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O prefeito eleito em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) disse que planeja se reunir já nesta segunda-feira (30) com o atual prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) a fim de tratar do avanço da Covid-19 no município. Em entrevista à rádio CBN, Melo afirmou ter muita clareza que a pandemia "é séria" porém ressaltou que "a economia e a saúde precisam caminhar juntas".

"No nosso radar (está) não fechar a cidade", afirmou o prefeito eleito.

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Segundo Melo, a previsão é que a partir da terça-feira haja um comitê de transição para tratar deste assunto.

O discurso de atenção concomitante à saúde e emprego tem sido usado pelo presidente Jair Bolsonaro para sustentar medidas mais lenientes contra a Covid-19 sob o argumento de que o isolamento social causaria outras doenças como depressão e desnutrição.

Apesar da menção a Bolsonaro, Melo afirmou que o presidencialismo é um "grande mal" e defendeu uma reforma política.

O prefeito eleito de Porto Alegre também fez um aceno ao prefeito de São Paulo - reeleito no domingo (29) -, Bruno Covas (PSDB): mandou um abraço e disse que gostaria de visitá-lo para conversar sobre transporte coletivo.

Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, José Sarto Nogueira (PDT), de 61 anos, será o novo prefeito de Fortaleza pelos próximos quatro anos. Ele foi eleito com 51,69% dos votos, apoiado por uma frente ampla que vai do DEM ao PSOL. Sua vitória sobre o Capitão Wagner (Pros), que ficou com 48,31%, é um triunfo do ex-ministro Ciro Gomes, terceiro colocado na eleição presidencial de 2018, sobre o presidente Jair Bolsonaro, no principal reduto eleitoral do pedetista. A capital cearense teve 22% de abstenções. O porcentual de votos nulos foi 5,53% e 2,5% foram em branco.

Próximo à família Gomes, Sarto focou sua campanha na oposição ao bolsonarismo, uma vez que seu oponente no segundo turno recebeu o apoio explícito de Bolsonaro - o presidente chegou a pedir votos para Capitão Wagner durante transmissões ao vivo que costuma fazer às quintas-feiras nas redes sociais.

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Sarto foi eleito em uma coligação que incluiu nove partidos (PP, PTB, PL, PSB, DEM, PSD, CIDADANIA, REDE e PSDB), além do PDT. No segundo turno, o pedetista obteve apoio do governador Camilo Santana (PT) e de partidos ligados à esquerda, como PSOL e PCdoB. Figuras como Tasso Jereissati (PSDB-CE), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declararam apoio a Sarto - em oposição ao candidato de Bolsonaro.

Durante a campanha, Sarto fez seguidas críticas ao Capitão Wager, sempre o associando ao bolsonarismo. Na principal delas, o pedetista lembrava o adversário liderou as paralisações de policiais militares em 2011 e 2020, que resultaram no aumento dos índices ligados a crimes violentos. Wagner negou que tenha liderado os movimentos.

Na primeira entrevista após o resultado, Sarto disse que sua função agora é "unir Fortaleza". "A campanha passou, eleição passou, não se constrói o futuro olhando pelo retrovisor", disse. "Meu sentimento, a minha mensagem que foi acolhida pela maioria dos fortalezenses, é de união, é de reconstruir essa cidade, com pacificação, com tolerância."

Conhecido como Dr. Sarto, o prefeito eleito de Fortaleza é médico formado pela Universidade Federal do Ceará. Sarto Nogueira está no sétimo mandato como deputado estadual, desde 1994. Antes, em 1988, ele foi vereador de Fortaleza pelo Partido Democrata Cristão (PDC), sendo reeleito em 1992. Na eleição mais recente, em 2018, ele obteve 68.937 votos. Desde fevereiro de 2019 preside a Assembleia Legislativa do Ceará.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a conclusão da apuração do segundo turno das eleições, já se sabe quem serão os prefeitos de 25 das 26 capitais dos Estados. Os novos mandatos serão para o período de quatro anos que se inicia em 2021 e se encerra em 2024.

Em Macapá, o processo eleitoral foi adiado devido ao apagão energético que atingiu o estado do Amapá. O primeiro turno na cidade será em 6 de dezembro e o segundo turno, caso seja necessário, acontecerá em 20 de dezembro.

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As eleições para prefeito já haviam se decidido no primeiro turno em sete capitais: Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Natal (RN), Palmas (TO) e Salvador (BA). Em outras 18, os eleitores voltaram as urnas neste domingo (29). Vale lembrar que a capital federal, Brasília, não participa das eleições municipais pois não possui prefeitura, uma vez que o chefe do executivo é o governador.

