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O Ministério Público do Rio abriu 22 procedimentos de investigação criminal com base no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas em contas de pelo menos 20 assessores de deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Entre os investigados está o policial militar Fabricio José Carlos de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro.

O Coaf identificou uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento cita um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro - o presidente eleito disse que se tratava do pagamento de uma dívida antiga do policial militar com ele.

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Nesta segunda-feira, 17, no primeiro evento público em que apareceram juntos desde que o jornal O Estado de S. Paulo revelou o relatório do Coaf, Bolsonaro e Flávio evitaram a imprensa.

Em nota, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, informou que as investigações derivadas do Relatório de Inteligência Financeira do Coaf têm por objetivo esclarecer se há participação de parlamentares "em diversas movimentações financeiras atípicas" da Assembleia do Rio.

O documento do Coaf mapeou contas de 75 servidores e ex-funcionários da Alerj. No total, foram contabilizados R$ 207 milhões em transações consideradas não usuais. O procurador-geral de Justiça do Rio destacou, porém, que as movimentações atípicas indicadas pelo Coaf não necessariamente podem indicar alguma ilicitude.

As apurações criminais serão conduzidas pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal do Ministério Público, que atua com o procurador-geral de Justiça. Os procedimentos, no entanto, foram divididos conforme a prerrogativa de cada parlamentar.

Os casos ligados aos deputados estaduais reeleitos citados ficarão sob a responsabilidade de Gussem. Os procedimentos envolvendo deputados que não foram reeleitos e os parlamentares que conquistaram vaga no Congresso, como no caso de Flávio Bolsonaro, serão conduzidos por promotores de Justiça - isso porque o entendimento é que não há mais foro privilegiado para situações como esta.

Já a eventual prática de improbidade administrativa será analisada pela subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais. Segundo o Ministério Público, o órgão já adotou as medidas "pertinentes" em relação ao documento, mas tudo está sob sigilo.

O ex-assessor de Flávio Bolsonaro deverá depor na quarta-feira, 19. A assessoria do deputado não quis comentar o caso. Queiroz ou sua defesa não foram localizados.

Colégio militar

Jair Bolsonaro e Flávio estiveram nesta segunda pela manhã na cidade da Baixada Fluminense para a inauguração do colégio Percy Geraldo Bolsonaro. A escola, que será dedicada a filhos de policiais militares do Rio de Janeiro, foi batizada com o nome do pai do presidente eleito.

Eles discursaram para uma plateia formada basicamente por policiais militares, autoridades estaduais e municipais e convidados da prefeitura de Duque de Caxias. Jair Bolsonaro chegou sob forte esquema de segurança. No seu discurso, repetiu falas do período eleitoral.

"Hoje nós vemos que os colégios militares estão na frente em grande parte dos demais. Não tem nada a ver no tocante à qualidade do professor, são muito parecidos. É que se perdeu ao longo do tempo a possibilidade do exercício de autoridade por parte dos mestres", afirmou.

Quando pegou o microfone, Flávio enalteceu o pai. "Eu queria dizer o seguinte: o presidente eleito Jair Bolsonaro nem assumiu ainda e já está inaugurando uma escola militar", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Profissionais brasileiros inscritos no novo edital do programa Mais Médicos começaram nesta semana a ocupar as vagas deixadas pelos cubanos, mas desistências já preocupam os municípios. Na segunda-feira (26), 224 brasileiros se apresentaram às cidades onde irão trabalhar, segundo o Ministério da Saúde.

A médica Carolina Serafim da Silva, de 27 anos, foi uma delas. Na terça-feira (27), começou a trabalhar em Votorantim (SP). Pelo menos 1.307 médicos cubanos que atuavam em 733 municípios - de um total de 8,3 mil profissionais da ilha - já deixaram o País, disse a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

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"Encaro como uma oportunidade, pois penso em me especializar em Medicina da Família", diz ela, que terá cerca de 4 mil moradores sob seus cuidados. A jovem, que vivia de plantões, acredita que o programa vai garantir a ela mais estabilidade. Além da bolsa de R$ 11,8 mil, terá uma ajuda de custo de R$ 1,8 mil para gastos com aluguel.

Na terça, a professora Claudia Ferreira, de 47 anos, foi conhecer a novata e aproveitou para medir a pressão. "Espero que tenha o mesmo pique da doutora Liliana, a cubana que nos deixou. Com ela, o atendimento melhorou muito." Saiu animada. "Ela (Carolina) é simples como a gente, simpática. Acho que vai ser uma continuidade."

Segundo a Secretaria de Saúde de Votorantim, há ainda uma vaga aberta por uma brasileira que saiu do programa sem terminar o contrato. Antes de Cuba anunciar o rompimento, havia cerca de 2 mil vagas não preenchidas no País - de 18.240 postos do programa federal.

O novo edital também tem atraído recém-formados. É o caso de Raphael Fittipaldi, que vai atuar em Ourinhos (SP). "Como sou da cidade, me coloquei à disposição para assumir de imediato a vaga", conta ele, que pegou o diploma no 1.º semestre e começou a trabalhar na terça.

A Secretaria de Saúde de São Paulo informou que já tem os nomes dos 78 profissionais inscritos para trabalhar na capital e eles vão se apresentar no dia 3.

Desistências

Já em Cosmópolis (SP), de sete aprovados no novo edital, só três estão disponíveis. Três desistiram antes de "tomar posse", diz a prefeitura, e um não se apresentou. A reposição dos desistentes já foi pedida. Lá havia oito médicos cubanos - sete saíram. O outro fez o Revalida, exame de validação do diploma obtido no exterior, e foi aprovado. O jornal O Estado de S. Paulo tentou contato com os desistentes, mas eles não quiseram falar.

A evasão preocupa gestores de Saúde. Se houver dificuldade em repor os cubanos, o ministério estuda deslocar profissionais que já atuam no programa para essas regiões. Em edital de novembro de 2017, o índice de desistência entre profissionais com registro havia sido de 20%.

Em Contagem, Grande Belo Horizonte, a expectativa era receber cinco inscritos, mas dois desistiram. Os outros devem começar na semana que vem. Um posto em Nova Contagem, bairro pobre da cidade, só tinha um médico, cubano, e agora está sem nenhum. A prefeitura estima que 22 pacientes deixem de ser atendidos por dia no local.

O Ministério da Saúde disse adotar medidas "para garantir a assistência". Balanço sobre o novo edital deve sair no dia 18. "Em caso de desistência, a vaga será disponibilizada numa possível segunda etapa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez nesta terça-feira, 27, uma série de consultas para definir o nome que vai chefiar o Ministério do Meio Ambiente. Em entrevista coletiva, ele disse que pretende anunciar a escolha ainda nesta quarta-feira (28). Entre os cotados está o advogado Ricardo Salles, de 43 anos. Um dos criadores do Movimento Endireita Brasil (MEB), Salles foi secretário de Meio Ambiente de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e este ano concorreu a deputado federal pelo Novo, mas não se elegeu.

Antes de Salles, a preferência para ocupar a pasta era pelo doutor em ecologia Evaristo de Miranda, diretor da Embrapa, que alegou motivos pessoais para não aceitar o convite.

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No início da tarde desta terça, Bolsonaro recebeu Salles no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde trabalha a equipe de transição. "Por enquanto é só conversa. Não tem nada concreto", disse o advogado à reportagem.

