Tópicos | Vargas

Hoje (16) é Dia Nacional do Repórter, uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre uma das precursoras da profissão no Brasil: Eugênia Álvaro Moreyra. Ela  nasceu em 1899 e era neta do Barão de Pitangui.

Foi jornalista, atriz e diretora de teatro  De caráter incomum e violador, foi uma das pioneiras do feminismo e uma das líderes da campanha eleitoral no país. Ligada ao movimento modernista brasileiro e defensora de ideias comunistas, foi perseguida pelo governo Vargas e presa, acusada de participação na Intentona Comunista.  

##RECOMENDA##

Vestida de terno e gravata e chapéu de feltro, se apresentou na redação do jornal A Rua, à procura de uma vaga de jornalista. Aprovada pelo bom texto e ousadia, sua contratação provoca admiração na sociedade. Uma mulher exercer o jornalismo era tão incomum que criou até mesmo um termo para designar a função: "reportisa".

No auge da carreira, Eugênia conheceu o poeta Álvaro Moreyra, que frequentava os mesmos círculos intelectuais que ela. Casaram-se em 1914. Eugênia pôs o nome do marido como sobrenome e deixou a carreira jornalística. Participou com Álvaro da Semana de Arte Moderna de 1922, fundando com ele em 1927, o grupo Teatro de Brinquedo, cuja intenção era manifestar no teatro as ideias modernistas. 

Com a divisão do movimento modernista brasileiro, Eugênia passou a defender com Álvaro, Pagu e Oswald de Andrade posições de esquerda, participando ativamente da Alianla Nacional Libertadora, e sendo perseguida pelo governo Vargas. Por influência de Carlos Lacerda, Eugênia e Álvaro filiam-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).  

Em maio de 1935, ela integra o grupo de fundadoras da União Feminina do Brasil, organização promovida por mulheres simpatizantes do PCB. A casa dela se tornou ponto de encontro para Di Cavalcanti, Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos e Jorge Amado.

Em novembro de 1935, após a Intentona Comunista, Eugênia é detida acusada de envolvimento com o PCB e a revolta. Permaneceu quatro meses na Casa de Detenção, onde dividiu cela com Olga Benário Prestes, Maria Werneck de Castro, entre outras. Foi solta por falta de provas em fevereiro de 1936.  

Retornando ao ativismo político, exerceu, uma campanha para a libertação do bebê de Olga Benário que nascera após a deportação da companheira de Luis Carlos Prestes para um campo de concentração na Alemanha nazista de Adolf Hitler. Entre 1936 e 1938, Eugênia foi presidente da Casa dos Artistas, o sindicato da classe teatral de São Paulo.  

Eleita para um novo mandato em fevereiro de 1939, foi impedida de assumir o cargo por Filinto Muller. Se candidatou para ser deputada federal constituinte nas eleições gerais de 1945, mas nenhuma mulher conseguiu representar os interesses femininos durante a elaboração da Constituiçao de 1946.

No dia 16 de junho de 1948, Eugênia estava em sua casa jogando cartas quando se sentiu mal. Morreu no quarto, ao lado dos filhos, com derrame cerebral. Seu sepultamento foi no Cemitério de São João Batista, no bairro de Botafogo. 

No depoimento publicado no jornal ‘Correio da Manhã’ após a morte de Eugênia, o escritor Oswaldo de Andrade afirmou que "o que se deve a ela será calculado um dia". A presença de Eugênia em setores masculinos, como político e sindical, tornou-se cada vez mais subestimada e, infelizmente, permanece uma personagem nos livros.

Por Camily Maciel

O Náutico anunciou, nesta segunda-feira (17), o meia Vinícius Vargas, que estava no Afogados, durante a disputa do Campeonato Pernambucano. O jogador, que recebeu elogios do treinador Hélio dos Anjos, antes da chegada, disse que estava realizando um sonho.

"Fiquei muito feliz pela campanha que fiz no Afogados, conseguindo me destacar individualmente. A ideia é sempre evoluir. É uma grande oportunidade e a realização de um sonho poder vestir a camisa de um gigante do futebol brasileiro", disse. 

##RECOMENDA##

O jogador atuou, nesta temporada, em 10 jogos vestindo a camisa do Afogados e marcou um gol. Ele também já defendeu Juventude-MA, Campinense, Cuiabá e Mixto. 

"Espero poder chegar para agregar a equipe, tanto dentro quanto fora de campo, com o grupo. Me considero um jogador moderno, tenho um bom potencial na marcação, na criação de jogo e com chegada na frente. Espero ajudar o Náutico e conquistar todos os objetivos da temporada”, completou.

Há mais de uma semana, Sidney Lopes de Brito, de 45 anos, está acomodado em um dos corredores do Hospital Getúlio Vargas, no Recife, com uma infecção bacteriana. O paciente, que também sofre de diabetes, tenta se recuperar de um procedimento cirúrgico e já enfrentou uma tentativa malsucedida de transferência para um hospital em Jaboatão dos Guararapes. Sem respostas da administração do Getúlio Vargas sobre a acomodação de Sidney em ambiente adequado, a família foi apenas orientada a denunciar a situação na ouvidoria da Secretaria de Saúde do Estado, que demora cerca de trinta dias para dar retorno.