Veja a lista:

Região Norte

Belém (PA): Edmilson Rodrigues (PSOL)
Boa Vista (RR): Arthur Henrique (MDB)
Macapá (AP): [eleição adiada]
Manaus (AM): David Almeida (Avante)
Palmas (TO): Cinthia Ribeiro (PSDB) [reeleito]
Porto Velho (RO): Hildon Chaves (PSDB)
Rio Branco (AC): Tião Bocalom (PP)

Região Nordeste

Aracaju (SE): Edvaldo (PDT) [reeleito]
Fortaleza (CE): Sarto (PDT)
João Pessoa (PA): Cícero Lucena (PP)
Maceió (AL): JHC (PSB)
Natal (RN): Álvaro Dias (PSDB) [reeleito]
Recife (PE): João Campos (PSB)
Salvador (BA): Bruno Reis (DEM)
São Luís (MA): Eduardo Braide (Podemos)
Teresina (PI): Dr. Pessoa (MDB)

Região Centro-Oeste

Campo Grande (MS): Marquinhos Trad (PSD) [reeleito]
Cuiabá (MT): Emanuel Pinheiro (MDB)
Goiânia (GO): Maguito Vilela (MDB)

Região Sudeste

Belo Horizonte (MG): Alexandre Kalil (PSD) [reeleito]
Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes (DEM)
São Paulo (SP): Bruno Covas (PSDB)
Vitória (ES): Delegado Pazolini (Republicanos)

Região Sul

Curitiba (PR): Rafael Greca (DEM) [reeleito]
Florianópolis (SC): Gean (DEM)
Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB)

Cícero Lucena (PP) foi eleito prefeito de João Pessoa com 53,12% dos votos válidos (185.055) ante aos 46,84% (163.030) de Nilvan Ferreira (MDB). Lucena, que já foi prefeito por dois mandatos consecutivos (1997-2005), ex-governador e ex-senador pela Paraíba, recebeu apoio do atual governador do Estado, João Azevêdo (Cidadania).

Após o final da apuração, Azevêdo disse que "venceu o respeito", ao parabenizar Lucena.

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O prefeito eleito de João Pessoa recebeu o apoio dos senadores José Maranhão (MDB) e Cássio Cunha Lima (PSDB) e tinha como vice um major do Exército, Eduardo de Morais Milanez, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Prefeitos do PSDB devem governar cerca de 17% dos eleitores do País a partir de 2021. O partido se manteve no primeiro lugar nesse ranking, mas perdeu poder desde a eleição anterior, quando sua fatia do eleitorado chegou a 24%.

Os tucanos também encolheram no número de prefeitos eleitos, de 805 há quatro anos para 533 agora. Mas mantiveram São Paulo, a prefeitura mais importante do País em população, orçamento e projeção política.

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Em número de prefeitos vitoriosos, o MDB (antigo PMDB) ficou em primeiro lugar, com 803. Mas o partido segue em declínio, se o atual resultado for comparado com os de disputas anteriores. Em 2008, 2012 e 2016, a legenda ganhou em 1.204, 1.038 e 1.048 cidades, respectivamente. No mesmo período, a cota de eleitores governados de 22%, 16% e 15%. Agora, caiu novamente, para 13%.

Apesar do recuo, o MDB conseguiu eleger prefeitos em cinco capitais neste ano: Porto Alegre, Goiânia, Boa Vista, Cuiabá e Teresina.

Fatia mantida

O PT, principal rival dos tucanos até recentemente, encolheu no número de prefeitos eleitos, mas conquistou cidades maiores e, com isso, manteve a parcela de eleitores que vai governar: 3%, o mesmo resultado obtido em 2016.

Petistas conquistaram quatro das cidades que fazem parte do "clube do segundo turno" - as que têm mais de 200 mil eleitores. Mas, ontem, foram derrotados em Vitória e Recife. Com isso, não governarão nenhuma capital.

É a segunda eleição municipal consecutiva em que petistas apresentam fraco desempenho. Em 2012, o partido chegou a ficar em primeiro lugar no ranking de eleitorado governado por prefeituras, com pouco mais de 19%. Na eleição seguinte, a primeira após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a fatia do eleitorado governado por petistas teve uma redução de quase 85%.

Conquistas

Três partidos de centro-direita tiveram avanços no tabuleiro político municipal: DEM, PSD e PP. Juntos, eles vão governar quase um terço dos eleitores brasileiros (32%). Em 2016, as prefeituras conquistadas pelos três englobavam apenas 17% do eleitorado.

O maior crescimento foi registrado no DEM, partido que já se chamou PFL e que tem em suas raízes a Arena, partido de sustentação do regime militar. Em 2016, o DEM elegeu 277 prefeitos. Agora, saltou para 476. Em porcentagem de eleitores nos municípios governados, o aumento foi de 5,5% para quase 12%.

No mapa das capitais, o DEM venceu no Rio de Janeiro e em Salvador e ainda reelegeu prefeitos nas capitais Curitiba e Florianópolis. Já PP e PSD ganharam em Belo Horizonte, Campo Grande, João Pessoa e Rio Branco.

Finalista do segundo turno em São Paulo, o PSOL elegeu apenas cinco prefeitos neste ano, entre eles o de Belém. No total, o partido vai governar 0,7% dos eleitores brasileiros.

O PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro se elegeu, e que conquistou a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados em 2018, teve crescimento modesto nessa eleição. De 30 prefeitos em 2016, passou para 92 agora. Mas sua fatia no eleitorado nacional será de apenas 1,3%.

Para o cientista político Cláudio Couto, professor da FGV-SP, o bloco dos ganhadores nesta eleição é formado pelos "partidos de adesão", que compõem o chamado centrão, e o DEM, que ampliou em cerca de 70% o número de prefeituras. Já a fila dos maiores perdedores é puxada pelo presidente da República. "Bolsonaro não teve partido para disputar a eleição e perdeu a oportunidade de fortalecer uma estrutura que poderia ser útil para 2022", afirmou. "O centrão ninguém compra, só aluga. Não dá para imaginar que esses partidos darão a vida pelo governo."

