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Cotado para disputar a vaga do PSDB na corrida presidencial de 2018, o prefeito João Doria ficou fora do programa nacional do partido, veiculado nesta quinta-feira (11), em emissoras de TV e rádio. A cúpula do PSDB optou por defender, no vídeo, a importância da prática política para a democracia, na contramão do discurso adotado por Doria, do "não político" e do "gestor".

No vídeo, líderes da legenda se revezam com falas sobre a criação de uma "nova política". As declarações ocorrem após um grupo de cidadãos apresentar, dentro de uma dinâmica de debate, queixas ao sistema atual. Entre os problemas apontados, excesso de partidos, foro privilegiado e privilégios. "Se você falar da política do jeito que ela é hoje, nós teríamos que implodir toda a política e renascer", afirma um deles.

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"Ouvir críticas como essas pode ser difícil, mas esse é o primeiro passo, o único passo para podermos melhorar a política. Vamos promover encontros como esse por todo o País, para ouvir você e junto com você encontrar soluções para melhorar a política, mas principalmente para melhorar a sua vida. Esse é nosso grande desafio", afirma o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no vídeo.

Questionado nesta quinta sobre sua ausência no programa, Doria minimizou. "Eu não tenho a obrigação nem a síntese de ter que estar presente na propaganda partidária do PSDB. Tudo a seu tempo", disse o prefeito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sob bombardeio de críticas de concessionários e de setores empresariais, a presidente do BNDES, Maria Sílvia Bastos, enfrenta "fogo amigo" de integrantes do próprio governo. Eles reclamam que ela travou o crédito e, quase um ano depois de assumir o comando do banco de fomento, ainda não conseguiu fazer a instituição funcionar. À reportagem, o Palácio do Planalto descartou mudanças no BNDES e informou que o presidente Michel Temer conta com ela no cargo até o final do seu mandato, em 2018.

"Zero de chance de ela sair", informou ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto, que descartou uma articulação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, para substituí-la.

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Apesar da negativa oficial, a maior pressão, segundo fontes credenciadas, parte de Moreira Franco, responsável pelo Programa de Parcerias de Investimento, que abrange concessões, privatizações e Parcerias Público-Privadas. Sem financiamento, o programa não deslancha.

A crítica maior é a de que o BNDES está "atolado" em liquidez e não consegue emprestar às empresas e, dessa forma, estimular a volta dos investimentos. É a segunda vez este ano que surgem especulações de troca no BNDES. Na primeira, Temer garantiu apoio à presidente do banco, que justifica que não pode aprovar projetos ruins que chegam à instituição.

À frente do BNDES desde junho passado, Maria Silva promoveu uma profunda reestruturação na governança do banco e corte nos empréstimos com taxas subsidiadas para setores específicos, que marcaram a gestão do PT. Essa política fez com que os empréstimos do Tesouro ao banco saltassem de R$ 5 bilhões para mais de R$ 500 bilhões, o que agravou os desequilíbrio das contas do governo. Por isso, eventual saída dela do banco é vista por analistas do mercado como uma mudança de rota e retrocesso perigoso para a nova política econômica do presidente.

A pessoas próximas, ela tem transmitido a percepção de que não fica sem apoio total do presidente. "Ela veio para contribuir e ajudar e não está aí para aguentar desaforo", disse uma fonte. Publicamente, no entanto, Maria Silva disse ontem que nunca sofreu pressão por parte do governo em relação ao seu trabalho à frente do banco. "A única pergunta que fiz ao presidente Temer no momento do convite foi se eu teria liberdade para formar a minha equipe e para trabalhar, e a resposta dele foi sim, você terá. E tenho de dizer que isso nunca me faltou."

A presidente do BNDES afirmou que está aberta para a aperfeiçoar o trabalho do banco. Segundo ela, os desembolsos do BNDES ainda refletem o período de recessão e que esse indicador deverá apresentar queda.

Moreira Franco divulgou vídeo nas redes sociais negando que tenha recebido incumbência de Temer para encontrar um substituto para ela. Na gravação, Moreira diz que Maria Silvia tem tido um bom desempenho e que o resultado de seu trabalho será bem-sucedido.

Em reunião nesta segunda-feira, 8, no Planalto, lideranças governistas questionaram ministros sobre a mudança da presidente do BNDES. Parlamentares ouvidos pela reportagem afirmaram que a sinalização dada pelo governo foi de que a troca no comando do banco deve acontecer "no momento certo". Alguns desses parlamentares levaram aos ministros reclamações contra Maria Silvia.

Concessionárias que venceram leilões do Programa de Investimentos em Logística (PIL), realizados no governo de Dilma Rousseff s, também criticam a atuação do BNDES. Na época, foi prometido que o banco financiaria até 70% dos projetos. Porém, os empréstimos não foram liberados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Odebrecht e a Andrade Gutierrez pagaram cerca de R$ 80 milhões em propinas a diferentes políticos em torno do projeto da Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. Esta é uma das obras mais citadas nos inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações da Odebrecht.

Apesar de ser um empreendimento encampado pelo governo do PT, a maior parte dos pagamentos foi feita a políticos do PMDB, PSDB e PP. As acusações citam o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - condenado e preso em Curitiba -, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Edison Lobão (PMDB-MA), Ivo Cassol (PP-RO), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO), além de Sandro Mabel, assessor especial do presidente Michel Temer.

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A usina foi o primeiro grande projeto da Odebrecht como investidora no setor de energia, em meados dos anos 2000. As pretensões da empresa na época era a de se tornar a maior geradora do País. O modelo de negócio seria o de competir agressivamente nos leilões do governo federal e fazer a obra depois, como fornecedora, onde teria sua maior margem de lucro.

O primeiro tropeço, porém, foi justamente no projeto do Madeira. Além da Usina de Santo Antônio, o governo licitou Jirau, poucos quilômetros distante. Juntas as duas usinas tinham ganhos extraordinários de eficiência na produção de energia.

O leilão de Jirau, contudo, se transformou em uma guerra declarada. O governo Dilma Rousseff teria apoiado outro consórcio, liderado pelo grupo Suez, que ganhou a licitação. Nos relatos dos delatores, a perda de Jirau foi lembrada e até virou uma petição que foi enviada à Procuradoria da República no Paraná. Mas são os pagamentos de propinas a políticos o que mais chama a atenção nas delações - são oito inquéritos no STF contra políticos em função desses pagamentos.

Influência

De acordo com os inquéritos, parte da propina foi paga a políticos que tinham influência sobre Furnas, que durante muito tempo foi comandada politicamente por Cunha. Furnas é a principal sócia de Santo Antônio (40% da sociedade).

Os inquéritos derivados da delação da Odebrecht revelam ainda que Aécio tinha atuação em Furnas, com forte presença em Minas. Além disso, Aécio comandava a Cemig, também sócia de Santo Antônio, quando era o governador de Minas. Para o projeto do Madeira, ele recebeu parcelas de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, segundo delatores.

