Tópicos | delação premiada

O marqueteiro João Santana relatou, em delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF), que a presidente cassada Dilma Rousseff teria nomeado Graça Foster para a presidência da Petrobrás para acabar com a "esculhambação" na estatal. De acordo com Santana, a declaração foi uma resposta da então presidente a críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que consideraria a indicação de Graça um "erro profundo".

Santana descreveu que, em um jantar no Palácio do Planalto, Dilma teria se ressentido com as queixas feitas por Lula. "Ela me disse: ‘Olha, as críticas que o Lula faz a Graça são tão injustas quanto as críticas que a imprensa faz a mim", afirmou o delator, em referência às denúncias de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (EUA) envolvendo a petista.

##RECOMENDA##

De acordo com o marqueteiro, Dilma alegou estar "colocando ordem na casa". O objetivo seria acabar com problemas de gestão e possíveis usos políticos da Petrobrás. Como parte do "saneamento", estaria a demissão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da empresa condenado pela Operação Lava Jato. "Ela usou a frase ‘será que eles não enxergam que eu estou arrumando a casa? O canalha do Paulo Roberto Costa fui eu que tirei. E acabei remediando muita coisa lá’".

As queixas de Lula a Graça Foster, de acordo com Santana, seriam relativas à demora no pagamento de empresas prestadoras de serviços para a Petrobrás. Segundo o delator, o ex-presidente afirmava que os atrasos seriam sistemáticos e intencionais, o que teria irritado empresários. "Ele tinha uma restrição pessoal e administrativa ao estilo da Graça. Dizia que ela era incompetente, não tinha estatura pro cargo, não tinha traquejo político, nem administrativo e que foi um erro profundo da Dilma colocá-la".

O marqueteiro também disse que Lula fazia críticas constantes a Graça Foster, entre outros motivos, porque ela estava "fechando a torneira". O marqueteiro afirmou que, à época, em 2014, não ligou as críticas de Lula ao pagamento às construtoras envolvidas no esquema de desvio de recursos na Petrobrás, mas que hoje, "vendo de trás para diante", pode ter outro significado.

Defesa

Em nota enviada à imprensa anteontem, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou o sigilo dos depoimentos, a assessoria de Dilma Rousseff disse que João Santana e a mulher dele, a empresária Mônica Moura, "prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O advogado do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Marlus Arns afirmou ontem ver a delação premiada como uma opção para o peemedebista, preso na quarta-feira (19) passada por ordem do juiz Sérgio Moro.

Arns, que é especializado em acordos deste tipo, disse em entrevista à Rádio Estadão que a colaboração é um instrumento grave, não um salvo conduto, e que deve sempre ser analisada em qualquer processo. Apesar da declaração, ele evitou falar sobre o uso desse instrumento no caso específico do deputado cassado, sob alegação de que não tinha ainda discutido o assunto com seu cliente.

##RECOMENDA##

"(A delação) é sempre um instrumento que deve ser avaliado, mas ainda não foi discutido, mas é, evidentemente, uma opção, que tem de ser avaliada de forma cuidadosa", afirmou.

Na entrevista, Arns disse que sua contratação por Cunha foi realizada antes da prisão, e, portanto, não avalia que seu trabalho seria um recado para os peemedebistas, que estariam temerosos com uma provável delação do deputado cassado. "Não acredito que foi um recado, mas vamos analisar esse assunto também com Eduardo Cunha."

O peemedebista está preso na custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Habeas corpus

Segundo o advogado, neste momento a defesa do deputado cassado está concentrada no relaxamento da prisão. Os advogados do peemedebista protocolaram ontem um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª região, a qual a vara de Curitiba está vinculada.

No pedido, seis advogados de Cunha alegam que "não há nenhum risco efetivo ou iminente" de que o peemedebista atrapalhe a Operação Lava Jato.

Arns também questionou a prisão de Cunha, argumentando que o processo já estava tramitando há muito tempo no Supremo Tribunal Federal (STF) e, portanto, com a perda do foro privilegiado, as autoridades poderiam ter pedido medidas alternativas, como a apreensão do passaporte. "Pelo nosso entendimento, não seria necessária a prisão."

Sobre o caso da mulher de Cunha, Cláudia Cruz, para o qual o advogado afirmou que foi especificamente contratado, ele disse que ela deve ser chamada para depor em breve para comprovar sua versão dos fatos e que até o final do ano o juiz deverá proferir sua sentença.

A contratação de um escritório de advocacia especializado em delações premiadas pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi interpretada por investigadores da Operação Lava Jato como um recado ao partido. Após ser preso, na quarta-feira passada, o ex-presidente da Câmara incluiu em sua equipe de defensores o advogado Marlus Arns, que já negociou a colaboração de executivos da construtora Camargo Corrêa.

A possibilidade de um acordo de Cunha com a força-tarefa da Lava Jato assombra o Planalto e membros do PMDB. O ex-parlamentar atuava nos bastidores como uma espécie de tesoureiro informal do partido, intermediando doações eleitorais a aliados.