Para Couto, a esquerda também sofreu nestas eleições, principalmente o PT. "Ela diminuiu ainda mais do que em 2016, quando já tinha tomado um grande tombo. O PT foi praticamente expulso dos grandes centros, com exceção de algumas cidades. E ainda comprou brigas que podem ser caras no futuro, como contra o PSB, em Recife".

O cientista político da USP José Álvaro Moisés também aponta Bolsonaro como o principal derrotado nestas eleições. Mas faz a ressalva de que um de seus principais adversários - o governador de São Paulo, João Doria - também não saiu tão vitorioso assim com a reeleição de Bruno Covas na capital paulista, pois o prefeito adotou uma postura de distanciamento em relação ao colega de partido ao longo da campanha.

Moisés destaca ainda que a esquerda tradicional, representada pelo PT, não conseguiu se recuperar nos municípios. "Para além disso, temos a emergência de uma nova esquerda, mais jovem e vigorosa e com um posicionamento diferente", afirma ele, citando disputas de PSOL, PSB e PCdoB nas capitais. "O grande desafio é se ela será capaz de dialogar e compor uma frente com o setor moderado para derrotar Bolsonaro em 2022."

Neste domingo, 29, cinco cidades da Grande São Paulo decidiram os nomes que ficarão à frente das prefeituras pelos próximos quatro anos. Em Guarulhos, segundo maior município do Estado, Gustavo Henric Costa, o Guti (PSD), confirmou o favoritismo nas pesquisas e garantiu a reeleição, com 57,83% dos votos conta 42,17% do ex-prefeito petista Eloi Pietá. O PT conseguiu duas prefeituras, Diadema e Mauá, enquanto o Podemos levou outras duas: Mogi das Cruzes e Taboão da Serra.

Em Guarulhos, o segundo turno foi marcado por polêmicas, com ações de cassação na Justiça Eleitoral e até acusações de agressão. A campanha de Pietá alega que o atual prefeito usou a Guarda Civil Municipal para intimidar cabos eleitorais e registrou casos em que militantes foram feridos, o que o PSD nega. Houve também registro de um pedido de cassação da candidatura do prefeito por suposta entrega de cestas básicas com o carro da Prefeitura. A equipe de Guti nega as irregularidades e diz se tratar de "fake news". O pedido ainda não foi julgado.

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Após sofrer duas derrotas simbólicas no primeiro turno com Jilmar Tatto (PT), em São Paulo, e Luiz Marinho (PT), em São Bernardo, o PT conseguiu recuperar duas prefeituras no ABC Paulista. Em Mauá, foi de reviravolta e com resultado apertado: Marcelo Oliveira se elegeu com 50,74% dos votos, contra 49,26% de Átila (PSB).

O candidato eleito era o único vereador petista na Câmara Municipal e havia ficado atrás do atual prefeito no primeiro turno. O pessebista sofreu desgastes ao longo da campanha por seus problemas com a Justiça. Ele chegou a ser afastado da prefeitura, cassado pela Câmara Municipal e detido no âmbito da Operação Prato Feito, da Polícia Federal, que apurou desvio de verbas públicas em contratos firmados com o município para fornecimento de merenda escolar. Ele conseguiu voltar para a prefeitura por meio de liminar e, em junho, foi alvo de operação que investiga supostas fraudes em contrato de R$ 3,3 milhões para administrar do hospital de campanha.

Já em Diadema, outra cidade do ABC Paulista a ter segundo turno, o PT também conseguiu recuperar a prefeitura com a vitória de Filippi, por 51,35% dos votos, contra 48,65% de Taka Yamauchi (PSD).

O petista já foi prefeito da cidade por três mandatos e quase conseguiu levar a disputa no primeiro turno, quando teve 45,65%, mais de 60 mil votos à frente do candidato do PSD. Durante toda a sua campanha, Filippi apostou no seu histórico à frente do município e teceu críticas à atual gestão de Lauro Michels (PV), que ficou no cargo por dois mandatos.

Após 20 anos sem um segundo turno, Mogi das Cruzes viu uma derrota histórica do grupo político que governa a cidade há duas décadas. Caio Cunha (Podemos) teve 58,39% dos votos válidos, enquanto o atual prefeito Marcus Melo (PSDB) teve 41,61%. Cunha é vereador na cidade e recebeu apoio até de setores à esquerda no segundo turno. Desde 2000, o PSDB está na composição da prefeitura, como vice ou cabeça de chapa, mas o último governo sofreu desgastes com o aumento do IPTU e prisão de vereadores da base aliada da gestão, suspeitos de corrupção.

Assim como Guarulhos, Mogi teve as últimas semanas da disputa marcadas por episódios polêmicos envolvendo os candidatos. Melo foi filmado participando de uma festa com aglomeração, onde aparece sem usar máscara e em outro momento dividindo um narguilé com jovens. E Cunha foi filmado em um bar, também sem máscara.

TSE

Em Taboão da Serra, o segundo turno foi decidido por uma diferença de 1.695 votos entre os dois candidatos. O deputado estadual Aprigio (Podemos) levou a melhor e foi eleito com 50,63% dos votos. Seu adversário, o ex-secretário de Manutenção e Serviços do atual governo, Engenheiro Daniel (PSDB), ficou com 49,37%.

