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As autoridades de Ottawa, no Canadá, anunciaram neste domingo (6) "estado de emergência", depois que milhares de manifestantes, muitos em caminhões de grande porte, interromperam a capital pelo segundo fim de semana consecutivo em protesto contra as medidas sanitárias do governo contra a Covid-19.

O significado da declaração não ficou imediatamente claro. "Declarar um estado de emergência reflete o sério perigo e ameaça à segurança dos moradores representados pelas manifestações e destaca a necessidade de apoio de outras jurisdições e níveis de governo", disse no fim da tarde de domingo o prefeito da cidade, Jim Watson. Horas antes, ele pediu ajuda e disse que a situação "está fora de controle".

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Os protestos, que começaram em Ottawa no dia 29, se estenderam no fim de semana a outras grandes cidades canadenses, enquanto dezenas de caminhões e manifestantes mantinham o centro da capital paralisado.

"A situação está atualmente fora de controle porque os manifestantes impõem sua lei, disse Watson a uma radio local. "Os manifestantes são muito mais numerosos do que nossos policiais." "Estamos perdendo a batalha. Devemos recuperar a cidade", acrescentou.

O movimento, denominado "Comboio da Liberdade", começou contra a decisão de obrigar os caminhoneiros a se vacinarem contra Covid-19 para cruzarem a fronteira com os EUA. Logo o protesto se transformou em uma mobilização contra todas as medidas sanitárias e contra o próprio governo do primeiro-ministro Justin Trudeau.

Os manifestantes dizem que pretendem permanecer nas ruas até que todas as restrições sanitárias sejam levantadas. Eles soltaram fogos de artifício, viraram automóveis e os caminhoneiros usaram suas potentes buzinas.

Protestos similares, mas de menor intensidade, também ocorreram em outras cidades canadenses, como Toronto, Quebec e Winnipeg.

O chefe de polícia de Ottawa lamentou não ter meios suficientes para acabar com o que qualificou de "estado de sítio" na cidade e pediu "recursos suplementares". A polícia da capital espera receber 250 agentes da guarda real do Canadá, um corpo da polícia federal do país. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo federal entregou na sexta-feira (11), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o plano nacional de imunização contra a Covid-19 sem informar no documento uma data para início da imunização no País. O plano foi enviado ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski nas vésperas do julgamento marcado para esta semana para discutir a obrigatoriedade da vacina e a apresentação de um plano federal contra a doença. No sábado, Levandowski autorizou a divulgação do documento.

Inicialmente, o Ministério da Saúde previu o início da vacinação para março. Na semana passada, porém, o ministro Eduardo Pazuello disse que a ação começaria em fevereiro. Em terceira mudança de data, falou que a imunização poderia ter início este mês ou em janeiro, se houvesse aprovação de uso emergencial de vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nenhuma das datas, porém, foi citada no plano entregue ao STF.

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Como divulgado anteriormente, o plano prevê vacinar 51,4 milhões de brasileiros de grupos prioritários - profissionais de saúde, indígenas, idosos, portadores de doenças crônicas, professores e forças de segurança. Segundo a pasta, os técnicos mapearam os grupos prioritários para vacinação no 1º semestre de 2021, mas o documento não não informa o cronograma de imunização. Em divulgação anterior, o ministério havia informado que a campanha com esses grupos iria até dezembro. O governo estima precisar de 108,3 milhões de doses para a campanha, considerando a aplicação em duas doses e perda estimada de 5%.

A pasta destaca que prevê oferecer a vacina à toda população, mas diz que, enquanto não há doses para todos, o foco será os grupos prioritários. "A interrupção da circulação da covid-19 depende de uma vacina altamente eficaz sendo administrada em parcela expressiva da população (maior que 70%). Em um momento inicial, onde não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação é contribuir para a redução de morbidade e mortalidade", aponta o plano. O governo diz que, sem vacina, seria preciso ter ações de distanciamento social de um a dois anos para evitar colapso das redes de saúde.

Garantidas

No documento, o ministério apresenta como "garantidas" 300 milhões de doses de vacinas, das quais mais de 180 milhões viriam do acordo com Oxford/AstraZeneca, 42 milhões seriam pelo Covax Facility, iniciativa encabeçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e outras 70 milhões seriam da Pfizer. No trecho em que lista as vacinas "já garantidas", o governo não cita a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantã. Mas destaca que haverá "crédito extraordinário para aquisição de toda e qualquer vacina que adquira registro de forma emergencial ou regular que apresente eficácia e segurança". A gestão Bolsonaro prepara medida provisória para liberar R$ 20 bilhões para comprar e centralizar a distribuição de imunizantes no País.

O plano revela ainda que a Pfizer se comprometeu a entregar 2 milhões de doses até março ao ministério, o suficiente para vacinar só 1 milhão de pessoas. O volume é menor do que o prometido pelo presidente da empresa, Carlos Murillo, em reunião da Câmara semana passada, quando ele havia estimado a entrega de 4 milhões de doses no 1º trimestre de 2021. O total não imunizaria nem 20% de todos os profissionais de saúde do País (5,8 milhões).

No documento, o ministério não traz planejamento de quais indivíduos seriam os primeiros vacinados dentro dos grupos prioritários, já que, inicialmente, não deve haver doses disponíveis para todo o público-alvo.

O plano também não informa exatamente quando deverão chegar as primeiras doses das vacinas de Oxford e do Covax. Apenas diz que 100 milhões de doses da primeira devem ser entregues até julho de 2021 e, a partir daí, seriam 30 milhões de doses por mês no 2º semestre. Não há previsão de prazo para chegarem as vacinas do Covax.

O material ressalta que, como as vacinas não puderam ser testadas em todos os grupos de pessoas, pode haver precauções e contraindicações temporárias, até que surjam mais evidências. É o caso de menores de 18 anos, gestantes e pessoas que já tiveram reação anafilática confirmada a qualquer componente da vacina ou a uma dose anterior do imunizante.

Justificativa

Questionado pelo Estadão sobre a ausência de cronograma de vacinação e chegada das doses, o ministério disse que "seria irresponsabilidade marcar qualquer data sem antes ter dados científicos suficientes" e afirmou que, "assim que a Anvisa apresentar uma vacina segura, eficaz e cientificamente comprovada", o ministério irá apresentar um cronograma". Sobre as várias datas informadas por Pazuello, justificou que acompanha os avanços dos laboratórios de todo o mundo e que, com a possibilidade de adquirir a vacina da Pfizer, "surgiram novas possibilidades de antecipar o que estava previsto".

