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A Noruega anunciou nesta segunda-feira nova doação de R$ 245 milhões ao Fundo Amazônia, em meio à COP28, que ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O anúncio foi feito pelo ministro do Clima e Meio Ambiente do país escandinavo, Andreas Bjelland Eriksen, durante um painel que comemorava os 15 anos da iniciativa do Brasil, gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Os recursos doados devem fomentar, acima de tudo, medidas de combate ao desmatamento e promoção do desenvolvimento sustentável da região amazônica através do Fundo, que figura como o maior projeto de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) do mundo. A iniciativa também destaca a atuação da Noruega no Fundo, cuja contribuição foi pioneira e representa o maior montante, com mais de R$ 3 bilhões doados.

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Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES, afirmou que "este anúncio renova os compromissos da Noruega e é demonstração da confiança de que, com o governo Lula, retomamos o enfrentamento ao desmatamento, depois de quatro anos em que o Fundo Amazônia ficou paralisado", enfatizou. A divulgação contou com a participação da ministra Marina Silva (MMA) e do superintendente de Meio Ambiente do BNDES, Nabil Kadri.

Outras doações

O Fundo Amazônia também recebeu aporte suplementar de R$ 215 milhões pelo Reino Unido durante a cúpula. Neste ano, também anunciaram doações a União Europeia (R$ 110 milhões) e a Dinamarca (R$ 105 milhões). O Fundo recebeu em 2023 R$ 110 milhões do governo da Alemanha, e assinou contrato para a entrada de cerca de R$ 500 milhões do governo britânico, além de R$ 30 milhões do governo suíço e R$ 15 milhões dos Estados Unidos, cuja doação total divulgada é de aproximadamente R$ 2,4 bilhões, sem prazo definido.

O ano de 2023 se destacou pela reestruturação do Fundo Amazônia e de suas estruturas operacionais e institucionais, com a reedição do Decreto que institui o Fundo e determina sua governança, a recomposição do comitê orientador, o COFA, e a revisão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e das Diretrizes e Focos do Biênio aplicáveis ao Fundo.

Criado pelo governo federal em 2008 e paralisado em 2019 na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Fundo Amazônia foi retomado este ano e, desde então, recebeu doações de cinco países e da União Europeia. Os novos recursos - que ainda não foram efetivamente transferidos - chegam a aproximadamente R$ 3,43 bilhões. O montante irá se somar aos R$ 5,7 bilhões que o fundo acumulou ao longo dos últimos 14 anos.

As novas doações foram feitas por Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia, Suíça e Dinamarca. Os alemães formalizaram a intenção de fazer a doação ainda em dezembro do ano passado, enquanto os demais se comprometeram com os valores ao longo deste ano.

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O mais recente deles foi a Dinamarca, após encontro entre o ministro de Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global do país, Dan Jørgensen, e a ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, em Brasília.

Novas doações ao Fundo Amazônia

Alemanha: R$ 190 milhões (35 milhões de euros)

Reino Unido: R$ 500 milhões (80 milhões de libras)

Estados Unidos: R$ 2,5 bilhões (500 milhões de dólares)

União Europeia: R$ 100 milhões (20 milhões de euros)

Suíça: R$ 30 milhões (5 milhões de francos suíços)

Dinamarca: R$ 110 milhões (150 milhões de coroas dinamarquesas)

O Fundo Amazônia reúne dinheiro doado por governos estrangeiros para ser investido em projetos de prevenção, combate ao desmatamento, conservação e uso sustentável da floresta. O fundo é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e as doações só são depositadas mediante a confirmação de efetiva redução de desmatamento alcançada pelo Brasil.

De acordo com o ministério do Meio Ambiente, "o aumento das ações de fiscalização permitiu que as áreas sob alertas de desmatamento no bioma reduzissem 42,5% de janeiro a julho de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado".

Dinheiro em caixa

Ao Estadão, o BNDES informou que o Fundo Amazônia acumulou R$ 5,7 bilhões em recursos desde 2009. Os valores se referem a aproximadamente R$ 3,3 bilhões em doações, mais os rendimentos no período. Desse montante, 93,8% foram doados pelo governo da Noruega, 5,7%, pelo governo da Alemanha, e 0,5% pela Petrobras.

"Foi desembolsado cerca de R$ 1,5 bilhão e outros R$ 200 milhões, aproximadamente, estão comprometidos porque são recursos destinados a projetos já contratados. Esses números fazem do Fundo Amazônia a maior e mais bem sucedida iniciativa de REDD+ do Mundo (em valores e resultados). Já foram apoiados 102 projetos, em todos os estados da Amazônia Legal.

REDD+ é a sigla de "Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal". O conceito, adotado pela Convenção de Clima da ONU, trata de um mecanismo que permite a remuneração daqueles que atuam para evitar as emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e degradação florestal.

As doações ao Fundo Amazônia feitas este ano ainda serão contabilizadas pelo banco de fomento. Segundo o BNDES, os R$ 190 milhões prometidos pela Alemanha em dezembro de 2022 "estão em processo de internalização e se somarão aos números acima". Os demais recursos, por sua vez, "ainda não foram contratados e internalizados no BNDES".

O governo da Dinamarca anunciou nesta terça-feira (29) a intenção de doar 150 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 110 milhões) para o Fundo Amazônia, no período entre 2024 e 2026.

Criado pelo governo federal em 2008, paralisado em 2019 e retomado neste ano, o Fundo Amazônia reúne dinheiro doado por governos estrangeiros a ser investido em projetos de prevenção e combate ao desmatamento e para a conservação e o uso sustentável da floresta.

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Anunciada após reunião realizada em Brasília entre a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro de Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global da Dinamarca, Dan Jørgensen, a doação dinamarquesa ainda depende de aprovação pelo parlamento daquele país. A Dinamarca era um dos países que já estudavam ingressar na lista de doadores do fundo e vinha em negociações com autoridades brasileiras.

Uma declaração conjunta dos governos do Brasil e da Dinamarca, divulgada no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente, informa que "a ministra Marina Silva agradeceu ao ministro Dan Jørgensen e ao governo dinamarquês pela oportuna e significativa proposta de contribuição ao Fundo Amazônia, que apoiará os esforços do governo brasileiro para acabar com o desmatamento na Amazônia até 2030 e contribuirá para promover o desenvolvimento sustentável na Região Amazônica".

A Dinamarca é o quinto país ou entidade de países a demonstrar interesse em colaborar com o Fundo Amazônia desde que foi recriado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no primeiro dia da atual gestão.

