Trata-se da terceira sessão de quimioterapia e Lili, uma lhasa apso de 5 anos, responde bem ao tratamento: alguns dos sintomas do linfoma estão desaparecendo e tudo caminha para que fique melhor. Detalhe: o diagnóstico do câncer tem somente três meses. Há poucos anos, essa avaliação normalmente seria tardia e a morte, quase certa. Hoje, muito mudou e já há veterinários até se especializando na prática da oncologia.
"Percebemos gânglios nas pernas e no pescoço e, como já tínhamos visto outros casos na família, havia a suspeita de que algo estava errado. Tentamos nos convencer de que era só uma inflamação, mas ficamos apreensivos. É uma notícia que nenhuma 'mãe' que ouvir", explica a dona, Maria Cristina Albuquerque, de 37 anos, que logo procurou tratamento especializado. Os casos de câncer em animais domésticos vêm crescendo e sendo notados nas clínicas, graças à melhoria econômica e à aproximação sentimental, que permitem aos donos cuidar melhor dos pets e, consequentemente, aumentar a expectativa de vida dos animais.
##RECOMENDA##"O câncer afeta principalmente os mais velhos. Dos cães idosos doentes que dão entrada no hospital, 60% têm câncer. Desses, 25% são de mama", diz o diretor do Hospital Veterinário Sena Madureira, Mário Marcondes. Também em São Paulo, o veterinário Eduardo Pacheco, diretor clínico do Hospital Veterinário Santa Inês, tem números semelhante e destaca que é uma realidade que veio para ficar. "Dentre as 14 especialidades que temos, a oncologia é a segunda mais solicitada."
No dia 4, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) habilitou a Associação Brasileira de Oncologia Veterinária (Abrovet) a conceder título de especialista aos profissionais que atuam na área do câncer animal. Trata-se de mais um fator de segurança para quem busca auxílio. "Não podemos admitir que aquele que faz um treinamento de um fim de semana, uma semana, um mês, possa ter um título", afirma o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda.
Para a presidente da Abrovet, Júlia Matera, a preocupação com a qualidade é clara. "Além do certificado reconhecido pelo Ministério da Educação, agora há vários critérios a serem seguidos, como experiência comprovada na área, publicações de artigos em revistas, participação e apresentação em congressos." E deve-se renovar tudo a cada cinco anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.