“Outros pacientes estão no mesmo corredor, correndo sério risco. A equipe médica não se pronuncia. Ele está com muita dor no local da cirurgia e febre”, afirma Jeovane Cipriano, sobrinho de Sidney. Através de imagens enviadas pela família ao LeiaJá, é possível ver que o paciente precisa dividir o espaço da maca com sacolas. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde declarou: “O Hospital Getúlio Vargas (HGV) reconhece a alta demanda de pacientes na unidade, referência para diversas especialidades, como traumato-ortopedia, cirurgias geral, bucomaxilofacial e vascular e que recebe a população de todo o Estado. É oportuno lembrar que o hospital está funcionando em sua plena capacidade e não recusa atendimento, garantindo a assistência a todos que dão entrada nas emergências, com prioridade para os casos mais graves, com risco de morte, conforme avaliação médica”.

A instituição, contudo, não respondeu se possui leitos suficientes para atender à sua demanda, mas informou que “tem trabalhado para qualificar a assistência aos pacientes, agilizando atendimentos, exames e procedimentos para dar maior rotatividades aos seus leitos". "Diariamente, pacientes são transferidos para hospitais de convênio e para os leitos de enfermaria do próprio hospital de acordo com a disponibilidade de leito, perfil clínico do paciente, gravidade e tempo da admissão”, informou a Secretaria de Saúde. Sobre o caso de Sidney, a pasta afirmou apenas que “o paciente está sendo acompanhado diariamente pela equipe de cirurgia geral, realizando os exames necessários para o monitoramento do quadro clínico e fazendo o uso de medicamentos”.

Neste domingo (7), serão disputadas as eleições presidenciais que irão eleger o futuro presidente da República. Já no âmbito educacional, com uma grande abordagem interdisciplinar dos períodos históricos vividos no Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costuma abordar os contextos sociais e políticos que governos de diferentes presidentes se estabeleceram no país e de quais maneiras marcaram a história nacional.

O professor de história Hilton Rosas alerta os estudantes sobre o período de construção histórica do Brasil República, recorrentemente abordado pelo Exame, que é dividido em cinco fases, são elas: República Velha (1889 - 1930); Era Vargas (1930 – 1945); Período Populista (1946 – 1964); Período Militar (1964 -1985) e Redemocratização (1988 - hoje).

##RECOMENDA##

De acordo com o historiador Luiz Neto, governos de cinco presidentes e todos os aspectos sociais, econômicos e políticos que os englobam, podem estar presentes em algumas questões no Enem por retratarem períodos históricos de grande tensão política. Confira os presidentes escolhidos pelo professor:

Getúlio Vargas

Fotos Públicas/Presidência da República

Um dos líderes mais importantes da história do Brasil, Getúlio Vargas foi o 14º presidente do país, o qual por mais tempo governou a nação brasileira e o presidente que mais cai no Enem. Seu primeiro governo teve início no ano de 1930 e foi nesse período que Vargas instala o Estado Novo, regime ditatorial que conferiu poderes absolutos ao presidente da República, vigorando de 1937 até 1945, conhecido como “Era Vargas”.

Entre as principais características do seu mandato, está a repressão aos opositores e apelo ao nacionalismo e populismo. Em 1939 criou a Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e também institui o salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Vargas também é responsável pela criação de empresas estatais como a Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica Nacional e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco. Renúncia em 1945 após grande pressão oposicionista influenciada pelo momento político internacional, retornando ao poder em 1950, eleito por eleições diretas e democráticas.

De volta à Presidência da República, Getúlio Vargas dá início a campanha “O petróleo é nosso!” que culminou na criação da Petrobrás e Eletrobrás, empresas estatais existentes até hoje. Em agosto de 1954, durante uma grande pressão de opositores, Vargas comete suicídio, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, com um tiro no peito, deixando uma carta testamento que contém a célebre frase relembrada até os dias de hoje: “Deixo a vida para entrar na história”.

 Juscelino Kubitschek

Fotos Públicas/Reprodução

Vigésimo primeiro presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek ficou conhecido por um plano de governo completamente desenvolvimentista. A frase “Cinquenta anos em cinco” descreve o projeto de modernizar o país cinquenta nos à frente, nos apenas cinco anos do seu mandato. O período de JK marca a entrada da indústria automobilística no Brasil; é durante o governo de Kubitschek que os primeiros automóveis chegam ao país. O chefe de Estado também investiu massivamente na construção de rodovias e no desenvolvimento da indústria naval.

O presidente também é conhecido pelo projeto que levou a construção de Brasília, hoje capital do Brasil. Professores alertam sobre o período econômico vivido durante o governo JK. Segundo historiadores, Juscelino utilizou o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter receita necessária para construção da capital, o que gerou um grande endividamento externo, obrigando o governo a imprimir em maior escala a moeda nacional, gerando altos níveis de inflação. Professores destacam que questões abordando medidas desenvolvimentistas e econômicas deste período, podem estar presentes no Enem.  

João Goulart

Fotos Pública / Reprodução

Vigésimo quarto presidente do Brasil, “Jango” ficou conhecido por ser o chefe do Executivo que foi deposto pelos militares no ano de 1964. João Goulart chega à Presidência da República em 1961 após a renúncia de Jânio Quadros que encabeçava a chapa presidencial juntamente com ele. Seu plano de governo estava focado em reformas de base. Entre as pautas, o presidente tinha as reformas agrária, política e fiscal.

O governo de João Goulart ficou marcado por grande tensão política, com o período da Guerra Fria influenciando os cenários políticos mundo à fora, setores da sociedade e instituições da sociedade civil, a exemplo da igreja católica e ruralistas que temiam uma ameaça comunista no Brasil. A conspiração por um golpe militar começou a ter apoio popular e em 31 de março de 1964, João Goulart é deposto pela junta militar.

