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De toda a extensão do litoral da Região Metropolitana do Recife, apenas 600 metros são oficialmente liberados para a prática do surfe. A pequena faixa é a praia de Zé Pequeno, na orla de Olinda, em Bairro Novo. O trecho recebeu o aval para a prática da modalidade esportiva no dia 17 de fevereiro de 2012, quando foi publicado o Decreto Nº 37.897.

E para que essa permissão chegasse, uma peça-chave foi o motorista e surfista Mauro Melo, de 48 anos, que tomou a iniciativa de procurar as autoridades para pleitear a garantia de um lugar onde se pudesse praticar o surfe. Como em qualquer local, os atletas estão sujeitos a ataques de tubarões, é verdade, mas, lá, ainda não há casos computados. Com base nesse dado e com a vivência de dropar ondas desde seus 8 anos, o ‘cérebro’ dessa missão contou a história com detalhes ao Portal LeiaJá, revelando os bastidores e opinando sobre esse enredo.

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Embora a liberação tenha surgido há apenas quatro anos, Mauro estima que o surfe começou a ser praticado no Zé Pequeno há cerca de 35 anos, tendo como marco a temporada 2002, quando foi criada a Associação de Surfe de Olinda (ASO), da qual ele é um dos líderes. Trata-se de uma entidade que faz o intermédio entre os surfistas e as autoridades estatais. Ela que deu espaço para que fosse pleiteada a liberação.

Logo após a emissão do Decreto, a população não viu com bons olhos a decisão, avaliando como um risco exacerbado. Mas, hoje, essa questão não é mais motivo de divergências e as praias acobertadas pela lei, nos dias de ondas promissoras, chegam a reunir, simultaneamente, mais de 200 surfistas na água. 

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Experiente, Maurão, como é conhecido, continua competindo e, nos turnos livres, aproveita o tempo para monitorar Zé Pequeno. Com um binóculo em mãos, ele fica de olho na movimentação no mar, tendo duas finalidades centrais. Primeiramente, avisar aos surfistas caso aviste algo que possa ser um tubarão. Em segundo lugar, o mais polêmico motivo: fiscalizar os pescadores, o que já gerou atrito entre as partes em diversas ocasiões. Ele justificou que é preciso ‘tomar conta’ disso, por considerar que o principal motivo gerador de desequilíbrio ecológico na área seja a pesca com redes de arrasto de camarões.

“Falam que os ataques de tubarão aumentaram na nossa costa por conta da construção do Porto de Suape, que teria sido uma agressão ao habitat deles. Mas, para mim, a pesca de camarões com arrasto é o pior problema, pois compromete a vida de diversas espécies marinhas e, por consequência, desequilibra a cadeia alimentar. Na captura dos camarões, os animais que vêm no ‘bolo’, como os pequenos peixes, são deixados de lado, pois o que interessa é o produto de venda”, explana.

De fato, é determinação legal do IBAMA que esse tipo de pescaria só pode ser feito cinco milhas marítimas (cerca de 7,5 km) mar adentro. Para evitar o descumprimento dessa determinação, Maurão reforçou a barreira de pedras feita também como forma de bloquear os tubarões. E os pescadores não responderam de forma amigável. “Eles já ameaçaram bater em mim, me matar... Acontece. Mas eu não quero medir forças com ninguém. Apenas tenho o objetivo de proteger meus companheiros e a modalidade que amamos”, afirma o líder da ASO. 

Focando a conversa na prevenção aos ataques de tubarão, Mauro revela, também, que a próxima medida que a associação pretende colocar em prática é a construção de uma espécie de cortina de ímã na área. “Abaixo do ‘fucinho’, os tubarões têm poros que funcionam como um tipo de sensor magnético e, no contato com esse novo obstáculo, eles ficariam atordoados, evitando circular pela região de prática de surfe”, explica. Ele ainda relata o que já é feito para manter a ordem no local: “Quando fomos atrás da liberação, assumimos o compromisso de preservar o ambiente nas praias autorizadas. Portanto, fazemos o possível nesse sentido. Tanto que temos sempre tartarugas desovando e cardumes circulando. Mas, claro, é preciso manter a atenção, para que todos saiamos felizes”.

Zé Pequeno é palco de campeonatos

Além do surfe amador, a praia liberadas conta, também, com um calendário anual de competições da modalidade. Em 2016, por exemplo, quatro encontros reunirão atletas em disputa durante a temporada. Começando pela segunda etapa do Circuito Zé Pequeno de Surfe, que teve sua primeira fase no final de 2015 e segue em andamento, em junho, exclusivamente entre olindenses do esporte.

O calendário não para por aí. O Circuito Pernambucano e o Circuito Olindense também terão vez no decorrer desta temporada. Isso sem falar na última etapa do Circuito Zé Pequeno, marcada para o mês de agosto, nos mesmos moldes das fases anteriores.

O cenário competitivo, por sinal, divide espaço com o que lhe proporciona novos talentos e vida longa. Isso porque a área contemplada pelo Decreto Nº 37.897 também serve como palco para escolinhas de surfe. O destaque fica por conta da Escolinha Zé Pequeno, que já conta com atletas em treinamento. A expectativa é em breve receber uma doação de pranchas de uma empresa que resolveu apoiar a causa, ampliando a capacidade das turmas e de revelação de novos surfistas. 

