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Militares israelenses informaram neste domingo, 24, que 14 soldados foram mortos em combate na Faixa de Gaza no fim de semana, em alguns dos dias de batalha mais sangrentos desde o início da ofensiva terrestre e um sinal de que o Hamas está ainda resistindo, apesar de semanas de guerra brutal.

O crescente número de mortos entre militares israelenses deverá desempenhar um fator importante no apoio público do país à guerra.

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Os israelenses apoiam firmemente os objetivo declarados do país de anular as capacidades governamentais e militares do Hamas e de libertar os restantes 129 prisioneiros. Mas o número crescente de soldados mortos poderá minar esse apoio.

As mortes de soldados são um tema delicado e emocional em Israel, um país com serviço militar obrigatório para a maioria dos judeus.

O conflito já devastou partes da Faixa de Gaza, matou cerca de 20,4 mil palestinos e deslocou quase 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza.

O Ministério da Saúde em Gaza controlada pelo Hamas disse que 166 pessoas foram mortas no enclave costeiro no último dia. Fonte: Associated Press.

Há exatamente duas semanas, em 7 de outubro, o grupo Hamas fez ataques aéreos e terrestres a Israel, invadindo casas e levando reféns. Israel respondeu de imediato, com dezenas de aviões de combate bombardeando vários pontos da Faixa de Gaza. Com a escalada da violência, áreas residenciais e escolas foram bombardeados.  

Até o Hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, sofreu um ataque que matou 470 pessoas. O grupo Hamas acusa Israel de ter liderado o ataque aéreo que atingiu o hospital. Militares israelenses, no entanto, negam a responsabilidade pela ação e alegam que a unidade foi atingida por um lançamento fracassado de um foguete pela Jihad Islâmica.  

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Representantes das comunidades israelense e palestina no Brasil revelaram à Agência Brasil suas percepções sobre o conflito e o que sabem sobre a situação de parentes e conhecidos que estão na região. 

Antissemitismo

O presidente executivo da Federação Israelita do estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, conta que a comunidade tem mantido contato com quem está em território israelense e que lá estão muito abalados, preocupados e tristes. Daqui, a federação tem ofertado ajuda psicológica a eles. 

“Estamos vivendo um luto e uma tristeza muito grande com o acontecido no último dia 7 de outubro em Israel. Todos nós temos família e amigos no país e ainda estamos tentando entender o que aconteceu naquele sábado”, disse.

Segundo Berkiensztat, a comunidade acredita que Israel tem o direito e o dever de se defender e que, para que a paz volte à região, é preciso desmantelar o Hamas. 

Em relação à rotina da comunidade aqui no Brasil após a deflagração da guerra, ele aponta que sentiram aumento do antissemitismo. “E, para tanto, estamos atentos à segurança da comunidade em contato direto com os órgãos públicos para evitar quaisquer tipos de ameaça”, relatou. 

“As mídias sociais são o termômetro desta radicalização dos discursos de ódio que nos preocupam sobremaneira. Cancelamos todos os eventos festivos na comunidade judaica e temos investido na capacitação das pessoas sobre a história deste conflito e também em atendimento psicológico aos familiares que têm gente vivendo em Israel”, acrescentou Berkiensztat. 

Xenofobia

Coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, a jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh avalia que há uma crescente xenofobia e racismo contra palestinos no Brasil, neste momento, “em função da propaganda agressiva de guerra protagonizada pelos meios de comunicação de massa”. Ela ressalta que o ataque aos palestinos dura mais de 75 anos.

“Se não se compreender isso, vai se cair na propaganda de que é uma guerra entre Hamas e Israel, pontual e circunstancial. Não é isso”, acrescentou. 

“Intelectuais e políticos que se manifestam em solidariedade ao povo palestino e contra o genocídio em curso têm sido expostos e também perseguidos. Sabemos de ameaças, demissões e discurso de ódio contra a comunidade árabe e o povo palestino que é o oprimido na contínua Nakba [palavra árabe que significa catástrofe e designa a expulsão de palestinos de áreas que se tornariam Israel, em 1948]. Muitas fake news e muita criminosa irresponsabilidade em sua difusão precisam parar imediatamente”, denunciou. 

Sobre a população que está nos territórios atacados, ela relata que estão em uma situação muito perigosa e que todos estão em risco de limpeza étnica na Cisjordânia e sob bombardeios em Gaza. “Um brasileiro-palestino que conhecemos, Hasan Rabee, está em Gaza com sua família à espera de ser repatriado. Seu primo, a esposa dele, filhos e netos do casal foram mortos num bombardeio ao prédio em que moravam”, contou. 

