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Por um lado, desmatamento, enchentes, seca histórica, incêndios, degradação dos biomas, ameaças aos territórios de povos tradicionais e alertas de cientistas sobre a emergência climática. Por outro, acordos entre países para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mais consciência e boas práticas entre as empresas e vozes ativas na sociedade civil mostrando a necessidade de mudanças profundas no modelo de desenvolvimento. O ano de 2021 termina com grandes desafios no campo ambiental para o Brasil e o mundo.

Especialistas projetam um 2022 com obstáculos consideráveis, mas também com uma pitada de esperança para o Brasil, diante das eleições e de perspectivas de avanços em assuntos relevantes para a sustentabilidade do planeta. “Foi um ano muito difícil para o meio ambiente e a biodiversidade brasileira, com grande expansão do desmatamento, especialmente na Amazônia, muita queimada no Cerrado, muita grilagem de terras públicas com retirada ilegal de madeira e ouro. Em Brasília, as bancadas do governo e dos lobbies do atraso aprovaram no Congresso Nacional vários projetos de lei contrários ao meio ambiente, sem levar em conta o agravamento da crise hídrica e do aquecimento global. Graças ao Poder Judiciário, que tem atuado à luz da Constituição Federal, o estrago não foi maior”, analisa Braulio Dias, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele e outros especialistas fizeram um balanço dos eventos mais marcantes da área ambiental em 2021 e traçaram algumas perspectivas para 2022.

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Veja a seguir:   

Desmatamento na Amazônia 

O ano foi marcado pela divulgação de novos recordes de desmatamento na Amazônia. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira teve aumento de 21,97% em um ano. No período da análise consolidada, que vai de agosto de 2020 a julho de 2021, a área desmatada foi de 13.235 quilômetros quadrados, a maior taxa registrada nos últimos 15 anos. O Governo Federal, que vem sofrendo forte pressão interna e externa para proteger a Amazônia, assumiu compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2028, mas foi fortemente criticado por atrasar a divulgação das informações do Inpe de forma proposital antes da COP26. “Neste tema da Amazônia, a credibilidade internacional do Brasil continuou a despencar em 2021. A decisão do governo de esconder os dados de desmatamento durante a COP26 foi a gota d’água”, frisa Braulio Dias.   

Natureza e terras indígenas ameaçadas 

Especialistas e pesquisadores identificaram diversos projetos de lei, decretos e Propostas de Emendas à Constituição (PEC) danosos ao meio ambiente ao longo do ano. Muitas dessas medidas avançaram e foram aprovadas no Congresso Nacional com rapidez inédita. Dentre os retrocessos estão a PEC 191/2020, que prevê a abertura de terras indígenas para mineração, hidrelétricas e agronegócio; as “leis de grilagem” (PL 2633/2020 e PLS 510/2021); e a “lei geral de licenciamento ambiental” (PL 3729/2004).

“Há também as invasões de garimpeiros em terras indígenas, especialmente nas áreas Yanomami e Munduruku, com grandes consequências ambientais, além de humanas. As recentes liberações para a mineração sinalizam aberturas maiores”, pontua Philip Fearnside, também membro da RECN e do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O pesquisador também menciona o avanço da aprovação da pavimentação da BR-319, entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO). “É um dos eventos com maiores impactos no futuro na Amazônia”, salienta Fearnside.   

Margens de rios em risco, população insegura 

O Congresso Nacional aprovou em dezembro um projeto de lei que transfere da União para os municípios a competência para definir as regras de proteção às margens de rios, lagos, lagoas e demais cursos d’água de cidades brasileiras. O texto altera o Código Florestal e pode permitir a realização de intervenções e obras, além de facilitar a regularização de construções irregulares em Áreas de Preservação Permanente (APP). “Essas áreas devem ser conservadas, pois contribuem para a proteção da biodiversidade, ajudam a regular o microclima, protegem recursos hídricos e também oferecem bem-estar para as populações. Não faz sentido flexibilizar a legislação, gerando incertezas sobre as APPs e colocando a população em risco”, alerta André Ferretti, membro da RECN e gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.   

Seca histórica no Brasil 

O Brasil iniciou o período de seca na região Centro-Sul, em maio, com o menor volume de chuvas registrado nos reservatórios em 91 anos. A escassez ligou um alerta geral nas autoridades sobre os riscos de um novo “apagão” no Brasil, exigindo medidas “excepcionais” para garantir o fornecimento de energia elétrica, sobretudo com o aumento do uso das usinas termelétricas.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que representam 70% da capacidade de armazenamento do País, finalizaram o mês de abril com nível médio de armazenamento de 34,7%. As chuvas nos reservatórios que asseguram o abastecimento de água nas metrópoles também tiveram menor intensidade no verão passado. No Sistema Cantareira, por exemplo, que abastece municípios da Grande São Paulo, o volume de chuvas no primeiro trimestre do ano foi o mais baixo desde o final da grave crise hídrica de 2016, que obrigou a região a utilizar o “volume morto” dos reservatórios. 

  Alerta vermelho sobre o aquecimento global 

Em agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas publicou seu aguardado relatório, apontando a “inequívoca” responsabilidade humana no aquecimento do planeta. Considerado o mais contundente estudo sobre o tema em três décadas, o trabalho dos cientistas demonstra que as atividades humanas são responsáveis por 98%, ou seja 1,07oC do total de 1,09oC que o planeta já aqueceu desde a Revolução Industrial. O IPCC também explica que o limite estabelecido no Acordo de Paris – 1,5oC de aquecimento em relação à era pré-industrial –, provavelmente será excedido nos próximos 20 anos. Somente uma redução drástica nas emissões de gases de efeito estufa poderá fazer a temperatura média da Terra se manter dentro da meta até o final do século.   

Fenômenos climáticos extremos pelo mundo

  Em junho, mais de 200 pessoas, a maioria idosas, tiveram morte súbita no Canadá por causa de uma onda de calor com temperaturas que chegaram a 50 graus Celsius. Mais de 170 mortes e prejuízos de cerca de 2 bilhões de euros foram provocados por enchentes no Oeste da Alemanha, em julho. No mês seguinte, o calor intenso provocou incêndios florestais devastadores no Mediterrâneo, atingindo regiões da Turquia e, principalmente, Itália e Grécia. Enchentes históricas foram registradas na China em julho e outubro, gerando destruição, deixando milhares de pessoas desabrigadas e provocando mais de 300 mortes, além dos prejuízos materiais. No Brasil, mais de 50 cidades baianas decretaram situação de emergência em dezembro por causa de fortes chuvas, que provocaram a morte de 10 pessoas, deixaram centenas de feridos, mais de 6 mil desabrigados. No mesmo período, no Norte de Minas Gerais, as enchentes foram responsáveis por cinco mortes e cerca de 2 mil desabrigados. “A realidade confirma o que a ciência vem dizendo há muito tempo: os fenômenos estão ocorrendo com mais frequência, mais intensidade e, por vezes, fora de um período esperado. No caso dos tornados no Brasil, o mais assustador é que percorreram áreas muito maiores que o comum, chegando a 350 quilômetros de extensão”, salienta Carlos Rittl, também membro da RECN, especialista em políticas públicas da Rainforest Foundation da Noruega e ex-secretário executivo do Observatório do Clima. 