##RECOMENDA##

Citado por delatores como recebedor de propinas relacionadas a contratos da Petrobrás, investigadores ouvidos pelo Estado afirmam que o papel de Cunha no comando do esquema na estatal é secundário. Os indícios contra o peemedebista, segundo uma pessoa envolvida na apuração do caso, até agora apontam muito mais para tentativas de extorsão do que por sua influência nos negócios da empresa.

Cunha é acusado na Lava Jato de receber propinas por contrato da Petrobrás na África e em construção de plataformas, via Diretoria Internacional da estatal, que faria parte da cota do PMDB no esquema de ocupação política dos cargos na empresa. Ele responde ainda por lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio em contas secretas na Suíça e tentativa de obstrução às investigações.

Na Câmara, parlamentares dizem acreditar que o avanço das investigações sobre a família de Cunha poderia acelerar uma eventual negociação por acordo de delação premiada do peemedebista. A mulher, Cláudia Cruz, e sua filha Danielle são alvo da Lava Jato.

Delação. Responsável pela homologação de mais de 50 acordos de colaboração, o juiz Sérgio Moro defendeu em palestra em Curitiba, um dia depois de prender Cunha, os acordos de colaboração. Segundo ele, investigações de crimes de corrupção são complexas e muitas vezes "não há como prescindir do auxílio" de criminosos.

"Crimes não são cometidos no céu, nem nos conventos, como regra, então não podemos chamar anjos ou freiras como testemunhas desses casos criminais envolvendo a administração pública", afirmou o juiz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu acordos de delação premiada no combate ao crime organizado nesta segunda-feira (17) durante evento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Viena. Atualmente, a Procuradoria vive impasse com a Polícia Federal sobre a qual das instituições cabe a responsabilidade de conduzir o instituto.

O procurador-geral destacou que, no Brasil, em 2013, "uma nova lei aprovada contra o crime organizado definiu claramente a participação de um grupo criminoso e regulou a utilização de técnicas especiais de investigação, como acordos de delação, entrega controlada e agentes infiltrados", destacou ele, em referência à Lei 12.850, em vigor no País desde agosto de 2014.

##RECOMENDA##

"Essa lei foi de grande importância para obter os bons resultados em nossa luta contra a corrupção", afirmou. Pela nova legislação, no lugar de quadrilha, o que passa a existir é associação criminosa formada a partir de três pessoas, com hierarquia e divisão de tarefas. Antes, pelo artigo 288 do Código Penal, eram quatro pessoas.

Em abril, o procurador-geral da República chegou a ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) questionando artigos da Lei de Organizações Criminosas que permitem que tanto procuradores da República quanto delegados recorram à delação em investigações. No entendimento dele, a atribuição é exclusiva de integrantes do Ministério Público Federal.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar solicitada por Janot. O mérito da ação - que, nos bastidores, chegou a ser batizada de "Adin da Acrônino" - ainda será julgado pelo plenário da Corte.

Ele acrescentou que, apenas no ano de 2015, mais de 75 casos de colaboração internacional foram fechados entre a Justiça brasileira e parceiros estrangeiros, com base na Convenção de Palermo, que estabelece normas de combate ao crime organizado entre países. Além disso, ele estima que é "importante usar a Convenção para a formação de equipes comuns de investigação". No início do ano, seu gabinete já fechou uma iniciativa nesses moldes com os procuradores suíços para investigar envolvidos na Operação Lava Jato.

"Precisamos criar mecanismos para melhorar a cooperação judiciária em zonas de fronteira", disse Janot. "A grave ameaça do tráfico de armas" também foi destacado pelo procurador-geral. "Esse desafio mundial merece ser visto de perto."

Imigração

Num recado aos europeus, o brasileiro afirmou que os migrantes devem ser vistos como "vítimas, e não como criminosos" "Construir muros e adotar um estratégia de segurança não irá parar o tráfico ilícito de migrantes", disse. "Precisamos construir pontes e, ao fazer isso, estabelecer caminhos claros e acessíveis para a migração regular", defendeu.

Janot ainda alertou que o Brasil tem tido dificuldades para obter provas por meio de cooperação judicial quando o assunto é a criminalidade cibernética. "Precisamos ter uma resposta em escala mundial contra essa ameaça", disse Janot, sugerindo que governos avaliem o tema.

Em Viena, o procurador-geral ainda assinou um acordo de cooperação técnica e capacitação com a Academia Internacional Anti-Corrupção. Ele retorna ao Brasil nesta terça-feira, 18.

As informações colhidas no acordo de delação premiada de executivos da Odebrecht terão impacto direto em colaborações firmadas até agora pela força-tarefa da Operação Lava Jato com pelo menos outras duas empreiteiras, a Camargo Corrêa e a Andrade Gutierrez. Ambas já foram informadas pelo Ministério Público sobre a necessidade de uma revisão em suas colaborações por causa de possíveis inconsistências ou sonegação de informações reveladas após a entrega dos anexos da proposta de delação da empreiteira baiana.

O recall teve início, recentemente, para confrontar os acordos já celebrados com a colaboração do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que comandou a subsidiária da Petrobrás entre 2003 e 2015. O Supremo Tribunal Federal homologou o acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro em maio.