O lado social da Associação de Surfe de Olinda

Na liderança da Associação de Surfe de Olinda, Mauro de Melo deixou Olinda há 25 anos, por conta da recorrência de ataques de tubarões no litoral pernambucano, e seguiu para Santa Catarina, um dos principais polos da modalidade no país, assim como o Rio de Janeiro. Dois anos depois, retornou à sua cidade de origem e, segundo ele, encontrou a maioria de seus amigos e conhecidos do mar envolvidos com drogas e criminalidade. 

Ele afirmou que, diante da situação, resolveu dedicar parte de sua vida ao desenvolvimento de Zé Pequeno, no intuito de retirar os colegas desse caminho. “Quando voltei, meus amigos estavam envolvidos com ‘galeras’. Era violência, drogas, crime... Por isso resolvi fazer o possível para trazê-los de volta e fazer com que outros não entrassem na mesma rota de autodestruição”, relata.

Aproveitando o cunho agregador destacado em seu discurso, Maurão garante que, na praia autorizada, não há segregação com os ‘novos na área’. “É comum existir essa exclusão em vários locais. Mas procuramos propagar a ideia de que a praia não tem dono. Claro que os que têm mais experiência terminam tendo certa prioridade durante as ondas, mas não costumamos presenciar atritos deles com os novatos, que não sabem tanto da modalidade”, disse.

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Cemit esclarece liberação do Zé Pequeno

Procurado pelo Portal LeiaJá, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) se posicionou oficialmente sobre a autorização legal do surfe. Segundo o órgão, os argumentos utilizados pelos que buscaram a liberação foram os seguintes: inexistência de incidentes com tubarão no local e a necessidade da criação de áreas alternativas para a prática da modalidade, direcionando os praticantes a tais trechos e facilitando a tomada de medidas mais severas contra aqueles que atuam em pontos proibidos.

Já sobre o panorama geral da orla olindense, a protagonista no que diz respeito aos ataques é a Praia de Del Chifre, na Ilha do Maruim. De acordo com as informações repassadas pela assessoria de imprensa do órgão, há o registro de quatro ataques no local, todos contra homens. Dentre esses incidentes, um resultou em morte e os demais deixaram as vítimas com sequelas.

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Após o ataque de tubarão ocorrido na última segunda-feira (21) em Fernando de Noronha, o arquipélago estuda adotar novas medidas de segurança para evitar incidentes do tipo. Algumas medidas já estão em vigor: o horário para utilização da praia está reduzido e os mergulhos estão sendo feitos obrigatoriamente com a presença de um condutor treinado. Tais medidas foram adotadas em caráter emergencial e serão reavaliadas no dia 4 de janeiro.

O coronel Clóvis Ramalho, presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit), anunciou que vai solicitar ao Corpo de Bombeiros a instalação da placa de riscos nas praias públicas do arquipélago, do mesmo tipo das que devem ser instaladas em Boa Viagem, no Recife.  Já a instalação da placa exclusiva sobre risco de tubarão também será estudada, mas o presidente não acredita que ela será necessária. “Todos sabem que aquela é uma área com presença de tubarão. Você é informado disso desde que chega no local”, explica.

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Para a instalação do equipamento, o Corpo de Bombeiros realizará um levantamento dos riscos possíveis. Além das placas, o Cemit também vai sugerir ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) o reforço das orientações aos usuários das praias e uma reavaliação do sistema de controle e educação ambiental. Um protocolo de registro e comunicação de incidentes com animais marinhos deverá ser criado seguindo o mesmo modelo do que é utilizado no resto de Pernambuco.

Responsabilidade – O Cemit também concluiu que o mergulhador Márcio de Castro Palma da Silva não teve culpa no ataque de tubarão que resultou na perda do braço direito do turista.   Márcio usava os equipamentos necessários, estava na praia liberada ao mergulho, em horário permitido e fez nenhum tipo de movimento para provocar o animal marinho.

O comitê ainda não confirma a espécie de tubarão, mas continua apontando como mais provável o tubarão-tigre. Entre os indícios estão a lesão na vítima, o relato de mergulhadores locais que dizem ter visto a espécie nos dias anteriores ao ocorrido e o depoimento do próprio turista, que ao visualizar uma lista com várias espécies de tubarão apontou com firmeza o tigre como responsável pelo ataque.

Para o representante da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) no Cemit Assis Lins, o mergulhador está isento de culpa, mas foi descuidado. “Ele foi descuidado ao se separar do grupo e avançar sozinho. Se ele estivesse com mais gente na hora, espantaria o tubarão. Se fosse uma pessoa mais ciente dos riscos, ele teria observado o redor, podendo enxergar o animal se aproximando”, opina.

Segundo a analista ambiental do ICMBio Thayná Mello, não era possível prever um incidente como o que ocorreu. “Desde a década de 90, o Parque Nacional de Fernando de Noronha teve mais de 1,5 milhão de visitantes e nunca havia acontecido nada do tipo”, comenta.

O horário de utilização da praia está reduzido. Anteriormente, funcionava das 8h às 18h30, mas agora está das 10h às 15h. De acordo com o presidente do Cemit Clóvis Carvalho, a mudança é importante porque os tubarões têm a característica de se aproximar da costa no início da manhã e final da tarde. A previsão é que o horário seja mantido, mas a decisão será definida no dia 4 de janeiro.

