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O Banco Central terá seu papel como condutor da política monetária alterado em um eventual governo do Partido dos Trabalhadores (PT), disse o economista Marcio Pochmann, responsável pelo programa econômico na campanha presidencial do partido.

"Nossa proposta é a de que o Banco Central tenha um duplo mandato, balizando o comportamento da inflação e focado em preservar o emprego", declarou, durante sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceira com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

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A alteração seria feita a partir de uma proposição legislativa, disse Pochmann. "Pretendemos incorporar ao papel do Banco Central práticas vistas em economias avançadas, como nos Estados Unidos", afirmou.

A partir de uma coordenação com outras áreas o governo, explicou o economista, o País poderia perseguir o pleno emprego. "Queremos dar coerência à condução da política monetária e fiscal."

Reforma trabalhista

Outra frente para aumentar a oferta de emprego no País seria a revogação da reforma trabalhista implementada durante o governo de Michel Temer. "Trabalharemos com um estatuto do trabalho adequado à realidade atual", afirmou.

Reservas

As reservas cambiais brasileiras poderão ser usadas pelo governo para financiar e destravar investimentos em infraestrutura, comentou o economista Marcio Pochmann. "Estudos mostram que nossas reservas estão cerca de 10% acima do necessário, pelos critérios internacionais mais rigorosos", disse.

Pochmann lembrou o recente processo de redução das reservas cambiais pela China para reforçar seu argumento em favor do redirecionamento de uma parcela destes recursos. "A China reduziu suas reservas de cerca de cerca de US$ 4 trilhões para US$ 3 trilhões, não tem nada de surpreendente ou novidade", comentou. "Não pretendemos usar este recurso para financiar os gastos do governo, queremos sustentar o fundo que vai financiar o investimento", esclareceu, após ser questionado se a medida não feriria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

No fundo proposto pelo PT, também haveriam recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e debêntures de empresas privadas, explicou o economista.

Lei de mídia

Em caso de vitória do PT na eleição presidencial deste ano, o partido deverá propor uma regulamentação econômica da mídia no País, afirmou Marcio Pochmann. "A ideia é ter uma lei de mídia como já existe nos Estados Unidos. Não é possível que uma família tenha uma rádio, uma emissora de televisão e um jornal", opinou.

O economista ressaltou que a medida não representa censura ou cerceamento da liberdade de imprensa e opinião, tendo foco restrito a aspectos econômicos. "A mídia é uma das maiores defensoras da livre competição, mas não existe competição na mídia, e sim uma concentração de patrimônio", disse.

Para Pochmann, "não é justo que os meios de comunicação estejam nas mãos de poucos". "Falta pluralidade, a população não confia na mídia", declarou.

Para o coordenador econômico da campanha de João Amoêdo (Novo) ao Palácio do Planalto, o economista Gustavo Franco, a privatização da Petrobras é um processo inevitável, dado o "ataque monstruoso" que a empresa sofreu nos últimos anos, em referência às descobertas da Operação Lava Jato sobre desvios de recursos da estatal.

"Queremos que as empresas funcionem bem. A Petrobras sofreu um ataque monstruoso e será necessário vender algumas empresas na periferia de suas atividades para resolver as dificuldades fiscais", comentou Franco.

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O economista participou nesta quinta-feira, 16, de sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Ele avalia que, entre as empresas estatais, o modelo da Petrobras é o mais difícil. "Precisa ser resolvido com a melhor técnica possível para melhor atender aos interesses dos acionistas e da sociedade brasileira, que quer ver a empresa funcionar bem", comentou.

Um modelo que poderia ser ajustado e replicado ao processo de privatização da petroleira, disse o economista, seria o adotado na privatização do sistema Telebras. "Vamos dividir as atividades para criar tensão competitiva ao longo do processo", explicou. "Após dividida em várias empresas, conforme estudos e análises, é provável que várias partes sejam privatizadas e outras não", disse o economista do Novo.

O economista ressaltou, entretanto, que o objetivo do plano de privatizações do Novo não é fazer caixa, e, sim, investir os ganhos para aumentar a qualidade dos serviços públicos.

Princípios

A privatização ou até mesmo fechamento de empresas públicas é uma medida que será implementada, em caso de vitória do Novo nas eleições presidenciais, explicou o coordenador econômico da campanha. "Do ponto de vista de princípio, não acredito que devemos manter nenhuma empresa estatal", disse, ponderando que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) poderia ser uma exceção ao processo. "Poderia ser mantida, mas não como empresa e sim como agência", explicou.

O economista ressaltou que cerca de metade das 151 empresas públicas fazem parte de grandes grupos no setor elétrico, petroquímico e bancário. "Metade estão nos grupos Eletro, Petro, Banco do Brasil e Caixa. Acredito que a Eletrobrás já está pronta para iniciar o processo", comentou.

De acordo com Franco, ainda é necessário debater se é melhor "diluir a presença do governo federal na holding ou se é melhor vender partes da empresa, aquilo que render mais". "O Banco do Brasil é outro que está totalmente pronto para privatizar e seria interessante adotar um processo por diluição da participação do governo", afirmou.

"Teríamos o primeiro banco comercial como corporação, que se tornaria competidor importante no varejo do dia para noite", disse o economista. "Naturalmente, os bancos de varejo que atuam no País não poderiam participar do controle do BB", emendou.

Para Gustavo Franco, o ideal neste processo de privatização do BB seria não descaracterizar a marca, que já é bastante consolidada.

No caso da Caixa Econômica Federal, Franco afirmou que antes de implementar um processo de privatização, é preciso "desligá-la do FGTS e listá-la em Bolsa". "Após listar em Bolsa, para provocar um ajuste à dinâmica de companhia aberta, aí sim, com a companhia bem mais fortalecida, poderemos vender o controle por um valor melhor", comentou.