  COP 26 - A aguardada Conferência do Clima da ONU 

Sem condições de ser realizada em 2020 por causa da pandemia, a 26ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP26) ocorreu em Glasgow, na Escócia, em novembro. Cercada de grande expectativa, a reunião teve importantes anúncios de metas voluntárias dos países para “descarbonizar” a economia, mas também decepções.

O Brasil comprometeu-se a zerar o desmatamento ilegal até 2028 e assinou acordo, junto com outros 100 países, para reduzir em 30% a emissão do gás metano até 2030. Muitas definições, no entanto, serão tratadas apenas na COP27, em 2022.

O Brasil contou com a segunda maior delegação na conferência de Glasgow, atrás apenas do Reino Unido. Além de autoridades, líderes empresariais e celebridades presentes, também houve destaque para a participação de movimentos sociais e lideranças indígenas. A jovem ativista brasileira Txai Suruí, de 24 anos, foi a primeira indígena a discursar na abertura de uma conferência sobre clima.    COP15 – a Conferência da biodiversidade  A primeira parte da 15ª Conferência das Partes sobre a Biodiversidade das Nações Unidas, a COP15, foi realizada de forma virtual de 11 a 15 de outubro. As negociações presenciais em Kunming, na China, serão realizadas em abril de 2022. Como principal resultado do evento, mais de 100 países assinaram a Declaração de Kunming, comprometendo-se a criar um novo pacto global para proteção da biodiversidade. A criação de um fundo internacional para conservação ambiental, com uma dotação inicial de US$ 233 milhões do governo da China, foi outro resultado do evento. 

Início da Década do Oceano 

Entre as boas notícias ambientais do ano está o início da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. A Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que entre 2021 e 2030 todos os países unam esforços para a geração e divulgação de conhecimento sobre o oceano. A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que é uma das instituições da sociedade civil representantes da Década do Oceano no Brasil, promoveu uma jornada de cocriação de soluções para o mar e as regiões costeiras. O Camp Oceano selecionou 19 propostas de todo o país para serem colocadas em prática a partir de 2022, totalizando R$ 3,7 milhões em apoio. Além disso, o primeiro Edital Conexão Oceano de Comunicação Ambiental ofereceu cinco bolsas para a produção de reportagens sobre a temática, que foram publicadas em veículos de comunicação de diferentes regiões do país, em variados formatos e plataformas.   

Mudança no Ministério do Meio Ambiente 

Em junho, o ministro Ricardo Salles foi exonerado do Ministério do Meio Ambiente, dando lugar a Joaquim Leite, que já ocupava uma secretaria do órgão. O ex-ministro foi alvo de operação da Polícia Federal, em maio, que resultou também no afastamento da cúpula do Ibama, por suspeita de facilitar o contrabando de madeira. A troca no comando foi recebida com um misto de alívio e baixas expectativas por ambientalistas. Salles ficou marcado por uma polêmica declaração em reunião ministerial em 2020, quando disse que a pandemia seria a oportunidade para modificar normas que seriam questionadas na Justiça, aproveitando o foco da mídia na Covid-19 para "passar a boiada" em regramentos. Com perfil mais discreto, a gestão de Leite segue a mesma linha de Salles.   

Sai Trump, entra Biden 

Na política internacional, o ano começou com uma grande novidade: a posse de Joe Biden, no dia 20 de janeiro, como presidente dos Estados Unidos. Com um discurso ambiental bem ensaiado, mencionando a crise do clima entre as suas prioridades, o novo mandatário recolocou os EUA no Acordo de Paris e apresentou a meta de reduzir em 50% as emissões do País até 2030, com um pacote trilionário de recuperação verde. Em abril, Biden promoveu uma cúpula de líderes mundiais sobre o clima em preparação para a COP26.

Ao longo do ano, no entanto, contradições internas foram aparecendo. Impasses com senadores, inclusive do Partido Democrata, sobre incentivos à retomada verde e ao pacote de estímulo à energia limpa travaram a pauta ambiental nos Estados Unidos. O ano chega ao fim com uma série de dificuldades do novo governo em relação às negociações com o Congresso.

PERSPECTIVAS PARA 2022   

Eleições no Brasil 

Com mais espaço na agenda pública, pressões e interesses conflitantes internos e externos, especialistas acreditam que a pauta ambiental deve marcar presença nas campanhas de candidatos nas eleições gerais do Brasil em 2022. Além de escolher o presidente da República e os governadores, o pleito também definirá as bancadas da Câmara dos Deputados, a renovação de um terço do Senado – 27 cadeiras – e os representantes para as Assembleias Legislativas Estaduais e Câmara Distrital, no Distrito Federal. “O ano promete ser muito difícil na área política. Resta a esperança de termos alguns bons candidatos para as eleições e termos a felicidade de poder eleger governantes e legisladores competentes e comprometidos com os interesses da sociedade brasileira”, destaca Braulio Dias.   

Olhos atentos à Amazônia 

A política ambiental para proteger a Amazônia deve seguir atraindo a atenção da opinião pública tanto no Brasil quanto no exterior. Os relatórios periódicos de órgãos que acompanham de perto o bioma e a delicada situação das terras indígenas seguirão sob o foco da imprensa e das entidades dedicadas à causa ambiental. Caso a agenda do governo seja mantida, são esperadas pressões ao Brasil vindas a partir da perda de investimentos estrangeiros, possibilidade de boicote a produtos nacionais e até sanções comerciais de outros países.   

COP27 do Clima, COP15 da Biodiversidade e Rio + 30 

Entre os grandes eventos globais do próximo ano estão a COP27 do Clima, que será realizada no Egito, em novembro, com a missão de regulamentar diversos pontos do Acordo de Paris, como o mercado de carbono e outros mecanismos de apoio financeiro a países em desenvolvimento. A segunda parte da COP15 da Biodiversidade será realizada em abril, na China, com a missão de estabelecer diretrizes globais para a proteção das espécies até 2050. Outro evento relevante será o Rio + 30 Cidades, previsto para junho, para discutir o papel das mudanças climáticas mundiais nos grandes centros urbanos.   

