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O atual diretor técnico da Pinacoteca do Estado, Ivo Mesquita, negou que sua saída do cargo, que será ocupado pelo professor e crítico Tadeu Chiarelli a partir de fevereiro, tenha sido provocada por uma decisão do conselho administrativo da instituição, presidido pelo colecionador e banqueiro José Olympio Pereira. "Coloquei meu cargo à disposição, após a reforma que instituiu o cargo de superintendente, para seguir novos caminhos como curador", disse. "Isso não tem nada a ver com uma intransigência minha em diminuir o orçamento do museu para o próximo ano, como chegou a ser veiculado", concluiu Mesquita, que tem ainda dois projetos curatoriais vinculados à Pinacoteca, entre eles uma mostra com o acervo da Fundação Helga de Alvear, uma das mais sólidas instituições espanholas, e do artista cubano Carlos Garaicoa.

Mesquita trabalha há 12 anos na Pinacoteca. Assumiu primeiro o cargo de curador do octógono, de 2003 a 2006, depois o de curador-chefe e, desde 2012, é o diretor técnico da instituição, quando substituiu o atual secretário de Estado da Cultura, Marcelo Mattos Araújo. Com a sua saída, o novo cargo de superintendente será ocupado por Chiarelli, que vai contar com a assistência do diretor financeiro Marcelo Dantas, em substituição a Miguel Gutierrez, que assumiu o mesmo cargo no Museu de Arte de São Paulo (Masp). O diretor de relações institucionais permanece o mesmo, Paulo Vicelli.

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Durante a gestão de Mesquita, foram realizadas importantes mostras internacionais, entre elas das de Giacometti (2012), William Kentridge (2013) e, mais recentemente, a da artista brasileira de origem suíça Mira Schendel, que veio da Tate Modern de Londres. Com a instituição inglesa, a Pinacoteca firmou um acordo nas áreas técnica, educacional e expositiva. Para 2016, está prevista, segundo Mesquita, uma grande mostra da inglesa Bridget Riley, pioneira da op art londrina com grande reputação entre os críticos. Ainda este ano, a partir de 20 de novembro, o público paulistano poderá ver a mostra do escultor australiano Ron Mueck, que atraiu milhares de visitantes ao MAM do Rio. Entre as obras estão três esculturas recentes e inéditas (Mueck trabalha o corpo humano em grandes dimensões).

Para trazer exposições como essa, entre as 20 que realiza por ano, a Pinacoteca necessita uma verba superior aos R$ 35 milhões do seu orçamento anual, parte dele (R$ 12 milhões) destinado às mostras. A estrutura da instituição cresceu durante a gestão de Marcelo Araújo, atual secretário de Estado da Cultura, de quem Ivo Mesquita foi o braço direito durante os dez anos (de 2002 a 2012) em que Araújo esteve à frente dela. Foi justamente em 2002 que a gestão do museu foi transferida para a Associação Pinacoteca Arte e Cultura (Apac), cujo conselho de administração está a cargo do colecionador José Olympio Pereira. Ele agradeceu a contribuição de Mesquita por esses 12 anos na Pinacoteca, afirmando que "sua marca ficará registrada na história deste museu".

O professor Tadeu Chiarelli, atual presidente do Conselho de Orientação Artística da Pinacoteca, órgão consultivo da Secretaria de Cultura do Estado, garantiu que vai dar continuidade aos projetos de exposição desenvolvidos durante a gestão de Mesquita, entre os quais estão incluídas retrospectivas de Nelson Felix, Nuno Ramos e José Resende. Chiarelli, que deixou este ano a direção do Museu de Arte Contemporânea (MAC), diz estar contente pela oportunidade de trabalhar com antigos colaboradores e orientados, hoje funcionários da Pinacoteca.

O novo superintendente ainda não comunicou sua decisão de aceitar o cargo na Pinacoteca à Universidade de São Paulo (USP), onde é professor. "Isso não significa abandonar a universidade", garantiu, definindo como "irrecusável" o convite feito pela Apac, com apoio do secretário Marcelo Araújo. Chiarelli tem larga experiência como diretor de museus. Esteve à frente do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) de 1996 a 2000 e do Museu de Arte Contemporânea da (MAC/USP) entre 2010 e 2014. "Ainda estou sob o efeito da saída do MAC, que foi uma experiência intensa e muito trabalhosa", admitiu Chiarelli.

Um incêndio de grandes proporções em um depósito particular de veículos na Penha, zona norte do Rio, foi controlado por volta das 18h deste sábado (9). Dois homens passaram mal, foram atendidos no local, sem ferimentos, e encaminhados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, segundo a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na delegacia do bairro, mas, até a noite de hoje, ainda não havia indícios sobre as causas do incêndio.

O depósito fica perto da avenida Brasil e do Aeroporto Internacional do Galeão. Segundo o balcão de informações da Infraero no terminal, a fumaça não afetou os voos. Por causa da neblina, o aeroporto operou por instrumentos hoje - o tempo manteve-se chuvoso no Rio ao longo de todo dia.

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De acordo com o plantão de ocorrências do Corpo de Bombeiros, a primeira ocorrência foi registrada às 14h56. Treze viaturas e cerca de 80 bombeiros de 11 batalhões trabalharam no controle do fogo. Além do 28º Grupamento, que fica na Penha, foram acionados os quartéis de Caju, Irajá, Central, Guadalupe, Caxias, São Cristóvão, Nova Iguaçu, Jacarepaguá, Ramos e Tijuca.

Conforme imagens de helicóptero do canal de TV a cabo Globo News, as chamas consumiram diversos carros e produziram muita fumaça, vista de vários pontos do Rio. Por causa do combustível dos veículos, explosões foram ouvidas durante o incêndio.

O depósito pertence a Rogério Menezes Leiloeiro. Segundo o site da casa de leilões na internet, o leiloeiro é oficial da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja) desde 1989 e atua nos segmentos de seguradoras, bancos, financeiras, órgãos públicos e empresas privadas. O site também diz, em sua seção institucional, que a casa de leilões tem "completa infraestrutura" de depósitos, "todos segurados, com redes de incêndio e de fácil acesso". Ao todo, os depósitos do leiloeiro ocupam 50 mil metros quadrados.

Em declaração conjunta, após reunião de trabalho no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff e o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, comemoraram a assinatura de uma acordo ampliando de um para dois anos a duração do visto de negócios para brasileiros e angolanos entrarem nos dois países. Dilma destacou que esse protocolo "facilitará investimentos recíprocos". Santos, por sua vez, disse que o acordo de facilidade de vistos "vai melhorar a circulação de homens de negócios e dos técnicos e gestores dos dois países, permitindo reforço no investimentos e comércio".