Pelos relatos, Cunha recebeu R$ 20 milhões. Outros R$ 30 milhões foram divididos igualmente entre o deputado Arlindo Chinaglia (PT), o senador Romero Jucá (PMDB) e Sandro Mabel, ex-deputado do PMDB, segundo os delatores. Eles acusam Lobão de ter recebido R$ 5,5 milhões, com o objetivo de intervir no governo no caso Jirau, e Cassol, então governador de Rondônia, ficou com R$ 2 milhões para facilitar processos administrativos. Outros R$ 20 milhões foram a ex-diretores de Furnas e a Raupp.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, Kakay, que defende Jucá e Lobão, disse que, com os inquéritos, será possível fazer uma defesa técnica e provar que não houve propinas. Procurados, os outros investigados não responderam. A Odebrecht reafirmou que é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos feitos pelos delatores, e a Andrade não quis comentar. Furnas informou que é a principal interessada em elucidar os fatos. O Planalto disse que não comenta investigações em andamento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A auditoria que o Ministério da Agricultura fez nos 21 frigoríficos que foram alvo da operação Carne Fraca encontrou produtos que poderiam prejudicar a saúde da população. De um total de 302 amostras analisadas, uma tinha a bactéria estafilococo, que pode causar vômito e diarreia, e sete tinham salmonela. Alguns tipos de salmonela também causam esses sintomas, mas não as que estavam nos hambúrgueres.

Todas as amostras com salmonela eram de hambúrguer comercializado como Novilho Nobre, produzido pela Transmeat, cuja linha de produção foi interditada. Já a estafilococo foi encontrada em uma amostra de linguiça da Frigosantos. Nesse frigorífico, o problema foi descoberto nesta quinta-feira (6), por isso as providências ainda estavam em curso, mas a linha também será interditada. Os produtos serão apreendidos e descartados.

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Os fiscais também detectaram, nas salsichas e linguiças dos frigoríficos Peccin e Souza Ramos, uso de ácido sórbico - conservante permitido, mas não em embutidos, pois pode maquiar uso de matéria-prima próxima ao vencimento.

Em 31 amostras, foram encontradas fraudes econômicas, como excesso de água no frango processado pela BRF em sua planta em Mineiros (GO) e no produto da Frango DM, de Arapongas (PR). Nas salsichas da Peccin e da Souza Ramos, havia amido acima do permitido.

Após divulgar os resultados, o secretário executivo da pasta, Eumar Novacki anunciou que, como resultado da auditoria, o ministério iniciou procedimentos para cassar o registro de três frigoríficos: Peccin, Souza Ramos e Central de Carnes - este, por fraudes de caráter econômico, segundo o ministério. Além disso, esses frigoríficos poderão ter problemas na esfera criminal. A pasta vai encaminhar os indícios de crime para a PF e para o Ministério Público.

Defesas

A Transmeat divulgou uma nota técnica na qual explica que o hambúrguer é feito com carne bovina e gordura suína (toucinho), o que é permitido. E, na carne suína, é permitida uma presença mínima de salmonela. O ministério havia informado mais cedo que não é tolerada a presença de salmonela em hambúrgueres.

A Frigosantos informou por nota que a produção "é fundada nos mais rigorosos controles de qualidade e higiene." A BRF e a Frango DM questionaram o resultado e informaram haver solicitado contraprova à Agricultura. A reportagem não conseguiu contato com a Peccin. A Central de Carnes pediu cancelamento de sua inscrição no Serviço de Inspeção Federal (SIF). A Souza Ramos encerrou suas atividades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A decisão do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de exonerar os superintendentes de Agricultura, Pecuária e Abastecimento dos Estados do Paraná e de Goiás foi acertada com o presidente Michel Temer no domingo, 19. Com isso, Temer tentava dar uma "resposta rápida" às irregularidades encontradas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca, em mais uma demonstração não só para o público externo, mas também para o interno, da disposição do governo federal de ir a fundo nas investigações contra as fraudes na fiscalização dos frigoríficos.

Apesar das inúmeras frentes do governo para apresentar reações às denúncias, o Planalto não conseguiu esconder o incômodo com o que os interlocutores do presidente chamam de "espetacularização da PF", ao anunciar a operação na Sexta-feira (17).

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As demissões atingem indicações de aliados políticos, e o Palácio do Planalto sabe que este é um problema para o governo, que está em plena negociação com os partidos aliados para a aprovação da reforma da Previdência.

Gil Bueno de Magalhães e Júlio César Carneiro, que perderam os cargos de superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento nos Estados do Paraná e de Goiás, respectivamente, foram indicados por PP e PTB. O problema é que o estrago na base deve ser ainda maior porque o número de demissões poderá ser ampliado, à medida que as investigações avançarem.

Cargos técnicos

Esse episódio serviu para que um outro tipo de cobrança chegasse ao Planalto, contrariando a prática adotada de nomeações políticas: a de que o governo não pode continuar distribuindo a partidos políticos cargos técnicos dessa importância. O Planalto, no entanto, ainda não traçou nenhuma outra estratégia para responder a essas críticas.

O presidente Michel Temer ficou satisfeito com a repercussão do gesto político que fez no domingo, de ir à churrascaria e convidar os embaixadores e representantes estrangeiros para acompanhá-lo. Mas está muito preocupado com os primeiros embargos anunciados, principalmente com a atitude da China.

O presidente receia o golpe a um setor considerado imprescindível para ajudar na retomada do crescimento econômico e cujos resultados na exportação são de fundamental importância. O problema é que a notícia chegou num momento político ruim, quando há uma tensão com a pré-divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que atingirá políticos, incluindo integrantes do primeiro escalão do governo.

A ordem agora, de acordo com auxiliares do presidente, é que os Ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura atuem "com toda força". O Planalto quer que as áreas técnicas dessas duas pastas não descansem enquanto não responderem a cada uma das dúvidas dos países para os quais o Brasil exporta, para evitar que os embargos sejam consumados porque revertê-los depois poderá levar anos.

Exagero

Interlocutores diretos do presidente reiteraram nesta segunda-feira, 20, que houve um "certo exagero" da Polícia Federal, ao anunciar a Operação Carne Fraca, por exemplo, "como a maior operação" já realizada. Insistiram que as fraudes foram apenas "pontuais", atingindo efetivamente apenas 21 das 4.837 unidades frigoríficas do País, sendo que, na verdade, apenas quatro tinham problemas de fraude.

Apesar da insatisfação com a espetacularização, o Planalto tenta dizer que o mal-estar é principalmente do Ministério da Agricultura com a Polícia Federal. A pasta alega não ter sido informada e diz que o modo em que a operação foi divulgada deixou o País em uma situação vulnerável. Para o governo, neste momento, é preciso que sejam explicados detalhes do ponto de vista técnico - do que foi de fato encontrado nas investigações - para tentar minimizar os danos à imagem da carne no exterior. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os 10,1 milhões de trabalhadores que possuem saldo em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderão sacar os recursos a partir de março. A ordem dos saques deve ser baseada no mês de aniversário do trabalhador. A Caixa propôs que a retirada seja feita até julho. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que esse cronograma foi aprovado pelo presidente.