Tubarões estão presentes em toda a costa do arquipélago, mas os mais comuns são o tubarão-lixa e o tubarão-limão. A presença de tubarão-tigre é considerada rara. Para o pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco Jones Rodrigues, que também participa do Cemit, o incidente indica que há uma proximidade exagerada entre o homem e o ambiente, destacando que as próprias propagandas turísticas de Noronha reforçam a interação. “Não deveria ser dessa forma”, conclui o pesquisador.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT) divulgou as novas medidas que serão tomadas para o combate a incidentes com animais marinhos no litoral pernambucano.

Uma das primeiras ações será a instalação de 300 novas placas educativas e de sinalização em toda a Região Metropolitana, com escritas em português e inglês. Também serão instauradas placas limítrofes para sinalizar os limites da região costeira.

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Ainda como medida preventiva, o Comitê implantará um projeto com câmeras de segurança para monitorar o movimento dos banhistas. O protótipo conta com um sistema de inteligência artificial, capaz de detectar a presença de pessoas se aproximando das zonas de risco e enviar um alerta aos guarda-vidas.

Questionado sobre a paralisação do Sinuelo [barco que ajuda na captura e na prevenção de ataques], o presidente do Cemite – Clóvis Ramalho – explicou que ainda não há previsão de retorno. 

“Ainda não temos uma data prevista em 2015 para o retorno do Sinuelo aos mares. Porém, existem outras maneiras para a prevenção de acidentes, como a implantação das novas placas educativas. Então, esta não é a única solução que pode ser adotada”, disse.

Por fim, foi anunciada uma nova parceria entre a Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE), que auxiliará na minimização de incidentes na costa de Pernambuco.

Com informações da assessoria

Uma nova tecnologia será usada na prevenção de ataques de tubarão. O equipamento, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), permitirá que um alerta seja emitido às autoridades competentes, como os guarda-vidas, no momento em que uma pessoa avançar o perímetro do mar considerado de risco. Na maioria das praias, esse perímetro é dado por barreiras naturais, como arrecifes.

O protótipo começará a ser desenvolvido em outubro e terá o prazo de 18 meses para ser construído. A captura de imagens será realizada por uma câmera ligada a uma placa Raspberry alimentada por uma bateria de energia solar. O sinal captado da câmera será enviado através de um modem 3G para um computador realizar o processamento das imagens.

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A detecção dos banhistas será feita através do reconhecimento das cabeças do lado de fora da água. O sistema utilizará inteligência artificial para aprender o que é um banhista. “Isso é um benefício também para o lado científico. Teremos vários desafios em termos técnicos, por causa dor reflexo de água, por ser um ambiente dinâmico e pela quantidade de pessoas”, destaca o coordenador do projeto, o professor Valmir Macário Filho. A tecnologia está estimada em R$ 31.225. 

Placas - As praias da Região Metropolitana do Recife (RMR) também vão receber novas placas de alerta de tubarão, desta vez seguindo normas internacionais. Cerca de 300 placas vão estar dispostas numa área de 34 quilômetros de extensão, que vai do Cabo de Santo Agostinho a Olinda. As placas ainda estão em processo de licitação mas o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) garante que a verba está reservada.

Serão três modelos de placa: a primeira é de advertência, ressaltando o perigo imediato no local e contendo informações gerais; a segunda é a inédita placa de proibição, que explica com clareza a partir de que marco geográfico é proibido o mergulho; e por último haverá as intituladas placas de acesso, que apontam quais os riscos presentes em determinado trecho além do ataque de tubarão, como choque com arrecifes ou corrente fortes. As informações vão estar em português e inglês. 

A Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), divulgaram edital para seleção de novas linhas de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação, visando minimizar os incidentes com tubarões e a manutenção do equilíbrio ambiental no litoral pernambucano.

A iniciativa tem como objetivo apoiar as atividades de pesquisa, mediante a seleção de propostas para apoio financeiro a projetos relacionados ao objeto de estudo. Elas serão financiadas no valor estimado de R$ 1.246.000,00.

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As pesquisas precisam estar em conformidade com as condições estabelecidas no Regulamento do Edital, disponível no site da FACEPE, que determinará condições e requisitos relativos à seleção, cronograma, recursos financeiros a serem aplicados nas propostas aprovadas, origem dos recursos, itens financiáveis, prazo para execução dos projetos, critérios de elegibilidade e demais informações necessárias.​

Da Assessoria da SDS-PE

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) solicitou uma perícia para identificar que animal marinho atacou o surfista na praia Del Chifre, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), nesta terça-feira (31). Diego Gomes Mota, de 24 anos, está em observação no Hospital Miguel Arraes, em Paulista.

De acordo com o presidente do Cemit, Clóvis Ramalho, será necessário realizar uma avaliação mais profunda para definir o que causou o incidente. “As características não são evidentes, nem o médico confirmou. O ferimento foi de pequena profundidade, sem perda de massa muscular. É muito diferente de outros casos de ataque de tubarão, quando as vítimas tiveram ferimentos de extensa gravidade, com morte ou amputação”, afirmou.

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No início da tarde de hoje, o Instituto de Medicina Legal (IML) foi acionado para realizar o procedimento. O Cemit vai aguardar o resultado no laudo, que ainda não tem data para ser divulgado, para concluir que tipo de animal marinho causou o ferimento no surfista.

De acordo com o Corpo de Bombeiros (CBMPE), o jovem praticava surf numa área proibida por decreto governamental, segundo informou o assessor de comunicação - o Major Edson Marconni. São 32 km de orla com restrição, 100 placas distribuídas ao longo da orla e 60 guarda-vidas.