Emílio Garrastazu Médici

Fotos Públicas/Reprodução

Um dos principais nomes do regime militar, o general Emílio Garrastazu Médici assume o comando do Brasil em 1969, se tornando o 28º presidente do país. Considerado por muitos professores um dos presidentes mais repressivos do período militar, Médici se utiliza abusivamente do Ato Institucional-5, que entre os seus decretos permitia que o chefe do Executivo cassasse os mandatos parlamentares sem precisar de aprovação do Congresso; revogava o habeas corpus; permitia prisão arbitrária por parte do governo, além de admitir que presos políticos tivessem seus bens confiscados pelo Estado, para atacar opositores. É nesse período que são criados os DOI-CODI, delegacias onde aconteciam torturas e até mortes de presos políticos, sem que fossem noticiados por nenhum órgão governamental ou imprensa. Por conta da repressão, muitos oposicionistas fugiam do país.

O governo ganhou apelo popular pelo chamado “Milagre Econômico”, que fez o país crescer consideravelmente do ponto de vista econômico e também pela massiva propaganda lançada após a conquista da Copa do Mundo de 1970, pela seleção brasileira, com o slogan: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Foi sob o comando de Médici que obras de grande porte foram realizadas em todo país, como a Usina de Itaipu e a ponte Rio Niterói.

Ernesto Geisel

Fotos Públicas/Reprodução

Ernesto Geisel foi o 29º presidente do Brasil e quarto do período militar. Com o slogan “Abertura lenta, gradual e segura”, o general assume a Presidência da República em 1974 e dá início ao rompimento da ditadura devido uma forte pressão popular sobre os governos militares por conta da crise petrolífera que culminou no aumento do desemprego e índice inflacionário do país, ampliando assim a impopularidade do regime.

Geisel cria o programa Proálcool, substituindo a fonte de energia derivada do petróleo. Professores também alertam que o presidente também fez usos de métodos repressivos utilizados contra opositores da ditadura militar e que possíveis questões relacionadas a seu governo podem ser abordadas.

LeiaJá também

--> "Quem entende de política, entende de Enem", diz professor

--> Se é uma democracia, por que preciso votar?

As inscrições para o vestibular dos cursos de graduação à distância da Fundação Getúlio Vargas (FGV) estão abertas até o dia 7 de novembro. O processo seletivo é relativo a 6 mil vagas em cinco especialidades: Gestão Comercial (1.200); Gestão Financeira (1.200); Gestão Pública (1.200); Marketing (1.200) e Processos Gerenciais (1.200). As provas serão aplicadas no dia 26 e são porta de entrada para o próximo período letivo da instituição de ensino, no primeiro semestre de 2018.

Os cursos superiores de Tecnologia em Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão Pública e Marketing possuem duração mínima de dois anos e máxima de quatro anos. Por sua vez, o curso superior de Tecnologia em Processos Gerenciais tem duração mínima de três anos e máxima de seis anos.

##RECOMENDA##

O Programa FGV Online oferece diploma, conferido pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE). O local de prova (polo presencial) escolhido no ato de inscrição servirá, ao término do processo seletivo, para determinar a alocação dos aprovados. As vagas estão distribuídas entre as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba e Londrina.

 

O lateral Juan Manuel Vargas causou certo alvoroço na entrevista coletiva da seleção peruana ao criticar a desconfiança da imprensa do seu país em relação à seleção, na véspera do duelo com a Bolívia, marcado para quinta-feira, pelas quartas de final da Copa América.

O jogador da Fiorentina pegou o microfone e resolveu inverter os papéis, fazendo uma pergunta aos jornalistas. "Uma pegunta para vocês, da imprensa peruana: vocês acreditam ou não na sua seleção? Com fé, de verdade", disse 'El Loco' Vargas nesta quarta-feira, na entrevista coletiva realizada no estádio Germán Becker de Temuco, palco do clássico andino.

##RECOMENDA##

Depois da surpresa, um repórter arriscou uma resposta: "na verdade, achávamos que vocês iriam passar como melhores terceiros colocados.

Ao lado de Vargas, o técnico da seleção peruana, Ricardo Gareca, escutou sorrindo às justificativas dos jornalistas.

"Ninguém apostava que ficaríamos em Temuco, não fazia parte dos cálculos" admitiu outro profissional.

O Peru avançou às quartas como segundo colocado do grupo C, deixando para trás a favorita Colômbia (3ª), que enfrentará a Argentina de Messi, em Viña Del Mar.

Depois de perder de virada por 2 a 1 para o Brasil na estreia pelo grupo C, ao sofrer um gol nos acréscimos, Paolo Guerrero e companhia derrotaram a Venezuela (1-0) e seguraram o empate sem gols com os colombianos.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), considera difícil votar no plenário da Casa o pedido de cassação do deputado André Vargas (sem partido-PR) antes das eleições de outubro. O relatório recomendando a perda do mandato foi apresentado nesta quinta-feira no Conselho de Ética, mas ainda precisa ser aprovado pela maioria do colegiado.

