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O modelo e promotor de eventos Rodrigo Paulo Neves Cardoso, de 29 anos, foi morto após discutir com um policial militar em um bar na esquina da avenida Amaro Cavalcanti com a rua Tenente Cerqueira Leite, no Méier, zona norte do Rio, na madrugada desta quinta-feira. O episódio ocorreu na região conhecida como Baixo Méier, que concentra vários bares e restaurantes.

Após a discussão, os dois iniciaram uma luta corporal. Durante a briga, o policial militar, que estava de folga, teria sacado uma arma e atirado no rapaz. Rodrigo foi atingido no peito e morreu no local. A vítima completaria 30 anos no próximo domingo. "Sei que a morte é uma coisa natural, mas da maneira que aconteceu com o meu filho dói muito mais. Ele era meu filho único. A ficha realmente ainda não caiu", disse ao site G1 a mãe de Rodrigo, Norma Cardoso, enquanto aguardava a liberação do corpo no Instituto Médico-Legal (IML).

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O PM, identificado como André Felipe Aguiar Rebello, de 22 anos, foi preso em flagrante por policiais militares do 3º Batalhão (Méier). Ele é lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dos Morros do Adeus e da Baiana, no Complexo do Alemão, também na zona norte. Após ser preso, o policial foi levado à Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil. Ele já prestou depoimento. Testemunhas ouvidas na DH contaram que, durante a briga, a vítima teria tentado tirar a arma da mão do policial. Foi o próprio André quem solicitou socorro e aguardou a chegada dos PMs. Por isso o policial foi liberado após prestar depoimento.

Ele foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar), mas poderá responder em liberdade. O Comando de Polícia Pacificadora, subordinado à Polícia Militar, informou que será realizada uma averiguação sumária para apurar administrativamente os motivos que levaram o policial a atirar na vítima.

Faltando uma semana para o início do carnaval, a Corregedoria da Polícia Civil do Rio realizou nesta quinta-feira a Operação Dedo de Deus 2, com o objetivo de cumprir 16 mandados de busca e apreensão nas residências e escritórios de 30 suspeitos de envolvimento com a máfia do jogo do bicho.

Entre os locais visitados pelos policiais estão a sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) no centro do Rio, entidade de direito privado responsável pela organização dos desfiles do Grupo Especial no Sambódromo, e dois endereços de Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, na Tijuca (zona norte da capital), e em Niterói (Região Metropolitana). Foram apreendidos computadores e documentos.

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Ex-presidente da Liesa, Capitão Guimarães está foragido desde dezembro de 2012, após ter sido condenado pela Justiça Federal do Rio a 47 anos de prisão em regime fechado, pelos crimes de corrupção de agentes públicos e formação de quadrilha.

A ação desta quinta é um desdobramento da Operação Dedo de Deus, desencadeada em 15 de dezembro de 2011 para desbaratar a cúpula do jogo do bicho no Estado do Rio. Na ocasião, a Justiça expediu 60 mandados de prisão e 124 de busca e apreensão em endereços nos Estados do Rio, de Pernambuco, da Bahia e do Maranhão.

Segundo as investigações, a quadrilha estava investindo em tecnologia - como na substituição dos famosos talonários de papel por máquinas de apostas online, semelhantes às de cartões de débito e crédito - para aumentar os lucros. Todos já conseguiram o direito de responder em liberdade.

Policiais

Nesta quinta, os investigadores também estiveram nas casas de quatro policiais militares suspeitos de fornecerem serviços de segurança para os membros da organização criminosa. Ninguém foi encontrado nas residências, onde foram apreendidas três armas. Os agentes também cumpriram mandados de busca em centrais de apuração do jogo do bicho no centro do Rio e nos municípios de Nilópolis, Mesquita e São João de Meriti (Baixada Fluminense). Em Meriti, foram arrecadados carnês de pagamento de veículos financiados em nome dos quatro PMs que estão sendo investigados. "Tudo indica que as prestações destes carros sejam pagas pelo jogo do bicho. É uma forma de dificultar o rastreamento do dinheiro sujo que esses policiais recebem em troca dos serviços de escolta prestados à quadrilha", explicou o delegado Glaudiston Galeano.

Na mansão de Adilson Coutinho de Oliveira, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca (zona oeste da capital), foram apreendidos nesta quinta R$ 13.800 em espécie e R$ 360 mil em cheques em seu favor. No mesmo local, na primeira fase da Operação Dedo de Deus, a polícia apreendeu R$ 3,9 milhões em dinheiro vivo. As notas estavam escondidas em fundos falsos na parede, caixas de luz, no esgoto, no sótão e sob plantas.

Os policiais utilizaram um carrinho de supermercado na época para retirar a fortuna do local. Identificado como empresário da construção civil, Adilson é tio do bicheiro Helio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, ex-presidente da Acadêmicos do Grande Rio. Helinho chegou a ter a prisão decretada na Operação Dedo de Deus, mas obteve habeas corpus antes de ir para a cadeia.

Planejamento

A Polícia Civil chegou a solicitar a prisão preventiva dos 30 novos investigados, mas o Ministério Público opinou contra e requereu novas diligências. Os mandados de busca e apreensão chegaram à Corregedoria em 2 de janeiro, que precisou de quase um mês para planejar os detalhes da operação para evitar vazamentos e destruição de provas.

"Tudo foi planejado com cautela para não ofuscar o carnaval, nossa maior festa popular. Nosso objetivo é combater a máfia do jogo do bicho, que há décadas se infiltrou na Liesa e nas escolas de samba. Agora vamos analisar o material apreendido para robustecer nossas provas e voltar a pedir a prisão dos suspeitos", disse o delegado Galeano. Procurada pela reportagem, a Liesa informou que não ia se manifestar até tomar conhecimento oficial das investigações.

O presidente do Egito, Mohammed Morsi, declarou neste domingo estado de emergência por 30 dias no país, além de toque de recolher em três províncias do Canal de Suez, atingidas mais fortemente pela onda de violência política durante o fim de semana, que deixou mais de 50 mortos.

Morsi anunciou a medida em um pronunciamento transmitido pela televisão. Nervoso, ele prometeu que não hesitará em agir para combater a violência no país. O presidente também convidou as forças políticas do país para diálogos a partir de segunda-feira para resolver a crise.

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Protestos na cidade de Port Said, no Egito, deixaram três mortos neste domingo, um deles um adolescente, segundo autoridades. Outras 433 pessoas ficaram feridas no segundo dia de conflitos na cidade. Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Port Said para um funeral em massa dos 37 mortos nos confrontos do dia anterior, protestando contra Morsi.