Mudanças de calendário

Primeiro cronograma: Em 1º de dezembro, o Ministério da Saúde prometeu vacinar, de março a dezembro do ano que vem, 51 milhões de brasileiros, dos grupos prioritários.

Segunda promessa: Após uma semana, o governo admitiu negociar doses da Pfizer e disse que era possível começar a imunização no fim de fevereiro. A promessa de João Doria de iniciar a vacinação em São Paulo em 25 de janeiro também pressionou a gestão Jair Bolsonaro.

Cenário improvável: Em novo discurso, Pazuello disse no dia seguinte que seria possível vacinar a partir deste mês, se houver aprovação de uso emergencial. A data é vista como improvável dentro do ministério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre o protagonismo na vacinação contra o novo coronavírus, o governo federal entregou na última sexta-feira (11) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o plano nacional de imunização. O envio do documento ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski foi feito nas vésperas do julgamento marcado para discutir a obrigatoriedade da vacina e a apresentação, por parte do governo federal, de um plano contra a doença.

O plano de 94 páginas foi divulgado, por determinação de Lewandowski, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dizer ao Estadão que o maior erro político cometido pelo governo até agora foi não se preparar para comprar a vacina contra o novo coronavírus. "Isso pode impactar o projeto de reeleição", afirmou ele, numa referência aos planos do presidente Jair Bolsonaro para 2022.

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Segundo o governo, o Brasil já garantiu 300 milhões de doses de vacinas covid-19 por meio dos acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses, até julho/2020 e mais 30 milhões de doses/mês no segundo semestre); Covax Facility (42,5 milhões de doses) e Pfizer (70 milhões de doses em negociação).

"A interrupção da circulação da covid-19 no território nacional depende de uma vacina altamente eficaz sendo administrada em parcela expressiva da população (>70%). Em um momento inicial, onde não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação é contribuir para a redução de morbidade e mortalidade pela covid-19, de forma que existe a necessidade de se estabelecer grupos prioritários", afirma o plano.

De acordo o governo, o Ministério da Saúde está fazendo "prospecção de todas as vacinas e sediou encontros com representantes de diversos laboratórios que possuem vacinas em fase III de pesquisa clínica, para aproximação técnica e logística".

O governo Bolsonaro definiu que a população prioritária para vacinação na primeira fase serão: os trabalhadores de saúde; as pessoas com 80 anos ou mais; as pessoas de 75 anos a 79 anos; pessoas de 60 anos ou mais "institucionalizadas" (que vivem em abrigos ou casas de repouso); e indígenas. O número de doses estimada é de 29,9 milhões apenas para essa primeira fase.

"Vale ressaltar que os grupos previstos são preliminares, passíveis de alteração a depender das indicações da vacina após aprovação da Anvisa, assim como as possíveis contraindicações. Destaca-se ainda que há outros grupos populacionais considerados prioritários, a serem incluídos dentre as fases apresentadas, discutidos no âmbito da câmara técnica, a exemplo das populações Ribeirinhas e Quilombolas", ressalta o documento.

O plano também destaca que, como as vacinas não puderam ser testadas em todos os grupos de pessoas, pode haver algumas precauções e contraindicações temporárias, até que surjam mais evidências. É o caso de pessoas menores de 18 anos de idade, gestantes e pessoas que já apresentaram reação anafilática confirmada a qualquer componente da vacina ou a uma dose anterior do imunizante.

O governo prevê ainda uma campanha de informação sobre o processo de produção e aprovação de uma vacina, para dar "segurança à vacinação". Em um segundo momento, está prevista uma outra campanha, sobre a vacinação, públicos prioritários e dosagens.

Julgamento

O Plenário do Supremo vai dedicar a sua última semana de trabalho no ano para tratar da controvérsia. Na avaliação de integrantes da Corte, não há outra alternativa a não ser pacificar a questão, enquanto a pandemia volta a registrar aumento na média de mortes e de casos diários.

No momento em que se discute estratégia de vacinação contra a Covid-19, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, nomeou o médico veterinário Laurício Monteiro Cruz ao cargo de diretor de Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Mestre em saúde animal pela Universidade de Brasília (UNB), Cruz atuava como responsável técnicos dos reservatórios da leishmaniose no Distrito Federal (DF).

A nomeação foi publicada nesta segunda-feira (31), no Diário Oficial da União (DOU). Cruz ocupará o cargo de Marcelo Wada, servidor de carreira do ministério que respondia interinamente pelo departamento.

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O departamento que o veterinário assume está dentro da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde (SVS), pasta responsável por traçar a estratégia de controle e prevenção de doenças transmissíveis. Um dos principais temas em debate na SVS e no departamento é a vacinação contra a Covid-19.

Procurado para comentar os motivos da nomeação, o Ministério da Saúde ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

Cruz também é presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal (CRMVDF). O cargo que ele ocupará tem salário de R$ 13.623,39.

Desmonte

O ex-secretário nacional de Vigilância Sanitária Wanderson Oliveira afirmou ser "lamentável" o "desmonte" da pasta. "Nada contra os veterinários, mas essa pessoa que colocaram para coordenar o Programa Nacional de Imunização é um veterinário sem experiência com imunização", disse.

No ministério, Cruz terá papel decisivo em discussões sobre o público que será priorizado em campanha de imunização contra a Covid-19. A pasta tem sinalizado que adotará critérios semelhantes ao da vacinação para H1N1, com maior atenção para idosos e grupos de risco.

A Saúde aposta na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca para imunizar contra o novo coronavírus. O governo federal liberou R$ 2 bilhões para a Fiocruz receber, processar e distribuir 100 milhões de doses da vacina.

De acordo com dados do portal ComicBook, quase 20 anos após a estreia o filme "Harry Potter e a Pedra Filosofal" (2001) ultrapassou US$1 bilhão em bilheteria. O longa-metragem atingiu essa marca, pois voltou a ser exibido em alguns países, como a China, durante o período de pandemia do coronavírus (Covid-19).

O primeiro capítulo da franquia "Harry Potter" é o segundo a alcançar esse número em bilheteria. O primeiro foi o último filme da saga, "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2" (2011).

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Harry Potter nasceu no universo literário criado pela autora J. K. Rowling em 1997 e conta a história de um garoto órfão que vive uma dura rotina na casa de seus tios. Com o passar do tempo, o jovem descobre que pertence a uma família de bruxos e recebe um convite para estudar na famosa escola de magias de Hogwarts, onde conhece Hermione e Rony, que se tornam seus melhores amigos. Os sete livros da saga foram adaptados em oito filmes pela Warner.