Fortalecimento da economia verde 

O compromisso das empresas na proteção e conservação do meio ambiente deve seguir em alta, numa crescente conscientização sobre os impactos socioambientais de negócios econômicos. Maior fôlego para um mercado global de carbono, boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) valorizadas pelas corporações, fundos verdes com a adesão de investidores e o fortalecimento de negócios com impacto socioambiental positivo são alguns dos movimentos de mercado que devem trazer o meio ambiente para o centro do mundo corporativo em 2022.

*Da assessoria 

Um dia após o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informar o maior índice de desmatamento dos últimos 15 anos na Amazônia Legal, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o governo ainda avalia os números para "ver qual a realidade". O general, que também é presidente do Conselho da Amazônia, negou ter visto os dados antes da Cúpula do Clima da ONU, a COP-26. Ele disse ter tomado conhecimento dos números apenas na manhã desta quinta-feira, 18, e não acreditar em atraso na divulgação de forma proposital.

"Sem desfazer dos números, que obviamente não são bons, a gente tem que olhar o tamanho da Amazônia, né? Vamos ver que a Amazônia Legal tem 5 milhões de quilômetros quadrados. Então, se nós tivemos 13 mil quilômetros de desmatamento, isso dá 0,23% da Amazônia que teria sido desmatada", afirmou o vice-presidente ao deixar o Palácio do Planalto, nesta sexta-feira, para almoçar. Na avaliação do general, existe uma "pressão" de ocupação da floresta vindo das pessoas que moram no Centro-Sul.

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A jornalistas na saída de seu gabinete, Mourão declarou que trabalhava com os números do Deter, outro sistema de medição. "A nossa projeção era que o desmatamento ficasse 5% abaixo do ano anterior, né? O Inpe fez uma revisão do ano anterior. Se vocês olharem, diminuiu. E esse aumentou. Então, não sei se ano que vem pode dar uma reduzida nesse, também. Nós estamos analisando isso aí ainda pra ver qual é a realidade".

Vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Inpe publica dados consolidados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélites (Prodes), reconhecidos por especialistas como a informação técnica mais precisa sobre desmatamento na floresta amazônica. Ontem, o órgão divulgou que, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram desmatados 13.235 quilômetros quadrados da Amazônia Legal, o maior volume em uma década e meia e 21,97% maior que o registro no mesmo intervalo de 12 meses anterior.

O documento do INPE, no entanto, está datado de 27 de outubro, levantando suspeitas de que o governo poderia ter escondido o salto no desmatamento por 22 dias e o divulgado apenas depois da COP-26.

A série de compromissos revistos e assumidos pelo Brasil na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), em Glasgow, na Escócia, não foi o bastante para destravar contribuições bilionárias de países europeus ao Fundo Amazônia, mecanismo que recebia doações estrangeiras para financiar ações de proteção da floresta.

O ingresso de novos recursos foi bloqueado no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro por causa da destruição acelerada do bioma. A Alemanha afirma que não pretende dar mais dinheiro enquanto o Brasil não demonstrar como vai implementar seus compromissos da COP-26. Já a Noruega deseja ver nova redução substancial no desmatamento para retomar doações.

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Na conferência climática, o Brasil assinou acordos multilaterais para proteção de florestas tropicais e redução na emissão do gás metano, além de ter se comprometido a zerar o desmatamento ilegal até 2028, a cortar emissões de gases de efeito estufa à metade até 2030 e a atingir a neutralidade climática (saldo zero entre emissões e absorções de carbono) em 2050.

Analistas avaliam que a sinalização dada pelo País foi positiva, mas será preciso mostrar mudança na prática. "Os compromissos do Brasil na COP são muito bons, mas só são palavras nesse momento. O que precisamos são ações, a implementação desses compromissos", disse ao Estadão o embaixador da Alemanha em Brasília, Heiko Thoms.

A expectativa de diplomatas é de que o novo governo em formação na Alemanha endureça o diálogo ambiental com a equipe de Bolsonaro. Isso porque, com a saída da chanceler Angela Merkel em dezembro, deve assumir o atual vice-chanceler e ministro da Finanças, Olaf Scholz, social-democrata que pretende governar com coalizão formada por verdes e liberais. A composição com os ambientalistas no poder dará mais peso à pauta climática em Berlim, e a diplomacia alemã não enxerga, agora, condições de o Brasil cumprir as metas anunciadas na COP, por falta de verba e pessoal.

GARGALOS

O embaixador alemão enumerou gargalos no plano de ação apresentado pelo País em Glasgow para zerar o desmate ilegal em 2028. A redução de 15% ao ano, a partir de 2022, seria o primeiro passo do Plano Nacional de Controle do Desmatamento. O governo Bolsonaro promete contratar cerca de 700 novos servidores para órgãos ambientais, como Ibama e ICMBio, além de manter um número semelhante de policiais da Força Nacional e mobilizar novamente as Forças Armadas.

"Para mim, é difícil ver como o Brasil vai reduzir o desmatamento no próximo ano em 15%, porque não tem pessoal, não tem financiamento e não tem muito tempo", ponderou o embaixador alemão, durante recepção a jornalistas na embaixada semana passada. "Não podemos reabrir o Fundo (Amazônia) sem a convicção de que o Brasil vai reduzir o desmatamento ainda mais." O governo tem apostado em operações militares para combater crimes na floresta, o que não freou a devastação.

O embaixador classificou o desmate como o "grande obstáculo" para tornar a cooperação entre os países ainda mais profunda. "É muito fácil fazer, o Brasil já fez isso entre 2004 e 2012 e poderia fazer a mesma coisa agora", disse Thoms.

VERBA. A sinalização alemã contraria a expectativa de membros do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Conselho da Amazônia. Ele esperava avanços no financiamento a partir dos anúncios na COP. "Quanto à retomada de repasses, espera-se que um acordo possa ser alcançado em um futuro não tão distante. Para tanto, faz-se importante observar uma redução na taxa de desmatamento, bem como planos de combate ao desmatamento baseados na ciência e uma definição de comum acordo quanto à estrutura de governança do fundo", disse a embaixada norueguesa ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou que o Brasil tem muitos pontos positivos em relação a ações ligadas ao meio ambiente, mas alertou que o País também precisa fazer sua "mea culpa" em relação a ações negativas e que são observadas por todo o mundo, como, principalmente, o desmatamento. "Temos muitas coisas positivas a externar. Evidentemente que o Brasil pode dizer sobre sua energia limpa", disse, lembrando que 83% da matriz energética doméstica é baseada em energia hidrelétrica, solar, eólica e de biomassa.