A violência eclodiu quando algumas pessoas da multidão atiraram e a polícia reagiu com gás lacrimogêneo, disseram testemunhas. "Estamos muito preocupados com o que pode ocorrer após o funeral", disse um ativista, afirmando que a cidade está sob tensão.

Durante o funeral, tropas do Exército, apoiadas por veículos blindados, protegiam prédios estatais e tentavam restaurar a ordem. Enquanto isso, os participantes do funeral entoavam frases como: "Não há outro Deus que não Alá" e "Morsi é inimigo de Deus". O comércio na cidade está fechado pelo segundo dia seguido.

Os conflitos em Port Said eclodiram no sábado após uma corte condenar e sentenciar 21 réus à morte por suas participações em um confronto em massa durante uma partida de futebol em 1º de fevereiro de 2012, que deixou 74 mortos. A maior parte dos réus é composta de torcedores. A corte ainda decidirá o futuro de 73 outros réus em março. Os conflitos em Port Said já haviam deixado pelo menos 31 mortos no sábado.

A onda de violência é a mais recente de uma crise que deixou um total de 48 pessoas mortas em dois dias, incluindo 11 mortos em confrontos entre a polícia e manifestantes, marcando o segundo aniversário do levante que derrubou o regime do então presidente Hosni Mubarak. No Cairo, manifestantes entraram em confronto com a polícia nas proximidades da Praça Tahrir, o símbolo do levante contra Mubarak. Eles também bloquearam a ponte 6 de Outubro, que liga as zonas leste e oeste da cidade.

O presidente do Egito, Mohammed Morsi, cancelou uma viagem à Etiópia no sábado e, em vez disso, se reuniu pela primeira vez com altos generais que fazem parte de um Conselho Nacional de Defesa recém-formado.

Confrontos também eclodiram na cidade de Suez, onde pelo menos oito pessoas morreram na sexta-feira. Os manifestantes invadiram quatro delegacias de polícia e libertaram 25 presos, além de roubar armas. Neste domingo embarcações da Marinha estavam escoltando navios mercantes no Canal de Suez, que também era sobrevoado por helicópteros do Exército.

Enquanto isso, a oposição ameaça boicotar as eleições parlamentares que se aproximam se Morsi não encontrar uma "solução abrangente" para o tumulto. A Frente de Salvação Nacional, principal coalizão de partidos e movimentos contrários aos islamitas que estão no poder, disse que "não vai participar da votação" se não for formado um "governo de salvação nacional". As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em seu discurso de posse que a recuperação econômica no país já começou e pediu união entre os norte-americanos para explorar as possibilidades de seu segundo mandato. O discurso, pautado pelo patriotismo e pela igualdade, ocorreu logo após Obama ter jurado "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos".

O discurso de Obama foi genérico, sem dar maiores detalhes sobre novas políticas para os próximos quatro anos, conforme era esperado. Sempre reforçando a igualdade e a união, Obama citou a Declaração de Independência do país, dizendo que "todos os homens foram criados iguais". "Não podemos ser bem-sucedidos se poucos se derem bem e muitos estiverem mal", afirmou. "Vamos aproveitar este momento juntos."

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Entre as perspectivas para o próximo mandato, o presidente reeleito afirmou que será preciso fazer escolhas difíceis para cortar gastos na área da saúde e reduzir o déficit, além de renovar o sistema de impostos e a educação. "Nós entendemos que programas ultrapassados são inadequados para as necessidades do nosso tempo", disse.

Obama não fez referência a assuntos esperados, como o tiroteio ocorrido no mês passado em Connecticut, que levou a questão do controle de armas ao topo das suas prioridades, ou o debate sobre a elevação do teto da dívida. Ele também não falou de forma específica da volta de tropas norte-americanas do Afeganistão, mas afirmou que uma década de guerra está chegando ao fim e que, após serem testados por crises que comprovaram a resiliência dos norte-americanos, a recuperação econômica começou.

Ele também falou brevemente sobre imigração, dizendo que é preciso achar um jeito "melhor de receber os esperançosos imigrantes que ainda veem os EUA como uma terra de oportunidades".

Os EUA, segundo Obama, continuarão sendo âncora de fortes alianças em todo o mundo e vão responder à ameaça de mudança no clima. "Vamos apoiar a democracia da Ásia até a África, das Américas até o Oriente Médio, porque nossos interesses e nossa consciência nos compele a agir em favor daqueles que buscam a liberdade", disse.

O dia de festividades, paradas, bailes e solenidades marcou o início do segundo mandato de quatro anos de Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos. O político que começou sua carreiro como líder comunitário em Chicago e professor de direito constitucional e se tornou o político mais importante do mundo enfrenta um país marcado pelas diversidades partidárias, uma economia ainda fraca e uma série de desafios no exterior.

Em cerimônias breves no domingo, com a família reunida na Casa Branca, Obama fez seu juramento de posse pouco antes do meio-dia, como exigido pela lei. Com sua mão esquerda sobre a bíblia da família, segurada pela primeira-dama, Michelle Obama, o 44º presidente dos Estados Unidos ergueu sua mão direita e repetiu as mesmas palavras lidas em voz alta pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, John Roberts.

A posse íntima atendeu a uma exigência legal de que os presidentes assumam o cargo, oficialmente, no dia 20 de janeiro. Como a data caiu no domingo neste ano, as cerimônias púbicas que cercam o início do mandato presidencial foram transferidas para segunda-feira, o que, neste ano, coincide com o aniversário de Martin Luther King, líder na luta pelos direitos civis.

Os eventos desta segunda-feira parecem não ter tido a mesma efervescência de quatro anos atrás, quando 1,8 milhão de pessoas estiveram no centro de Washington para a posse de Obama. As autoridades esperam uma multidão entre 500 mil e 700 mil nesta segunda-feira. As informações são da Associated Press.

Faltando um mês para o carnaval do Rio, os foliões cariocas já definiram a cara da festa. Com mais de 25 mil máscaras já vendidas e estoques vazios nas principais lojas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, será a personalidade mais homenageada nas ruas da cidade. A procura é dez vezes maior do que a segunda máscara mais vendida pelo mesmo fabricante. Diante da demanda, a fábrica já reforçou a produção do adereço e ainda há risco de os foliões não encontrarem a máscara.