No entanto, outro ministro, sob condição de anonimato, disse que o período pode ser maior, de seis a oito meses. "Há problemas operacionais para a Caixa administrar uma demanda tão grande. Isso ainda está em discussão", afirmou. Segundo ele, no entanto, a intenção é que os saques ocorram no menor tempo possível, se possível a maior parte no 1.º semestre, para que a injeção de recursos ainda surta efeito na retomada da economia ainda neste ano.

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Nesta quinta-feira (19), o presidente Temer negou que haja qualquer modificação em relação ao anúncio que o governo federal havia feito no mês passado sobre liberar o total dos recursos nas contas inativas do FGTS. Em discurso durante o lançamento do pré-custeio do Plano Safra 2016/2017, em Ribeirão Preto (SP), Temer falou que não há possibilidade de impedir a retirada de dinheiro por parte de 2% ou 3% das pessoas com recursos retidos no fundo, como foi publicado na imprensa.

"Quero esclarecer que não houve nenhuma modificação, quem tiver dinheiro nas contas inativas vai sacar por inteiro, qualquer valor", afirmou o presidente. Ele destacou que a medida vai ajudar o trabalhador a pagar dívidas e representa mais de R$ 30 bilhões na economia.

De acordo com dados oficiais, há atualmente 18,6 milhões de contas inativas há mais de um ano, com saldo total de R$ 41 bilhões. A estimativa do governo é que 70% das pessoas com direito ao saque procurem a Caixa para ter acesso aos saldos das contas. Para os defensores da ideia, os saques não vão causar impacto significativo no saldo do FGTS, que é da ordem de R$ 380 bilhões.

Assim que foi divulgada essa medida, como pacote de presente de Natal do governo, o setor da construção criticou a decisão de liberar o saldo total das contas inativas. A primeira ideia do governo era limitar entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Na última hora, o presidente foi convencido com o argumento de que 86% dessas contas têm saldo inferior a R$ 880 (salário mínimo de 2016).

Construtoras e incorporadoras, no entanto, protestaram e disseram que 2% das contas detinham valores muito elevados e que esses recursos não seriam injetados na economia rela mas apenas aplicados em outros investimentos mais rentáveis.

A Caixa chegou a propor um teto de 10 salários mínimos atuais (R$ 9.370,00), mas o presidente teria decidido imediatamente, segundo relatos de fontes que estavam na reunião, que não colocaria restrição ao valor dos saques.

Para um ministro, é equivocada a ideia de que esses recursos dos trabalhadores que detêm grandes volumes nas contas inativas não vão movimentar a economia. Segundo ele, podem ser justamente esses trabalhadores que aproveitem a oportunidade para aumentar o consumo de bens de grande valor As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse acreditar que os deputados não irão aprovar a participação de parentes de políticos na nova rodada da repatriação de recursos. A possibilidade foi aprovada no Senado após uma manobra do relator do texto, Romero Jucá (PMDB-RR), que passou despercebida pelos integrantes da oposição. Agora, o projeto será avaliado pelos deputados.

O deputado Bruno Covas (PSDB-SP), autor da emenda que proibiu a aceitação de parentes de políticos no primeiro projeto, disse desconfiar que a nova proposta foi iniciada no Senado já com esse objetivo. "Como a Câmara deve barrar, o Senado, com a palavra final, poderá reintroduzir o texto", afirmou.

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Pelas regras do Congresso, se uma Casa modificar o projeto que teve origem em outra, o texto terá que ser novamente apreciado e poderá ser modificado antes de ir à sanção presidencial.

Outros líderes da Câmara ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo também afirmaram acreditar que a proposta enfrentará resistência na Casa. "O novo projeto de repatriação é necessário, mas não acredito que a inclusão de parentes de políticos como beneficiários será aceito pela Câmara", disse o líder do PSD, Rogério Rosso (DF). O líder do DEM, Pauderney Avelino (PB), também tem a mesma avaliação. "Essa era uma demanda do Senado", disse.

Para o líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), a tentativa de incluir essa questão na lei "cheira mal", especialmente após a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem familiares investigados por possuir contas no exterior. "Claro que é inoportuno, depois de Eduardo Cunha, todo mundo suspeita de que estão fazendo um acordo para que ele não faça delação premiada", afirmou.

Recurso

A oposição no Senado passou a manhã desta quinta-feira, 24, buscando uma forma de reverter a manobra do líder do governo, mas a avaliação da assessoria técnica da Casa é que não haveria maneira regimental de modificar o que já havia sido votado.

"A maioria do Senado Federal foi enganada e saiu daqui com a compreensão de que estava proibida a possibilidade de repatriação por parte de parentes de políticos. Isso foi um golpe", disse Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), que tentou fazer uma questão de ordem à Mesa Diretora, mas não foi atendida. Ela argumentou que o regimento prevê que a vontade da maioria do plenário deve se sobrepor a questões técnicas. Dessa forma, se uma redação foi aprovada por engano, deveria poder ser corrigida.

Vanessa também denunciou que Jucá teria agido de má-fé durante o acordo que fez com a oposição. "Eu vim a este microfone várias vezes e perguntei, inclusive, ao senador Romero Jucá: Quer dizer que esse encaminhamento retira a possibilidade de repatriação também por parentes? E ele respondeu ao microfone: sim. O Brasil inteiro ouviu, não fomos somente nós", relatou a senadora.

Pessoas concretas

O líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), questionou a quem interessava a manobra. "Com certeza é para beneficiar pessoas concretas", disse. Quando a autorização para que parentes de políticos pudessem participar da repatriação foi incluída no texto pela primeira vez, o dispositivo ficou conhecido como "emenda Cláudia Cruz", em referência à esposa do deputado cassado Eduardo Cunha.

Apesar dos esforços, o senador José Pimentel (PT-CE) informou em plenário que não seria possível fazer um recurso da votação, mas que a oposição irá buscar a derrubada do dispositivo na votação da Câmara.

A proposta aprovada pelo Senado é uma retomada do primeiro projeto de repatriação, que terminou em 31 de outubro, mas com algumas modificações. Nessa nova versão do programa, o prazo será reaberto por 120 dias após o decorrer de um mês da publicação da lei. A proposta determina alíquotas de 17,5% de Imposto de Renda mais 17,5% de multa sobre o valor repatriado. Na primeira fase, as alíquotas foram de 15%.

A data de referência também mudou em relação ao primeiro programa. Agora, será possível repatriar recursos comprovados até 30 de julho de 2016. Da mesma forma, vale a cotação do dólar para essa data, que segunda Jucá era de R$ 3,20. Anteriormente, a referência era 21 de dezembro de 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Relatório de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) gastou na construção de uma ciclovia provisória na Marginal do Rio Pinheiros, na capital paulista, seis vezes mais do que o preço médio pago pela gestão Fernando Haddad (PT) nas ciclovias da cidade.