Em relação à dificuldade de evacuação de palestinos, ela avalia que é importante um corredor humanitário para entrada de ajuda humanitária e o cessar-fogo imediato. “Porém é preciso ir além, é necessário o governo brasileiro reconhecer o apartheid israelense e romper imediatamente relações e acordos com o Estado de Israel”, acrescentou.

 

Na base militar israelense de Ramla, a cerca de 25 km de Tel Aviv, voluntários civis entregam alimentos e equipamentos aos soldados, enquanto os reservistas respondem à convocação para o serviço militar. A "união nacional" dos israelenses em apoio ao exército, após o ataque do Hamas no sábado, é total.

Israel convocou até 300.000 reservistas militares para sua campanha "Espadas de Ferro" em resposta ao ataque mortal de sábado.

Os palestinos, sob os intensos bombardeios de Israel, se preparam para uma possível invasão terrestre do enclave palestino.

Vestido com uniforme militar, o reservista Shlomo Zorno retirou um fuzil e um colete à prova de balas do porta-malas de seu veículo.

"Sabíamos que um ataque como esse poderia acontecer", disse Zorno, um educador de 42 anos que mora em Ascalon, uma cidade próxima à Faixa de Gaza, onde muitos foguetes caíram.

Um foguete caiu "muito perto" de minha casa, disse Zorno, que respondeu imediatamente à convocação do exército. "Não pensei duas vezes", disse.

O ataque do Hamas deixou pelo menos 900 israelenses mortos e 2.600 feridos, enquanto o Hamas fez cerca de 150 reféns, de acordo com o governo israelense.

A resposta de Israel a Gaza deixou 687 mortos e 3.727 feridos, segundo o Ministério da Saúde palestino.

"Todo o povo está ajudando o exército deste maravilhoso país, que precisa estar 'unido'", disse Any Gotleyb, de 62 anos.

- "Estávamos divididos" -

Israel está profundamente dividido devido a uma reforma judicial promovida pelo governo de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que desencadeou protestos semanais em massa de seus opositores, que temiam um governo autoritário.

A reforma busca, entre outras coisas, restringir os poderes da Suprema Corte em favor do Executivo.

Alguns reservistas haviam ameaçado não se apresentar ao serviço como protesto, o que aumentou as preocupações com a segurança nacional. No entanto, por enquanto, os israelenses parecem ter deixado de lado as diferenças para enfrentar a guerra.

Eran Levine, de 25 anos, ficou ferido durante seu serviço militar, mas espera voltar às forças armadas.

"Este é o nosso 11 de setembro. Antes disso, você sabe, estávamos divididos", comentou Levine na base de Ramla.

"Quando algo assim acontece, você tem que se unir e lutar contra um inimigo comum que está tentando nos destruir e matar", acrescentou Levine, que participou dos protestos contra a reforma judicial.

"Depois disso, todo o resto se torna insignificante", afirmou o homem.

"Devemos deixar de lado nossas diferenças e nos unir, porque se estivermos unidos, ninguém pode nos vencer", garantiu.

Milhares de israelenses voltaram a protestar neste sábado (29) no centro de Tel Aviv contra a reforma judicial promovida pelo governo do primeiro-ministro conservador Benjamin Netanyahu. As manifestações acontecem antes do início de uma nova sessão parlamentar, na segunda-feira (1º).

Manifestações semanais são feitas desde janeiro em todo o país, apesar de o governo ter anunciado há um mês uma "pausa" legislativa para dar "oportunidade ao diálogo".

"A história está de olho em você", dizia uma faixa em Tel Aviv, onde as pessoas acenderam tochas e agitaram bandeiras israelenses.

O Executivo estima que a medida servirá para equilibrar o poder entre o Parlamento e a Suprema Corte, tachada de politizada pela atual coalizão governista, a mais direitista da história de Israel.

Os opositores, entretanto, acreditam que a reforma pode levar o país a um modelo iliberal ou autoritário.

Milhares de pessoas foram às ruas de Tel Aviv durante todas as semanas desde janeiro para protestar contra a reforma. Ainda não há dados sobre a marcha deste sábado.

O presidente israelense, Isaac Herzog, organizou uma série de conversas interpartidárias a fim de chegar a um acordo sobre o pacote de reformas.

As negociações começaram após Netanyahu anunciar a "pausa legislativa" em 27 de março, mas a oposição permaneceu cética quanto às intenções do primeiro-ministro.

Os legisladores voltarão a fazer reuniões na segunda-feira, após um recesso que já estava no calendário - alheio à "pausa legislativa" anunciada pelo primeiro-ministro.