Apesar de Angola ser chefiada pelo presidente José Eduardo dos Santos, que está no poder desde 21 de setembro de 1979, Dilma disse em seu discurso, após reunião bilateral com ele, que "Brasil e Angola são atores importantes no processo de democratização das relações internacionais". Defendeu ainda que "a África e a América Latina precisam estar melhor representadas nos processos decisórios globais, que necessitam de mais legitimidade", oferecendo o apoio brasileiro à candidatura de Angola ao Conselho de Segurança da ONU para o biênio 2015-2017. "Estou certa de que Angola poderá oferecer um olhar atento e alternativas equilibradas aos atuais desafios à paz e à segurança internacionais", afirmou Dilma. O presidente Santos agradeceu, e afirmou que aprovava a candidatura do Brasil a ser sede da Conferência internacional dos Direitos Humanos.

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Ainda em sua fala, Dilma, depois de salientar que "Brasil e Angola são países irmãos ligados por laços linguísticos, étnicos e históricos", destacou que espera que "os investimentos dos empresários angolanos no Brasil venham a crescer". Depois de lembrar que "o Brasil quer continuar participando do desenvolvimento de Angola", por meio de diversas empresas de infraestrutura viária e energética, falou da importância do "papel do BNDES conceder crédito às exportações de bens e serviços a Angola, renovados este mês". Já o presidente de Angola, agradeceu, em seu discurso, "a ampliação das facilidades de crédito para financiar exportações de empresas brasileiras para Angola".

As chuvas que caíram no Paraná nos últimos cinco dias atingiram mais de meio milhão de pessoas, segundo dados divulgados pela Defesa Civil no final da tarde de quinta-feira (11). Até as 18h30 haviam 579.524 pessoas atingidas pelas chuvas em 150 municípios de todas as regiões. Desse total, 135 estão sob o estado de emergência.

Também subiu para 13 o número de mortes provocadas pelas enchentes com a descoberta ontem de um corpo que estava desaparecido em Guarapuava. Já os feridos chegam a 117 pessoas, sendo que em União da Vitória, com 65, está o maior número de feridos. A expectativa é de que os prejuízos ultrapassem R$ 1 bilhão, mas os dados deverão ser oficializados somente no final de semana. Até o final da tarde de quinta, 32.571 pessoas continuavam desalojadas.

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Até o final do dia, o governo federal havia anunciado um auxílio de R$ 346,86 mil, já o governo estadual anunciou a liberação imediata de R$ 11 milhões para os municípios atingidos. Segundo o anúncio feito pelo governo estadual, entre os critérios para receber os recursos está o encaminhamento de um relatório sobre os números de vítimas e prejuízos.

Na região de Palotina, uma pessoa foi resgatada na tarde de ontem após ficar dois dias no topo de uma árvore na margem do Rio Piquiri, onde pescava. Ao perceber que a água do rio subia, o agricultor Josias da Graça contou que improvisou uma escada e ficou no topo da árvore até ser localizado por um morador da região, que lembrou que ele sempre visitava a ilha para pescar.

Em União da Vitória, o prefeito Pedro Ivo Ilkov decretou estado de calamidade pública. Com 12 mil pessoas atingidas, essa medida vai possibilitar uma ajuda maior e com mais agilidade. A Defesa Civil informou que O estado do Paraná continua sob alerta. Segundo o capitão Eduardo Gomes Pinheiro, a situação é preocupante. "O desastre ainda está ocorrendo. Temos pessoas sendo removidas em União da Vitória, podemos ter chuva novamente no fim de semana e as planilhas mudam a todo o tempo", disse.

Desde o início das chuvas foram registradas 13 mortes: duas pessoas morreram em Medianeira e três em Guarapuava, uma em Laranjeiras do Sul; uma em Campina do Simão, uma em Guaraniaçu, uma em Sulina, uma em Altamira do Paraná, uma em União da Vitória e outra em Quedas do Iguaçu. No sábado passado (7), um aposentado que morava na Cidade Industrial, em Curitiba, também morreu vítima da enchente que invadiu sua casa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reagiu nesta quarta-feira à decisão do Tribunal Superior Eleitoral de redefinir as bancadas estaduais na Câmara e anunciou que o Congresso Nacional irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a determinação do TSE.

O recurso ao Supremo é mais um round na queda de braço entre o Legislativo e a corte eleitoral, que em abril do ano passado baixou uma resolução determinando o rearranjo das cadeiras de acordo com dados do Censo de 2010 do IBGE. Com isso, oito Estados veriam o número de seus representantes na Casa encolher, enquanto que outros cinco ganhariam cadeiras. Os beneficiados seriam Amazonas, Santa Catarina, Ceará, Minas Gerais e Pará; já os prejudicados seriam Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Piauí.

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Alegando que o Judiciário estava interferindo em matérias do Legislativo, a Câmara e o Senado passaram um decreto em dezembro anulando a resolução da corte eleitoral, mas ontem o tribunal ratificou a decisão de abril, desencadeando nova crise entre os poderes. Calheiros e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tinham uma reunião marcada para a noite de hoje com integrantes das respectivas Mesas Diretoras para aprovar uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), que deverá ser encaminhada amanhã ao STF. O tema também deverá ser alvo de conversa com o presidente da Suprema Corte, ministro Joaquim Barbosa, com reunião prevista esta semana com Calheiros.

Deputados e senadores criticaram duramente o TSE e o acusaram de "intromissão" em temas de responsabilidade do Congresso. "Nós estamos precisando fazer uma reforma política. Eu até defendo que seja feita com participação popular, mas não pode ser feita pelo TSE. É uma intromissão indevida, que desequilibra a harmonia entre os poderes", declarou.

Na decisão de hoje, o presidente do TSE, Dias Toffoli, considerou que o mecanismo adotado pelos congressistas no final do ano não foi o correto e que a suspensão da decisão da Corte deveria ocorrer por meio de uma Lei Complementar. O argumento deverá ser rebatido pela cúpula do Congresso na ação, que defenderá a constitucionalidade da forma como a resolução do TSE foi anulada. "O TSE não pode diretamente estabelecer a representação. Isso terá que acontecer por lei complementar. A aprovação do decreto legislativo aconteceu exatamente para impedir que o TSE estabelecesse o tamanho da representação", acrescentou Calheiros.

Voto vencido quando a resolução foi aprovada pela corte eleitoral em abril, o ex-presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, disse que as alterações de bancada precisam ser feitas pelo Parlamento e que a ratificação da resolução da Corte causa "insegurança". "A problemática é muito séria considerada essa dança de cadeiras. A rigor, a dança tem que ser promovida pelo próprio Congresso. É o que quer a Carta da República. Por isso fui voto vencido quando o TSE resolveu remanejar as cadeiras", disse. "Sob a minha ótica, há uma deliberação que não cumpre ao TSE fazer esse remanejamento".

O número de diaristas cresceu em 2013, ano em que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Domésticas foi aprovada no Congresso. Uma pesquisa elaborada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) aponta que 38,1% das mulheres trabalhadoras domésticas atuavam como diaristas na Região Metropolitana de São Paulo. Em 2012, 35,1% estavam nessa condição.

O levantamento também mostrou que diminuiu o número de mensalistas com carteira de trabalho assinada de 2012 para 2013 (queda de 38,8% para 38,6%) e a fatia das trabalhadoras sem carteira assinada recuou no período (de 26,1% para 23,3%). "Não é possível dizer que a aprovação da emenda provocou o crescimento do número de diaristas. O movimento de crescimento dessa categoria não foi exclusividade do ano passado", afirma Alexandre Loloian, economista do Seade e coordenador da pesquisa.