Não basta voltar à normalidade. Um Estado engessado, ineficiente e capturado por grupos de pressão será incapaz de oferecer respostas aos estragos de longo prazo da pandemia de Covid-19 nas contas públicas, no mercado de trabalho e nos setores produtivos. A saída não é ampliar os gastos, mas fazer com que os recursos sejam bem aplicados, e que a arrecadação não sobrecarregue os mais pobres. Este são os argumentos centrais de uma proposta de "agenda pós-pandemia", cuja primeira parte será publicada hoje pelos economistas Marcos Lisboa, Marcos Mendes, Laura Muller Machado, Ricardo Paes de Barros e Vinicius Botelho.

Para se esquivar da polarização entre desenvolvimentistas e liberais, alas com diferentes visões sobre o tamanho e o papel do Estado na economia, os autores do documento propõem uma agenda pós-Covid focada no aumento da eficácia das políticas públicas e no enfrentamento dos problemas crônicos do Brasil.

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Marcos Lisboa, presidente do Insper (instituição de ensino superior com sede em São Paulo) e secretário de Política Econômica de 2003 a 2005, no começo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que decidiu coordenar a elaboração do documento ao observar que o debate sobre o enfrentamento econômico à pandemia estava focado no aumento dos gastos. "A discussão não estava entrando no problema principal, que é a dificuldade do Estado de realizar de forma eficaz tanto a arrecadação quanto o gasto público."

O texto dos economistas alerta que o País entrou "fragilizado" na pandemia. "Embora tenha virado moda falar em expansão dos gastos e das políticas públicas, o Brasil não está em condições de fazê-lo. Estamos andando sobre gelo fino e com alto risco de perder o controle da nossa dívida pública, o que nos legaria décadas de inflação alta, instabilidade cambial e estagnação do crescimento econômico. Ao querer expandir a despesa pública para ajudar os mais pobres, poderemos prejudicá-los, expondo-os à falta de emprego e de oportunidades de melhora na qualidade de vida."

Implementação

Embora as sugestões de reformas possam ser lidas como um programa de governo, Lisboa afirma que elas não foram feitas com nenhum político em mente, e que em tese podem ser adotadas por qualquer corrente ideológica. "Vai depender muito se de fato (o político) está comprometido com a melhora das políticas públicas ou com os interesses das corporações organizadas", diz o economista. "Nosso papel é trazer os dados e evidências. Como implementar, aí é uma questão da política."

Um aspecto enfatizado na proposta de agenda pós-pandemia é a necessidade de mudar o foco das discussões entre distintas correntes de economistas. O documento afirma que o debate econômico no Brasil "tem se perdido em polêmicas que ignoram nossos problemas mais profundos". "A controvérsia usualmente contrapõe desenvolvimentistas, que defendem a necessidade da intervenção do Estado para promover o crescimento econômico, e liberais, que criticam o tamanho excessivo do poder público e as suas intervenções fracassadas. (...) Esse debate, no entanto, ignora a relevância de se fazer um bom desenho da política pública e de seus instrumentos para que sejam eficazes e levem aos objetivos pretendidos."

Tópicos

A primeira parte da proposta de agenda, à qual o Estadão teve acesso, analisa "qualidade do gasto e tributação", e tem capítulos dedicados ao temas como baixo crescimento, alto gasto público, baixo aprendizado, desigualdade, proteção a pessoas de baixa renda, inclusão produtiva e socorro a Estados e municípios.

O trabalho apresenta dados que mostram que, em comparação com outros países emergentes, o Brasil aplica mais recursos e obtém menos resultados positivos - por exemplo, nas áreas da educação e da redução de pobreza.

Ao tratar do sistema tributário, os economistas propõem mudanças para torná-lo "mais justo para a sociedade, mais neutro para os investimentos e menos danoso ao ambiente de negócios". Para eles, as distorções na arrecadação de impostos contribuem para reforçar as desigualdades sociais. "No Brasil, não somos apenas ineficientes na alocação dos gastos públicos, mas também na forma como tributamos os mais ricos."

O trabalho traz críticas às políticas de cobrança seletiva de impostos, com diferentes alíquotas a depender dos produtos de consumo sobre os quais incidem. "Esse mecanismo não olha para o comprador, mas para o produto comprado, ou seja, não importa se quem está adquirindo o produto essencial é alguém de alta ou baixa renda. Na prática, isso faz com o que o Estado renuncie a muito mais do que o necessário para beneficiar aqueles que precisam."

Outro aspecto criticado é o fato de, no Brasil, os impostos se concentrarem mais nas empresas do que nas pessoas físicas. "Ao tributarmos o lucro quando apurado, não é possível diferenciar quem e quanto cada sócio ficou mais rico. Ao adotar um sistema misto, cobrando-se uma parte antecipadamente da pessoa jurídica e outra parte após a distribuição, seria possível uma tributação proporcional."

Renda mínima

Para o economista Marcos Lisboa, o Brasil pode acabar prejudicando os mais pobres se as politicas sociais gerarem aumento da carga tributária. "Assim o País cresce menos, gera menos emprego e fica mais pobre", disse em entrevista ao Estadão. Veja abaixo os principais trechos.

Das mudanças propostas no documento, quais são as que mais gerariam resistências? E de onde viriam?

Tem muitas resistências. Esse sistema distorcido que a gente tem, tanto no gasto quanto na arrecadação, é o resultado de pequenos grupos de interesse que se beneficiam. Por exemplo, o Sistema S (formado por Sesc, Sesi e Senai) é uma contribuição compulsória que vai para entidades privadas. Deveria ser opcional. Outro exemplo: a tributação sobre a renda depende do tipo da empresa, não da renda pessoal. Se eu sou pensionista de um fundo de pensão que investiu em empresas grandes, a minha aposentadoria vem de um lucro fiscal tributado em 34%. Se eu estou em uma empresa do Simples, com lucro presumido, vou pagar só uns 10% de tributação sobre a renda, mesmo que eu ganhe R$ 1 milhão por ano. A alíquota de contribuição é dada pela renda das empresas, e não das pessoas, e isso gera inúmeras distorções. Isso é tratar pessoas iguais de maneira diferente e garantir pequenos privilégios para diversos grupos. Cada grupo desses resiste a uma reforma republicana que trate os iguais como iguais.

Em vários países, a crise provocada pela pandemia acendeu o debate sobre a implantação de uma renda básica universal para os cidadãos, por exemplo. No Brasil haveria como se fazer isso?