Ainda conforme com o presidente do Comitê, Diego passa bem. Ele está sendo acompanhado no Hospital Miguel Arraes, mas deve receber alta nesta quarta-feira (1°).

A Praia de Zé Pequeno, em Olinda receberá a última etapa do Circuito Pernambucano e Nordestino de Surf Pro entre os dias 29 e 31 de agosto. A Associação Nordestina de Surf e a Federação Pernambucana da modalidade confirmaram a realização do evento, que irá definir os campeões do campeonato. A área é uma das únicas da Região Metropolitana do Recife (RMR) que são liberadas para a prática de esportes aquáticos e atividades náuticas.

De acordo com a presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (CEMIT), Rosângela Lessa, a competição é permitida no local. “A Praia de Zé Pequeno e a de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho, são liberadas para o surf. O novo regulamente admite essas atividades no local, mas não em outras áreas da RMR”, afirmou. A Praia de Itapuama recebeu a mesma competição no mês de julho. 

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Segundo a presidente da entidade, a competição não incentiva a prática do esporte nas praias que são proibidas. “O CEMIT fiscaliza dia a dia as praias, como por exemplo, a de Boa Viagem para impedir que os surfistas pratiquem a modalidade nas áreas que não são permitidas. A presença desses campeonatos é constante, mas apenas nos locais seguros”, completou.

Aconteceu nesta quinta-feira (3) uma mesa redonda que discutiu o último caso de ataque tubarão no estado, o da estudante Bruna Gobbi. A mesa fez parte da programação do V Workshop Internacional Sobre Incidentes com Tubarões em Recife, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A discussão foi mediada pela coordenadora do Cômite Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT), Rosangela Lessa. O representante do Corpo dos Bombeiros, Major Elton Moura, iniciou a sessão falando sobre o tempo-resposta no caso Bruna Gobbi, na época do incidente, um tópico muito questionado pela população. “Nossa atuação foi correta, não temos protocolo para oxigenar nem medicar pessoas, como muitos leigos questionaram”, disse Moura.

A princípio, o chamado recebido pelos Bombeiros indicava um caso de afogamento. “Quando a equipe já estava no local, foi que o incidente aconteceu, e tivemos que mudar a estratégia do resgate, já que a Bruna passou a ser a prioridade em ser retirada da água”, revelou, lembrando que a orientação era levá-la a uma unidade de saúde mais próxima. “O tempo total de atuação de sete minutos, muito bem executados, a questão foi que ela perdeu uma quantidade extremamente grande de sangue, então as chances já eram menores”, disse. O uso de helicópteros também foi descartado por se tratar de uma área urbana com poucas opções de pouso.

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O Coronel Onir Mocellin, do Corpo de Bombeiros de (SC), explicou como as correntes de retorno podem ter influenciado e facilitado a situação. “Provavelmente, neste caso, a corrente teve influência, apesar de ser classificada como um perigo não permanente no mar. Neste tipo de fenômeno, existem cavas por onde circulam a água (fundo) e bancos de areia (rasos), por onde banhistas podem ser arrastados”, explicou. Ele também completou sua explicação mostrando praias em que este tipo de fenômeno acontece, e que os Bombeiros têm conhecimento dessas áreas, que são constantemente ligadas aos casos de afogamento.

“Acho que ficou evidente que, neste caso, específico, as correntes de retorno realmente influenciaram em levar a vítima para o fundo, e ela, em pânico e agitada, acabou chamando a atenção do animal marinho”, revelou Rosângela Lessa, do CEMIT. O professor de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pedro Duarte, faz pesquisas sobre as correntes de retorno nas praias do litoral pernambucano, conseguiu identificar, no dia do ataque, a presença do fenômeno na área. “Através do vídeo conseguimos localizar essas valas, que diariamente mudam, assim como muda o comportamento das marés”, relatou. O estudioso lembrou que, na praia de Boa Viagem, existe um canal fixo por onde passam as correntes, localizado em frente ao Edifício Acaiaca, um dos pontos mais frequentados do local, e que é preciso ter cuidado constante no local.

Para a médica do Instituto de Medicina Legal (IML), Joyce Preenzincke, as chances de salvar a estudante eram mínimas. “A perda sanguínea no momento do ataque foi de 70%, um percentual muito alto. Além disso, ela apresentava dilatação pupilar e já não sangrava mais, o que indicava que o cérebro já não recebia mais oxigenação”, finalizou.

Monitoramento – Através do CEMIT, há dez anos o professor Fábio Hazin tem monitorado os tubarões encontrados na costa da capital, e disse estar satisfeito com os resultados. “A possibilidade de um tubarão retornar é muito pequena após ele ser solto em alto mar, o que contribui para uma diminuição no número de ataques na região”, disse. Juntamente com uma equipe, a bordo do barco Sinuelo, os tubarões encontrados na costa são capturados, e instalados sinais de monitoramento em sua calda, e soltos em alto mar, de onde segue para o norte, e dificilmente retorna.

 

 

Em fase de planejamento, a criação do parque dos naufrágios da Área de Proteção Ambiental (APA) tem gerado algumas dúvidas sobre a funcionalidade do projeto. O Governo de Pernambuco pretende efetuar naufrágios programados de uma aeronave e algumas embarcações, para estabelecer viveiros artificiais que seriam ferramentas de prevenção aos ataques de tubarões no litoral Pernambuco. 