Responsável pela condenação e pelas duras penas aos políticos envolvidos no mensalão, Barbosa desbancou concorrentes de peso. Com o reforço de mais 15 mil adereços, que serão entregues até o Carnaval, nos dias 10 e 11 de fevereiro, o magistrado terá 40 mil máscaras distribuídas em todo o País. A segunda mais vendida, do jogador Neymar com seu penteado característico, não passou de 4 mil máscaras comercializadas.

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No universo político, nem o ex-presidente Lula - nas versões com e sem barba - nem a presidente Dilma Rousseff fizeram frente ao prestígio das máscaras de Barbosa. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também foi superado - suas máscaras estão encalhadas nos estoques. Sucesso em carnavais passados, as máscaras de José Dirceu também tiveram queda na procura após sua condenação no julgamento.

Mesmo com o reforço na produção, as últimas encomendas para as máscaras de Joaquim Barbosa ainda estão em análise. "Em São Paulo, os pedidos vieram muito tarde e não sei se conseguiremos atender. Não queremos que ninguém deixe de brincar o Carnaval com a máscara", contou Olga Valles, proprietária da fábrica. Recebendo novos pedidos diariamente, a empresa limitou as encomendas.

Pré

Baterias, marchinhas e fantasias já estão nas ruas do Rio desde o último fim de semana, quando os primeiros blocos iniciaram seus ensaios de rua. Até o próximo domingo, serão 18 blocos se apresentando em ensaios e prévias de seus sambas enredos, em diferentes pontos da cidade. Até o domingo seguinte ao Carnaval, serão mais de 400 blocos que devem reunir cerca de 5 milhões de pessoas.

O crescimento da procura pelas fantasias e os primeiros desfiles dão uma mostra do sucesso das máscaras de Joaquim Barbosa - ela é presença garantida nos ensaios. O adereço representa o ministro com seus óculos de aro redondo e o ar sóbrio que marcou sua atuação no julgamento do mensalão. Para completar o figurino, os foliões também apostaram em capas pretas, semelhantes à usada nas sessões do STF. No Saara, o conjunto custa cerca de R$ 12.

"Fica parecendo um super-herói, que é como muitas pessoas enxergam ele. Para a gente também é como se ele fosse um. As fantasias de heróis sempre são as que mais vendem", relatou Claúdio Muniz, gerente de uma loja especializada em fantasias e adereços de Carnaval.

No quesito samba enredo, o presidente do Supremo também é sucesso. Ele é citado em marchinhas de diferentes blocos e virou tema de enredo no bloco `A pauta caiu', formado por jornalistas de São Gonçalo, na região metropolitana. A letra do samba se refere ao magistrado como "Barbosão" e diz que, com ele, "a piada de salão não vingou lá em Brasília." Na fantasia, uma caricatura retrata o ministro tocando bumbo com o martelo símbolo da Justiça.

"Queríamos falar de piadas de salão e a referência a ele surgiu e agradou a todos", contou o idealizador do bloco, Kiko Charret. Segundo ele, o ministro foi escolhido como tema pela sua personalidade e atuação no julgamento. "Vou entregar uma camisa para ele, que gosta de Carnaval e deve vir ao Rio. Quem sabe ele não tira uma foto com nossa homenagem?"

Apesar da agitação e do clima de carnaval já tomar conta da cidade, a prefeitura informa que as atividades oficiais só começam na próxima semana. A lista definitiva dos blocos autorizados a desfilar, os horários e locais de apresentação e a estrutura de apoio aos desfiles, como sanitários e policiamento, só serão definidos na próxima semana.

O governo federal vai aumentar em R$ 870,3 milhões o valor total das indenizações que serão pagas às empresas do setor elétrico que irão renovar, antecipadamente, as concessões que vencem entre 2015 e 2017. A decisão foi tomada depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu, no início da semana, que havia errado o cálculo sobre o que deveria ser repassado para a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) por conta dos investimentos feitos em uma de suas usinas.

A revisão das indenizações foi fechada nesta quinta-feira. Os novos valores foram publicados no site do Ministério de Minas e Energia e constarão de uma portaria conjunta, assinada pelos ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e Guido Mantega (Fazenda). Ao todo, foram revistos os valores das indenizações de dez hidrelétricas pertencentes a oito empresas. Pelos cálculos iniciais, o governo teria uma despesa de R$ 20 bilhões com o pagamento dessas indenizações.

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A maior diferença será para a usina de Três Irmãos, da Cesp. Ao calcular quanto deveria ser repassado para a empresa, por conta dos investimentos feitos na usina que ainda não foram completamente amortizados, a Aneel errou a data de início da operação da hidrelétrica.

Os técnicos do governo consideraram na conta que a usina começou a gerar energia em 1982, quando o correto era 1992. A correção vai garantir à Cesp receber R$ 1,7 bilhão pelos investimentos que foram feitos em Três Irmãos e não R$ 985,7 milhões, como fixado no início do mês.

Apesar de ter insistido nas últimas semanas que não aceitaria nenhum tipo de mudança na Medida Provisória 579, que estabeleceu as regras para a renovação das concessões do setor elétrico, o governo anunciou ontem que fará um "adendo" à MP, segundo informou o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.

Para diminuir a resistência das empresas à proposta de renovação antecipada com redução de tarifas e receitas, o governo resolveu incluir na lista de possíveis indenizações os investimentos feitos pelas empresas de transmissão referendados em contratos assinados antes de 2000. No texto original da MP, esses ativos não podiam ser incluídos na lista de possíveis compensações.

De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, o incentivo que passará a ser dado pelo governo para as empresas aderirem à proposta mudará a forma como o mercado avaliará essas companhias. "Ficará mais interessante", resumiu.

Uma fonte do governo adiantou que essas indenizações devem ficar entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões, valor que já circula no mercado. "É uma forma de trabalhar com grande incentivo para que as empresas continuem aqui na área de transmissão", disse Zimmermann, que não falou sobre valores. Quem aceitar a proposta do governo e optar pela renovação receberá a indenização ao longo dos próximos 30 anos. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, salientou que o prazo de 4 de dezembro para assinar os contratos de renovação antecipada das concessões está mantido.

Augustin deixou escapar que o adendo à MP irá ajudar principalmente a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que detém muitos ativos em transmissão. A companhia mineira trava uma batalha pela prorrogação dos contratos das usinas de São Simão, Jaguará e Miranda conforme as regras anteriores à medida provisória. O governo federal reforçou que não há chance disso acontecer. "Queremos que o máximo de usinas sejam renovadas, mas a Cemig não entrou com o pedido. O que a Cemig quer é prorrogação nas condições antigas, o que é inaceitável", concluiu Tomalsquim.