"Não tem necessidade de o governo ter dois bancos. Na realidade, não vejo necessidade de o governo ter nem mesmo um banco", complementou o economista, sugerindo também que o Estado do Rio Grande do Sul adote processo similar com o Banrisul.

FGTS e Previdência

A redução do custo de capital no País deve passar pela reformulação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e pela transição do modelo de partilha da Previdência para o modelo de capitalização, avalia Franco.

"A Previdência privada, pública e o FGTS deveriam ser os principais atores no mercado de capitais do Brasil, como é em todo o mundo", afirmou. "Também temos o Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT, que poderia ter os recursos melhor aplicados. São mecanismos obsoletos, criados na época da ditadura militar", lembrou ele.

Para o economista, uma reorganização da Previdência para o modelo de capitalização tornaria "mais justa" a aposentadoria dos brasileiros, já que garantiria aos trabalhadores o acesso aos recursos por eles poupados, na mesma magnitude.

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, criado nas gestões do PT, deverá ser revisado em um eventual governo de Guilherme Boulos (PSOL), explicou o economista Marco Antonio Rocha, coordenador do programa econômico da campanha, durante debate realizado nesta terça-feira, 7, pelo Grupo Estado, em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

"Reconhecemos a importância do programa no resgate da dignidade das famílias, mas o programa gerou problemas à economia", declarou Rocha. "A ampliação discriminada do programa provocou especulação imobiliária e vai contra o objetivo inicial, que é garantir o acesso a moradia própria", afirmou o economista.

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Bancos públicos

Professor da Unicamp, Marco Antonio Rocha defendeu o uso dos bancos públicos como indutor da recuperação econômica. "Entendo que momento é mais favorável ao uso de bancos públicos, uma vez que há a necessidade de o Estado voltar a investir para alcançarmos a recuperação econômica", afirmou.

Sobre o uso específico do BNDES, Rocha disse que "foi um certo exagero" Boulos ter falado, na semana passada a empresários no Rio de Janeiro, que iria usar o banco exclusivamente para pequenas e médias empresas.

"O que nós queremos é diversificar as linhas de financiamento do BNDES para pequenas e médias empresas", explicou. "A gente entende que o BNDES é um instrumento fundamental para impulsionar o crescimento econômico e a produtividade da economia brasileira."

Ele afirmou ainda que o BNDES pode focar no investimento de empresas de alta tecnologia. "O BNDES tem uma certa cara de segunda revolução industrial, voltado para indústria. Precisamos mudar o paradigma tecnológico, focar o BNDES na indústria 4.0", disse.

Sobre a questão da infraestrutura, o economista que assessora o PSOL defendeu ainda ampliar o investimento para reduzir o déficit nessa área.

Banco Central

O papel do Banco Central, em uma eventual presidência de Guilherme Boulos, será não apenas trabalhar para controlar a inflação, afirmou o coordenador do programa econômico da campanha do PSOL. "O BC deve ter mandato duplo na nossa gestão: controlar a inflação e também responder pelo emprego", disse.

O economista criticou as regras para indicação do presidente da autoridade monetária. "Atualmente, acontece no Brasil o que chamamos de 'porta giratória', ou seja, o executivo sai de um grande banco e já vai para o BC. Acreditamos que, assim como é preciso passar pela sabatina no Congresso, é necessário impor uma quarentena", comentou Rocha.

Mercado futuro de câmbio

Marco Antonio Rocha sugeriu o controle do mercado de câmbio por meio da regulamentação do segmento futuro. "A volatilidade do dólar é extremamente prejudicial à economia e nós acreditamos que a causa dela é a ação do mercado futuro de câmbio", afirmou. "Mudanças abruptas no câmbio provocam desequilíbrios nas empresas, e é isto que queremos combater."

Sem explicitar que outras medidas o programa do PSOL planeja lançar mão na questão cambial, o economista e professor da Unicamp ressaltou que não pretende usar reservas cambiais do Banco Central. "As reservas atuais estão em bom nível", afirmou.

Previdência

O coordenador do programa econômico do candidato Guilherme Boulos defendeu a manutenção do regime de repartição da Previdência Social brasileira. Na avaliação de Rocha, o regime de capitalização, proposto por outras candidaturas, pode sofrer em momentos de crise.

"É complicado para nós adotarmos esse porque nossa história recente mostra que em 20, 30 anos temos grave crise, que pode impactar esta capitalização", afirmou ele.

Para Rocha, a Previdência Social tem papel fundamental na estruturação da economia. "Na minha visão, em cidades do interior e famílias lideradas por idosos a crise atual foi menor por causa da Previdência Social", disse.

Rocha ponderou, no entanto, a necessidade de se rever a Previdência de Estados e algumas categorias. "Tudo isso só deve ser considerado pelo presidente a ser eleito", afirmou.

Renúncia fiscal

A ampla adoção de medidas de renúncia fiscal como maneira de combater a crise econômica, verificada ao longo das gestões do PT e de Michel Temer, foi criticada pelo economista Marco Antonio Rocha. "Não será política de renúncia fiscal que dará resultados. Precisamos revisar os gastos tributários. A atual política tributária aumenta a desigualdade", afirmou.

"Se perdeu a mão em termos de renúncia fiscal nos últimos anos. Temos espaço para recuperar recursos sem mexer na zona franca e isenções ligadas a questões sociais", diz Rocha. "Pelos nossos cálculos, é possível recuperar quase 1 ponto porcentual do PIB revisando e corrigindo distorções tributárias", avalia o economista.