Na opinião da presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT), Rosangela Lessa, em termos gerais a medida pode ser favorável, mas faltam evidências que comprovem a eficácia do método. “Não há como afirmar 100%, não vejo uma relação de causa e efeito tão determinante assim nos afundamentos. Não se pode dizer que isso por si só vai resolver o problema dos ataques de tubarões”, considerou a gestora do CEMIT. 

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Segundo Rosangela, pesquisas mostram que os animais não atacam por estar com fome, ou seja, os arrecifes artificiais para provisão de alimentos não seriam ideias. “Acreditamos que os ataques ocorrem devido às operações produzidas na costa, como a implantação de grandes empreendimentos, aterramentos, desvios. Nisso acreditamos mais do que na relação dos afundamentos com a diminuição nos ataques”, assegurou. 

Ações para 2014 - Já realizadas em 2013, algumas ações seguem como carro-chefe do CEMIT para o próximo ano. Monitoramento pelo Corpo de Bombeiros, intensificação na sinalização, aumento nas bandeirolas de advertências e placas educativas serão reforçados em 2014. A terceira fase do experimento de colocação de telas no litoral do Estado também segue em curso nos próximos doze meses. 

Através do Projeto Tubarões no Brasil (Protuba), o CEMIT continua a realizar pesquisas para buscar soluções para os ataques e, no mês de abril, o órgão realiza o quinto Workshop CEMIT, na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Segundo Rosangela Lessa, o evento acontece de 2 a 4 de abril e terá a presença de representantes de países com a mesma problemática de ataques de tubarão (África do Sul, Austrália, México, Estados Unidos, entre outros). 

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realiza na sexta-feira (18), uma audiência em parceria com o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), para colher informações a respeito das medidas para prevenção aos ataques de tubarões a banhistas e surfistas na orla da Região Metropolitana do Recife (RMR). 

O encontro ocorre a partir das 13h, no auditório da Procuradoria da República em Pernambuco, que fica na Avenida Agamenon Magalhães, 1800, no Espinheiro. A ideia é discutir alternativas para evitar o aumento do número de vítimas dos ataques, além de definir critérios para a obtenção de um ambiente marítimo de convivência pacífica entre os tubarões e o ser humano. Também serão discutidos assuntos pertinentes ao tema, como ações preventivas e repressivas para evitar a pesca predatória de tubarões, dentre outras iniciativas.

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Participarão do evento o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, além de representantes dos órgãos responsáveis pela execução do Projeto Tubarões no Brasil (Protuba), como o professor Fábio Hazin, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Instituto Oceanário. Também foram convidados representantes do Corpo de Bombeiros do Estado, Instituto Praia Segura, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretarias do Meio Ambiente e de Turismo do Estado, Porto de Suape, Polícia Federal, dentre outras instituições. Qualquer entidade pública ou integrante da sociedade civil poderá participar da audiência. 

Serviço: 

Audiência pública: “Necessidade de discutir medidas de prevenção aos incidentes com tubarões na orla do Recife e Região Metropolitana”.

Data: 18 de outubro, a partir das 13h

Onde: Procuradoria da República em Pernambuco – Avenida Agamenon Magalhães, 1800, Espinheiro

Edital disponível em www.prpe.mpf.mp.br

Mais informações pelo 2125-7348

Com informações da assessoria

Tem início nesta sexta-feira (20), o processo licitatório para a colocação de telas de proteção em áreas de risco de ataque de tubarão no Litoral de Pernambuco. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19), durante a 78ª reunião do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). No econtro, foi divulgado que a instalação do material ainda não tem data específica para entrar em vigor e funcionará, inicialmente, aos finais de semana e como teste. O Cemit vai elaborar, também, um manual com ações que devem ser realizadas nos casos de ataque do animal. Ele deve ser lançado no mês de outubro. 

Além disso, foi feito um levantamento dos locais que necessitam receber mais placas de advertência, educativas e as de proibição da prática de surf ou qualquer esporte náutico.  “A colocação das placas vai ser se acordo com a demanda das frequencias nas praias”, contou a engenheira de pesca e integrante do Instituto Oceanário de Pernambuco, Ana Paula Leite.

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Segundo a engenheira, as orlas do Cabo de Santo Agostinho e de Jaboatão dos Guararapes receberam a sugestão do Cemit e começaram os trabalhos de instalação. “Cada município vai arcar com o orçamento só fizemos o levantamento e oferecemos. A Prefeitura de Jaboatão já vai adiantar a redistribuição e o acréscimo de placas devido o projeto de engorda no local”, explicou. 

A praia do Paiva, situada no Cabo, deverá conter no final da ação, 32 placas. Atualmente existem dez. Na orla de Barra de Jangada, em Jaboatão, só tem uma e passará para sete, já em Candeias existem seis e ganhará mais 13. O bairro de Piedade receberá mais uma e ficará com 18. Segundo o Instituto, Pernambuco é o local que mais possui placas no mundo. 

O Corpo de Bombeiros também reforçou a sua equipe de salva-vidas nos postos, de 53 para aproximadamente 70 agentes, expandiu o número de bandeirolas, passando de sete para 70, que sinalizam os locais que apresentam forte correnteza entre o Pina e Boa Viagem, além de disponibilizar mais jets ski e pranchas de mobilização. O grupamento também receberá kits de oxigenoterapia nos sete postos integrados, e treinamento para o uso dos equipamentos.  