Durante o recesso, tanto os defensores da reforma quanto seus opositores mantiveram a pressão sobre os políticos.

O ministro da Justiça, Yariv Levin, legislador da reforma, dirigiu-se na quinta-feira (27) a milhares de pessoas que expressavam apoio à reforma, em Jerusalém.

O ministro da Fazenda, o ultra-direitista Bezalel Smotrich, também compareceu à passeata e prometeu que o governo não "desistiria" e aprovaria a reforma.

O governo foi formado em dezembro e é integrado por uma coalizão de ministros de partidos de direita, de extrema direita e de judeus ultraortodoxos.

Duas israelenses morreram e uma terceira ficou ferida nesta sexta-feira (7) em um ataque a tiros contra o veículo em que viajavam na Cisjordânia, anunciaram os serviços de emergência de Israel e o exército.

"As equipes de emergência constataram as mortes de duas mulheres na faixa de 20 anos e prestaram atendimento a outra, gravemente ferida", anunciou o Magen David Adom, o equivalente israelense Cruz Vermelha.

O exército informou que as duas vítimas eram israelenses e que o veículo foi atacado na passagem de Hamra, ao norte do vale do rio Jordão, na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O exército israelense afirmou que bloqueou as estradas na área e iniciou as operações para encontrar os "terroristas" que abriram fogo contra o veículo.

O ataque aconteceu em plena escalada da tensão, iniciada na quarta-feira, após um período de relativa calma no conflito israelense-palestino desde o início do mês de jejum muçulmano do Ramadã, em 23 de março.

A Questão Palestina é um termo utilizado para explicar a luta dos povos palestinos após a perda de seus territórios. A disputa envolve interesses territoriais, políticos, religiosos e históricos. Em 1948, foi criado o Estado de Israel. No entanto, a região de Jerusalém, é disputada por árabes e israelenses em um conflito que deixou milhares de mortos e milhões de refugiados. O cinema é um excelente ponto de partida para entender as tensões geradas pelos conflitos entre os palestinos e os israelenses. Confira a seguir, cinco filmes para compreender mais sobre o assunto:  

Belém: Zona de Conflito (2013) - O primeiro longa do diretor israelense Yuval Adler é ambientado na histórica cidade de Belém. Ele assina o roteiro com o jornalista Ali Wakad, experiente na cobertura dos conflitos no Oriente Médio. A trama acompanha os passos de um adolescente palestino, recrutado por um agente secreto israelense para atuar como informante. Ações terroristas estão presentes na narrativa que busca equilibrar diferentes pontos de vista. Disponível no YouTube e Google Play. 

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Cinco Câmeras Quebradas (2011) - Indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2013, exibe um material registrado pelo agricultor palestino Emad Burnat (codiretor do filme com o israelense Guy Davidi) desde 2005, quando ele comprou uma câmera de vídeo para acompanhar o crescimento do filho na Cisjordânia. Suas gravações, no entanto, captaram os violentos confrontos da população local com militares israelenses, destacados para proteger um assentamento de colonos judeus. Disponível no YouTube.  

Munique (2005) - O filme, dirigido por Steven Spielberg, traz Eric Bana no papel de um agente da Mossad (serviço secreto israelense) que lidera uma equipe de assassinos buscando membros do grupo terrorista Setembro Negro. Em 1972, integrantes da célula terrorista haviam massacrado atletas israelenses que participavam das Olimpíadas em Munique. O filme é baseado em fatos. Disponível na Amazon Prime Video, HBO Max e Apple TV.  

Paradise Now (2005) - A produção palestina assinada por Hany Abu-Assad teve aclamada trajetória internacional. Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme estrangeiro e concorreu ao Oscar da categoria. A causa palestina é abordada por um viés contundente: a lógica que move um homem-bomba. Dois amigos de infância alistam-se a um esquadrão suicida. Na iminência de um ataque terrorista em Tel-Aviv, eclodem entre eles conflitos familiares, morais e religiosos. Disponível na Amazon Prime Video. 

Valsa com Bashir (2008) - O filme foi o primeiro longa-metragem de animação a ser nomeado para um Oscar de Melhor Filme estrangeiro. Ele traz de maneira espetacular a triste história da Guerra do Líbano de 1982. A história é contada pelo olhar de um veterano de guerra, que por muito tempo tentou reprimir as memórias que tinha do conflito. Disponível no YouTube, Apple TV e Google Play.  

Mais de 60% dos israelenses consideram que um segundo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos é preferível a uma vitória do seu adversário, Joe Biden, segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (2), um dia antes da eleição americana.