Segundo o senador, a "verdadeira corrida no ouro" no Brasil hoje é energia solar porque é limpa e têm caráter econômico. Pacheco disse que se não houver responsabilidade em relação ao tema no País será difícil manter um diálogo com entes internacionais. Ao lado do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ele disse que o Brasil vinha numa toada em relação ao desmatamento relativamente eficiente.

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"Mas, convenhamos: nós temos que fazer mea culpa e reconhecer nossos erros", disse. Ele citou que Leite é o chefe da delegação brasileira na COP-26, que o Congresso está representado por vários parlamentares no evento e ressaltou que nem sempre as avaliações em torno do tema são convergentes. "É a divergência própria da democracia", acrescentou. O presidente Jair Bolsonaro desistiu de participar da Convenção, que conta hoje com a presença de vários deputados, senadores, governadores, prefeitos e outras autoridades do governo.

"Acho que a premissa de toda a negociação precisa ser verdadeira, real, não pode ser ocultada: nós temos um problema grave no Brasil de desmatamento ilegal das nossas florestas", constatou. "Isso é evidente e obviamente impacta naquilo que temos de responsabilidade ambiental", disse, na abertura de evento organizado no Pavilhão Brasil na COP-26, em Glasgow, na Escócia.

O desmatamento no Brasil alarma o mundo, conforme Pacheco, e constitui numa narrativa consistente e forte em relação ao País. "Isso faz com que nós tenhamos uma crise de imagem em relação aos demais 194 países. Então, reconhecê-lo é fundamental", defendeu o parlamentar.

Chegando a Glasgow procedentes de Espanha, Alemanha e Índia, três jovens youtubers com mais de 1,6 milhão de assinantes no mundo percorrem os corredores da COP26 com a ambição de falar sobre a emergência climática de uma maneira diferente.

A espanhola Carmen Huidobro, 27, estudou Meio Ambiente na universidade. Agora, trabalha no setor e esta já é a terceira conferência da ONU sobre mudanças climáticas da qual participa.

Desde desmontar os mitos sobre as energias renováveis até explicar o impacto da indústria têxtil no aquecimento global, com o "Climabar", canal do YouTube cofundado por ela há um ano, Carmen busca colocar seus conhecimentos ao alcance de todos usando uma linguagem simples, como uma conversa casual entre amigos, enquanto toma uma bebida.

No momento, o canal tem 1.570 assinantes, mas Carmen não tem a intenção de parar por aí.

"Sempre estive envolvida com questões ambientais e percebi que o problema é, justamente, que falamos apenas com gente que já está consciente" do que está acontecendo, explica ela à AFP.

"Percebi que, fora desse círculo, ninguém se importava" com as mudanças climáticas e suas consequências, acrescenta.

Participa de uma transmissão ao vivo para apresentar seu trabalho enquanto, nas ruas, milhares de pessoas se manifestam para exigir mais ações e menos palavras na luta urgente contra o aquecimento global.

"Minha companheira está lá fora", diz, sorrindo, sobre Belén Hinojar, a amiga com quem fundou o Climabar.

Além disso, completa, "todos os tipos de ativismo são necessários e, para mim, estar aqui também é ativismo", acrescenta.

"E nem todo mundo se sente em sintonia com o que está acontecendo lá fora. É preciso se aproximar das pessoas de uma forma que elas se sintam confortáveis e em sintonia. É preciso estender a mão, não se limitar a falar sempre com as mesmas pessoas", insiste.

- "Pequena forma de contribuir" -

A indiana Sejal Kumar, de 26 anos, também quer conscientizar seu público, muito mais numeroso: 875.000 pessoas seguem-na no Instagram e seu canal no YouTube tem 1,4 milhão de assinantes. E não por razões ambientais. A maioria são garotas interessadas em seus conselhos de moda e beleza.

"Este ano entendi que deveria tentar mudar o que estou tentando dizer e a forma como uso a moda, que tem um enorme impacto ecológico", reconhece.

Convidada pelo YouTube para ir à cidade escocesa de Glasgow, onde a COP26 sobre o clima acontece, ela quer trabalhar em seu compromisso e influenciar suas fãs.

"Procuro as pequenas coisas que posso fazer no meu dia a dia. E, se posso incentivar minhas seguidoras a fazerem o mesmo, é uma pequena forma de contribuir. As pessoas querem saber o que podem fazer", acrescenta.

Declarando-se "muito comprometida com os direitos das mulheres", esta jovem diz querer "aprender cada vez mais sobre a mudança climática".

"Não tenho vergonha de ser novata neste assunto, é precisamente o que procuramos, que quem não é especialista também possa falar" sobre o aquecimento global e suas consequências, defende, após ter participado de várias mesas-redondas, incluindo uma com a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai.

Para "Alicia Joe", uma alemã de 20 anos, cujo canal no YouTube, com mais de 250.000 assinantes, concentra-se em questões sociais, a COP26 "é um bom lugar para aprender" sobre novos temas.

Essa jovem, que trabalha muito a partir dos comentários de seus seguidores, foi especialmente afetada pelas letais enchentes que mataram quase 200 pessoas em seu país em julho e que, segundo um estudo científico, foram agravadas pelos efeitos do aquecimento global.

"Foi muito interessante coletar as histórias dos desabrigados que moravam perto da minha casa. E é uma boa maneira de chamar a atenção", analisa.

Depois de cinco dias na conferência, ela agora quer "divulgar o que aprendi aqui", afirma, após postar seu primeiro vídeo sobre o aquecimento global direto de Glasgow.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, mencionou nesta quinta-feira, 4, uma série de atividades que podem ser exploradas na Amazônia ao mesmo tempo em que mantêm a floresta em pé. A primeira que citou é o ecoturismo. "O potencial é fantástico, o que precisa é melhoria da infraestrutura para receber esse turista. Há alguns hotéis, mas é preciso ter divulgação e exploração maiores. O turista vai caminhar o dia inteiro na selva, mas precisa ter uma boa cama para dormir à noite", disse.

Produtos típicos da região foram o segundo ramo citado pelo vice-presidente. Ele também destacou a mineração, mas ressaltando que é preciso preservar o ambiente. "Um exemplo é o da Vale, em Carajás, uma área totalmente preservada", exemplificou em relação a uma área que é muito criticada por ativistas.

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Mourão comentou ainda que existem muitas "perspectivas futuras". "Há muitos lugares com crise de água, e temos água para dar e vender na Amazônia. Não duvido que a água será um dos produtos de exportação da floresta", apostou.