Com 7,7 km de extensão, a pista feita pelo Metrô no início de 2014 por causa da interdição de um trecho da ciclovia original da Marginal do Pinheiros, entre a Vila Olímpia e a Ponte João Dias, provocada pelas obras da Linha 17-Ouro do Monotrilho, custou R$ 9,6 milhões.

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Pelos cálculos do TCE, o valor médio do metro da ciclovia do Metrô ficou em R$ 1.258, muito acima dos R$ 200 por metro gasto pelas prefeituras de São Paulo e Campinas, segundo levantamento do órgão. De acordo com a gestão Haddad, até 2014, o custo médio das ciclovias era de R$ 250, ou 20% do valor gasto pelo Metrô.

O valor chamou a atenção do TCE porque o próprio Metrô havia informado sobre a "simplicidade" da obra, "consistente em ‘adaptação de estrada de serviço em terra batida e brita existente’". A obra foi feita pelo cónsórcio da Andrade Gutierrez e CR Almeida, responsável até o início de 2016 pelas obras da Linha 17, que não tinha know-how para construir a pista.

A ciclovia provisória foi feita pelo Metrô após protestos de ciclistas contra o fechamento de um trecho da ciclovia original e depois de um acordo com o Ministério Público Estadual (MPE). A nova pista fica na margem direita do rio para quem segue no sentido Interlagos.

"Essa ciclovia foi feita aproveitando uma estrada que já era usada pela Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), e não tem sistema de drenagem, tubulação subterrânea e nenhuma ligação com outro ponto da cidade. Não serve como opção de mobilidade urbana", diz o diretor-geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo, Daniel Guth.

Aventura

As conclusões do TCE constam de um extenso pedido de explicações publicado ontem pelo conselheiro Antônio Roque Citadini com mais de 70 perguntas ao Metrô sobre os atrasos e custos da obra, que saltou de R$ 1,4 bilhão para R$ 3,1 bilhões. A Linha 17 teria 18 km de extensão e ligaria a Linha 1-Azul à Linha 4-Amarela. O governo Geraldo Alckmin (PSDB), contudo, cancelou metade do ramal em dezembro e o único trecho previsto para sair do papel é entre Congonhas e a Marginal do Pinheiros.

"Os elementos existentes no processo demonstram que a Companhia do Metropolitano de São Paulo embarcou em uma aventura quando decidiu construir a Linha 17-Ouro", afirma Citadini. Em nota, o Metrô informou que prestará todos os esclarecimentos ao TCE e que as obras foram retomadas após a rescisão do contrato anterior.

O presidente em exercício Michel Temer anunciou nesta quarta-feira (1°) o jurista Torquato Jardim como novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Jardim defendeu a criação de regras para acordos de leniência com empresas envolvidas em corrupção. "Leniência vai ser uma prioridade, porque, se a prioridade é retomar o crescimento econômico, gerar emprego e investimento, temos que ter um quadro legal que reabsorva legalmente as empresas com mercado de trabalho de negócio com o governo", disse.

Segundo ele, ainda não está definido como serão enviadas ao Congresso sugestões para alterar as atuais regras. "Não me falaram se vai ser projeto de lei ou medida provisória".

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Ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Jardim tem experiência na área do Direito Eleitoral. Em 2013, atuou como advogado no processo para registrar a Rede, partido da ex-ministra Marina Silva. Como advogado, representou o PP em São Paulo e integrantes do antigo PFL, como Jorge Bornhausen.

Cota

A escolha teve aval do PMDB do Senado, inclusive do presidente da Casa, Renan Calheiros (AL). Jardim substitui Fabiano Silveira, que deixou a pasta após a divulgação de conversas em que ele critica a Operação Lava Jato e orienta Renan, que é investigado. Apesar do aval, Jardim é considerado da cota pessoal de Temer, com quem diz ter amizade há 35 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um bebê de 1 ano e dois meses morreu ao ser atingido por uma bala perdida na segunda, 16, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Juan Rodrigues Morales voltava com os pais de uma festa, quando o carro em que estava foi atacado.

De acordo com a Polícia Civil, criminosos teriam confundido o carro da família com o de bandidos de uma facção criminosa inimiga ou com o de policiais à paisana, por causa da película escura no vidro.

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Juan estava no banco de trás do Sandero dirigido pelo pai, o industriário Jardel Benites, ao lado da avó e da irmã de 14 anos. O carro foi atingido por um tiro, que entrou pelo porta-malas, atravessou a cabeça da criança e bateu no painel do carro. O enterro aconteceu no final da tarde no cemitério Parque da Paz.

"Os pais do Juan nos contaram que não houve abordagem dos criminosos. Eles perceberam que um veículo estava seguindo o carro deles e, com medo, o pai resolveu desacelerar. Foi quando eles ouviram o tiro e perceberam que acertara a criança", afirmou o delegado Fabio Baruk, da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, responsável pela investigação do crime.

Levantamento da ONG Rio de Paz mostra que, só neste ano, nove crianças foram mortas no Estado do Rio por balas perdidas. Em todo o ano passado, foram sete casos.

A prefeitura do Rio anunciou nessa segunda (25) a reconstrução da Ciclovia Tim Maia até o início da Olimpíada, em 5 de agosto. Não foram apresentados cronograma nem custos da obra. Ao menos duas pessoas morreram no desabamento da pista, ao lado da Avenida Niemeyer, ligação entre Leblon e São Conrado, na zona sul.

Em comunicado oficial, a gestão Eduardo Paes (PMDB) informou que o início das obras no trecho de 50 metros atingido por ondas na quinta-feira passada depende de um laudo pericial, com prazo de 30 dias para ficar pronto. O consórcio Concremat/Concrejato, responsável pela obra da ciclovia, vai assumir a reconstrução e "arcar com todos os custos".

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O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ) formou uma comissão para investigar, em um mês, as causas do acidente. Caso seja constatada falha profissional, a entidade poderá instaurar processo ético e até cassar o registro do responsável.

Para o engenheiro civil Manoel Lapa, coordenador da Câmara de Engenharia Civil do Crea-RJ, é possível refazer a obra até os Jogos. "Claro que antes de fazer a obra será preciso descobrir qual foi o erro e corrigi-lo. Nesse tempo é perfeitamente viável refazer aquela obra, com a segurança e os cuidados necessários", afirmou.

Laudo

Problemas na obra foram detectados ainda no ano passado, antes da inauguração, pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Após a realização de seis vistorias, relatório do órgão apontou rachaduras, buracos e desníveis na pista e estruturas enferrujadas. As falhas apareceram, sobretudo, perto Mirante do Leblon, a cerca de 3 km do local do acidente.

O presidente do TCM, Thiers Montebello, afirmou ontem que o quadro técnico detectou irregularidades no acabamento da ciclovia. "Durante a execução da obra, fizemos algumas recomendações para a melhoria do projeto, que foi sendo moldado. A prefeitura tem por hábito atender às recomendações ou apresentar explicações. Mas nada em relação à estrutura da obra, o que não é de nossa competência", explicou.