Em 2003, o Ministério da Fazenda propôs unificar programas de transferência de renda que já existiam e focalizá-los nas famílias mais pobres. Isso gerou muitas críticas da esquerda a essa proposta, que acabou virando o Bolsa Família. Acho bom que esse debate volte. Outra discussão é se seria melhor transferir renda para todo mundo, seja pobre ou rico, e aumentar um pouco os impostos dos ricos. Tem alguns problemas com esse desenho alternativo. Arrecadar imposto tem impacto no bem-estar social e cria distorções sobre a economia. Para cada real que se arrecada, isso tem um custo para o País em termos de produtividade, crescimento e renda. Outro problema é o fato de que o nosso sistema tributário é repleto de distorções. Aumentar a carga tributária sem resolver essas distorções significa ampliar os impactos negativos da política tributária.

Os dados sobre educação expostos no documento apontam que o Brasil, proporcionalmente, está entre os países que mais gastam em educação, mas com desempenho inferior a quem investe menos. Por quê?

O Brasil aumentou muito o gasto com educação, mas os indicadores de aprendizado não melhoraram no ensino médio. Não estamos tratando dos problemas de gestão. E tem muitas experiências bem-sucedidas no Brasil, mas todas passaram por mudanças na gestão. Esse é um debate muito difícil no Brasil.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem depoimento marcado para as 15h desta quinta-feira, 4, no edifício sede da Polícia Federal, em Brasília, no caso em que é investigado por suposto racismo. Será a segunda vez que policiais tentam ouvi-lo no intervalo de uma semana, mas por motivos diferentes.

O inquérito no qual Weintraub deve prestar o depoimento de hoje foi aberto em abril, após o ministro postar mensagem no Twitter em que trocava as letras "r" por "l", ridicularizando o sotaque de alguns chineses ao falar português. Na postagem, o titular da Educação insinuava que a China vai sair "fortalecida" da crise causada pelo coronavírus.

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"Quem são os aliados no Brasil do plano infalível do Cebolinha (personagem criado por Maurício de Sousa) para dominar o mundo?", dizia a postagem Weintraub, que ele apagou depois. Na publicação, o ministro usou uma imagem dos personagens da Turma da Mônica ambientada na Muralha da China e fez referência ao modo de falar de Cebolinha, o que indicaria que se trata dos chineses.

Weintraub havia requisitado ao STF permissão para escolher data e horário em que seria ouvido, mas o ministro do Supremo Celso de Mello negou o pedido nesta quarta-feira, 3. O decano da Corte apontou que essa prerrogativa só vale para testemunhas e vítimas - e Weintraub é investigado.

O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, disse no pedido de investigação enviado ao Supremo que as "peças de informação" revelam que o ministro da Educação "teria veiculado e posteriormente apagado manifestação depreciativa, com a utilização de elementos alusivos à procedência do povo chinês, no perfil que mantém na rede social Twitter".

Após a manifestação de Weintraub, a Embaixada da China no Brasil repudiou sua publicação. "Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil", diz a nota divulgada no Twitter da Embaixada. O comunicado afirma ainda que "o lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude".

Na semana passada, Weintraub ficou calado no depoimento referente a um outro inquérito - o que apura notícias falsas e ameaças a ministros da Suprema Corte. Ele também tem o direito de permanecer em silêncio no depoimento marcado para esta quinta-feira.

Em postagem no Twitter na manhã desta quinta-feira, o ministro defendeu a "liberdade de expressão".

"Enriquecimento ilícito, servidor público bilionário e roubar o dinheiro do cidadão, do pagador de impostos, deveria ser o principal crime a constar na Lei de Segurança Nacional. A LIBERDADE de expressão não pode ser violada, sob nenhum pretexto", publicou. Ele também trocou sua foto de perfil e passou a usar uma imagem em que aparece com uma mordaça na boca.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou recurso apresentado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, para adiar o depoimento que deverá prestar no inquérito sobre suposto crime de racismo contra chineses. A defesa do ministro alegava que, devido ao cargo que ocupa no governo federal, ele teria a prerrogativa de escolher a data e o horário da oitiva. O depoimento está agendado para esta quinta-feira (4), na Polícia Federal.

Celso de Mello alegou, contudo, que a possibilidade prevista é válida somente para as vítimas e testemunhas. Weintraub figura no inquérito como investigado. O ministro do STF afirmou na decisão que, apesar de não poder escolher quando depor, o ministro poderá ficar em silêncio ou não responder às perguntas da PF. O decano também salientou que, por ser investigado, Weintraub não pode ser conduzido coercitivamente a depor.

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"Não assiste aos ministros de Estado, contudo, enquanto ostentarem a condição formal de suspeitos, de investigados, de indiciados ou de réus, o direito à observância, por parte da autoridade competente, da norma consubstanciada no art. 221 do CPP (Código Processual Penal, a norma citada é a que possibilita a escolha de data e horário para depoimento), que - reafirme-se - somente tem incidência na hipótese de referida autoridade haver sido arrolada como testemunha (ou, então, como vítima)", apontou Celso de Mello.

O inquérito de racismo foi aberto em abril após Weintraub publicar um tweet em que insinuou que a China vai sair "fortalecida da crise causada pelo coronavírus", apoiada por seus "aliados no Brasil". O pedido de investigação partiu do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros.

"Quem são os aliados no Brasil do plano infalível do Cebolinha (personagem criado por Maurício de Sousa) para dominar o mundo?", escreveu Weintraub na postagem que em seguida apagou. Na publicação, o ministro usa uma imagem dos personagens da Turma da Mônica ambientada na Muralha da China e, substituindo a letra "r" pela letra "l", faz referência ao modo de falar de Cebolinha, para insinuar que se trata dos chineses.

No pedido enviado ao Supremo, Medeiros afirmou que as "peças de informação" revelam que o ministro da Educação "teria veiculado e posteriormente apagado manifestação depreciativa, com a utilização de elementos alusivos à procedência do povo chinês, no perfil que mantém na rede social Twitter".

Celso de Mello destacou na decisão que, apesar do inquérito ter sido aberto há mais de um mês, e que o ministro teve ciência disso devido a declarações dadas à imprensa na época, sua defesa não apresentou nenhum recurso no período. Na verdade, o pedido da defesa pelo adiamento do depoimento foi enviado à Corte uma semana antes da data agendada para a oitiva. Por conta disso, a análise do recurso enviado após o prazo recursal também se tornou inviável.

O inquérito deu prazo de 90 dias para a Polícia Federal concluir as investigações se Weintraub cometeu ou não crime de racismo contra chineses. Entre as diligências solicitadas pela PGR estão a preservação e posterior obtenção dos dados referentes ao acesso que possibilitou a prática supostamente delituosa, incluindo o número do IP usado pelo ministro na publicação e os registros relacionados à postagem, além do e-mail usado para a criação do perfil @AbrahamWeint no Twitter.