Ele comentou que outro países acabaram depredando suas áreas quando o olhar do mundo era totalmente diferente do atual, que defende a importância de se manter a floresta intacta. "A Amazônia é um setor ainda a ser descoberto e explorado, mas tem que ser explorada sob o olhar do século XXI."

Mourão é o presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal e participa do evento paralelo à Convenção do Clima (COP-26), o Pavilhão Brasil, que conta com stands em Brasília e em Glasgow (Escócia). O painel é organizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O parque tecnológico do Recife, Porto Digital, foi escolhido pela startup Timbeter como primeiro escritório da empresa no Brasil. Com sede na Estônia, a especializada em tecnologia verde está presente com soluções em pelo menos 37 países, tendo sido criada há oito anos. A parceria foi firmada pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB-PE), na manhã desta quinta-feira (4), durante as reuniões bilaterais da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança Climática, a COP-26, em Glasgow, na Escócia. Em anúncio, o gestor mencionou que seriam pensadas políticas em benefício das creches e escolas da cidade, mas não deu mais detalhes.

A Timbeter se descreve como “uma empresa greentech especializada em medição de toras de madeira (“timber”, do inglês, e por isso nome), utilizando Inteligência Artificial”. 

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"Já temos uma grande notícia para o Recife aqui em Glasgow. Acabamos de nos reunir com os representantes da Timbeter. A empresa anunciou seu primeiro escritório no Brasil e ele será na nossa cidade, no nosso parque tecnológico, o Porto Digital! A startup da Estônia atua no ramo de tecnologia verde e possui soluções contra o desmatamento ilegal, atuando na preservação de biomas em 61 países. O compromisso tá firmado e a próxima reunião já será no Recife! Seguimos na busca de investimentos e parceiras!", escreveu o prefeito em anúncio, logo após a decisão.

A agenda de João Campos na COP-26 se iniciou na quarta-feira (3) e irá até o sábado (6). O prefeito deverá encontrar com gestores de diferentes cidades da América Latina e com representantes de programas e empresas sobre sustentabilidade. Mais jovem prefeito da história do Recife, ele também deve coordenar uma palestra sobre Juventude e Empoderamento Público. Na agenda, também estão as assinaturas da Declaração de Edimburgo e do Manifesto de Jovens pela Educação Climática de Greta Thunberg, que pede a implementação da educação climática na Educação Básica do Brasil. 

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Governantes municipais representam a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), em Glasgow, na Convenção do Clima (COP-26), que começou domingo passado e prossegue até o dia 12. O presidente Jair Bolsonaro desistiu de participar do evento na Escócia, mas 11 governadores se dividem para estar em todos os dias das reuniões, assim como os sete prefeitos.

O chefe do executivo da capital baiana, Bruno Reis, afirmou nas redes sociais que "representar Salvador nos painéis de debate e apresentar os avanços que estamos desenvolvendo para a redução da emissão de gases é muito importante para a valorização da nossa cidade". A participação de Reis se encerra hoje.

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Nos próximos dias é a vez de Tião Bocalom representar o Acre e a FNP em Glasgow. Entre os dias 3 e 6 de novembro, o prefeito do Recife João Campos participará do evento, enquanto Axel Grael, de Niterói, representará o município e a FNP entre os dias 6 e 12 de novembro. Cícero Lucena, de João Pessoa, estará presente de 10 a 12, além de Axel Grael, de Niterói, e Isabella de Roldão, vice-prefeita de Recife. A edição de 2019 foi uma das mais marcantes, quando prefeitas e prefeitos buscaram dialogar com o presidente Bolsonaro sobre as queimadas alarmantes na Floresta Amazônica.

Há uma "necessidade urgente" por desenvolvimento em uma infraestrutura que prioriza o combate às mudanças climáticas em todo o mundo, segundo afirmou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em comentários divulgados pela Casa Branca, feitos no âmbito da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26).

Para suprir essa necessidade, Biden sugeriu cinco princípios para os projetos de infraestrutura da iniciativa 'Build Back Better World', acordada pelos países do Grupo dos Sete (G7).

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O mandatário norte-americano defendeu que todo projeto deve ser "climaticamente resiliente"; deve ser desenhados em parceria com as nações onde eles serão realizados; deve dispor de qualidade e padrões elevados; deve ajudar a construir uma recuperação econômica sustentável; e, por último, deve desenvolver parcerias com o setor privado, de forma a mobilizar os "trilhões de dólares necessários" para avançar com os projetos e atingir a meta de emissão zero até 2050.

Segundo Biden, o sucesso da iniciativa do G7 mostrará que a democracia ainda é o sistema político mais eficaz para trazer resultados.

"A transição energética global pode criar 30 milhões de novos empregos até 2030. Está crise climática é uma oportunidade", completou o presidente.

A vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão (PDT) assume a gestão municipal, nesta terça-feira (2), enquanto o prefeito João Campos (PSB) vai a Glasgow participar da COP-26. Em suas redes sociais, eles enfatizaram a entrega de bastão temporária como um "momento histórico", pelo fato de pela primeira vez na história, uma mulher assumir a gestão da capital pernambucana.

João também frisou a confiança que tem em sua vice. "Um marco histórico! Tenho a absoluta confiança de que ela conduzirá as ações da nossa gestão com o mesmo compromisso, dedicação e entusiasmo que sempre demonstrou ao longo toda a sua vida pública. Bella tem sido muito parceira, presente e empenhada em nos ajudar a avançar em projetos e ações que garantem mais inclusão, infraestrutura e oportunidades para os recifenses".

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Isabella também celebrou o momento se dizendo honrada pela oportunidade de comandar a cidade. "Estou muito honrada pelo simbolismo que essa condição traz. Quando o Recife elege a primeira vice-prefeita mulher e o prefeito João Campos adota a paridade de gênero no secretariado, abrimos caminhos para que outras meninas e mulheres vislumbrem os mesmos espaços. Essa é a grande conquista da posição que assumo com muito orgulho. Pioneira em vários aspectos, Recife dá passos largos para um futuro de igualdade. Agradeço a João pela parceria de sempre, mas principalmente a cada cidadã e cidadão pela confiança. Contem comigo".

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Mais de cem líderes mundiais se comprometerão nesta terça-feira, 2, durante a Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, a deter e reverter o desmatamento até 2030 com medidas apoiadas por US$ 19 bilhões de fundos públicos e privados, que serão investidos na proteção e restauração das florestas. O Brasil faz parte da lista.

"Países que abarcam dos bosques setentrionais do Canadá e da Rússia às florestas tropicais de Brasil, Colômbia, Indonésia e República Democrática do Congo vão apoiar a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre as florestas e o uso da terra", antecipou em um comunicado na noite da segunda-feira o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.

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Esses países reúnem 85% das florestas do mundo, uma superfície de mais de 33,6 milhões de km2, segundo o comunicado. "Teremos a chance de encerrar a longa história da humanidade como conquistadora da natureza e, ao invés disso, nos tornamos seus guardiões", afirmou Johnson, que classificou o acordo como inédito.

Essas medidas serão apoiadas por um fundo de US$ 12 bilhões de dinheiro público, aportado por 12 países entre 2021 e 2025, além de US$ 7,2 bilhões de investimento privado de mais de 30 instituições financeiras mundiais. O dinheiro deve apoiar principalmente atividades em países em desenvolvimento, como a restauração de terras degradadas, a luta contra os incêndios florestais e a defesa dos direitos das comunidades indígenas.

Na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, já tinham anunciado a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2028 no Brasil. Antes, a data prevista era 2030.

"Nunca antes tantos líderes, de todas as regiões, representando todos os tipos de florestas, tinham unido forças desta maneira", deve dizer no evento desta terça-feira o presidente da Colômbia, Iván Duque, segundo trecho antecipado pelos organizadores da COP-26.

A Colômbia se comprometerá a fixar uma meta de desmatamento zero até 2030 e ainda proteger 30% de seus recursos terrestres e oceânicos.

As florestas absorvem cerca de 30% das emissões de dióxido de carbono, de acordo com a ONG World Resource Institute (WRI). Mas, essa proteção natural climática está desaparecendo rapidamente. O planeta perdeu 258 mil quilômetros quadrados de florestas em 2020, de acordo com a iniciativa de acompanhamento do desmatamento do WRI, a Global Forest Watch. A área é maior do que o Reino Unido.

O anúncio desta terça-feira, porém, não foi recebido por grupos ambientalistas como o Greenpeace. "A Amazônia já está no limite e não poderá sobreviver a mais anos de desmatamento. Os povos indígenas pedem que se protejam 80% da Amazônia até 2025, e têm razão, é do que se necessita. O clima e o mundo natural não podem se permitir este acordo", criticou Carolina Pasquali, diretora-executiva do Greenpeace Brasil. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Banco Central informou nesta segunda-feira, 1º, que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, não participará mais presencialmente dos eventos da COP-26 devido a uma "lesão muscular acentuada" ocorrida durante a prática de esporte. Por isso, ele não viajará para Glasgow, na Escócia. De acordo com o BC, Campos Neto se recupera bem e seguirá orientação médica no Brasil até seu restabelecimento.

Ainda assim, o presidente do BC fará palestra virtual sobre a "Agenda de Sustentabilidade" da autoridade monetária nesta quarta-feira (3), às 11h, com transmissão pelo canal do Ministério do Meio Ambiente no You Tube.

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De acordo com o BC, a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado, substituirá Campos Neto presencialmente no evento "Finance Day Presidency Event: A Financial System for Net Zero" promovido pela UNFCCC, também na quarta-feira, às 7h15.

A publicação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi antecipada para as 7h de quarta-feira justamente para que Campos Neto pudesse participar desse evento já sem as amarras do período de silêncio do colegiado.

O BC informou ainda que a participação do órgão no "Finance Day Presidency Event: 4th High-level Ministerial Dialogue on Long-Term Climate Finance Zero", previsto para as 12h55 de quarta-feira, ainda "será objeto de definição e posterior informação".

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciaram aumento da meta climática do País em discursos transmitidos no pavilhão do Brasil na Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow. Segundo o anúncio do governo federal, a nova previsão é cortar 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 - antes, esse patamar era de 43%. O governo federal tem sofrido pressão internacional para melhorar seus compromissos contra o aquecimento global após uma revisão que deixou menos ambiciosos os compromissos climáticos do País.

Especialistas afirmam que o governo foi responsável por uma "pedalada climática". Isso porque a meta de 43% de cortes nas emissões até 2030 tomava como base os lançamentos de gases estufa na atmosfera em 2005. Mas o governo federal fez um recálculo da base de emissões, o que aumentou essa quantidade de gases emitidas em 2005. Com isso, ainda que a taxa de corte não tenha sido alterada, o ponto de partida das emissões ficou maior, o que piorou a proposta. A revisão é alvo de ação contra o governo na Justiça.

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A gestão Bolsonaro também disse que vai oficializar na COP-26 a meta de atingir em 2050 a neutralidade (saldo zero) de carbono, o que significa equilibrar todo CO2 liberado com absorção equivalente desse gás, com o reflorestamento, por exemplo.

Esse prazo foi responsável por um impasse na reunião das 20 economias mais ricas do globo (G20) neste fim de semana. Enquanto Estados Unidos, União Europeia e o Reino Unido defendem esse prazo de 2050, a resistência de países como China, Índia e Rússia tirou menção a uma data específica da declaração final. Em abril, o governo brasileiro já havia sinalizado que adotaria 2050 como referência.

Os novos anúncios do governo são uma tentativa de driblar a desconfiança internacional em relação ao Brasil na pauta do meio ambiente, diante da recente alta de desmate e incêndios na Amazônia. Leite também defendeu que Estados mais ricos sejam "mais ambiciosos" em suas metas para reduzir a poluição atmosférica.

Ele afirmou que o financiamento climático é urgente para que o mundo possa fazer frente aos desafios.

"É fundamental ter robustos volumes e nas quantidades necessárias para que a transição (para uma economia sustentável) ocorra de forma justa em cada região do planeta", disse ele em transmissão no pavilhão do Brasil, em Glasgow, onde ocorre a COP-26 junto com um espaço montado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Leite está em Brasília e viajará para Escócia na semana que vem para participar da convenção do Clima. Já Bolsonaro decidiu não ir ao evento e está na Itália. Mais de cem chefes de Estado estão reunidos para a convenção climática.

O ministro e Bolsonaro afirmaram que o Brasil é hoje uma potência verde e que prova disso é o uso de biocombustíveis em larga escala. "Neste momento, os olhos do mundo estão voltados para soluções inovadores que proporcionem avanços econômicos com crescimento verde e o Brasil é parte dessa solução", defendeu o ministro.

Na gravação, Bolsonaro destacou a necessidade de esforços para a conservação da floresta e para a criação de "empregos verdes".