O consórcio informou que seguiu o projeto básico elaborado pela prefeitura. "Em relação aos comentários sobre a qualidade da obra, o consórcio esclarece que os materiais empregados e a qualidade da construção seguiram todos os padrões técnicos previstos nas normas brasileiras. A fiscalização das obras foi exercida pela contratante", informou.

O número de mortes provocadas pelo H1N1 em todo o País subiu de 71 para 102, em uma semana, alta de 43%. São Paulo concentra o maior o registro de vítimas, com 70 óbitos, segundo o boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Com longas filas nas unidades da rede pública, começou na segunda-feira (11), em São Paulo a campanha de vacinação antecipada para grupos de risco - gestantes, pessoas acima de 60 anos e crianças de 6 meses a 5 anos -, inicialmente prevista para o dia 30 deste mês.

Na rede estadual, do dia 4, quando teve início a campanha para profissionais de saúde, até ontem, foram imunizadas 243 mil pessoas - dessas, 120 mil gestantes, idosos e crianças da região de São José do Rio Preto. A estimativa é de que 3 milhões de pessoas sejam imunizadas. A Prefeitura de São Paulo não divulgou balanço.

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"Estamos no início da curva", afirmou o diretor de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. A tendência, segundo ele, é de que a epidemia de gripe, que neste ano teve início antecipado, cresça no próximo mês e atinja o seu ponto máximo. A previsão é feita com base na trajetória da epidemia em 2013.

Dos 686 casos identificados da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 78% estão concentrados em São Paulo. Foram 534. Em todo o Sudeste, foram identificados 553 pacientes com complicações provocadas pelo vírus. Santa Catarina é o segundo Estado com maior número de casos da doença: 40, seguido do Paraná (21 casos), Goiás (12), Pernambuco (11), Minas (10), Bahia (9) (mais informações no quadro acima).

Ao todo, 18 Estados têm registro de complicações provocadas pelo H1N1. Há uma semana, eram 444 casos - alta de 54%. Além de São Paulo, outros 13 Estados registram mortes provocadas pelo vírus.

Maierovitch não descarta o risco de a epidemia atingir neste ano indicadores semelhantes ao registrado há três anos, que acabou com 768 óbitos. "Pode ser que vejamos uma repetição do grande número de mortes." Ele, porém, observou que todos os anos a gripe provoca um número significativo de óbitos.

Prevenção

Com medo do surto, a população-alvo da campanha de vacinação chegou aos postos da capital ontem ainda de madrugada. O guia turístico Caio Damazio, de 27 anos, foi o primeiro a chegar à Unidade Básica de Saúde (UBS) Humberto Pascale, em Campos Elísios, no centro, para garantir uma dose para a sobrinha de 9 meses. Eram 4h20. "Na semana passada, nós tentamos em uma clínica particular. Cheguei às 4h30, mas não consegui senha", disse Damazio. "A gente está assustado com esse surto."

Não só ele. Em questão de minutos, o público se multiplicou. Às 6 horas, eram 20 pessoas. Às 6h30, havia cerca de 70 na fila. Por volta das 7 horas, já passavam de 120. "Tem de se cuidar, porque o negócio é muito sério", disse o aposentado Antônio Amâncio, de 68 anos. "Um amigo meu ficou gripado na semana passada. Sentiu muita dor de cabeça e febre. Três dias depois, morreu", contou.

Maria José Borges, de 66 anos, decidiu se vacinar o quanto antes. "Nos outros anos, eu não tinha muita pressa, mas agora eu quis vir logo no primeiro dia", afirmou a aposentada, atendida na UBS Vila Ipojuca, na Lapa, zona oeste.

Na UBS Dr. Manoel Joaquim, na Vila Madalena, zona oeste, o advogado Ubiratan Custódio, de 69 anos, reclamou da espera. "Você coloca um idoso em pé por horas depois diz que a campanha foi um sucesso, mas é uma tragédia", afirmou. Custódio disse que levou 1h25 para ser vacinado.

Quem optou por ir mais tarde teve mais tranquilidade. Por receio de enfrentar uma multidão na UBS Jardim Icaraí, na Brasilândia, zona norte, a dona de casa Carla Ariade, de 21 anos, chegou às 11 horas com o filho Murilo, de 4. "Vim logo no primeiro dia já para prevenir porque dizem que essa gripe mata, né? Achei que de manhã estaria bem cheio, então vim mais tarde para evitar espera", disse.

Quem também preferiu aguardar foi a aposentada Manuela da Silva, de 84 anos, que foi sozinha ao posto e saiu vacinada em dois minutos. "Todo ano eu tomo. E imaginei que neste ano teria confusão, então vim quando achei que estaria mais sossegado."

O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, pediu calma à população. "A vacina vai estar presente. Temos um estoque absolutamente garantido", disse em visita à UBS Dr. Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão, na Brasilândia, na zona norte. A Prefeitura pretende imunizar 1,3 milhão de pessoas.

Um bandido armado com uma pistola invadiu o shopping Iguatemi no início da tarde dessa quarta, 4, roubou uma joalheria e atirou contra a vitrine de uma loja para fugir. O crime levou pânico a lojistas e clientes do centro de compras, no bairro Jardim Europa, zona sul de São Paulo. Não houve feridos e ninguém foi preso.

Segundo o boletim de ocorrência registrado no 15.º Distrito Policial (Itaim-Bibi), um homem vestindo um jaleco branco de médico entrou na joalheria Amsterdam Sauer, que fica no piso térreo do shopping, procurando por uma determinada funcionária.

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Quando ela apareceu, o bandido anunciou o assalto e exigiu que a mulher e uma colega entrassem na sala do cofre da loja e enchessem uma sacola branca de joias.

Durante a ação, que teve início por volta das 12h30, o criminoso conversou pelo celular com outro indivíduo que possivelmente lhe dava cobertura fora do shopping. Quando o telefone da loja começou a tocar com frequência, o bandido deixou o local com a sacola de joias e seguiu em direção à loja de artigos esportivos Bayard, onde atirou contra uma vitrine para fugir pela Rua Angelina Maffei Vita.

De acordo com o boletim de ocorrência, apenas um tiro foi disparado. Lojistas relataram mais de cinco disparos. "A gente ouviu um barulho, mas não sabia o que era. Foi quando os vendedores saíram da loja correndo e dizendo que era tiro. Depois foi um atrás do outro. Foi horrível correr sem saber de onde vinham os tiros", contou a vendedora Dayane Ignotti. Os funcionários da joalheria e da Bayard não quiseram falar com a reportagem.

Segundo a polícia, um Ford Focus roubado, possivelmente usado na fuga, foi encontrado próximo do shopping, na ponte Eusébio Matoso, com o celular de uma das funcionárias da joalheria. O veículo foi apreendido e a Polícia Civil solicitou as imagens das câmeras do circuito interno do shopping para identificar o bandido.