O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou, nesta quarta-feira, a indicação do ex-prefeito de Diadema José De Filippi para a Secretaria de Saúde e do líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto, para a Secretaria dos Transportes, ambos são petistas. "Todas as escolhas são pessoais, minhas. Aceito sugestões, mas a decisão final é minha", disse Haddad.

O prefeito eleito ressaltou a experiência, como gestor, e a "capacidade de liderança" dos dois futuros secretários da Saúde e Transportes, duas das áreas em que há mais reclamações da população paulistana, em decorrência dos serviços prestados não atenderem as expectativas. "(Eles) foram convidados por suas qualidades de gestor público", reforçou.

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Haddad explicou que a Secretaria da Saúde terá como uma das principais linhas de trabalho explorar parcerias com vários níveis de governo (estadual e federal) e também com a iniciativa privada, incluindo as parcerias público-privadas (PPPs). Na coletiva desta quarta-feira, realizada na sede do governo de transição, o petista reforçou a promessa de campanha de que não iria romper as parcerias com as Organizações Sociais de Saúde (OS). "Não tenho nenhum problema de relacionamento com as OS", assegurou.

Com relação à Secretaria de Transportes, o prefeito lembrou que Tatto ajudou na implementação no município (quando ocupou essa mesma pasta na gestão Marta Suplicy) do Bilhete Único. E que agora vai contribuir para executar uma de suas promessas de campanha, o Bilhete Único Mensal. "(Tatto) foi um dos responsáveis pela implantação do Bilhete Único e dos corredores (de ônibus), ele acompanhou todo o processo de reforma do sistema (de transportes). Há novas modalidades desse bilhete e novos corredores", destacou Haddad.

O prefeito disse também que as indicações de Filippi e de Tatto têm o objetivo de contemplar o plano de governo apresentado durante sua campanha. "O convite é para executar um plano aprovado pela população."

Filippi foi tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff na campanha de 2010 e também do comitê da reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o escândalo do mensalão, em 2006. Tatto já foi secretário municipal dos Transportes no período de 2002 a 2004, quando Marta Suplicy (PT), hoje ministra da Cultura, era a prefeita de São Paulo.

Além desses dois nomes, Haddad anunciou, na última segunda-feira (12), outros cinco secretários: Marcos Cruz (Finanças), Antonio Donato (Governo), Leda Paulani (Planejamento), Fernando de Mello Franco (Desenvolvimento Urbano) e Luís Fernando Massonetto (Negócios Jurídicos).

Tarifas

O prefeito eleito disse que não pretende reajustar a tarifa de ônibus acima da inflação. Haddad, no entanto, ressaltou que a discussão em torno do aumento do preço da passagem depende de diversos fatores, dentre eles a renovação das concessões das empresas de ônibus, que vencem em julho de 2013. "Isso nós vamos, oportunamente, discutir. Não temos interesse de dar ajuste acima da inflação", emendou.

O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, continua internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio. Segundo o médico Fernando Gjorup, o estado clínico do arquiteto "ainda inspira cuidados".

"Niemeyer necessita de fisioterapia respiratória, está lúcido, e o quadro da função renal é estável", afirma o boletim médico divulgado nesta segunda-feira. Não há previsão de alta para o arquiteto, que faz aniversário em 15 de dezembro.

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O arquiteto foi internado no dia 2, com quadro de desidratação, provocada por uma gripe. Ele teve o funcionamento do rim afetado e foi transferido do quarto para a Unidade Intermediária na última sexta-feira (9). Segundo Gjorup, clínico pessoal de Niemeyer, a desidratação prejudica a função renal. No início de outubro, o arquiteto já havia sido internado com quadro de desidratação por causa de outra gripe. Esta é sua terceira internação neste ano.

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De mototáxi, com direito a uma parada para uma cerveja e alguns passes de futebol, a cantora americana Lady Gaga subiu a favela do Cantagalo, na zona sul do Rio, para conhecer um projeto social. A visita, na tarde desta quinta-feira, marcou a passagem da cantora pela cidade, onde se apresenta na sexta-feira (9) à noite em sua primeira turnê no País. Animada e escoltada por um forte esquema de segurança, Gaga atendeu aos fãs, conversou com alguns moradores da favela e cantou com crianças do projeto social antes de retornar ao hotel, em Ipanema.

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"Eu apenas adoro o povo daqui", afirmou a cantora, ao chegar na favela, pacificada desde 2009. Além dos batedores que a acompanharam do hotel até a comunidade, cerca de 50 policiais, que atuam na comunidade, ajudaram na segurança da popstar. Do lado de fora do Espaço Criança Esperança, onde ela cantou com crianças do projeto, um grupo de moradores tentou forçar a entrada, o que gerou um princípio de tumulto controlado pelos policiais.

Gaga ainda caminhou pela favela e entrou num bar, chamado Sem Preconceito, com dois dos amigos. No local, ela conversou com os frequentadores, uma dupla de irmãos moradores da favela. "Ela se apresentou, perguntou nossos nomes e pediu uma cerveja. Falou obrigado e disse que nos amava", contou André Luiz dos Santos, um dos frequentadores do bar. A cantora também tentou falar algumas palavras em português, mas não passou de "boa tarde" e "obrigado." Gaga mandou fretar dois ônibus para levar moradores do Cantagalo ao show.

A visita à favela foi a única saída do hotel da cantora desde que chegou ao Rio, na quarta-feira (7). Durante todo o dia, cerca de cem fãs acompanhavam na frente do prédio a movimentação da cantora. Entre eles, um sanfoneiro fazia versões em forró dos hits da cantora e covers tentavam dublar as músicas e mostrar figurinos originais à cantora. "Não saio daqui enquanto ela não vir essa roupa que fiz", disse a passista Victoria Staniecki, que trajava uma roupa feita com balões pretos que custou R$ 600. "Quero que ela veja o modelo para usar em um show."

Por volta das 15h30, a cantora apareceu na sacada vestida apenas com uma camisa da seleção brasileira de futebol. Ela está hospedada numa suíte de luxo com 130 metros quadrados do Hotel Fasano, com banheira com vista panorâmica para o mar de Ipanema. Na varanda, Gaga estendeu uma faixa em que dizia amar o Rio e acenou para os fãs, que gritavam eufóricos pela cantora.