A política tributária para pessoas físicas também deverá sofrer alterações, em caso de vitória do PSOL no pleito eleitoral, comentou Rocha. "Precisamos de um imposto mais progressivo no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Podemos ter mais 2 p.p. do PIB com alterações", disse, confirmando que seria criada ao menos mais uma faixa de alíquota tributária além do atual teto de 27,5%. A tributação de grandes fortunas é outro ponto proposto pela campanha, ao mesmo tempo em que seria feita uma migração da tributação sobre consumo para imposto sobre valor adicionado.

"A transição seria mais gradual na simplificação tributária e mais rápida em relação às grandes fortunas. Isso daria uma folga para as contas públicas num primeiro momento", afirma o economista.

Ainda no campo fiscal, Rocha aponta que a reestruturação da dívida pública poderia render mais 2 p.p. do PIB aos cofres públicos, caso o perfil do endividamento brasileiro fosse levado ao custo médio da dívida de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "A regulamentação do mercado de câmbio pode levar a um perfil de dívida menos custoso", explicou.

Reforma trabalhista

A lei 13.467, que reformulou as regras previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), "é desastrosa em vários sentidos", afirmou o economista Marco Antonio Rocha. "Foi muito dito que a reforma ajudaria na geração de empregos, mas não é verdade - temos visto a deterioração do mercado de trabalho desde a implementação da reforma", disse. "O que gera emprego é atividade econômica", emendou.

Três eixos

O professor da Unicamp afirmou que as propostas formuladas para a campanha são divididas em três eixos que visam recuperar a capacidade do Estado de agir de maneira contracíclica na economia.

"Os três eixos se caracterizam em incentivo produtivo tecnológico para a indústria, a recuperação de mecanismos de intervenção estatal na economia e a reformulação da gestão macroeconômica brasileira", destacou o coordenador.

Na avaliação de Rocha, o dinamismo econômico só será recuperado com investimento público. "Precisamos recuperar a capacidade do Estado de investir", afirmou.

Mesmo ponderando a necessidade de uma resposta de curto prazo, especialmente por causa da questão do desemprego, Rocha defende que é necessário um "plano estruturante de médio e longo prazo". "Nós temos de combater esta crise que se caracteriza pela queda do rendimento e alto endividamento", disse.

Na última quarta-feira (21), o Estadão anunciou a contratação de William Waack como o mais novo colunista do veículo. A estreia do jornalista será nesta quinta-feira (22). Waack ficará responsável por publicar textos toda a semana com temas como eleição, renovação política, polarização e populismo.

Esta é a segunda passagem de William Waack no Estadão. Em 1975, ele foi correspondente do jornal na Alemanha até 1978. Vale lembrar, que Waack assume a coluna no Estadão pouco mais de três meses depois de sair da Rede Globo após dar uma declaração preconceituosa.

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Logo após o encerramento do debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, TV Gazeta e Twitter, a candidata à prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSOL), criticou seus oponentes pela falta de apresentação de propostas e de um plano de gestão para a cidade. "Foi um debate pobre, com propostas pontuais e desarticuladas entre elas", disse a candidata em entrevista.

Sua avaliação contrapõe-se às percepções de João Doria (PSDB) e Major Olimpio (Solidariedade). O candidato tucano ressaltou justamente a oportunidade de apresentar propostas e voltou a dizer que não é político e sim gestor. Ele atacou a atual administração petista e afirmou que vai "colocar a cidade em outro patamar de gestão". "Venho com padrão de eficiência do Poupatempo", acrescentou.

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Já Major Olimpio, depois de afirmar que considerou o debate "produtivo", aproveitou a oportunidade para, mais uma vez, pedir votos diretamente ao eleitorado. "Me apoie nessa jornada pois São Paulo se tornou um caso de polícia", disse.

Disputando a prefeitura pelo PRB e líder nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, o candidato Celso Russomanno evitou fazer comentários. Limitou-se a repetir que fará uma gestão voltada à melhoria dos serviços públicos e disse que quem avalia os debates é o eleitor.

A candidata do PMDB, Marta Suplicy, não dispensou a oportunidade para continuar atacando o candidato João Doria, com quem disputa passo a passo o segundo lugar nas preferências eleitorais, até o momento. "Me chamou a atenção o fato do Doria não ter respondido à pergunta sobre educação inclusiva. Me chamou a atenção ele não saber o que isso significa. E, se sabe, não respondeu", afirmou.

Por sua vez, o candidato à reeleição, Fernando Haddad, que durante o debate foi constantemente associado por seus oponentes a Lula e aos casos de corrupção do PT, tentou explorar o que considerou uma incoerência de seus oponentes - que, segundo ele, defendem uma coisa no palanque e fazem outra no Congresso. Segundo Haddad, as propostas de melhorias em questões sociais, além de educação e saúde, são incompatíveis com a aprovação das medidas econômicas propostas pelo governo federal.

"Deixei um recado firme mostrando que quem está prometendo melhorias aqui e lutando contra o trabalhador em Brasília não vai conseguir entregar o que promete", disse. Haddad afirmou ainda que está denunciando os partidos que estão sustentando o governo e em Brasília brigam contra os direitos do cidadão. "Temos que falar a verdade para as pessoas, que estão confusas com a crise", afirmou.

A segunda pesquisa Ibope/Estado/TV Globo sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo mostra redução da vantagem de Celso Russomanno (PRB) em relação a seus principais adversários, Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB), que estão empatados tecnicamente no segundo lugar.

Russomanno aparece com 30% das intenções de voto, três pontos porcentuais a menos do que na pesquisa anterior do Ibope, divulgada em 23 de agosto. Marta, que no mês passado estava sozinha na segunda colocação, variou de 17% para 20%. Já Doria registrou o maior avanço, crescendo de 9% para 17%.