Residência

No mesmo horário, uma casa na Rua Iramaia, a poucos metros do Iguatemi, foi roubada por cerca de seis homens. Segundo policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) que estavam no local, os crimes não têm relação. A dona da casa, uma senhora idosa, e sua cuidadora foram amarradas e mantidas reféns durante a ação dos bandidos, que fugiram em um carro levando joias e outros pertences.

Um parente da vítima, que não quis se identificar, disse que o crime foi cometido por jovens usuários de drogas e que a prática tem sido frequente na região. A Polícia Civil investiga o caso. COLABOROU ALEXANDRE HISAYASU

O protesto do Movimento Passe Livre (MPL) contra o reajuste da tarifa de ônibus, trens e metrô terminou em vandalismo e confronto, na noite desta sexta, 8, entre black blocs e policiais militares, no centro de São Paulo. O tumulto deixou um rastro de destruição pelas ruas, com focos de incêndio, ônibus depredados e agências bancárias atacadas. Até as 21 horas, havia um PM e um manifestante feridos - duas pessoas foram detidas. Neste sábado, 9, a passagem sobe de R$ 3,50 para R$ 3,80.

A manifestação, com 10 mil pessoas, segundo a organização, se concentrou às 17 horas na frente do Teatro Municipal, a poucos metros da Prefeitura. A passeata começou uma hora depois. Com mascarados na linha de frente, o grupo passou pelo Largo do Paiçandu, acessou a Avenida Tiradentes e entrou no Túnel do Anhangabaú.

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Por volta das 19h20, a confusão começou na confluência das Avenidas 23 de Maio e 9 de Julho, quando um veículo ficou no meio da passeata e deu a ré. Mascarados foram na direção do carro e a PM reagiu com bombas de efeito moral.

A região virou uma praça de guerra. A confusão se espalhou pela Ladeira da Memória, levou ao fechamento da Estação Anhangabaú do Metrô e assustou passageiros do Terminal Bandeira. Em resposta à ação da Tropa de Choque, os black blocs atacaram com garrafas, pedras e pedaços de madeira.

Houve pânico entre a população. A comerciante Elisangela Rodrigues, de 27 anos, estava no Terminal Bandeira quando o gás lacrimogêneo tomou o local. Chorando e assustada, ela disse que não sabia do protesto. "Eu desci do ônibus e começou a estourar um monte de bomba. Tinha rojão voando por cima da minha cabeça."

Série de ataques

Divididos em vários grupos, os black blocs iniciaram uma série de ataques. Parte dos mascarados foi para a Rua Xavier de Toledo, Rua da Consolação, Praça Roosevelt, Rua Amaral Gurgel e chegou à Avenida Paulista.

Os black blocs interceptaram ao menos dois ônibus que subiam a Avenida Ipiranga. Os passageiros receberam ordem para descer - de um deles saltou uma mulher com um bebê de colo. Os motoristas foram obrigados a atravessar os coletivos na Rua da Consolação. Os mascarados, então, destruíram os ônibus - os vidros foram quebrados e as latarias, pichadas. Os manifestantes usaram pedaços de pau e extintores.

O motorista Alexandre Cazuza, de 46 anos, dirigia um dos veículos e foi ameaçado. "É desse jeito que querem reivindicar? Entraram no ônibus com spray de pimenta. Eu disse que ia deixar o ônibus do jeito que eles pedissem", contou Cazuza.

Um outro grupo tomou um ônibus na Rua Amaral Gurgel. Na esquina com a Conselheiro Brotero, o coletivo foi colocado na transversal pelos mascarados, que também quebraram janelas e picharam a lataria.

O ataque causou pânico entre motoristas e pedestres que transitavam pela via sob o Minhocão. "O pessoal mascarado chegou já com o ônibus dominado, já sem passageiros", disse a atendente Roberta Barros, de 29 anos, que trabalha em um posto de gasolina na esquina. "Foi desesperador, até os policiais estavam pedindo reforço", disse a colega Elisabete Silva, de 40, também atendente.

Dois veículos da CET foram completamente destruídos e um da PM foi apedrejado. Pelos menos duas agências bancárias foram depredadas. Até as 21 horas, a PM não havia divulgado balanço oficial de detidos nem de feridos. Também não foi informado o número de participantes do protesto.

Revogação

O ato começou com o slogan "R$ 3,80 o povo não aguenta" e teve a participação, além do MPL, de coletivos estudantis secundaristas das escolas ocupadas, juventude de partidos políticos de esquerda e Sindicato dos Metroviários. Desde o início, a PM monitorou de perto os black blocs. A polícia colocou também agentes à paisana na manifestação.

Segundo Vitor dos Santos, porta-voz do MPL, o foco da manifestação foi a revogação dos novos preços. "Os políticos falam que a decisão é técnica, mas beneficia mais os empresários do que a população. Eles têm de tirar dinheiro dos ricos, não do povo que faz girar essa cidade." Em junho de 2013, o aumento de R$ 3 para R$ 3,20 foi revogado após uma série de protestos por todo o País.

A Câmara dos Deputados aprovou neste terça-feira (17) a Medida Provisória que instituiu o Programa de Redução de Litígios Tributários (Prorelit), que permite que empresas quitem débitos tributários vencidos até 30 de junho de 2015 utilizando créditos de prejuízos fiscais. O texto segue agora para sanção presidencial.

No entanto, os deputados impuseram uma derrota para o governo. Eles voltaram a retirar do texto a obrigação de os contribuintes apresentarem ações de planejamento tributário à Receita Federal, artifícios encontrados na legislação para pagar menos impostos.

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A medida que estava no texto original da MP e era defendida pela Receita Federal já tinha sido derrubada na Câmara na semana passada, em primeira votação. No senado, porém, os parlamentares restabeleceram a obrigação, o que fez com que a MP voltasse para nova votação da Câmara.

O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, lamentou a exclusão da medida. "É um retrocesso, está na contramão das principais administrações tributárias do mundo", afirmou.

Às vésperas de mais uma série de protestos que deverão pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o Tribunal Superior Eleitoral retomou ontem, e em seguida suspendeu por tempo indeterminado, a votação sobre a reabertura de uma das quatro ações que pedem a impugnação do mandato da petista e de seu vice, Michel Temer (PMDB).

A ação, protocolada em janeiro pela Coligação Muda Brasil, cujo candidato era o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusa a chapa Dilma-Temer de usar estruturas públicas para promover a campanha, aponta abuso de poder econômico ao listar gastos acima do limite previsto e afirma que propinas oriundas do esquema de corrupção na Petrobrás podem ter sido misturadas às doações oficiais.

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O caso já havia sido arquivado pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. A ação, segundo ela, se baseava em "ilações" e acusações "genéricas". Mas, ontem, os ministros Gilmar Mendes e João Otávio de Noronha votaram a favor da continuidade de uma ação proposta pelo PSDB.

O julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Luiz Fux. Ao elogiar o voto de Gilmar Mendes, Fux disse que talvez tivesse votado diferente no ano passado, quando o TSE aprovou as contas de Dilma, devido aos fatos revelados pela Lava Jato. "Se muitos de nós soubessem o que sabemos agora, nem teríamos acompanhado o relator que aprovou as contas com ressalvas", disse Fux.

O ministro Henrique Neves não chegou a votar, mas indicou ser favorável à apuração. Para continuar a ação, quatro dos sete ministros devem votar a favor. Além de Fux, restam os votos de Luciana Lóssio e do presidente do TSE, Dias Toffoli, que se ausentou do julgamento alegando que tinha compromisso agendado com parlamentares.

Quando a ação for retomada, no entanto, o presidente poderá participar. A discussão de ontem tratou apenas da continuidade do processo, sem analisar o mérito da ação. Se houver continuidade e forem encontradas provas das irregularidades apontadas pelo PSDB, Dilma e Temer podem perder o mandato.

O começo da apreciação dos ministros marcado por tanta discussão mostra que a situação não é de tranquilidade para o governo na Justiça Eleitoral. Em debate de mais de duas horas, Gilmar Mendes reiterou o que vem dizendo: os sinais de uso de dinheiro público desviado por esquemas de corrupção precisam ser investigado e o TSE é um dos responsáveis por isso. Com menções à prisão do ex-ministro José Dirceu, no curso das investigações da Operação Lava Jato, e aos valores desviados pelo ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco, Gilmar Mendes disse que o País não pode ser tornar um "sindicato de ladrões".

Noronha, que também é corregedor-geral da Justiça Eleitoral e responsável por duas ações de investigação de Dilma, disse que a legitimidade da presidente pode cair "não só nas pesquisas, mas no mundo jurídico".

No plenário, a defesa da presidente foi tímida. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, única a votar pelo arquivamento da ação, alegou que os fatos da Lava Jato são posteriores à sua decisão inicial de negar o prosseguimento do caso. As vozes de Mendes e Noronha predominaram. Sobraram críticas por parte de Mendes para a "coragem" que o tribunal eleitoral tem para cassar governadores de Estados menores e timidez para analisar com rigor o caso de presidentes da República.

As recomendações dos ministros Gilmar Mendes e de João Noronha sobre a necessidade de ir a fundo nas investigações acrescentaram incertezas sobre a decisão da maioria da corte na análise do recurso.

Luta política

O desvio de dinheiro por meio do esquema de corrupção e propinas na Petrobras para campanhas eleitorais é usado como um dos fundamentos dos tucanos para pedir o andamento da ação contra a presidente Dilma Rousseff no Tribunal Superior Eleitoral.

No próximo domingo, protestos contra a presidente, o governo e o PT estão convocados em pelo menos 240 cidades do País. Desta vez, a oposição decidiu encampar a pauta dos manifestantes.

O ministro Gilmar Mendes levou ao plenário do tribunal revelações feitas por alguns dos delatores da Operação Lava Jato e afirmou que a Justiça eleitoral "não pode ficar indiferente" à análise. "Não se trata de cassar mandato aqui, mas de ver o que ocorreu", argumentou o ministro. (Beatriz Bulla e Talita Fernandes)

A Câmara aprovou na madrugada desta quinta-feira, 25, o texto-base do projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento de mais de 50 setores da economia. Por pressão da bancada do PP, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aceitou incluir o setor calçadista entre aqueles com tratamento diferenciado.

O relatório da proposta enviada pelo Executivo em março aumenta as alíquotas de recolhimento das empresas que participam do regime especial de tributação. Esta é a última medida do ajuste fiscal e tem sido apontada pela presidente Dilma Rousseff como crucial. Para conseguir a aprovação do texto-base, no entanto, o governo teve que fazer concessões, o que deve resultar numa recomposição de receita menor do que a originalmente prevista.

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A votação terminou à 1h e será retomada às 9h, quando deputados apreciarão 26 emendas ao texto. O texto foi aprovado por 253 votos a favor, 144 contra e uma abstenção. PSDB, PSB, DEM, Solidariedade, PPS e PTB orientaram seus deputados a votar contra o relatório de Picciani.

O relator promoveu novas alterações em seu relatório e deu tratamento diferenciado a outros setores econômicos, além dos previstos inicialmente. Eles terão uma recomposição de alíquotas intermediária, mais suave daquela defendida pelo governo. Foi incluído nesse rol, por exemplo, os calçadistas e artefatos de material têxtil, além de automóveis para o transporte de 10 pessoas ou mais (exceto trólebus). O relator e líder do PMDB, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ampliou ainda a lista de excepcionalidades para as empresas auxiliares ao transporte aéreo de carga e de passageiros.

A previsão original de Picciani era apenas conferir o benefício à comunicação social, transportes, call centers e itens da cesta básica. Houve ainda outra novidade no relatório do peemedebista: os itens alimentícios que compõem a cesta básica, que antes teriam uma majoração parcial nos tributos, não serão mais atingidos pelo projeto, segundo Picciani

Ele incluiu ainda mudanças na tributação de bebidas produzidas na zona franca de Manaus.

Batalha da mandioca

Depois de tentar obstruir a sessão, que só começou depois das 22h, a oposição fez duras críticas ao projeto e à presidente Dilma Rousseff. "Não é justo e não é correto o que o governo e o que este projeto está fazendo com o Brasil. É um grande equívoco num momento de crise. Este projeto, como está, você está escolhendo quem vai morrer e quem vai ficar vivo", disse o líder em exercício do PSDB, Nilson Leitão (MT).

"A mandioca é o que ela está colocando nos brasileiros. É uma irresponsabilidade sem tamanho. Deve ser para isso que ela quer a mandioca. A incompetência desta mulher vai falir o País", disse Leitão, ironizando declaração feita por Dilma no início desta semana, quando a petista fez uma "saudação à mandioca".

Líder do governo, o deputado José Guimarães (PT-CE) pediu que as declarações de Leitão fossem retiradas dos anais. "Respeite a instituição, respeite a mulher que é a presidente do Brasil e não use esse tipo de palavra na Câmara dos Deputados", afirmou.

Após a resposta de Guimarães, os deputados Décio Lima (PT-SC) e Leitão se desentenderam e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu intervenção da Polícia Legislativa no tumulto.

A fala de Leitão gerou reação dos parlamentares. "Dilma foi eleita. Quem não aceitar isso vá chorar, se encolhe, vá torcer o próprio cabelo, mas não me venha desrespeitar a presidente eleita", reagiu a líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ).

Depois da confusão, Leitão tentou minimizar a polêmica e disse que "jamais ofenderia uma mulher". "O meu respeito (a mulher) continua igual, agora meu desrespeito a gestão da presidente Dilma continua cada vez maior", disse. "No meu discurso na tribuna usei aquilo que achei que era conveniente no momento".