Segundo esta consulta, realizada pelo Instituto Democrático de Israel (IDI), centro de análises de Jerusalém, 63% dos israelenses, dos quais 70% judeus, consideram que uma vitória do presidente republicano é melhor para o Estado hebreu.

Ao contrário, seu adversário democrata, que aparece à frente nas pesquisas americanas, obtém apenas 17% de apoio entre os israelenses, enquanto 20% dos entrevistados não expressaram preferência, de acordo com pesquisa do IDI.

Segundo consulta realizada pela emissora internacional I24 News, com sede em Tel-Aviv, e publicada em meados de outubro, 63% dos israelenses consideravam que Donald Trump seria um presidente mais favorável a Israel.

A popularidade de Donald Trump no eleitorado judaico parece se apoiar "em grande parte na percepção de que a eleição de Biden fragilizaria as relações entre Estados Unidos e os palestinos", destaca o Instituto Democrático de Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma com frequência que Trump é o "melhor amigo" de Israel.

Milhares de israelenses se manifestaram na noite deste domingo (19) em Tel Aviv contra as ameaças, segundo os organizadores, para a democracia de Israel, no contexto de negociações entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival, Benny Gantz, em busca de formar governo.

Cerca de 2.000 manifestantes, segundo a imprensa do país, atenderam ao chamado do movimento "bandeiras negras" no Facebook e se reuniram na Praça Yitzhak Rabin, em Tel Aviv, para "salvar a democracia".

Os manifestantes queriam expressar sua rejeição ao diálogo em andamento entre Benny Gantz, líder do partido "Azul-Branco" (centro) e o chefe dos conservadores do Likud, Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção.

Com máscaras protetoras e vestidos principalmente de preto, os participantes ficaram a dois metros de distância, respeitando as medidas de distanciamento social em vigor para impedir a propagação da pandemia da COVID-19, que oficialmente infectou 13.000 pessoas no país e matou 172.

"Deixe a democracia vencer", estava escrito numa das faixas, enquanto cartazes exibiam "Ministro do Crime".

"A corrupção não é combatida por dentro. Se você está dentro, você faz parte disso", declarou o deputado Yair Lapid, da oposição, contra seu ex-aliado Benny Gantz.

"As democracias morrem por dentro porque as pessoas boas se calam e as pessoas fracas se rendem", acrescentou, denunciando as supostas manobras de Netanyahu para permanecer no poder.

"Estamos aqui para dizer que nunca desistiremos", acrescentou.

Após as eleições de 2 de março, a terceira em que Gantz e Netanyahu se enfrentaram em menos de um ano, o presidente Reuven Rivlin confiou ao político do centro a tarefa de formar um governo.

Mas, em meio a uma pandemia de coronavírus, Gantz optou por formar um governo de "união e emergência" com Netanyahu, o que causou descontentamento entre os apoiadores da oposição.

Segunda-feira à noite era o prazo para Gantz e Netanyahu chegarem a um acordo, mas como esse não era o caso, o presidente Rivlin pediu ao Parlamento que propusesse o nome de um deputado que tenha apoio suficiente, dentro de três semanas, para formar governo.

Enquanto isso, os grupos de Gantz e Netanyahu afirmam que continuam dialogando visando a uma possível união.

Em meio a grande ceticismo, a administração Trump começou a discutir nesta terça-feira, 25, seu plano econômico de US$ 50 bilhões que prevê até incentivo ao turismo para tentar alcançar a paz entre israelenses e palestinos. Mas ele não esclarece os detalhes políticos para torná-lo real.

O plano foi apresentado pelo genro e conselheiro do presidente Donald Trump, Jared Kushner, a um grupo reunido em Manama, capital do Bahrein, em uma conferência marcada pela ausência de líderes israelenses e palestinos.

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Em linhas gerais, o plano prevê o investimento de doadores nacionais e investidores de cerca de US$ 50 bilhões. Mais da metade desse montante seria colocado nos territórios palestinos nos próximos dez anos. O restante seria dividido entre Líbano, Egito e Jordânia - país que mais tem absorvido palestinos e teme que eles se estabeleçam em seu território para sempre.

O dinheiro seria investido em áreas palestinas ligadas à infraestrutura, comércio e turismo, mas é vago sobre como solucionar os entraves políticos a eles. Há uma seção dedicada ao turismo no plano de Kushner. "Para o desenvolvimento total da indústria do turismo palestina, novos investimentos são necessários para a criação de acomodações e atrações próximas dos locais turísticos mais populares", afirma o texto.

Um dos empecilhos que não responde o plano trata-se do bloqueio israelense e egípcio à Faixa de Gaza há mais de uma década, controlando a entrada de vários produtos e, principalmente, proibindo o acesso a materiais de construção, que Israel teme que o Hamas, grupo que controla o território, utilize para fins militares.