##RECOMENDA##

Executivos ligados a esquemas narrados por Machado deverão explicar pontos não esclarecidos em suas próprias delações. Após as revelações feitas pela Odebrecht e por Machado, a previsão de advogados ligados ao caso é de que o Ministério Público Federal solicite um "pacote único" de aditamentos para as empreiteiras.

O acordo de colaboração da Odebrecht está prestes a ser assinado. Desde terça-feira, 4, os advogados responsáveis pelas negociações estão em Brasília para retirar na Procuradoria-Geral da República a proposta da Operação Lava Jato no que diz respeito a penas e multas para cada um dos executivos.

Assinatura

Caso concorde com a posição do Ministério Público, cada defensor terá até sexta-feira para devolver o acordo assinado. Depois da assinatura, os executivos serão ouvidos e o acordo oficial será levado ao ministro Teori Zavascki, responsável pela homologação das delações da Lava Jato no âmbito do Supremo. Ao menos dois integrantes da força-tarefa de Curitiba estavam na Procuradoria-Geral da República na terça-feira, 4, acompanhados de uma integrante do grupo de trabalho que auxilia o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na investigação de políticos.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, em um primeiro momento, foram entregues 52 propostas de delação premiada envolvendo executivos da Odebrecht. Entretanto, esse número deve aumentar, uma vez que mais funcionários já se colocaram à disposição para prestar esclarecimentos aos investigadores.

Alardeado como o acordo mais completo alcançado até agora na Lava Jato, a delação de Marcelo Odebrecht e seus funcionários pode até resultar em rescisão de outras colaborações, caso a omissão ou sonegação de fatos tenham sido deliberadas.

Possibilidades

Uma fonte com acesso às investigações afirmou que são três as possibilidades em caso de necessidade de recall nas colaborações. A primeira seria fazer um aditamento nos acordos já assinados com inclusão das informações omitidas. Nesse caso, o acordo deverá ser renegociado em condições mais duras para o delator.

Outro caminho seria processar os executivos pelos fatos não abrangidos no acordo e revelados pela nova delação. A terceira possibilidade, a ser empregada em casos extremos com comprovação de que o delator mentiu, será a rescisão do acordo firmado.

Segundo fontes ouvidas pelo Estado, a colaboração de executivos da Odebrecht vai obrigar a Camargo Corrêa, primeira grande empreiteira a optar pela leniência e delação para seus executivos, a revisitar revelações da Operação Castelo de Areia.

Anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a investigação de 2009 revelou um esquema de fraudes em licitação e pagamento de propina muito parecido com o que foi desmantelado pela Lava Jato. Em 2011, o Superior Tribunal de Justiça anulou as provas obtidas pela Castelo de Areia a partir de escutas telefônicas autorizadas com base em denúncia anônima.

Além de explicar alguns casos revelados pela operação, como o cartel na construção de linhas de metrô em algumas capitais, entre elas Salvador, o recall poderá servir para que construtora revele como conseguiu paralisar as investigações.

O criminalista Celso Vilardi, responsável pelas defesas da Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez, não atendeu as ligações da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de cantoras pops internacionais como Britney Spears e Katy Perry, que também lançaram novas músicas nesta sexta-feira (15), quem ganhou o comentário no Twitter pelo novo single foi MC Carol. A funkeira divulgou a música Delação Premiada, referente a abusos policiais e crítica sobre o sistema da Operação Lava Jato.

Na rede social, os internautas “enlouqueceram” com o conteúdo crítico sobre a forma como a população negra e moradora de comunidade é tratada pelo Poder Executivo brasileiro. O nome da cantora é um dos mais comentados do Twitter há cerca de sete horas.

##RECOMENDA##

MC Carol ficou conhecida pela música Meu Namorado é Mó Otário, lançada em 2015.

Confira, abaixo, algumas reações dos internauta e, em seguida, a música Delação Premiada:

[@#galeria#@]

LeiaJá também

--> Katy Perry atinge marca de 90 milhões no Twitter

--> Estrelas do pop lançam música pelas vítimas da Pulse

--> Era só brincadeira: MC Bin Laden vai mostrar a barriga

Em mais uma tentativa de fechar um acordo de delação premiada, o operador do mensalão Marcos Valério entregou na semana passada ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais uma proposta de colaboração para revelar novos detalhes sobre os escândalos do mensalão do PSDB e do PT. O advogado Jean Robert Kobayashi Júnior, escalado para negociar a proposta, afirma que Valério deve entregar cerca de 20 nomes, incluindo parlamentares com foro privilegiado de diversos partidos, e nomes envolvidos nos escândalos investigados na Lava Jato, a quem a defesa de Valério encaminhou uma proposta de colaboração no ano passado.

Há três anos preso na região metropolitana de Belo Horizonte, Valério pegou a maior pena entre os condenados no histórico julgamento do STF e cumpre 37 anos de prisão por corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A interlocutores, ele tem dito que "cansou de apanhar" e que "agora vai começar a bater". Valério está na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde trabalha para descontar dias de sua pena.

##RECOMENDA##

A expectativa dele era de conseguir ir para o regime semiaberto em um ano e meio, mas ele ainda está prestes a ser julgado por envolvimento no mensalão mineiro, pela Justiça estadual, e também já foi alvo de uma denúncia da Lava Jato perante o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o que pode, na prática, impedir que ele deixe o regime fechado. Seu interrogatório na ação penal que responde no mensalão mineiro está marcado para o dia 1º de julho.