Integrantes da produção da cantora e amigos afirmam que ela está ansiosa com a apresentação no País. "Todos estão ansiosos para ver como o público brasileiro recebe a música pop dela", afirmou o cinegrafista Amilcar Novar, que registra a turnê da cantora para um documentário.

"Ela não esperava que o povo fosse tão simpático e amigo. Pretendemos voltar", contou a amiga Janitka Houbien. Acompanhada pelo pai, Joseph Germanotta, e por um grupo de amigos, a cantora trouxe ao País cerca de 150 pessoas em sua equipe. Para o almoço da comitiva, a cantora pediu camarão e peixe, encomendados em cima da hora pelo hotel.

Lady Gaga se apresenta na cidade na noite de sexta-feira (9), em um show que ficou abaixo da expectativa de vendas de ingressos. Sites de compras coletivas vendem pares de ingressos a preços promocionais e diversas empresas patrocinadoras sorteiam os bilhetes entre seus clientes - inclusive a Prefeitura do Rio. A cantora também se apresenta em São Paulo, no dia 11, e em Porto Alegre, no dia 13.

Diante do cenário de lenta recuperação global e o risco de piora do quadro de recessão na Europa, o G-20 (grupo das 20 nações mais ricas do mundo) se comprometeu nesta segunda-feira a fazer o que for preciso para estimular o crescimento da economia mundial. No comunicado, divulgado ao final do encontro, os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do grupo acenaram com a possibilidade de adoção de medidas de estímulo à atividade.

Segundo o G-20, os países com espaço fiscal estão prontos para dar suporte ao aumento de demanda agregada para ajudar no crescimento da economia mundial. A ajuda no curto prazo ocorrerá se as condições econômicas piorarem. Os representantes do G-20 reconheceram que os esforços para reduzir os desequilíbrios globais não têm sido suficientes e que é preciso fazer mais para garantir a estabilidade econômica do mundo.

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Para não agravar a situação, o G-20 deu sinais na direção de uma maior flexibilidade para o atingimento das metas fiscais definidas em 2010. "À luz do baixo crescimento, vamos garantir que o ritmo de consolidação fiscal seja apropriado para garantir a recuperação", diz o texto. Durante a reunião do G-20, os autoridades econômicas traçaram um cenário de riscos elevados e de baixo crescimento para a economia global.

A possibilidade nos Estados Unidos da entrada em vigor do chamado "abismo fiscal" (medidas de corte de gastos e aumento de impostos que entram em vigor em janeiro de 2013) e o aperto fiscal no Japão são uma ameaça. O G-20 também vê risco em eventuais atrasos na implementação das medidas já anunciadas na Europa de enfrentamento da crise. Outro fator de preocupação é a possibilidade de choques de ofertas adicionais nos mercados de commodities.

Calibragem

Apesar do impasse em torno do "abismo fiscal", o G-20 diz que os EUA vão calibrar cuidadosamente o ritmo do aperto fiscal, para garantir que as finanças públicas sejam colocadas em um caminho de sustentabilidade de longo prazo, evitando uma forte contração fiscal em 2013. A desaceleração do crescimento nos países emergentes também preocupa.

" Há um equilíbrio muito delicado da situação da economia mundial, com baixo crescimento e altos riscos", advertiu o ministro das Finanças do Chile, Felipe Larraín. Segundo ele, a Europa estará em recessão não só este ano mas também em 2013. Larraín disse que também ficou claro na reunião de ontem que a recessão na Europa poderá continuar em 2014, conforme projeções da OCDE.

O Brasil saiu frustrado da reunião por não ter tido avanços na definição da reforma de cotas (que dão direito a voto) do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey. Ele destacou que existe um compromisso dos líderes dos países do grupo para completar a definição sobre a nova fórmula de cálculo das cotas com direito a voto até janeiro de 2013. "É frustrante que o G-20 não tenha sido capaz de chegar a um resultado a esse respeito", disse.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, pediu na manhã desta quinta-feira (26) a demissão do guarda municipal acusado de agredir um skatista menor de idade no Parque Municipal de Madureira, zona norte da cidade, na terça-feira. Pedro Henrique Ribeiro, de 16 anos, fazia uma manobra na pista de skate quando o guarda provocou a queda do rapaz. A ação foi filmada e o vídeo, publicado na internet, causou indignação de skatistas e usuários do parque.

Pelas imagens é possível ver o guarda municipal, que não teve a identidade revelada, colocando a perna na frente do jovem durante o seu salto, no momento em que ele completaria a manobra. Após a queda, o guarda teria imobilizado e agredido o jovem. Em seguida, o vídeo registra um princípio de tumulto entre os skatistas e os agentes da Guarda Municipal que atuam no parque. Pedro Henrique Ribeiro, conhecido como Neném, é uma das promessas do skate no Rio. Em 2011, ele figurou em terceiro lugar na categoria amador do ranking da Federação de Skateboard do Estado. Natural de Volta Redonda, ele pratica o esporte desde os 9 anos e chegou ao Rio na segunda-feira, de férias, para conhecer a pista de Madureira.

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De Londres, onde acompanha a abertura dos Jogos Olímpicos, o prefeito do Rio determinou a demissão do guarda municipal. Uma sindicância vai investigar as circunstâncias da agressão e deve apurar a participação de outros agentes. Em nota, a Guarda Municipal informou que o agente já está afastado e que "repudia veementemente o comportamento do guarda, que não representa a Instituição".

A prefeitura também agendou para a próxima semana uma reunião com associações de skatistas para discutir o uso da pista. Inaugurada há cerca de um mês, a pista de Madureira é considerada a mais moderna da América Latina. Mas, de acordo com os skatistas, ela tem falhas, como a superlotação em determinados horários e a falta de grades, o que facilita a ocorrência de acidentes.

Segundo Renné Nunes, presidente da União dos Skatistas do Rio, a prefeitura foi alertada dos problemas. "Antes da inauguração avisamos que seria preciso um plano de gestão para a área, com monitores preparados, escala de horários para participantes de diferentes idades, entre outras medidas, mas nada foi feito. Não somos bandidos para sermos fiscalizados pela Guarda", afirmou.