Ainda em reunião, o Ministério Público Federal fará uma audiência pública no dia 18 de outubro, para debater as ações que estão sendo realizadas pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões.

AFOGAMENTO – o caso do jovem Gleidson Lins da Silva, de 16 anos, que foi encontrado morto, na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no último domingo (15), foi comentando pelo tenente coronel do Grupamento de Bombeiros Marítimo, Arnóbio Jose de Almeida. O garoto apresentava marcas no corpo que poderiam ser de um possível ataque de tubarão. “Como ele faleceu em um lugar que não apresenta nenhum registro de afogamento e sinalização de perigo, o que aconteceu, foi uma fatalidade”, desconversou.

Segundo ele, as imagens do prédio que fica situado em frente ao local do afogamento mostram o momento que o jovem foi levado por um uma correnteza. “O Ciods (Centro Integrado de Operações de Defesa Social) foi chamado após 10 minutos e o garoto já apresentava estar no sexto nível de afogamento que significa está quase morto”, concluiu. 

Através de nota enviada à imprensa, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) se pronunciou a respeito da recomendação expedida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) após o ataque que vitimou a jovem Bruna Gobbi, de 18 anos. O órgão solicitou ao Governo do Estado a proibição do banho de mar em trechos de praias urbanas, como Boa Viagem, onde ocorreu o acidente.

Conforme a nota, foi decidido por unanimidade que as recomendações formuladas deixam a desejar quanto ao embasamento técnico, são de difícil operacionalidade, têm eficácia contestável e causam considerável impacto ambiental. O Cemit ainda adiantou que convidou o procurador Ricardo Coelho, responsável pela recomendação, para a exposição dos resultados que vem obtendo ao longo dos últimos nove anos.

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Confira abaixo a nota na íntegra:

Em resposta a Recomendação n° 08/2013, expedida em 23 de julho de 2013 pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco – MPPE, que recomenda ao Governo do Estado a proibição do banho de mar em trechos de praias urbanas, o CEMIT torna público que em reunião ocorrida na Secretaria de Defesa Social - SDS na ultima quarta-feira 24 de julho de 2013, com a presença dos membros efetivos e representantes do Governo do Estado, foi decidido por unanimidade que as recomendações formuladas deixam a desejar quanto ao embasamento técnico, são de difícil operacionalidade, têm eficácia contestável e causam considerável impacto ambiental. Por isso, o Comitê além de se colocar a disposição do MPPE, convida o Procurador Dr. Ricardo Coelho para a exposição dos resultados que vem obtendo ao longo dos últimos 9 (nove) anos, os quais são considerados altamente adequados para a mitigação da problemática de incidentes com tubarões. Por fim, aduzimos que o CEMIT responderá oficialmente ao MPPE no prazo estabelecido.

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No programa dessa semana, o jornalista Alvaro Duarte recebe o pesquisador Jonas Rodrigues, do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT); Charles Heitor, fundador da Associação das Vítimas de Ataques de Tubarão (AVITUBA); e Victor Neto, Coordenador do curso de Medicina Veterinária da UNINASSAU. O assunto do debate é os recorrentes ataques de tubarão que há algumas décadas acontecem no litoral pernambucano, sobretudo na orla de Boa Viagem, Zona Sul de Recife.

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O caso ocorrido na segunda-feira passada (22), que teve como consequência a morte da estudante paulista Bruna Gobbi, de 18 anos, desencadeou a antiga discussão sobre os tema em Pernambuco.

Segundo Charles, há uma grande quantidade de dinheiro federal investido, entretanto, não há resultados efetivo. Victor alerta para os cuidados que as pessoas devem ter nessas áreas, além da necessidade de sempre se observar a sinalização existente. Jonas afirma que há um projeto teste em que 200 metros de rede serão colocadas próximas à praia, a fim de evitar a aproximação dos animais.

O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira aqui, no Portal LeiaJá.

A morte da turista Bruna Gobbi, de 18 anos, na última segunda-feira (22), está abrindo mais uma vez o debate para práticas eficazes no que diz respeito aos ataques de tubarão. Nesta sexta-feira (26), o navio Sinuelo (que realiza pesquisas) voltou ao mar exatamente sete meses depois de ter ficado parado por falta de recurso. 

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) vai testar uma rede de 200 metros na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no local onde são recorrentes os ataques de tubarão. De acordo com o pesquisador do comitê, Jonas Rodrigues, foram feitos dois testes com a malha. 

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O primeiro não foi eficaz, pois capturou fauna marinha. Já o segundo, quando a malha foi transformada para uma forma mais quadrada, foi aprovado pelo Cemit. “O processo está tramitando e esperando licenças ambientais”, disse o pesquisador. No entanto, não há prazo para a rede ser implantada. 

Já o Instituto Propesca defende uma tela de proteção resistente atendendo uma questão ambiental. Segundo o engenheiro de pesca, Bruno Pantoja, a projeto conta com uma boia eletromagnética que afasta os animais da parte estuárias, mais próximas dos banhistas. “A finalidade da tela de proteção é simplesmente impedir a passagem de animais (tubarões). Os outros (golfinhos, tartarugas) recuam”, relatou. 