Diante disso, no ano passado, a defesa de Valério, sob responsabilidade do criminalista Marcelo Leonardo, encaminhou uma proposta de delação à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, que avalia os termos. Agora, com um advogado somente para a negociar a colaboração, o operador do mensalão promete contar mais detalhes também sobre o esquema operado por ele que financiou o caixa dois da campanha à reeleição do ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998 e que pode também ter envolvido outras pessoas e políticos na década de 1990. Como o mensalão mineiro é investigado pela Justiça Estadual, essa nova proposta foi encaminhada ao Ministério Público do Estado.

A lei que define as organizações criminosas (12.850, de 2013) estabelece que a colaboração com a Justiça pode ser feita a qualquer tempo e independe de uma condenação anterior, desde que a colaboração resulte em resultados como a identificação de coautores e partícipes da organização criminosa e dos crimes; revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização, entre outros.

Marcelo Leonardo continua a defender Marcos Valério nas ações penais e informou que não iria comentar sobre as eventuais tratativas de delação de seu cliente. O Ministério Público de Minas Gerais confirmou que recebeu proposta de delação, e avalia se o operador do mensalão pode trazer fatos novos para as investigações.

De passagem pelo Recife neste sábado (18), o senador Álvaro Dias (PV-PR) avaliou o governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e pontuou que a equipe montada pelo peemedebista “não atende aos interesses do país”. Para o parlamentar, a modificação do sistema de governança, segundo ele almejada pelos brasileiros, só se dará caso a população faça uma “escolha feliz” nas eleições de 2018. 

“A composição [do governo] se deu em função da manutenção do impeachment e não atende aos interesses do país. Até imagino que ela deve ser provisória. O sistema adotado [por Temer] é o mesmo do balcão de negócios e isso puxa para baixo a qualidade administrativa do governo”, ressaltou o verde, em entrevista ao Portal LeiaJá

##RECOMENDA##

Indagado sobre a solução para retomar a qualidade administrativa, Dias frisou a necessidade da “mudança deste sistema de governança”. “Isso só vai ocorrer com o voto nas eleições. Precisamos desejar que o governo transitório prepare o terreno para depois darmos um salto de qualidade. Isto, claro, se houver uma escolha feliz nas urnas”, destacou. 

Álvaro Dias é cotado para disputar a Presidência da República em 2018 pelo PV. Questionado se já está se articulando para endossar a candidatura, ele negou. “Defendo a tese de que precisamos superar etapas. É cedo, a população está focada ao impeachment da presidente e na Lava Jato. Depois desta etapa vamos discutir isso. O PV tem a tradição de ter candidato, apresentar o seu projeto ao país é uma responsabilidade que o PV tem repetido e seguramente se repetirá. Vamos deixar o processo chegar mais próximo para analisarmos os nomes”, detalhou.

Impeachments de Dilma e Janot

O verde também analisou a tramitação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em curso no Senado. Segundo Álvaro Dias, a comissão especial está apenas “cumprindo formalidades”, mas no Plenário ainda há incertezas. “Lá é fato consumado, estamos cumprindo formalidade. Serão cinco votos de um lado e quinze do outro. No Senado sempre é possível que sim [se reverta o quadro]. Há algumas inseguranças ainda, mas creio que a lógica venha prevalecer, que é a manutenção do voto da admissibilidade e, portanto, o impeachment. Como a diferença é apertada sempre fica a duvida do que possa ocorrer”, pontuou. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), também deve analisar esta semana se instaura ou não o processo de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Sob a ótica de Álvaro Dias, a atitude de Renan “é um equivoco”, já que, de acordo com ele, o pedido “foi formulado sem nenhuma base legal ou ética”. 

“Os argumentos são inconsistentes. Ele está procurando cumprir o seu dever. E num momento complexo, de grandes pressões de toda sorte, ele vem cumprindo, procurando ser parcial, independente e com muita ousadia. Devemos valorizar o trabalho do Ministério Público. As instituições assim devem ser valorizadas”, analisou. 

Delação de Pedro Corrêa

Nesta semana, foram revelados os autos da delação do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP). Na documentação, o pernambucano apontou que Álvaro Dias teria recebido propina do então senador Sérgio Guerra (PSDB), já falecido, para impedir o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em 2009. Dias negou e disse que a citação era uma “visível vingança contra alguém que foi o primeiro a denunciar a corrupção” na estatal. 

“Quem faz isto, certamente, não aceitaria qualquer tipo de proposta. E depois, as duas últimas CPIs da Petrobras foram propostas da minha autoria. Isso soa como uma fraude. Isso não é sério. Ninguém teria coragem de me propor qualquer ação ilícita e desonesta, especialmente aquele que é usado para este achincalhe que está no cemitério. Sem desrespeitar a figura do morto, diria que se o falecido vendeu um produto não conseguiu entregar. As pessoas que me conhecem sabem, creio que jamais ele teria coragem de me propor algo ilícito”, afirmou. 