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O prefeito Fernando Haddad (PT), candidato à reeleição, manteve os 9% da pesquisa anterior. Já a ex-prefeita Luiza Erundina (PSOL) caiu, de 9% para 5%. Dos demais candidatos, nenhum teve mais de 1% das preferências.

O levantamento mais recente foi o primeiro do Ibope após o início da propaganda eleitoral gratuita.

Segundo turno

Desde a pesquisa anterior, aumentou a possibilidade de haver segundo turno, já que Russomanno ficou mais distante da maioria absoluta dos votos válidos. Quando descontados os brancos e nulos, o candidato do PRB fica com 35%, cinco pontos a menos do que em agosto.

Se uma eventual segunda rodada fosse realizada hoje, Russomanno venceria todos os adversários. Sua maior vantagem se daria em um confronto direto com Haddad (54% a 20%) ou com Erundina (54% a 23%). Contra Marta, o representante do PRB venceria por 44% a 33%. Contra Doria, por 49% a 28%.

Rejeição

O atual prefeito é o líder no quesito rejeição: 48% dos paulistanos não votariam de jeito nenhum no candidato do PT. Depois, empatadas tecnicamente, aparecem Erundina (29%) e Marta (27%). As taxas de Russomanno e Doria são 22% e 18%, respectivamente.

A rejeição a Haddad está relacionada às baixas taxas de aprovação de sua administração. Apenas 15% dos entrevistados consideram a gestão boa ou ótima, e 53% a veem como ruim ou péssima.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 13 de setembro, com 1.001 eleitores de todas as regiões da cidade de São Paulo. A margem de erro estimada é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos sobre os resultados do total da amostra. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro. A pesquisa foi contratada por Globo Comunicação e Participações S/A e S/A O Estado S.Paulo. Foi registrada no TRE-SP sob o protocolo SP-01493/2016.

O jornalista Cesar Sacheto bateu um papo com alunos de jornalismo na Universidade Guarulhos no estúdio de rádio da insitituição. No rádio desde os anos 90, Sacheto está na Rádio Estadão, mas já trabalhou em diversas emissoras tradicionais de São Paulo, como a Transamérica, 89FM, CBN, Joven Pan e Bandeirantes. Além de já ter sido chefe de reportagem e produtor no SBT. 

Palmeirense fánatico, o jornalista contou sobre o começo de sua carreira enquanto ainda fazia estágios, a importância da internet para o rádio, o preparo antes de entrar no ar  e o seu dia a dia: "O rádio tem mudado muito, estou no rádio há 20 anos e a internet trouxe uma inovação e a gente tem que saber lidar com isso. Hoje o rádio é muito mais um bate papo do ouvinte com o apresentador e eu acho que tem que ser assim mesmo".  

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Sacheto também falou sobre a versatilidade que todo jornalista precisa ter: "a importância é fundamental, acho que é o futuro do jornalista, você tem que ser versátil, tem que estar preparado para fazer de tudo um pouco" . 

Cesar Sacheto está no ar, ao vivo, na rádio Estadão de segunda à sexta, das 12h às 13h com o programa Estadão Esporte Clube; das 16h às 19h com o Direto da Redação, programa voltado para política e economia e aos sábados e domingos ele comanda com Rogério Micheletti o programa Craques para Sempre uma atração com base em entrevistas sobre a carreira de grandes nomes do futebol brasileiro.

No último sábado (19), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma entrevista ao jornal Estado de São Paulo onde afirmou que achava bom ser investigado para que "acabassem as suspeitas lançadas por uma única pessoas, sem nenhum documento". No entanto, a pessoa a que se refere FHC, a jornalista Miriam Dutra, afirmou em um vídeo postado no youtube pelo blog Diário do Centro do Mundo (DCM), que tem sim os documentos.

Cardoso respodia a uma pergunta sobre as acusações de que ele teria feito remessas para o exterior de maneira ilegal. "Essa senhora foi contradada por uma empresa que não era brasileira. Remeter o que? Para quem? Se o pagamento era feito lá fora por uma empresa não brasileira?", questionou o ex-presidente, que não negou conhecer Dutra. "Ela foi contratada nos meus últimos 15 dias de mandato. Nunca remeti divisa nenhuma. Eu fui professor nos EStados Unidos, no Chile, na França, na Ingleterra. Eu tinha conta em todos esses lugares, registradas, de maneira legal", reafirmou FHC na entrevista ao Estadão.

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A jornalista Miriam Dutra, com quem o ex-presidente teria tido um caso, foi questionada pelo repórter Joaquim Carvalho, do DCM, sobre a declaração de Cardoso e foi enfática ao afirmar que pode provar o que disse. "Eu também estou esperando essa solicitação da Polícia Federal para depor e contra tudo o que realmente o que aconteceu, porque o senhor Fernando Henrique Cardoso não pode esquecer que eu tenho todos os recidos, eu tenho os contratos. Não se iluda", disse Dutra.

Confira:

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Dez dias após os ataques em Paris, as reverberações do medo provocado pelo terrorismo continuam a ecoar em diversos países. Na tarde desta segunda (23), uma ameaça de bomba obrigou funcionários do jornal O Estado de S.Paulo a esvaziarem o prédio da empresa, no bairro do Limão, Zona Norte de São Paulo. 

Em rápida nota publicada no site, o Estadão confirmou que a sede do jornal foi esvaziada após ameaças serem feitas através de telefonemas. Todos os funcionários saíram do edifício. De acordo com informações obtidas pelo Portal Imprensa, não houve pânico, mas sete carros do Corpo de Bombeiros foram enviados ao local. 