O general Augusto Heleno Ribeiro, futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), telefonou para representantes do agronegócio em São Paulo para ouvir avaliações sobre a eventual indicações de Salles. A equipe de Bolsonaro também cogitou o nome do engenheiro agrônomo Xico Graziano, oriundo do PSDB paulista, que enfrenta resistências do núcleo militar do novo governo.

Desde a fundação do MEB, Ricardo Salles provocou polêmicas com declarações sobre ditadura militar e aborto e na defesa da pena de morte.

Como secretário de Alckmin, ele teve uma gestão marcada por divergências políticas com o PSDB. A favor do advogado, aliados de Bolsonaro disseram que ele reduziu o número de cargos políticos, enxugando a secretaria. Antes de se candidatar pelo Novo nas eleições deste ano, Salles tentou sem sucesso se eleger deputado estadual em 2010 pelo PP.

Grupo de trabalho

O diretor da Embrapa Evaristo de Miranda disse a Bolsonaro e aos futuros ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Agricultura, Tereza Cristina, que poderá contribuir com o governo na inteligência e análise territorial.

Ele é o responsável pela criação de um grupo técnico na transição que faz uma radiografia da estrutura dos órgãos ambientais do governo e do setor. No próximo dia 5, Miranda entregará a Bolsonaro o resultado do trabalho feito pelo grupo "exclusivo e específico" para cuidar da área. "O grupo trabalhou muito e vai deixar tudo digitalizado", disse. "O que assusta é como o dinheiro não chega aos parques e a outras áreas do meio ambiente." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de oito anos, os democratas retomaram na madrugada de quarta-feira (7) o controle da Câmara dos Deputados nas eleições legislativas dos Estados Unidos. A votação de meio de mandato é considerada o primeiro teste para o governo e um referendo sobre o presidente republicano Donald Trump.

Com o controle dos deputados nas mãos, os democratas poderão travar a agenda do presidente e impulsionar investigações contra ele na metade final do seu mandato. A perda da maioria na Câmara, no entanto, era esperada.

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Na noite de terça-feira, os democratas tomaram dos republicanos cerca de 27 cadeiras - o número final ainda não está consolidado. O resultado, porém, frustrou o que se esperava de uma grande "onda azul", já que os republicanos também obtiveram vitórias importantes.

Para o presidente, a má notícia foi ter perdido eleitores importantes no chamado Cinturão da Ferrugem, com os democratas ganhando os governos estaduais em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. A área foi crucial para a eleição do republicano em 2016 e é um mau sinal para o presidente na disputa de 2020.

"Não foi uma noite ruim para os democratas, pelo contrário. Mas também não foi a 'onda azul' que se esperava há dois ou três meses", afirma Gary Nordlinger, professor da George Washington University.

Segundo ele, os republicanos se animaram a votar nas eleições de terça-feira por várias razões, entre elas o discurso de Trump contrário à caravana de imigrantes da América Central que caminha pelo México em direção à fronteira americana.

O comparecimento nas urnas foi recorde. Ao redor de 114 milhões de americanos votaram na terça-feira - bem mais do que os 83 milhões nas eleições legislativas de 2014, segundo estimativas do jornal The New York Times.

Em uma rara coletiva com jornalistas ontem, Trump comemorou a maioria no Senado como uma "grande vitória". Se por um lado o presidente não foi tão mal para alguém com alta rejeição, por outro também não evitou a perda da Câmara dos Deputados, mesmo no momento em que a economia está aquecida e as taxas de desemprego são as mais baixas em 17 anos.

"Extraordinário ver que o presidente perdeu tantas cadeiras durante um período de economia tão forte (pelo qual ele é parcialmente responsável)", escreveu Ian Bremmer, fundador e presidente do Eurasia Group no Twitter.

Daqui até 2020, a previsão é de que a oposição na Câmara dos deputados atrapalhe o dia a dia de Trump em debates que estão no centro de sua plataforma eleitoral, como a questão da imigração e a construção de um muro na fronteira com o México.

Louis Caldera, professor da American University, afirma que a tensão nas relações com os democratas é parte da plataforma política de Trump, o que indica um Congresso "improdutivo" nos próximos dois anos.

"No início, todos falam que vão tentar trabalhar juntos. No entanto, a abordagem de Trump não é de negociar, mas sim de exigir apoio. Ele quer manter sua base incendiada, para poder se reeleger."

Na coletiva de ontem, Trump disse que gostaria de trabalhar com os democratas que se elegeram para a Câmara dos Deputados, mas depois ameaçou retaliações, caso a oposição use a maioria para investigá-lo.

"Eu gostaria de ver unidade. Talvez não em tudo, mas penso que temos uma boa chance de ver isso", afirmou o presidente. Na sequência, ele disse que os democratas podem até entrar no "jogo das investigações", mas garantiu que os republicanos "jogariam melhor", com o comando do Senado nas mãos.

Investigações

Com a chefia de comissões com poder de investigação na Câmara, os democratas já possuem um planejamento de como conduzir apurações a respeito do governo de Trump - entre elas está o poder de exigir documentos, como as declarações de imposto do presidente americano.

Os democratas poderiam também abrir na Câmara dos Deputados um processo de impeachment para desgastar a imagem de Trump, mas dificilmente teriam sucesso em razão do domínio republicano no Senado. Analistas dizem ainda que o processo poderia se voltar contra os próprios democratas em 2020.

Para Caldera, os democratas terão de definir seu discurso e sua estratégia para enfrentar Trump daqui a dois anos. "Eles não conseguem fazer tudo. Eles querem o quê? Reformas nas leis de imigração, no controle de armas, na saúde ou nas investigações?", questiona Caldera.

Segundo o professor da American University, o avanço das investigações sobre conluio com a Rússia nas eleições de 2016 favorece Trump, pois inflama ainda mais seu discurso de que a oposição é injusta com ele. "Trump, basicamente, convida os democratas a fazer essas investigações", afirmou.

"O sinal para 2020 mais importante é a ausência de grandes problemas afetando a presidência de Trump. Ele não será confrontado por outro republicano nas primárias de 2020. Desta forma, está certo de que será o candidato do partido", avalia Gary Nordlinger.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal decretou a prisão do presidente nacional do PROS, Eurípedes Júnior, alvo da Operação Partialis, deflagrada nesta quinta-feira (18). A investigação mira suposto esquema de desvio de mais de R$ 2 milhões em contratos da prefeitura de Marabá, no Pará. Ele estava foragido até a publicação desta matéria.

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o ex-prefeito de Marabá João Salame Neto, dois ex-assessores, a mulher de um deles e três empresários.

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Segundo a PF, após a análise de documentos apreendidos, descobriu-se "um verdadeiro esquema criminoso dentro do Paço municipal", com ilicitudes que consistiam na cobrança de valores por parte de servidores municipais em troca da facilidade no recebimento de pagamentos atrasados.

De acordo com a investigação, além da apropriação de mais de R$ 2 milhões, também foi adquirida, com recursos públicos federais, por um dos empresários investigados e presos durante a operação, uma aeronave de uma empresa com sede em Altamira, também no Pará. A investigação sobre a aquisição da aeronave envolve o presidente do PROS.

A PF narra que, após publicação de que a compra havia sido feita pelo ex-gestor, por pessoa interposta, a aeronave foi enviada para Goiânia, onde ficou sob responsabilidade da direção nacional do partido. "Tanto os empresários da empresa de Altamira como a direção nacional do partido praticaram uma série de ilicitudes", diz a nota da Polícia Federal.