 

A Rússia está pronta para ser a anfitriã de conversações entre a oposição síria e o governo do presidente Bashar Assad, numa tentativa de encerrar o conflito, informou o enviado russo na Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

O embaixador Vitaly Churkin fez a oferta enquanto intensificava os ataques aos Estados Unidos e países europeus por aumentarem a pressão contra Assad fora do Conselho de Segurança da ONU

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A Rússia tenta reconquistar a iniciativa diplomática desde que vetou uma resolução no Conselho de Segurança que ameaçaria Assad com sanções. A Rússia fará pressão por um diálogo "inter sírio", declarou Churkin durante um debate do conselho sobre o Oriente Médio.

"Para avançar neste sentido, estamos prontos a oferecer à oposição e ao governo uma plataforma em Moscou para forjar contatos para unificar a oposição e para negociações com o governo", disse ele.

Os grupos de oposição sírios estão divididos, mas quase todos dizem que não pode haver negociações para um acordo político para encerrar o conflito se Assad se mantiver no poder.

A Rússia vem protegendo seu antigo aliado da era soviética e na semana passada, junto com a China, vetou uma resolução no Conselho de Segurança sobre a Síria pela terceira vez.

As consequências dos vetos são "claras", afirmou o embaixador britânico na ONU Mark Lyall Grant, destacando a ocorrência "mais violência e derramamento de sangue e a situação de deterioração que agora está se espalhando além das fronteiras e sugando a região"

Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha já disseram que vão buscar ações contra o governo Sírio fora do conselho, embora todos tenham negado o envio de ajuda militar à oposição síria.

Segundo Churkin, a ação ocidental "leva a uma intensificação do confronto". "Os Estados Unidos falaram sobre sua intenção de contornar o Conselho de Segurança", disse o enviado russo. "Na verdade, não há nada de novo nisso. Tal política tem sido seguida por Washington e por uma série de outras capitais desde o início da crise na Síria e essa postura tem intensificado a crise".

Os países ocidentais "provavelmente terão de arcar com o peso da responsabilidade pelas consequências catastróficas desses atos", afirmou Churkin. As informações são da Dow Jones.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM) vai reforçar por tempo indeterminado o policiamento no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, onde, na noite de segunda-feira, traficantes mataram com um tiro de fuzil a soldado Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, a cerca de 200 metros da sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília. Nesta terça-feira, dezenas de homens do Bope e do Batalhão de Choque percorreram as vielas à procura dos criminosos. Até o fim da tarde, três suspeitos de envolvimento no ataque foram detidos.

Os bandidos também metralharam a nova sede da UPP, inaugurada em 9 de julho - mesmo dia em que o Exército saiu dos complexos da Penha e do Alemão. Pelo menos 12 tiros atingiram o prédio. Uma viatura também teve vidros estilhaçados. Testemunhas disseram que os dois ataques ocorreram simultaneamente, por volta das 21 horas, e tiveram a participação de 12 criminosos. Um soldado da UPP disse que os bandidos saíram de um beco e efetuaram diversos disparos em direção a Fabiana. Um tiro de fuzil atravessou o colete à prova de balas e atingiu o peito da soldado. Após um lanche, ela retornava ao seu setor de policiamento, onde estavam três PMs da UPP.

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"Estatisticamente temos pouquíssimas ações de uso de fuzil em UPPs contra os policiais. E neste momento o colete era o adequado para este tipo de serviço", disse o coronel Rogério Seabra, do Comando de Polícia Pacificadora (CPP). Enquanto o Exército atuou nos complexos, 800 homens faziam o policiamento da região por turno, segundo o Comando Militar do Leste. Com a PM, o efetivo total aumentou, mas a quantidade de homens por turno caiu pela metade, segundo o CPP.

Questionado se o número de policiais por turno seria aumentado, Seabra irritou-se: "O efetivo da polícia é muito maior que o do Exército. É muito maior por turnos do que era do Exército. Você talvez não esteja amparado com os dados específicos. A nossa ação em UPPs é muito maior do que na cidade como um todo. A relação de policiais por habitante é maior. É adequado e sempre que for necessário, ampliaremos". Em nota, o governador Sérgio Cabral, que está em Londres, declarou que "a política de pacificação, representada pela UPP, não tem volta, e será cada vez mais consolidada a ampliada".

A perseguição policial a um carro com seis pessoas, no início da madrugada desta quinta-feira, no Morro do São Bento, em Santos (SP), resultou na morte de um jovem de 19 anos e em outros dois feridos: um rapaz de 20 anos e uma adolescente de 15 anos. Por não atenderem a ordem de parada dos policiais, o veículo acabou sendo alvejado com mais de 25 tiros. A morte do jovem Bruno Vicente Gouveia Viana está sendo investigada pelo comando da Polícia Militar (PM), uma vez que os jovens afirmam que não atiraram contra os policiais.

De acordo com o boletim de ocorrência, registrado no 1º Distrito Policial, passava da meia-noite quando a viatura policial em patrulhamento na altura da Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra, avistou o carro ocupado pelos jovens. Segundo relato dos policiais, ao avistarem a viatura na pista contrária, os rapazes engataram em marcha à ré, em alta velocidade, como se fugissem da polícia. Eles até teriam ultrapassado sinais vermelhos. Foi nesta ocasião que outra viatura foi acionada para dar apoio.

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Em nova abordagem, já no Morro do São Bento, nova ordem de parada foi dada, mas os jovens não atenderam à determinação policial, quando o carro foi alvejado. Inicialmente foram dois tiros. Como o carro prosseguiu em disparada, os policiais atiraram mais quatro vezes, cada um. Os jovens atingidos estavam no banco traseiro do carro.

Segundo afirmou o condutor de veículo, José Luiz Lima, de 28 anos, ele não parou o veículo porque não possuía carteira de habilitação e o carro, com placa de Praia Grande, havia sido emprestado por um amigo. José Luiz também negou que tivesse atirado na polícia, embora os policiais tenham afirmado que encontraram um revólver calibre 22 e uma arma de brinquedo, no assoalho do carro.

Todos esses fatos estão sendo investigados pelo comando da PM. Os dois soldados que ocupavam a viatura, responsáveis pela primeira abordagem, foram detidos e se encontram no Presídio Romão Gomes, na zona norte da capital paulista. No quartel do 6º Batalhão da PM, em Santos, nenhum comandante quis se pronunciar até o início da noite desta quinta-feira.