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Nos últimos anos, vários fatores contribuíram para o aumento da contratação de diaristas. Primeiro, houve uma maior participação feminina no mercado de trabalho e consequentemente a necessidade de ter de contratar uma pessoa para ajudar nas tarefas domésticas. Segundo, a população brasileira está ficando mais velha, o que leva a uma demanda maior por trabalhadores domésticos.

Formalização

"Mas o que a pesquisa mostra é que a emenda - esperamos que a regulamentação na demore muito - vai legislar para um conjunto pequeno de trabalhadores", disse Loloian.

Um dos efeitos dessa pouca formalização é que 51,2% dos trabalhadores não contribuem com a Previdência Social. Esse valor chega a 88,5% no caso dos trabalhadores sem carteira assinada e é de 80,1% no recorte feito apenas com as diaristas.

Apesar do elevado e persistente número de trabalhadoras informais, o setor de serviços domésticos vive uma formalização se os dados forem analisados num recorte de tempo mais longo. Em 1994, o total de trabalhadoras mensalistas com carteira de trabalho assinada era de 25,4%, enquanto o total de profissionais mensalistas sem carteira assinada respondiam por 44,2% do total.

O aquecimento do mercado de trabalho nos últimos anos também provou uma "fuga" de brasileiros dispostos a fazer serviços domésticos. Segundo a pesquisa da Fundação Seade, em 2013 a participação dessa categoria de profissionais no total de ocupados na Região Metropolitana de São Paulo era de 6,7%. As mulheres representam 96,1% do total - cerca de 625 mil trabalhadoras.

Salário e jornada

A pesquisa também mostrou que o rendimento das diaristas e dos trabalhadores domésticos com carteira assinada cresceu em 2013. Na comparação com 2012, as altas foram de 10,5% e 9,7%, respectivamente, elevando o valor pago por hora trabalhada para R$ 7,55 e R$ 6,15. No caso dos profissionais mensalistas sem carteira assinada, o salário por hora cresceu 3,8%, para R$4,6. "O trabalho da diarista costuma ser mais intenso, tem um ritmo diferente por isso a remuneração por hora é maior", diz Loloian.

Com relação à carga horária de trabalho, houve redução na jornada semanal média para as mensalistas com carteira de trabalho assinada entre 2012 e 2013, segundo a pesquisa. As horas trabalhadas recuaram de 41 horas para 40 horas. No caso das trabalhadores mensalistas sem carteira, houve um crescimento de 37 horas para 38 horas. As diaristas mantiveram a carga horária de 25 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Incomodados com possíveis reflexos ao partido na disputa eleitoral deste ano, integrantes da cúpula do PT ampliaram nesta terça-feira a pressão para que o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), renuncie ao mandato e já começaram até a discutir quem o sucederá no posto.

A movimentação foi intensificada após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que Vargas precisa esclarecer o envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal, para o PT não "pagar o pato".

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As declarações do ex-presidente foram feitas a blogueiros em entrevista realizada em São Paulo no mesmo momento em que a bancada do PT na Câmara se reunia para discutir sobre o futuro do mandato do vice-presidente. Nada foi decidido no encontro, mas na análise de alguns deputados, a reação de Lula foi como um "disparo no peito" de Vargas e um sinal de que o vice-presidente não conta com o apoio do principal nome da legenda.

Foi o que se viu na sequência. Sob reserva, muitos petistas já defendem sua renúncia ao mandato. Abertamente, porém, a defesa por enquanto é que ele deixe o cargo na Mesa imediatamente. Antes mesmo de terminar a reunião, o vice-líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), deixou a sala e passou a defender publicamente que Vargas renunciasse ao menos ao cargo de direção que ocupa na Casa. "Ele tem que entregar a vice-presidência, que é um posto na Câmara essencial ao PT, e neste momento ele não tem como atuar e não pode trancar isso", afirmou Fontana.

Cientes do enfraquecimento de Vargas dentro do partido, alguns setores já se movimentam para substituí-lo no cargo da Mesa. "Ele está de acordo. Ele vai deixar a vice-presidência no momento certo, mais para a frente", afirmou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que conversou com Vargas na manhã de hoje. Essa possível renúncia do deputado da vice-presidência "nos próximos dias" também reacende a disputa interna entre as correntes do partido. Adversários do grupo de Vargas tentarão emplacar no lugar dele o nome do ex-líder do PT Paulo Teixeira (SP). Em dezembro de 2012, Teixeira chegou a disputar com Vargas a indicação para a vice, mas perdeu por 48 votos a 37.

Processo

De acordo com pessoas próximas ao paranaense, a maior preocupação dele hoje é com a instauração do processo disciplinar no Conselho de Ética que pode culminar na cassação do mandato. A instalação das investigações no colegiado está prevista para ocorrer na tarde de amanhã. De acordo com o regimento, o relator escolhido deve apresentar um parecer, contra ou a favor, da perda do mandato, em 90 dias.

O presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), não descarta, entretanto, manobras regimentais por parte do PT para adiar o início das atividades na comissão. "Acho que estão preparando alguma coisa porque toda hora vai alguém do PT da área jurídica lá no Conselho questionando um determinado ponto do regimento. Regimentalmente pode acontecer qualquer coisa", disse Izar.

Aliados

Aliados de Vargas também tentaram pressionar alguns integrantes do colegiado para que o processo seja inicialmente instalado na corregedoria da Casa para só depois tramitar no Conselho de Ética. "Hoje a questão principal não é a permanência na vice, mas o Conselho de Ética", afirmou Zarattini.

Caso seja iniciado o processo no colegiado, em tese, Vargas, se for cassado, seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa, não podendo disputar as próximas eleições. Por outro lado, caso Vargas renuncie antes da instalação do processo, não há um entendimento jurídico, se ele também ficaria inelegível. O tema, no entanto, não está pacificado. "O Conselho de Ética não pode instaurar um processo sem provas. Não existe nenhuma prova contra o André, o próprio juiz do Paraná pede para que seja instalada uma investigação. A gente defende que primeiro passe pela corregedoria e, se encontrarem algo, vai para a Conselho de Ética", acrescentou.

As gambiarras financeiras que o governo vem fazendo para sustentar a redução média de 20% das contas de luz anunciada em 2012 pela presidente Dilma Rousseff serão agora fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O ministro José Jorge anunciou, na quarta-feira, 26, uma auditoria na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o fundo setorial de onde sai a maior parte dos recursos para bancar o barateamento da luz.

Mais especificamente, serão analisados os impactos do pacote que viabilizou a redução das contas sobre a CDE. "Foi um grande trauma para todo o setor", disse Jorge, que foi ministro de Minas e Energia no governo de Fernando Henrique Cardoso. Isso porque as normas criaram muitas dúvidas nas empresas.

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O pacote previa que as empresas do setor elétrico renovariam antecipadamente suas concessões, e no processo reduziriam suas tarifas.