Após a manifestação de Weintraub, a Embaixada da China no Brasil repudiou sua publicação. "Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil", diz a nota divulgada no Twitter da Embaixada. O comunicado afirma ainda que "o lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude".

Diretor executivo da Organização Mundial da Saúde, Mike Ryan foi questionado sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, durante entrevista coletiva virtual. Ryan afirmou nesta sexta, 22, que a entidade reconhece a gravidade do caso do País neste momento e tem dado "assistência direta" a vários Estados, citando alguns dos mais afetados e comentando que São Paulo é o mais afetado em números absolutos, com o Amazonas sendo o mais afetado proporcionalmente ao tamanho da população.

Ryan também disse que a OMS "tomou nota" da orientação do governo federal sobre o uso da hidroxicloroquina. Nesta semana, o Ministério da Saúde publicou protocolo que prevê o uso de cloroquina e da hidroxicloroquina desde os primeiros sinais da covid-19. "Estudos e evidências clínicas não apoiam o uso da hidroxicloroquina para a covid-19", afirmou o diretor executivo da OMS. Na quarta-feira, 20, Ryan já havia dito que esses medicamentos "até agora não se mostraram eficazes" contra a doença.

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a troca no comando da pasta deve ser feita nesta quinta-feira, 16 ou, "no mais tardar", no dia seguinte (quinta-feira, 17). "Mas, enfim, isso deve se concretizar", afirmou.

Mandetta participa de uma videoconferência sobre enfrentamento à Covid-19 na manhã desta quinta-feira, promovida pela Iniciativa FIS, com especialistas e pessoas da indústria da saúde. "Esse vírus não negocia com ninguém. Aqueles que não querem entender que ele é extremamente agressivo ao sistema de saúde acabam ficando presos a análises deles, do organismo individual das pessoas. Sendo que ele é muito mais letal ao sistema de saúde do que ao indivíduo", afirmou Mandetta.

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O ministro disse que ele e sua equipe terão "todo o cuidado" para conduzir a troca de comando na Saúde. "Para amparar quem quer que seja que venha para cá. Não fazer movimento brusco... Eu sou peça menor dessa engrenagem", disse. "O serviço continua."

O presidente Jair Bolsonaro começa a receber nesta quinta-feira nomes que podem ocupar a vaga de Mandetta. O primeiro da lista é o oncologista Nelson Teich, que atuou na campanha eleitoral do presidente, convidado por Paulo Guedes, e tem apoio da classe médica.

Enquanto o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, equilibra-se na corda bamba, autoridades que ocupam o mesmo cargo em outros países também enfrentam pressão durante a pandemia do novo coronavírus, mas por outros motivos. Mandetta trava uma queda de braço com o presidente Jair Bolsonaro ao defender o isolamento social para conter o avanço da pandemia e ver com restrições o uso da cloroquina. Em outras nações, responsáveis pela área da Saúde deixaram o cargo ou foram criticados justamente por descumprir medidas de distanciamento ou por não reagirem à altura da crise.

Na Escócia, por exemplo, a diretora médica do país, Catherine Calderwood, renunciou após ser flagrada viajando durante o período de isolamento social do Reino Unido, que impede esse tipo de deslocamento. Na semana passada, ela foi fotografada pelo jornal The Scottish Sun em Earlsferry, a cerca de 70 km de Edimburgo, onde mora. A diretora chegou a ser advertida pela polícia escocesa.

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No domingo, 12, o número de mortes no Reino Unido passou de 10 mil. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Boris Johnson, recebeu alta após contrair a doença e ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em situação semelhante, o ministro da Saúde da Nova Zelândia, David Clark, deixou o cargo à disposição por ter quebrado as medidas de isolamento e levado a família à praia durante a pandemia. A primeira-ministra, Jacinda Ardern, entretanto, rejeitou o pedido de demissão por considerar que o momento é atípico. Em nota, a premiê reforçou que o que ele fez foi errado e que a Nova Zelândia espera e merece mais de Clark.

Com as medidas restritivas, a Nova Zelândia tem conseguido controlar a propagação, com pouco mais de mil casos confirmados e apenas uma morte.

Na Romênia, o ministro da Saúde, Victor Costache, renunciou ao cargo no dia 26 de março, em meio a críticas por falta de equipamentos em hospitais. O ministro pediu demissão 10 dias após o país decretar estado de emergência. A Romênia registrou mais de 4 mil casos e cerca de 200 mortes decorrentes da doença.

Alguns dias antes, o ministro da Saúde holandês, Bruno Bruins, pediu demissão após desmaiar durante uma discussão sobre a covid-19 com parlamentares. Ele disse que o mal-estar ocorreu por trabalho intenso nas últimas semanas e que não sabia quanto tempo levaria para se recuperar. A estratégia holandesa é de "isolamento seletivo", com foco em pessoas que fazem parte do grupo de risco. Até quinta-feira passada, o país registrava mais de 20 mil casos e quase 3 mil mortes.

Para o professor de Administração Pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Álvaro Guedes, os responsáveis pela área de saúde ganham notoriedade durante a crise simplesmente por cumprirem o seu papel e por fazerem aquilo que se espera.

"Em um ambiente de tanta turbulência, quem faz o que precisa ser feito ganha notoriedade. Por contraste, acaba aparecendo, porque está em um ambiente de pessoas que não fazem aquilo que se espera", comentou Guedes.

No Brasil, Mandetta tem sido alvo de fritura após contrariar o presidente em diversas ocasiões. Após Bolsonaro aumentar as críticas ao ministro e dizer que iria usar a "caneta" contra integrantes de sua equipe que "viraram estrela", o ministro disse que não deixaria o cargo por vontade própria. "Médico não abandona o paciente", afirmou ele em entrevista no dia 6.

Três dias depois, em uma "live" no Facebook, Bolsonaro rebateu. "Médico não abandona paciente, mas o paciente troca de médico", afirmou, sem citar o nome de Mandetta.

Cloroquina

Nos Estados Unidos, as divergências entre o presidente Donald Trump e parte de sua equipe técnica também são escancaradas quase diariamente durante as coletivas de imprensa da Casa Branca sobre o tema.

O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, integrante da força-tarefa do governo americano para conter a pandemia, é tido por especialistas como a voz da sensatez nos pronunciamentos feitos pela equipe. Fauci já desmentiu Trump na frente do próprio presidente ao falar, por exemplo, sobre a cloroquina. Ele frisa que não há eficácia comprovada no uso do medicamento, que tem sido defendido por Trump, e pede cautela na utilização da droga no tratamento do covid-19.