O plano também não cita a ocupação israelense da Cisjordânia, o que impõe um enorme obstáculo a qualquer projeto de desenvolvimento econômico palestino.

Entre os 179 projetos de infraestrutura e negócio para os palestinos, o plano de Kushner prevê um corredor de transporte de US$ 5 bilhões para conectar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, distantes 115 km um do outro. A proposta não é exatamente uma novidade e já foi apresentada no passado, mas emperrou na falta de acordos políticos e de segurança para viabilizá-la.

De acordo com o analista de Oriente Médio do jornal Jerusalém Post, algumas partes do plano "mostram que Israel ou não foi consultado, ou não tinha nada a dizer ou os autores do texto não são familiarizados com o papel desempenhado pelo país nas fronteiras e nas telecomunicações palestinas".

O plano fala, por exemplo, em viabilizar serviços de dados de alta velocidade. O analista lembra que o veto de Israel à tecnologia wireless 3G para serviços móveis aos palestinos somente foi derrubado em 2018.

A Autoridade Palestina, que alega que não há saída sem uma solução política, boicotou o evento de dois dias. O governo israelense não foi convidado. Diante da ausência dos palestinos, várias nações árabes concordaram em ir, mas sem enviar representantes de alto escalão.

"Não sei dizer quantas vezes eu li propostas de 'planos Marshall' para o Oriente Médio em um período de 20 anos. Mas a realidade é que, na sequência, é muito problemático usar incentivos econômicos - desenvolvimento, comércio, assistência e até a construção de instituições - sem primeiro alcançar as necessidades e exigências políticas das pessoas no conflito", afirmou Aaron David Miller, ex-negociador para o Oriente Médio de administrações republicanas e democráticas.

Centenas de palestinos protestaram na segunda-feira na Cisjordânia ocupada contra a conferência. Perto de Hebron, alguns deles sentaram-se em torno de um caixão com a inscrição "Não ao acordo do século", uma expressão pejorativa que faz referência às propostas de paz de Trump.

Os palestinos cortaram os laços com a Casa Branca após Trump reconhecer em 2017 Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada americana de Tel-Aviv. Para eles, a proposta de paz da administração republicana é pró-Israel. A equipe de Oriente Médio de Trump assinalou recentemente que aceitará a anexação por Israel de partes da Cisjordânia, coração do Estado Palestino, aprofundando ainda mais as suspeitas palestinas. (Com agências internacionais)

As forças israelenses mataram, nesta segunda-feira (4), dois palestinos depois que seu veículo atingiu um grupo de soldados israelenses na Cisjordânia ocupada, ferindo um soldado e um policial, informaram o Exército e a Polícia israelenses.

Segundo o Exército, as forças de segurança abriram fogo contra três "agressores" palestinos, dois dos quais foram "neutralizados e o terceiro ligeiramente ferido".

O porta-voz da polícia Micky Rosenfeld confirmou que dois palestinos foram mortos.

"Os agressores atropelaram um grupo de soldados que havia parado em uma estrada na saída do vilarejo" de Kafr Nama, ao noroeste de Ramallah, informou o Exército em um comunicado.

"Um oficial do Exército foi gravemente ferido e um guarda de fronteira sofreu ferimentos leves", acrescentou o comunicado, indicando que "os primeiros elementos da investigação apontam que se tratou de um ataque terrorista".

Segundo Rosenfeld, o policial ferido já deixou o hospital.

O Ministério palestino da Saúde identificou os dois palestinos mortos como Amir Mahmud Darraj e Yusef Anqwawi, ambos com 20 anos de idade.

O prefeito de Kafr Nama declarou que o incidente ocorreu quando os soldados deixavam o vilarejo depois de uma operação para prender um jovem palestino.

O Exército israelense informou que prendeu 11 membros ativos do movimento islâmico Hamas neste setor de Ramallah durante a noite.

Os dois palestinos mortos são considerados suspeitos de lançar artefatos explosivos mais cedo na noite de domingo, segundo o Exército israelense. Esses dispositivos foram encontrados no veículo utilizado para atropelar o grupo de agentes israelenses.

Em um comunicado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que deu instruções para acelerar o processo de demolição das casas dos dois palestinos mortos.

Israel destrói regularmente as casas de cidadãos palestinos responsáveis por ataques contra as forças israelenses. O governo israelense defende o efeito dissuasivo dessas operações de demolição para aqueles que pretendem realizar ataques.