As especulações de que o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB) estaria estudando a possibilidade de firmar um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República foram refutadas pelo peemedebista, nesta quinta-feira (16). Em publicação no Twitter, meio de comunicação que tem usado com frequência desde que foi afastado do comando da Câmara dos Deputados, Cunha classifica a informação como “mentirosa”.

“Não cometi qualquer crime e não tenho o que delatar”, crava o peemedebista no microblog. “Se formos ter de restringir que advogado que participa de delação não advoga para quem não participa, faltara advogado no mercado. Quero refutar com veemência essa ilação de delação”, acrescenta em seguida.

##RECOMENDA##

Eduardo Cunha também esclarece que não tem nenhum problema com os clientes da advogada Fernanda Tortima que presta serviços para ele. “Não da para misturar a relação dos seus clientes comigo. Nunca perguntei e nem nunca perguntarei a advogado que trabalha para mim quem são os seus clientes e que tipo de trabalho tem com eles. Não tenho qualquer conflito com clientes dela”, afirma. 

A informação de que Cunha estudava a hipótese de colaborar com a Justiça por meio de delação premiada e de renunciar à presidência da Câmara, foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Humberto Costa (PT) acusou o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) de fazer manobras para tentar salvar o mandato do presidente da Câmara dos Deputados afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para o petista, a postura foi adotada por Temer é consequência do “medo” de uma possível delação premiada do aliado. 

Sob a ótica do senador pernambucano, essa "negociação aberta para quem quiser ver" com o objetivo de livrar a pele do peemedebista, levanta suspeitas. "Eu pergunto: que amizade é essa que Temer tem com um sujeito que é réu no Supremo Tribunal Federal, está suspenso do mandato e da presidência da Câmara pelo próprio STF e contra quem há um pedido de prisão formulado pela PGR?”, questionou, em discurso na tribuna do Senado, nesta quinta-feira (9).

##RECOMENDA##

“Será que Temer tem por Eduardo Cunha uma grande amizade ou tem medo de que, uma vez preso, esse notório chantagista faça uma delação premiada que atinja em cheio esse pequeno presidente biônico que hoje está de passagem pelo Palácio do Planalto?”, indagou, acrescentando.  

Para Humberto Costa, o presidente em exercício teve coragem de demitir o garçom do Palácio do Planalto e servidores públicos do segundo e terceiro escalões considerados petistas, mas Eduardo Cunha não. "Muito pelo contrário, o governo tem feito verdadeiros e escancarados malabarismos, pressionando deputados, trocando a composição de comissões e do Conselho de Ética, para livrar Cunha da cassação”, salientou. 

O petista ressaltou ainda que é preciso ter muita atenção, “pois essas iniciativas todas vão na contramão do desejo da sociedade e revelam um verdadeiro caça às bruxas na estrutura pública, a fim de deixar vulnerável a administração às práticas execráveis”. “É retrocesso atrás de retrocesso. Onde estão as panelas daqueles que se intitulavam 'cidadãos de bem', que foram às ruas atrás de um pato amarelo para pedir a deposição de uma presidenta legitimamente eleita? Será que, agora, ficou claro quem são os verdadeiros patos daquele movimento?”, perguntou. 

Da tribuna, o senador questionou também o que ele considerou um “desmonte” no Ministério da Saúde, onde o titular da pasta, Ricardo Barros (PP-PR), já disse, na visão dele, "barbaridades" contra o SUS e, recentemente, demitiu subitamente sete dirigentes do Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), órgão responsável pela correta aplicação de recursos do SUS. 

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) é apontada como uma possível beneficiária dos recursos cooptados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, junto a empresas fornecedoras da empresa. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, no jornal O Globo. Segundo o texto, o nome da comunista é citado nos autos da delação premiada de Machado, que segue em sigilo na Justiça Federal.

De acordo com a publicação, assim como ocorria com o petista Luiz Sérgio, Jandira pediu ajuda diretamente a Machado e o recurso teria sido da Queiroz Galvão. Nas duas últimas eleições, 2010 e 2014, a deputada recebeu doações oficiais de quatro empresas envolvidas na Lava Jato: UTC, Keppel Fels, Brasfels e Queiroz Galvão.

##RECOMENDA##

As gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com políticos do PMDB, feitas como parte de sua estratégia para conseguir o acordo de delação premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, não afastam a possibilidade dele ser julgado na 13ª Vara Federal, em Curitiba - origem e sede dos processos em primeiro grau da Operação Lava Jato. Considerado o novo "homem-bomba" do escândalo Petrobras, o medo de Machado é ser julgado pelo juiz Sérgio Moro, responsável por 158 prisões e 93 condenações no caso.

Até aqui, foram tornadas públicas conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o ex-presidente José Sarney (AP) e o senador Romero Jucá (RR) - exonerado do cargo de ministro do Planejamento, um dia após a divulgação dos conteúdos. Nos áudios, os peemedebistas mencionam a preocupação com a prisão de Machado, por Moro, e os avanços da Lava Jato, em Curitiba.

##RECOMENDA##

Com um rombo no caixa da Transpetro reconhecido em balanço de R$ 256,6 milhões por desvios em contratos de R$ 8 bilhões, um adiantamento de R$ 511 milhões para estaleiros de empreiteiras do cartel acusado de corrupção na Petrobras e a confissão de três delatores sobre propinas nos negócios da subsidiária, Machado segue investigado em um inquérito aberto em Curitiba.