Em abril, os Estados Unidos anunciaram doação de R$ 2,5 bilhões; em maio, o Reino Unido se comprometeu a doar R$ 500 milhões; em junho, a União Europeia anunciou aporte de R$ 100 milhões; e, em julho, a Suíça também divulgou que fará doação de R$ 30 milhões..

O Fundo Amazônia é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as doações só são depositadas mediante a confirmação de efetiva redução de desmatamento alcançada pelo Brasil. Desde que começou, com adesões pioneiras de Noruega e Alemanha, o mecanismo já recebeu R$ 3,3 bilhões, que se converteram em R$ 5,5 bilhões devido aos rendimentos financeiros.

A Amazônia Legal engloba nove Estados brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Estado do Maranhão) e corresponde a 59% do território nacional.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (18), em Brasília, que apresentou um plano com o Ministério da Defesa para ampliar a presença das forças de segurança nas áreas florestais da Amazônia. O assunto foi discutido mais cedo em uma reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Eu acabei de voltar do Rio de Janeiro, onde fiz uma reunião com o presidente Aloízio Mercadante e toda a equipe do BNDES. Apresentamos um plano comum do Ministério da Justiça com o Ministério da Defesa, visando, sobretudo, ampliar a presença no território. Esse é o centro da estratégia", disse Dino, em entrevista.

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O BNDES é a instituição financeira responsável pela gestão do Fundo Amazônia, retomado este ano com caixa de mais de R$ 5,4 bilhões. O fundo é alimentado com recursos de doações de países estrangeiros para fomentar projetos de proteção do bioma.

Segundo Flávio Dino, o plano prevê a obtenção de R$ 1 bilhão do Fundo Amazônia via BNDES somado a R$ 700 milhões do orçamento do próprio Ministério da Justiça e Segurança Pública.

"Estamos pleiteando recursos para multiplicar bases fluviais, bases terrestres, multiplicar, portanto, a presença no território com helicópteros, drones, armamentos e aviões e enfrentar esse novo patamar do crime na Amazônia. Monitoramento satelital [por satélite] é importante, inteligência é vital, mas é preciso presença física", enfatizou.

Crime organizado

De acordo com Flávio Dino, a criminalidade na região não é apenas individual, mas capitaneada por facções fortemente armadas e perigosas. Ele citou as dificuldades em concluir, por exemplo, o processo de desintrusão [medida legal para concretizar a posse efetiva da terra indígena] de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. 

"Por que a desintrusão caminhou sem nenhuma morte durante meses, e durante as últimas semanas há confrontos armados? Porque exatamente setores que remanesceram no território, nem todos são vinculados a facções criminosas", explicou.

Entre os garimpeiros mortos nas últimas semanas, após confronto com forças policiais, havia um integrante de facção criminosa com atuação nacional. Essa linha de investigação passou a ser um dos focos de ações de inteligência do governo federal na região.

Dados Durante a entrevista, o ministro da Justiça apresentou balanço de ações recentes das forças de segurança do governo federal na região. Ele citou, por exemplo, o cumprimento de 129 mandados de busca e apreensão, 74 prisões, bloqueio de R$ 183 milhões de recursos provenientes do crime e 465 equipamentos destruídos ou inutilizados.

Em todos os estados da Amazônia Legal, segundo dados da empresa de satélites Planet, divulgados pela Polícia Federal, houve redução de 35,61% no desmatamento do corte raso, na comparação entre os meses de janeiro a abril de 2023 com o mesmo período de 2022.

Os alertas de mineração, que chegaram a 13,8 mil no ano passado, foram reduzidos para 8,5 mil nos quatro primeiros meses de 2023. Apenas na Terra Indígena Yanomami, a redução dos alertas de garimpo foi de 95%, na comparação dos primeiros meses de 2022 com o mesmo período deste ano.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou em conversa com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que seu país doará 80 milhões de libras para o Fundo Amazônia. Em comunicado, o governo britânico descreve a visita de Lula a Downing Street, antes da coroação amanhã do novo monarca do Reino Unido.

Os líderes discutiram também o "grande potencial" na relação bilateral, em temas como saúde, pesquisa e desenvolvimento e tecnologia, diz a nota. No comércio, ambos concordaram sobre a importância do trabalho conjunto para lidar com barreiras comerciais e liberar investimentos entre as nações.

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O comunicado diz que Sunak elogiou a liderança de Lula na questão da mudança climática "e saudou suas reflexões sobre a situação preocupante na Amazônia". A doação ao fundo ajudará a "interromper o desmatamento e salvar a rica biodiversidade da área, acrescentou o primeiro-ministro". Sunak ainda mencionou o fato de que o país participa de uma aliança no âmbito da COP 27 sobre florestas e clima, "outro forte sinal do compromisso do Reino Unido em proteger a Amazônia".

Sunak e Lula ainda discutiram a situação na Ucrânia "e concordaram que a invasão da Rússia foi inaceitável, bem como a morte de civis inocentes". O texto também diz que os dois líderes concordaram que "a paz era do interesse de todos".

"O primeiro-ministro disse que, enquanto forças da Rússia permaneçam na Ucrânia, seria impossível para o país encontrar a paz e reiterou a necessidade de que a comunidade internacional continue a pressionar o presidente Vladimir Putin a retirar suas tropas", diz o texto.

O governo dos Estados Unidos anunciou a doação de U$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o Fundo Amazônia, entre outras iniciativas de combate ao desmatamento direcionadas ao Brasil. O valor proposto pelo presidente Joe Biden ainda precisa ser aprovado pelo Congresso americano.

O anúncio aconteceu no dia 20 de abril, durante o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, após uma série de encontros bilaterais entre os dois países nos últimos três meses. Outras nações, como Noruega e Alemanha, também já se comprometeram a retomar as doações para o Fundo, que esteve paralisado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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“O governo brasileiro tem feito um trabalho muito sério, que dá credibilidade para que países se disponham a fazer doação a fundo perdido para ajudar o Brasil a levantar um novo modelo de desenvolvimento que nos possibilite gerar emprego, renda, prosperidade e preservar as bases naturais”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em coletiva de imprensa após o anúncio da doação. Na avaliação da ministra, a iniciativa encoraja colaborações de outros países.