Enquanto isso, os críticos dessa prática apontam para ela como uma das causas da indignação coletiva que afeta um número crescente de famílias obrigadas a viver nas ruas.

A Cisjordânia, um território ocupado há mais de 50 anos por Israel, foi, como o próprio território israelense, palco, a partir de outubro de 2015 e durante meses, de uma onda de ataques anti-israelenses.

Os ataques costumam ser praticados por palestinos sozinhos e armados com facas, mas também, em alguns casos, utilizando carros e, em menor escala, armas de fogo. A violência diminuiu significativamente, mas permanece esporádica.

O grupo de 136 militares de israelenses, entre médicos, técnicos e engenheiros, ficará no Brasil o tempo que for necessário. O embaixador de Israel, Yossi Shelley, afirmou à Agência Brasil que na missão há cães farejadores, equipamentos para captação de sinais de celular e mergulhadores com condições de localizar pessoas vivas e mortas.

“O tempo da missão no Brasil depende da necessidade. A equipe está aqui com grande entusiasmo, e Israel está fazendo aqui o mesmo trabalho de ajuda humanitária que fez em outros países como, por exemplo, México e Filipinas.”

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Segundo o diplomata, trata-se de uma cooperação que envolve “um valor imenso de amizade, de humanidade” entre os dois países.

“Estamos disponibilizando 136 militares, homens e mulheres, com treinamento especial para salvar vidas. Trouxemos equipamentos de sondas, cachorros farejadores, equipamentos especiais para captação de sinal de celular, mergulhadores, socorro médico e bombeiros. Temos condições de localizar pessoas vivas ou mortas”, disse.

Negociações

O embaixador disse que as negociações para o envio da equipe multidisciplinar de Israel foram definidas entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“Essas coisas definimos com o presidente Bolsonaro. Temos uma boa ligação. Vamos continuar nosso papel. A amizade de Israel e Brasil está mais forte do que nunca. Lembro que eu falei que Bolsonaro é um segundo Oswaldo Aranha, isso é porque ele fez tantas coisas em pouco tempo que merece esse título. As pessoas precisam entender o valor das coisas que Bolsonaro fez e faz..”

Yossi Shelley ressaltou a relevância das relações do Brasil com Israel. “Somos amigos há muitos anos. O povo brasileiro tem muitas ligações com Israel. Infelizmente, há alguns anos, diminuiu um pouco. Agora, graças a Deus, vamos desfrutar novamente essa amizade. O tempo define como vão ser feitas as ações entre os dois países.”

Ciência e Tecnologia

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, está em Israel para verificar os estudos mais avançados na área de dessalinização de água. Para o embaixador, as negociações são positivas.

“Ele [Marcos Pontes] está fazendo uma visita oficial. Ele vai cuidar da questão da água, a questão da seca do Norte, vai examinar as plantas de dessalinização de água, de reúso de água, de tratamento de esgoto. Ele tem muitos conhecimentos e vai perceber a importância dessa viagem para os dois países.”

Três israelenses foram feridos nesta quinta-feira em um ataque com arma branca contra uma casa em uma colônia próxima a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, informou o Exército hebreu.

"Um terrorista se infiltrou" na colônia Adam e "apunhalou três civis". "O terrorista foi baleado e morreu" declarou o Exército.

Segundo os serviços de emergência, duas vítimas estão gravemente feridas e foram levadas a um hospital de Jerusalém.

Os ataques de palestinos contra cidadãos israelenses, utilizando facas, armas de fogo e veículos, têm sido frequentes nos últimos anos.

"Eu, na verdade, não desejo essa nacionalidade, mas não tenho outra opção", explica Nora, de 28 anos. Durante o verão de 2014, a palestina de Jerusalém deu entrada no passaporte israelense, uma decisão "extremamente difícil".

Três anos depois essa advogada, que prefere não revelar seu nome verdadeiro com medo de que seu testemunho tenha um impacto negativo em seu pedido, continua esperando uma resposta das autoridades israelenses.

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Ter um documento de identidade israelense vai permitir que viaje com maior facilidade e visite sua irmãs que vivem na Europa, explica em entrevista à AFP.

Também facilitaria "para trabalhar", diz a jovem, que tem a ambição de ser juíza em Israel.

Quando conseguir um passaporte israelense, Nora deverá renunciar a viajar para a grande maioria dos países árabes, que não reconhecem Israel.

Cada vez mais palestinos de Jerusalém Oriental, a parte da cidade ocupada há 50 anos por Israel, tomam a mesma decisão, apesar de serem reticentes sobre adotar a nacionalidade do Estado que todos consideram "o inimigo", dizem advogados e defensores dos direitos dos palestinos.

