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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou nesta segunda-feira (13) o fato de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não ter editado uma resolução específica para tratar das notícias falsas (fake news) nas eleições deste ano. Para Marco Aurélio, que é ministro substituto do TSE, uma resolução do tipo poderia ser interpretada como censura prévia de conteúdo, o que não seria permitido pela Constituição.

“Felizmente” uma norma sobre fake news não foi aprovada, afirmou o ministro.

“As ideias são incontroláveis. O que nós precisamos é, posteriormente, diante de uma mentira intencional - e não me refiro ao erro, e sim a uma inverdade - ter as consequências jurídicas. Mas, a priori, qualquer regulamentação soaria como censura”, disse Marco Aurélio, que nesta manhã participou de um seminário sobre democracia e eleições em uma universidade particular de Brasília.

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Ele ressaltou a importância da imprensa profissional para esclarecer a população sobre informações falsas divulgadas como verdadeiras.

O ministro do TSE Tarcísio Vieira também participou o evento e comentou as fake news. Vieira afirmou que integrantes do FBI (Federal Bureau of Investigation), dos Estados Unidos, que visitaram o TSE disseram não ter dúvidas de que as eleições norte-americanas foram manipuladas com informações falsas disseminadas em redes sociais.

Vieira destacou o enorme desafio das fake news para a Justiça Eleitoral, mas não detalhou como o TSE lidará com o tema durante as eleições. Hoje, o assunto é abordado dentro da resolução sobre propaganda eleitoral, que prevê a retirada de conteúdo e multa em caso de divulgação de notícias falsas.

Um grupo de trabalho sobre o assunto, formado no TSE, chegou a discutir a minuta de uma resolução específica para regulamentar o tema das fake news para as eleições deste ano, mas o documento nunca chegou a ser votado pelos ministros da Corte Eleitoral.

A primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, julga, hoje, se recebe a denúncia oferecida pela Procuradoria-geral da República (PGR) contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelos supostos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça, instaurado em maio de 2017, com base na delação da JBS. Todos ficam na grande expectativa de como isso vai acontecer logo mais e como será a ação dos ministros frente ao Senador que agora paga de bom moço e se diz um ingênuo na política. O relator do inquérito é Marco Aurélio e a defesa do senador tem a expectativa de que a denúncia seja rejeitada pela Corte. Vamos lembrar e refrescar a memória, já que esquecemos muito fácil as coisas no Brasil, que o ilustre senador Aécio aparece em uma gravação em que pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, que administra a JBS, sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava Jato.

Mais investigados

Nesse mesmo inquérito, também são investigados a irmã do senador, Andréa Neves, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG). Na conversa gravada entre Joesley e Aécio, base para a denúncia, eles acertam o pagamento dos R$ 2 milhões em quatro parcelas de R$ 500 mil.

Lembremos e não esqueçamos

 Aécio enviou o primo, Fred, e disse: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara”.

Acusação

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, acusou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de usar o cargo para atingir ‘objetivos espúrios’ ao pedir o recebimento da denúncia, que havia sido feita pelo seu antecessor, Rodrigo Janot.

A fala da procuradoria geral

“O teor das articulações de Aécio Neves, obtidas por meio das interceptações telefônicas, ilustra de forma indubitável que a conduta do acusado, que procurou de todas as formas que estavam ao seu alcance livrar a si mesmo e a seus colegas das investigações, não se cuidou de legítimo exercício da atividade parlamentar. Ao contrário, o senador vilipendiou de forma decisiva o escopo de um mandato eletivo e não poupou esforços para, valendo-se do cargo público, atingir seus objetivos espúrios”, afirmou Raquel.

Temer e a quadrilha

O Juiz da 12ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Marcus Vinicius Reis, autorizou os depoimentos de 42 pessoas no processo em que amigos do presidente Michel Temer se tornaram réus acusados de integrar uma  verdadeira organização criminosa.

Pedido atendido

O juiz atendeu a pedido do Ministério Público Federal no Distrito Federal. Do total de 42 testemunhas, a maioria é de delatores – 36 são colaboradores da Lava Jato – que serão ouvidos no processo do chamado "quadrilhão do MDB".

Culpados?

Entre os réus dessa ação penal, estão os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves e os amigos de Temer João Batista Lima Filho, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo; o advogado José Yunes, ex-assessor de Temer; e o ex-deputado e ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.

Mais um na jogada

Ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, o ex-deputado Aldo Rebelo, de  62 anos, se lançou candidato à Presidência da República nesta segunda-feira (16) com críticas à prisão dele e ao impeachment dela.  Ele considerou a potencial candidatura de Joaquim Barbosa (PSB) "meio nebulosa".

Sob comando de Paulinho da Força

O novo partido de Rebelo, o Solidariedade, o terceiro no intervalo de cerca de seis meses, apoiou a queda de Dilma Rousseff e se aliou a legendas críticas ao PT. Ele relativizou a mudança.

O vício de todos

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado Adalberto Cavalcanti (Avante-PE), acusado de empregar no gabinete uma servidora "fantasma" e desviar R$ 93 mil em salários da funcionária.

Lóssio começa a se movimentar mais forte e bate forte no PSB

“A vida toda eu fiz oposição ao PSB. Talvez eu seja o único representante da oposição que está aí, positivamente falando. Eles (a oposição) pensam muito parecido porque passaram muito tempo juntos. Houve uma conveniência agora, surgiu essa oposição”.

Se apresentando ao jogo político

Médico por formação, Lóssio fez diferença na área da Saúde em seu município. Ele criou as AME (Atendimento Multiprofissional Especializado). “Eu identifiquei que tínhamos muitos Postos de Saúde com pouca qualidade. Petrolina, com 300 mil habitantes, poderia ter uma unidade para cada 15 mil habitantes. Fizemos um Projeto onde pudéssemos concentrar quatro PSF (Posto de Saúde da Família), com ambiente climatizado e consultórios bem equipados.  Fizemos vinte unidades dessas, uma para cada 15 mil habitantes”, declarou Júlio Lóssio.