Apesar das diferenças explícitas, Fauci já afirmou em entrevista que nunca viveu uma situação em que Trump se negou a adotar as políticas de enfrentamento ao vírus sugeridas pela equipe médica depois de convencido de que são as medidas mais seguras à população.

Desde o meio de março, Trump vem defendendo as políticas de distanciamento social extremo. O presidente dos EUA demorou a assumir a responsabilidade na crise, o que tem sido apontado por epidemiologistas como uma das razões para que os EUA tenham se tornado o epicentro mundial da pandemia. Mais de 22 mil pessoas morreram no país em decorrência da covid-19 e o pico do problema ainda nem chegou, segundo modelos estatísticos usados pelas autoridades americanas.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender nesta quarta-feira, dia 8, o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 e sugeriu que pode ser divulgado, nos próximos dias, o resultado parcial de um estudo - que ainda vai recrutar pacientes - sobre a eficácia do medicamento.

"Me parece que talvez amanhã ou depois, o Einstein dê uma parcial das pessoas que estão sendo tratadas lá pela cloroquina", afirmou o mandatário em entrevista ao apresentador de TV José Luiz Datena. Procurado pela reportagem, o Hospital Israelita Albert Einstein informou que coordena uma pesquisa já em andamento sobre o tema, mas que ainda não há previsão de quando ela será concluída.

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A instituição também divulgou nota pública nesta quarta em que explica que o estudo "envolverá cerca de 70 hospitais de todas as regiões do Brasil".

"A coalizão Covid Brasil, composta por várias organizações, entre elas o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês, a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), o Hospital Moinhos de Vento e a Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com um estudo em andamento cujo objetivo é testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a covid-19", diz o texto.

A pesquisa contará com 630 pacientes que apresentam um nível moderado da doença, 440 pacientes graves - que já estão em UTI ou Semi-Intensiva, com indícios de desconforto ou de insuficiência respiratória - e outros 290 pacientes de extrema gravidade.

"O recrutamento de pacientes começa em breve", diz a nota. Perguntada se existe a previsão de entrega de um resultado parcial para o governo nos próximos dias, a assessoria do Einstein não respondeu até a publicação desta reportagem.

Leia a íntegra da nota do Hospital Israelita Albert Einstein:

São Paulo, 08 de abril de 2020 - A coalizão Covid Brasil, composta por várias organizações, entre elas o Hospital Israelita Albert Einstein, o HCor, o Hospital Sírio Libanês, a Rede Brasileira de Pesquisa em UTI (BricNet), o Hospital Moinhos de Vento e a Beneficência Portuguesa de São Paulo, conta com um estudo em andamento cujo objetivo é testar a eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-19.

Coordenado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o estudo envolverá cerca de 70 hospitais de todas as regiões do Brasil e testará tanto o funcionamento da hidroxicloroquina sozinha quanto a sua associação com a azitromicina na comparação com o tratamento padrão da doença, que é o de suporte hospitalar em pacientes com o nível moderado da doença.

A pesquisa será dividida em três grupos. O primeiro grupo envolverá 630 pacientes e será formado por pacientes com nível moderado da doença, sem sintomas expressivos e graves, mas que se encontram internados em unidades de semi-intensiva e UTI.

O segundo grupo será formado por 440 pacientes graves que já estão em UTI ou Semi-Intensiva, com indícios de desconforto ou de insuficiência respiratória. Nesta população, será testado se dar azitromicina com hidroxicloroquina tem resultado superior ao uso de somente a hidroxicloroquina.

Já no terceiro grupo, formado por 290 pacientes de extrema gravidade e com a Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (SARA), será avaliado o uso de corticosteroides (terapia antiinflamatória potente) na redução dos dias de ventilação mecânica e de mortalidade entre esses pacientes.

Os três grupos serão simultâneos e toda a parte preparatória desses projetos, como as aprovações, foram completadas com agilidade. O recrutamento de pacientes começa em breve.

Já em relação à administração da hidroxicloroquina no tratamento a pacientes com o novo coronavírus, o Hospital Israelita Albert Einstein utiliza, para casos graves, a hidroxicloroquina isolada ou em associação com azitromicina.

Líderes do agronegócio brasileiro afirmaram, na segunda-feira (6), que é preciso ter cautela na forma como o País trata a China, o principal destino das exportações do setor. É consenso entre as autoridades ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo que o momento é de "pacificação" diante das incertezas causadas pela pandemia do coronavírus. Os comentários foram feitos após postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que irritou autoridades chinesas.

"Nossa preocupação é de pacificar e manter as boas relações. Não queremos briga, precisamos dar suporte ao governo para atravessar a crise. Estamos muito preocupados e precisamos de cautela", afirmou o ex-ministro da Agricultura Neri Geller, hoje deputado pelo PP de Mato Grosso. No Estado, oito de cada dez sacas de soja têm como destino a China.

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O também ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli se disse preocupado. "Não devemos insultar ninguém. E não podemos misturar comércio com política, precisamos de uma posição mais sadia, mais madura."

Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito declarou que "quando a gente abre um tipo de disputa dessas num momento inadequado, o que a gente espera em troca?". "Já temos tantos problemas, não precisa criar mais um. O Brasil não ganha nada com isso, só perde", disse o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto.

Confronto

Uma postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub, nas redes sociais provocou novo tensionamento nas relações entre o Brasil e a China. Após usar o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para ridicularizar o sotaque dos chineses, Weintraub disse nesta segunda que pode até pedir desculpas à embaixada do país asiático por sua "imbecilidade", desde que a China forneça respiradores ao Brasil para o combate ao novo coronavírus.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou que tenha cometido racismo contra o povo chinês após a embaixada chinesa repudiar declarações dele por uma postagem nas redes sociais. Nesta segunda-feira (6), em entrevista ao programa do jornalista Luiz Roberto Datena, na Rádio Bandeirantes, Weintraub negou ter sido preconceituoso e atacou o governo chinês, afirmando que o país teria retido informações sobre a pandemia do novo coronavírus para agora vender respiradores e equipamentos de proteção individual, como máscaras, a preço de leilão, e condicionou um pedido de desculpas à venda de 1 mil respiradores da China para o Brasil.

"O governo da república chinesa, aonde começou o coronavírus, poderia ter alertado o mundo inteiro que ia faltar respirador. Que nós teríamos 3 meses para fazer respirador. Isso não foi feito. Agora, que estamos desesperados correndo atrás de respirador, o que é que acontece? Aparece 60 mil respiradores na China e eles estão leiloando. Aparece um monte de equipamento, de proteção, de máscara, e eles estão leiloando. Então assim, teve tempo deles se prepararem para vender para o mundo, pelo preço mais alto, respirador e máscara", disse Weintraub.