Nem todas as empresas aderiram a esse programa, e isso gerou um desequilíbrio financeiro no setor. Para piorar a situação, a falta de chuvas nos últimos anos tem obrigado o acionamento das usinas térmicas, cuja energia é mais cara do que a as hidrelétricas. No momento, tudo isso tem sido coberto com o dinheiro da CDE e do Tesouro Nacional.

"E os recursos são de bilhões, não tem nada de milhão", ressaltou Jorge. "Então, é necessário examinar o caso com mais detalhe, de onde sai o dinheiro e para onde vai, como isso está sendo financiado pelo Tesouro Nacional." Segundo o ministro, as pessoas são afetadas pelas medidas de duas maneiras: como consumidoras e como contribuintes.

Aporte

Há duas semanas, o governo anunciou que aportaria R$ 4 bilhões adicionais em recursos do Tesouro Nacional na CDE. Como o orçamento já previa R$ 9 bilhões, o total de recursos públicos para a conta subiu para R$ 13 bilhões. Para equilibrá-la, porém, ainda serão necessários mais R$ 8 bilhões, a serem captados no mercado financeiro. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que parte desse gasto extra irá para as contas de luz, de forma parcelada. A operação foi criticada pela agência Standard & Poor’s, ao rebaixar a nota de crédito do País.

"Vi agora que vão buscar aumentar o preço da cerveja", comentou José Jorge, referindo-se à informação que o governo, além do mais, elevará a tributação sobre bebidas para aumentar a arrecadação e, assim, poder reforçar a CDE.

Audiência

O ministro do TCU propôs uma audiência pública no dia 8 de maio, para ouvir especialistas. "É preciso esclarecer para a sociedade o que está acontecendo, do ponto de vista financeiro e operacional." A iniciativa foi elogiada pelos outros ministros, que concordaram com a necessidade de aprofundar a análise sobre o que vem ocorrendo no setor.

A audiência pública vai discutir, além dos efeitos fiscais do uso da CDE para garantir a redução da conta de luz, itens como "perda de autossuficiência do setor elétrico", o uso da CDE como um "guarda-chuva" para equacionar ou minorar problemas estruturais do setor, a falta de transparência nas fontes e destinos dos recursos da CDE e "ausência de transparência e previsibilidade da gestão do setor elétrico." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um incêndio na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, no último sábado, paralisou o processamento de combustíveis na unidade, responsável por 10% da produção nacional. A interrupção pode representar uma perda de R$ 500 mil em receitas diárias da Petrobás referentes à produção de derivados. Para suprir o fornecimento, a companhia também precisará ampliar as importações, comprometendo ainda mais suas finanças.

Os sindicalistas acusam a Petrobrás de operar a refinaria acima da capacidade com o objetivo de alcançar recordes de produção, além de cortes nas equipes e nos gastos com manutenção preventiva (ver matéria abaixo). Este é o quinto acidente de grande porte em refinarias da empresa em menos de 40 dias.

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"Em agosto, a carga da unidade passou de 5 mil metros cúbicos por dia para 6 mil, um aumento de 20% quando o recomendado seria de 10%. Foi quando começou uma série de pequenos acidentes. Os equipamentos, bombas, compressores, e torres não suportam a carga", afirmou Simão Zanardi, presidente do Sindpetro de Caxias. "As máquinas estão explodindo de tanto operar. Os trabalhadores, estão adoecendo. Eles estão com medo", completa.

Incêndio.

Na noite do último sábado, por volta das 18h, foi diagnosticado o entupimento em uma das torres da unidade e acionada uma bomba para liberar o fluxo de óleo. Com a pressão, parte do óleo vazou e a bomba explodiu, explica Zanardi. Ninguém ficou ferido. As chamas chegaram a mais de 20 metros de altura, mas a brigada de incêndio controlou o fogo e isolou a área. Ao menos seis bombas foram danificadas.

Segundo o sindicalista, após o acidente, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, visitou a unidade acompanhada do diretor de abastecimento, José Carlos Consenza, para avaliar o impacto da paralisação. Procurada, a assessoria da empresa não foi localizada para confirmar a informação. Em nota, a companhia informou que uma comissão foi instalada para investigar as causas do acidente.

Durante a visita, técnicos da empresa estimaram em três dias a retomada da produção, o que é contestado pelo Sindpetro. "Os trabalhadores vão fazer um movimento para não retornar sem condições que garantam a segurança. A empresa quer recomeçar ativando bombas substitutas, para não parar a operação durante os reparos. É muito perigoso", afirma.

Finanças.

Se prolongada, a paralisação da unidade pode afetar a produção de combustíveis, como gasolina e diesel. Não há até o momento estimativas sobre a queda na produção da companhia. Com a ampliação das importações de combustíveis e derivados de alto valor agregado, a Petrobrás começa o ano aprofundando uma crise na gestão financeira que se arrasta desde 2012.

Sem poder praticar os preços internacionais do petróleo cotados a dólar por determinação do governo federal, como forma de conter a inflação, a Petrobrás acumula déficits em sua balança comercial. Especialistas calculam que, em 2013, a empresa teve o pior resultado dos últimos 13 anos.

Para compensar as perdas, a empresa tem elevado a utilização das suas refinarias ao máximo, visando ampliar a produção. Outra medida adotada foi o corte de gastos, com um programa de desinvestimento em projetos internacionais e otimização de recursos de manutenção e pessoal. Os sindicalistas afirmam que as reduções têm afetado a segurança e a manutenção das refinarias.

Adriano Pires, consultor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura CBIE), a Petrobrás tem uma "política de preços maluca" e faz uso "irresponsável" das refinarias. " Para fazer caixa estão rodando as refinarias em nível acima do que deveria, colocando em risco os trabalhadores e equipamentos", afirma.

Muita confusão marcou a reconstituição do caso Joaquim nesta sexta-feira (22), à tarde, em Ribeirão Preto (SP). Apesar de todo o esquema de segurança montado com antecedência pela polícia, com o apoio do setor de trânsito da prefeitura de Ribeirão Preto, houve tumulto em várias ocasiões e tentativas de agressão ao padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, Guilherme Longo, suspeito da morte na madrugada do dia 5.

A reconstituição durou cerca de duas horas, e Longo, vestindo uma camisa vermelha, com um colete preto à prova de balas, foi recebido no Jardim Independência, onde residia, aos gritos de "assassino" e pedidos de justiça. Antes disso, havia enfrentado protesto ao deixar a Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

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Ele participou de tudo e mostrou aos peritos todos os passos que diz ter dado na madrugada em que Joaquim desapareceu. Afirmou como saiu e como chegou, e mostrou a restituição até mesmo do momento em que teria fechado o portão com o cadeado, mas deixado a porta apenas encostada. O momento mais tenso foi quando ele caminhou mais de um quilômetro da casa até o local, onde diz ter ido sem sucesso tentar comprar cocaína.