- Nem palestinos, nem israelenses, nem jordanianos -

Os mais de 300.000 palestinos de Jerusalém Oriental têm um status especial. Apesar de residirem na cidade onde querem estabelecer a capital do Estado que aspiram, não têm nacionalidade palestina, diferente da população da Cisjordânia ocupada ou da Faixa de Gaza.

Israel considera que os habitantes de Jerusalém Oriental vivem em seu território, já que essa área foi anexada à cidade santa, mesmo que a Comunidade Internacional não a reconheça, e cobra impostos dos residentes.

Outorga assim permissões como "residentes permanentes", o que abre o acesso a direitos sociais. A vizinha Jordânia concede, por sua parte, documentos de viagem. Mas eles não têm direito a voto em nenhum desse países.

Só podem votar nas eleições municipais israelenses, mas a maioria boicota a votação porque não reconhece o município israelense que pretende exercer sua autoridade em toda Jerusalém.

Para Ziad Haidami, advogado em Jerusalém, as autoridades demoraram a responder a pedidos como o de Nora porque os pedidos são "cada vez mais numerosos".

Em seu escritório recebeu muitos clientes com motivos variados: "um queria ser policial, outro queria estudar no exterior", lembra.

- 'Mal visto' -

Todos, assegura Haidami, entram em seu escritório "se escondendo como ladrões" porque adotar a nacionalidade israelense "sempre foi e continua sendo mal visto".

"Mas os palestinos de Jerusalém tomam cada vez mais essa decisão porque acreditam que a nacionalidade israelense os protegerá, enquanto nenhuma autoridade palestina possa fazer isso em Jerusalém", onde Israel proíbe qualquer atividade política palestina.

Entre 2009 e 2016, dos 6.497 palestinos de Jerusalém que pediram a nacionalidade israelense, 3.349 conseguiram após passarem por várias entrevistas somente em hebraico, apesar do árabe ser a língua oficial em Israel, segundo o Centro de Ajuda Legal de Jerusalém, ONG que oferece ajuda jurídica os palestinos.

As autoridades israelenses não responderam aos pedidos de entrevista da AFP.

Mohamed tem há dois anos o passaporte azul escuro de Israel. "Não lamento em absoluto minha decisão", afirma o homem de 27 anos que também não quer seu verdadeiro nome revelado.

"Desde então, minha vida é muito mais simples e estou muito mais tranquilo", diz.

Funcionário em uma companhia israelense de Jerusalém Ocidental, Mohamed, que fala hebraico fluentemente, se acostumou rapidamente a sua nova identidade, mas só compartilhou sua decisão com seus familiares mais próximos porque, segundo ele, muitos desaprovam que palestinos peçam a nacionalidade israelense.

Em aspectos práticos, sua vida mudou por completo. Acabaram os problemas burocráticos e as longas filas de espera para conseguir um visto para viajar para o exteriro, afirma.

Fakhry Abu Diab, militante em uma associação anticolonização em Jerusalém Oriental, diz que entende "a frustração que leva os jovens" a tomar a mesma decisão que Mohamed, mas acredita que os palestinos deveriam "promover sua identidade" e sua presença na cidade sagrada, ao invés de "legitimar a ocupação e aceitá-la" adotando a nacionalidade israelense.

Um conjunto de estátuas, moedas e outros objetos com 1.600 anos de antiguidade foi encontrado na área do antigo porto de Cesareia, na mais importante descoberta deste tipo em 30 anos, anunciaram as autoridades israelenses.

Os israelenses Ran Feinstein e Ofer Raanan encontraram por acaso objetos de bronze quando praticavam mergulho em abril, informou a Autoridade de Antiguidades de Israel.

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Os dois alertaram o governo e outros mergulhos permitiram encontrar vários objetos do período romano tardio, vestígios da carga de um navio mercante que aparentemente transportava metal destinado a ser reciclado ou derretido.

Foram encontrados no porto mediterrâneo uma lâmpada de bronze com a imagem do deus Sol, uma estátua da deusa Lua, uma lâmpada com a efígie de um escravo africano, fragmentos de estátuas de bronze e peças com o formato de animais, assim como âncoras e diversos objetos de navegação.

A carga também contava com antigas peças de moeda que pesam 20 quilos. Estas peças têm a imagem do imperador Constantino, que reinou primeiro na parte ocidental e depois em todo o império romano até sua morte no ano 337, e a de Licínio, seu rival que reinou na parte oriental e foi derrotado em 324.

Jacob Sharvit, diretor da unidade marítima da Autoridade de Antiguidades, afirmou que o navio aparentemente foi surpreendido por uma tempestade na entrada do porto. Depois ficou à deriva até bater contras as rochas e o dique, após uma tentativa de usar as âncoras, que se romperam pela força das ondas e do vento.