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O ministro também justificou o seu envolvimento em uma questão que envolve equipamentos hospitalares. Weintraub lembrou que o MEC é responsável por todos os hospitais universitários do Brasil, e disse precisar de mil respiradores que estão em falta.

"Dado que a Embaixada chinesa ficou tão ofendida, e eu sei como é a negociação dos chineses, esse processo cultural, 'estou extremamente ofendido, venha pedir desculpas de joelhos aqui', (...) eu vou fazer o seguinte, meu acordo: Eu vou lá, eu peço desculpas, peço 'por favor, me perdoem pela minha imbecilidade'. A única coisa que eu peço é que dos 60 mil respiradores que estão disponíveis, eles vendam mil para o MEC, para salvar vida de brasileiros, pelo preço de custo. Manda a embaixada colocar aqui nos meus hospitais, e eu vou lá à Embaixada e falo 'eu sou um idiota, me desculpem'", declarou.

No sábado (4), Weintraub usou uma imagem de Cebolinha, da Turma da Mônica, criada por Maurício de Sousa, na Muralha da China. Substituindo o "r" pelo "l", ele fez referência ao modo de falar do personagem, para insinuar que se tratava dos chineses.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o ministro.

Quanto à postagem, especificamente, Weintraub negou que tenha cunho preconceituoso e disse não ser racista. O ministro pontuou que academicamente e durante sua vida profissional esteve na China várias vezes, mantendo sempre uma boa relação. "Não acho que foi um post tão pesado. Não xinguei nenhum chinês. Tenho um monte de amigos chineses e conheço a cultura chinesa.", afirmou. "Falar que eu sou racista é uma acusação que, se fosse um brasileiro, ia ter que provar na Justiça, exatamente como alguns chamaram e vão ter que provar, porque é uma acusação grave."

A Embaixada da China no Brasil se manifestou, na madrugada desta segunda-feira (6), contra uma publicação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em sua conta oficial no Twitter, o ministro insinuou que a China vai sair "fortalecida" da crise atual causada pelo novo coronavírus, apoiada por seus "aliados no Brasil", associando a origem da covid-19 ao país asiático.

"Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil", diz a nota divulgada no Twitter da Embaixada. O comunicado afirma ainda que "o lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude".

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No sábado, Weintraub usou uma imagem do Cebolinha, personagem da Turma da Mônica, na Muralha da China e, substituindo o "r" pelo "l", fez referência ao modo de falar do personagem, para insinuar que se tratava dos chineses.

"Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o ministro.

A nota da Embaixada reforçou que a pandemia do novo coronavírus trouxe um desafio que nenhum país consegue enfrentar sozinho. "A maior urgência neste momento é unir todos os países numa proativa cooperação para acabar com a pandemia com a maior brevidade possível."

Por fim, o comunicado destaca que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a comunidade internacional se opõem explicitamente à associação de vírus a um certo país ou uma certa região, combatendo a estigmatização sobre qualquer pretexto.

"Instamos que alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos e parem com acusações infundadas contra a China", finalizou a nota.

'Vírus mental'

As mensagens do ministro da Educação foram publicadas no mesmo dia em que o cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, assinou um artigo no jornal O Globo em que questiona o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, sobre os motivos de suas declarações ofensivas ao país asiático.

Duas semanas atrás, o governo entrou em crise diplomática com a China, depois de Eduardo publicar um tuíte em que acusou os chineses de ter escondido informações sobre o início da pandemia do coronavírus. "A culpa é da China e liberdade seria a solução", escreveu o deputado.

Como resposta, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, respondeu as acusações de Eduardo e exigiu a retirada imediata das palavras do deputado e um pedido de desculpas ao povo chinês. A página da Embaixada da China no Brasil também cobrou explicações. Um tuíte publicado afirmava que Eduardo, ao voltar dos Estados Unidos, contraiu um "vírus mental" que está "infectando a amizade" entre os povos.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG) pediram desculpas ao país asiático. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, saiu em defesa de Eduardo, afirmou que a posição do deputado não reflete a do governo brasileiro. No entanto, disse que aguardaria um retratação do embaixador da China pois a reação de Wamming foi "desproporcional" e feriu "a boa prática diplomática".

Diante das críticas, Eduardo publicou uma nota em que disse que jamais ofendeu o povo chinês e que o Brasil não quer problemas com o país asiático. Dias depois, por causa da crise, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da China, Xi Jinping, conversaram por telefone. O brasileiro disse que o contato reafirmou os "laços de amizade" entre os países e tratou de ações sobre o coronavírus e ampliação do comércio.

Em plena crise do coronavírus, as decisões do principal órgão regulador da área de saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ficarão concentradas nas mãos de apenas uma pessoa, o médico e contra-almirante Antonio Barra Torres. Desde esta quarta-feira, a agência não tem mais quórum para realizar reuniões colegiadas e, com isso, o presidente Jair Bolsonaro terá um aliado com poderes de decidir sozinho questões como novas regras sanitárias em aeroportos ou autorização para registro de medicamentos no País no momento em que trava uma queda de braço com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sobre a melhor estratégia de combate à pandemia.

Único nome indicado por Bolsonaro na agência, Torres é o atual presidente substituto e suas decisões só serão submetidas aos colegas quando o presidente nomear outro diretor.

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O contra-almirante ganhou projeção ao participar de ato pró-governo ao lado de Bolsonaro em Brasília no último dia 15, quando ambos atropelaram recomendações do Ministério da Saúde para evitar aglomeração, um dos pilares para conter o avanço do novo coronavírus. Desde então, o presidente interino da Anvisa passou a ser visto entre integrantes do governo como o favorito para substituir Mandetta, caso Bolsonaro decida derrubá-lo do comando da Saúde.

O maior poder de Torres se deve ao fato de a Anvisa passar a ter ocupadas apenas duas de cinco cadeiras de diretores com o fim do mandato do diretor Fernando Mendes, encerrado ontem. O número não permite quórum para realizar reuniões colegiadas. Desta forma, o presidente poderá decidir individualmente enquanto um dos cargos vagos não for preenchido.

Há receio entre integrantes da agência e representantes da indústria sobre o aumento de poder do Planalto na Anvisa justamente no momento em que Bolsonaro e Mandetta divergem sobre orientações de isolamento social no País para conter o avanço da covid-19. A agência é um ator importante para validar estas recomendações do governo, pois elabora notas técnicas que tratam desde regras sobre controle de portos, aeroportos e fronteiras até para prescrição de uso de medicamentos.