Bom prefeito

Como gestor municipal, Lóssio ganhou um prêmio importante na área da Educação por causa do Programa Nova Semente. “Nós fizemos o maior programa de creches do Brasil: dez mil crianças incluídas, 190 creches. Chegamos a ter um orçamento anual de 50 milhões só para a Educação Infantil, só para o Programa Nova Semente. Isso deu frutos extraordinários para as crianças e para as famílias”.

O que pensa Lóssio?

Pré-candidato ao Governo do Estado de Pernambuco, Lóssio afirma que deseja um Estado menor para dentro, mas, maior para fora. Ele acredita que a diminuição de secretarias e assessores são alguns exemplos de enxugamento que podem auxiliar a gestão estadual.

Rede como base

Sobre sua filiação à Rede, Júlio Lóssio se sente honrado em estar num partido em que luta e paz são filosofias norteadoras. “Muitos pensam que luta e paz são contraditórios, mas não são. Queremos fazer uma grande luta no Estado de Pernambuco, mas temos a paz como meta. A paz não vem do conformismo, e sim, da luta por aquilo que se acredita”, asseverou o pré-candidato.

Câmara de Olinda aprova voto de pesar pelo Mestre Afonso do Maracatu Leão Coroado

A Câmara Municipal de Olinda registrou voto de pesar pelo falecimento do Babalorixá Afonso Gomes de Aguiar Filho, o Mestre Afonso, ocorrido no último domingo durante um toque para Oxum em um terreiro no bairro de Águas Compridas.

TRE-PE reprova contas do PCB

O pleno do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) reprovou, por unanimidade, as contas do Partido Comunista Brasileiro (PCB) referentes ao exercício de 2014. A decisão foi tomada na tarde desta segunda-feira (16/04).

Dinheiro

Sobre seu exercício financeiro de 2014, o partido informou unicamente ter recebido uma receita estimada de R$ 4.800. A receita foi gerada porque o partido recebeu, de seu presidente, a doação de uma sala comercial.

Balanço

O relatório do desembargador Alexandre Pimentel apontou várias irregularidades cometidas pelo partido. Alguns exemplos: a legenda não apresentou balanço patrimonial, não remeteu demonstrativo de fluxo de caixa, não apresentou demonstrativo de sobras de campanha nem enviou documentos referentes a transações bancárias.

Desaprovação

Tanto a unidade técnica do TRE-PE quanto o Ministério Público Eleitoral de Pernambuco defenderam a desaprovação das contas. Como o PCB não recebe repasses do Fundo Partidário, não há como haver uma penalidade financeira (suspensão dos recursos) por causa da reprovação das contas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, queixou-se nesta sexta-feira, 23, que a Corte está sofrendo um "patrulhamento sem igual" pelas decisões que toma e disse que a sociedade não pode presumir "que todos sejam salafrários". Ele se queixou de manifestações que tem recebido e declarou que pediu para excluir duas contas de e-mail e para trocar números de seus telefones, tal era a quantidade de mensagens que lhe foram endereçadas.

"O patrulhamento é muito grande. A sociedade tem que pensar que existem homens de bem. Não pode a sociedade presumir que todos sejam salafrários até que provem o contrário", afirmou o ministro durante discurso no 15º Colóquio da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro. "Nunca vi coisa igual. Nos dois endereços na internet, (vinha recebendo) cerca de mil mensagens por dia. E mensagens diferentes, o que revelam que a origem não é a mesma" - ele esclareceu que não se tratavam de ameaças.

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Mello afirmou ainda que está "sendo crucificado" por ter deixado a sessão do Supremo na quinta-feira, 22.

"Estou sendo crucificado como culpado pelo adiamento do julgamento do habeas corpus do presidente Lula, porque sou um cumpridor de compromissos", disse o ministro. "Vi hoje nos jornais que estou sendo apontado como culpado, por honrar um compromisso que assumi com muita anterioridade, apontado como o causador do adiamento do processo contra o ex-presidente Lula, como se fosse para ontem o julgamento. O Supremo não tem apenas um processo, tem milhares de processos."

Segundo o ministro, seu voo para o Rio de Janeiro estava marcado para às 19h40 de quinta e ele já havia feito o check-in - Mello chegou a mostrar uma folha durante o julgamento, para provar o que dizia - quando foi colocado em votação o pedido de adiamento da sessão. A proposta acabou aprovada.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 7, que vai negar pedido para proibir provisoriamente a prisão após condenação em segunda instância até que o plenário da Corte tome uma decisão final sobre o tema.

A petição foi apresentada pelo advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que é advogado de diversos políticos investigados na Operação Lava Jato, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), e o ex-presidente José Sarney.

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"Não posso (ir contra o plenário). Isso já passou pelo crivo do plenário. Por melhor que seja a intenção", disse Marco Aurélio nesta tarde. Ele é relator das ações que versam sobre o tema no STF.

Segundo o ministro, o atual entendimento do STF, de 2016, prevê a possibilidade da execução antecipada da pena e não seria adequado tomar uma decisão monocrática no sentido contrário. Na época do julgamento, há dois anos, Marco Aurélio se posicionou contra a prisão após segunda instância, mas foi voto vencido.

"Já houve o indeferimento pelo plenário da Corte e não posso enfrentar e simplesmente suplantar a decisão da maioria." Ele destacou que liberou o processo em dezembro e agora cabe à presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, marcar a data da votação no plenário.

Em nota, Kakay disse que a postura de Marco Aurélio foi "correta" por respeito ao colegiado. "Se o colegiado já definiu a liminar, é normal que o relator espere então o julgamento do mérito", escreveu o advogado. Ele afirmou, no entanto, que entrou com o pedido para tentar pacificar o tema até o julgamento do mérito, pois o assunto divide opiniões e gera insegurança jurídica no País.