Muitos manifestantes tentaram furar o bloqueio policial que tinha o reforço até da cavalaria. Alguns estiveram bem perto de conseguir agredir fisicamente o suspeito, que foi hostilizado o tempo todo. Depois de explicar na prática a versão, Longo foi levado de volta à delegacia e, em seguida, mandado de novo para a cadeia de Barretos (SP), onde está preso desde o dia 10 - data em que o corpo de Joaquim foi achado boiando no Rio Pardo.

A mãe do garoto, Natália Ponte, que também está presa, não participou da reconstituição. "Não vejo a necessidade de colocá-la com ele na mesma cena", disse o delegado Paulo Henrique Martins de Castro. Mais cedo, Natália havia sido ouvida em novo depoimento, assim como o padrasto. A polícia diz montar quebra-cabeça que foi o sumiço do garoto.

Satisfatória

Castro considerou bastante satisfatória a reconstituição para ajudar a elucidar o caso. Ele ainda deve ouvir mais algumas testemunhas e aguarda os laudos dos exames realizados em tecidos retirados do corpo do menino. A polícia defende a tese de que Joaquim, que era diabético, recebeu uma dose excessiva de insulina e foi jogado no córrego perto de sua residência. A polícia constatou que desapareceram 30 doses de insulina. Na versão dele, o padrasto alega que autoinjetou todo o remédio, durante uma crise de abstinência e que acredita que o menino tenha sido levado por alguém que pode ter entrado no imóvel. Após a reconstituição, o delegado descartou que exista uma terceira pessoa envolvida no caso.

Imagens de duas câmeras de segurança, o rastro seguido por um cão farejador e os depoimentos da mãe do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, encontrado morto em um rio neste domingo (10), após seis dias de desaparecimento, reforçam as suspeitas da Polícia Civil de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, sobre o envolvimento do padrasto Guilherme Rayme Longo, de 28 anos, no crime. Longo e a mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Mingone Ponte, de 29 anos, estão presos.

A principal suspeita da polícia é uma possível superdosagem de insulina na criança, que era diabética. Em depoimento prestado após a prisão, no domingo, a mãe mudou a versão sobre o relacionamento com Longo e revelou ameaças e conflitos envolvendo a criança. De acordo com o que Natália afirmou ao delegado Paulo de Castro, o companheiro disse que chegou a autoaplicar duas doses da insulina usada pelo menino.

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Depois que a polícia requereu a entrega do aparelho usado para aplicar as doses na criança, Longo teria dito que usou pelo menos 30 doses do remédio. "Todas as provas levantadas até agora e os depoimentos da mãe, que depois de ser presa, mudou sua versão sobre o relacionamento com o companheiro, reforçam as suspeitas sobre o casal", afirmou o promotor Marcus Túlio Nicolino, que acompanha o caso. A afirmação do padrasto, de que autoaplicou a insulina, pode ter sido feita para acobertar a superdosagem na criança.

Joaquim desapareceu de casa na madrugada do dia 4. O casal afirmou para a polícia, no dia do desaparecimento, que eles estavam na residência onde moram há quatro meses e que ela foi dormir e o padrasto ficou acordado para pôr a criança na cama, por volta da meia-noite.

Longo, usuário de drogas, declarou que saiu naquela madrugada para comprar cocaína, ficou fora por cerca de 40 minutos, não encontrou a droga e voltou para casa, de acordo com a polícia. "Ele disse que encontrou o portão aberto, mas entrou e não deu conta do sumiço da criança", afirmou o delegado. Segundo a versão do casal, a mãe percebeu o desaparecimento por volta das 7 horas, quando foi aplicar uma dose de insulina na criança. O casal acompanhou as buscas da polícia durante toda semana.

Corpo - O corpo do menino foi encontrado no domingo boiando no Rio Pardo, em Barretos. Exame feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) comprovou que Joaquim foi jogado no rio já sem vida, pois não havia água nos pulmões. A mãe, que conheceu Longo na clínica de recuperação onde ele estava internado, defendeu a inocência do companheiro até a prisão, no domingo. Nos novos depoimentos, colhidos na noite do domingo e na tarde desta segunda-feira, Natália revelou que o casal brigava e que o companheiro via a criança como um empecilho na vida deles.

Nos depoimentos, Natália afirma que Longo tratava a criança como "um pedacinho do Arthur", o pai biológico da criança, Arthur Paes. E que ela pensava em se separar, mas teria sofrido ameaças. "Se você for embora, eu te acho até no inferno", teria dito o padrasto.

Um cão farejador da polícia identificou rastros do padrasto em um trajeto de sua casa até um ponto na beira do Rio Pardo, onde a polícia acredita que a criança tenha sido jogada. Imagens de duas câmeras de segurança obtidas pela polícia, e mantidas em sigilo, mostram sem identificar uma pessoa passando pelo local com um pano escuro e voltando sem nada.

Natália e Guilherme estão em prisão temporária, decretada desde este domingo, depois que o corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo, próximo a um rancho, em Barretos. Há hematomas no corpo. "Não podemos atribuir sem o laudo da criminalística esses hematomas no corpo a uma agressão. Eles podem ter ocorrido depois que o corpo foi jogado no rio", explica o delegado.

A polícia também não descarta a participação da mãe na morte da criança. "Ela ainda é suspeita", disse o delegado. O advogado de Longo, Antonio Carlos de Oliveira, não teve acesso ao inquérito policial e disse que não poderia comentar o caso. Ele vai pedir à Justiça acesso aos documentos.

A exploração do prospecto de Libra custará US$ 400 bilhões ao longo dos 35 anos do contrato de partilha, incluindo o bônus de assinatura de R$ 15 bilhões, que deverá ser pago no dia 19, de acordo com o que anunciou nesta terça-feira (5), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por esse cálculo, a Petrobras, líder do consórcio vencedor do leilão realizado em outubro, teria de arcar com 40% do total ou US$ 160 bilhões. O contrato de partilha será assinado entre 10 e 17 de dezembro.

Os valores foram estimados em estudo da IHS, maior consultoria internacional do setor. Em outro relatório, a consultoria estima em 11,8% a taxa interna de retorno (TIR) do projeto, assegurando 77,5% dos recursos gerados para a União. A maior parte dos US$ 400 bilhões é custo operacional (opex), pois o investimento em capital (capex) exigirá cerca de US$ 100 bilhões. Ao longo dos anos, o pico de investimentos em capital seria 2019, para quando está prevista a extração do primeiro óleo de Libra, com cerca de US$ 18 bilhões. O primeiro ano de investimento relevante seria 2016, com cerca de US$ 4 bilhões.

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As projeções já incluem o "custo-Brasil", exigências de conteúdo local e inflação relativamente pressionada. Os valores da IHS são bem superiores aos da ANP, que projeta custo total de R$ 200 bilhões, 25% do estimado pela consultoria. O investimento mínimo fixado pela ANP na fase de exploração é de R$ 610,9 milhões.