Essa foi a primeira eleição da cidade a ir para o segundo turno. A situação inédita se deu graças a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que suspendeu temporariamente o cancelamento dos títulos de mais de 50 mil eleitores que não fizeram o cadastramento biométrico obrigatório. Sem isso, Taboão não teria superado a marca dos 200 mil eleitores, exigida para a realização de um segundo turno.

Com 64% dos votos válidos, Eduardo Paes (DEM) voltará à prefeitura do Rio. Ele derrotou o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), que tentava a reeleição com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e ficou com 36%. Paes ganhou em todas as zonas eleitorais e teve o melhor resultado de um candidato em segundo turno desde a redemocratização. A abstenção de 35%, no entanto, superou até o número de votos do vencedor: 1,7 milhão de cariocas deixaram de ir às urnas, enquanto Paes recebeu 1,6 milhão de votos.

Favorito desde o início da campanha, Eduardo Paes conseguiu manter a dianteira tanto no primeiro quanto no segundo turnos, e em nenhum momento se viu ameaçado. Durante a primeira etapa, ele priorizou as comparações entre seus mandatos anteriores e o de Crivella, que é altamente rejeitado pela população.

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"Nós passamos os últimos anos radicalizando a política brasileira e contestando aqueles que exercem a atividade política, e os resultados desse quadro de extremos não fizeram bem aos cariocas nem aos brasileiros. Essa eleição manifestou uma força muito grande daqueles que exercem a atividade política, a gestão pública", disse, na noite de ontem, no discurso de vitória. "O governo reacionário que tomou conta da cidade nos últimos quatro anos foi ruim na gestão, piorou a vida das pessoas e olhou a cidade com muito preconceito."

Maior derrota

Sem uma marca clara, o atual prefeito apelou para a aproximação com o bolsonarismo e, no segundo turno, partiu para o ataque contra Paes, propagando fake news requentadas de 2018, como o suposto "kit gay". Ele foi denunciado pela Procuradoria Regional Eleitoral por difamação e propaganda falsa.

A derrota do atual prefeito é a maior de um candidato em segundo turno no Rio desde a redemocratização. Antes, o recorde havia sido em 1996, quando Luiz Paulo Conde (PFL, hoje DEM) venceu Sérgio Cabral (PSDB) com 62% contra 38%. Crivella fez um pronunciamento à noite para agradecer o engajamento de seus eleitores, sobretudo os evangélicos. Sem citar o nome do adversário, falou por dez minutos e não respondeu se havia ligado para cumprimentar o prefeito eleito.

"Quero agradecer a votação que fizemos. Os institutos de pesquisa falavam com convicção que não iríamos nem ao segundo turno", disse e agradeceu o apoio recebido de Bolsonaro. "O presidente é um homem de convicções. Ele contrariou a maré por suas convicções", afirmou Crivella, acrescentando que vai batalhar pela reeleição do presidente.

Vínculo

Eleito agora pelo DEM, Paes ocupou a prefeitura pelo MDB entre 2009 e 2016. Com o esfacelamento do partido no Estado - motivado por escândalos de corrupção -, migrou para a atual legenda. Na eleição para vereador na capital, o DEM fez sete vereadores. Trata-se da maior bancada, empatada com PSOL e o Republicanos de Crivella.

Apesar de ser a maior vitória do DEM nas capitais, Paes não tem um vínculo partidário tão forte e se recusa a se apresentar como cabo eleitoral de qualquer projeto da legenda para o País em 2022. Diz sempre que só é "palanque" para o Rio, e que a cidade está abandonada demais para ele pensar em cenários nacionais. Um dos partidos que o apoiaram na eleição foi o PSDB, do governador e possível presidenciável João Doria.

Ao comentar a vitória do aliado, Rodrigo Maia (DEM) foi na mesma linha e tentou desvincular o resultado no Rio da disputa de 2022. "Não tem nada a ver com a eleição nacional. É uma vitória da política, e o Bolsonaro sempre fez política. É uma vitória daqueles que fazem política e administram com qualidade. É a vitória do Rio", disse.

Menos dinheiro

Prefeito na época do Rio dos grandes eventos, especialmente a Olimpíada, Paes receberá agora uma prefeitura com situação financeira desfavorável. A tendência é que seja feita uma gestão com menos obras e projetos de grande porte, que foram a marca de seus mandatos anteriores.

Durante a campanha, o prefeito eleito focou em retomar serviços básicos que, segundo ele, foram sucateados com Crivella.

Herdeiro de um dos sobrenomes mais emblemáticos da política paulista, Bruno Covas (PSDB) superou seu avô, neste domingo (29), ao menos no que diz respeito à Prefeitura de São Paulo. Mário Covas não chegou ao cargo por escolha popular. Ele foi o último prefeito biônico antes da democratização, em 1983. Bruno, de 40 anos, seguia uma história parecida - era o vice na chapa vencedora de 2016 -, até ganhar a eleição deste domingo no segundo turno, com 3,1 milhões de votos.

Segundo aliados, uma vitória com gosto de superação. Covas superou Guilherme Boulos (PSOL) com 59,38% dos votos válidos e quase dobrou o apoio que havia recebido no primeiro turno, quando alcançou 1,7 milhão de votos. Além disso, o tucano venceu em 50 das 58 zonas eleitorais da cidade. Em Indianópolis, na zona sul, sua votação chegou a 76% dos válidos.