O fundador da Associação das Vítimas de Ataques de Tubarão (Avituba), Charles Heitor, espera que alguma medida seja tomada de forma rápida para impedir outros casos triste como o da última vítima Bruna Gobbi. “Tem que fazer algo efetivo. Vai ficar sempre nessa de pesquisa, pesquisa e não vai haver solução nunca”, lamentou.

Ainda de acordo com engenheiro de pesca, falta educação ambiental eficaz para orientar o banhista sobre os reais perigos do banho de mar em áreas de risco: 

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Na próxima segunda-feira (29), vai ao ar o Opinião Brasil, da TV LeiaJá, que reuniu os especilaistas para um debate sobre o ataque à turista Bruna Gobbi e as soluções para que o incidente não se repita.

Dois dias após o ataque de tubarão que vitimou uma jovem de 18 anos na praia de Boa Viagem, representantes de diversos órgãos se reuniram para discutir a recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de interditar alguns trechos das praias onde ocorreram alguns incidentes com animais marinhos de grande porte. 

O encontro realizado nesta quarta-feira (24) reuniu representantes da Casa Civil, da Secretaria de Defesa Social (SDS) e do Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). Apesar de ter expedido a recomendação, o Promotor do Meio Ambiente Ricardo Coelho não compareceu a reunião.

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Durante o encontro, as entidades que integram o Comitê e a SDS foram unânimes contra a recomendação do MPPE. “Não vejo nenhuma razão para que haja essa interdição. Do ponto de vista operacional vejo uma dificuldade muito grande em se interditar a praia. Também existe o lado jurídico que esbarra num problema Constitucional quando se trata do direto de ir e vir das pessoas”, explicou o secretário Wilson Damázio.

O secretário ainda afirmou que irá verificar com que base operacional e jurídica está sendo feita a recomendação. “O problema existe no mundo todo a exemplo da Flórida com frequência de casos bem maior, mas não há nenhuma recomendação para interdição. Temos feito nosso dever de casa, o governo tem investido fortemente, na praia de Boa Viagem, que talvez seja uma das melhores no mundo em termo de estrutura com os postos integrados, investimentos em equipamentos, placas sinalizadoras e contratações de bombeiros.

Para a presidente do Cemit, Rosângela Lessa, a existência da recomendação foi uma surpresa. A SDS e o próprio Cemit não receberam oficialmente o documento “Tomamos conhecimento pela imprensa desse documento e não observamos elementos técnicos que permitam tal adoção. Entendemos que faltou conhecimento sobre o que faz e como atua o Cemit nesses nove anos. Todas as estratégias que o Cemit adota são as melhores existentes no mundo”, disse.

Segundo a presidente, as políticas são adotadas com base em três simpósios internacionais que contaram com opiniões de especialistas em segurança humana e conservação ambiental. “Isso nos leva a ser contra a interdição. Contra a colocação de redes porque existem resultados de pesquisas que sua utilização causa impacto ambiental e morte de espécies ameaças ou não de extinção além de não garantirem 100% de proteção,” explicou.

Conforme o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, o governo está disposto a investir em recursos públicos e promover debates científicos com pesquisadores do mundo todo, assim como em políticas públicas em quaisquer técnicas que se mostrem do ponto de vista científico adequado para isso. 

Ele também avaliou a atuação dos integrantes do Corpo de Bombeiros durante o ocorrido em Boa Viagem na última segunda-feira (22). “Durante 50 segundo - antes mesmo do animal atacar a jovem – o Jet ski do Corpo de Bombeiros chegou e outros nadando adotaram todas as medidas para o socorro”, afirmou.

Com informações da assessoria

O portal LeiaJá vem acompanhando de perto o caso do ataque de tubarão que resultou na morte da estudante Bruna da Silva Gobbi, 18 anos, na tarde dessa segunda-feira (22). Nesta terça-feira (23), realizamos uma entrevista com a presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Inciedentes com Tubarão (CEMIT), a professora Dra. Rosângela Lessa, que analisou o caso e também respondeu a outras questões relacionadas aos ataques, que vem acontecendo desde 1992, sendo este o 59º caso. Confira abaixo:

O que a senhora acredita que aconteceu no caso?

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Na verdade houve uma confluência de fatores negativos. Uma delas sem dúvida foi a imprudência da jovem, que é inerente à sua idade. Ela não ouviu o conselho dos bombeiros. Entendemos que a pessoa vem de fora para conhecer o Recife e fica sem querer sair da água morna, mas foi uma imprudência. Elas foram alertadas.

Além disso, temos a época de chuvas. O material trazido pelos rios deixa a água turva, que é o habitat preferido dos cabeças chatas. Há também a maré alta da lua cheia, que inclusive está explicado nas placas afixadas na orla. Naquela hora a maré estava com 1,70m e o retorno da corrente é muito forte e as arrastou e provocou inclusive o afogamento.

Este ataque muda os planos do CEMIT para os próximos anos?

É evidente que teremos uma reunião  depois deste episódio extremamente indesejado, tanto para os familiares dela, que perderam a filha, quanto para a cidade do Recife, que passa a ser ainda mais estigmatizada.

Já recebemos algumas sugestões como a proibição de banho em determinados horários e dias e o aumento da divulgação dos riscos e hotéis e aeroportos, com panfletagem.

Que tipo de estudos vem sendo feito atualmente e quais as soluções pensadas pelo órgão e pelo governo a respeito dos ataques?