É nessa apuração que o ex-executivo da Transpetro ainda pode virar réu de Moro pelos crimes praticados por ele de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Investigadores e advogados especialistas em delação, ouvidos em reservado, avaliaram que ao arrastar políticos da cúpula do PMDB com foro privilegiado para o centro do escândalo, a delação premiada de Machado pode ter afastado temporariamente o risco de uma prisão preventiva decretada em Curitiba - tratada nas conversas como a "Torre de Londres", referência ao castelo inglês que nos séculos 16 e 17 foi prisão e local de torturas. Mas não afasta a possibilidade de denúncia criminal contra ele por crimes na Transpetro - a não ser que o Supremo expressamente proíba esse desmembramento.

Em outros casos da Lava Jato, como o que envolve suposto recebimento de propina pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro Teori Zavaski - relator da Lava Jato no STF - mandou seguir com Moro os processos contra sua mulher, Cláudia Cruz, e contra outros delatores, como o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Temor

Machado expressou, nos diálogos, o medo de ser preso por Moro. "Ele (Rodrigo Janot, procurador-geral da República) acha que no Moro, o Moro vai me prender, e aí quebra a resistência e aí... Então, a gente precisa ver. Andei conversando com o presidente Sarney, como a gente encontra uma... porque se me jogar lá embaixo (Curitiba) eu tô f...", afirma Machado, em diálogo com Renan - principal investigado no inquérito que resultou na delação de Machado, em trâmite no Supremo Tribunal Federal.

Os números de revisão de prisões e sentenças do juiz da Lava Jato mostram que o temor de Machado tem fundamento. Dos 372 habeas corpus e recursos em habeas corpus apresentados pelas defesas contra acusações, desde 2014, apenas 3,5% prosperaram no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, segundo balanço do início do mês feito pela Procuradoria da República.

Com indícios de existência na Transpetro de um tentáculo do esquema de cartel e corrupção descoberto na Petrobras, a força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, em Curitiba, considera ter elementos para imputar a Machado crimes. No esquema "sistêmico" de "propina tabelada", como classificou Moro, políticos do PT, PMDB e PP, em conluio com empresários e agentes públicos, lotearam postos-chave nas estatais e suas subsidiárias para arrecadar de 1% a 3% nos contratos públicos - um desvio de mais de R$ 20 bilhões, em 10 anos.

Segundo a investigação, Machado seria um braço do PMDB na Transpetro, sustentado no cargo por Renan, que arrecadou valores para membros do partido e para benefício próprio. Ele ocupou a presidência da companhia desde o primeiro ano do governo do PT, com Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, até ser afastado, no início de 2015, com Dilma Rousseff, por ter o nome citado no escândalo da Petrobras.

A apuração em Curitiba foi aberta após confissão do primeiro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele citou ter recebido propina de R$ 500 mil de Machado, referente a contratos de afretamentos de navios. Desde então, outros dois delatores comprometeram o ex-presidente da Transpetro: o dono da UTC, Ricardo Pessoa, que diz ter pago R$ 1 milhão em um contrato, e o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), que ligou Machado ao presidente do Senado e ao esquema de propinas.

Defesas. Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, Sérgio Machado não foi encontrado para comentar o caso.

A assessoria da Transpetro afirma que a subsidiária "não fez qualquer desses pagamentos indevidos" apontados na Lava Jato. Em balanço contábil, a companhia admitiu perda de R$ 256 milhões e informou "que está acompanhando e colaborando com as investigações", além de ter aprofundados em 2015 as medidas de compliance para evitar mais prejuízos. "Não toleramos qualquer prática de corrupção e consideramos inadmissíveis práticas de atos ilegais envolvendo os nossos empregados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente José Sarney (PMDB) prometeu ajudar ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, para evitar que o caso dele fosse transferido para a análise do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, mas "sem meter advogado no meio". As informações são da Folha de São Paulo. 

Segundo a reportagem, publicada nesta quarta-feira (25), o peemedebista estava querendo evitar um acordo de delação premiada de Machado com o Supremo Tribunal Federal para a Operação Lava Jato. 

##RECOMENDA##

Sarney manifesta preocupação em uma eventual delação premiada de Machado. "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles estão falando com ele em delação", argumenta o ex-presidente em diálogos gravados em março, pelo próprio Machado. O ex-presidente da Transpetro fechou acordo de delação com o STF nessa terça (24).

Na ocasião, sem a expectativa de firmar colaboração com a Justiça, Machado concordou de imediato com a ajuda sem a participação dos advogados. A estratégia, de acordo com o periódico, não fica clara, mas envolvia as conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Para Sérgio Machado, a iniciativa tinha que ser política e jurídica. 

Apesar da possibilidade de tratativas com Jucá e Renan, Sarney prefere conversar apenas com Renan sobre o assunto. O ex-presidente disse que não achava "conveniente, a gente não põe muita gente".

Em resposta à Folha, José Sarney lamentou que conversas privadas tornassem-se públicas. "As conversas que teve com Machado nos últimos tempos foram sempre marcadas de minha parte pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade", disse em nota.