Os investigados responderão por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, uso de documento falso e apropriação e ou desvio de recursos públicos. Ao todo, as penas pelos crimes podem passar de 30 anos de reclusão.

Partido

O PROS divulgou nota sobre a operação, em que informa que "preza pela lisura e transparência de sua gestão" e que não tem "qualquer relação" com a operação nem com a prefeitura de Marabá. A sigla informa ainda que João Salame, ex-prefeito de Marabá detido ontem, não é filiado à legenda.

A legenda informa também que a menção à sigla "dá-se ao fato de o partido ter adquirido, dentro da legalidade, seguindo todos os tramites legais, uma aeronave no Estado do Pará". "Tanto é que a aeronave citada foi comprada, paga e já até vendida pelo partido", o que, de acordo com a sigla, foi informado à Justiça Eleitoral.

Por fim, o PROS diz que não há "qualquer envolvimento do partido ou do presidente da legenda em atos ilícitos" e que "as movimentações partidárias são devidamente informadas aos órgãos competentes, conforme determina a lei". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal (PF) apontou, no relatório final do inquérito dos portos, indícios de que o presidente Michel Temer recebeu R$ 5,9 milhões de propina das empresas Rodrimar, Grupo J&F e Libra. Segundo a investigação, os repasses teriam sido realizados em doações oficiais e em espécie.

Temer, sua filha Maristela e outras nove pessoas foram indiciados na terça-feira (16) pelo delegado Cleyber Malta em relatório encaminhado ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A PF concluiu que Temer editou o Decreto dos Portos, em maio de 2017, com "desvio de finalidade, favorecendo indevidamente empresas e empresários do setor". Seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB) é apontado como "interlocutor" do emedebista nas supostas negociações com as empresas. O militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, próximo a Temer, também foi indiciado e é apontado como "gerente" de uma "estrutura montada" para receber "benefícios financeiros por alguns desses empresários". A PF pediu ainda a prisão do coronel.

Segundo a PF, a estrutura da empresa Argeplan, de Lima, foi colocada à disposição de Temer e bancou uma reforma em um imóvel de Maristela. Na conclusão do relatório, o delegado afirma que o decreto visou a "honrar compromissos com um setor" do qual Temer "se beneficiou com recebimento de recursos indevidos durante quase 20 anos".

Malta ainda aponta na conclusão do relatório a existência de "contatos atípicos" que aparentam "ocorrência fora da sua regularidade" entre Rocha Loures e o procurador da República Alexandre Camanho, secretário-geral na gestão de Raquel Dodge que assumiu a Procuradoria-Geral da República em setembro de 2017. Em mensagens de 2016, Camanho trata com Loures da futura composição do governo Temer.

Defesas

A defesa de Temer disse que não se manifestaria. O advogado Maurício Silva Leite, defensor do coronel Lima, reiterou que o pedido de prisão da PF é descabido e que confia na análise ponderada e técnica do STF. Camanho informou que, quando era presidente da ANPR, iniciou contato com o então vice-presidente Temer para tratar de questões corporativas e manteve após deixar a associação.

O criminalista Fábio Tofic Simantob, responsáveis pela defesa dos executivos da Rodrimar, disse que o relatório se "contradiz com outro elaborado anteriormente pela própria PF em que reconhece que a Rodrimar não foi beneficiada pelo Decreto dos Portos".

O advogado Cézar Bittencourt, defensor de Rocha Loures, também disse que não teve acesso ao relatório policial e, portanto, "não há como se manifestar globalmente". A J&F não se manifestou sobre o caso. O Grupo Libra informou que seus advogados ainda não tiveram acesso ao relatório da PF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-prefeito João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, dobrou a aposta no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e vai explorar ainda mais a imagem do candidato para tentar vencer a disputa no segundo turno. A estratégia dividiu o partido do capitão reformado.

O entorno do tucano ficou apreensivo após Doria viajar ao Rio na semana passada e tentar sem sucesso um encontro com Bolsonaro, que alegou mal-estar. A campanha do governador Márcio França (PSB), que disputa a reeleição, explorou o episódio nas redes sociais.

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Segundo um dos estrategistas do ex-prefeito, o planejamento no segundo turno é "surfar o tsunami do capitão" e ao mesmo tempo jogar "baldes de tinta vermelha" em França, que é apresentado como esquerdista e aliado do PT.

Essa tática foi colocada em xeque após o senador eleito Major Olímpio, presidente do PSL em São Paulo, declarar voto em França no mesmo dia que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, candidato derrotado do MDB ao governo, anunciou apoio ao atual governador.

Aliada de Doria, a jornalista Joice Hasselmann, deputada eleita pelo PSL, convenceu Bolsonaro a gravar um vídeo com uma breve declaração na qual ele deseja "sorte" ao tucano e crítica França. "No tocante ao Doria, quero agradecer o apoio dele. Eu sei que ele é oposição ao PT. Somos oposição ao PT. Eu sei que o outro, o França, tem o apoio do PT", disse o presidenciável.

O material rapidamente foi transformado em um comercial da campanha tucana, que também usou "depoimentos" de eleitores defendendo a chapa "Bolsodoria". A ideia, segundo um interlocutor do ex-prefeito, é usar esse material exaustivamente até o fim da campanha. A avaliação no entorno de Doria é que a declaração "salvou" a campanha.

A estratégia, porém, abriu um racha no PSL paulista. "Achei imoral e antiético o Doria usar esse vídeo, que só foi feito porque o Bolsonaro foi educado e elegante. O ex-prefeito fez disso uma tábua de salvação", afirmou Major Olímpio. Segundo o dirigente do PSL, Bolsonaro está neutro em São Paulo, mas a maioria dos dez deputados federais e 15 estaduais eleitos pela sigla apoiam França.

"O João (Doria) é um pouco mais à direita, enquanto o França representa que há de pior na esquerda e tem o PT atrás dele", disse Joice. Segundo a deputada eleita, o responsável pelo desgaste de Bolsonaro com o PSDB foi Geraldo Alckmin, que o atacou no primeiro turno.

Colaboração

Para rebater a ofensiva de Doria, França divulgou nas redes sociais postagens nas quais lembra que o tucano já elogiou e doou para políticos que hoje chama de "esquerdistas", como o ex-ministro José Eduardo Martins Cardozo (PT) e a atual candidata a vice na chapa de Fernando Haddad, Manuela d'Ávila (PCdoB).

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo em 2016 confirmam a "colaboração" de Doria. Cardoso e Manuela receberam R$ 10 mil de Doria em 2006 e 2010, respectivamente. Neste ano, com o embate direto com França, tanto o PSB como o próprio Skaf, que declarou apoio à reeleição do atual governador, viraram "esquerdistas", segundo o tucano.

O candidato João Doria confirmou as doações e disse que, como empresário, doou também para partidos como DEM, PSDB, PP e PSD. "Como se observa, nenhuma tendência ideológica ou viés partidário. As doações são compatíveis com o comportamento de um líder empresarial, como era o caso a época", ressaltou em nota.

Ex-aliado

Gravações que registram Doria elogiando a liderança de Márcio França e declarando apoio irrestrito a ele também passaram a ser veiculadas nos programas eleitorais do PSB - em 2016, o partido de França chegou a doar R$ 25 mil à campanha do tucano. Dois anos depois, ele agora é classificado como "lobo em pele de cordeiro".