Três investigadores da Polícia Civil da Bahia e o filho de um deles são considerados foragidos de Justiça, depois de a 1ª Vara Criminal de Porto Seguro, no litoral sul do Estado, decretar suas prisões preventivas na segunda-feira. Joaquim Pinto Neto, de 42 anos, Otávio Garcia Gomes, de 43, Robertson Lino Gomes da Costa, de 44, e Murilo Bouson de Souza Costa, filho de Robertson, de 22, são acusados de tortura e homicídio, após espancarem até a morte Ricardo Santos Dias, de 21 anos, dentro da Delegacia de Porto Seguro, na noite de sábado.

Segundo depoimentos colhidos por agentes da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), em Eunápolis, onde as investigações estão centralizadas, Ricardo havia sido detido na manhã de sábado, por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Ele também era suspeito de ter participado de um latrocínio contra um comerciante de Porto Seguro, no dia 11. Há indícios de que os investigadores tentavam fazer a vítima confessar este crime, por meio de tortura.

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As câmeras de segurança da Delegacia de Porto Seguro mostram os três investigadores e Murilo chegando à unidade policial às 22h32. Menos de duas horas depois, à 0h21, os quatro são vistos deixando a unidade, carregando Murilo, já desacordado. De acordo com as investigações, depois de entrar na delegacia, os acusados retiraram a vítima da cela, na qual estava descansando, e a levaram para uma sala fechada da unidade, com a justificativa de interrogá-la. Foram ouvidos gritos, mas os outros policiais que estavam na delegacia disseram não ter entrado no ambiente onde ocorria a suposta tortura.

Murilo teria perdido os sentidos ainda durante o interrogatório. Os investigadores, então, disseram ao restante da equipe que levariam o preso ao hospital. Murilo foi deixado na porta do Hospital Luís Eduardo Magalhães, sem identificação. Os investigadores não foram mais vistos.

Segundo o corregedor-geral da Secretaria de Segurança Pública, Nélson Gaspar, que acompanha o caso em Eunápolis, as investigações estão adiantadas e restam poucas informações para que o inquérito seja concluído - entre elas, qual o interesse específico dos investigadores no preso ou no crime que tentavam fazê-lo confessar, o que a polícia espera esclarecer ao interrogar os acusados.

De acordo com ele, os agentes que permitiram aos investigadores ter acesso à vítima também estão sendo investigados. Os acusados vão responder a inquérito criminal e também serão alvo de inquérito administrativo da Polícia Civil, que pode resultar na demissão dos cargos. Equipes da Coordenadoria de Operações Especiais (COE) e do Departamento de Investigação Policial (DIP) da Polícia Civil participam da operação de buscas pelos acusados na região.

No quinquagésimo sétimo dia de greve, o governo federal apresentou nesta sexta-feira proposta para reestruturar o plano de carreira e conceder reajuste a professores de universidades e institutos federais ao longo dos próximos três anos. Pressionado, o Palácio do Planalto atendeu uma das principais reivindicações do corpo docente, aceitando reduzir de 17 para 13 os níveis de carreira. Além disso, se comprometeu a reservar R$ 3,9 bilhões para os aumentos salariais, que deverão ser concedidos de forma gradual até 2015.

Apesar do otimismo das autoridades com o fim da greve, lideranças de sindicatos que se reuniram nesta sexta-feira em Brasília com o secretário de relações do trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, ficaram frustradas com o plano, o que deve levar à continuidade da paralisação pelos próximos dias. Uma próxima reunião está marcada para o dia 23 deste mês. "Estamos muito insatisfeitos e vamos ir para as bases com essa proposta", disse o coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), David Lobão.

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Iniciada em 17 de maio, a paralisação já contou com a adesão de 57 das 59 universidades federais, além de 36 institutos de educação básica, profissional e tecnológica. Servidores técnico-administrativos e estudantes também estão em greve.

De acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o reajuste aos docentes será concedido em parcelas - 40% em 2013, 30% em 2014 e 30% em 2015, totalizando R$ 3,9 bilhões no período. A medida deve beneficiar 143 mil professores - 105 mil das universidades e 38 mil dos institutos federais.

"Não estão claro quais são os valores para 2013 e 2014, é uma promessa de escalonamento. São valores bem inferiores ao que colocamos", criticou o presidente da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes Federação), Eduardo Rolim de Oliveira. Segundo o governo, o reajuste deverá ficar entre 12% e 45%, dependendo do nível dos professores - os maiores aumentos ficarão para doutores nas universidades que trabalham em regime de dedicação exclusiva. Os que são de classe titular terão o salário aumentado de R$ 11,8 mil para R$ 17 mil, por exemplo (aumento de 45,1%). Para um professor com mestrado que também atue em dedicação exclusiva e que seja classificado como adjunto nível 4, o valor passará de R$ 5,8 mil para R$ 7,2 mil (24,7%).

"Houve precipitação da universidades e escolas técnicas de deflagrar a greve em maio. O momento de negociação é exatamente esse de julho para agosto, onde é possível o governo fazer todas as suas contas e de maneira responsável estabelecer o que é possível", afirmou Belchior. "O governo está fazendo suas contas de maneira responsável levando em conta a situação internacional para fazer propostas sustentáveis pras finanças da União e para os servidores".

Para Mercadante, o cenário de incertezas na economia exigiu do Executivo mais tempo para avaliar as reivindicações. "Para que começar uma greve em maio se precisamos de tempo para saber o que está acontecendo na economia mundial?", questionou. O ministro defendeu a priorização da titulação e da dedicação exclusiva na concessão dos reajustes, "porque queremos que o corpo docente continue pesquisando e se formando". "Onde não há pesquisa, não há avanço na docência", afirmou.

Mercadante admitiu, no entanto, que houve "atraso" na discussão da reestruturação das carreira, mas defendeu a proposta, considerada por ele "um avanço grande". Na avaliação do secretário de ensino superior do MEC, Amaro Lins, a comunidade universitária deverá receber de "bom grado a proposta" quando tiver acesso às tabelas com as propostas de reajuste, avalia.

Ao ser questionado sobre a controversa meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabeleceu que o investimento em educação pública deverá aumentar dos atuais 5% para 10% ao longo dos próximos dez anos, Mercadante disse: "(Isso) Significaria passarmos de um orçamento de R$ 212 bilhões para R$ 425 bilhões no prazo de 10 anos, precisaríamos colocar 212 bilhões a mais, isso para município, Estado e União, é mais ou menos, cinco CPMFs, mais do que simplesmente a meta, me digam qual é a fonte, se não dá pra aumentar impostos?".