A Operação Lava Jato já firmou 65 acordos de delação premiada, dos quais 51 de investigados soltos. A informação foi divulgada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em palestra na Brazil Conference, realizada pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos - evento que ocorre nesta sexta-feira, 22, e sábado, 23.

O procurador-geral informou que 47 inquéritos já foram instaurados no Supremo Tribunal Federal, compreendendo 118 mandados de busca e apreensão também no âmbito da Corte, segundo informações divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria-Geral da República.

##RECOMENDA##

Na primeira instância - em Curitiba, base da missão Lava Jato -, destacou Janot, foram 1.177 procedimentos instaurados, com 574 mandados.

Para o procurador-geral da República, o fato de 51 delações - das 65 já firmadas - envolverem investigados em liberdade refuta a crítica de que prisões são feitas para forçar colaborações, tese defendida por uma grande maioria de juristas e advogados penalistas.

Na avaliação de Janot, "a atuação equilibrada do Ministério Público Federal, em colaboração com órgãos brasileiros de controle" é fundamental para o êxito da Lava Jato e de outras investigações.

A certificação ISO 9001, conquistada por seu gabinete quanto ao trabalho de distribuição judicial e processamento extrajudicial, também foi destacada pelo procurador-geral.

Para conquistar o certificado é necessário implementar procedimentos obrigatórios, como controle de documentos e de registros, auditoria interna, cumprimento da legislação pertinente e implementação da política e dos objetivos de qualidade.

Na prática, informou a Procuradoria-Geral, isso "significa economia de tempo e de recursos, transparência, segurança e qualidade nos processos de trabalho, além de confiabilidade institucional".

Na delação homologada nesta terça-feira (15), senador Delcídio do Amaral (sem partido) menciona a participação do líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), em negociações para a conquista de recursos para as campanhas eleitorais dele.  

Declarações do ex-petista à Procuradoria Geral da República (PGR) também dão conta de que o senador “agiu com desenvoltura” na Refinaria de Suape, localizada em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

##RECOMENDA##

Segundo Delcídio, Humberto firmou parcerias com empresas entre elas a White Martins.  "Ele foi parceiro, entre outras empresas, da White Martins, que sempre contribuiu decisivamente para suas campanhas", afirmou Delcídio. De acordo com apurações do Portal LeiaJá, a White Martins tem sede próxima ao Complexo de Suape. Ainda conforme o delator, o "operador" do senador pernambucano no esquema era “o empresário Mario Beltrão”.

Nos documentos de prestação de contas do senador na campanha de 2010 não constam doações da White Martins, mas há um registro sobre doação da empresa Engeman de Mario Beltrão.O ex-líder do governo no Senado também destaca a proximidade de Humberto Costa com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

CPI do Carf

O nome de Humberto Costa também é mencionado por Delcídio quando relata o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a ex-primeira dama, Marisa Letícia, e o lobista Mauro Marcondes não fossem convocados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Delcídio diz ter conversado com Costa para que a convocação não acontecesse. 

Outro lado

Sobre o conteúdo da delação, o senador Humberto Costa afirmou, em nota, que a “White Martins jamais contribuiu com qualquer campanha eleitoral” disputada por ele e destacou que a empresa "não está entre as investigadas pela Operação Lava Jato".  

No texto, o parlamentar também pontua que as informações prestadas por Delcídio “são um apanhado de notícias sobejamente já veiculadas” na delação de Paulo Roberto Costa que já alterou seis vezes o teor do depoimento. 

Além disso, o senador disse que “à luz do que precede” solicitou aos seus advogados que requeiram, o mais brevemente possível, a oitiva de Delcídio do Amaral no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as acusações anteriores.

 

O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, falecido em 2014, é citado na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido). De acordo com o depoimento do senador, Campos fez lobby para a escolha dos fornecedores da Usina de Belo Monte. Ele defendeu a contratação da empresa argentina Impsa que tinha uma subsidiária no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Segundo Delcídio, a Impsa “contava com o maior lobby a seu favor, tendo o suporte politico do falecido Eduardo Campos”. “A influencia direta do ex-governador Eduardo Campos a favor, especificamente, da Impsa. De todos os concorrentes, a Impsa era única com cadeira cativa. Ao longo do fornecimento dos equipamentos, ficou demonstrada a inaptidão da Impsa em fazer frente a um desafio dessa envergadura”, detalhou. O contrato com a Usina Belo Monte era de R$ 800 milhões, mas foi cancelado.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

A empresa integrava o grupo de fornecedores nacionais ao lado da SIEMENS, ALSTOM e IESA. Todas escolhidas pelo ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e a ex-secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. 

A sede da argentina Impsa foi instalada em Pernambuco em 2008, naquele ano ela foi batizada de Wind Power. Ela fabricava equipamentos eólicos e turbinas, mas declarou falência após conquistar uma dívida de mais de R$ 2,5 bilhões junta aos bancos. 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, homologou, nesta terça-feira (15), a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) firmada em um acordo com a Procuradoria Geral da República (PGR), para colaborar com as investigações do esquema de corrupção na Petrobras. 