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Ontem, as histórias do avô e do neto se encontram novamente. Há pouco mais de um ano, Bruno luta contra um câncer, mesma doença que tirou Mário Covas da política e depois do convívio familiar. Amparado por um junta médica especializada e com os melhores recursos em tratamento, o prefeito não se afastou do trabalho nem escondeu os efeitos da quimioterapia em seu corpo.

Quando a pandemia chegou, Covas já era reconhecido nas ruas como prefeito da capital. Tinha ganhado fama de corajoso e conquistado a empatia de parte da população. No início de outubro, com a campanha no ar, pôde reforçar que sua gestão tinha aberto e fechado dois hospitais de campanha e retomado obras paralisadas até maio na área da saúde.

Começou em segundo lugar nas pesquisas - o recall de Celso Russomanno (Republicanos), mais uma vez, o colocava à frente -, mas foi subindo gradativamente e marcou 32% dos votos válidos no primeiro turno.

Sempre calmo em debates e entrevistas, Covas chegou ao dia 15 de novembro com a lição de casa toda feita. Considerado um bom articulador político, conseguiu o apoio de outros nove partidos, além do PSDB, da forma mais tradicional que se conhece na política: fazendo composições e concedendo agrados aos aliados. Em seu atual governo, ao menos oito desses partidos têm ou já tiveram cargos no alto escalão.

Mas o indicado para a chapa por uma dessas siglas coligadas virou o calcanhar de Aquiles de Covas na reta final: Ricardo Nunes, vereador do MDB indicado (e eleito) vice-prefeito da cidade.

Conhecido na zona sul por indicar entidades para formarem convênios com a Secretaria Municipal da Educação na oferta de vagas em creche, Nunes tem ex-assessores como gestores de algumas dessas unidades, recebendo mais de R$ 1,4 milhão em aluguéis por ano da Prefeitura. Fato que, como Nunes reforça, não lhe rendeu nenhuma denúncia, mas deu munição até o fim à campanha de Boulos.

Pressionado, Covas passou a esconder ainda mais o vice e teve de reconhecer que o vereador não foi sua primeira escolha. Por mais de uma vez, admitiu que a chapa ideal, em sua avaliação, incluía uma mulher. A definição do nome de Nunes, no entanto, fugiu de suas mãos. Foi articulada por Doria, o MDB, claro, e o vereador Milton Leite (DEM), chamado por parte de seus colegas na Câmara de "primeiro-ministro", tamanha sua influência. Nunes é próximo a ele.

Partido

Do ponto de vista partidário, a vitória de Covas serve para dar um certo respaldo à renúncia de Doria em 2018 para disputar e vencer o governo do Estado - exatamente como ocorreu com Gilberto Kassab (PSD) em 2008 após chegar ao cargo de prefeito a partir da renúncia do também tucano José Serra. A diferença é que, desta vez, o comando da cidade permanece com o mesmo partido.

O apoio do PSDB à candidatura, aliás, se deu de forma homogênea e unânime. Se no momento da descoberta do câncer a sigla temeu ser obrigada a escolher outro filiado para a disputa, ao longo do tratamento de Covas o partido fechou em torno de seu nome e lhe deu condições de fazer uma campanha sem muitos altos e baixos.

Até a sexta-feira (27), o investimento financeiro na reeleição já somava R$ 19,2 milhões em receitas, dos quais R$ 15,2 milhões repassados pelo partido.

O ex-governador Geraldo Alckmin, duas vezes vice de Mário Covas, conheceu Bruno ainda adolescente, quando ele decidiu deixar sua cidade, Santos, no litoral paulista, para estudar na capital e morar com o avô no Palácio dos Bandeirantes.

"Era um menino muito estudioso e inteligente. Fez duas faculdades ao mesmo tempo - Direito na USP e Economia na PUC. E com o avô aprendeu a ter espírito público. É vocacionado para a política, um nome dessa nova geração", diz.

Segundo Alckmin, a conquista da eleição é resultado de um trabalho bem-feito. "Foi transparente com a questão da doença, sério no combate ao coronavírus e fez uma campanha muito boa, apesar de totalmente atípica. Agora tem um grande desafio: governar de novo essa cidade, que é apaixonante. Eu mesmo tentei por duas vezes."

Desafios

Se o cenário até aqui é de comemoração, a realidade com as urnas fechadas segue igualmente desafiadora e com eventuais dois agravantes: o risco de uma segunda onda de covid-19 e o fim do auxílio emergencial pago pelo governo federal. Se a pressão por mais leitos hospitalares subir novamente na capital - o que já se desenha nas redes público e privada -, espera-se que Covas tenha de anunciar o retorno de algumas medidas restritivas na cidade e em um curto prazo de tempo.

Mas, em 2021, é no combate à pobreza e no retorno seguro dos alunos ao ensino presencial que Covas passará a ser cobrado como consequência das urnas. E, nesse aspecto, não haverá semelhanças com o avô.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), o revés do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à reeleição batido pelo prefeito eleito Eduardo Paes (DEM), não significa uma derrota do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que foi seu principal apoiador.