O Fundo investe em ações de combate ao desmatamento e de promoção da sustentabilidade na Amazônia. Projetos em outras regiões do país também podem ser apoiados, desde que cumpram com as diretrizes estabelecidas. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros Militar (em seus programas de proteção florestal) e órgãos ambientais estaduais estão entre as instituições financiadas. Responsável pelo monitoramento ambiental por satélites, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também é uma entidade apoiada pelo fundo. Além disso, os governos dos estados podem ter projetos aprovados. Por exemplo, entre 2011 e 2017, o governo amazonense recebeu R$ 17,5 milhões para reflorestamento no sul do estado, região sob intensa pressão de desmatamento. 

Segundo Adriana Ramos, coordenadora de Política e Direito Socioambiental do Instituto Socioambiental (Isa), o fundo é o principal financiador das políticas para o meio ambiente na Amazônia e para o monitoramento e controle do desmatamento em todos os biomas. “As novas doações ao Fundo Amazônia são extremamente importantes, pois demonstram a confiança da comunidade internacional com os compromissos assumidos pelo Presidente Lula de desmatamento zero até 2030”, afirma a pesquisadora.

Dissolução e retomada do Fundo

Em 2019, o então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles extinguiu os dois comitês responsáveis pela gestão dos recursos do Fundo Amazônia, inviabilizando o financiamento de projetos e a continuidade das doações. A existência desses comitês é uma condição contratual dos doadores, para impedir que o dinheiro seja utilizado para outros fins. Segundo dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Brasil deixou de investir cerca de R$ 3 bilhões em ações ambientais entre 2019 de 2022, valor que permaneceu retido no fundo após a dissolução dos comitês orientadores.

Em outubro de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a União tomasse as providências necessárias para reativar o Fundo Amazônia. Na ocasião, a maioria dos ministros concluiu pela inconstitucionalidade da extinção dos comitês, pois configuraria omissão do governo em seu dever de preservar a Amazônia. Reinstituídos por decreto em 1º de janeiro de 2023 pelo presidente Lula, os comitês retomaram suas atividades, o que permitiu os novos aportes de recursos.

Como funciona Criado em 2008, o Fundo Amazônia é gerido pelo BNDES e pode ser visto como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais. Apesar dos desafios, o país está entre os que mais diminuiu emissões de gases que causam o efeito estufa.

Entre 2005 e 2016, houve a redução de 71% as taxas de desmatamento, segundo dados apresentados pelo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM). Devido a esses esforços, o Brasil se qualificou internacionalmente para receber recursos de países estrangeiros, como a doação anunciada por Joe Biden.

Comitês

O governo brasileiro tem autonomia para decidir sobre a utilização do dinheiro, mas depende das decisões de duas instâncias: Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) e Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA).  O COFA estabelece os critérios para aplicação dos recursos, enquanto o CTFA atesta a quantidade de emissões de carbono oriundas de desmatamento em território nacional. Anualmente, o Fundo passa por dois processos de auditoria, que avaliam a contabilidade e a adequação dos investimentos aos objetivos do programa. Em todos os anos, os auditores concluíram pela adequação das contas e dos relatórios apresentados pelo BNDES.

O Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA) é formado por três blocos: governo federal, governos estaduais e sociedade civil. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) estão entre seus membros e acompanham a aplicação dos recursos. Estados precisam contar com um plano estadual de combate ao desmatamento para ter direito a voto nas deliberações. Esse comitê também é responsável pela aprovação do Relatório de Atividades.

Já o Comitê Técnico do Fundo Amazônia (CTFA) é composto por cientistas que se reúnem pelo menos uma vez ao ano. A atribuição deles é avaliar a metodologia de cálculo da área de desmatamento e das emissões de carbono adotada pelo Ministério do Meio Ambiente. Como a participação no CTFA é considerada de interesse público, seus membros não recebem qualquer tipo de remuneração. A última reunião deste comitê aconteceu em outubro de 2018, indicando a descontinuidade dos trabalhos nos anos posteriores.

Para Adriana Ramos, o modelo de funcionamento do Fundo Amazônia oferece autonomia na aplicação dos recursos, fortalecendo as políticas ambientais brasileiras.

“Alcançar o desmatamento zero é um desafio imenso que envolve estratégias múltiplas como a demarcação e proteção de terras indígenas, titulação de quilombos e criação de unidades de conservação, destinação de terras públicas, inclusão de critérios de agricultura de baixo carbono no Plano Safra e efetividade do Cadastro Ambiental Rural, para citar apenas algumas das ações que poderão ser apoiadas com recursos do Fundo”, conclui.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta quinta-feira (20) que o aporte dos Estados Unidos para projetos de sustentabilidade no Brasil e combate ao aquecimento global pode chegar a US$ 2 bilhões.

Segundo a ministra, o assessor do governo norte-americano para assuntos do clima, John Kerry, afirmou que a contribuição de US$ 500 milhões ao Fundo Amazônia, anunciada pelo presidente Joe Biden, é apenas a fase inicial de alocação de recursos.

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“A conversa que tive com o secretário John Kerry isso é apenas o início dos esforços para que possamos fazer uma alavancagem, segundo ele, de algo em torno de US$ 2 bilhões, somando todas as frentes de atuação, não somente para o Fundo Amazônia”, afirmou a ministra.

Além dos US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia, o governo dos Estados Unidos irá destinar US$ 1 bilhão para reestruturação florestal na América Latina e US$ 50 milhões para reflorestamento.

Os recursos são do Tesouro norte-americano e precisam da aprovação do Congresso para serem liberados. Marina Silva ressaltou que o governo Biden está empenhado na aprovação do valor prometido pelos congressistas.

Durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos, em fevereiro, Joe Biden afirmou que iria contribuir com o Fundo Amazônia e financiamento de projetos de sustentabilidade no Brasil. 

“Isso é uma conquista muito grande. Tanto por aquilo que significa ter os Estados Unidos contribuindo com o fundo, quanto pelo volume de recursos”, destacou a ministra, em entrevista à imprensa. 

Conforme a ministra, os recursos poderão ser usados, inicialmente, para combate ao desmatamento e queimadas e ordenamento territorial. A meta é que o fundo volte ao foco original, de financiar pesquisas, tecnologia, projetos de desenvolvimento sustentável, bioeconomia e agricultura de baixo carbono “rumo a um novo modelo de desenvolvimento, e não só ações de comando e controle”.

A partir do anúncio de Biden, Marina Silva espera que outros países sejam encorajados a contribuir para o Fundo Amazônia. Alemanha e Noruega já integram o grupo de doadores. 

Plano Safra

Marina Silva adiantou ainda que o Plano Safra 2023/24, principal política de financiamento da agricultura nacional, irá trazer condicionantes para estimular a adesão dos produtores rurais às práticas sustentáveis. 