O estudo da IHS foi distribuído a um conjunto de clientes, antes do leilão de Libra, e ressalta que o valor é elevado demais para um projeto sobre o qual as empresas privadas têm pouca influência. "Para uma companhia com ações negociadas em Bolsa é muito difícil justificar um investimento tão grande", diz uma apresentação do estudo, produzida por consultores da IHS baseados no Rio. O relatório expõe os riscos, para investidores, do modelo de partilha da produção e das exigências de conteúdo local.

A partir dos dados levantados pela equipe brasileira, a área de análise macroeconômica da IHS, sediada nos Estados Unidos, elaborou um relatório incluindo diversas variáveis, como preço do petróleo, câmbio, inflação e crescimento. A reportagem teve acesso aos principais dados do relatório.

Segundo o documento, caso o leilão fosse decidido com o lance mínimo, com oferta de 41,65% de óleo lucro para a União - o que de fato ocorreu, com o consórcio formado por Petrobras, a anglo-holandesa Shell, a francesa Total e as estatais chinesas CNPC e CNOOC -, a TIR do consórcio explorador de Libra seria 11,8%, considerando o preço médio do barril de petróleo a US$ 80,00.

Também nesse quadro, o "government take", ou quanto o governo fica com a renda gerada pela exploração (incluindo a partilha, royalties, impostos etc.), seria de 71,3%. A renda destinada à União ("State take") sobe para 77,5%, pois considera os dividendos da Petrobras. Simulações apontam que seria possível a União obter o mesmo patamar de renda com o modelo de concessão.

Para o consultor John Forman, ex-diretor da ANP, a fase exploratória é mais crítica. "O desafio atual é medir as reservas, ou medir o volume recuperável necessário para justificar os investimentos", diz Forman. Por isso, no momento a incerteza ainda é muito grande. Falta definir números de poços a serem perfurados, quantidade de plataformas, distância entre poços, entre outras variáveis. Conforme uma fonte ouvida pela reportagem, uma das principais incertezas em relação ao investimento necessário, seja em capital, seja na operação, é a produtividade dos poços do pré-sal, ainda pouco conhecida, mas que determinará a quantidade a ser perfurada.

No cenário de US$ 400 bilhões de investimentos, o estudo da IHS considera a perfuração de 144 poços, com a recuperação média de 55 milhões de barris por poço, apontando para reservas totais de 7,5 bilhões de barris. Seriam usadas 13 plataformas flutuantes (FPSOs). Se a produtividade dos poços for inferior, porém, seria preciso perfurar mais, elevando tanto o custo de operação (com mais perfurações) quanto os investimentos em capital (com mais plataformas).

Um grupo de mascarados depredou um ônibus com chutes e socos em Belo Horizonte no fim da manifestação nesta terça-feira, 15, no Centro de Belo Horizonte, como parte das celebrações do Dia do Professor e em apoio aos profissionais da Educação do Rio de Janeiro, em greve desde o início de agosto. Um rapaz de 18 anos, identificado como Rayner Gonçalves, foi preso.

Cerca de cem manifestantes, segundo a Polícia Militar (PM), participaram do ato, que ocorreu de forma pacífica na maior parte do tempo.

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A manifestação na capital mineira, que aderiu às manifestações programadas por meio de redes sociais em 15 cidades, foi na Praça Sete de Setembro e teve início no fim da tarde. O local é mesmo ponto de concentração dos protestos que assolaram Belo Horizonte em junho, com vários confrontos e duas mortes. Nesta terça, dezenas de integrantes da tropa de choque e do Batalhão de Trânsito da PM, além de homens da Guarda Municipal, acompanhavam a ato.

Segundo a presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG) e diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, o objetivo da manifestação foi o de pedir "ensino gratuito e de qualidade", melhorias nos salários e condições de trabalhos dos profissionais e o fim da repressão aos atos públicos. Estudantes que aderiram ao protesto também reivindicam o passe livre no transporte público.

A manifestação tumultuou o tráfego na maior parte da região central da cidade. Os manifestantes fecharam o trânsito nas avenidas Afonso Pena e Amazonas, duas das principais da capital, e fizeram passeata até a sede da prefeitura. Mais de 1,2 mil pessoas confirmaram presença no protesto nas redes sociais, mas nem 10% compareceu.

Senadores democratas e republicanos abriram negociações neste sábado voltadas para evitar a crise da dívida americana e reabrir o governo, marcando um novo capítulo e nova urgência nos esforços para resolver o impasse no Congresso. As conversas entre o líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, e o líder da minoria, o republicano Mitch McConnell foram as primeiras negociações cara a cara desde que o fechamento do governo começou 1º de outubro.

Os dois líderes do Senado se encontraram por cerca de 45 minutos neste sábado, junto com outros deputados, a pedido de McConnell, segundo uma pessoa próxima dos acontecimentos. Depois disso, Reid falou a repórteres que as conversas "devem ser vistas como muito positivas", mas que há ainda dois lados e que existe"um longo caminho a percorrer".

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As discussões vieram no contexto de crescente frustração pública com o fechamento parcial do governo, agora em seu décimo segundo dia, e de ansiedade dos mercados sobre as perspectivas de um default americano. O Tesouro diz que até quinta-feira já terá exaurido suas medidas de emergência e restarão apenas cerca de US$ 30 bilhões para pagar as contas do país, quantia que poderia se esgotar em uma semana ou duas.

Qualquer acordo a que o Senado chegue deve apresentar um dilema aos conservadores republicanos. É provável que um acordo não consiga atender as demandas políticas que eles vêm buscando, mas uma definição nas proximidades do dia 17 de outubro deixaria pouco espaço para negociações.

No Senado, líderes democratas rejeitaram a proposta de um dos republicanos menos conservadores, a senadora Susan Collins, que pareceu estar ganhando espaço, chamando atenção de alguns democratas. O plano de Collins pedia uma extensão do limite de endividamento para janeiro e abertura do governo até março. A medida, porém, não faria nada em prol de cortes no orçamento, uma prioridade dos democratas. Ela também repelia uma taxa sobre serviços médicos imposta em 2010, proposição que os republicanos aprovam e os democratas, não.

Após os democratas rejeitarem o plano de Collins, as atenções se voltaram para as negociações bilaterais entre os dois líderes. "O que espero é que os senadores McConnell e Reid trabalhem juntos para conseguir uma forma de reabrirmos o governo e pagarmos nossas contas ou reduzirmos nossa dívida" disse o senador Lamar Alexander.

Muitos deputados já deixaram Washington neste final de semana, uma indicação extra de que o Senado está construindo a avenida mais provável em direção a uma solução. Eles retornam na tarde de segunda-feira.

Também neste sábado, uma proposta de extensão do teto da dívida para o final de 2014 falhou no Senado em uma votação preliminar. Era improvável que os republicanos votassem a favor da elevação enquanto as conversas entre líderes estivessem em curso, e nenhum deles o fez. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, disse que "quase não existe esperança" de encontrar com vida as 68 pessoas que estão desaparecidas após um enorme deslizamento de terra ter soterrado uma vila em La Pintada, no Estado de Guerrero. O país foi atingido nos últimos dias por duas tempestades tropicais, uma vinda do Oceano Pacífico e outro do Atlântico.