Desde o início das atividades que o CEMIT foca suas ações na educação ambiental, que busca orientar as pessoas sobre os riscos. Além disso capturamos tubarões que estão mais próximos da beira-mar e os levamos para o alto mar. Em 20 anos, foram 291 animais transferidos, o que é um número que é proporcional à população de tubarões da nossa orla, considerada pequena.

E as medidas que podem evitar isso, como as redes?

Estas foram soluções propostas por grupos informais e que não tem nenhum embasamento científico. Estas pessoas defendem que deveria haver uma rede do Carmo, em Olinda, até a Praia do Paiva, o que é tecnicamente impossível. Além disso, causaria um grande desequilíbrio ambiental, pois mataria outros animais como tartarugas e peixes-boi. Os representantes de projetos que monitoram estes animais inclusive participam das reuniões do CEMIT e mostram preocupação com o simples fato de se pensar nestas redes.

Que providências foram tomadas em outras localidades que tem este mesmo problema?

Nos Estados Unidos, onde são registrados 50 ataques por ano – aqui foram 59 ataques em 21 anos – jamais foi cogitada o uso destas redes. Eles simplesmente baseiam suas ações em educação. Avisam e cada pessoa assume o próprio risco. É preciso acreditar que as pessoas podem ser educadas.

As redes foram colocadas na África do Sul e hoje querem retirar e não podem. Criou-se um desequilíbrio ambiental, mas a população é totalmente dependente e não é possível reverter isto. Há inclusive um site desta campanha de retirada. 

Depois de tantos anos de estudo é possível dizer finalmente qual foi o real motivo dos ataques terem começado no Recife?

Há uma confluência de fatores, entre elas o porto e o tráfego marítimo.

 

* A professora Dra Rosângela Lessa é Presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT) e professora do Departamento de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Responsável pelo Laboratório de Dinâmica de Populações Marinhas (DIMAR), atuando em Dinâmica de Populações e Avaliação de Estoques de Peixes Elasmobrânquios (Tubarões e raias) e Teleósteos. Possui graduação em Oceanologia, pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (RS), doutorado em Oceanographie Biologique e Doctorat d'État na Université de Bretagne Occidentale , Brest (França), pós doutorado no RRAG, Imperial College do Reino Unido(UK) em 1988.

A turista paulista, Bruna Gobbi, de 18 anos, que foi vítima de um ataque de tubarão na tarde dessa segunda-feira (22), na praia de Boa Viagem, morreu por volta das 23h30. O corpo da garota foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) onde permanece na manhã desta terça-feira (24). 

Bruna foi atacada na perna esquerda pelo animal. Logo após o acidente ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Imbiribeira, e em seguida, ao Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby. A garota sofreu paradas cardiorrespiratórias, passou por uma cirurgia na qual teve que amputar parte da pena e chegou a ser internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). 

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De acordo com Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), este foi o 59º ataque de tubarão no litoral pernambucano e a 24ª morte, desde 1992, quando teve início a contagem desse tipo de incidente. Este é o segundo caso de morte somente este ano. Em maio, José Rogério Tavares da Silva, de 41 anos, foi vítima de ataque de tubarão. O homem foi visto pela última vez na praia Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho. O corpo, no entanto, foi encontrado três dias depois, na praia do Paiva.

Em comemoração ao Dia Mundial de Limpeza dos Rios e Mares será realizada na próxima sexta-feira (14), por meio da Secretaria de Meio Ambiente (SEMAM), mais uma atividade do Projeto de Educação Ambiental Vivenciada (PEAV Itinerante). Seguindo o Calendário Ecológico, a ação educativa terá acesso gratuito e será realizada em parceria com o Instituto Oceanário, das 9h às 11h, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.

Na ocasião, o Projeto de Pesquisa e Monitoramento de Tubarões no Estado de Pernambuco (PROTUBA) será divulgado. Desenvolvido em parceria com a equipe de educadores da SEMAM, o programa tem como objetivo informar a população sobre as medidas preventivas para um banho de mar com menor risco de incidente, de acordo com as regras estabelecidas pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (CEMIT). O intuito também é destacar a importância dos tubarões para o meio ambiente marinho.

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Durante o evento, o público poderá conferir uma exposição composta de arcadas de tubarões, aquários com animais conservados em álcool e tubarões de acrílico.

Serviço
Local: Parque Dona Lindu – Boa Viagem
Data: 14 de setembro de 2012 (sexta-feira)
Hora: 9h – 11h
Entrada: gratuita

Com informações da assessoria.

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (CEMIT) confirmou, nesta quarta-feira (5), que a morte de Tiago José de Oliveira da Silva, 18 anos, foi causada por "hemorragia externa dos membros inferiores por ferimentos cortocontusos". O rapaz foi encontrado morto no último dia 28 de agosto, em Itapuama, Litoral Sul de Pernambuco. O corpo do jovem, desaparecido desde o dia 26, apresentava mordidas de animais marinhos. 

Em nota divulgada à imprensa, O CMIT informou que nos últimos cinco anos foram registrados seis ataques de tubarões, com duas mortes. Com a morte confirmada, sobe para 21 o número de vítimas por ataque de tubarão no Estado, desde 1992.

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De acordo com o Comitê,  o trabalho de monitoramento, vigilância e fiscalização “vem sendo desenvolvido conforme convênio celebrado entre a Secretaria de Defesa Social e o Instituto Oceanário de Pernambuco, com a participação da Universidade Federal Rural de Pernambuco”. 

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