Na pré-campanha de Doria à Prefeitura em 2016, França foi escalado pelo então governador Geraldo Alckmin para comandar a articulação da formação da coligação do tucano, que conquistou o maior tempo de TV e rádio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, se reuniu nesta terça-feira, 18, em São Paulo com lideranças do Centrão para pedir engajamento aos aliados, anunciar mudanças na estratégia e afinar o discurso do grupo. Segundo auxiliares do candidato, o encontro foi marcado para tentar dissipar o temor de que Jair Bolsonaro (PSL) vença a eleição no primeiro turno ou passe para o segundo com Fernando Haddad (PT).

Presente ao encontro, o marqueteiro Lula Guimarães, que coordena o marketing de Alckmin, disse aos dirigentes que a campanha vai retomar em seu programa no horário eleitoral os ataques ao presidenciável do PSL e reforçar o discurso antipetista. O discurso do entorno de Alckmin é que Bolsonaro tem uma rejeição "irreversível". A ideia a partir de agora é pregar o voto útil com o argumento de que votar em Bolsonaro significa carimbar o passaporte do PT no segundo turno.

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A nova estratégia já foi colocada em prática no programa do tucano exibido nesta terça à noite na TV. "De um lado está a turma do vermelho, da Dilma, que quer o fim da Lava Jato. Do outro está a turma do preconceito, que persegue mulher até nas redes sociais", disse uma atriz. Em seguida, Bolsonaro foi chamado de "deputado despreparado e sem proposta que quer resolver tudo na bala".

A reunião com o Centrão foi convocada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), coordenador político da campanha de Alckmin, e reuniu dirigentes do PR, PSD, PTB, PRB, SD e PSDB no comitê do programa de governo, nos Jardins, na zona sul da capital paulista. Entre os participantes estavam Valdemar Costa Neto, do PR, Roberto Freire, do PPS, Guilherme Mussi, do PP, e Silvio Torres, tesoureiro do PSDB.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira, Alckmin tenta impedir uma debandada do Centrão - o tucano está estagnado nas pesquisas de intenção de voto com 7%. Quando questionado sobre os líderes do DEM e de outros partidos aliados que não estão apoiando Alckmin nos Estados, ACM Neto minimizou. "Isso está acontecendo com todos os partidos, e não só os da nossa coligação. A gente está cobrando quem a gente pode cobrar. Não posso colocar uma faca no pescoço de um deputado e dizer que ele é obrigado a apoiar A ou B", disse o prefeito aos jornalistas na saída da reunião.

O presidente do DEM também afirmou que não acredita em uma vitória de Bolsonaro no primeiro turno. "Não há hipótese dessa eleição acabar no primeiro turno. Esqueça. Essa é a eleição mais pulverizada desde 1989", disse. Ainda segundo ACM Neto, o ataque a Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) deixou todos os candidatos em compasso de análise. "Enquanto um dos candidatos lutava pela vida, não era razoável fazer um determinado tipo de enfrentamento político. Mas não iremos, em 7 de outubro, viver uma eleição entre a prisão e uma facada", disse o prefeito de Salvador.

Debandada

Durante agenda de campanha no bairro do Pari, na zona central da capital paulista, Alckmin disse que não tem qualquer "procedência" a sugestão de que uma debandada de sua coligação esteja em curso. O ex-governador também afirmou que a reunião com o Centrão já estava combinada e que ocorre semanalmente, às segundas ou terças-feiras.

O tucano fez questão de comentar a declaração do candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, sobre criação de filhos em casas que têm apenas as figuras da mãe e da avó. Mourão disse que crianças, nestas situações, podem ser desvirtuadas e cooptadas pelo tráfico. "Isso é uma ofensa às mães que criam seus filhos com dificuldades, no sacrifício, às vezes dois, três filhos, sozinhas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PT vai indicar o nome de um vice para compor a chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, no encontro nacional do partido que ocorre neste sábado (4) em São Paulo. Um dos nomes cogitados é o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Existem outras opções.

A escolha de Haddad, segundo dirigentes, seria um indicativo de que ele é o favorito para substituir Lula na disputa ao Planalto caso o ex-presidente seja barrado pela Lei da Ficha Limpa.

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As outras opções são Manuela d'Ávila, oficializada candidata à Presidência pelo PCdoB, ou um vice "laranja", do PT, que cumpriria a função de ser porta-voz de Lula durante a campanha, mas que poderia ser substituído em um segundo momento, quando a situação do ex-presidente estiver definida.

A indicação de Jaques Wagner, outro "plano B", para vice seria mais difícil, porque o ex-ministro vai ter de registrar a candidatura ao Senado pela Bahia também até domingo (5).

A estratégia inicial do PT era que o encontro nacional amanhã homologasse o nome de Lula para candidato a presidente e delegasse à direção nacional do partido a incumbência de escolher o vice até o 14 de agosto. No entanto, os advogados do PT chagaram à conclusão de que a estratégia é arriscada, já que, embora haja jurisprudências conflitantes, a lei eleitoral prevê a escolha de candidatos a presidente e vice até 24 horas depois do prazo final para as convenções, que vence domingo.

Caso o nome de Haddad seja escolhido para vice, o ex-prefeito pode tanto ser substituído por um representante de outro partido quanto ser colocado na cabeça da chapa, no lugar de Lula. O nome preferido para ser o vice "definitivo" é o da presidenciável do PCdoB. "O único nome que temos a possibilidade de ter agora é a Manuela", afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pré-candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva deixou explícita a aproximação com os chamados movimentos de renovação política para a disputa presidencial. Marina participou nesta quarta-feira, 20, no Rio, de um jantar com o apresentador de TV Luciano Huck e outros integrantes do grupo político Agora!.

Questionada sobre o encontro, a pré-candidata disse que não pretendia colocar o apresentador em uma situação delicada. "É uma reunião com o Agora!, não com Luciano Huck. Ele, ao que eu sei, tem um impedimento que serviu até para sua própria candidatura. Eu tenho respeito pela situação dele. Ele é um membro (do Agora!), mas não pode se colocar. Eu não tenho a pretensão de instrumentalizar ninguém", afirmou Marina.

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Huck ensaiou filiar-se PPS e lançar sua candidatura à Presidência, mas depois declarou que não entraria na disputa deste ano. Ele, no entanto, continua com diálogos frequentes com o partido que Marina corteja para reeditar uma das alianças de sua campanha eleitoral em 2014.

A Rede acena com a possibilidade do presidente nacional do partido, o ex-ministro da Cultura Roberto Freire, presidente do PPS, assumir a vaga de candidato a vice-presidente em sua chapa.

Uma ala do PPS defende um acordo com a Rede, embora haja um compromisso político verbal da sigla em apoiar o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB.

No fim da tarde, a pré-candidata se reuniu com membros da Roda Democrática, organização que tem vínculos com integrantes do PPS e apoia o manifesto por um "polo democrático e reformista", assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre outros políticos. Alguns signatários do manifesto avaliam que Marina pode se consolidar como alternativa do chamado "centro democrático" na disputa.

Polarização

Durante o primeiro encontro, Marina repetiu críticas à polarização entre PT e PSDB no cenário político nacional nas últimas décadas. Ela reforçou a necessidade de realinhar as forças políticas. "Desde 2010 já falávamos que essa polarização seria prejudicial ao País e sobre a necessidade de um realinhamento político. O PT conversou com o PMDB, o PSDB conversou com o DEM, quando um deveria ter conversado com o outro", disse.

A Roda Democrática reúne pessoas interessadas em política filiadas a diferentes partidos, como PSDB, PPS e Novo. O grupo afirma que não vai apoiar nenhum candidato no primeiro turno, mas pretende ouvir as propostas dos vários pré-candidatos alinhados à centro-direita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu nesta sexta-feira, 11, a prisão do ex-diretor do Departamento de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB. O ex-diretor estava preso desde o dia 6 de abril. Para Gilmar, a prisão preventiva de Souza não "encontra amparo em fatos".

A prisão preventiva do ex-diretor da Dersa foi decretada a pedido do Ministério Público Federal em função de "três supostas ameaças à integridade física da também acusada Mércia Ferreira Gomes", ex-funcionária terceirizada da Dersa. "Na segunda oportunidade, ela (Mércia) teria sido empurrada. Nas outras duas, as ameaças foram verbais. Em nenhum dos casos, houve registro policial", diz Gilmar na decisão.

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O processo em que Souza e Mércia são acusados investiga desvio de recursos de R$ 7,7 milhões da Dersa, entre 2009 e 2011 - nos governos dos tucanos José Serra (2007-abril de 2010) e Geraldo Alckmin (2011-abril de 2018).

Além da "comprovação do ocorrido não ser sólida", Gilmar afirma que não há indício da autoria das ameaças por parte de Souza. "A prisão preventiva não se justifica para permitir o depoimento da corré em juízo. A versão de Mércia Ferreira Gomes foi dada no curso da investigação. Sua reiteração, ou não, em juízo, dificilmente teria o efeito de prejudicar ainda mais os delatados."

Na semana passada, a 5.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decisão unânime,havia negado um pedido de liberdade de Souza. A defesa do ex-diretor tinha entrado com recurso contra decisão monocrática do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, que no dia 13 de abril rejeitou um habeas corpus. Souza foi preso por decisão da 5.ª Vara Criminal Federal do Estado de São Paulo.

Segundo o STJ, a defesa argumentou à Corte que "o decreto prisional é desarrazoado e está fundamentado em episódios vagos, como supostos quatro episódios de ameaça a uma testemunha ocorridos em fevereiro de 2015, março de 2015, julho de 2015 e maio de 2016 e em fatos não contemporâneos ao momento da prisão preventiva". Alegou ainda "não haver a possibilidade de reiteração delitiva, já que o réu deixou oficialmente o cargo na Dersa em 2010".

Acusação

Em março, a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou Souza e mais quatro em função do suposto desvio de R$ 7,7 milhões. De acordo com a denúncia, o ex-diretor comandou os desvios.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério Público da Suíça confirmou que, a pedido da Justiça brasileira, está levantando os documentos e extratos de quatro contas bancárias atribuídas ao ex-diretor. O órgão confirmou ainda que congelou qualquer movimentação financeira envolvendo a conta.

O objetivo é desvendar a origem e o destino das transferências realizadas por Souza. Os recursos chegaram a somar R$ 113 milhões, antes de terem sido transferidos das contas suíças para o Caribe. A defesa de Souza, que nega as acusações, já pediu ao Supremo a suspensão do acordo de cooperação internacional firmado entre as autoridades suíças e o Ministério Público de São Paulo.

Cofre

Ladrões roubaram dois cofres de uma casa em Campos do Jordão (SP) de propriedade do ex-diretor da Dersa. Boletim de Ocorrência datado de 30 de abril, quando Souza já estava preso, afirma que, além dos cofres, foram levados R$ 7,3 mil, joias, relógios, jogo de faqueiro de prata, aparelhos de TV, entre outros objetos.

A ocorrência foi registrada no 1.º DP de Campos do Jordão pelo caseiro Sérgio Luiz dos Santos Júnior. Segundo ele, foram duas invasões, a primeira no dia 28 de abril e a outra no dia seguinte. Nas duas ocasiões, os ladrões entraram na casa após cortarem uma cerca, conforme relato do caseiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Concluindo a reforma ministerial, o presidente Michel Temer bateu o martelo para a ida do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, para o Ministério de Minas e Energia. O movimento faz parte da estratégia do governo de aproveitar os meses que ainda lhe restam para apressar a venda da Eletrobras.

"Nada muda", disse Moreira Franco à reportagem. "O processo de capitalização da Eletrobras é política de governo e vai seguir dentro dos mesmos parâmetros e coerente com a mesma política que o ministério, sob o comando do Fernando Bezerra, vinha aplicando."

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A venda da Eletrobras é classificada como "prioridade zero" para o projeto de privatização do Planalto, embora o repasse da administração de vários aeroportos também seja considerado fundamental. Ao nomear Moreira para o MME, o governo quer ainda sinalizar que haverá uma pessoa especial e próxima a Temer conduzindo o importante projeto. Para o Planalto, essa desestatização precisa sair o quanto antes, disse um interlocutor do presidente.

Havia no mercado e nos escalões técnicos da pasta o receio da indicação de um ministro político que começasse a operar contra o programa. O nome preferido das duas alas, e também do agora ex-ministro Fernando Coelho Filho, era o de Paulo Pedrosa, então secretário executivo da pasta e um dos formuladores da desestatização.

A escolha dele ganhou força no início da semana passada, mas logo cedeu terreno para a escolha de um integrante do MDB, após Coelho Filho transferir-se para o DEM. Pedrosa deixou o ministério na sexta-feira.

Outro receio da área técnica era de que o atual presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., também deixasse o cargo com a troca de comando da pasta. Ele é considerado figura-chave na privatização, pois trabalha fortemente para ajustar as contas da estatal. Cortou cargos em comissão e iniciou programa de demissão voluntária, além de promover ajustes administrativos para reduzir as despesas.

Ele, porém, não pediu demissão junto com Pedrosa, como chegou a ser especulado. Sua agenda de trabalho continua normalmente, segundo informaram pessoas próximas.

Com a escolha de Moreira, o governo indica que a privatização continua sendo prioridade forte. Atualmente, ele é o responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que cuida das privatizações e concessões do governo.

Dificuldades

Embora seja prioridade para a área econômica, a privatização da Eletrobras enfrenta dificuldades no front político. O projeto de lei que regula a operação está parado na Câmara. A comissão especial criada para analisar a matéria não consegue se reunir.

O relator do projeto, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), disse que o problema é a desorganização da base governista. Ele pediu ao secretário de governo, Carlos Marun, e ao próprio Moreira que avaliem trocar alguns integrantes da comissão para permitir que o debate ocorra. Se a missão se mostrar impossível, o relator poderá levar o texto para ser votado diretamente no plenário da Casa.

No pacote de privatizações estão previstos também leilões nas áreas de ferrovias, rodovias e aeroportos. O governo traçou como meta inicial concluir 75 projetos de desestatização este ano, mas sabe das dificuldades para isso. Daí a ideia em se concentrar na Eletrobras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao mandar prender o ex-vice-presidente da Engevix Gérson de Mello Almada, após condenação em segunda instância, o juiz federal Sérgio Moro disse que eventual alteração no entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema seria "desastrosa". Para ele, a jurisprudência estabelecida pela Corte em 2016 - pela execução de pena após decisão de segundo grau judicial - "é fundamental, pois acaba com o faz de conta das ações penais que nunca terminam".