Em virtude das campanhas eleitorais e do plenário esvaziado neste período, Alves não descarta a possibilidade de cancelar o "esforço concentrado" marcado para a primeira semana de setembro. Assim, Vargas deve ganhar mais tempo para evitar que o processo por quebra de decoro parlamentar siga adiante nas próximas semanas. "Não acredito que terá quórum necessário para votar (a cassação) em setembro", disse Alves ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

##RECOMENDA##

O peemedebista também acha difícil prever se o deputado conseguirá concluir seu mandato. "Não saberia dizer. Mas cumprirei meu dever", afirmou Alves, sinalizando que vai levar o assunto ao plenário da Casa assim que o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) passar pelo Conselho. A defesa de Vargas avalia recorrer ao Supremo Tribunal Federal das decisões tomadas pelo colegiado. O ex-petista é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal. O caso veio à tona após a descoberta de que Vargas utilizou avião emprestado pelo doleiro.

Ninguém compareceu à primeira oitiva das testemunhas convidadas para depor no processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Dos oito chamados pelo relator Júlio Delgado (PSB-MG), apenas dois confirmaram seus depoimentos: o doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná e que prestará esclarecimentos via videoconferência no dia 1º de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu para Vargas, o empresário Bernardo Tosto, que responderá por escrito.

Delgado reclamou que um acordo foi firmado com a liderança do PT para que os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, deputado Rui Falcão (SP), comparecessem nesta quarta-feira. Dos três petistas, apenas Vaccarezza comunicou oficialmente que não estaria presente na reunião. Os demais não responderam aos convites encaminhados no dia 3 de junho. "O não comparecimento é a demonstração de que tem alguma coisa errada", concluiu o relator.

##RECOMENDA##

As testemunhas devem receber nos próximos dias uma notificação para comparecerem no Conselho de Ética. Se não atenderem ao segundo convite, o regimento permite que o relator dispense a oitiva das testemunhas. Diferentemente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o Conselho de Ética não tem poder de convocação e deve limitar as notificações a simples convites. Além das testemunhas do relator, outras oito foram arroladas por Vargas, entre elas o doleiro preso. "A contaminação eleitoral não será para mim, será contra eles", destacou Delgado, referindo-se à ausência dos petistas nesta manhã.

Em pleno recesso informal devido à Copa do Mundo, apenas três membros do colegiado compareceram à reunião, além do relator e do presidente, deputado Ricardo Izar (PSD-SP). Vargas foi representado pelos seus advogados Marcos Gusmão e Michel Saliba.

Mesmo cientes de que medidas judiciais podem atrapalhar o trâmite do processo, o objetivo do colegiado é votar o relatório até 17 de julho, último dia antes do recesso parlamentar. Delgado reafirmou a intenção de cumprir "rigorosamente" os prazos e atender assim às "cobranças da sociedade". "Não quero que passe à sociedade nenhuma impressão protelatória", disse Delgado. A próxima reunião do Conselho de Ética está marcada para o dia 25 de junho.

O relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que o não comparecimento das testemunhas do PT na oitiva da manhã desta quarta-feira demonstra o interesse da sigla em proteger o ex-petista. "Há um ato de proteção ao mandato de André Vargas", afirmou Delgado.

Das oito testemunhas arroladas pelo relator, nenhuma compareceu à reunião do Conselho de Ética, entre elas os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, Rui Falcão (SP). O doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná, prestará esclarecimentos via videoconferência no dia 1º de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu a Vargas, o empresário Bernardo Tosto, responderá por escrito às perguntas do Conselho. Quem não compareceu à sessão de hoje receberá nova notificação.

##RECOMENDA##

Delgado também condenou a tentativa da defesa de Vargas de "protelar" o trâmite do processo. Mais uma vez, o advogado Michel Saliba pediu hoje que os membros do Conselho avaliem primeiramente os autos da operação Lava Jato antes de ouvir as testemunhas. O defensor alegou que Vargas ainda não responde formalmente a nenhum inquérito e que não há elementos para julgá-lo de forma equilibrada. "Não teríamos elementos para chegar a um julgamento minimamente justo", afirmou Saliba.

O advogado disse que a defesa ainda não estuda nenhuma ação judicial contra o trâmite do processo no Conselho de Ética. Ele, no entanto, questionou a pressa em analisar o caso antes do início do recesso parlamentar de meados de julho. "Acho que é um atropelo desnecessário que pode gerar nulidade (no futuro). Acho preocupante agir de maneira açodada", disse.

Saliba também rebateu a tese de proteção do PT ao parlamentar, uma vez que Vargas se desfiliou do partido. Ele concluiu que o caso André Vargas tem tirado o foco da CPI da Petrobras, principalmente das denúncias envolvendo a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O Estado foi governado pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB), aliado do relator do processo contra Vargas. "O destaque excessivo ao deputado André Vargas me causa estranheza", insinuou.

Aos jornalistas, o advogado negou que Vargas tenha mantido uma relação com o doleiro Alberto Youssef e sim com o "empresário Alberto Youssef". Segundo Saliba, o ex-petista não tinha "bola de cristal" para saber que Youssef continuava a agir como doleiro e que o deputado não está envolvido com as acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. "A relação dele (Vargas) é institucional, de colaboração com o empresário", respondeu.

No último dia do prazo regimental, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) entregou nesta quarta-feira sua defesa ao Conselho de Ética da Câmara, onde responde a um processo de quebra de decoro parlamentar por seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, alvo da operação Lava Jato da Polícia Federal.

Nos pontos do documento em que a reportagem teve acesso, o ex-petista argumenta que não há indícios de irregularidades em sua conduta e que o processo gira em torno de noticiário fruto de "vazamentos seletivos e ilegais". Michel Saliba, advogado que também defendeu o ex-deputado Natan Donadon (sem partido-RO) no processo de cassação em fevereiro passado, pede que o processo de Vargas tramite sob sigilo no Conselho.