O jurista também destacou que o seu pedido não tem relação com o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelo Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF-4) em janeiro deste ano. O petista foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão.

"Eu entendo que esse julgamento não tem nenhuma relação com o caso Lula. Poderá ser utilizado, dependendo da decisão que o Plenário do Supremo tiver, mas não tem nenhuma relação. Nós entramos com essa ação muito antes do processo do Lula. Esse é um entendimento que atende e interessa, como eu tenho dito, a milhares e milhares de pessoas sem rosto, sem voz, e, muitas vezes, sem advogado. Mas eu entendo a postura do Ministro, é uma postura de respeito ao colegiado", afirmou Kakay.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira, 24, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incendiaria o Brasil. "Eu duvido que o façam, porque não é a ordem jurídica constitucional. E, em segundo lugar, no pico de uma crise, um ato deste poderá incendiar o País", afirmou o ministro logo após a manutenção da condenação de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região (TRF-4).

Caso Lula seja preso, explica Marco Aurélio, se estaria acionando a nova jurisprudência do STF sobre a possibilidade de execução de pena após condenação em segundo grau. O ministro, no entanto, defende a revisão do entendimento. "Se não for preso é porque essa jurisprudência realmente não encontra base na Constituição Federal, e tem que ser revista", disse.

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Marco Aurélio é relator de duas ações nas quais o STF firmou, em outubro de 2016, o entendimento de que é possível iniciar o cumprimento de pena após a condenação em segunda instância. O ministro foi voto vencido na época.

Agora, as ações estão liberadas para serem julgadas no mérito pelo plenário da Corte. Marco Aurélio lembrou do placar "apertado" em 2016. "Foi 6 a 5, será que nós outros cinco estávamos tão errados?", indagou o ministro nesta quarta-feira.

"E se o Tribunal evoluir, vai evoluir em boa hora", disse o ministro, que considera melhor que o STF decida o "quanto antes" sobre essas ações, que agora têm como pano de fundo o destino do petista.

"Para os cidadãos em geral, (prisão após segunda instância) é o que vem ocorrendo, agora eu quero ver, é uma prova dos nove dessa nova jurisprudência, como eu disse, se forem determinar a prisão do ex-presidente. Eu não acredito", completou.

Após o voto do ministro relator Edson Fachin, um pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello adiou hoje (26) a decisão final da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), condenado pelo próprio colegiado, em maio, a mais de sete anos de reclusão, inicialmente em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro.

Após a publicação do acórdão com a condenação, a defesa de Maluf entrou com embargos de declaração para tentar reverter a decisão pela prisão do deputado.

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No recurso, os advogados de Maluf juntaram também novos documentos, obtidos junto a autoridades da Ilha Jersey, segundo os quais o deputado não teria como movimentar as contas onde se encontravam os valores pelos quais foi condenado, o que descaracterizaria as provas da acusação.

O relator Edson Fachin votou por desconsiderar tais documentos, alegando que ao longo de oito anos de instrução processual o condenado teve a oportunidade de produzir provas de sua inocência, o que não fez.

Para o ministro, além dos embargos de declaração não se prestarem à apresentação de fatos novos, aceitar as evidências recém-produzidas pela defesa implicaria em reabrir a fase de instrução após a condenação do acusado, o que não seria permitido de acordo com os precedentes do Supremo.

“Em oito anos de instrução processual, o embargante [Maluf] restringiu-se a negar a autoria dos fatos que culminaram com sua condenação, e falhou em produzir prova que negasse o conteúdo de documentos acostados desde o início pela acusação”, disse Fachin.

Marco Aurélio Mello, que é o revisor da ação penal, comprometeu-se a recolocar o caso para julgamento já na próxima sessão. Caso confirmada a condenação, a Primeira Turma deverá decidir se Maluf deve ser preso de imediato ou se pode cumprir sua pena desde o início em regime mais brando que o fechado, como quer a defesa devido à idade avançada do deputado, que tem 86 anos.

Se for confirmado que Maluf deve começar o cumprimento de sua pena em regime fechado, o entendimento do STF é de que ele deve perder de imediato o direito de exercer seu mandato como deputado federal, por ficar impedido de comparecer às sessões da Câmara. O afastamento se daria, portanto, sem a necessidade de anuência do plenário da Casa, mas pendente somente de ato de ofício da Mesa Diretora.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira, 14, que a Operação Lava Jato está em "boas mãos", com a troca no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixa o cargo no próximo domingo, 17. Será sucedido por Raquel Dodge, que tomará posse na manhã da próxima segunda-feira, 18.

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"A alternância (de comando) é sempre salutar. Ela (Raquel) é republicana, ela é democrática. E nós temos quadros excepcionais no Ministério Público Federal. A doutora Raquel é uma pessoa aplicada, é uma pessoa que tem os olhos voltados para os interesses nacionais permanentes", comentou Marco Aurélio.

"Eu confio no trabalho a ser desenvolvido, confio na seriedade de propósitos da futura procuradora-geral da República e como outros procuradores, inclusive o atual, ela honrará a instituição", completou o ministro.

Questionado pela reportagem se a Lava Jato está em "boas mãos", Marco Aurélio Mello respondeu: "Está em boas mãos a Lava Jato, porque a Lava Jato não se resume apenas à atuação do procurador-geral da República. Evidentemente nós temos instituições com diversos integrantes envolvidos nessa operação, visando dias melhores no Brasil."

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira, 3, que a decisão da Câmara dos Deputados de rejeitar a autorização para que o STF julgue a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer foi "estritamente política". Na avaliação do ministro, o resultado da votação na Câmara traz mais estabilidade ao País.

"É o sistema e foi uma decisão estritamente política. A essa altura precisamos nos preocupar com o Brasil, com a correção de rumos, com o saneamento da situação econômico-financeira que reflete no social, com o desemprego em massa. Essa é que deve ser a preocupação maior", disse o ministro a jornalistas, depois da sessão plenária do STF.

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"(A decisão da Câmara) Traz, sem dúvida alguma, mais estabilidade ao País. É hora de nós pensarmos no País, é hora de nós pensarmos nos cidadãos em geral", completou.

Para o ministro, a alternância no poder "deve ocorrer com o exaurimento do mandato, de quatro em quatro anos".

O ministro considerou ruim "em termos de amadurecimento da democracia" a troca de presidentes, ao ser questionado sobre o fato de Dilma Rousseff (PT) e Fernando Collor (PTC) não terem concluído seus respectivos mandatos.

"(Isso) Revela insegurança e isso é péssimo, inclusive no tocante à repercussão internacional", comentou Marco Aurélio.

Mais cedo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, foi na mesma linha e disse que a decisão dos deputados traz estabilidade para o País. "Isso é uma questão da competência da Câmara. O sistema de 'checks and balances' (sistema de freios e contrapesos) está funcionando", disse Gilmar Mendes a jornalistas, depois da sessão plenária do TSE nesta manhã.

Indagado pela reportagem se a decisão da Câmara traz estabilidade, Gilmar foi enfático: "Com certeza. Essas questões têm de ser definidas, porque isso gera instabilidade".

Na manhã desta sexta-feira (30), o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), determinado no último dia 18 de maio, foi derrubado. O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a volta dele as atividades legislativas, indo contra a decisão do ministro Edson Fachin - primeiro relator do caso. 

Apesar disso, ainda há dois recursos com pendência de análise na Primeira Turma do STF. Este grupo é composto por cinco ministros, o que inclui Marco Aurélio – relator dos processos de Aécio. Os processos a serem analisados são: pedido de prisão do senador, solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e o outro é o pedido dele pela sua volta para exercer seu mandato. 

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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que é cedo para fazer qualquer avaliação sobre a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pelo suposto crime de corrupção passiva no caso JBS. Mas defendeu a qualidade das denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizendo que "costumam ser bem embasadas".

"O estágio é embrionário", observou Marco Aurélio Mello, em entrevista à reportagem.

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De maneira geral, no entanto, o ministro não vê motivos para desacreditar previamente denúncias do Ministério Público Federal. "Presume-se que, em se tratando de denúncia da cúpula do Ministério Público, ela não seja inepta. E, de qualquer forma, nesses anos, ele [Rodrigo Janot] tem apresentado peças consistentes", afirmou Marco Aurélio Mello.

O ministro disse que não analisaria neste momento a denúncia específica contra Temer. "Eu não posso comentar porque eu não conheço a denúncia. A gente não tem tempo para estudar todos os processos sob a relatoria, o que dirá processos de colegas? Ainda tem que passar pela Câmara. E aí cabe aguardar", disse.

Diante de questionamentos feitos sobre a atuação do procurador-geral, Marco Aurélio Mello afirma que são naturais. "Sempre há [críticas]. Quando a pessoa atua, e atua de forma ostensiva, ela incomoda. E aí surge, né, o que no nosso jargão é o direito de espernear", afirmou Marco Aurélio.

Especificamente sobre o que Temer falou sobre o procurador-geral - insinuando, dizendo não querer insinuar, que Janot poderia ter recebido dinheiro com a delação da JBS -, Marco Aurélio interpretou que o presidente "talvez tenha adotado aquela máxima de que a melhor defesa é o ataque".

Marco Aurélio, porém, acredita que Janot tem uma "atuação fidedigna ao seu papel público". O ministro diz que o procurador-geral atua em observância ao objetivo do Ministério Público Federal, que é "atuar em defesa da sociedade".

Raquel Dodge

Sobre o nome indicado pelo presidente Temer para suceder Janot no comando da PGR, Marco Aurélio elogiou Raquel Dodge.

"Eu aplaudo. Ela foi minha aluna, foi minha assessora no Tribunal Superior do Trabalho, e só não foi comigo para o STF porque assumiu na Procuradoria. Tenho certeza que prestará relevantes serviços à República", disse Marco Aurélio Mello.

O ministro afirmou que não vê possibilidade de mudança de rumos em relação à Lava Jato após a chegada de Raquel Dodge.

"A Procuradoria é um grande todo. O Ministério Público é um grande todo, e o procurador pode dar o tom, mas ele não é a palavra final, a não ser em ações que deva propor no Supremo", disse o ministro.

"E, em segundo lugar, ela [Raquel Dodge] é a favor de se combater a corrupção, como todos nós somos. Agora pelos meios estabelecidos, sem atropelo, sem cambulhada", disse.

Após encontro com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), mudou de tom e afirmou, nesta quarta-feira (14), que a decisão de afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) está sendo cumprida pelo Congresso.

"Ele (Eunício) apresentou quadro revelador do cumprimento da decisão. O senador (Aécio) foi suspenso das funções legislativas, agora precisamos aguardar com serenidade. As instituições estão funcionando como convém e há independência e harmonia entre o Poder Legislativo e o Judiciário", disse.

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Nesta terça-feira, o ministro havia dito que o fato de o gabinete do tucano continuar funcionando e o Senado não ter nomeado o suplente demonstrava que a decisão, tomada pelo então relator do caso, ministro Edson Fachin, estava sendo descumprida.

Após a declaração de Marco Aurélio, o presidente do Senado pediu uma reunião com o ministro e enviou um ofício mostrando diversas medidas que a Casa havia adotado desde que o afastamento foi determinado, em 18 de maio, como a suspensão do salário, da verba indenizatória e do uso do carro oficial. O Senado também apagou, nesta quarta-feira, o nome do tucano do painel de votações do plenário e passou a identificar o senador como "afastado por decisão judicial" no site oficial do órgão.

Sobre a questão da suplência, Marco Aurélio disse, assim como defende Eunício, que para que seja convocado o substituto de Aécio o afastamento deve alcançar 120 dias. "Há uma disciplina que precisa ser observada", disse.

Ao ser questionado sobre o assunto, o decano do STF, ministro Celso de Mello, limitou-se a dizer que os parâmetros do afastamento de Aécio serão definidos pela Primeira Turma da Corte na próxima semana.

Está na pauta do colegiado tanto o pedido de Aécio para que seja revogado o seu afastamento do Senado quanto o pedido da Procuradoria-Geral da República para que o tucano seja preso preventivamente, sob a suspeita de ter acertado e recebido por meio de assessores vantagem indevida no valor de R$ 2 milhões da JBS. Aécio nega a acusação.

Defesa

A defesa do senador Aécio Neves reafirma que o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal.

O empréstimo não envolveu dinheiro público e nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção.

O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse que não há motivo para prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alegando que o processo em que o petista é réu ainda não está concluído, o ministro afirmou que é preciso "parar com essa mania de inverter a ordem natural do processo crime".

"Qual é a ordem natural? Apurar, e selada a culpa e a execução da pena, prender-se. Aí se inverte, não é? O que deveria ser a exceção, a prisão provisória, preventiva, processual, passou a ser regra", falou o ministro, que ainda disse haver uma "celeuma" em torno do interrogatório do ex-presidente da República ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, nesta quarta-feira (10), como réu na ação penal que apura pagamento de propina relacionada a um triplex no Guarujá, em São Paulo.

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Para o ministro, se justificaria a prisão preventiva "só se for reincidente, se tiver periculosidade, se houver ato concreto tentando embaralhar a instrução". "Como houve com aqui Arruda. Eu recebi o habeas corpus e não pude implementar", comentou, citando o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, que foi peso em 2010 e teve um pedido de habeas corpus negado.

Preso desde 2010, o goleiro Bruno deixará a prisão nesta sexta-feira (24). Condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, o ex-atleta recebeu o habeas corpus do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. Atualmente cumprindo pena na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), em Minas Gerais, ele vinha realizando trabalhos voluntários dentro do local.

Ao jornal Estado de Minas, o advogado do goleiro disse já estar na Apac aguardando pela liberação de Bruno. “O alvará foi emitido na noite de ontem (23) e já está na Vara de Execuções Penais de Santa Luzia”, disse à publicação mineira.

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Inicialmente condenado a 22 anos e três meses de detenção, Bruno poderá a partir de agora responder ao processo em liberdade. O recurso de habeas corpus do ex-atleta já estava há três anos aguardando apreciação do STF. O documento, contudo, é válido apenas se o jogador com passagens por Corinthians e Flamengo não estiver preso por outros crimes que não tenham relação com  o assassinato de Eliza Samudio.

Antes de cumprir pena na Apac, Bruno também passou pela penitenciária Nelson Hungria, em contagem, no Rio de Janeiro, local que deixou em 2015. 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou para o plenário o recurso interposto pelo Senado na ação em que o determinou o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL). A Corte pode realizar a votação já nesta quarta-feira (7).

Mais cedo, a presidente do STF, Cármen Lúcia disse que, se o pedido chegasse ao plenário, daria prioridade ao recurso. Ela também negou que haja retaliações entre os poderes da República. “Até porque não há motivo. Os poderes trabalham de maneira realmente harmônica”, disse, durante café da manhã com jornalistas.

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Nesta manhã, os advogados do Senado entraram com um segundo recurso no STF pedindo a suspensão da decisão do ministro Marco Aurélio Mello. A decisão está nas mãos da relatora Rosa Weber, para quem o processo foi distribuído em sorteio.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, acumula, em seu gabinete, 47,02% da fila de 3.298 habeas corpus que aguardam julgamento. São 1.426 habeas corpus sob sua relatoria - o mais antigo de 2008 (HC 94.189) -, segundo a estatística oficial do STF, duas vezes confirmada pelo ministro, por seu gabinete.

É 4,9 vezes a mais do que o segundo colocado, o ministro Luiz Fux, que tem 291 HCs sob sua responsabilidade. Ou 9,3 vezes a mais do que os 152 relatados pelo ministro Edson Fachin, o ministro que menos tem habeas corpus no gabinete, considerando-se a distribuição regular, segundo a estatística oficial da última sexta-feira, 25.

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Insistentemente questionado sobre o porquê da diferença a muito maior para seus outros dez colegas de toga, Marco Aurélio não respondeu. Há pouco mais de quatro anos, em julho de 2012, quando seu gabinete acumulava 747 habeas-corpus, ele disse, referindo-se a si próprio: "A carga de trabalho, para o ministro que pega no pesado, que não transfere processo a assessores e juízes, é desumana". À época, o ministro Celso de Mello, que também não aceita juiz auxiliar, tinha 868 habeas corpus. Hoje, tem 249. E Marco Aurélio quase que dobrou.

Habeas corpus ad subjiciendum - do latim, "que tenhas o teu corpo" - é remédio jurídico para ontem. Está previsto no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição: "Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder".

Qualquer pessoa física pode pedi-lo - é o "paciente", no termo processual -, contra o acusado de ferir o direito, chamado de "coator". ão exige nem sequer advogado - e pode ser feito, sem nenhuma formalidade, até em papel de embrulho.

"É um atalho processual para situações emergenciais e graves, que precisam de resposta rápida", diz o penalista Rafael Mafei, professor do Departamento de Filosofia e Teoria do Direito da Universidade de São Paulo (USP). "No Supremo, como em outros tribunais, essa rapidez é comprometida pelo acúmulo de processos e, também, pela gestão autocrática dos ministros em relação ao tempo e à pauta de julgamentos."

A estatística disponível no STF mostra que alguns HCs, entre os 3.298 que lá tramitavam - 2,7% dos 84.015 processos protocolados até a última sexta-feira -, estão represados desde os anos 2000. O mais antigo de todos é o HC 87.395, de 2005. Um de seus pacientes é o hoje delegado de polícia Mário Sérgio Bradock Zadescki, da gaúcha Bocaiuva do Sul. Ao pedir, pelo telefone, que falasse sobre o caso, o Estado ouviu palavrões e ameaças.

O caso chegou à Justiça em 2003. Bradock já era delegado e também deputado estadual pelo PMDB. Com foro privilegiado, foi denunciado pelo Ministério Público ao Tribunal de Justiça pelos crimes de tortura, homicídio e tentativa de homicídio, entre outros. O TJ-RS aceitou a denúncia, decisão confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na iminência de uma sentença condenatória, seu advogado entrou com o pedido de HC no Supremo. Alegava, grosso modo, ilegalidades no curso do processo, questionando a validade de investigações feitas pelo MP - uma discussão recorrente no STF.

Percurso. O 87.395 passou pelos ministros Carlos Veloso e Ricardo Lewandowski, quando o substituiu.

Em outubro de 2006, Lewandowski o levou a julgamento na Primeira Turma. Cármen Lúcia pediu vista. Quando o devolveu, dois anos depois, em plenário, Joaquim Barbosa pediu vista. Mais um ano, e novo pedido de vista, de Ayres Britto. Foi herdado por Luís Roberto Barroso, que o substituiu. Em 7 de outubro de 2015 - dez anos depois -, Barroso o liberou para julgamento. Está com a presidente Cármen Lúcia, à espera de entrar na pauta.

Volume de processos

Dos dez casos mais antigos de habeas corpus em tramitação no Supremo Tribunal Federal - entre 2005 e 2009 -, quatro estão com o ministro Marco Aurélio Mello e três estão no gabinete do ministro Celso de Mello.

Marco Aurélio não dá explicações específicas nem genéricas sobre a demora. Já o gabinete de Celso de Mello afirmou que os 249 habeas corpus que estão com o ministro "resultam do grande volume de processos que tramitam no próprio Supremo Tribunal Federal, realidade vivida pelos Tribunais superiores".

O chefe de gabinete do ministro decano, Miguel Ricardo Piazzi, citou como exemplo os habeas corpus impetrados junto ao Superior Tribunal de Justiça, que tem recebido "enorme volume de processos dessa natureza, o que se reflete, por via de consequência, no elevado número de processos de habeas corpus no STF".

O chefe de gabinete relatou novidades sobre o caso do HC 93.921, de 2008. Naquele ano, o ministro já havia negado a liminar. E o mérito, confirmando a negativa, foi analisado em 4 de novembro último, oito anos depois. Na quarta-feira, o advogado do paciente entrou com um recurso contra a decisão. "Já chegou no gabinete", disse Piazzi. Ou seja: continuará tramitando.

Daiane Nogueira de Lira, chefe de gabinete do ministro Dias Toffoli, informa que dos 158 habeas corpus sob sua relatoria, 67 estão no gabinete, conclusos ao relator. Os demais podem estar com pedido de vista para outro ministro, para a Procuradoria-Geral da República, ou aguardando alguma providência em setores internos do Tribunal.

O gabinete de Toffoli tem um setor específico para cuidar dos HCs, com a recomendação de prioridade. O ministro recebeu 516 habeas corpus entre janeiro e a quarta-feira, informou o gabinete. O recorde foi em agosto, com 82 processos. Desde que entrou no STF, em 2009, até aqui, o ministro recebeu 2.987 habeas corpus, e julgou 2.823. É a melhor marca do tribunal.

Continua pendente, desde 2011, o HC 109 706. Toffoli proferiu o voto, na primeira turma, em setembro de 2011. A ministra Carmem Lúcia pediu vista. Devolveu para julgamento três anos depois, em 10 de outubro de 2014. Depende, agora, que ela própria, presidente, o inclua na pauta. A ministra-presidente não quis falar sobre a questão dos HCs no Supremo.

No gabinete do ministro Luís Roberto Barroso chegam, em média, 69 processos entre habeas corpus e, também, recursos de habeas corpus (RHC).

Segundo o gabinete, a média de prazo para despacho da liminar é de sete dias. "Herdei um estoque antigo de 357 (HCs e RHCs). Boa parte deles já estava prejudicada, ou porque o réu já havia sido solto ou porque já havia sido condenado", afirmou o ministro em e-mail enviado pelo gabinete.

"Alguns poucos desses ainda não foram extintos por não estarem na lista de prioridades. A prioridade vai para os novos casos, com pedido de liminar."

Dos 188 casos registrados até a sexta-feira, 75 já estavam julgados por decisão monocrática, com interposição de recursos, sob análise para inclusão em pauta de julgamento. Dos 188, 17 liminares seguem pendentes.

Mais pedidos

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, por 6 a 5, de permitir a prisão já a partir da segunda instância, vai aumentar significativamente o número de habeas corpus. "A sistemática de decisão tem de ser mais objetiva, estabelecer prioridades", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello suspendeu decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que determinou a indisponibilidade de bens da Odebrecht no valor de até R$ 2,1 bilhões referentes ao contrato de construção da Refinaria Abreu e Lima. O ministro diz que não reconhece "a órgão administrativo, como é o TCU, poder dessa natureza".

"Ante o quadro, defiro o pedido liminar, autorizando a livre movimentação dos bens da construtora Norberto Odebrecht, que tenham sido indisponibilizados considerado o acórdão 2.109/2016, do TCU", escreveu. E completou: "Não se está a afirmar a ausência do poder geral de cautela do Tribunal de Contas, e, sim, que essa atribuição possui limites dentro dos quais não se encontra o de bloquear, por ato próprio, os bens de particulares contratantes com a administração pública".

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O TCU justificou que a medida visava a assegurar eventual ressarcimento, no futuro, de prejuízos em duas obras da refinaria, em Pernambuco, causados pelo esquema de cartel, corrupção e superfaturamento investigado na Operação Lava Jato.

A decisão foi baseada em auditoria do tribunal, revelada pelo Estado, que apurou sobrepreço nos contratos de construção e montagem das unidades de Destilação Atmosférica e de Hidrotratamento de Abreu Lima. Eles foram tocados pelas empreiteiras em consórcio, a valores que ultrapassaram R$ 5,5 bilhões. Após analisar 400 mil notas fiscais e outras provas compartilhadas pela Lava Jato, o TCU concluiu que os preços pagos pela Petrobrás estavam inflados em cerca de 25%.

A Odebrecht alegou "falta de pressuposto na medida cautelar do TCU" e, ainda, o fato de "não terem sido demonstrados indícios ou riscos de dilapidação do patrimônio".

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quinta-feira (19), de forma liminar, a lei permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. Por 6 votos a 4, a Corte máxima do país acatou pedido da Associação Médica Brasileira (AMB) para suspender os efeitos da lei aprovada pelo Congresso no final de março e sancionada pela presidenta afastada da República Dilma Rousseff em 14 de abril.

A maioria dos ministros acompanhou voto do relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, que entendeu que o Congresso invadiu a competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberar substâncias médicas. Além de ser temerária, a liberação da “pílula do câncer” ocorreu sem as pesquisas científicas necessárias. Acompanharam o relator, os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavaski, Luiz Fux, Cármen Lúcia e presidente da Corte, Ricardo Lewandowski. 

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“O controle dos medicamentos fornecidos à população é efetuado tendo em conta a imprescindibilidade de aparato técnico especializado por agência reguladora supervisionada pelo Poder Executivo. A atividade fiscalizatória dá-se mediante atos administrativos concretos de liberação das substâncias, devidamente precedidos dos estudos técnicos, científicos e experimentais. Ao Congresso Nacional não cabe viabilizar, por ato abstrato e genérico, a distribuição de qualquer medicamento”, disse Marco Aurélio.

Para o relator, é temerária, e potencialmente danosa, a liberação genérica do medicamento sem os estudos clínicos, em razão da ausência, até o momento, de elementos técnicos da viabilidade da substância para o bem-estar do organismo humano. “Salta aos olhos, portanto, a presença dos requisitos para o implemento da medida acauteladora”, disse Marco Aurélio.

Reserva administrativa

Na avaliação do ministro Luís Roberto Barroso, houve por parte do Congresso, violação da reserva de administração, ou seja, de competência do Poder Executivo. Assim, como o relator, Barroso afirmou que o risco da liberação do medicamento sem teste é maior do que os resultados positivos relatados por alguns pacientes que fizeram uso do medicamento.

“Sem a submissão da fosfoetanolamina sintética a todos os testes necessários não é possível aferir a sua segurança, qualidade e eficácia, tampouco iniciar o processo de obtenção de registro como medicamento junto à Anvisa, possibilitando sua comercialização. No estágio atual das pesquisas não há evidências que a substância tenha efeitos positivos no combate ao câncer, de que não seja tóxica e de que não produza efeitos colaterais relevantes nos pacientes que a ingerirem”, disse.

O presidente do STF disse que o Estado tem que agir “racionalmente”. “O Estado de Direito que se organiza em bases racionais. Não me parece ser possível que hoje o Estado, sobretudo em um campo tão sensível, que é o campo da saúde, possa,  agir irracionalmente, levando em conta em ordem metafísica e fundamentada em suposições que não tenham base em evidências científicas”, disse Lewandowski.

Para o ministro Luiz Fux, a Lei 13.269 de 2016 abriu um “carta de alforria” e representa um grande risco à saúde das pessoas. “Sem saber os malefícios dos efeitos colaterais essa substância pode violar o direito a saúde e uma vida digna”.

Divergência

O ministro Luiz Edson Fachin abriu divergência e foi acompanhado pelos ministros Rosa Weber, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Para Fachin, a liminar deveria ser concedida, exceto para os casos de pacientes terminais.

“É possível afirmar que as coindicantes exigidas para o acesso a determinadas substâncias podem ser relativizadas em vista da condição de saúde do paciente. Em casos tais, a situação de risco para demonstrar que as exigências relativas à segurança cedem em virtude da própria escolha das pessoas, eventualmente, acometidas de enfermidades. Essa escolha não decorre apenas do direito de autonomia, mas da autodefesa do direito à vida em prol da qualidade de vida”, disse Fachin.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), barrou neste domingo, 17, ao menos três questionamentos que podiam suspender a votação do impeachment na Câmara que acontece hoje ou anular o resultado. Além de rejeitar o mandado de segurança proposto pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) que tentava juntar o pedido de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer, ao processo de impedimento de Dilma, Marco Aurélio rejeitou também um pedido do PDT que tentava fazer o processo voltar à estaca zero e um habeas corpus proposto por um cidadão a favor da presidente.

Após o julgamento da última quinta-feira, quando o plenário do STF rejeitou cinco pedidos de parlamentares governistas e da própria Advocacia-Geral da União, os ministros do STF vêm rejeitando monocraticamente todas as solicitações que questionavam o processo de impeachment. Apesar de o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, ter afirmado que a Corte "não fecha as portas" para outras análises sobre o tema, os ministros deram indicativo de que não pretendem interferir no processo político sobre o afastamento de Dilma.

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O ministro Marco Aurélio Mello afirmou nesta noite, em entrevista, que a presidente Dilma Rousseff, por seu gênio, não deixaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva governar no lugar dela, seja como ministro da Casa Civil ou como articulador informal do governo, como vem atuando.

"Não será", respondeu sobre Lula ser um presidente na prática atrás de Dilma. "Pelo gênio da própria presidente da Republica, se diz que é muito voluntariosa e que não ouve sequer os assessores que a circundam."

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Para o ministro, Lula ser convocado como uma "tábua de salvação" do governo e do próprio PT, como classificou mais cedo, não seria em si um desvio de finalidade de função, como alega o mandado de segurança que hoje suspende a nomeação de Lula como ministro.

Mello não respondeu diretamente se, a seu ver, Lula estaria tentando fugir de Sérgio Moro, na primeira instância, por meio do foro privilegiado como ministro. Mas deu a entender que considera a hipótese pouco provável. O ministro inferiu que não se poderia assumir que Lula buscaria para si o foro e deixaria a mulher, Marisa Letícia, e o filho Lulinha sob a vara de Moro. "Será que ele buscaria o foro para salvar a própria pele e deixaria a mulher e o filho sob a vara de Sérgio Moro. Não seria a postura esperada do homem médio."

"Não posso presumir o excepcional, de que Lula tenha buscado a nomeação para não ficar sob a jurisdição de Sérgio Moro", complementou.

Barganha

Em sua participação no Roda Viva, da TV Cultura, Mello afirmou não ser "razoável" a barganha política que se instalou no Palácio do Planalto para evitar o impeachment, mas disse que, "infelizmente", "é a realidade política brasileira".

"O Executivo busca base porque foi abandonado pelo PMDB, muito embora o PMDB ocupe a vice-presidênca, mas sabemos que é a realidade brasileira, lastimavelmente. Não concordo com a troca de favores, com a nomeação linear para ter-se apoio no Congresso. Não deveria ser assim, mas a política brasileira apresenta uma certa realidade"

Eleição antecipada

Questionado brevemente sobre a possibilidade de haver uma eleição antecipada no Brasil, como sugerido por PEC pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RR), Marco Aurélio Mello disse que a proposta seria contrária aos "ditames constitucionais". "Essa emenda, de início, não sei o conceito técnico pois não vi a proposta, mas se mostraria contrária aos ditames constitucionais", afirmou. Para o ministro, a única forma de haver nova eleição antes de 2018 seria a "renúncia coletiva" de Dilma Rousseff e Michel Temer, o que considera algo "irreal" dada a cultura política brasileira.

Barroso

O ministro comentou brevemente a fala polêmica do colega de Supremo Luís Roberto Barroso, que foi ouvido em conversa com estudantes, sem saber que estava sendo gravado, dizendo "Meu Deus, essa é nossa alternativa de poder", em relação ao PMDB.

Marco Aurélio Mello saiu em defesa de Barroso. "Ele disse isso, evidentemente, em um meio acadêmico, expressou seu sentimento como cidadão", avaliou Mello e disse que, a seu ver, não compromete a atuação de Barroso em futuras decisões advindas da Lava Jato.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 30, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não é capaz de resolver a crise vivida no País e indicou que, se não houver fato jurídico para afastar a petista, o processo "transparece como golpe". "É uma esperança vã, impossível de frutificar. Nós não teremos a solução e o afastamento das mazelas do Brasil apeando (derrubando) a presidente da República", disse o ministro, ao chegar para sessão plenária do Tribunal nesta tarde.

"Após o impedimento, o Brasil estará melhor? O que nós teremos após o impedimento? A situação é diversa de 1992 porque temos dois segmentos que se mostram a essa altura antagônicos e não queremos conflitos sociais. Queremos a paz social", completou o ministro, primo do ex-presidente Fernando Collor, que sofreu processo de impeachment em 1992.

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Para ele, "não interessa" ao País retirar a chefe do Poder Executivo, o que pode gerar "muita insegurança". O ministro criticou o desentendimento entre Legislativo e Executivo e a "insistência" em inviabilizar a governança. "O ideal seria o entendimento entre os dois poderes como preconizado pela carta da República, pela Constituição Federal, para combater-se a crise que afeta o trabalhador, a mesa do trabalhador, que é a crise econômico-financeira. Por que não se sentam à mesa para discutir as medidas indispensáveis neste momento? Por que insistem em inviabilizar a governança pátria? Nós não sabemos", afirmou o ministro.

No início da tarde, em cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma voltou a sugerir que a tentativa de tirá-la do cargo é um golpe. De acordo com a presidente, não há crime de responsabilidade praticado que gere a possibilidade de afastamento. "Nós estamos discutindo impeachment concreto sem crime de responsabilidade e impeachment sem crime de responsabilidade é golpe", disse Dilma.

Para Marco Aurélio, se for "acertada a premissa" de que não há crime de responsabilidade, a presidente "tem toda a razão". "Se não houver fato jurídico que respalde o processo de impedimento, esse processo não se enquadra em figurino legal e transparece como golpe. Agora precisamos aguardar o funcionamento das instituições, precisamos nessa hora de temperança, precisamos guardar princípios e valores e precisamos ter uma visão prognóstica", disse o ministro do STF.

Em manifestações recentes, ao menos quatro integrantes da Corte defenderam a legalidade do impeachment que tramita hoje na Câmara dos Deputados. Já se manifestaram nesse sentido o decano do tribunal, ministro Celso de Mello, e os ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso. Em dezembro, a Corte definiu o rito do impeachment a ser obedecido pelo Congresso Nacional.

De acordo com Marco Aurélio Mello, o STF pode entrar no mérito da discussão sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, ou seja, discutir se há crime de responsabilidade ou não por parte da petista. "O Judiciário é a última trincheira da cidadania. E pode ter um questionamento para demonstrar que não há fato jurídico, muito embora haja fato político, suficiente ao impedimento", disse o ministro. Em audiência com deputados do comando da Comissão do Impeachment, o ministro Luís Roberto Barroso sugeriu que o Supremo não tem a pretensão de discutir o mérito do impeachment.

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