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O local continua a ser periciado pela polícia. Até o momento, nenhum artefato explosivo foi encontrado.  

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta terça-feira (29), que o diálogo aberto entre o governo paulista e os assentados do Movimento Sem Terra (MST) contribuiu para reduzir pela metade as invasões de terra no Estado. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada no domingo (27), mostrou que o governador tucano abriu a porta do Palácio dos Bandeirantes para os dirigentes do MST, organização historicamente ligada ao PT.

Desde o ano passado, o governador promoveu três grandes reuniões com o MST. Na primeira delas, em abril, ele participou pessoalmente, levou consigo todos os 27 secretários e abriu as portas do governo para Gilmar Mauro, visto como um dos mais radicais líderes sem-terra. Em contrapartida, ganhou o apoio político do movimento.

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"O diálogo reduziu a menos da metade as invasões. Não há parceria com o MST, mas compromisso com a reforma agrária", disse Alckmin na saída da premiação do ranking Empresas Mais, elaborado pelo Estadão. O governador ressaltou, ainda, que São Paulo é um modelo de assentamentos "que deram certo".

A aproximação com o grupo ocorre no momento em que a presidente Dilma Rousseff se distancia dos movimentos sociais por causa dos cortes de programas sociais decorrentes do ajuste fiscal. Um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, elogiou nesta segunda-feira o chefe do Executivo paulista. "(Alckmin) deu exemplo do que é, na prática, fazer com que a Constituição (Federal) seja normatizada".

O dirigente se refere a projeto de Lei encaminhado por Alckmin à Assembleia Legislativa normatizando que todos os assentados que receberem terras públicas estaduais pela reforma agrária no Estado tenham obrigatoriamente o título de concessão de uso com direito à herança.

Stédile, porém, é cauteloso ao falar sobre a relação entre o MST e o governo. "Não existe aproximação. As relações do MST, seja com governos municipais, estaduais e federal, são sempre de autonomia".

O diálogo entre o governo paulista e o MST desagradou a União Democrática Ruralista (UDR), entidade que representa fazendeiros e produtores rurais. "Vai ser um tiro no pé", disse o presidente da entidade, Luiz Antonio Nabhan Garcia. "No momento em que abre as portas para uma organização fora da lei, o governo cria uma situação de grande desgaste com o setor produtivo rural do Estado", acrescentou. Colaborou José Maria Tomazela

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 29, que dificilmente o Congresso Nacional irá aprovar a PEC da nova CPMF, considerada essencial pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) para cobrir o rombo orçamentário e promover o equilíbrio fiscal. "Acho difícil o Congresso aprovar a CPMF, pois é difícil reunir 3/5 do Congresso neste momento de crise para aprovar uma PEC que aumenta impostos", disse o governador tucano, após participar do evento para a divulgação do ranking Empresas Mais, elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O evento contou com a participação de empresários e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Ao falar que não aposta na aprovação da recriação da CPMF - a medida já está no Congresso Nacional - Alckmin disse que o governo deveria ter optado por um caminho mais simples. Contudo, não disse qual alternativa seria melhor. A declaração do governador segue na mesma linha do que defende a direção do Partido dos Trabalhadores (PT). Na semana passada, o presidente do PT, Rui Falcão, também disse acreditar que aprovar uma PEC neste momento não seria o caminho mais adequado para conseguir o retorno da CPMF.

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A avaliação corrente é que o governo Dilma deveria ter optado em enviar a medida da CPMF ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei complementar porque uma PEC precisa da aprovação de 3/5 dos parlamentares em dois turnos nas duas casas legislativas. Na Câmara, por exemplo, precisa da aprovação de, pelo menos, 308 deputados, e no Senado de, pelo menos, 49 senadores.

O governador de São Paulo, assim como alguns de seus correligionários, já havia se posicionado contra a recriação da CPMF. Contudo, caso a medida consiga passar pelo crivo dos parlamentares, com a alíquota de 0,38%, o secretário de Fazenda de São Paulo, Renato Villela, já informou, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), que o Estado vai brigar para que a distribuição do tributo com Estados e municípios atenda "critérios técnicos", como o volume de gasto com Previdência, por exemplo, o que garantiria a São Paulo receber uma parcela maior dos recursos.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez nesta terça-feira (29) discurso bastante enfático sobre a necessidade de o governo, com o apoio da sociedade, promover o ajuste fiscal, durante participação na cerimônia de premiação do ranking Empresas Mais, elaborado pelo jornal o Estado de S. Paulo. Para o ministro, o desequilíbrio fiscal é a fonte de todas as incertezas. "Enquanto não acertarmos o fiscal, será muito difícil os juros caírem", disse.

Ainda de acordo com Levy, a queda da inflação também está associada ao ajuste fiscal. "Para a inflação cair, com queda dos juros curtos e longos, o fiscal precisa ser acertado", afirmou o ministro da Fazenda.

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Para ele, é preciso, antes de tudo, acertar a situação fiscal, pois isso é a maior fonte de incerteza para todo mundo. Segundo Levy, para o Brasil sair da crise é preciso uma linha clara de ação e o governo está tentando transmitir isso.

"Como eu tenho dito, é a estratégia 1, 2 e 3. Primeiro a gente acerta o fiscal, que é a maior fonte de incerteza pra todo mundo, porque as pessoas não sabem como vão ser os impostos em um, dois, dez anos. Tem de cortar onde tem de cortar, mas olhando com realismo e sabendo as mudanças profundas que certas economias vão requer, senão é apenas espuma. E o Brasil não vai aceitar espuma", comentou Levy. Os outros dois passos da estratégia são o retorno de um crescimento saudável do crédito e depois a promoção de reformas estruturais.

Crises anteriores

O ministro lembrou da crise brasileira na década de 1980, com choques externos e incertezas políticas, que teve um custo muito alto. "O objetivo atual é evitar o longo processo que teve naquela época. A gente sabe como foi um caminho difícil, o que foi até chegar ao default. Não tem motivo para achar que esse é o caminho agora, depois de tudo que já se fez."

Segundo ele, nas crises anteriores, o Brasil não tinha o arcabouço institucional que existe hoje, inclusive na área fiscal, e também não havia a maturidade política atual. "O maior risco é a procura de soluções fáceis, mudando uma peça aqui e acolá e achando que vai resolver tudo."

O ministro da Fazenda lembrou que, quando um país passa por uma rápida desaceleração econômica, para acertar o fiscal "tem de pensar em receitas". "Outros países também recorreram a isso, pois as reformas e a diminuição de gasto demoram mais para acontecer e precisamos ter uma ponte segura para chegar ao outro lado."

Turbulência

Levy comentou a turbulência nos mercados financeiros nos últimos dias, em função das dúvidas sobre se o governo conseguirá obter as receitas necessárias, para mostrar a importância de ter uma política fiscal clara.

Ele explicou que além de medidas de curto prazo também é preciso pensar em reformas estruturais e o governo não está se furtando a isso. "Temos de estar preparados, e o governo tem procurado se preparar, talvez com erros, acertos, mas é muito claro que estamos nos preparando."

Levy lembrou ainda que o Brasil passou por um choque importante nos termos de troca e que pode enfrentar turbulências com a normalização da política monetária dos EUA.

Investimentos

Para o ministro da Fazenda, o ajuste fiscal trará de volta a confiança dos empresários e na esteira da volta da confiança, a retomada dos investimentos. "E com a volta dos investimentos os juros vão cair lá na frente", ressaltou.

Segundo Levy, o problema do Brasil não é a demanda, mas sim a oferta, mas com a volta dos investimentos, após o fiscal ser acertado, "veremos a volta da demanda e a política monetária podendo ser relaxada". "Temos que ser muito realistas com a relação fiscal e convencer a sociedade", disse o ministro, reiterando que depois de acertar o fiscal será vista a volta da confiança.

Previdência

O ministro afirmou que é preciso garantir a previsibilidade da Previdência no longo prazo. Segundo ele, o governo já está fazendo isso, com a criação de um fórum de trabalho para discutir mudanças estruturais. "O governo está criando consenso, porque é um tema pesado, grande", comentou durante a premiação do ranking elaborado pelo jornal o Estado de S. Paulo.

Para Levy, é indispensável estabelecer uma idade mínima de aposentadoria, para todos os regimes de Previdência. "Nós temos de fazer uma reforma que dure 20, 30 anos e aumente oferta de trabalho, até porque nosso bônus demográfico está acabando. É muito difícil crescer quando a força de trabalho diminui. A reforma da Previdência não tira direito de ninguém, ela aumenta crescimento, cria empregos."

Segundo ele, o governo está fazendo um esforço muito grande para garantir a manutenção dos vetos presidenciais no Congresso, inclusive com a aprovação de um projeto que alteraria um dos aspectos da política 85/95, que soma a idade com o tempo de contribuição.

Pesquisa Ibope contratada pelo Estadão e pela Rede Globo traz queda na intenção de voto na presidente Dilma Rousseff (PT) e uma diminuição da distância entre a candidata do PSB, Marina Silva, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, no primeiro turno. Os dados mostram que Dilma caiu de 39% para 36%, enquanto Marina oscilou de 31% para 30% e Aécio subiu de 15% para 19%.

O pastor Everaldo Pereira (PSC) manteve 1% das intenções de voto na comparação com a pesquisa anterior, realizada entre 5 e 8 de setembro. A soma dos outros candidatos também se manteve em 1%. Brancos e nulos oscilaram de 8% para 7% e indecisos, de 5% para 6%.

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Na pesquisa espontânea, em que não são apresentados nomes aos eleitores, Dilma apareceu com 31% das intenções de voto, seguida de Marina, com 24%, e Aécio, com 15%. Outros nomes somam 1%. Brancos e nulos são 10%, e 18% não sabem ou não responderam.

No levantamento anterior, Dilma era preferida por 35%, Marina, por 23% e Aécio, por 12%. Brancos e nulos eram 11%, e 19% não souberam ou não responderam à questão.

A pesquisa Ibope entrevistou 3.010 eleitores entre 13 e 15 de setembro em 204 municípios de todo o País. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada na Justiça eleitoral com o número BR-00657/2014.

A presidente Dilma Rousseff se negou nesta segunda-feira (8), durante a série Entrevistas Estadão, a dizer qual o valor e quando será o próximo reajuste da gasolina no País. A presidente disse, no entanto, que não vai haver um "tarifaço" após as eleições. Para justificar sua posição, a presidente comparou o aumento do combustível na refinaria com a inflação medida pelo IPCA.

Segundo Dilma, o combustível teve um aumento real de cerca de 7%. A presidente disse levar em conta os custos de produção que são importados, mas afirmou que não há obrigação de atrelar o aumento do combustível no Brasil ao mercado internacional. "Não existe uma lei divina que obrigue a atrelar ao mercado internacional", defendeu, dizendo que os Estados Unidos têm política parecida com relação ao gás de xisto, cujo preço mais baixo ajuda na competitividade da indústria norte-americana. "Querem vincular o preço do petróleo do Brasil ao praticado lá fora. Por que, a quem interessa e a quem beneficia?", questionou.

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A presidente disse considerar legítima a demanda da Petrobras por um reajuste maior para os combustíveis, uma vez que a empresa tem acionistas e deve visar o lucro. Mas ao mesmo tempo, Dilma disse que a riqueza explorada pela empresa tem "202 milhões de acionistas", o povo brasileiro. "É uma discussão que cabe à Petrobras e ao seu conselho", afirmou. A presidente disse ainda que o reajuste será feito "moderadamente". Dilma garantiu ainda que não há represamento de preços de energia elétrica e desafiou alguém a mostrar atraso na tarifa de energia. "Tudo que está previsto pela legislação está sendo repassado", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, "negou veementemente" qualquer irregularidade na Petrobras, em reação às denúncias envolvendo um esquema de propina na estatal. Segundo ela, Lobão deu explicações diretamente e por escrito.

Dilma explicou que fez um ofício pedindo à Polícia Federal e ao Ministério Público acesso às informações da investigação para tomar as providências cabíveis e saber que elas serão tomadas com base em informações oficiais - e não da imprensa. A presidente negou o afastamento de Lobão do cargo sem "saber primeiro se isso é verdade". "A revista não diz de onde tirou informações, nem como tirou", afirmou.

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"Se a pessoa estiver comprometida, é afastamento puro e simples do governo. Mas tenho que acatar informações oficiais, da Polícia Federal, do Ministério Público. Se eles não forem capazes de me responder, vou pedir ao Supremo Tribunal Federal que me informe", acrescentou. Dilma classificou como "inadmissível" um órgão da imprensa saber algo e o governo não saber. "Não quero no meu governo quem esteja comprometido com qualquer malfeito. Mas também não quero dar à imprensa um poder que ela não tem. Não só o governo federal tem direito, mas a população tem direito", disse.

Dilma também defendeu a decisão tomada pelo conselho de administração da Petrobras sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ela afirmou que tinha pessoas dos setores público e privado no conselho quando foi aprovada a compra de 50% de Pasadena, "com opinião fundamentada do Citibank". "Mais tarde descobrimos que faltava um anexo com duas cláusulas. As duas não nos foram apresentadas. O conselho só aprovou a compra de 50%, os demais 50% não foram aprovados pelo conselho, sequer foram analisados pelo conselho", disse a petista, acrescentando que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União concordaram que o conselho nada teve a ver com o processo.

A pesquisa Ibope/Estado/TV Globo revela que 79% dos eleitores brasileiros são contra a descriminalização da maconha, e apenas 17% a favor. Um placar semelhante envolve a questão do aborto: 79% são contrários à legalização e 16%, favoráveis. A maioria - ainda que por margem não tão larga - também rejeita o casamento gay: 53% a 40%.

A população está dividida em relação à pena de morte: 46% defendem a medida, e 49% a rejeitam. Já a redução da maioridade penal tem o apoio de oito em cada dez brasileiros.

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A pesquisa mostra ainda apoio significativo ao Bolsa Família, principal programa social do governo federal: 75% favoráveis e 22% contrários. Entre os que têm renda mensal de até um salário mínimo, a taxa de apoio chega a 90%.

A privatização da Petrobrás, bandeira levantada pelo candidato Pastor Everaldo (PSC), é rejeitada por 59% e aprovada por 22%.

Os homens são os que mais rejeitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo: 58% deles são contra. Já entre as mulheres, são 49% contra e 44% a favor. Há faixas do eleitorado que são majoritariamente favoráveis à bandeira da comunidade gay: 51% entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos, e 55% entre os mais escolarizados, com curso superior. J

á a legalização da maconha e do aborto não é defendida nem pelos mais jovens: 74% e 77%, respectivamente, são contrários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lideranças do PT na Câmara dos Deputados comemoraram o resultado da pesquisa Ibope divulgado há pouco, em que a presidente Dilma Rousseff ganhou 3 pontos porcentuais em uma semana na preferência do eleitorado e viu sua taxa de rejeição cair 5 pontos.

Para o vice-presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), a população tem tomado conhecimento, por meio do propaganda de TV da petista e dos debates, sobre os programas e os investimentos realizados pelo atual governo, o que se reflete no levantamento contratado pelo Estado e pela Rede Globo.

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"Um governo que não tiver o que mostrar é impossível de defender. Os dados indicam que os investimentos continuam, a inflação está sob controle e o desemprego segue nos níveis mais baixos. A vida das pessoas melhorou", argumenta. Ele também atribui os números da pesquisa a um tom mais propositivo -- com promessas de novos programas para um eventual segundo mandato - adotado pelo comitê de Dilma, antes focado em apresentar o que foi feito nos últimos quatro anos.

De acordo com o Ibope, Dilma subiu de 34% para 37% nas intenções de voto. A ex-ministra Marina Silva (PSB), por sua vez, passou de 29% para 33% e o candidato do PSDB, Aécio Neves, caiu de 19% para 15%. Em um segundo turno, Marina venceria Dilma por 46% a 39%, uma diferença menor do que a registrada no último levantamento (9 pontos porcentuais).

Já o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), se disse "aliviado" com os números do Ibope. O parlamentar também considera que a propaganda eleitoral -- além do debate entre os presidenciáveis -- está começando a surtir efeito. "O povo começa a olhar o nosso projeto e verificar que muita coisa foi feita", afirmou.

Ex-líder do partido na Casa e vice-presidente nacional do PT, o deputado José Guimarães (CE) afirmou que a campanha conseguiu "acertar na dose e mostrar o que cada uma das candidaturas representa". "A reposição da campanha foi fundamental para acertar a mão", disse. Para reverter o quadro atual, de vitória de Marina no segundo turno, Guimarães defendeu que a campanha precisa continuar a "defender o legado de Dilma e a sinalizar para o futuro".

A novidade apresentada pela pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira é a recuperação da presidente Dilma Rousseff (PT) nas intenções de voto no primeiro turno, avalia o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Carvalho Teixeira. Segundo ele, o levantamento confirma a queda de Aécio Neves (PSDB) já vista anteriormente na pesquisa Datafolha, mas a recuperação de Dilma é "surpreendente".

Teixeira destaca que a recuperação no primeiro turno não é a única boa notícia para Dilma, uma vez que a rejeição à petista diminuiu e a avaliação do seu governo melhorou. "A viabilidade de Dilma no segundo turno passa pela melhoria da avaliação do governo e pela diminuição da rejeição. Além disso, ela ganhou fôlego para se manter viável no primeiro turno. Se tem um conjunto de boas notícias, ele foi para Dilma", avaliou.

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Ele aponta, porém, que Marina não tem motivos para se lamentar, já que continuou crescendo, mas com fôlego menor. "A impressão é de que, se ela ainda tiver possibilidade de crescimento, será em ritmo muito mais lento daqui para frente. A notícia é boa, mas mostra que talvez o teto dela tenha se estabilizado", afirmou.

Teixeira acredita que o quadro mostrado hoje pelo Ibope não deve sofrer alterações significativas até o dia da eleição, mas que ainda há possibilidade de Dilma e Marina crescerem mais. "Isso tira o Aécio de cena porque o espaço de oposição foi ocupado por Marina", disse. Segundo ele, a maneira de o tucano recuperar eleitores passa pela corrosão da base de Marina, mas a tarefa é difícil. "Ele não está perdendo só eleitores, mas também apoio. Aécio tem motivos para se preocupar muito e repensar estratégias. Se tem um perdedor, é o Aécio", apontou.

Mesmo assim, para Teixeira, Aécio deve continuar na disputa, apesar dos rumores de que ele estaria considerando desistir do pleito e apoiar a candidatura de Marina. O cientista político avaliou que é importante manter o PSDB na disputa, até mesmo para não prejudicar as corridas estaduais.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), comemorou o resultado da pesquisa Ibope, encomendada pelo Estadão e Rede Globo, e divulgada há pouco. A sondagem mostrou que, no primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff cresceu de 34% para 37%, empatada tecnicamente com Marina Silva, que subiu de 29% para 33%. O tucano Aécio Neves caiu de 19% para 15%. No confronto direto do segundo turno, Marina bate Dilma por 46% a 39%, reduzindo a diferença anterior, de 45% a 36%.

"O resultado revigora a militância e vai dar um gás gigantesco", disse o líder petista, que também coordena a campanha de Dilma em Pernambuco. Para Humberto Costa, a pesquisa anterior, divulgada na semana passada, ainda estava sob o efeito de uma novidade, que foi o surgimento da candidatura de Marina. Ele disse que inicialmente a candidata do PSB fazia um discurso "muito marcado pela generalidade".

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"Isso fazia com que as pessoas aderissem sem uma reflexão maior", afirmou. "A partir do momento em que ela começa a ser questionada, assim como seu programa de governo, a dúvida ressurge e eu acredito que daqui para frente esse questionamento e essa reflexão vão aumentar", destacou.

O líder do PT atribuiu o crescimento de Dilma à propaganda eleitoral, que tem mostrado as ações e realizações do governo. Ele disse que os programas, que começaram a ir ao ar em meados do mês, não têm efeito imediato.

Costa disse não ter considerado um "erro" o programa eleitoral de Dilma veiculado na quarta-feira, que comparou Marina aos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros. Ambos não conseguiram completar os mandatos. "Não acho que foi um erro, mas acho que tem que ser uma coisa mais explicada, porque foram situações diferentes", disse, ao destacar que é importante mostrar que, sem uma base social, partidária e força no Congresso Nacional, não se governa.

O petista disse que o tom da campanha na TV deve fazer o debate político e racional, tomando cuidado para não usar "argumentos que não são efetivamente convincentes". Segundo ele, é preciso mostrar as diferenças das propostas de visão de Brasil e debater a governabilidade. Em relação aos ataques, disse que é preciso ter cautela, uma vez que Marina é "craque em se vitimizar".

Pesquisa Ibope encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela Rede Globo mostra uma queda na taxa de rejeição da candidata Dilma Rousseff (PT) de 36% para 31% da semana passada para cá. A taxa de rejeição da candidata Marina Silva (PSB) oscilou de 10% para 12% no mesmo período. A rejeição ao candidato Aécio Neves (PSDB) se manteve em 18%.

Segundo a pesquisa, 18% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no pastor Everaldo, 12% em Levy Fidelix (PRTB), 11% em Zé Maria (PSTU) e Eymael (PSDC). A taxa de rejeição a Luciana Genro (PSOL) e Mauro Iasi (PCB) é 10% e a de Eduardo Jorge (PV), 7%; 12% disseram que poderiam votar em todos e 15% não sabem ou não responderam.

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Avaliação

A pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira também mostra uma leve melhora na avaliação do governo Dilma Rousseff. A avaliação ótima ou boa da atual gestão saiu de 31% em julho para 34% em agosto e 36% neste início de setembro. A avaliação regular do governo está praticamente estável: ficou em 36% em julho e agosto e está em 37% agora. A avaliação ruim ou péssima passou de 33% em julho para 27% em agosto e 26% agora.

A pesquisa Ibope foi realizada entre 31 de agosto e 2 de setembro, por encomenda do Estadão e da Rede Globo. Foram feitas 2506 entrevistas em 175 municípios de todo o País. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, em um nível de confiança estimado de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta, 95 deveriam apresentar resultados dentro da margem de erro. A pesquisa foi registrada na Justiça eleitoral com o número BR-00514/2014.

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