##RECOMENDA##

Vargas alega que não houve investigação preliminar ou abertura de sindicância para apurar o uso de um jatinho patrocinado pelo doleiro. "A abertura direta do processo que pode culminar com a cassação do mandato do parlamentar, sem que a Corregedoria tenha aberto sindicância ou feito qualquer investigação, ofende o ordenamento jurídico que regula o processo administrativo disciplinar e o Regimento Interno da Câmara dos Deputados", diz um dos trechos.

A defesa enfatiza a ausência de indícios que deponham contra Vargas, pede a nulidade do processo até que sejam investigados os fatos da representação junto à Corregedoria da Câmara e que seja instaurado uma sindicância "sem açodamento ou atropelo". "Não por outro motivo torna-se imperiosa a atuação da Corregedoria da Câmara, com vistas à elaboração de uma peça acusatória legítima e suportada por fatos concretos, atuando como instância de investigação e colheita de indícios razoáveis para a instrução processual", prega o advogado. O documento afirma que as matérias jornalísticas utilizadas na representação "não podem ser consideradas indícios sérios, e muito menos provas" para julgamento do ex-petista.

A preocupação no Conselho de Ética é dar celeridade ao processo de Vargas. Agora, o relator Júlio Delgado (PSB-MG) terá 40 dias para ouvir as oito testemunhas solicitadas pela defesa e pedir instruções do caso. Depois, mais 10 dias para apresentar seu parecer final no Conselho. As provas contra o deputado devem ser colhidas a partir das informações da Operação Lava Jato. Depois de sua relação com Youssef ser revelada, Vargas teve de renunciar ao cargo de vice-presidente da Câmara e foi pressionado pelo PT a abrir mão também de seu mandato. No final, ele pediu a desfiliação do PT, mas o partido resolveu questionar seu mandato na Justiça.

Argôlo

Um pedido de vista adiou para a próxima semana a análise da admissibilidade de um processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). O parlamentar também é citado na Operação Lava Jato por envolvimento com o doleiro suspeito de integrar um esquema de lavagem de dinheiro que pode chegar a R$ 10 bilhões. Ao analisar a admissibilidade, o relator Marcos Rogério (PDT-RO) entendeu que há indícios suficientes para que a investigação siga adiante no Conselho. O processo - que precisa concluir sua tramitação no colegiado e no Plenário - pode resultar na cassação do mandato de Argolo.

O relator aponta que Youssef teria transferido R$ 120 mil ao chefe de gabinete de Argôlo, Vanilton Bezerra. "As condutas, em tese, configuram ato atentatório ao decoro parlamentar e há indícios suficientes de materialidade e autoria", disse. O pedido de adiamento da análise foi feito pelo deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), conhecido por ter declarado em 2009 estar se "lixando" para a opinião pública.

O advogado Aluísio Corrêa Régis alegou que o deputado é inocente e que ele não pretende renunciar ao mandato. "O deputado é absolutamente inocente de toda essa fofoca que está sendo seletivamente vazada pela imprensa", disse o defensor. Há uma representação por quebra de decoro contra o deputado correndo no colegiado enviada pela Mesa Diretora da Casa, e que, portanto, não precisou de um parecer preliminar. O processo analisado hoje foi protocolado pelo PSOL. (Colaborou Ricardo Della Coletta)

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados corre contra o tempo para aprovar ainda neste semestre o relatório sobre o processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR). Mesmo com as possíveis manobras regimentais que a defesa do ex-petista poderá utilizar para postergar o andamento da ação, a ordem do presidente do conselho, Ricardo Izar (PSD-SP), é concluir o trâmite e levar o caso ao plenário da Câmara até 18 de julho, quando começa o recesso parlamentar. A expectativa é que o processo contra Vargas seja votado pelos seus pares antes do caso do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) que, assim com o ex-petista, também responde a processo no Conselho de Ética por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.

Vargas, que havia pedido licença, deverá reassumir seu mandato nesta terça-feira, 20. Ele terá até o dia 28 deste mês para entregar a defesa escrita e indicar suas testemunhas. O prazo final da apresentação da defesa venceria no dia 27, mas o deputado pediu dois dias a mais de prazo e, ao final, Izar concedeu apenas um dia extra. Ao fazer concessões ao parlamentar, o presidente do Conselho tenta impedir que Vargas argumente que sua defesa foi cerceada e consiga anular o processo em uma ação judicial. "Temos dado todos os prazos pedidos por ele, mas a gente não pode permitir que termine o prazo (do trâmite processual) antes do recesso", afirmou à reportagem.

##RECOMENDA##

Como o deputado ainda não nomeou oficialmente seus defensores para a representação do Conselho de Ética, Izar acredita que o ex-petista pode estar manobrando para ganhar mais dez dias de prazo. Isso porque se não houver um advogado nomeado quando a defesa for apresentada, o presidente do Conselho é obrigado a dar mais tempo para que seja oficializado um advogado ou indicar um parlamentar que fará a indicação do defensor. Extraoficialmente, os advogados Michel Saliba e José Roberto Batochio já estão orientado o parlamentar.

Independentemente das manobras, os membros do Conselho de Ética querem evitar a paralisação do processo iniciado em 9 de abril e vão trabalhar para que o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) seja aprovado no Conselho de Ética até meados junho, antes do prazo regimental de 90 dias para apreciação do caso. Segundo Izar, o Conselho terá acesso ao inquérito da Operação Lava Jato da Polícia Federal assim que a defesa de Vargas for apresentada. O relatório de Delgado deverá se basear nas provas levantadas pela PF, o que permitirá agilizar o trâmite do caso.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve publicar nesta terça-feira, 13, no Diário Oficial a notificação sobre o processo por quebra de decoro parlamentar instaurado contra o deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR). A partir de quarta-feira, 14, o ex-petista terá dez dias úteis para apresentar sua defesa.