Moro também citou ministros do STF que podem votar contra a execução de pena para condenados em segunda instância. "Espera-se que a jurisprudência que nos permitiu avançar tanto e que é legado do ministro Teori Zavascki não seja revista, máxime por uma Corte com o prestígio do Supremo Tribunal Federal e por renomados ministros como Rosa Weber, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski."

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O Supremo tem sido pressionado a colocar novamente em pauta a prisão em segunda instância - alguns ministros da Corte já indicaram que podem rever seus posicionamentos. A manifestação de Moro ao mandar prender Almada, dada nesta segunda-feira, 19, diz que existem "rumores" sobre possível mudança na jurisprudência do plenário do STF, "mas nenhuma decisão colegiada foi tomada nesse sentido."

"Eventual alteração seria desastrosa para os avanços havidos recentemente em prol do fim da impunidade da grande corrupção no Brasil", afirmou.

A sentença de Moro relativa ao ex-vice-presidente da Engevix foi reformada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), que aplicou, em junho do ano passado, 34 anos e 20 dias ao ex-executivo por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Almada foi acusado de pagar propina de R$ 15.247.430 no esquema na Petrobrás.

Na decisão desta segunda, Moro afirmou que eventual alteração no entendimento do STF "colocaria em liberdade" não só Almada, mas "vários criminosos poderosos condenados".

Defesa

O criminalista Antônio Sérgio Pitombo disse que Gérson Almada vai se apresentar à Justiça. "Vamos discutir essa questão nos tribunais superiores", afirmou Pitombo, que vai entrar com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Não é apenas a discussão se pode ou não pode a execução da pena, mas a absoluta falta de critério legal para fixação da pena."

A Engevix informou que Almada "já se desligou da empresa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem consenso sobre como pagar as campanhas de 2018, o Senado deve votar nesta terça-feira, 26, a criação de um fundo eleitoral que terá como fonte principal recursos do Orçamento com baixíssimo índice de execução. A proposta em discussão prevê usar nas candidaturas metade do valor previsto para as chamadas emendas de bancadas, estimado em R$ 4,4 bilhões no próximo ano.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo, porém, mostra que desde o ano passado o governo pouco liberou do que foi reservado para esse tipo de emenda. Na prática, políticos poderão aplicar nas campanhas recursos que tradicionalmente o governo demora a pagar ou simplesmente não paga.

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Além das emendas de bancada, o fundo em discussão no Senado também prevê como fonte a transferência dos valores da compensação fiscal dada às emissoras de televisão e rádio pela transmissão dos programas partidários, que seriam extintos. Pelas contas do senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos articuladores da proposta, o valor destinado às campanhas seria de R$ 3,6 bilhões - mesmo valor do fundo articulado na Câmara, mas cuja a proposta não prosperou.

Senadores, porém, devem discutir ajustes na proposta em almoço marcado para esta terça na casa do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Atualmente, cada uma das 27 bancadas estaduais e do Distrito Federal pode apresentar até duas emendas indicando onde os recursos devem ser aplicados, como obras de infraestrutura ou programas municipais. No Orçamento deste ano, por exemplo, o valor foi de R$ 225 milhões por bancada, somando R$ 6,1 bilhões.

Desse total, menos de 6% foi empenhado até agora - e apenas 0,9% foi efetivamente pago, segundo dados do Siga Brasil, sistema que permite acompanhar a execução das emendas parlamentares.

Os índices estão bem abaixo na comparação com as emendas individuais, quando a destinação dos recursos é indicada individualmente por deputados e senadores. Dos R$ 9,1 bilhões inicialmente previstos, 47,5% já foi empenhado e 10,6% foi pago.

Do Orçamento do ano passado, o primeiro após o Congresso aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que obriga o governo a pagar as emendas parlamentares, cerca de 30% foi efetivamente liberado dos cofres públicos em 2016 e em 2017, como restos a pagar, segundo levantamento do Ministério do Planejamento feito a pedido do Estado. Caso uma emenda parlamentar já empenhada não seja paga no mesmo ano, ela pode ser reinscrita e o pagamento entra na previsão de restos a pagar do Orçamento seguinte.

Perdas

Com a transferência dos recursos das emendas de bancada para as campanhas, o governo também deve perder margem de manobra para desafogar as contas. Neste ano, por exemplo, os contingenciamentos anunciados em abril e em julho levaram a um corte de cerca de metade dos recursos destinados a emendas de bancadas. Enquanto isso, as emendas individuais tiveram redução de 32,5%.

Autor do projeto original, que não contemplava usar recursos destinados a emendas no fundo, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) é crítico ao texto apresentado pelo relator, Armando Monteiro (PTB-CE). Segundo ele, não é possível reduzir os valores das emendas sem afetar áreas como saúde e educação. "Neste momento de crise é preciso que tenhamos valores bem definidos e mostremos com toda clareza que o nosso projeto é orçamentário neutro e não toca em nenhum item do Orçamento", afirmou ele em vídeo divulgado nesta segunda-feira, 25.

Além do Senado, a criação de um fundo eleitoral para bancar campanhas também está na pauta de votação da Câmara. Pelo projeto apresentado pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP), o dinheiro viria das mesmas emendas de bancadas, dos recursos destinados às fundações partidárias no ano eleitoral e de parte (metade) do orçamento do governo federal previsto com publicidade no ano da eleição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, autorizou o uso de força policial para que as obras da hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Pará, sejam paralisadas. A ordem de paralisação, segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Pará, foi enviada no dia 14 de setembro ao presidente da concessionária Norte Energia, dona da usina, e ao Ibama, mas até agora não foi cumprida.

Para o tribunal, foi constatada irregularidade nos projetos das casas oferecidas para a população atingida por Belo Monte, na região de Altamira (PA), o que caracteriza o descumprimento de uma medida condicionante imposta pelo processo de licenciamento ambiental.

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O desembargador Antônio Souza Prudente determinou a imediata paralisação das obras, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de atraso.

Segundo o MPF, em 2012, a Norte Energia distribuiu folhetos em Altamira em que prometia três tipos de casas (60 m², 69 m² e 78 m²) de acordo com o tamanho da família que fosse deslocada. Mas, em abril de 2013, sem discussão com a população atingida, outro folheto foi distribuído em que a empresa avisou que todas as casas seriam do mesmo tamanho: 63 m². "O folheto trazia ainda a informação de que as casas seriam feitas em concreto pré-moldado, em vez de alvenaria como havia sido anunciado", declarou o MPF, por meio de nota.

A Norte Energia disse que ainda "não teve acesso aos votos proferidos no julgamento". A empresa declarou que "vem cumprindo as condicionantes contidas na licença de operação vigente, a qual autoriza o desenvolvimento das atividades da usina hidrelétrica Belo Monte".

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vem consolidando o espaço diante das intenções de votos da população para a eleição de 2018. Ao menos é o que indica a nova pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT)/MDA divulgada nesta terça-feira (19). Em cenários do primeiro turno, Bolsonaro aparece variando entre 18,4% e 19,8%, perdendo em todos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se manteve na liderança. 