"Não há esperanças de acharmos alguém com vida", disse Peña Nieto ao visitar a região do desastre, juntamente com ministros do governo e autoridades estaduais. Segundo ele, 40 casas foram soterradas. Neste sábado, o governo mexicano encontrou caído um helicóptero da polícia que estava trabalhando nas buscas de vítimas das chuvas.

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A aeronave estava desaparecida desde quinta-feira, quando voltava de uma operação em uma região montanhosa a noroeste de Acapulco. A quantidade de vítimas ainda está sendo determinada, mas autoridades confirmaram que não há sobreviventes. Segundo os números oficiais, 101 pessoas morreram por causa dos deslizamentos e das enchentes provocadas pelas tempestades.

Críticas ao governo mexicano apontam que a falta de planejamento de estratégias de prevenção tornam os desastres naturais ainda piores. Uma organização não governamental que fiscaliza o governo apontou falhas no programa federal para melhorar a infraestrutura e realocar comunidades que vivem em áreas de risco.

As tempestades afetaram 371 municípios de 24 dos 31 Estados mexicanos. Mais de 58 mil pessoas foram retiradas de suas casas e quase 43 mil ocupam abrigos improvisados. Mais de 70 rodovias ficaram danificadas. A cidade de Acapulco ficou isolada por vários dias, e milhares de turistas foram resgatados de helicóptero. Fonte: Associated Press.

Embora a Justiça Federal tenha confirmado nesta quarta-feira, 28, a ordem para que a Agência Nacional de Saúde (ANS) calcule novamente o número de reclamações registradas contra os planos de saúde, desconsiderando aquelas que ainda não tiveram parecer conclusivo, desde que a operadora tenha oferecido defesa, a ANS anunciou que entende já cumprir esse requisito e por isso vai proibir a comercialização de 246 planos de saúde de 46 operadoras a partir de sexta-feira, 30. A lista é a mesma que já havia sido anunciada no dia 20 e depois suspensa devido à discussão na Justiça.

No dia 20 a ANS divulgou a lista de planos que seriam suspensos, com base nas 17.417 reclamações registradas entre 19 de março e 18 de junho. Seriam punidos os planos que houvessem descumprido prazos máximos para marcação de consultas, exames e cirurgias ou negado a cobertura aos beneficiários.

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No mesmo dia, porém, a Justiça Federal determinou que a ANS recalculasse as reclamações, desconsiderando aquelas que não chegaram a ser analisadas, que não tiveram parecer conclusivo ou que envolviam coberturas não obrigatórias. A decisão foi emitida pelo desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em ação proposta pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Embora a ordem judicial beneficiasse apenas operadoras associadas à entidade (4 das 17 seriam punidas), todos os 246 planos suspensos poderiam ser afetados, pois o cálculo para a punição é feito por comparação.

Na última quinta-feira, 22, a ANS recorreu da decisão, mas na sexta, quando a punição teria início, a agência reguladora suspendeu sua vigência, para aguardar decisão judicial. Nesta quarta-feira o mesmo desembargador reconsiderou sua decisão. Ele manteve a ordem para que a ANS não inclua no cálculo reclamações sobre as quais não houve parecer conclusivo, desde que a operadora tenha apresentado defesa. Se a empresa não tiver se manifestado no prazo legal de cinco dias úteis, essa reclamação pode ser contabilizada. As duas outras hipóteses mencionadas na decisão anterior (reclamações que não chegaram a ser analisadas ou que envolvem coberturas não obrigatórias) foram excluídas porque, segundo a ANS, já não eram contabilizadas.

Para a FenaSaúde, a nova decisão não muda a situação prática. "A ANS continua obrigada a refazer a lista", afirma o advogado Guilherme Valdetaro Mathias. Segundo ele, se a ANS mantiver a decisão de suspender a comercialização de planos, serão tomadas novas medidas judiciais para cancelar a punição.

Uma comissão formada por representantes de 11 cursos de Medicina de universidades federais discutirá como os dois anos de serviço obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS) - previstos como segundo ciclo na formação dos médicos - podem ser incorporados no tempo de residência.

A comissão foi formada na terça-feira, 16, para, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, aprimorar as propostas do Mais Médicos, sobretudo a de levar profissionais para o interior e o segundo ciclo. Mais de cem profissionais das 59 federais estiveram na reunião.

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Para se tornar cirurgião, por exemplo, um médico já precisa passar por uma residência de dois anos. Segundo Mercadante, a discussão sobre como combinar esses dois prazos é forte.

Outro ponto que será avaliado é a forma de acompanhamento dos estudantes no ciclo final de dois anos. "Como são profissionais do SUS que vão acompanhar os estudantes, temos de definir como esse trabalho será feito", afirma Mercadante.

O ministro ressaltou que a comissão terá 180 dias para discutir antes de as propostas seguirem para o Conselho Nacional de Educação. "A própria estrutura curricular do curso pode sofrer ajuste com base nas novas iniciativas", diz Mercadante.

Protestos

Em São Paulo, ao menos 500 médicos e estudantes de Medicina saíram às ruas de São Paulo nesta terça para protestar contra as medidas do governo federal. Às 16h30, eles saíram em passeata da Rua da Consolação e percorreram as principais vias do centro da cidade. Contra a vontade dos organizadores, seguiram para a Avenida Paulista e bloquearam a via em alguns trechos nos dois sentidos, por cerca de 1h30. Não houve incidentes e os médicos receberam apoio dos motoristas.

Os profissionais são contra a medida provisória publicada na semana passada que prevê a vinda de médicos estrangeiros para atuar no SUS sem a revalidação dos diplomas, a criação de mais 11,4 mil vagas nos cursos de Medicina e a obrigatoriedade de dois anos de serviço obrigatório na rede pública. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público do Rio instaurou procedimento para apurar se há irregularidades na utilização de helicópteros da frota oficial do Estado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB). O procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, vai oficiar a Secretaria Estadual da Casa Civil, requerendo informações sobre o uso das aeronaves pelo governador e por sua família.

Reportagem da revista "Veja" desta semana mostrou que o luxuoso modelo Agusta AW 109 Grande New, adquirido em 2011 por US$ 9,7 milhões (equivalente a R$ 15,2 milhões à época), é utilizado aos fins de semana pelo governador e por sua família. Às sextas, a aeronave levaria a primeira-dama, Adriana Ancelmo, os filhos do casal, as babás e até o cachorro da família para Mangaratiba, no litoral sul do Estado, onde Cabral tem uma mansão. O governador vai para Mangaratiba aos sábados. Aos domingos, o helicóptero faz dois voos de volta ao Rio: no primeiro viajam Cabral e a família; os empregados são transportados no segundo. A rotina foi revelada à Veja por pelo menos dois pilotos e um funcionário do heliponto do Estado, que não foram identificados. Outro funcionário do heliponto ouvido pela reportagem confirmou as informações.

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Cabral utiliza diariamente helicópteros oficiais para trabalhar, apesar de a distância entre seu apartamento, no Leblon, e o Palácio Guanabara, sede administrativa do governo do Estado, em Laranjeiras, ambos na zona sul do Rio, ser de apenas dez quilômetros. A distância entre o palácio e o heliporto do Estado, na Lagoa Rodrigo de Freitas, é ainda menor: 7 quilômetros. Ainda segundo a revista, os voos de Cabral e sua família custam R$ 2,8 milhões aos cofres públicos por ano.

Denúncia

Deputados da oposição, Marcelo Freixo (PSOL), Luiz Paulo (PSDB) e Paulo Ramos (PDT) apresentaram à presidência da Assembleia Legislativa denúncia por crime de responsabilidade e quebra de decoro contra o governador - primeiro passo para o pedido de impeachment. Também entregaram representação ao Ministério Público Federal, pedindo investigação pelo crime de peculato.

"O governador está dizendo que seus deslocamentos em trajetos curtos têm amparo legal. Mas não têm amparo moral. É um completo abuso. Ele não se pronuncia sobre o uso privado, o transporte da sua família, das babás e até do cachorro. Isso não tem amparo legal, nem moral", afirmou Freixo.

Para Luiz Paulo, as denúncias são graves. "Um voo de sete quilômetros em perímetro urbano não guarda o princípio da razoabilidade", afirmou.

'Chateado'

Nesta segunda-feira, após sair de reunião em Brasília com os ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Cabral ficou irritado ao ser questionado por jornalistas sobre o uso dos helicópteros do Estado. Ele afirmou que ficou "chateado" com a foto publicada pela revista em que aparece seu filho utilizando o helicóptero, segundo ele, como se estivesse cometendo alguma irregularidade.

A assessoria de Cabral não respondeu as questões do Grupo Estado sobre os gastos com os deslocamentos de helicóptero do governador. Limitou-se a encaminhar a mesma nota distribuída no domingo, 7. "O governador Sérgio Cabral encara como uma perseguição ao seu mandato informações que soem como 'denúncias' quanto ao uso de helicópteros do Estado para utilização pessoal", diz trecho da nota.

A manifestação pela redução das tarifas do transporte público terminou com novos conflitos entre soldados da Brigada Militar e participantes do protesto na noite desta segunda-feira (24), em Porto Alegre. Houve depredações de equipamentos públicos como contêineres de lixo, placas de trânsito e semáforos e de fachadas de estabelecimentos comerciais, bancas de revistas, bares e automóveis - além de saques.

Pelo menos 50 pessoas foram detidas e quatro ficaram feridas sem gravidade. Como das vezes anteriores, o protesto começou na praça Montevidéu, diante da prefeitura, mas seguiu por roteiro diferente, pelas avenidas Mauá, João Goulart e Loureiro da Silva, que formam uma espécie de círculo sobre a área central.

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O público foi estimado em 10 mil pessoas pela Brigada Militar e correspondeu à metade do que foi às ruas na quinta-feira. Quando a multidão saiu da Avenida Loureiro da Silva e tomou a Avenida Borges de Medeiros para retornar ao ponto inicial, um pequeno grupo desgarrou-se e foi para a Rua João Alfredo, no bairro Cidade Baixa, onde depredou automóveis, contêineres, grades e fachadas de edifícios comerciais e residenciais.

O conflito estourou quando a passeata se aproximava da prefeitura. Segundo informações da Brigada Militar, um grupo tentou depredar uma loja da esquina da Rua dos Andradas com Avenida Borges de Medeiros e foi contido pela maioria. A tropa resolveu interferir e avançou. Alguns manifestantes mais exaltados dispararam rojões, enquanto os soldados lançaram bombas de gás lacrimogêneo.

Além de Porto Alegre, houve manifestações em pelo menos outros dez municípios gaúchos nesta segunda-feira. Em Canoas, na região metropolitana, os ativistas bloquearam os dois sentidos da BR-116, provocando congestionamentos durante quatro horas. Protestos semelhantes trancaram temporariamente a passagem de veículos em rodovias de Caxias do Sul, São Leopoldo e Campo Bom.

Quatro dias após a manifestação que reuniu 300 mil pessoas e terminou em vandalismo e violência policial no centro do Rio, nesta segunda-feira um novo protesto na cidade reuniu cerca de 2.000 ativistas, que seguiram pela avenida Rio Branco, da Candelária à Cinelândia. O ato terminou por volta de 20h30 e não houve registro de brigas nem de vandalismo.

Entidades que lideraram os protestos anteriores, como o Fórum de Lutas contra o Aumento da Passagem, não participaram do ato desta segunda, divulgado na internet pelos grupos Nova Era Brasileira e União contra a Corrupção (UCC). As reivindicações se multiplicaram: enquanto no início o movimento se unia pela redução do preço da tarifa municipal de ônibus (medida atendida na última quinta-feira, 19), nesta segunda a primeira faixa carregada pelos manifestantes reunia seis reivindicações ou alvos de protesto: "Mais educação", "Mais saúde", "Não à PEC 37", "R$ 200 bilhões por ano é o custo da corrupção no Brasil", "Partidos não nos representam" e "Mais de R$ 6 bilhões por ano é o custo dos deputados e senadores do Brasil".

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Outros grupos pediam a cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), o fim do voto obrigatório, a investigação dos gastos com a Copa e o pagamento integral das aposentadorias aos ex-funcionários da empresa aérea Varig, entre outras reivindicações. Com tantas metas, os gritos de guerra se confundiam, e só o Hino Nacional era entoado a uma só voz. Ele foi cantado pelo menos sete vezes durante o trajeto.

Uma das líderes do protesto era Cintia Casanova de Oliveira, de 30 anos, estudante e funcionária da RioCard, empresa que emite bilhetes de ônibus. "Conheci gente durante as manifestações e criamos a UCC. Por enquanto somos só eu e três amigos. Ainda não temos propostas, mas vamos nos reunir quando essa onda de protestos diminuir", afirmou Cintia, ex-militante do PCdoB. "Saí do partido há muito tempo, e hoje não tenho nenhum (partido)", contou.

O professor de curso profissionalizante José Ferreira Júnior, de 37 anos, ajudou Cintia a organizar o protesto. Também integrante da UCC, ele disse não ser "de esquerda, nem de direita, nem de centro". "Todas as reivindicações convergem para uma coisa só, que é o combate à corrupção", disse.

Questionado sobre os projetos da UCC para o País, ele respondeu: "Não teria nenhum projeto para falar agora, mas todas as ideias são viáveis".

Cabral. Cerca de 30 pessoas continuavam acampadas perto da casa do governador Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio, ontem à noite.

O grupo se reveza no local desde sexta-feira, 21, e nesta segunda ocupava cinco barracas montadas na rua Aristides Espínola. Cerca de 20 policiais observavam o ato e a rua permanecia interditada. Um emissário do governo, que negocia a saída do grupo, afirmou que a polícia não vai retirá-los, embora moradores do bairro peçam que a via seja liberada. Manifestantes dizem que só vão sair se forem recebidos pelo governador em audiência para discutir política de transportes e gastos com a Copa do Mundo. O governador não dormiu em casa no fim de semana. (colaborou Felipe Werneck)

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