A medida ocorre após três tentativas feitas por funcionários do Conselho de informá-lo da ação. Segundo o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), uma funcionária chegou a ir até Londrina, onde Vargas vive num condomínio com a família, e sua entrada não foi autorizada. Delgado também reclamou que foi dado um endereço errado do escritório onde o ex-petista estaria. Com a dificuldade de localizá-lo e a necessidade de concluir o processo em curto prazo, optou-se pela publicação no Diário Oficial. "Ele está se evadindo (da notificação)", concluiu o relator.

##RECOMENDA##

Com a notificação publicada, os advogados de Vargas encaminharão sua defesa por escrito e informarão ao Conselho quem pretendem chamar para testemunhar à favor do ex-petista. Não está descartada a possibilidade de indicação do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, como testemunha de defesa no processo.

O ex-líder do governo na Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi eleito nesta quarta-feira, 07, para o cargo de vice-presidente da Casa, posto antes ocupado pelo deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR). Chinaglia, indicado ontem pela bancada petista para a primeira vice-presidência, recebeu 343 votos.

Cinquenta e um deputados votaram em branco. Pela regras da Casa, o posto cabe ao PT, mas a legenda não conseguiu encontrar um nome de consenso. Os mais cotados para o posto eram o ex-ministro Luiz Sérgio (PT-RJ) e o ex-secretário-geral do PT, Paulo Teixeira (SP). No final, Teixeira retirou sua candidatura em favor de Chinaglia, que derrotou Luiz Sérgio por 44 votos a 38.

##RECOMENDA##

A votação para a vice-presidência da Câmara é secreta. Antigo titular do posto, Vargas caiu em desgraça no partido depois de vir a público denúncias de ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso desde março e investigado pela Polícia Federal. Vargas acabou renunciando à vice-presidência e chegou a ser pressionado pelo PT a abrir mão também do mandato. Devido à pressão, ele acabou se desfiliando do partido e responde agora a um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

A bancada do PT na Câmara decidiu na noite desta terça-feira indicar o nome do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) à vice-presidência da Câmara, na vaga deixada pelo deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR). Os integrantes da bancada do partido se reuniram hoje para discutir a indicação e, no início da noite, iniciaram o processo de votação para a escolha do nome.

Chinaglia recebeu 44 votos favoráveis ao seu nome e o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), 38. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que também concorria ao cargo, retirou sua candidatura mais cedo em favor de Chinaglia. O plenário da Câmara ainda terá que aprovar a indicação do PT, em votação prevista para acontecer amanhã.

##RECOMENDA##

O Palácio do Planalto entrou hoje nas articulações para eleger seu líder do governo na Câmara deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), para ocupar o lugar do ex-petista. Durante todo o dia, o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, manteve contato com os petistas em busca de uma solução.

A ideia era, com o apoio a Chinaglia, desbancar da disputa parlamentares que integravam o mesmo grupo de Vargas, como Luiz Sérgio (RJ) e José Guimarães (CE). A disputa estava acirrada porque o escolhido, segundo petistas, tende a ser o candidato natural à presidência da Câmara em 2015.

Com respaldo do Planalto, Chinaglia buscou hoje apoio dos correligionários e do grupo mais próximo a ele para tentar impedir que aliados de Vargas ocupassem o posto. Antes da votação, Chinaglia estava cauteloso: "É verdade que tenho apoio, mas tenho que tomar cuidado", disse, numa referência ao fato de que, num passado recente, foi um dos principais articuladores de uma aliança dentro do partido que levou à derrota de seu grupo justamente pelo grupo que acabou elegendo Vargas.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) informou nesta terça-feira ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que abriu da candidatura à vice-presidência da Câmara em favor do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP). A decisão foi tomada após encontro entre os dois e parte da bancada do PT na Câmara, que indicará hoje o nome que vai ocupar o cargo deixado pelo deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR).

O encontro também contou com a presença dos deputados petistas Odair Cunha (MG), Marco Maia (RS), Henrique Fontana (RS) e Pepe Vargas (RS). A iniciativa de Teixeira visa isolar a candidatura do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), defendida por parte dos integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB).

##RECOMENDA##

O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), afirmou nesta terça-feira, 06, que a legenda trabalha para ter consenso na escolha, hoje, do candidato do partido à primeira vice-presidência da Casa, cargo que está vago desde a renúncia do deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR) ao posto de vice-presidente. Com isso, Vicentinho quer evitar eventuais candidaturas avulsas lançadas na votação em Plenário que vai eleger o novo vice-presidente, marcada para amanhã.

Perguntado, Vicentinho disse não acreditar em candidatura avulsa. "Eu advogo essa impossibilidade e vou trabalhar para jamais ir ao Plenário", disse.

##RECOMENDA##

Na tarde desta terça, a bancada petista da Câmara deve se reunir para escolher o seu indicado. Os nomes mais especulados até o momento são o do ex-ministro Luiz Sérgio (PT-RJ) e do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). O comando petista na Câmara quer evitar que algum correligionário lance seu nome separadamente na votação desta quarta em Plenário, o que causaria um racha na bancada.