"Não tem nada a ver com a eleição nacional. É uma vitória da política, e o Bolsonaro sempre fez política. Não tem nenhuma relação com a eleição nacional, é uma vitória daqueles que fazem política e administram com qualidade, e o Eduardo Paes representa isso pra gente. É a vitória do Rio de Janeiro. Tínhamos um prefeito que não cuidou da cidade, teremos um prefeito que sempre cuidou e vai continuar cuidando", afirmou Maia, que após a apuração dos votos acompanhou Paes em uma entrevista coletiva concedida em um hotel de São Conrado (zona sul).

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Para o parlamentar, a eleição presidencial "ainda está muito longe" e "tem pouca relação" com a eleição municipal: "Apenas uma vinculação de vereadores com a eleição de deputados. O resto é uma questão de construção política para cada um dos campos políticos do Brasil."

Maia disse que, a partir desta segunda-feira (30), espera que o governo federal encaminhe questões relativas ao orçamento para 2021. "Nós temos um problema grande, uma operação difícil de ser construída, que é manter o orçamento dentro do teto de gastos, (isso) depende muito do governo. Eu espero que o governo amanhã mostre à sociedade a sua coragem, a sua capacidade de enfrentar os problemas. A Câmara está pronta para isso, mas depende do Senado, que essa matéria será votada primeiro no Senado. A gente precisa cortar despesas para poder aprovar o orçamento. Isso no dia de amanhã parece desgastante, mas a partir de dois, três meses é o correto para o Brasil", afirmou o deputado.

"O governo precisa mostrar onde vai cortar. Se nós não cortarmos na indexação das aposentadorias, se não cortarmos em benefícios para servidores, se não mudarmos o abono salarial para outro programa, seguro defeso, todos programas difíceis de serem acabados, nós vamos ter dificuldade de aprovar o orçamento. O teto vai ser garantido com essas mudanças", seguiu Maia. Segundo ele, até o final do ano deve ser votado o projeto que concede autonomia ao Banco Central: "A Câmara está madura para isso, depende do diálogo", afirmou.

Questionado sobre a hipótese de sua reeleição ao cargo de presidente da Câmara, Maia foi enfático: "A Constituição hoje não permite".

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse neste domingo, 29, que o voto impresso - como defendido pelo presidente Jair Bolsonaro - poderia trazer "grande tumulto ao processo eleitoral". Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu pela inconstitucionalidade desse tema.

Hoje, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e questionou a segurança das urnas eletrônicas.

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"O presidente da República tem liberdade para exprimir sua opinião", disse Barroso, lembrando da decisão do STF. "Sou juiz, não posso me impressionar com retórica política."

Segundo o ministro, além do custo do voto impresso, haveria risco real ao sigilo do voto. "Respeitando opinião do presidente, penso que voto impresso traria grande tumulto a processo eleitoral."

Segundo Barroso, todo candidato derrotado pediria recontagem, nulidade e haveria judicialização. "Agora, se presidente tiver qualquer evidência, vamos investigar", disse.

O prefeito reeleito de São Paulo (SP), Bruno Covas (PSDB), usou seu primeiro pronunciamento após a vitória no segundo turno deste domingo (29) para fazer uma deferência ao seu candidato a vice, o vereador Ricardo Nunes (MDB), e críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Cercado por aliados na sede do diretório estadual do seu partido, entre eles o governador João Doria (PSDB), Covas citou apenas um nome em toda a sua fala, justamente o do companheiro de chapa.

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"Me perdoem os parlamentares, a coordenação de campanhas, me perdoe, governador, me perdoe a minha família. Eu queria, aqui, fazer uma homenagem e um agradecimento especial ao meu vice, Ricardo Nunes, que sofreu muito durante a campanha", destacou o candidato vitorioso.

Principalmente durante a caminhada rumo ao segundo turno, a coligação do PSOL direcionou ataques a Nunes após virem à tona um boletim de ocorrência, feito em 2011, por suposta agressão a sua esposa, Regina Carnovale - que hoje nega ter sido vítima de violência - e o envolvimento do vereador com o aluguel de prédios a creches conveniadas com a prefeitura. Conforme mostrou o Broadcast Político, a equipe de Covas pôs em campo uma ofensiva virtual de impulsionamentos para fazer frente à frequência de buscas pelo nome de Nunes no Google.

Além de cumprimentar Boulos pelo "bom combate", o tucano reforçou no discurso deste domingo que São Paulo não quer divisões nem o confronto. Prometeu, ainda, governar para todos, inclusive os que votaram no candidato do PSOL.

Em ritmo lento, pausado e abusando de anáforas, o prefeito reconduzido ao cargo incluiu no pronunciamento uma alfinetada no presidente Bolsonaro. Covas contrapôs a repetição da frase "São Paulo disse 'sim' - à democracia, à ciência, à moderação e ao equilíbrio" - à afirmação de que, na sua visão, o eleitorado da capital paulistana mostrou que "restam poucos dias para o negacionismo e para o obscurantismo".

Uma vez que se juntasse esse trecho da fala à ênfase dada pelo tucano à gravidade da crise econômica e social provocada pela pandemia de covid-19, com Covas postado ao lado de Doria no púlpito, a indireta tinha alvo certo, com endereço em Brasília, no Palácio da Alvorada.

Eleito prefeito do Recife, João Campos (PSB), foi saudado por uma massa amarela de eleitores, que lhe esperava no comitê de campanha, no bairro de Casa Forte, Zona Oeste do Recife. Fogos de artifício e uma escola de samba anunciaram a chegada do deputado, que surgiu em cima de um veículo, acompanhado da vice prefeita Isabela de Roldão (PDT), neste domingo (29).