Segundo a ministra, os produtores que conseguirem a transição para a agricultura de baixo carbono (com menos emissões de gases) poderão obter benefícios e melhores condições de financiamento.

“Quem aderir ao Plano Safra, mesmo que esteja em uma fase inicial, vai aderir com etapas a serem cumpridas ao longo do tempo. Pode até começar na estaca zero, assume o compromisso que vai fazer etapas iniciais, depois medidas intermediárias até conseguir situação que tenha redução de juros em função de resultados alcançados”, explicou.

O presidente dos Estados Unidos, anunciará nesta quinta-feira (20), a contribuição de R$ 2,5 bilhões para o Fundo Amazônia. A informação foi divulgada em comunicado oficial da Casa Branca.

"Hoje, o presidente anunciará que solicitará US$ 500 milhões em cinco anos para o Fundo Amazônia e atividades relacionadas no contexto do compromisso renovado do Brasil de acabar com o desmatamento até 2030", diz um trecho do comunicado (aqui na íntegra).

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Ainda de acordo com a Casa Branca, Biden também convocará outros líderes a prometer apoio ao Fundo Amazônia.

Brasil e Estados Unidos

Setores da grande mídia e a oposição ao Governo Lula chegaran a afirmar que algumas declarações do presidente geraram mal-estar em Washington, por se assemelhar à "propaganda russa e chinesa".

Porém, não há qualquer indício de sanção estadunidense ao Brasil e nem do rompimento de relações.

Não foi a primeira vez que o Brasil, ou Lula, se manifestaram de forma incisiva sobre um assunto envolvendo a postura internacional dos Estados Unidos.

Em processo de retomada, o Fundo Amazônia pretende financiar projetos de proteção a povos indígenas, de controle do desmatamento, combate ao garimpo ilegal e promoção do ordenamento territorial da região, afirmou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, após a reinstalação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), realizada na sede do banco, no Rio de Janeiro. O comitê estava parado desde 2018.

Conforme Mercadante, o fundo já recebeu R$ 3,3 bilhões em doações, como R$ 1 bilhão provenientes da Noruega e R$ 200 milhões da Alemanha. No total, o fundo, gerido pelo BNDES, acumula R$ 5,4 bilhões, com R$ 1,8 bilhão já contratado. 

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O presidente disse ainda que foram liberados R$ 853 milhões para operações de comando e controle coordenadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), R$ 253 milhões para ordenamento territorial e R$ 244 milhões para ciência e tecnologia.

“O grande desafio é sair do modelo predatório para o modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia. E, para isso, nós precisamos de projetos estruturantes que impulsionam uma nova dinâmica, uma nova indústria, uma agricultura de baixo carbono, uma recuperação de pastos degradados. Esse é o grande objetivo estratégico do governo e do fundo. São 28 milhões de pessoas que precisam ter formas alternativas de vida, quando nós vamos combater, de forma implacável, o processo de devastação e destruição da Amazônia”, disse. 

Novos doadores

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo recebeu sinalização de interesse da França, da Espanha e da União Europeia de doarem recursos para o Fundo Amazônia. Na última semana, os Estados Unidos também manifestaram interesse em participar.

Para a ministra, o interesse de doadores de peso mostra a volta da política ambiental brasileira, com participação e ações da sociedade civil, da comunidade científica e dos governos estaduais e federal.  Sobre a reinstalação do comitê, Marina Silva informou que há 14 projetos, datados de 2018 e estimados de R$ 480 milhões a R$ 600 milhões, já analisados e qualificados para aprovação pelo fundo e que podem ter continuidade se o for o desejo dos proponentes.  A ministra anunciou ainda que o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) será revisado e atualizado até abril, trazendo novas prioridades e destinação de recursos. Até a apresentação desse plano, as ações adotadas terão como base os critérios estipulados em 2018, quando o fundo foi extinto pelo governo passado.

“Por unanimidade, nós priorizamos, dentro do foco do que já está estabelecido, projetos para atendimento à situação emergencial das comunidades tradicionais”, afirmou a ministra, elencando os yanomamis, kayapós e mundurukus.  Dia histórico Para a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o dia de hoje foi histórico.

“É muito importante e necessário retomar o Fundo Amazônia para que a gente possa atender e tirar os povos indígenas dessa emergência em que a gente se encontra hoje, depois desses quatro anos de abandono do governo federal”, disse a ministra, acrescentando que os povos indígenas são responsáveis pela proteção de 82% da biodiversidade mundial.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que o fundo irá apoiar no reflorestamento de assentamentos na Amazônia e também de áreas ilegalmente desmatadas nos últimos quatro anos.

“Estamos recuperando um tempo em que vamos recuperar a floresta amazônica, para que ela cumpra um papel para o clima no Brasil e no mundo. Para isso, estamos convidando os agricultores familiares, os assentados, a integrarem esse esforço de recuperação dessas matas que foram destruídas”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os Estados Unidos contribuam com o Fundo Amazônia, que financia projetos de sustentabilidade com recursos de países ricos. Em entrevista coletiva após encontro com o presidente norte-americano, Joe Biden, Lula disse ter recebido a promessa de entrada do país no fundo.

“Senti muita vontade [de Biden]. O que posso afirmar é que ele vai participar do fundo amazônico”, declarou Lula. Segundo o presidente brasileiro, os Estados Unidos estão convencidos da necessidade de nações ricas financiarem empreendimentos em áreas florestais de países em desenvolvimento para a preservação do meio ambiente.

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“É preciso transformar a riqueza da nossa diversidade em algo que possa ser proveitoso para o povo brasileiro que mora na Amazônia”, comentou.

O presidente brasileiro disse ter proposto a Biden um grupo neutro para negociar um possível acordo de paz para a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula informou que já apresentou a sugestão ao presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que esteve em Brasília na semana passada.

Segundo Lula, os trabalhos começariam pela negociação de um cessar-fogo ou de um armistício. “A primeira coisa [do grupo] é terminar a guerra. Depois, negociar o que for acontecer no futuro”, afirmou. “Estou convencido de que é preciso encontrar uma saída para colocar fim a essa guerra. E senti da parte do presidente Biden a mesma preocupação, porque ninguém quer que essa guerra continue. É preciso que tenha parceiros capazes de construir um grupo de negociadores que os dois lados acreditem”.

Em relação à ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), Lula disse ter levado a sugestão, historicamente defendida pela diplomacia brasileira, a Biden. O líder brasileiro disse que a ideia foi bem recebida pelo mandatário norte-americano.