A primeira vice-presidência da Casa ficou vaga depois que o deputado licenciado André Vargas foi obrigado a renunciar ao cargo de vice-presidente após suspeitas de envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef. O doleiro é investigado pela Polícia Federal e está preso desde março. Vargas, por sua vez, responde a um processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados tentou nesta terça-feira aprovar a "admissibilidade" do processo contra o deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR), mas enfrentou resistência de aliados do ex-petista durante todo o dia. Depois, quando conseguiu aprovar, teve de recuar em razão de um impedimento regimental.

O motivo é que a votação no colegiado ocorreu quando já havia sido iniciada a ordem do dia no plenário da Casa. De acordo com o regimento interno, nenhuma votação tem validade quando iniciados os trabalhos no plenário. Segundo integrantes do Conselho, a ordem do dia iniciou às 18h13 e a votação ocorreu às 18h18. Em razão disso, a votação foi feita a toque de caixa . Eles entenderam que enquanto não tivesse quórum no plenário, poderia ser feita a votação do parecer no conselho.

##RECOMENDA##

O placar foi de 12 votos a zero em favor do relatório apresentado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pela admissibilidade, ou seja, pela continuação do processo contra Vargas no conselho. Votaram a seu favor parlamentares da base (PMDB, PSD, PP, PDT, PTB e PCdoB) e da oposição (PSDB, PSB e DEM). Nove deputados não compareceram para votar, tanto da base (PT, PMDB, PP, PR) e da oposição (PV/PPS e PSC). Poucos petistas compareceram ao longo do dia na reunião, o que ajudou a adiar a abertura dos trabalhos por falta de quórum e, consequentemente, que a votação ocorresse a tempo. Sob pressão da cúpula do PT, Vargas anunciou na última sexta-feira a sua desfiliação da legenda.

O único a se manifestar hoje foi o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Perto do início da ordem do dia no plenário, ele apareceu pedindo o encerramento da sessão pois a ordem do dia no plenário já havia sido iniciada, o que foi decretado pelo presidente da comissão, Ricardo Izar (PSD-SP), após consulta por telefone ao secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna. Vaccarezza é citado em diálogos entre Vargas e o doleiro Alberto Yousseff, segundo relatórios da Polícia Federal referente à Operação Lava Jato que apontam ainda que o doleiro frequentava sua casa.

Um outro impasse também ajudou a atrapalhar os trabalhos: Vargas não apresentou nenhum advogado ou representante para defendê-lo na comissão. Em meio à discussão sobre qual procedimento adotar, integrantes do colegiado decidiram nomear a advogada Adelina Carvalho, funcionária da liderança do PSD na Casa, para acompanhar a votação como representante do deputado licenciado do PT do Paraná.

Para Julio Delgado, André Vargas, ao não indicar um defensor, usou desse subterfúgio para protelar mais uma vez o julgamento do caso no Conselho. "Lógico que isso tudo é colocado para protelar o processo e estendê-lo. Isso tudo só demonstra claramente que há indícios e fatos a serem investigados", afirmou Delgado. "A chegada do deputado Cândido Vaccarezza pedindo a interrupção da sessão porque estava em início a ordem do dia tumultuou ainda mais. Acho pouco provável que a gente consiga voltar para votar na noite de hoje esse relatório", acrescentou. No início da sessão, o deputado Ricardo Izar também informou que recorreu na última sexta-feira ao Diário Oficial da Câmara para comunicar André Vargas sobre o processo. A iniciativa teria ocorrido após integrantes do Conselho tentarem, sem sucesso, apresentar a intimação no gabinete do deputado e na residência funcional.

Sócio do Labogen, Leonardo Meirelles afirmou ontem que o ex-assessor do Ministério da Saúde Marcus César Ferreira de Moura foi contratado pelo laboratório justamente para atuar como lobista em órgãos do governo federal, em especial na pasta em que trabalhou. "O Marcus Moura mantinha os contatos institucionais com o Ministério da Saúde", disse Meirelles ao jornal O Estado de S. Paulo. O Labogen é apontado pela Polícia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.

O laboratório, controlado pelo doleiro, tentou fechar contrato com o Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Alexandre Padilha para o fornecimento de remédios de hipertensão pulmonar no valor de R$ 6,2 milhões por ano - pelo prazo de cinco anos. A parceria foi desfeita após a Polícia Federal deflagrar a Operação Lava Jato, que desmontou em 17 de março deste ano o esquema de Youssef e apontou suspeitas sobre os negócios do Labogen, entre outras transações do doleiro.

##RECOMENDA##

Escutas da Polícia Federal flagraram o deputado licenciado André Vargas, que pediu desfiliação do PT em meio ao escândalo da Lava Jato, dizendo a Youssef, por meio de mensagem de texto, que Padilha havia indicado o nome de Moura para um cargo de comando no laboratório. A mensagem interceptada foi enviada ao doleiro em novembro de 2013.

Moura havia trabalhado com Padilha no Ministério da Saúde entre maio e agosto de 2011, como assessor de eventos da pasta do governo federal. Também trabalhou na campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Padilha, que é pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, nega que tenha feito a indicação. O Ministério da Saúde afirma que nenhum pagamento foi liberado para o Labogen.

Atuação

Moura passou a atuar no Labogen em dezembro de 2013, segundo Meirelles. Ele ficava sediado em Brasília, mas com poderes para deslocamentos pelo País, em nome do laboratório. O sócio do negócio controlado por Youssef diz que o ex-assessor de Padilha não chegou por indicação do ex-ministro, mas sim de outro personagem do escândalo da Lava Jato.