Nas mãos, o tradicional 'V' da vitória. Ao seu redor, milhares de sorrisos e câmeras para registrar o momento mais feliz da sua carreira política. Assim, João Campos foi de encontro ao seu eleitorado após o resultado defunitivo nas urnas. O pessebista conquistou 56,27% dos votos válidos e derrotou a prima Marília Arraes (PT), que atingiu apenas 43,73%.

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"Miguel Arraes tá presente nessa vitória de João. Nesse comitê lotado, quem tá aqui com a gente é Eduardo Campos", iniciou o prefeito Geraldo Júlio, que foi respondido aos gritos de "melhor prefeito do Brasil". "Eu tenho certeza que ele será o melhor prefeito da cidade", projetou.

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Em seguida, a vice prefeita Isabela de Roldão (PDT), questionou: "quem foi que disse que na prefeitura não ia ter mulher? Aqui tem mulher sim. A nossa competência não é definida pelo sexo. Contém comigo", complementou.

O governador Paulo Câmara elogiou a parceria com Geraldo Júlio e também mostrou disposição para apoiar a continuidade do  planejamento do PSB no Estado.

Ovacionado como um ídolo, o prefeito eleito mostrou gratidão por seus 447.913 votos. "Essa é a maior militância do Brasil! Eu quero agradecer a cada um de vocês pela oportunidade que nos deram", iniciou.

Ao ressaltar que propôs um caminho concreto de propostas durante a campanha, João finalizou com uma alusão ao seu pai, o ex-governador Eduardo Campos. "Aquele que ensinou tudo que eu aprendi na vida, que me disse, 'ajude sem pedir nada em trocar e quando fizer uma coisa, faça bem feita", lembrou o novo prefeito ao reafirmar a motivação em trazer um 'novo futuro' ao Recife.

Pirulitos circulavam entre a festa, em referência a fala da concorrente do PT. Durante debate, Marília chegou a afirmar que a Prefeitura do Recife não era pirulito para dar na mão de um menino.

Após a confirmação da vitória de Yves Ribeiro (MDB) nas eleições municipais de Paulista, o candidato à Prefeitura do Paulista Francisco Padilha (PSB) discursou para sua militância, na noite deste domingo (29). Ele participou pela primeira da disputa por um cargo eletivo, partindo do zero e chegando ao fim do segundo turno das eleições municipais com 42,48% dos votos válidos. 

"Nossa campanha foi linda demais! Cheia de projetos incríveis para transformar Paulista e com o apoio do povo, que me encheu de orgulho. Orgulho de ser filho dessa terra e viver, todos os dias, os seus avanços, mas sem ignorar tudo que precisa de atenção. Obrigado por sentir e partilhar esse amor roxo que se espalhou por toda cidade", disse.

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O pessebista ainda ressaltou que não pretende desistir da cidade. "Não vamos parar por aqui! Vamos seguir, incansavelmente, com novas ideias, disposição e coragem para fazer uma Paulista diferente! Não vamos desistir de Paulista. Aos nossos militantes que pegaram no serviço incansavelmente, muito obrigado!", discursou.

*Com informações da assessoria 

 

O prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), comemorou a vitória sobre o adversário Marcelo Crivella (Republicanos), que tentava a reeleição, dizendo que "o Rio está livre do pior prefeito de sua história".

Acompanhado pelo presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM), Paes concedeu entrevista coletiva na noite deste domingo (29), em um hotel em São Conrado (zona sul), durante a qual avaliou que o resultado nacional da eleição municipal representa a volta do prestígio da classe política: "Nós passamos os últimos anos radicalizando a política brasileira e contestando aqueles que exercem a atividade política, e os resultados desse quadro de extremos, de divisão, não fez bem aos cariocas nem aos brasileiros. Essa eleição manifestou uma força muito grande daqueles que exercem a atividade política, a gestão pública".

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Paes disse que só vai anunciar nesta segunda-feira (30) as primeiras medidas de sua gestão, que começa em 1 de janeiro de 2021, mas ressaltou a preocupação com a pandemia de coronavírus. "O primeiro desafio está na saúde, na pandemia. O Rio teve quase o dobro da letalidade de São Paulo. Pretendo buscar o governo federal para que a gente tenha disponível imediatamente pelo menos 450 mil testes desses que estão no governo federal. Quero reabrir pelo menos 100 leitos do hospital de Acari (Hospital Municipal Ronaldo Gazolla), e demandar 150 ou 200 leitos da rede pública, municipal estadual ou federal, que possa atender a população".

O prefeito eleito também disse ter convicção de que vai conseguir organizar as contas da prefeitura ("Nós mostramos isso durante a nossa gestão, principalmente nos dois últimos anos de nossa gestão, em 2015 e 2016") e falou sobre a necessidade de unir as forças políticas: "Eu tive nesta eleição um apoio crítico, mas importante, de partidos de esquerda, como PSOL e Partido dos Trabalhadores, tive apoio de partidos mais à direita, como PSD, e nosso papel é unir a cidade", concluiu, ressaltando que está "mais maduro, mais experiente e preparado" do que quando foi eleito para o primeiro mandato, em 2008.