O ministro também defendeu que Estados mais ricos tenham ambição maior em suas metas para cortar emissões, sem citar uma região específica. Um total de 11 dos 22 governadores que fazem parte do Consórcio Brasil Verde irá a Glasgow como forma de se contrapor o governo federal e tentar mudar a imagem negativa do Brasil no exterior.

O que é a COP-26?

A COP-26, que começou neste domingo e seguirá até o dia 12, discute ações climáticas que possam fortalecer o combate ao aquecimento global com base nas metas do Acordo de Paris, pacto assinado em 2015.

A conferência ocorre em um momento em que eventos climáticos extremos - como secas, inundações e ondas de calor - têm sido cada vez mais frequentes.

O relatório do IPCC, painel intergovernamental de mudanças climáticas da ONU, mostrou este ano que o planeta deve ficar 1,5ºC mais quente do que na era pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do inicialmente previsto.

Por isso, decisões políticas tomadas pelos líderes ao longo da COP-26 são determinantes para salvar o planeta, mas há grandes desafios para chegar a um acordo.

Depois de escolher faltar à 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) para participar de uma cerimônia de caráter pessoal na cidade italiana de Anguillara Veneta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que "está pronto" para participar do encontro multilateral por videoconferência "se necessário".

Como mostrou mais cedo o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Bolsonaro ficou de fora da lista de 117 chefes de Estado e de governo e autoridades que representam seus países na abertura da COP. O presidente apenas enviou um vídeo gravado exibido mais cedo no pavilhão brasileiro do encontro.

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"Foi uma gravação, mas estamos prontos para entrar também por videoconferência se assim se fizer necessário. Nosso homem lá em Glasgow é o ministro do Meio Ambiente", afirmou Bolsonaro a jornalistas após ganhar o título de cidadão de Anguillara Veneta, onde moravam seus antepassados.

A COP-26 ocorre nesta semana em Glasgow, na Escócia, para discutir as mudanças climáticas, tema delicado para o Brasil em meio a críticas sobre sua política ambiental. O chefe da delegação do País é o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

Após o vice-presidente Hamilton Mourão dizer que Bolsonaro não iria à COP-26 para evitar "pedradas", o presidente também tentou, nesta segunda, minimizar sua ausência. "O Brasil é responsável por menos de 2% da emissão de gases do efeito estufa e uma das maiores economias do mundo. Então, já contribuímos bastante", declarou na entrevista. "Dois terços das florestas, das matas naturais, estão preservadas até hoje. Então, o Brasil é parte da solução, e nunca problema."

O presidente da República, Jair Bolsonaro, ficou de fora da lista de 117 chefes de Estado e de governo e autoridades como a presidente da Comissão Europeia que participam nesta segunda-feira (1º) e na terça (2), da primeira parte do segmento de alto nível da COP-26, que ocorre em Glasgow, na Escócia. Bolsonaro está em Pádua, terra de seus antepassados, depois de participar da reunião de cúpula das 20 maiores economias do globo (G20), realizada no final de semana, em Roma.

O chefe do Executivo decidiu não ir à Convenção do Clima, argumentando que se tratava de uma "estratégia nossa". Na sequência, o vice-presidente, Hamilton Mourão, avaliou que se Bolsonaro fosse ao evento iriam "jogar pedra" no presidente.

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A COP-26 na Escócia, no entanto, será um palco político importante para o Brasil, que contará com a participação de 11 governadores e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, entre outros.

Na lista divulgada nesta madrugada pela organização da Convenção, estão previstos discursos tanto de chefes de Estado e de governo de economias desenvolvidas - como Espanha, Alemanha e Estados Unidos - quanto de países de menor expressão econômica, como Ilhas Maurício, Nepal, Georgia e Belize. Há até a observação de que o presidente da China, Xi Jinping - que não sai de seu país desde que a pandemia teve início - participará do evento por meio de um discurso que poderá ser acessado no site da COP-26.

De acordo com o comunicado do evento, os nomes dos participantes formam "a lista de palestrantes que já foram confirmados para entregar uma declaração nacional.

Declarações nacionais de Chefes de Estado e de Governo serão ouvidas após a abertura de a Cúpula de Líderes Mundiais e a abertura do segmento de alto nível". Devido à grande quantidade de participantes, cada um deles terá um tempo máximo de 3 minutos para se pronunciar.

Vídeo

Apesar disso, o Planalto preparou um vídeo de cinco minutos do presidente brasileiro para ser exibido a partir das 11 horas (de Brasília). A transmissão, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), será feita no pavilhão do Brasil, em Glasgow, junto com um espaço montado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

A previsão é que depois de Bolsonaro, o ministro Joaquim Leite (MMA) fale ao vivo por 15 minutos. Ele está em Brasília e viajará para Glasgow na semana que vem.

O evento virtual paralelo do Brasil já teve início. A primeira transmissão foi do painel "Combate ao desmatamento ilegal", que contou com um debate de secretários e outros representantes do MMA na Escócia e em Brasília.

Presidente do Consórcio Brasil Verde, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, viaja nesta sexta-feira, 29, para a Escócia para participar da 26º Conferência do Clima (COP-26). No total, embarcarão para Glasgow 10 dos 22 governadores do grupo criado para ser um contraponto internacional às ações do governo federal em relação ao meio ambiente.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, avisou que não participará do evento e o chefe da comitiva brasileira será o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.

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Casagrande ficará na cidade escocesa até o dia 5, voltando ao seu Estado no sábado, 6. Também participarão da COP-26 pelo consórcio que será oficializado no mês que vem os governadores João Doria (SP), Eduardo Leite (RS), Carlos Moisés (SC), Mauro Mendes (MT), Wellington Dias (PI), Paulo Câmara (PE), Hélder Barbalho (PA), Camilo Santana (CE) e Romeu Zema (MG).

Uma das missões do governador capixaba será justamente a de apresentar o consórcio, argumentando que é a primeira vez que os entes subnacionais criam um grupo nacional na área ambiental.

"Pela primeira vez, o Brasil tem uma organização desse tipo com ações que têm objetivo de reduzir as emissões, como obras de adaptações às mudanças climáticas e ações mais contundentes na área de prevenção", destacou ele, que é engenheiro florestal.

Casagrande também dirá na COP-26 que os Estados, por meio do consórcio, serão grandes articuladores para que alcancem as metas assumidas pelo País. "Vamos fazer muitos contatos e trocar experiências que irão ajudar nas nossas ações daqui para frente", previu.

No domingo, 31, o governador participará da coletiva de imprensa "Dia Mundial das Cidades". Na segunda-feira, 1º, irá ao Encontro de Governadores e Prefeitos da América Latina com a Sociedade Civil - Brazil Climate Action Hub.

