para serem aplicadas.

O diretor do Butantan disse que, quando a Anvisa aprovar o início dos testes, o Estado vai anunciar os locais onde eles serão conduzidos e também como as pessoas poderão se voluntariar. A vacina será testada em adultos que já foram vacinados contra a covid-19, em adultos que já tiveram contato com o coronavírus e em adultos que nunca foram infectados pelo vírus. Não há data definida para que isso ocorra.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou a nova vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan de "mandrake". A entidade, que é ligada ao governo de São Paulo e já desenvolveu a Coronavac em parceria com o laboratório chinês Sinovac, trabalha agora para criar um imunizante brasileiro, a Butanvac.

Bolsonaro atacou o instituto ao convidar o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para falar sobre uma vacina totalmente produzida no País por pesquisadores de Ribeirão Preto. "Essa é 100% brasileira, não é? Essa não é aquela 'mandrake' de São Paulo não, né? Essa é 100% brasileira. Como ela está? Qual o nome dela?", provocou o presidente, nesta quinta-feira (22), durante transmissão ao vivo para as redes sociais.

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Os estudos estão sendo feitos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, em parceria com as empresas Farmacore Biotecnologia e PDS Biotechnology Corporation. Segundo Marcos Pontes, a previsão é disponibilizar a nova vacina até o fim do ano.

O anúncio da solicitação de testes de fases 1 e 2 desse imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi feito em março. Na ocasião, Pontes divulgou a iniciativa horas depois de o Butantan anunciar que estuda uma vacina totalmente nacional, a Butanvac.

O instituto também é responsável pelo desenvolvimento da Coronavac, em parceria com a fabricante Sinovac, da China. Essa vacina é o principal imunizante à disposição dos brasileiros, hoje, representando mais de 80% das doses já aplicadas, segundo dados do próprio governo.

A tecnologia da Butanvac, apresentada pelo Instituto Butantan como sendo 100% nacional, foi desenvolvida no ano passado por pesquisadores do Instituto Mount Sinai, de Nova York. Em nota posterior, o Butantan reconheceu que "firmou parceria e tem a licença de uso e exploração de parte da tecnologia, que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, para obter o vírus".

Presidente volta a criticar lockdown

Na transmissão desta quinta-feira, o presidente voltou a criticar medidas duras de isolamento social, recomendada por autoridades sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus. "Passou um ano e continuam fazendo lockdown como se fosse remédio para acabar com o vírus. Na verdade, está empobrecendo cada vez mais nossa população", disse.

Ao falar sobre Covid-19, o presidente defendeu, mais uma vez, o uso de medicamento sem eficácia comprovada contra a doença. "Por que não se pode falar em remédio, meu Deus do céu? Ano passado eu falei em remédio e fui massacrado. Eu tomei um negócio no ano passado (hidroxicloroquina). Se eu tiver problema de novo, vou tomar. Não faz mal", afirmou.

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