“Pedi que outros países possam participar do Conselho de Segurança para que algumas decisões de ordem climáticas sejam tomadas a nível internacional. Senti muita disposição do presidente americano para contribuir com isso”, comentou Lula.

Com Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia como membros permanentes, o Conselho de Segurança da ONU concede o aval das Nações Unidas para guerras. Mais dez países têm assentos rotativos, com qualquer um dos cinco países com assentos permanentes tendo poder de veto.

Sobre a retomada de relações diplomáticas do Brasil com a África, Lula anunciou que pretende viajar a três países do continente: Angola, África do Sul e Moçambique. Em suas redes sociais, o presidente disse que a viagem a países africanos "é uma obrigação histórica e humanitária."

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Neste sábado (11), Lula escreveu em suas redes sociais que retorna hoje ao Brasil depois de um ótimo encontro com o presidente Joe Biden. "Estamos voltando a estabelecer parcerias importantes para o cuidado com nosso meio ambiente e na defesa da democracia. O Brasil está de volta ao debate mundial. Bom dia para todos", postou o presidente brasileiro.

Já o presidente norte-americano postou em suas redes sociais, também neste sábado, que "está construindo uma parceria Estados Unidos Brasil mais forte para gerações que estão por vir".

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Paralelamente ao encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler alemão Olaf Scholz, em Brasília, na próxima segunda-feira, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a ministra Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, se reunirão para tratar de projetos de cooperação entre os dois países, como o Fundo Amazônia.

O Fundo foi suspenso durante o governo de Jair Bolsonaro e a expectativa é a de que os dois países assinem um acordo de retomada. O Fundo contará com um total de 35 milhões de euros. De acordo com o governo, a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável teve início há seis décadas e envolve governos, iniciativa privada e sociedade civil. O apoio no setor de florestas ocorre desde a Rio-92.

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Há previsão de que as ministras concedam entrevista coletiva às 9h30, após o encontro.

O presidente Luiz INácio Lula da Silva deve assinar na segunda-feira, 30, um acordo com o chanceler alemão Olaf Scholz, que está no Brasil na próxima segunda-feira (30), para a retomada do Fundo Amazônia. O país europeu enviava recursos de financiamento para o Brasil, mas o processo foi interrompido durante o governo de Jair Bolsonaro.

"Vamos ter algo concreto", disse o embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega durante um briefing sobre a visita do chanceler ao Brasil. Segundo ele, um dos objetivos da visita é o relançamento das relações entre os dois países, buscando rapidamente auferir resultados concretos .

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Nóbrega lembrou que, em dezembro do ano passado, depois do segundo turno da eleição local, a Alemanha já disse que tinha clara disposição de retomar o fundo. Na ocasião, se falou em estender 35 milhões de euros da parte alemã.

De acordo com o embaixador, a troca de notas prevê uma contribuição do KFW (banco alemão similar ao BNDES local) de até 10 milhões de euros para projeto de conservação florestal na Amazônia no Brasil, com foco em bioeconomia. Outra linha é de até 21 milhões de euros com foco em controle de desmatamento. "Estes são concretos", disse sobre o montante de 31 milhões de euros, dos 35 milhões de euros totais. "É a oficialização do que foi anunciado. Estava pendente há algum tempo."

O Reino Unido está considerando ingressar no Fundo Amazônia, reaberto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para financiar a sustentabilidade na floresta tropical, disse a ministra britânica do Meio Ambiente, Therese Coffey. "É algo que estamos analisando seriamente", afirmou à agência Reuters na segunda-feira em Brasília, onde compareceu à posse de Lula, no domingo (1º).

Em 2019, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) dissolveu as instâncias de governança do fundo, em desacordo com os países doadores, Noruega e Alemanha. Os doadores, então, congelaram os recursos. Uma das primeiras decisões de Lula no cargo foi revogar as políticas de Bolsonaro que diluíram a proteção ambiental e ajudaram a contribuir para o desmatamento, que atingiu o maior nível em 15 anos, incluindo uma medida que incentivava a mineração em terras indígenas protegidas. Lula também reabriu o fundo.

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Coffey disse que o Reino Unido tem muito a oferecer ao Brasil, incluindo programas de sustentabilidade rural e arquitetura de baixo carbono para ajudar na mobilização de fundos com sua força como um centro global de finanças verdes. A Grã-Bretanha já é o terceiro maior colaborador do Brasil no meio ambiente, tendo comprometido mais de 250 milhões de libras de seu fundo piloto internacional, disse a ministra. Coffey se reuniu com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

Alemanha

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou com o KfW, banco estatal de desenvolvimento da Alemanha, contrato de doação de € 35 milhões (cerca de R$ 200 milhões) para o Fundo Amazônia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quinta-feira (27) maioria de votos para determinar a reativação do Fundo Amazônia, criado para captar recursos e financiar medidas de proteção ao meio ambiente na região. Apesar do entendimento, o julgamento ainda não terminou e será retomado no dia 3 de novembro.

  A Corte julga uma ação declaratória de omissão para garantir o funcionamento do fundo. A ação foi protocolada em junho de 2020 por partidos de oposição, entre eles, PT, PSB, PSOL, além de entidades ligadas à defesa do meio ambiente. Todos pedem que o Supremo reconheça a omissão do governo federal em implantar medidas para o desbloqueio de R$ 1,5 bilhão em recursos do fundo. 

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Até o momento, a maioria dos ministros seguiu voto proferido pela relatora, ministra Rosa Weber, para quem o governo federal deve retomar a gestão do fundo no formato de governança original para combater o desmatamento na região.  O voto foi seguido pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Dias Toffoli. 

Na sessão de ontem (26), André Mendonça seguiu a relatora em parte e entendeu que não há omissão no caso, mas inconstitucionalidade em alguns artigos. Nunes Marques votou pela rejeição da ação. 

Criado em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Em 2019, a Alemanha e a Noruega suspenderam os repasses para novos projetos após o governo brasileiro apresentar sugestões de mudanças na aplicação dos recursos e extinguir colegiados de gestão do fundo.

A série de compromissos revistos e assumidos pelo Brasil na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), em Glasgow, na Escócia, não foi o bastante para destravar contribuições bilionárias de países europeus ao Fundo Amazônia, mecanismo que recebia doações estrangeiras para financiar ações de proteção da floresta.

O ingresso de novos recursos foi bloqueado no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro por causa da destruição acelerada do bioma. A Alemanha afirma que não pretende dar mais dinheiro enquanto o Brasil não demonstrar como vai implementar seus compromissos da COP-26. Já a Noruega deseja ver nova redução substancial no desmatamento para retomar doações.

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Na conferência climática, o Brasil assinou acordos multilaterais para proteção de florestas tropicais e redução na emissão do gás metano, além de ter se comprometido a zerar o desmatamento ilegal até 2028, a cortar emissões de gases de efeito estufa à metade até 2030 e a atingir a neutralidade climática (saldo zero entre emissões e absorções de carbono) em 2050.

Analistas avaliam que a sinalização dada pelo País foi positiva, mas será preciso mostrar mudança na prática. "Os compromissos do Brasil na COP são muito bons, mas só são palavras nesse momento. O que precisamos são ações, a implementação desses compromissos", disse ao Estadão o embaixador da Alemanha em Brasília, Heiko Thoms.

A expectativa de diplomatas é de que o novo governo em formação na Alemanha endureça o diálogo ambiental com a equipe de Bolsonaro. Isso porque, com a saída da chanceler Angela Merkel em dezembro, deve assumir o atual vice-chanceler e ministro da Finanças, Olaf Scholz, social-democrata que pretende governar com coalizão formada por verdes e liberais. A composição com os ambientalistas no poder dará mais peso à pauta climática em Berlim, e a diplomacia alemã não enxerga, agora, condições de o Brasil cumprir as metas anunciadas na COP, por falta de verba e pessoal.

GARGALOS

O embaixador alemão enumerou gargalos no plano de ação apresentado pelo País em Glasgow para zerar o desmate ilegal em 2028. A redução de 15% ao ano, a partir de 2022, seria o primeiro passo do Plano Nacional de Controle do Desmatamento. O governo Bolsonaro promete contratar cerca de 700 novos servidores para órgãos ambientais, como Ibama e ICMBio, além de manter um número semelhante de policiais da Força Nacional e mobilizar novamente as Forças Armadas.

"Para mim, é difícil ver como o Brasil vai reduzir o desmatamento no próximo ano em 15%, porque não tem pessoal, não tem financiamento e não tem muito tempo", ponderou o embaixador alemão, durante recepção a jornalistas na embaixada semana passada. "Não podemos reabrir o Fundo (Amazônia) sem a convicção de que o Brasil vai reduzir o desmatamento ainda mais." O governo tem apostado em operações militares para combater crimes na floresta, o que não freou a devastação.

O embaixador classificou o desmate como o "grande obstáculo" para tornar a cooperação entre os países ainda mais profunda. "É muito fácil fazer, o Brasil já fez isso entre 2004 e 2012 e poderia fazer a mesma coisa agora", disse Thoms.

VERBA. A sinalização alemã contraria a expectativa de membros do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Conselho da Amazônia. Ele esperava avanços no financiamento a partir dos anúncios na COP. "Quanto à retomada de repasses, espera-se que um acordo possa ser alcançado em um futuro não tão distante. Para tanto, faz-se importante observar uma redução na taxa de desmatamento, bem como planos de combate ao desmatamento baseados na ciência e uma definição de comum acordo quanto à estrutura de governança do fundo", disse a embaixada norueguesa ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem aprovar nenhum novo apoio desde 2018, o Fundo Amazônia, formado com doações bilionárias da Noruega e da Alemanha, tem 40 projetos com processos de análise congelados, num total de R$ 1,409 bilhão. Os recursos seriam para equipar órgãos de fiscalização, como o Ibama - que, sem dinheiro, mandou recolher do campo brigadistas que atuam no combate às queimadas. O dinheiro também ajudaria várias ONGs - alvos frequentes de críticas do presidente Jair Bolsonaro - a tocar ações de desenvolvimento sustentável.

O caso voltou à cena nesta sexta-feira (23) na primeira de duas audiências públicas de uma ação judicial que questiona, no Supremo Tribunal Federal (STF), a paralisia do mecanismo. A ministra Rosa Weber é a relatora da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, apresentada por quatro partidos de oposição - PSB, PSOL, PT e a Rede. Também participam da mesa virtual os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

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A audiência é mais um capítulo na disputa entre o governo Bolsonaro e os países doadores em torno do uso dos recursos. O Ministério do Meio Ambiente levanta suspeitas de irregularidades na sua aplicação.

Polêmica

Com base nas suspeitas que levantou, o governo extinguiu o Comitê Orientador do Fundo Amazônia, principal órgão de governança do fundo, alegando que pretende reformular a gestão. Descontentes com as mudanças, as nações patrocinadoras suspenderam os repasses de novas parcelas.

Criado em 2008 durante o governo Lula, com R$ 3,2 bilhões da Noruega e R$ 200 milhões da Alemanha, o Fundo Amazônia é uma iniciativa de recompensar financeiramente países em desenvolvimento pela redução de gases do efeito estufa ligados ao desflorestamento. Até 2018, 103 projetos, com valor total de R$ 1,860 bilhão, foram aprovados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do fundo. Diante do impasse, o banco suspendeu os novos projetos.

A suspensão tem duas consequências principais. Primeiro, atinge ações de fiscalização contra o desmatamento ilegal e combate a queimadas, a cargo dos governos locais. O fundo financiou equipamentos para Ibama e Corpos de Bombeiros estaduais, assim como iniciativas de cadastramento de propriedades rurais pelos Estados.

A outra consequência do congelamento do fundo é a inviabilização de projetos de fomento a práticas econômicas sustentáveis. São iniciativas que, além de contribuir para a diminuição da derrubada da floresta, poderiam impulsionar a economia de baixo carbono na Região Amazônica. O site do Fundo Amazônia informa que 338 instituições foram apoiadas, em ações que atingiram 193 mil pessoas.

Ouvidos pelo Estadão, representantes de entidades com trabalho socioambiental relataram impactos positivos do Fundo Amazônia na redução do desmate. Também criticaram a política ambiental do governo federal. As instituições consultadas têm projetos apoiados pelo fundo, mas análises independentes também concluíram pela eficácia do mecanismo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vídeo, que é datado de maio deste ano, mostra caçadores matando as baleias em uma praia, deixando a água do mar tingida de sangue. Ao compartilhar a gravação, Bolsonaro alega que cerca de 40% do Fundo Amazônia é direcionado para ONGs, "refúgio de muitos ambientalistas". "Veja a matança das baleias patrocinada pela Noruega", escreveu o presidente.

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Entretanto, de acordo com a Agência Lupa, que verificou as imagens, a gravação foi feita nas Ilhas faroé, arquipélago no Atlântico Norte, dependente da Dinamarca, onde acontece um festival anual chamado Grindadráp. Segundo a Lupa, neste festival, os caçadores encurralam baleias usando barcos e direcionam os animais para praias locais. 

O Fundo Amazônia já recebeu R$ 3,1 bilhões nos últimos 10 anos oriundos da Noruega. O país é o maior doador para a iniciativa.  Assim que foi anunciada a suspensão, o presidente chegou a disparar contra o ex-parceiro. 

“A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a oferecer para nós. Pega a grana e ajuda a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha", alfinetou. A Alemanha também suspendeu o repasse de verbas. 

O presidente Jair Bolsonaro criticou a Noruega ao comentar a suspensão de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, para ações contra o desmatamento no Brasil. "Noruega? Não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a oferecer para nós", reagiu o presidente.

Bolsonaro reforçou posicionamento feito ontem dizendo para o governo norueguês "pegar a grana" bloqueada para "ajudar" a chanceler alemã Angela Merkel a reflorestar a Alemanha. Os dois países são responsáveis por 99% das doações do Fundo Amazônia, que financia ações de preservação ambiental.

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No último final de semana, o governo alemão disse que vai congelar investimentos de cerca de 25 milhões de euros (o equivalente a R$ 155 milhões) que seriam destinados a diferentes projetos de proteção ambiental no Brasil. Sobre o assunto, Bolsonaro disse que ficou "surpreso". "Como se o país dela (Merkel) fosse algum exemplo para o mundo na questão de preservação ambiental", disse.

Questionado se não está preocupado com a imagem do País no exterior diante dos bloqueios anunciados pela Alemanha e Noruega, Bolsonaro negou. "A imagem péssima que o Brasil tinha era a subserviência a essas potências."

"Elas (Noruega e Alemanha) não estão de olho na floresta amazônica, querem a sua soberania e a sua riqueza. Isso eu falo na Câmara dos Deputados desde 1991. Nós, na floresta amazônica, temos coisas que o resto do mundo não tem mais. E o pessoal está de olho nisso", afirmou.

Assim como já foi dito pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, Bolsonaro considera que o Brasil está "perdendo a guerra da informação nessa questão importante" que envolve a Amazônia.

Ele lembrou conversas que teve durante a reunião da cúpula do G-20 com Merkel e o presidente da França, Emmanuel Macron. "Não tem prazer maior que você chegar na reunião do G-20, representando o seu país sem dever nada para ninguém. E ali você expor o que você tem de falar, da forma como falei educada com Ângela Merkel e Emmanuel Macron, dizendo que o Brasil está sob nova direção."

O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou nesta quinta-feira, 15, que o país europeu suspendeu o repasse de 300 milhões de coroas norueguesas, o equivalente a R$ 133 milhões, para ações contra o desmatamento no Brasil. De acordo com o jornal norueguês Dagens Næringsliv, Elvestuen considera que o País não está cumprindo o acordo de preservação da Floresta Amazônica.

A Noruega é a principal financiadora do Fundo Amazônia e, em julho, não aceitou a proposta do governo de Jair Bolsonaro de alterar a gestão do programa.

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Questionado sobre a decisão do país europeu, o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que as negociações sobre o destino do fundo ainda estão em andamento e que, por isso, vê como "natural" a decisão de reter repasses à iniciativa.

"As tratativas sobre o Fundo Amazônia ainda não foram concluídas, portanto é natural que novas contribuições aguardem esse desfecho", declarou o ministro à reportagem.

A decisão da Noruega era esperada. Na semana passada, em tom crítico ainda não visto em público, Salles disse, em audiência pública na Câmara, que a Noruega não tinha moral para falar do desmatamento no Brasil, por causa de suas políticas ambientais.

"A Noruega é o país que explora petróleo no Ártico, eles caçam baleia. E colocam no Brasil essa carga toda, distorcendo a questão ambiental", disse o ministro.

Dois dias depois, a Noruega reagiu e emitiu nota para afirmar que "está comprometida a continuar com a gestão responsável, prudente e sustentável dos seus recursos petrolíferos". A indústria petrolífera norueguesa, declarou, "é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental".

"As atividades petrolíferas norueguesas estão entre as mais limpas do mundo, devido à rigorosa regulamentação governamental e aos altos padrões tecnológicas da indústria norueguesa", informou a embaixada.

Bloqueio da Alemanha

Outro país europeu que bloqueou verbas destinadas à preservação da Amazônia foi Alemanha, com o corte de € 35 milhões, cerca de R$ 155 milhões. Em entrevista publicada no sábado, 10, pelo jornal Tagesspiegel, a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, afirmou que a política do governo brasileiro na Amazônia "levanta dúvidas se uma redução consistente das taxas de desmatamento ainda está sendo perseguida".

Na quarta-feira, 14, Bolsonaro rebateu o governo alemão e disse que a chanceler Angela Merkel deve "pegar a grana" bloqueada para preservação ambiental e reflorestar a Alemanha.

"Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu US$ 80 milhões para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui", disse o presidente brasileiro, que mencionou uma quantia maior do que anunciada oficialmente pelo governo alemão.

Na sequência, Bolsonaro disse que não precisa do dinheiro alemão. Schulze respondeu que a reação do brasileiro mostra que a Alemanha está "fazendo exatamente a coisa certa".

O que é o Fundo Amazônia?

Criado em 2007, o Fundo Amazônia capta doações não reembolsáveis da Noruega e da Alemanha para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento. O balanço de suas ações concluído até 2018 aponta que R$ 3,4 bilhões em doações foram injetados no programa. Desse total, R$ 1,9 bilhão de recursos foram alocados para projetos selecionados e outros R$ 1,1 bilhão já foram desembolsados.

Atualmente, o Fundo Amazônia tem 82 projetos em andamento na região. Outras 21 ações já foram concluídas. Das doações recebidas até hoje, R$ 3,186 bilhões vieram do governo da Noruega (94%) e R$ 193 milhões do governo da Alemanha (5,5%). A Petrobras chegou a fazer, no passado, um repasse de R$ 17 milhões (0,5%).

Até 2018, discutia-se a possibilidade de os países europeus fazerem uma nova injeção de recursos no fundo, uma vez que sempre aprovaram os resultados dos trabalhos executados, os quais são apresentados por organizações socioambientais, Estados e municípios.

Desde o início deste ano, porém, o governo disse que não estava satisfeito com a gestão do Fundo feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), exonerou servidores técnicos que atuam neste gerenciamento e disse haver supostas irregularidades no programa, as quais nunca foram apresentadas.

Após a decisão do governo federal de paralisar as ações do Fundo Amazônia, sob a justificativa de que teria encontrado supostas irregularidades na condução do programa pelo BNDES, os maiores Estados da Região Norte passaram a buscar parcerias diretas com doadores internacionais para financiar ações de combate ao desmatamento. Há consenso de que a devastação avança e que faltam recursos para fiscalizar e proteger a floresta.

Nas últimas semanas, representantes da Alemanha e da Noruega, os maiores doadores do fundo, se reuniram com integrantes desses Estados para discutir alternativas de repasses diretos, sem a necessidade de passar pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Os encontros e discussões foram confirmados pelos governadores do Pará, Amazonas e Mato Grosso - que está na área de influência da floresta e integra a chamada Amazônia Legal.

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Criado em 2007, o Fundo Amazônia é um programa tocado pelo governo federal, em parceria direta com os países europeus. A possibilidade de o acordo acabar acendeu um alerta nos Estados, que analisam a possibilidade de abrir um canal direto com os doadores internacionais, inclusive sem a participação do BNDES. Os recursos, avaliam, poderiam ser direcionados, inclusive, a instituições financeiras estaduais, como o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Pará. "Tudo está em aberto. São possibilidades", afirmou o governador paraense, Helder Barbalho (MDB).

"Temos de buscar alternativas econômicas que possam garantir a sustentabilidade da floresta em pé. Está muito claro que Alemanha e Noruega estão buscando parceiros. Nós temos o desejo e a demanda. Se isso será feito por meio de uma articulação federal, não somos contrários a isso. Agora, nós não vamos ficar a reboque disso", disse. "Já temos parceria com a Alemanha. Agora estamos consolidando uma agenda para fazer um road show com a Noruega, que possa permitir a formalização de nossas parcerias."

Em junho, o governo do Pará assinou um contrato de contribuição financeira direta com o banco de desenvolvimento alemão KFW - o mesmo que faz as doações por meio do Fundo Amazônia - no valor de ¤ 12,5 milhões (R$ 55,2 milhões). O objetivo: redução do desmatamento, com ações para o fortalecimento do licenciamento, monitoramento e fiscalização, e para desconcentração da gestão ambiental no Pará. "Nosso desejo é que o Fundo Amazônia continue e que seja fortalecido. Não adianta o governo federal ficar discutindo dados. É fato que há uma expansão de desmatamento", completou Barbalho.

Paralelamente ao Fundo Amazônia, Alemanha e Reino Unido têm realizado convênios pontuais com Estados da região para financiar iniciativas de combate ao desmatamento. Esses, no entanto, estão longe do potencial dos R$ 3,4 bilhões doados, a fundo perdido, pela Noruega (94%) e Alemanha (5,5%). Por isso, os Estados consideram crucial a continuidade do acesso aos recursos, mesmo sem a participação federal.

"Essa situação de paralisia do Fundo Amazônia por causa desses embates é algo que nos preocupa muito porque há uma urgência em utilizarmos recursos, não apenas para proteger, mas para conservar", disse Wilson Lima (PSC), governador do Amazonas. "Os investimentos do Fundo Amazônia precisam estar mais próximos dos principais interessados, que é quem mora na Amazônia."

Lima disse que tem buscado ampliar os investimentos com o banco KFW e com outros apoiadores internacionais que tenham interesse em ajudar na proteção da Amazônia. "Respeitamos essa questão do governo federal, mas a gente vai, na medida do possível, estabelecendo essas parcerias internacionais, entendendo o que é prioridade dentro de nossa política pública."

Diagnóstico

A gestão do Fundo Amazônia virou foco de crise desde maio, quando o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou ter encontrado "fragilidades na governança e implementação" dos projetos em contratações feitas pelo BNDES. A diretoria responsável pela execução do programa no banco foi afastada, o que resultou em protestos dos servidores e pedidos de exoneração.

O governo anunciou que apresentaria as irregularidades e proporia uma nova estrutura de operação. Até hoje, porém, essa nova estrutura não foi detalhada e não há previsão de um novo acordo. "Estamos tocando nossas ações internas e temos buscado construir pontes diretas com algum tipo de mecanismo ou organismo que possa nos ajudar, seja pelo Fundo Amazônia ou outras iniciativas", disse Mauro Mendes (DEM), governador do Mato Grosso. "Tenho recebido embaixadores da Noruega, Reino Unido, Alemanha, Chile e Luxemburgo." Mato Grosso também já recebeu valores do banco alemão KFW.

Questionada sobre o tema, a embaixada da Noruega declarou que "ainda" não há parcerias diretas firmadas com os Estados da área de influência da Amazônia. A embaixada alemã informou que não iria comentar. Ricardo Salles disse que "os Estados têm todo direito de fazer isso (parcerias diretas)". "Espero que obtenham o máximo de recursos possível." O ministro disse achar possível chegar a um acordo com a Noruega.

Os governos da Noruega e da Alemanha afirmam que nunca encontraram problema na gestão do fundo. O do Brasil, porém, insiste que há irregularidades e critica duramente a participação de ONGs nas ações promovidas nos Estados. O argumento é que a maior parte dos recursos seria usada para pagar funcionários de organizações, em vez de ir diretamente para o combate ao desmatamento.

Embate

Na semana passada, as relações entre o governo brasileiro e o da Noruega se desgastaram ainda mais. Em audiência na Câmara, Salles disse que os noruegueses não podiam criticar o Brasil porque tinham passivos ambientais graves, como explorar petróleo no Ártico e caçar baleias. O país reagiu e declarou que sua indústria petrolífera "é líder global em padrões de saúde, segurança e proteção ambiental" e que sua atividades petrolíferas "estão entre as mais limpas do mundo".

A decisão dos governos estaduais de buscar acordos diretos com os países europeus ocorre no momento em que o presidente Bolsonaro enfrenta forte resistência internacional por causa dos altos índices de desmatamento recém divulgados. Internamente, a visão do Planalto em relação à questão ambiental não é vista como um bom negócio pelos governadores, que buscam saídas para a falta de recursos especialmente em áreas carentes da floresta.

Os governadores do Amazonas e de Mato Grosso são alinhados com políticas de Bolsonaro e procuram manter diálogo com o Planalto. No Pará, porém, Helder Barbalho foi um dos governadores que, no segundo turno da eleição do ano passado, adotaram postura neutra, e não apoiaram o então candidato do PSL. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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