Na terça-feira, 2, o capixaba participa do Race to Zero Announcement. O Espírito Santo aderiu oficialmente às campanhas "Race to Zero" (Corrida para o Zero) e "Race to Resilience" (Corrida para a Resiliência), da Organização das Nações Unidas (ONU), em agosto deste ano, visando à redução de emissões de gases de efeito estufa e à resiliência climática.

Na sequência, o governador participa do Latin America Session at LGMA Pavilion, um local para troca de experiências, onde vai expor os programas na área ambiental no Espírito Santo.

Na quarta-feira, 3, Casagrande e os demais governadores participam do Governadores pelo Clima. Ainda na quarta-feira, o governador do Espírito Santo participa do Catapult Dinner, um evento que reúne players importantes, em que os governos vão apresentar os projetos para arrecadação de fundos de investidores.

Na quinta-feira, 4, Casagrande participa do painel "Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030".

O vice-presidente Hamilton Mourão tentou justificar, nesta sexta-feira (28), a ausência do presidente Jair Bolsonaro na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que acontece na semana que vem em Glasgow, na Escócia. De acordo com o general, todo mundo jogaria pedra no chefe do Executivo brasileiro, caso ele comparecesse.

"Sabe que o presidente Bolsonaro sofre uma série de críticas. Então, ele vai chegar em um lugar em que todo mundo vai jogar pedra nele", disse Mourão na chegada ao Palácio do Planalto. "Está uma equipe robusta lá com capacidade para, vamos dizer, levar adiante a estratégia de negociação. É uma negociação que envolve 190 países que vão discutir esse assunto, não é simples", acrescentou.

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Na avaliação do vice-presidente, o governo federal sofre críticas entre ambientalistas também por ser de direita. "A maioria das pessoas que têm consciência ambiental é de esquerda", afirmou nesta sexta-feira.

Em meio a críticas na comunidade internacional em torno da política ambiental brasileira, sobretudo a dificuldade em conter o desmatamento e as queimadas na Amazônia, o País será representado na COP pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Em evento no Palácio do Planalto na segunda-feira, Leite afirmou que gostaria de chegar ao evento multilateral com um consenso sobre o financiamento de medidas para atenuar as mudanças climáticas. Na quarta-feira, em entrevista à TV A Crítica, Bolsonaro afirmou que sua ausência na COP-26 seria uma estratégia do governo.

Sem comparecer à COP, o presidente brasileiro deixará de se encontrar com importantes líderes globais para comparecer a uma cerimônia em Anguillara Veneta, na Itália, cidade de origem da família Bolsonaro. Lá, receberá o título de cidadão local. Hoje, Bolsonaro está em Roma para participar, no final de semana, de reuniões do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 27, que, "a princípio", não vai participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorre a partir de 31 de outubro em Glasgow, na Escócia. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, vai representar o Brasil no evento por uma estratégia do governo, segundo Bolsonaro.

"É uma estratégia nossa lá, que o nosso ministro do Meio Ambiente vai. Já assumimos compromisso e estamos cumprindo", afirmou o presidente em entrevista ao programa Alerta Nacional, da TV A Crítica, sem detalhar, no entanto, o porquê ficará de fora da conferência, que deve reunir líderes mundiais na discussão de medidas para reduzir impactos das mudanças climáticas.

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Bolsonaro voltou a criticar leis que ajudam na preservação da Amazônia e culpou o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) por não ter avançado em compromissos que, segundo ele, reduziriam o desmatamento. "Poderia ter reduzido muito mais se o presidente da Câmara, na época, não tivesse boicotado uma medida provisória nossa que tratava da regularização fundiária", disse o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro recebe nesta terça-feira, 19, no Palácio do Planalto, o presidente da Colômbia, Iván Duque. Haverá uma cerimônia para marcar a visita oficial às 10 horas e, às 11h30, está previsto um pronunciamento à imprensa. Depois, os líderes seguem para almoço no Itamaraty.

A vinda de Duque ao Brasil acontece às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorrerá na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro. O Brasil deve ser cobrado no encontro por avanços na proteção à Amazônia. A Colômbia também abriga parte da floresta e vem estreitando os laços com o País na pauta ambiental. O vice-presidente Hamilton Mourão tem articulado a atuação em bloco das nações amazônicas, mas acabou deixado de fora da COP-26 por Bolsonaro.

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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a vista oficial de Duque tem o objetivo de estreitar laços nos diferentes temas da agenda bilateral. "Com destaque para questões relacionadas a comércio, investimentos, agricultura, tecnologia, energia, saúde, segurança, cooperação fronteiriça e migrações", afirma a pasta, em nota.

Já no Brasil, o presidente colombiano reuniu-se hoje com mais de cem empresários em busca de investimentos. Em sua conta oficial no Twitter, Duque publicou foto com o CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti.

Diante do que considera paralisia do governo federal na regulamentação do mercado de carbono no Brasil e da falta de clareza na posição que o país vai apresentar na COP-26, o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado (CMA), Jaques Wagner (PT-BA), defendeu nesta quarta-feira (6) o protagonismo do Congresso Nacional no avanço da pauta ambiental. A COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) acontece a partir 31 de outubro, em Glasgow, na Escócia. 

Por sugestão do senador, a CMA aprovou requerimento para que os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, e das Relações Exteriores, Carlos França, exponham os planos do governo para a conferência.

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Estamos a menos de um mês do início da COP-26 e até agora é desconhecida a posição do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério de Relações Exteriores levarão para a COP. Qualquer acordo assinado terá que ser referendado por esta Casa. Não pode ser feito à revelia da sociedade”, apontou Jaques Wagner.

Para buscar uma imagem favorável para o Brasil no campo ambiental, o presidente da CMA seguirá junto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e outros senadores em uma comitiva que participará, no próximo final de semana, de reunião preparatória de parlamentares em Roma, a pré-COP 26.

Nós estaremos lá como representantes do Legislativo no esforço para que a posição do Brasil não continue na linha de exceção”, apontou.

Mercado de carbono

De acordo com o senador, notícias apontam que o governo federal pode colocar novamente o Brasil à margem do mundo por uma provável posição contrária a um consenso em torno da regulação do mercado internacional de carbono, uma das prioridades desta edição da COP. Segundo Jaques Wagner, alguns já falam na “exclusão do Brasil dos debates”.

O governo tem criado obstáculos para a aprovação do projeto sobre regulamentação do mercado de carbono na Câmara dos Deputados”, apontou o presidente da CMA. 

O projeto em questão é o PL 528/21, que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) para regular o mercado nacional de carbono.

Da Agência Senado

 

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