No primeiro cenário apresentado, Lula vem com 32,4%, Bolsonaro 19,8%, a ex-senadora Marina Silva (Rede) 12,1%, Ciro Gomes (PDT) 5,3% e Aécio Neves (PSDB) 3,2%. A segunda opção, trocando o candidato tucano por Geraldo Alckmin, o petista tem 32%, o deputado federal 19,4%, Marina 11,4%, Alckmin 8,7% e Ciro 4,6%. Já quando o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) aparece na disputa, Lula volta aos pouco mais de 32% e Jair Bolsonaro a 18,4%. Marina é preferida por 12%; Doria 9,4% e Ciro 5,2%. 

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Já no segundo turno, a aceitação de Bolsonaro é ainda maior. Em cinco possibilidade em que é mencionado ele tem mais intenções de votos, por exemplo, do que Aécio, Alckmin e Doria. Contra o senador, Jair obteria 32% enquanto o tucano 13,9%; na disputa com o prefeito de São Paulo, ele teria 28,5% e o gestor municipal 23,9%; diante do governador, o deputado aparece com  28% e Geraldo 23,8%. 

Jair Bolsonaro apenas não venceria a disputa, caso fosse hoje, contra o ex-presidente Lula que aparece com 40,5% contra  28,5%. Com Marina Silva haveria um empate técnico. Ela teria 29,2% e o deputado 27,9%.

Rejeição

Entre os entrevistados, o que recebeu o maior índice de rejeição foi Aécio Neves, 69,5% não votaria nele de jeito nenhum. Em seguida vem Ciro (54,8%), Alckmin (52,3%), Marina (51,5%), Lula (50,5%), Bolsonaro (45,4%) e Doria (42,9%).

Confira as opções apresentadas pela CNT:

CENÁRIO 1: Lula 41,8%, Aécio Neves 14,8%, Branco/Nulo: 39,6%, Indecisos: 3,8%.

CENÁRIO 2: Lula 40,6%, Geraldo Alckmin 23,2%, Branco/Nulo: 31,9%, Indecisos: 4,3%.

CENÁRIO 3: Lula 41,6%, João Doria 25,2%, Branco/Nulo: 28,8%, Indecisos: 4,4%.

CENÁRIO 4: Lula 40,5%, Jair Bolsonaro 28,5%, Branco/Nulo: 27,0%, Indecisos: 4,0%.

CENÁRIO 5: Lula 39,8%, Marina Silva 25,8%, Branco/Nulo: 31,3%, Indecisos: 3,1%.

CENÁRIO 6: Jair Bolsonaro 28,0%, Geraldo Alckmin 23,8%, Branco/Nulo: 40,6%, Indecisos: 7,6%.

CENÁRIO 7: Marina Silva 28,4%, Geraldo Alckmin 23,6%, Branco/Nulo: 41,5%, Indecisos: 6,5%.

CENÁRIO 8: Jair Bolsonaro 32,0%, Aécio Neves 13,9%, Branco/Nulo: 46,4%, Indecisos: 7,7%.

CENÁRIO 9: Marina Silva 33,6%, Aécio Neves 13,0%, Branco/Nulo: 47,3%, Indecisos: 6,1%.

CENÁRIO 10: Jair Bolsonaro 28,5%, João Doria 23,9%, Branco/Nulo: 39,2%, Indecisos: 8,4%.

CENÁRIO 11: Marina Silva 30,5%, João Doria 22,7%, Branco/Nulo: 39,9%, Indecisos: 6,9%.

CENÁRIO 12: Marina Silva 29,2%, Jair Bolsonaro 27,9%, Branco/Nulo: 36,7%, Indecisos: 6,2%.

Ao fechar um acordo sobre o processo de eleições internas no PSDB, os senadores Aécio Neves (MG) e Tasso Jereissati (CE), presidentes licenciado e interino respectivamente da sigla, delegaram ao presidente Michel Temer o destino de seus ministros tucanos. A legenda saiu rachada do processo de votação na Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento da denúncia por corrupção passiva contra o peemedebista.

"Vamos reavivar o partido. Se tem ministro (do PSDB no governo), se não tem ministro, isso é problema do presidente. Não é nosso problema", afirmou Tasso durante entrevista coletiva no Senado ao lado de Aécio.

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O senador mineiro também minimizou a permanência no governo Temer. "(Continuar no governo) é uma questão, para nós, absolutamente secundária. Essa questão de cargos e ministérios pertence ao presidente da República, que fará aquilo que achar mais adequado em relação aos cargos do PSDB. Isso não é uma preocupação que nós temos", disse Aécio.

Agora o partido ficará focado em escolher seus dirigentes. Em encontro na casa do senador mineiro, em Brasília, horas antes da coletiva, Aécio fez um "apelo" para que Tasso continue à frente da sigla: "Ao meu ver, é a pessoa que tem as melhores condições (de conduzir o partido). Fiz a ele um apelo em nome da unidade do partido".

O senador mineiro deu "carta branca" ao colega para conduzir a renovação da sigla. "Em relação ao cronograma do PSDB acertado com o senador Tasso Jereissati, o PSDB fará, até o fim do ano, a renovação das suas direções municipais, estaduais, da sua direção nacional e apresentará o nome do seu pré-candidato à Presidência da República", afirmou Aécio. Tasso ganha autonomia no comando do PSDB.

O acordo possibilitou também a Aécio continuar como presidente licenciado mesmo sendo denunciado em processo no Supremo Tribunal Federal. Antes do encontro, Tasso manifestava a interlocutores o interesse de entregar o cargo de interino por não concordar com as articulações paralelas de Aécio com o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Comemoração

A ala mineira da bancada do PSDB na Câmara, que sempre defendeu a manutenção da aliança com o governo, comemorou o compromisso. "Foi a superação de um momento delicado do partido. Eu acho que a gente vira uma página e vamos superar essa agenda do desembarque que imobilizou o partido", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), um dos aliados de Aécio na Casa.

A avaliação dos cabeças pretas, movimento que defendia o fim da aliança, também foi positiva. O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) ligou para Aécio para elogiar o gesto pela "união do partido". Na avaliação de alguns deles, manter Tasso no comando da legenda é uma sinalização de reverência. "É um gesto para todos nós que estamos pensando em sair do governo", disse.

Alguns tucanos avaliam que o único derrotado teria sido o governador Geraldo Alckmin (SP), que atuou pela derrota do governo. Entre os deputados paulistas, 11 de 12 votaram pelo prosseguimento da denúncia. "Esse acordo entre Aécio e Tasso foi feito com o Alckmin. Ele teve participação direta e era um dos mais preocupados com a divisão do partido", disse o deputado Silvio Torres (SP), principal aliado do paulista na Câmara e secretário-geral do PSDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

À medida que crescem as críticas da comunidade internacional contra a Venezuela, o presidente Nicolás Maduro, eleva o tom contra opositores dentro e fora do país.

Em um discurso no começo da noite dessa segunda-feira (17), o líder bolivariano respondeu a críticas de opositores e garantiu que a convocação de uma nova Assembleia Constituinte está mantida para 30 de julho. "Não vão nos intimidar", afirmou durante evento no palácio presidencial.

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A fala de Maduro contrapõe o que é pedido nas ruas. Líderes da oposição venezuelana estão convocando uma greve nacional de 24 horas a partir da próxima quinta-feira (20), com a intenção de protestar contra os planos políticos de Maduro. Eles o acusam de tentar consolidar à força seu poder político.

A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, também disse que irá nomear novos membros da Suprema Corte do país - um movimento que deve ser bloqueado por Maduro. O tribunal é controlado por juízes que são leais ao Partido Socialista do presidente.