"Não encontramos em Israel uma carga marítima como esta há 30 anos", afirmaram Jacob Sharvit e seu auxiliar Dror Planer, citados em um comunicado. "As descobertas de estátuas de metal são raras porque na Antiguidade eram derretidas", destacam.

Cesareia foi construída pelo rei da Judeia, Herodes, no século I antes de Cristo. Seus importantes vestígios das épocas romana e medieval fazem desta localidade uma das grandes atrações de Israel.

Milhares de israelenses se manifestaram em Tel Aviv, neste sábado, pedindo a retomadas das negociações com os palestinos, por ocasião do 20º aniversário do assassinato do então premiê Yitzhak Rabin, uma figura simbólica dos esforços pela paz no Oriente Médio.

A organização A Paz Agora e outros grupos favoráveis a uma solução "com dois Estados" convocaram a mobilização, no momento em que as perspectivas de um acordo em um dos mais antigos conflitos no mundo se veem cada vez mais distantes. A recente onda de violência faz, inclusive, temer uma Terceira Intifada.

Os ativistas partiram da praça que leva o nome de Rabin, que se tornou primeiro-ministro em 1992 e foi assassinado em 4 de novembro de 1995, aos 73 anos, por tiros dados pelo judeu ortodoxo fanático Yigal Amir.

Amir era contra os Acordos de Oslo, de 1993, no âmbito dos quais se criou a Autoridade Palestina, uma espécie de prévia para um futuro Estado palestino. A iniciativa valeu o Prêmio Nobel da Paz a Rabin, ao então presidente israelense, Shimon Peres, e ao líder palestino Yasser Arafat.

O 20º aniversário da morte do premiê trabalhista, que provocou enorme comoção em Israel, inicia-se neste sábado à tarde, de acordo com o calendário judaico.

Ministros israelenses exigiram neste domingo (22) que os Estados Unidos parem de espionar Israel, após revelações de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) interceptou e-mails dos escritórios de ex-líderes do país.

Esta foi a primeira vez que autoridades israelenses expressaram raiva desde que detalhes dos programas de espionagem norte-americanos começaram a ser revelados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden. Israel aproveitou o escândalo para pedir novamente a libertação de Jonathan Pollard, um ex-analista do serviço de inteligência norte-americano que está preso há mais de três décadas nos EUA, acusado de ser espião a serviço de Israel.

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"Isso não é legítimo", disse o ministro israelense de Inteligência, Yuval Steinitz. Ele pediu que os dois países cheguem a um acordo sobre espionagem.

"É bem constrangedor algo assim entre países que são aliados", disse o ministro do Turismo", Uzi Landau. "Este é um momento melhor do que qualquer outro para Jonathan Pollard ser solto."

Documentos vazados por Snowden e publicados por The Guardian, Der Spiegel e The New York Times na semana passada revelaram que a agência britânica de inteligência GCHQ trabalhou com a NSA de 2008 a 2011 para interceptar e-mails que pertenciam aos gabinetes do então primeiro-ministro, Ehud Olmert, e do ministro de Defesa, Ehud Barak.

Amir Dan, porta-voz de Olmert, minimizou as revelações. Segundo ele, o e-mail alvo de espionagem não era usado para comunicações importantes. Fonte: Associated Press.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, declarou-se hoje "profundamente preocupado" com o fato de Israel continuar expandindo colônias judaicas nos territórios palestinos ocupados.

Numa entrevista coletiva concedida ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, em Ramallah, Ban advertiu que a continuidade das obras nos assentamentos judaicos pode acabar por impedir o estabelecimento de um Estado palestino.

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Ban fez os comentários apenas um dia depois de israelenses e palestinos terem retomado as negociações diretas de paz após cinco anos de paralisação.

O diálogo acabou ofuscado por recentes anúncios de que Israel está levando adiante os planos de construção de mais de 3 mil habitações para judeus em colônias na Cisjordânia ocupada.

Ban acrescentou que a atividade de assentamentos está "aprofundando a desconfiança dos palestinos com relação à seriedade dos israelenses no que diz respeito à busca pela paz". Fonte: Associated Press.

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Passando o recorde do Guinnes Books, o evento foi realizado por um rede de loja de alimentos,  teve o intuito de comemorar o aniversário de 90 anos do líder, Shimon Perez. O último recorde, com o retrato do Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, teve o uso de mais ou menos cinco mil copos.

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A equipe ficou orgulhosa, por terem alcançado o recorde e homenageado o líder. 

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