Paes criticou a gestão de Crivella: "O governo reacionário que tomo conta da cidade nos últimos quatro anos foi ruim na gestão, piorou a vida das pessoas e olhou a cidade com muito preconceito", afirmou.

O prefeito eleito do Rio aproveitou a entrevista para cumprimentar Bruno Covas (PSDB), reeleito prefeito de São Paulo: "Quero cumprimentar também o prefeito Bruno Covas, que se reelegeu. A vitória dele também significa a vitória de um quadro político que tem história, daqueles que acreditam na boa política".

Derrotada na disputa pela Prefeitura do Recife, Marília Arraes (PT) recebeu a imprensa em coletiva realizada por volta das 20h, no Hotel Villa D'Oro, no bairro da Soledade, centro do Recife. Participaram do encontro a deputada Teresa Leitão (PT), o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), o deputado federal Carlos Veras (PT) e João Arnaldo, vice da chapa.

"Aqui vai começar uma nova articulação da oposição de Pernambuco. Começa um novo capítulo no estado. Estou muito feliz porque nessa campanha a gente viu reacender a esperança, muitas pessoas irem pra rua com vontade, com gosto de votar", disse Marília.

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A petista voltou a mencionar ataques da campanha do PSB contra sua candidatura. "Estou muito feliz por todo o debate que fizemos na cidade e porque nunca uma mulher tinha conseguido chegar ao segundo turno com o percentual de votos que tivemos. Quero ver mais mulheres nesses espaços", concluiu.

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Balanço publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, registra que, até as 19h deste domingo de eleições, 361 ocorrências foram registradas e 82 prisões ou conduções foram realizadas. Além das prisões, oito inquéritos já foram instaurados e 37 termos circunstanciados foram lavrados. Segundo a pasta, uma arma e oito veículos foram apreendidos até o momento, além de R$ 20 mil e diversos materiais de campanha.

Dos 257 crimes eleitorais registrado até o momento, 83 foram por boca de urna; 12 por compra de votos; cinco por concentração de eleitores; 97 por desobediência às ordens da Justiça Eleitoral; 48 por desordem que prejudique os trabalhos eleitorais; um por falsidade ideológica; dois por "fatos e imputações inverídicas" (fake news); sete por impedimento ou embaraço ao exercício do voto; e dois por transporte de eleitores.

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Há também 76 ocorrências de indicações de desinformação sobre o processo eleitoral. Entre os 16 incidentes de segurança pública e defesa social, seis foram por bloqueio de vias; quatro por atendimentos de urgência e emergência; quatro por falta de energia; e dois por manifestações.

Integrantes da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Ministério da Defesa, Tribunal Superior Eleitoral, representantes dos estados e de outros órgãos do governo federal têm acesso às ocorrências. A Operação Eleições 2020 conta com efetivo de 96.879 agentes e o apoio de 14.556 viaturas.

 

O candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), fez um rápido pronunciamento na sacada de sua casa, na região do Campo Limpo, após a notícia da reeleição de Bruno Covas. "Estou aqui para agradecer cada um que acreditou. Não foi nessa eleição, mas a gente vai ganhar", declarou. Ele está isolado em casa após testar positivo para covid-19.

Nos bastidores, há grande expectativa de que Boulos utilize o capital político conquistado em 2020 nas eleições de 2022. O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disputou a presidência da República em 2018.

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Com a derrota de Marília Arraes no Recife e João Coser em Vitória, o PT termina as eleições 2020 sem comandar, pela primeira vez na história, uma capital do País. A primeira vitória, em Fortaleza (CE), com Maria Luiza Fontenele, foi em 1985.

A notícia aprofunda a perda de relevância do partido nas eleições municipais. Até hoje, 2016 havia sido o pior pleito do PT na conquista de prefeituras.

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A sigla do ex-presidente Lula passa por uma crise desde a Operação Lava Jato e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

Com 99,97% das seções apuradas, o candidato do Avante à prefeitura de Manaus, David Almeida, foi eleito, com 51,27% dos votos. Em segundo lugar, ficou Amazonino Mendes, candidato do Podemos, com 48,73% dos votos.

Almeida conseguiu virar a preferência do eleitorado manauara, que havia classificado no primeiro turno Amazonino em primeiro lugar. Até o momento é a única capital em que houve inversão da ordem dos candidatos neste segundo turno.

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Com menos de 1% das seções para serem apuradas, Almeida tem uma vantagem de 2,54 pontos percentuais dos votos válidos sobre o concorrente, uma diferença de 23.164 votos.

As declarações da vitória devem ficar à cargo do candidato a vice na chapa de Almeida, Marcos Rotta (Avante). Ontem (28) a mãe de Almeida faleceu por complicações pela Covid-19.

Com 97,46% das urnas apuradas, o candidato JHC (PSB) venceu a disputa em segundo turno pela capital de Alagoas, Maceió. Ele obteve 58,65% dos votos válidos, contra 41,35% dos votos ao candidato Alfredo Gaspar (MDB).

A capital alagoana tem população estimada pelo IBGE em 1,02 milhão de pessoas. De acordo com o TSE, a cidade 531.711 eleitores.

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O candidato da coligação "Aliança com o Povo" (PSB / PDT / PSDB) tem 33 anos de idade e o ensino superior completo. Ele fez registro de R$ 1,9 milhão em bens.

 

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