Morreu na madrugada desta quinta-feira (28) o alemão Markus Müller, de 51 anos, vítima de queimaduras em consequência da explosão que destruiu o apartamento onde morava em São Conrado, na zona sul, no último dia 18. Ele morava sozinho no Rio e trabalhava como olheiro de equipes de futebol.

Müller estava internado no Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste. Com lesões em metade do corpo, ele não resistiu à gravidade dos ferimentos.

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Ainda não há informações sobre a data e o local do sepultamento. Müller, de acordo com o Ministério da Justiça, estava no Brasil desde 2012. Ele tinha um afilhado brasileiro, adolescente morador da favela da Rocinha (São Conrado)e que joga futebol na escolinha do Barcelona, na Barra da Tijuca (zona oeste). Era tido pelos vizinhos como pessoa discreta e educada.

Christopher Müller, irmão do alemão, esteve ontem no Pedro II para liberar o corpo, encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande, na zona oeste. Na ocasião, disse ao portal G1 que seu irmão "amava a vida" e que tinham pouco contato desde que ele chegara no Brasil.

O Consulado da Alemanha no Rio, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que "dá todo apoio à família desde o início" e está acompanhando o caso de perto, mas que por "política de proteção a cidadãos da Alemanha, não pode passar mais informações".

O síndico do Edifício Canoas, Jorge Alexandre de Oliveira, disse que os condôminos receberam "com pesar" a notícia da morte de Müller. De acordo com ele, ninguém pensa em ingressar com uma ação cível pela reparação dos danos materiais nos apartamentos - ao menos quatro foram seriamente danificados pela explosão.

De acordo com especialistas, se sobrevivesse, Müller poderia ser indiciado por crime de incêndio culposo e, na esfera cível, poderia sofrer ações judiciais de reparação por danos materiais dos outros moradores. A seguradora do edifício, a Allianz, está prestando assistência aos moradores, afirmou o síndico.

O diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (Icce), da Polícia Civil, Sérgio William, informou na quarta-feira que a instalação de gás do imóvel explodiu por causa do vazamento causado por erro de instalação da peça chamada de rabicho. O gás teria vazado, se acumulado e se incinerado possivelmente quando o morador acendeu um interruptor de energia. O próprio Müller teria feito a instalação indevidamente, segundo suspeita a Polícia Civil.

 

#ET

A marcha realizada em Porto Alegre contra o governo da presidente Dilma Rousseff e a favor do impeachment encerrou por volta das 18 horas, depois de os participantes cantarem o Hino Nacional. Os organizadores, que estavam em cima de um carro de som, incitaram os manifestantes a continuarem protestando "até atingirem o objetivo de tirar Dilma do poder". Segundo eles, um novo ato de grandes proporções pode ocorrer no dia 12 ou 19 de abril.

A Brigada Militar informou há pouco que 100 mil pessoas participaram do protesto deste domingo na capital gaúcha. De acordo com o tenente coronel Mário Ikeda, tudo transcorreu com normalidade. "Conseguirmos proteger a população e tudo saiu conforme o previsto", disse.

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A mobilização, organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) no Rio Grande do Sul, começou às 14h, com uma concentração no parque Moinhos de Vento. A passeata estava programada para iniciar às 16h, mas foi adiantada em meia hora devido ao grande número de pessoas aglomeradas no parque.

Segundo a BM, os participantes percorreram um trajeto de 4,8 quilômetros iniciado e encerrado no parque Moinhos de Vento. O protesto reuniu pessoas de todas as idades, desde crianças até idosos, quase todos vestindo as cores da bandeira brasileira. Algumas pessoas acompanharam a multidão de bicicleta, de skate e até de cadeira de rodas. Além disso, muitos moradores que estavam nos seus apartamentos demonstravam apoio ao longo do percurso, assim como motoristas que passavam de carro pelas proximidades.

Os participantes entoavam gritos como "fora Dilma e fora PT" e "vem para a rua". Muitos levavam cartazes reivindicando o combate à corrupção e melhorias para áreas como saúde e educação. Entre a multidão, teve até quem pedisse a intervenção militar.

Quando o grupo chegou ao parque da Redenção, um dos maiores de Porto Alegre, muitos manifestantes começaram a entrar no local, mas os organizadores orientaram a multidão a seguir direto novamente para o parque Moinhos de Vento, já que um grupo pró-Dilma realizava um ato na Redenção desde o início da manhã. "Não queremos que pareça que estamos provocando", disse Fábio Ostermann.

A Brigada Militar informou que houve um pequeno enfrentamento na Redenção que resultou em uma ocorrência envolvendo quatro pessoas. Este foi o único incidente relevante registrado em uma tarde de manifestação pacífica na cidade.

Políticos e lideranças sindicais do Rio de Janeiro se revezaram em discursos em defesa da Petrobras e do governo federal durante manifestação na Cinelândia, no Centro do Rio.

"A Petrobras não é do governo nem de seus investidores. Ela é do povo brasileiro. Defender a Petrobras é dizer: fica Dilma!", afirmou Roberto Amaral, ex-presidente do PSB e aliado histórico do PT. Ele foi uma das lideranças políticas mais aplaudidas na manifestação.

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Além dele, o deputado federal Glauber Braga, correligionário do PSB, defendeu a participação do partido nas manifestações a favor do governo. "Esse é o PSB de raiz, de esquerda, que luta e defende seu programa. Esse PSB está junto do povo brasileiro nas ruas para garantir a democracia e que a vontade popular seja respeitada".

Nas eleições de 2014, o partido se dividiu entre a candidatura do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o apoio à reeleição de Dilma Rousseff. Atualmente, o partido integra o governo paulista do PSDB e se posiciona como oposição ao governo federal.

Também discursaram no palanque armado em frente à Câmara Municipal do Rio o vereador Leonel Brizola (PDT), os deputados federais Jandira Feghali (PCdoB) e Alessandro Molon (PT).

"Queremos a prisão dos corruptos da Petrobras, mas não aceitamos que isso seja pretexto para privatizar a Petrobras e tirar as riquezas do povo brasileiro", afirmou o deputado petista. Molon também criticou uma "tentativa de golpe" por parte da oposição.

A deputada Jandira Feghali criticou as manifestações contra o governo, puxadas por "derrotados das urnas". "Eles não conseguirão interromper o mandato constitucional de Dilma porque nós já estamos nas ruas. Os cães ladram e a caravana da democracia passa", afirmou.

A deputada saudou os militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), chamando-os de "exército do bem". Na última semana, o ex-presidente Lula e o fundador do MST, João Stédile, se referiram ao movimento como um "exército", e convocaram os militantes às manifestações.

Em diversos discursos, o termo foi repetido pelas lideranças e sindicalistas. Lula e Stédile foram chamados de "generais" do exército. As lideranças também fizeram críticas à imprensa e ao presidente da câmara Eduardo Cunha (PMDB), que estaria "manipulando" os projetos de reforma política em tramitação no Congresso.

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