Processo

As indicações para agências reguladoras são feitas pelo presidente da República e precisam ser aprovadas pelo Senado. Este processo costuma demorar. Em janeiro, Bolsonaro enviou o nome de Marcus Aurélio Miranda, atual gerente-geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras (GGPAF) da Anvisa, para uma das vagas. A indicação, porém, ainda não foi analisada pelos senadores e não há prazo para que isso ocorra.

O advogado Marco Torronteguy, que atua em processos na agência, afirma que há duas alternativas possíveis para recompor provisoriamente a diretoria colegiada da Anvisa. No primeiro caso, Bolsonaro pode indicar um diretor substituto, a partir de uma lista aprovada na agência. A outra saída é colocar na chefia o servidor que há mais tempo atua em cargo abaixo dos diretores.

Um substituto não precisa ter seu nome aprovado pelo Senado, mas ocupa o posto por, no máximo, 180 dias.

Mesmo se a entrada de um diretor temporário devolver o quórum às reuniões da Anvisa, a avaliação interna é de que o Planalto continuará com grande influência sobre a agência. O motivo é que diretores substitutos são geralmente cotados para uma vaga efetiva no órgão, indicação que também depende da boa vontade de Bolsonaro. Ou seja, a preocupação é que estes interinos atuem para agradar ao presidente.

A agência enviou a Bolsonaro em fevereiro uma lista com três nomes de possíveis substitutos. Além de Miranda, a lista tríplice tem ainda Meiruze Freitas e Leandro Rodrigues, todos servidores de carreira do órgão.

O governo do Estado do Rio de Janeiro vai montar um hospital de campanha no Estádio do Maracanã, na zona norte da capital fluminense, para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus. A informação foi dada pelo governador Wilson Witzel em entrevista ao telejornal Bom Dia Rio, da Rede Globo. Outros três hospitais de campanha serão montados em três terrenos diferentes, afirmou o governador.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que inaugurou nesta semana 180 novos leitos no Hospital Regional do Médio Paraíba Zilda Arns, em Volta Redonda, na zona sul do Eetado. Outros 44 foram disponibilizados no Instituto Estadual do Cérebro (IEC), no centro da capital fluminense, e mais 75 devem estar prontos na próxima semana no Hospital Estadual Anchieta, no Caju, zona portuária da capital. O governo estadual espera chegar a 299 novos leitos até o próximo dia 30.

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O Estado do Rio de Janeiro tem oito mortes por coronavírus e outros 370 casos confirmados, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde.

Em São Paulo, o estádio do Pacaembu será usado como hospital de campanha e terá 200 leitos. Em Brasília, a concessionária que administra o estádio Mané Garrincha se colocou à disposição do governo do Distrito Federal para que o local seja usado em ações de combate à doença.

Jorge Jesus retornou a Portugal, seu país de origem, para passar o período de quarenta com sua família, diante da pandemia do coronavírus. Na chegada a Lisboa  nesta terça-feira (24) o treinador do Flamengo se irritou com a presença dos jornalistas que descumpriram o que pede a OMS. 

O treinador que usava uma máscara foi liberado pela diretoria do Flamengo para retornar a Portugal. Na chegada o 'mister' esbravejou mostrando descontentamento com a aglomeração.

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Em um dado momento Jesus direcionou palavras para os repórteres, segundo publicou o jornal a bola: "Nem respeitam as coisas. Deviam apanhar o vírus", disparou.

Depois da pressão sofrida com a MP287 autorizada pelo chefe do executivo que visava a suspensão do contrato de trabalho por 4 meses, o presidente da república jair Bolsonaro voltou atrás e anunciou nesta segunda-feira (23) que revogou o art.18 da Medida Provisória. 

Horas antes de anunciar a revogação, Jair se defendeu das acusações de que a medida seria prejudicial para os empregados:"Esclarecemos que a referida MP, ao contrário do que espalham, resguarda ajuda possível para os empregados", afirmou garantindo que teriam ajuda do governo.

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Mas as críticas partiram de todo lado. Nas redes sociais a tag #BolsonaroGenocida segue entre os assuntos mais comentados. Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também criticou a medida. A pressão de diversos parlamentares e das redes sociais fez o governo recuar.

"Determinei a revogação do art.18 da MP 927 que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário", declarou o presidente.

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Uma semana após retornar da Europa e em quarentena recomendada pelos médicos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reapareceu nesta quinta-feira (19) nas redes sociais. Disse que não gosta de fazer julgamentos, por já ter ocupado o principal cargo político do País, mas reservou boa parte do pronunciamento, em um vídeo de 15 minutos, para atacar a forma como o atual presidente tem lidado com o avanço do novo coronavírus.

Lula pediu ao Tesouro que coloque dinheiro novo na economia, "quantos bilhões forem necessários", que não se preocupe com déficit fiscal e gaste quanto for necessário gastar em ações contra a doença. "Depois que a gente salvar o povo, a gente vai discutir como salvar a Economia, como fazer o País voltar a crescer".

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O ex-presidente iniciou os ataques ao atual mandatário ao comentar a entrevista coletiva realizada na quarta-feira (18) por Bolsonaro e equipe para divulgar ações do governo em relação à covid-19. "Não imaginei que um presidente da República e seu staff, seu ministério, fossem fazer uma entrevista para desorientar o povo brasileiro de como melhor se comportar e como o governo iria fazer para minimizar o possível sofrimento da sociedade brasileira", afirmou. "O que vi foi o governo fazer um show de narcisismo, de quem não estava em preocupado em orientar, mas em se desfazer da imagem negativa que se permitiu criar, de tanta bobagem que fez."

Para Lula, Bolsonaro está mais preocupado com a imagem, com panelaços, e em se "autodenominar o mito. Ele gosta tanto dele que se acha mais importante do que qualquer ser humano do planeta". Sobrou até para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, algoz e responsável pela prisão do ex-presidente na Operação Lava Jato. Ao comentar o fechamento de fronteiras do Brasil, iniciado pela Venezuela, afirmou que "Se o Moro quisesse fechar alguma coisa, deveria fechar a boca."

Lula, no entanto, poupou a imprensa de críticas. Pelo contrário, em raros elogios, admitiu que "se tem alguma coisa que tem funcionado perfeitamente bem do ponto de vista da qualidade da informação é a imprensa brasileira. Sou crítico, mas tenho que reconhecer que uma instituição que prestou informação, foi a imprensa".

O ex-presidente lembrou que tem 74 anos e que seguirá isolado em quarentena para se cuidar e evitar que seja transmissor ou receptor do coronavírus. Deu conselhos e concluiu pedindo solidariedade, uma palavra rara atualmente, segundo Lula. "É hora de ser solidário e cuidar dos outros, de ser humano cuidando do outro".

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