No domingo, mais de sete milhões de eleitores rechaçaram o processo Constituinte em uma consulta popular simbólica, organizada pelos opositores, para desafiar o governo e tornar clara a rejeição de parte da população venezuelana à iniciativa do governo Maduro. Uma mulher morreu e outras três pessoas ficaram feridas quando homens de motocicletas atiraram em opositores que votavam no oeste de Caracas.

Após a votação, o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, disse que a oposição entrou em uma nova fase, que envolve o aprofundamento das ações de rua para conseguir a "pressão necessária" que pararia a Assembleia Nacional Constituinte, cujos membros serão eleitos em duas semanas.

A pressão também vem de fora. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou na noite de segunda-feira a postura de Maduro, a quem chamou de "líder ruim que sonha em se tornar ditador". Ele disse ainda que os americanos estão prontos para tomar sanções econômicas "fortes e rápidas" contra Caracas, caso seja necessário.

A União Europeia pediu que seja suspenso o plano de Constituinte e o Brasil, via Itamaraty, alegou que o projeto de Maduro viola o próprio princípio da "soberania popular". Fonte: Associated Press.

O ato realizado por nove centrais sindicais para pedir a renúncia do presidente Michel Temer e protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista terminou nesta quarta-feira (24) em confronto e vandalismo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Manifestantes depredaram oito prédios públicos, além da Catedral, destruíram pontos de ônibus e atearam fogo em banheiros químicos. Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, 49 pessoas ficaram feridas - uma delas por arma de fogo - e oito foram presas.

Entre os feridos, oito são policiais militares. O estudante Vitor Rodrigues Fregulia, de 21 anos, teve ferimentos na mão após a explosão de um rojão, passou por cirurgia no Hospital de Base e seu estado de saúde era estável na noite de quarta. Até a conclusão desta edição, pelo menos dois manifestantes continuavam internados. O repórter fotográfico do Estado Wilton Júnior foi atingido por estilhaços de uma bomba e quebrou um dedo do pé.

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A PM vai abrir inquérito para investigar os policiais filmados com arma de fogo na mão e informou que a conduta não é procedimento adotado em protestos. Até a noite de ontem, ainda não havia sido identificado o autor do disparo que atingiu um manifestante no maxilar.

A Polícia Civil instaurou 12 procedimentos. De acordo com a Secretaria de Segurança, a manifestação reuniu 45 mil pessoas. O ato começou pacífico, por volta do meio-dia, mas saiu do controle das centrais - entre os organizadores estavam Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical.

Bombas de gás e spray de pimenta foram lançados contra manifestantes e mascarados. Houve correria. Militantes tentaram se refugiar em estacionamentos dos ministérios, que também serviram de abrigo para a cavalaria da PM. Um grupo partiu para o confronto, dando continuidade a uma escalada de violência, controlada por volta das 18h.

O primeiro alvo foi o Ministério da Fazenda. Por volta das 14h30, o grupo tentou invadir o prédio. Vidros foram quebrados e a segurança, reforçada. Cerca de 400 homens faziam a proteção do local. A onda de violência se estendeu. Cada vez mais exaltados, militantes passaram a atacar o Ministério da Agricultura, provocando um incêndio no térreo do edifício. O ministro Blairo Maggi estava no prédio em reunião com sua equipe. "É lamentável que as manifestações acabem em vandalismo. Isso é péssimo para a democracia", afirmou.

Planalto

Em meio ao barulho de manifestantes, bombas de gás e helicópteros, a segurança do Palácio do Planalto foi reforçada. Meia hora depois do incêndio no Ministério da Agricultura, 30 homens do Batalhão da Guarda Presidencial faziam um bloqueio na rampa de acesso ao palácio. Outros 170 estavam a postos nas guaritas. No efetivo da segurança do presidente, havia mais cem pessoas.

Enquanto a segurança do Planalto era reforçada, a Casa Civil enviava ordem para que o expediente dos ministérios fosse encerrado e os servidores, liberados. O secretário da Receita, Jorge Rachid, e funcionários tiveram de sair pelos anexos.

Os prédios começaram a ser esvaziados às 16h. Trinta minutos depois, veio a notícia da convocação das Forças Armadas. Só então a Esplanada, depredada, ainda com focos de incêndio, começou a ser esvaziada. Já era noite quando viaturas da PM deixaram o local e as Forças Armadas começaram a ocupar a região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O economista Paulo de Tarso Venceslau estava nesta quinta-feira, 11, em uma padaria da Rua Aracaju, em Higienópolis, no centro de São Paulo, ao lado do professor de história da Universidade Federal Fluminense Daniel Aarão Reis. Ambos dividem um passado comum na resistência à ditadura e na militância petista. Vinte anos depois de detonar o primeiro escândalo - era maio de 1997 - que envolveu Luiz Inácio Lula da Silva em uma rede de favores e fraudes, que tinha seu compadre e advogado, Roberto Teixeira, como principal acusado, Venceslau viu mais uma vez o ex-presidente dizer que não sabia de nada do que acontecia ao seu redor. "É mentira. E ela é tão grande que, agora, ele chega a dizer que não tem influência no PT. Isso diz tudo. É a prática que eu conheço."

Venceslau militou na Ação Libertadora Nacional (ALN) e participou do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, libertado em troca da soltura de 15 presos políticos, entre eles o ex-ministro José Dirceu (PT). Aarão Reis era da direção do MR-8, que participou da ação com a ALN. Presos e torturados, ambos se reencontraram nos anos 1980 no PT. Quem primeiro deixou a legenda foi Venceslau. "Fui ao Lula e mostrei documentos e o que aconteceu? Ele chamou o Okamotto (Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula) e me mandou conversar com o Teixeira."

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Os documentos citados por Venceslau mostravam que a empresa CPEM teria sido beneficiada com contratos em administrações municipais petistas em troca de dinheiro para campanhas eleitorais. Teixeira teria apresentado a empresa a petistas e era o dono do imóvel no qual Lula morava de graça. Venceslau acabou expulso do partido e Lula inocentado por uma comissão interna do PT.

Ele e Aarão Reis assistiram ao interrogatório de Lula. "O Lula jogou tudo nas costas da Marisa. Coitada, já não está para se defender (Marisa, mulher de Lula, morreu em razão de um aneurisma em fevereiro). O Lula revelou-se Lula. Só não vê quem não quer", diz Venceslau.

Caráter

Aarão Reis, seu amigo, deixou o PT em 2005 em meio a outra crise que também teve Lula no olho do furacão: o mensalão. "O triste dessa história do Lula e do PT é que Lula se recusa a assumir responsabilidade e joga tudo nos ombros de seus camaradas. Os de caráter mais firme se recusam a delatar, mas outros começam a falar."

Aarão Reis militara ali desde 1982. "O Lula é o responsável político maior. Nada importante no PT é empreendido pelas suas costas. É sabendo disso que interlocutores conversam com os Vacarris e Paloccis. Ele tem de assumir a responsabilidade política e ética. O registro jurídico eu deixo para a polícia e para a Justiça. Lula pode alegar que não há prova e, se não houver, ser absolvido. Mas deve assumir as coisas negativas de seu governo não só as positivas."

Aarão Reis veio do Rio para encontrar Venceslau para acompanhar o amigo, que será operado nesta sexta-feira. O Instituto Lula informou que não comentaria as declarações deles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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