Foi enterrado nesta quarta-feira o corpo do cardeal dom Eugenio de Araujo Sales, arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que morreu na noite de segunda-feira, aos 91 anos. Cerca de 5 mil fiéis se reuniram na Catedral de São Sebastião, no centro do Rio, para prestar as últimas homenagens ao homem que dedicou quase 70 anos de sua vida ao sacerdócio.

Durante toda a madrugada desta quarta-feira, o corpo do cardeal foi velado em vigília na Capela do Santíssimo Sacramento, no interior da Catedral Metropolitana. Pela manhã e no início da tarde, fiéis enfrentaram fila para assinar o livro de registro e dar o último adeus a dom Eugenio. "O cristão, quando celebra a eucaristia das exéquias, celebra a esperança na vida que não termina com a morte" , afirmou o arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, minutos antes de presidir a última missa de corpo presente. A cerimônia, que durou duas horas, foi prestigiada por representantes do islamismo, judaísmo, luteranismo e das igrejas Ortodoxa e Anglicana.

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Autoridades civis também estiveram presentes à cerimônia, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o governador do Estado, Sérgio Cabral Filho, e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Cialini. Dom Eugenio nasceu naquele Estado.

Após a cerimônia, o corpo de dom Eugenio foi levado à cripta no subsolo da catedral, onde religiosos e familiares se despediram do arcebispo emérito. "Ao sepultarmos o seu corpo na cripta da catedral, nós estamos colocando uma semente na terra", disse dom Orani. O túmulo de dom Eugenio ficará em frente ao do Monsenhor Ivo Antonio Calliari, construtor e primeiro pároco daquela catedral.

Todos os pertences de dom Eugenio - incluindo o barrete, o chapéu vermelho usado pelo cardeal, simbolizando-o como um príncipe da Igreja, que permaneceu exposto sobre o caixão durante toda a celebração - serão levados para o Museu de Arte Sacra do Rio de Janeiro.

O coletivo que atropelou e matou cinco pessoas em um ponto de ônibus na Avenida Brasil, zona norte do Rio, na terça-feira à noite, tinha acumulado 22 multas desde 2008, segundo a Secretaria Municipal de Transportes. Seis punições foram por excesso de velocidade; as demais, por dirigir falando ao celular, avançar sinal vermelho, parar sobre a faixa de pedestre, parar afastado da guia e trafegar continuamente pela faixa da esquerda.

O acidente foi por volta das 22h45 da terça. O ônibus trafegava rumo à zona oeste quando se desgovernou e subiu na calçada. Quatro pessoas morreram no local: três mulheres e um rapaz. Mais tarde, uma adolescente morreu no Hospital Souza Aguiar.

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Vinte pessoas ficaram feridas no acidente, entre elas o motorista André Navarro, de 34 anos. Testemunhas dizem que ele corria muito. A empresa City Rio, dona do ônibus, disse que as multas foram recebidas por vários motoristas e não se pode vinculá-las ao acidente.

O Greenpeace vai defender duas bandeiras principais durante a Rio+20: a campanha pelo "desmatamento zero" das florestas brasileiras e a chamada revolução energética, troca dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo) por fontes de energia renováveis. Os ativistas, no entanto, estão pouco confiantes em mudanças significativas, devido à ausência de líderes importantes, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que enviará como representante a secretária de Estado, Hillary Clinton.

"Passou a primeira década do século e as principais fontes de energia da humanidade continuam sendo os fósseis. Precisamos, e rápido, de uma revolução energética", disse o coordenador do Greenpeace para a Rio+20, Nilo D'Ávila. "Não precisamos esperar o petróleo ou o carvão acabarem para procurarmos novas fontes. A idade da pedra não acabou por falta de pedra."

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Até o fim da conferência, a organização vai focar as atividades na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, evento que se contrapõe às reuniões oficiais de autoridades no Riocentro, na Barra da Tijuca.

Para o Greenpeace, a única mudança concreta que pode surgir durante a conferência é um acordo internacional para lidar com as áreas protegidas em águas internacionais. "Tudo pode acontecer, inclusive nada", disse D'Ávila. "Inegavelmente, a Rio+20 está esvaziada dos líderes que poderiam `bater o pé'. A gente não salva o planeta se China e EUA, principalmente, não se moverem. O protocolo de Kyoto mostra isso."

Após cerca de 20 horas, a Polícia Militar da Paraíba conseguiu restabelecer na tarde desta quarta-feira a normalidade em três presídios de João Pessoa, onde cerca de 1700 presos se rebelaram na noite de terça-feira. Pelo menos 300 policiais foram acionados pelas secretarias de Segurança Publica e Administração Penitenciária para controlar a situação no Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes (PB 1 e PB 2), na praia de Jacarapé, zona sul, e na Penitenciária Flóscolo da Nóbrega, no bairro do Róger, na zona central da capital paraibana.

Briga entre facções criminosas rivais pelo controle do tráfico de drogas dentro e fora das penitenciárias, segundo o governo do Estado, teriam motivado as rebeliões, que resultaram em um morto e dois feridos. As rebeliões tiveram início por volta das 20 horas de terça-feira e só foram controladas na tarde desta quarta-feira. No Complexo Penitenciário PB 1 e PB 2, os presos detonaram duas bananas de dinamite que destruíram grades e paredes das celas e pavilhões. Eles também colocaram fogo em colchões. A PM encontrou uma banana de dinamite que não explodiu, um revólver, uma pistola e aparelhos de telefonia celular, usados pelos presos para se comunicarem com parentes e com jornalistas e radialistas.

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O secretário da Administração Penitenciária do Estado, Washington França, disse à imprensa que a maior preocupação foi manter o controle da situação sem que ninguém se ferisse. Na penitenciária do bairro do Róger, os presos chegaram a suspender a rebelião por volta da 1 hora desta quarta-feira e reiniciaram quando o dia estava amanhecendo. A confusão só terminou quando o pelotão de choque da PM invadiu o presídio, no início da tarde.

"A rebelião começou por causa de uma briga entre duas facções. Apenados de uma ala queriam atingir os apenados de outra ala. Então, nos reunimos para contornar a situação", declarou o secretário, embora parentes dos presos digam que as rebeliões foram motivadas por melhores condições de vida dentro dos presídios. Os presos estariam querendo melhor alimentação e fim de maus tratos. O secretário nega maus tratos. A população carcerária da Paraíba é de 8.210 presos. Do total, pouco mais de mil cumprem pena no presídio do Róger, que tem capacidade para 400. Outros 664 cumprem pena no Complexo PB 1 e PB 2, que comporta 700.

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