O conteúdo da delação premiada deve ser publicado nos próximos dias, já que o despacho homologado pelo ministro também determinou o fim do segredo de justiça dos depoimentos do senador. 

##RECOMENDA##

O depoimento do petista, de acordo com uma revista de circulação nacional, traz citações a presidente Dilma Rousseff (PT), ao ex-presidente Lula, ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) e de senadores como Aécio Neves. 

O ex-líder do governo no Senado acusou Dilma de interferir no Judiciário para barrar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Segundo ele, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro foi nomeado após ter se comprometido a votar pela soltura de empreiteiros presos na Lava Jato. 

A expectativa inicial é de que sob a posse do material, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, instaure novos inquéritos no Supremo Tribunal Federal contra pessoas como foro privilegiado. 

O senador Aécio Neves (PSDB) afirmou, nesta quarta-feira (9), que o esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Lava Jato, “tem um DNA e é do PT”. O posicionamento do tucano foi em resposta à menção do nome dele feita pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS) durante uma suposta delação premiada. Segundo uma reportagem publicada hoje pela Folha de São Paulo, o petista teria relatado um possível envolvimento de Aécio no esquema. 

“Estamos assistindo mais uma tentativa de vincular a oposição e, claro, sempre, o meu nome na Operação Lava Jato. Outras tentativas já ocorreram e foram desmascaradas porque eram falsas. Este escândalo tem DNA e é do PT, por isso temos que apoiar com profundidade a Lava Jato”, observou em vídeo publicado nas redes sociais. 

##RECOMENDA##

O senador afirma ainda que isso não o intimida, mas, pelo contrário, aumenta a sua “determinação de continuar combatendo este governo que tanto infelicita o Brasil”. Ainda no esquete, o tucano diz que vai responder as acusações do envolvimento dele com o povo nas ruas e convoca a população para participar da manifestação contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), agendada para o próximo domingo (13), em diversas capitais do país. 

Além de Aécio, o ex-líder do governo no Senado também menciona o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

Veja a íntegra do posicionamento do tucano:

[@#video#@]

O senador Aécio Neves (PSDB) foi inserido por um delator no rol de suspeitos de ter recebido dinheiro do esquema de corrupção investigado pela Operação Java Jato, da Polícia Federal. A notícia foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo desta quarta-feira (30).

Segundo Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, R$ 300 mil teriam sido pagos ao político mineiro pela empreiteira UTC Engenharia, uma das citadas nas investigações como sócia do “clube” de empresas que operacionalizavam o esquema de pagamento de propinas. No processo, Ceará é identificado como “mula”, o indivíduo que transporta e entrega dinheiro a beneficiários de esquema de corrupção.

##RECOMENDA##

De acordo com a reportagem, o nome do senador do PSDB foi citado em depoimento de delação premiada prestado ao Ministério Público e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O delator afirmou ter levado o dinheiro no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC, de nome Miranda, que “estava bastante ansioso” pela operacionalização da entrega dos R$ 300 mil e chegou a reclamar com Ceará por não aguentar mais o beneficiário - que seria Aécio Neves - lhe “cobrando tanto”.

O nome do ex-candidato à presidência da república já havia aparecido nos depoimentos de Alberto Youssef. Segundo o doleiro, Aécio se beneficiou, de outro esquema de propinas, no início da década passada (2001) conhecido como “Lista de Furnas”.

Youssef afirmou na CPI da Petrobras que quem lhe contou sobre o esquema da estatal de energia, subsidiária da Eletrobras, em favor do PSDB, foi o seu “compadre” e deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010.

Defesa - Em nota enviada à imprensa e divulgada nas redes sociais, a assessoria do senador rebateu as acusações do delator, chamando de "absurda e irresponsável citação do nome do senador, sem nenhum tipo de comprovação".

A assessoria do tucano afirma que a participação do senador no esquema "já foi desmentida três vezes: pela empresa, pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, e por Youssef, que anteriormente, através de seu advogado, já havia afirmado que não conhece o senador e nunca teve com ele qualquer tipo de relação ou negócio, posição reafirmada por ele em depoimento prestado à Policia Federal".

Ainda de acordo com a nota, a "falsidade" da acusação pode ser comprovada pela "total falta de lógica", uma vez que o senador "não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava".

No entanto, a assessoria do senador admite que a UTC fez uma doação à sua campanha em 2014, através do comitê financeiro do PSDB. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), consta a doação de R$ 4,5 milhões da UTC.

 

 

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nessa sexta-feira (9) a delação premiada do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, investigado na Operação Lava Jato. Baiano está preso desde novembro do ano passado, acusado de intermediar o pagamento de propina em contratos para aluguel de navios-sonda pela Petrobras. 

O conteúdo das informações prestadas aos investigadores não foi divulgado porque a delação está em segredo de Justiça. Com a assinatura da delação com o Ministério Público Federal (MPF), Soares deve receber benefícios como redução de pena e a possibilidade de ir para o regime de prisão domiciliar imediatamente. Ele citou nomes de pessoas com foro privilegiado e, por isso, o acordo foi validado pelo ministro Zavascki. 

##RECOMENDA##

Fernando Baiano foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é apontado como um dos operadores do esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras e pagamento de propina a partidos e agentes políticos.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando