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A juíza Tatiana Pattaro Pereira, da Justiça Federal de São Paulo, determinou nesta sexta-feira, 8, que a União seja intimada para cumprir a decisão que obrigou o presidente Jair Bolsonaro a entregar "todos os laudos" dos exames que realizou para verificar se foi infectado ou não pelo novo coronavírus.

A decisão da juíza foi tomada após o desembargador André Nabarrete, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), confirmar o entendimento da primeira instância, que garantiu ao Estadão acesso aos documentos.

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"Ante a decisão proferida no agravo de instrumento nº 5010203-13.2020.4.03.0000, conforme documento anexado aos autos, intime-se a União acerca do teor da referida decisão, com urgência, por mandado, para que seja dado o devido cumprimento", determinou Tatiana.

Depois de questionar sucessivas vezes o Palácio do Planalto e o próprio presidente sobre a divulgação do resultado do exame, o Estadão entrou com ação na Justiça na qual aponta "cerceamento à população do acesso à informação de interesse público", que culmina na "censura à plena liberdade de informação jornalística". A Presidência da República se recusou a fornecer os dados via Lei de Acesso à Informação, argumentando que eles "dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, protegidas com restrição de acesso".

Recurso

A Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu nesta sexta-feira acionar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para derrubar a decisão. Até a publicação deste texto, o presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, não havia apreciado o recurso da AGU.

Em entrevista ao site jurídico JOTA, Noronha antecipou a sua posição e afirmou ontem que "não é republicano" exigir que os documentos sejam tornados públicos.

Para o presidente do STJ, Bolsonaro não deve ser obrigado a divulgar os exames. "Não é porque o cidadão se elege presidente ou ministro que não tem direito a um mínimo de privacidade. A gente não perde a qualidade de ser humano por exercer um cargo de relevância na República", disse Noronha em entrevista ao site jurídico.

Na avaliação do presidente do STJ, "não é nada republicano querer exigir que o presidente dê os seus exames". "Eu não acho que eu, João Otávio, tenho que mostrar meu exame para todo mundo, eu até fiz, deu negativo. Mas vem cá, o presidente tem que dizer o que ele alimenta, se é (sangue) A+, B+, O-? Há um mínimo de intimidade a ser preservada", afirmou Noronha. "Outra coisa, já perdeu até a atualidade, se olhar, não sei como está lá, o que adianta saber se o presidente teve ou não coronavírus se foi lá atrás os exames?", indagou.

Em parecer encaminhado nesta quinta-feira ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), o Ministério Público Federal (MPF) defendeu o direito de o jornal O Estado de S. Paulo ter acesso aos laudos de todos os exames realizados pelo presidente Jair Bolsonaro para detectar se foi infectado pelo novo coronavírus. Segundo o MPF, essa informação é de interesse público. A Justiça Federal de São Paulo e o TRF-3 já garantiram ao jornal o direito de ter acesso aos exames por conta do interesse público sobre a saúde do presidente da República.

Para o MPF, o interesse público "milita em favor do acesso à informação". "Embora existam aspectos da vida da pessoa que exerce o cargo de presidente da República que podem ficar fora do escrutínio da sociedade, tradicionalmente a condição médica dos presidentes é de interesse geral, uma vez que pode impactar o exercício de suas relevantes funções públicas", escreveu a procuradora Geisa de Assis Rodrigues.

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Em entrevista no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que vai recorrer da decisão. "Se perdermos na última instância, (mostro os exames) sem problema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Casa Civil, Braga Netto, disse nesta segunda-feira, 4, que é "inadmissível" qualquer tipo de agressão a jornalistas. Ele foi questionado, em coletiva no Palácio do Planalto, sobre o ataque de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas durante ato pró-governo ocorrido neste domingo, 3, como chutes, socos e empurrões a equipe de profissionais do Estadão.

"Liberdade de expressão é requisito fundamental e a liberdade de imprensa é prezada como um todo. O que pedimos, exatamente, é que mostrem todos os lados. Qualquer tipo de agressão a jornalistas, isso é opinião minha e do governo, ela tem de ser apurada. E ela é inadmissível", disse Braga Netto.

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O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, concordou com Braga Netto. Ele disse que Bolsonaro "se mostrou bastante aborrecido" com a agressão. "É o que ele fala, ele não controla esse pessoal todo", disse Ramos.

Mais cedo o presidente Jair Bolsonaro colocou em dúvida a agressão sofrida por profissionais do jornal O Estado de S. Paulo em ato realizado contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) do domingo, 3, em Brasília, e disse que, "se houve", partiu de "possíveis infiltrados". Bolsonaro esteve presente na manifestação, mas disse que não viu a violência ao fotógrafo Dida Sampaio e a outros membros da equipe de reportagem.

Também nesta segunda, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, divulgou nota na qual afirma que qualquer agressão a profissionais de imprensa é inaceitável e que a liberdade de expressão é requisito fundamental de um País democrático.

Notícias positivas

No dia seguinte ao número acumulado de casos da covid-19 no Brasil ultrapassar 100 mil, o ministro Ramos voltou a pedir notícias positivas sobre a covid-19.

Ele disse que não é preciso omitir imagens de caixões e números sobre mortos e casos acumulados da doença, mas que faria bem para a população saber sobre quantas pessoas já foram curadas.

Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira, 4, o presidente da República, Jair Bolsonaro, atribuiu a agressão sofrida por profissionais do jornal O Estado de S. Paulo a "possíveis infiltrados" em ato realizado contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo, 3, em Brasília. Bolsonaro esteve presente na manifestação, mas disse que não viu a violência ao fotógrafo Dida Sampaio e outros membros da equipe de reportagem.

Na mesma publicação, o presidente criticou o destaque dado pela emissora Rede Globo ao ocorrido.

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"A TV Globo no Fantástico de ontem se dedicou a ataques ao Presidente Jair Bolsonaro, pelo fato de um fotógrafo do Jornal O Estado de SP ter sido agredido por alguns possíveis infiltrados na pacífica manifestação", disse o mandatário no post.

O mesmo texto foi disparado nas primeiras horas da manhã por Bolsonaro para alguns de seus contatos pessoais. O presidente disse condenar a violência e alegou que não viu a agressão pois estava na área cercada do Palácio do Planalto.

"Também condenamos a violência. Contudo, não vi tal ato, pois estava nos limites do Palácio do Planalto e apenas assisti a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um governo eleito, a democracia e a liberdade", declarou o presidente da República.

Bolsonaro comparou a agressão aos profissionais de imprensa com a situação de pessoas que estão sendo abordadas por forças policiais por descumprirem o distanciamento social. "Até agora não vi, em dias anteriores a TV Globo sair em defesa de uma senhora e filha que foram colocadas à força dentro de um camburão por estarem nadando em Copacabana, outra ser algemada por estar numa praça em Araraquara/SP ou um trabalhador também ser algemado e conduzido brutalmente para uma DP no Piauí", afirmou .

Segundo o chefe do Executivo, "a maior violência que o povo sofre no Brasil é aquela contra seus direitos fundamentais, com o apoio ou omissão da Rede Globo".

Participação em manifestação antidemocrática

O presidente da República participou da manifestação antidemocrática na Esplanada dos Ministérios no domingo e fez transmissão ao vivo em suas redes sociais.

No ato, manifestantes também gritaram palavras de ordem contra o ex-ministro Sergio Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). E foi neste ato que apoiadores de Bolsonaro agrediram fisicamente profissionais do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente disse que não irá mais admitir o que chamou de interferência em seu governo e afirmou que as Forças Armadas estão ao lado do povo.

Ao fim da transmissão, ele disse pedir a "Deus" para que não tenha problemas nessa semana, porque, segundo ele, se chegou ao "limite".

Ministros do Supremo, partidos políticos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) rechaçaram no domingo os ataques.

Em nota, a direção do jornal O Estado de S. Paulo disse que "trata-se de uma agressão covarde contra o jornal, a imprensa e a democracia".

A postagem de Bolsonaro nas redes sociais somente nesta segunda-feira foi a primeira manifestação oficial de alguém do governo sobre o episódio.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro agrediram com chutes, murros e empurrões a equipe de profissionais do Estadão que acompanha uma manifestação pró-governo realizada neste domingo, 3, em Brasília. O fotógrafo Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente a rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, numa área restrita para a imprensa quando foi agredido.

Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros nele. O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os manifestantes gritavam palavra de ordem como "fora Estadão".

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Os dois profissionais precisaram deixar o local rapidamente para uma área segura e procuraram o apoio da polícia militar. Eles deixaram o local escoltados pela PM. Os profissionais passam bem. Os repórteres Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estadão, foram insultados, mas sem agressões.

Milhares de pessoas se reúnem na Esplanada dos Ministérios convocadas num ato estimulado pelo presidente. A ação ocorre após o ex-ministro Sérgio Moro prestar depoimento no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar denúncia feita por ele de que o presidente Bolsonaro utilizou o cargo para tentar ter acesso a investigações sigilosas da Polícia Federal.

Bolsonaro desrespeitou todas as normas de saúde pública ao participar da manifestação. Sem máscara, desceu a rampa do Planalto e deu uma volta em todo alambrado. O desrespeito às medidas de segurança por causa do novo coronavírus é generalizado entre os apoiadores do presidente. Assim como o presidente, grande parte da população não usa máscara.

A atuação do governo em meio à crise causada pelo novo coronavírus será um dos temas da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento que começa nesta quarta-feira (22) e vai até 7 de maio. O encontro, que neste ano tem parceria do jornal O Estado de S. Paulo, é organizado pela comunidade brasileira de estudantes em Boston, nos Estados Unidos, para promover o debate entre líderes do País. Esta 6.ª edição será realizada por videoconferência por causa da pandemia da covid-19. O Estado fará a cobertura exclusiva em suas plataformas.

No painel de abertura, hoje, o ex-presidente do Banco Central Persio Arida debate com o economista Eduardo Giannetti a situação econômica do Brasil sob o impacto do coronavírus. Amanhã, o papel do Estado será tema de discussão entre a economista Laura Carvalho, a jurista Flávia Piovesan e a ex-secretária executiva do Ministério da Fazenda no governo Michel Temer Ana Paula Vescovi.

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Na programação ainda estão nomes como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ex-governador Paulo Hartung, o prêmio Nobel de Economia em 2019, Michael Kremer, os ex-chanceleres Aloysio Nunes e Celso Amorim, o apresentador Luciano Huck, entre outros.

"O Estado precisa tomar decisões em relação ao apoio que dará aos segmentos da sociedade que são impactados pela pandemia e, principalmente, aos mais vulneráveis", afirmou o copresidente da Brazil Conference, José Renato Carvalho. Para Carvalho, pesquisador e mestrando no Massachusetts Institute of Technology (MIT), a atuação das autoridades neste momento deve ser pautada pela defesa da vida da população.

Neste contexto, ele destacou o trabalho de Estados e municípios no combate à proliferação do vírus, tema de painel no dia 7 de maio que terá participação dos governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), do Pará, Helder Barbalho (MDB), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB). "É importante realçar o trabalho de entes estaduais e municipais no sentido de reagir rapidamente para conter os impactos da pandemia. Queremos discutir esse ponto na sessão com governadores."

Discussão

Na avaliação de Carvalho, é preciso promover "ações coordenadas" na Saúde. "Um ponto que discutimos na conferência é a necessidade de agregar a população em torno de ações coordenadas. A confiança da população em torno dessas orientações é fundamental para que surtam efeito. Um ponto é encontrar equilíbrio entre o que preconiza a ciência e as necessidades da sociedade."

O objetivo do evento, afirmou Carvalho, é "colaborar para essas respostas através de discussões de alto nível". "Queremos trazer para o debate visões distintas, mostrando que o contraste de ideias é fundamental para a construção de um plano coletivo", disse. 

Apesar de admitir a importância das disputas municipais do ano que vem para o PSL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 11, que não pretende participar intensamente do processo eleitoral. Na conversa com o jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que pediu a seus filhos que "mergulhem" na política e esqueçam eleição.

Mas em relação à disputa para a Prefeitura de São Paulo, o presidente destacou a popularidade do apresentador José Luiz Datena. Filiado ao DEM, Datena é considerado uma alternativa pelo clã Bolsonaro. O presidente afirmou que pretende conversar pessoalmente com ele a respeito.

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Bolsonaro não citou nem a deputada federal Joice Hasselmann nem o deputado estadual Gil Diniz - ambos já demonstraram interesse em disputar prévias pelo PSL.

Visto como um "outsider" da política com forte potencial eleitoral, Datena coleciona pré-candidaturas que acabaram não se concretizando. Em 2018, após se filiar ao DEM, o apresentador chegou a anunciar que seria candidato ao Senado. Ele também cogitou concorrer à prefeitura paulistana em 2016, quando se filiou ao PP com essa intenção.

Depois de assumir o comando do PSL em São Paulo, em maio, Eduardo Bolsonaro relatou no Twitter uma reunião que tivera com Datena para discutir uma possível candidatura. "Conversamos sobre eventual filiação ao PSL. Está tudo em aberto e torcemos para que uma pessoa reconhecida pela defesa da segurança pública venha e enaltecer os quadros do PSL-SP", escreveu o filho "03" de Jair Bolsonaro.

As tratativas abertas por Datena com o PSL resultaram em um bate boca nas redes sociais entre os deputados Eduardo Bolsonaro (PSDB-SP) e Alexandre Frota, que foi expulso do partido e hoje está no PSDB.

Deputada federal mais votada do Brasil, com mais de um milhão de votos, Joice é líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso, mas poderá deixar o partido para se filiar ao DEM (mais informações nesta página), curiosamente a atual legenda de Datena.

Em julho, em entrevista ao Estado, ela falou da possibilidade de "disputar" com o apresentador a indicação do PSL. Para ela, houve um "pré-namoro" entre o apresentador e a sigla, mas o passado partidário do apresentador seria um obstáculo. "É um cara legal, gosto dele, mas o Datena tem um histórico de 23 anos de PT. Como você vai lançar como nome da direita um cara que tem um histórico dentro do PT. Mesmo tendo passado pelo DEM não deu para depurar", afirmou na ocasião.

O Estado não conseguiu contato nesta quinta-feira com Datena.

Na avaliação de Bolsonaro, no entanto, o PSL tem todas as chances de eleger um número grande de prefeitos se souber se organizar para isso. Recurso não será empecilho. Como partido mais votado nas eleições de 2018, o PSL terá, ano que vem, a maior fatia dos fundos públicos usados para financiar candidaturas - cerca de R$ 400 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eventuais retrocessos na Operação Lava Jato e no combate à corrupção resultarão em impacto negativo na economia do País. A análise é dos participantes do debate Estadão Discute Corrupção, realizado nesta segunda-feira, dia 1º, na sede do jornal O Estado de S. Paulo, na capital paulista, em parceria com o Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP).

Participaram do evento o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, e a economista Maria Cristina Pinotti, que lançou o livro Corrupção: Lava Jato e Mãos Limpas (mais informações abaixo).

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"Combate à corrupção e desenvolvimento econômico andam juntos", afirmou Maria Cristina. "Se o Brasil quer acabar com a Lava Jato, tem de estar preparado para o custo disso." Ela disse ainda que a Itália "pagou caro por abafar a Operação Mãos Limpas" - naquele país, os índices de corrupção voltaram a níveis anteriores aos do início das investigações, há 25 anos, e, para ex-procuradores italianos, o combate a crimes retrocedeu.

O Estado mostrou que, em cinco anos de Lava Jato, a operação soma 2.252 anos de condenações para 159 réus e 11% de seus denunciados estão na cadeia - líderes do "núcleo político" permanecem presos.

"Há muitas semelhanças entre as operações (Mãos Limpas e Lava Jato), temos de trabalhar com o sistema político para que não tenhamos retrocessos. Um avanço vai gerar ganhos para a economia e para a qualidade da nossa democracia", disse Moro. "O sistema de corrupção impede a eficiência econômica."

Ex-juiz da Lava Jato, Moro enviou ao Congresso um pacote anticrime e anticorrupção - entre as propostas, o texto estabelece prisão como regra para condenados em segunda instância, punição mais rigorosa para condenados por corrupção, maior restrição no uso dos embargos infringentes e o "plea bargain", quando o acusado confessa o crime e escolhe o caminho do acordo para diminuir sua pena.

"Não vai ser no meu turno como ministro que esforços anticorrupção serão perdidos", afirma Moro. Ele e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), já acertaram a tramitação do projeto, que será debatido em meio às discussões da reforma da Previdência. "Não precisamos só do 'pacote do Guedes'", afirmou Maria Cristina, em referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes. "O pacote do Guedes precisa estar acompanhado do pacote do Moro."

Barroso afirmou que o livro lançado por Maria Cristina ajuda a entender corrupção, economia e desenvolvimento. O ministro do Supremo falou em "custos sociais" da corrupção. "É o dinheiro que não vai em quantidade suficiente para a educação, para a saúde, para consertar estradas. Corrupção mata."

'Contra-ataque'

O procurador da República Deltan Dallagnol defendeu a "renovação das práticas políticas" para que a operação continue. "O trabalho da Lava Jato pode ser, em grande medida, em vão", disse. "É possível, sim, o triunfo do retrocesso. A corrupção sempre contra-ataca", disse o procurador.

Para o ex-ministro do Trabalho durante governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Paulo Paiva, a corrupção afeta a eficiência da economia e, consequentemente, o crescimento. "E nós já temos uma história de um baixo crescimento da produtividade", afirmou Paiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou nesta segunda-feira, dia 1º, que ninguém assume culpa no Brasil e todo mundo diz que é perseguido pela Justiça. "O arrependimento sincero é o pressuposto da salvação. Eles não se arrependem. O sujeito é fotografado, filmado e diz que está sendo perseguido", afirmou Barroso ao participar do evento "Estadão Discute Corrupção", realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e a editora Companhia das Letras para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.

Na avaliação do ministro do STF, a Lava Jato deixou de ser uma "operação" e passou a ser uma "atitude, um símbolo da não aceitação do inaceitável". "Me impressiona políticos que não se arrependem, se veem como perseguidos", afirmou Barroso em suas considerações finais.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso avalia que um dos obstáculos ao enfrentamento da corrupção no Brasil é que parte do pensamento conservador no País considera que corrupção ruim é a dos outros. "Com isso, perpetuam no poder elites extrativistas que canalizam para si a renda", disse ao participar do evento "Estadão Discute Corrupção", realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e a editora Companhia das Letras para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas.

Barroso citou que entre os obstáculos para o combate à corrupção está no fato de que parte do pensamento progressista ainda achar que corrupção é um "pé de página e que os fins justificam os meios". "A corrupção desvia os recursos para o lado errado", disse ele. Barroso ressaltou que o "garantismo à brasileira" favorece a impunidade.

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O ministro começou sua apresentação ressaltando que entre as causas da corrupção disseminada no Brasil está o sistema político conivente com essas práticas irregulares e a cultura da impunidade até o passado recente. "Eram esquemas profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro", disse ele, ressaltando que estas práticas estavam entranhadas nas instituições da república.

Parte da classe política, da classe empresarial e da burocracia estatal fizeram um pacto de "saque do dinheiro público", disse o ministro. "Essas pessoas se consideravam sócios do Brasil e cobravam participação em todos os contratos públicos relevantes", afirmou em sua apresentação.

Mudanças

"O que mudou no Brasil dos últimos anos foi uma imensa reação da sociedade", afirmou Barroso, ressaltando que houve mudanças de atitudes, que começaram durante o escândalo do mensalão. Segundo ele, ocorreu também mudança da legislação e da jurisprudência. "Houve processo histórico empurrado pela sociedade de transformação das instituições."

O problema do Judiciário no Brasil não é independência, disse o ministro, é eficiência e celeridade. Ele destacou que o Judiciário brasileiro é de fato independente e afirmou que a Operação Lava Jato não deve seguir os mesmos caminhos da operação Mãos Limpas na Itália.

Ainda em sua apresentação, Barroso defendeu o investimento à educação como forma de aumentar a produtividade do brasileiro. O ministro também afirmou que o modelo de fechamento da economia impediu que as empresas se tornassem competitivas.

O site de informações francês Mediapart decidiu nesta terça-feira (12) retirar do ar o post escrito originalmente pelo documentarista e blogueiro belga-marroquino Jawad Rhalib com informações falsas distorcendo declarações da repórter do jornal O Estado de S. Paulo Constança Rezende. O post foi usado no domingo (10) em uma publicação do site conservador Terça Livre, citado pelo presidente Jair Bolsonaro para atacar a imprensa.

A publicação original que acusou a repórter do Estado de tentar "arruinar" o governo de Jair Bolsonaro foi feita em um texto de Rhalib intitulado Para onde vai a imprensa?. Ele foi publicado em uma seção do site Mediapart chamada "Le Club", na qual seus assinantes podem manter blogs. Rhalib reagiu no Twitter à retirada do texto, afirmando ter sido censurado.

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Sob o título "Mediapart apoia os jornalistas brasileiros diante das mentiras de Bolsonaro", o site francês diz que tomou a decisão porque as regras de "participação no Mediapart, que todo assinante se compromete a respeitar, vedam a difusão de 'notícias falsas'". Segundo o site, após a conclusão da verificação, ficou claro de que esse era o caso do post de Rhalib e, por isso, ele foi retirado do ar e "seu autor informado sobre a decisão".

O jornal informou ainda que, em razão da polêmica no Brasil nos últimos dois dias e para que cada leitor possa tirar suas conclusões, manteve um PDF com o post original anexado ao esclarecimento publicado nesta terça pelo site. No domingo, Bolsonaro havia endossado a tese publicada pelo blogueiro belga reproduzido pela site Terça Livre.

Questionado na terça se o presidente poderia fazer mea-culpa no caso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) voltou a atacar a jornalista. "Quem falta fazer mea-culpa é ela ou o Estadão e não agir dessa maneira corporativista. Até porque o próprio jornalista francês chegou à conclusão de que ela realmente não falou com essas palavras, mas ela está trabalhando lá para fazer o impeachment do presidente. A motivação dela não é um esclarecimento dos fatos e nem a busca em transmitir informação", disse ele. "A motivação dela é derrubar o presidente da República."

Rhalib, Terça Livre e Bolsonaro atribuíram falsamente à jornalista do Estado a declaração de que teria "intenção" de "arruinar Flávio Bolsonaro e o governo". Era isso que Rhalib afirmava falsamente, alegando que Constança havia dito isso em uma conversa gravada em que a repórter fala da cobertura jornalística das movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). As gravações, no entanto, mostram que em nenhum momento ela fala em "intenção" de arruinar o governo ou o presidente.

Segundo o site francês, Constança em nenhum momento revela qualquer "motivação secreta para seu trabalho legítimo". "Ela só apura um caso possivelmente comprometedor para o presidente de seu País, baseando-se em documentos oficiais e, em nenhum momento, em informações inventadas como dá a entender Jawad Rhalib." O Estado procurou Rhalib, mas ele não respondeu aos contatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em pouco mais de dois meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para publicar ou compartilhar mensagens nas quais critica, questiona ou ironiza o trabalho da imprensa brasileira. Foram 29 publicações desde a posse até essa segunda-feira (11), uma média de uma vez a cada quase três dias na rede social que o presidente tem utilizado como principal meio de comunicação com a população.

Quase metade das críticas e acusações contra a imprensa que aparecem na conta de Bolsonaro é feita por meio de retuíte de aliados e familiares, como dos filhos Carlos e Eduardo e as páginas que costumam reunir simpatizantes do presidente.

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Foi o caso do site Terça Livre, que no domingo, 10 publicou texto que falsamente atribui à repórter do jornal O Estado de S. Paulo Constança Rezende a declaração "a intenção é arruinar Flávio Bolsonaro e o governo", ao tratar da cobertura jornalística das movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e filho mais velho do presidente.

Na noite de domingo, o próprio Bolsonaro escreveu no Twitter: "Constança Rezende, do 'O Estado de SP' diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do 'O Globo'. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos".

A gravação do diálogo, porém, mostra que Constança em nenhum momento fala em "intenção" de arruinar o governo ou o presidente. A conversa, em inglês, tem frases truncadas e com pausas. Só trechos selecionados foram divulgados.

O texto publicado no Terça Livre tem como origem uma postagem no site francês Mediapart, que ontem disse que as informações que serviram de base para o tuíte de Jair Bolsonaro "são falsas". O texto original é assinado por Jawad Rhalib, que se apresenta como "autor, cineasta, documentarista e jornalista profissional".

A publicação no site brasileiro é assinada por Fernanda Salles Andrade, que ocupa cargo no gabinete do deputado estadual Bruno Engler (PSL), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Entidades

O caso envolvendo a repórter do Estado ganhou repercussão internacional e enfática reação de entidades que representam empresas de comunicação, jornalistas profissionais e a liberdade de expressão.

Nesta segunda, a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) emitiram nota conjunta em que lamentam o ataque do presidente ao Estado e à repórter Constança Rezende.

As entidades afirmaram que os ataques à repórter têm o objetivo de desqualificar o trabalho jornalístico. "Abert, Aner e ANJ assinalam que a tentativa de produzir na imprensa a imagem de inimiga ignora o papel do jornalismo independente de acompanhar e fiscalizar os atos das autoridades públicas", diz a nota.

Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o episódio mostra por parte do presidente o "descompromisso com a veracidade dos fatos" e se caracteriza como "o uso de sua posição de poder para tentar intimidar veículos de mídia e jornalistas".

Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga afirmou que o ataque é um atentado à liberdade de imprensa. "O presidente e seus seguidores tentam intimidar os profissionais jornalistas por meio de agressões verbais e ameaças", declarou.

Procurados nesta segunda-feira, integrantes do governo Bolsonaro não quiseram comentar o caso.

Ao eleger a imprensa e veículos de comunicação como alvo, o presidente costuma fazer comentários em tom irônico e acusações de fake news. Em quatro postagens, consideradas em levantamento anterior do Estado, Bolsonaro também divulgou entrevistas que concedeu à TV Record e a um canal italiano, e um discurso seu em que fala sobre liberdade de imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o presidente Jair Bolsonaro compartilhar, em seu perfil no Twitter, uma texto distorcendo o conteúdo de uma entrevista de uma repórter do jornal O Estado de S. Paulo, usuários da rede social levaram a hashtag #BolsonaroÉFakeNews ao posto das mais comentadas.

O texto, divulgado pelo site Terça Livre, atribui à repórter uma declaração que ela não faz no próprio áudio disponibilizado, a de que teria a intenção de "arruinar" Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, com a série de reportagens sobre o relatório do Coaf a respeito das movimentações financeiras de Fabrício Queiroz.

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A hashtag também tem sido compartilhada por políticos da oposição. "Bolsonaro promove mais uma fake news e é responsável por promover uma série de agressões virtuais contra a repórter Constança Rezende, do Estadão. Esse governo tem se tornado um atentado à vida", escreveu a deputada Luizianne Lins (PT-CE). "É grave um chefe de estado espalhar informações falsas - ainda mais quando isso envolve acusações descabidas, incentivando intimidações e linchamentos virtuais a jornalistas", comentou a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ).

Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o ataque de Jair Bolsonaro ao jornal O Estado de S. Paulo e à repórter Constança Rezende na noite de domingo, 10, mostra por parte do presidente o "descompromisso com a veracidade dos fatos" e se caracteriza como "o uso de sua posição de poder para tentar intimidar veículos de mídia e jornalistas".

No Twitter, Bolsonaro endossou tese levantada pelo site Terça Livre, que falsamente atribuiu à jornalista do Estado a declaração de que teria "intenção" de "arruinar Flávio Bolsonaro e o governo". A suposta declaração, que aparece entre aspas no título do texto do Terça Livre, foi atribuída pelo site à repórter. A frase teria sido dita, segundo "denúncia" de um jornalista francês citado pelo Terça Livre, em uma conversa gravada em que a repórter fala da cobertura jornalística das movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio.

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A gravação do diálogo, porém, mostra que Constança em nenhum momento fala em "intenção" de arruinar o governo ou o presidente. A conversa, em inglês, tem frases truncadas e com pausas. Só trechos selecionados foram divulgados. Em um deles, a repórter avalia que "o caso pode comprometer" e "está arruinando Bolsonaro", mas não relaciona seu trabalho a nenhuma intenção nesse sentido.

Allan Santos, editor do Terça Livre, no entanto, expôs a conversa como evidência de suposta irregularidade. "Bomba!!!!! Jornalista do Estadão confessa: "a intenção é arruinar Flávio Bolsonaro e o governo". A frase jamais foi dita.

Leia a nota na íntegra:

"Na noite de domingo, o presidente Jair Bolsonaro fez um novo ataque público à imprensa, desta vez valendo-se de informações falsas. Isso mostra não apenas descompromisso com a veracidade dos fatos, o que em si já seria grave, mas também o uso de sua posição de poder para tentar intimidar veículos de mídia e jornalistas, uma atitude incompatível com seu discurso de defesa da liberdade de expressão. Quando um governante mobiliza parte significativa da população para agredir jornalistas e veículos, abala um dos pilares da democracia, a existência de uma imprensa livre e crítica.

A onda de ataques no domingo começou antes da manifestação do presidente. Grupos que apoiam Bolsonaro difundiram e amplificaram nas redes sociais declarações distorcidas da repórter Constança Rezende, de O Estado de S.Paulo, para alimentar a narrativa governista de que a imprensa mente quando se refere às investigações sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro. Como é comum nesse tipo de ataque, a família de Constança também virou alvo. O grave nesse episódio é que o próprio presidente instigou esse comportamento, ao citar como indício de suposta conspiração que Constança é filha de um jornalista de O Globo.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se unem neste momento no repúdio a qualquer tentativa de intimidação de jornalistas. Profissionais atacados por fazer seu trabalho terão sempre nosso apoio".

Diretoria da Abraji

Felipe Santa Cruz - presidente do Conselho Federal da OAB

Pierpaolo Cruz Bottini - coordenador do Observatório de Liberdade de Imprensa do Conselho Federal da OAB

O site Terça Livre, que reúne ativistas conservadores e simpatizantes de Jair Bolsonaro, publicou na tarde deste domingo, 10, um texto que falsamente atribui à repórter do Estado Constança Rezende a declaração "a intenção é arruinar Flávio Bolsonaro e o governo", ao tratar da cobertura jornalística das movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador e filho do presidente.

Com base nas falsas informações publicadas pelo Terça Livre, grupos governistas promoveram no Twitter uma série de postagens nas quais acusam o Estado de "mentir" na cobertura do caso Flávio Bolsonaro.

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Às 20h51min, o próprio presidente Jair Bolsonaro insuflou seus seguidores contra a imprensa ao publicar o seguinte texto no Twitter: "Constança Rezende, do ‘O Estado de SP’ diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do ‘O Globo’. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos."

A suposta declaração de Constança Rezende, que aparece entre aspas no título do texto do Terça Livre, teria sido dada, segundo "denúncia" de um jornalista francês, em uma conversa gravada. Na gravação do diálogo, porém, Constança não fala em "intenção" de arruinar o governo ou o presidente.

Distorção. A conversa, em inglês, tem frases truncadas e com pausas. Apenas trechos selecionados foram divulgados. Em determinado momento, a repórter avalia que "o caso pode comprometer" e "está arruinando Bolsonaro", mas não relaciona seu trabalho a nenhuma intenção nesse sentido.

O Terça Livre, com base na "denúncia" de Jawad Rhalib, que se apresenta como jornalista francês, também falsamente atribui à repórter a publicação da primeira reportagem sobre as investigações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. O autor da primeira reportagem foi Fabio Serapião, também do Estado.

"Desde que Constança iniciou a temporada de caça aos Bolsonaro no ‘Estadão’, emissoras como a Rede Globo e jornais como Folha de São Paulo seguiram o mesmo caminho", diz o texto do Terça Livre. "Uma enxurrada de acusações em horário nobre, capas de revistas e nas primeiras páginas de jornais colocaram a integridade moral do filho do presidente em xeque."

Estudante. No Twitter, o editor do Terça Livre, Allan dos Santos, acusou a jornalista do Estado de "confessar" a intenção de prejudicar o filho de Bolsonaro e o governo.

Constança Rezende não deu entrevista nem dialogou com o jornalista francês citado pelo Terça Livre. As frases da gravação foram retiradas de uma conversa que ela teve em 23 de janeiro com uma pessoa que se apresentou como Alex MacAllister, suposto estudante interessado em fazer um estudo comparativo entre os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro.

As informações reveladas pelo Estado sobre o caso Queiroz se baseiam em fatos e documentos oficiais. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga se o ex-motorista de Flávio Bolsonaro recebeu indevidamente depósitos de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio.

Após muita especulação sobre quem será o ministro da Educação do governo Bolsonaro, de acordo com reportagem do Estadão divulgada na tarde desta quarta-feira (21), quem deve ocupara a vaga é o educador Mozart Neves Ramos. Segundo a matéria, ele deve ser anunciado oficialmente até a próxima quinta-feira (22).

Ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e formado em química, Mozart é diretor do Instituto Ayrton Senna e foi secretário de Educação de Pernambuco e primeiro presidente-executivo do Todos pela Educação.

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Procurado pelo Estadão, o Instituto Ayrton Senna não confirmou que Ramos será ministro de Bolsonaro. Mozart não é vinculado a nenhum partido.

Caso confirmado, a possibilidade de que o então candidato a senador derrotado Mendonça Filho (DEM) assumisse a pasta será descartada de vez. O democrata chegou a ter reuniões, durante a época de campanha, com o deputado Onyx Lorenzoni (DEM), futuro ministro da Casa Civil, onde teria apresentado o que foi feito em sua gestão, além de dar sugestões.

Após ter o nome de sua empresa citada na matéria da Folha de São Paulo como uma das supostas compradoras de pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, Luciano Hang, dono das lojas 'Havan', teria divulgado, nesta sexta-feira (19), segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o número de contato do repórter Ricardo Galhardo, do Estadão. O jornalista afirma que ligou para o empresário a fim de esclarecer algumas dúvidas do possível envolvimento da empresa na denúncia feita pela Folha.

Segundo a Abraji, em sua conta no Twitter, Luciano teria divulgado o número do jornalista na sequência de uma postagem em vídeo. "Acabei de receber a ligação do Ricardo, do Estadão, perguntando se nós estávamos disparando mensagens de textos sobre alguma coisa para os nossos clientes (sic)". No vídeo, o empresário argumenta, no entanto, que estava acontecendo na verdade em sua loja a 'Net Promoter Score', uma metodologia de pesquisa de satisfação criada em 2003.

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"Olha só pessoal onde esses jornais estão querendo chegar. Estão querendo ligar isso à política. O Estadão e Ricardo, eu tenho numero dele e gravado", aponta o empresário Luciano Hang.

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De acordo com a Abraji, em seguida, o dono da Havan, que tem mais de 61 mil seguidores, terias divulgado um print com o número do Ricardo Galhardo. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, por conta disso o repórter começou a receber mensagens agressivas no WhatsApp.

Ricardo disse à Abraji que havia ligado para o empresário para obter declarações sobre a suspeita de que ele contratou envios de mensagens em massa a favor do candidato Jair Bolsonaro. "Quando perguntei sobre o assunto, ele me xingou, disse que iria 'me f***er' e que iria colocar meu telefone nas redes sociais". O LeiaJá tentou contato com a assessoria de imprensa da Havan, porém, até o fechamento desta matéria, nossas ligações não foram atendidas.

Tempo depois, o próprio Twitter teria removido a postagem por violar regras de uso da plataforma. Em seu site oficial, a Abraji destacou: "Ações como esta comprometem a liberdade necessária aos jornalistas para fazer perguntas - especialmente as incômodas. Sem essa liberdade, a democracia definha", ponderou a Associação.

O Sistema Único de Saúde (SUS) deverá passar por um processo de privatização de sua gestão, em caso de vitória de Henrique Meirelles no pleito presidencial deste ano, afirmou o economista José Marcio Camargo, que coordena o programa econômico da campanha do candidato do MDB.

"É preciso dizer que o SUS é espetacular, um dos maiores sistemas de saúde do mundo. O grande problema é o excesso de demanda e o gerenciamento. Queremos privatizar a gestão do SUS, de tal forma a aumentar a eficiência do sistema", comentou José Marcio Camargo, durante sabatina realizada pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

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O candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, atacou Geraldo Alckmin (PSDB) durante o debate Estadão/TV Gazeta/Jovem Pan/Twitter e afirmou que ele não respeitou o candidato Jair Bolsonaro (PSL) mesmo após o ataque a faca em Juiz de Fora (MG).

Alckmin reagiu e negou que o programa dele tenha feito radicalismo. Guilherme Boulos (PSOL), por sua vez, usou uma pergunta a Meirelles para atacá-lo e a criticar Alckmin.

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Meirelles citou, então, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se comprometeu em criar 10 milhões de empregos em um eventual governo dele. Ele defendeu ainda o trabalho dele em governos do PT e do presidente Michel Temer. "O Brasil não se divide País entre quem gosta ou não de Temer, Lula ou FHC", afirmou.

Na tréplica, Boulos criticou o mercado financeiro e disse que não vai "chamar o Meirelles", em referência à campanha do emedebista. "Vou taxar o Meirelles", disse.

Os candidatos Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) se revezaram em afagos e embate de propostas, num esforço para buscar uma polarização durante o primeiro bloco do debate Estadão/TV Gazeta/Jovem Pan/Twitter. Os dois estão numericamente empatados em segundo lugar na última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, com 12% das intenções de voto.

A primeira interlocução ocorreu logo na primeira pergunta de Ciro Gomes, que pediu à ex-senadora que falasse sobre suas ideias para a área de educação. Após Marina discorrer sobre a necessidade de ampliar a atenção à educação pública, Ciro emendou afirmando que a candidata da Rede é prova de que a educação emancipa uma pessoa.

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Marina, entretanto, alfinetou o pedetista ao falar sobre segurança pública. "No nosso querido Ceará, o número de homicídios dobrou nos últimos 10 anos. É impossível enfrentar esse problema sem o governo federal. Qual sua proposta para o grave problema da violência que ceifa 63 mil vidas por ano?", indagou a candidata da Rede ao candidato do PDT, que governou o Ceará, assim como seu irmão Cid Gomes.

Ciro se esquivou e, sem retrucar, afirmou que vai criar um sistema único de segurança no País caso seja eleito em outubro. "O que enfrenta de fato é uma polícia técnica, científica, para se infiltrar, mapear, investigar e cortar a cabeça das facções criminosas", afirmou.

O pedetista aproveitou ainda para criticar indiretamente Geraldo Alckmin (PSDB). Para o pedetista, o problema da segurança pública brasileira se deve à atuação de facções criminosas paulistas e do Estado do Rio de Janeiro.

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