Segundo o sócio do Labogen, a indicação de Moura foi feita pelo fundo GPI Participações e Investimentos, controlado por Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992). Pedro Paulo, conhecido como PP, é suspeito de integrar o esquema de Youssef.

"Ele (Moura) veio através desse fundo de investimentos. Não tive nenhuma influência (na contratação) e nenhum contato com o ex-ministro (Padilha). Tive reuniões com o Marcus Moura, ele esteve algumas vezes na empresa tomando conhecimento e ciência das nossas atividades. Eu não o conhecia, nunca o tinha visto", afirmou Meirelles.

O registro em carteira indica que Moura recebia R$ 4,2 mil ao mês. "Ele ganhava também uma verba para custear viagens e hospedagens. Após o episódio (deflagração da Lava Jato, em 17 de março), não tive mais contato com o Marcus, outro motivo para que o desligue", disse Meirelles. Segundo informou o jornal Folha de S.Paulo no domingo, o vencimento real de Moura chegava a R$ 25 mil ao mês.

O advogado do sócio do Labogen afirma que o trabalho de atuação do laboratório com o governo realizado pelo ex-assessor de Padilha era legítimo. "Todas as empresas têm alguém responsável pelas relações com o poder público", disse Haroldo César Nater, defensor de Meirelles - o sócio do Labogen também é acusado de integrar o esquema de lavagem do doleiro. "Não há nada de irregular nesse trabalho. Um grupo de investidores que tem interesse no Labogen disse que ele (Meirelles) precisava contratar uma pessoa que pudesse fazer o papel de relações institucionais", disse o advogado.

Diante do escândalo e da ligação de seu nome ao do ex-ministro Padilha, Moura deve perder o emprego no laboratório. "Estou providenciando o desligamento dele, vou comunicá-lo formalmente até porque não temos mais condições de bancar essa despesa", disse Meirelles.

Remessas

O Estadão revelou no domingo que o Labogen enviou pelo menos US$ 113 milhões para o exterior, segundo a Polícia Federal, por meio de operações de fachada. Na prática, o laboratório dizia que estava importando insumos para medicamentos, mas na verdade a intenção era apenas retirar o dinheiro do País, segundo os investigadores.

O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que assim como Youssef está preso desde março, também é apontado como integrante do esquema que, ao todo, teria lavado R$ 10 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Emídio de Souza, disse na tarde desta segunda-feira, 28, ao Broadcast Político, que o episódio envolvendo a suposta relação entre o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha e a indicação de um executivo para o laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef, está superado.

Na última semana, a divulgação de escutas telefônicas da Polícia Federal indicou que o deputado federal licenciado André Vargas (sem partido-PR) intermediou a indicação de Marcus Cézar Ferreira de Moura, ex-coordenador de promoção de eventos do ministério da Saúde na gestão Padilha, ao laboratório. "O PT vai tocar a sua vida", afirmou o dirigente petista.

##RECOMENDA##

Na avaliação de Emídio, a entrevista concedida por Padilha na semana passada foi "esclarecedora". "Quem fizer campanha baseada em denúncias vai perder", aposta. Com a saída de Vargas do PT, a palavra de ordem na campanha de Padilha é seguir com uma agenda intensificada de eventos. Nesta terça-feira, o ex-ministro receberá o título de cidadão honorário da cidade de Campinas (SP). Na quarta-feira, Padilha acompanhará Lula na cerimônia onde o ex-presidente receberá o título de cidadão honorário de Santo André, no ABC paulista. O pré-candidato também participará dos eventos comemorativos ao 1º de maio.

Em maio, Padilha deve contar com a presença de Lula em pelo menos duas caravanas: em Sorocaba e em São José dos Campos. Na próxima semana, o partido deve anunciar a adesão de novas siglas na aliança pela candidatura ao governo de São Paulo. Até agora, Padilha conquistou o apoio do PCdoB, mas há conversas com o PR e o PROS.

Acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, investigado na operação Lava Jato, o deputado federal e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PR), pediu sua desfiliação do PT. Em carta encaminhada ao diretório municipal de Londrina, o parlamentar comunica que está se desligando dos quadros "de filiados desta agremiação partidária".

Vargas comunicou nesta sexta-feira ao presidente estadual da sigla, Ênio Verri, ter entregue a carta pedindo a desfiliação. Ao Broadcast Político, Verri avaliou que Vargas optou por deixar o partido para "ter mais liberdade para fazer sua defesa".

##RECOMENDA##

Licenciado do cargo, Vargas informou também na carta que comunicará seu desligamento à Justiça eleitoral de Londrina. O parlamentar enfrenta um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro e sofre pressões dentro do próprio PT para renunciar ao mandato de deputado.

Na terça-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, pediu a Vargas que renunciasse ao mandato para não prejudicar as campanhas da presidente Dilma Rousseff e dos candidatos aos governos de São Paulo, Alexandre Padilha, e do Paraná, Gleisi Hoffmann. Vargas resiste às pressões.

Falcão disse ao deputado que, se ele não renunciasse, seria expulso pela Comissão de Ética do PT. Aliados de Vargas afirmaram que no PT não existe "rito sumário". Não era isso, porém, que Falcão estava dizendo. No partido, todos sabiam o desfecho de um processo na comissão de ética contra Vargas: a expulsão. Foi então que, pressionado pelo governo Dilma e pela cúpula do PT, ele decidiu se desfiliar. "Não quero prejudicar Padilha, que é meu amigo", afirmou Vargas em conversas reservadas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando