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Uma aeronave KC-30 (Airbus A330 200) aguarda autorização para decolar da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, para fazer a repatriação de mais brasileiros que estão na Faixa de Gaza. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o avião só decolará rumo ao Egito quando os brasileiros tiverem permissão para cruzar a fronteira em Rafah. 

Assim que receber o sinal verde, o KC-30 decolará rumo ao Aeroporto Internacional do Cairo, em uma viagem de 15 horas. A FAB ainda não divulgou o número de pessoas que serão repatriadas. 

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O avião também leva um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, fornecidos como assistência humanitária pelo governo brasileiro.

O primeiro voo de repatriação de brasileiros provenientes de Gaza só chegou ao Brasil no dia 15 de novembro, mais de um mês depois do início dos ataques de Israel ao território palestino, devido à demora na autorização para saída pelo posto de fronteira de Rafah, que liga Gaza ao Egito. 

No total, 32 brasileiros, segundo a FAB, foram trazidos ao país nesse voo. Também foi realizado um voo de repatriação com 32 brasileiros que estavam na Cisjordânia, outro território palestino.

Antes deles, já haviam sido realizados oito voos de repatriação de 1.413 brasileiros que estavam em Israel. 

O Congresso dos Estados Unidos bloqueou nesta quarta-feira (6) um pacote de US$ 106 bilhões (cerca de R$ 520 bilhões) em recursos para Ucrânia e Israel devido à oposição de republicanos, que, em troca, exigem reformas para frear a entrada de migrantes pela fronteira com o México.

Este bloqueio é um duro golpe para o presidente democrata Joe Biden, que horas antes solicitou a aprovação destes recursos em um discurso solene.

"Isto não pode esperar", disse. "Francamente, acredito que é surpreendente que tenhamos chegado a este ponto, no qual os republicanos no Congresso estão dispostos a dar a Putin o maior presente que ele poderia esperar", acrescentou.

O presidente advertiu que se Putin, que ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, derrotar seu vizinho pró-Ocidente, "ele não vai parar por aí".

O líder russo "seguirá em frente, deixou isso bem claro". Além disso, se a Rússia atacar um membro da Otan, "então teremos algo que não buscamos e que não temos hoje: tropas americanas lutando contra tropas russas", frisou.

Os Estados Unidos são o país que mais proporciona apoio militar a Kiev, com mais de 110 bilhões de dólares (cerca de R$ 540 bilhões, na cotação atual) desde a invasão russa.

Mas a promessa do presidente democrata de continuar com o apoio financeiro à Ucrânia está em perigo, um cenário catastrófico para Kiev, no momento em que sua contraofensiva vacila.

- 'Concessões' -

Os ucranianos insistem em que precisam de mais armas.

Mas os congressistas conservadores, que ainda apoiam publicamente a Ucrânia, condicionam esta ajuda a um claro endurecimento da política migratória diante das chegadas de migrantes através da fronteira com o México.

Antes da votação, Biden disse que estava disposto a fazer "concessões significativas" aos republicanos. As negociações continuam.

À espera de que deem frutos, Washington anunciou nesta quarta uma nova ajuda militar a Kiev de 175 milhões de dólares (R$ 858 milhões) procedentes dos cofres do Executivo. Serão destinados a equipamentos de defesa aérea, mísseis e munições de artilharia.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, cancelou na terça-feira, no último minuto, um discurso por videoconferência dirigido aos membros do Congresso americano, mas falou nesta quarta com os líderes dos países do G7.

Putin conta com o "colapso" do apoio ocidental à Ucrânia, disse Zelensky aos mandatários, e reconheceu que o Exército russo "aumentou significativamente a pressão" no front.

"A Rússia só espera uma coisa: que a unidade do mundo livre desmorone no próximo ano. A Rússia acredita que os Estados Unidos e a Europa vão mostrar fraqueza e não vão manter seu apoio à Ucrânia no nível apropriado", disse o presidente ucraniano.

Antecipando um risco de enfraquecimento do apoio a seu país, Zelensky viajou a Washington em setembro, onde se reuniu com Joe Biden e falou com congressistas.

Sua visita, entretanto, não teve o efeito desejado. Mergulhado em crises internas que levaram à destituição do ex-presidente da Câmara dos Representantes, o Congresso acabou não dando sinal verde para novos recursos para sua ofensiva.

Ao contrário da maioria dos democratas, o senador Bernie Sanders, autoproclamado socialista, votou contra o pacote por "profundas preocupações" sobre o envio de dinheiro ao "governo de extrema direita" do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

O Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento da Rússia, decidiu nesta quinta-feira que as próximas eleições presidenciais no país acontecerão em 17 de março de 2024.

Em uma reunião exibida ao vivo pela televisão pública, os senadores definiram a data por unanimidade, "uma decisão que praticamente inicia a campanha presidencial", afirmou a presidente do Conselho da Federação, Valentina Matvienko.

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As eleições "serão uma espécie de culminação da reunificação" com a Rússia das regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, das quais Moscou anunciou a anexação, acrescentou.

As eleições acontecerão pouco depois do segundo aniversário do início da ofensiva russa na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 e provocou uma série de sanções sem precedentes contra a Rússia.

"Apesar das circunstâncias externas difíceis e das tentativas do inimigo de enfraquecer a Rússia, permanecemos fiéis aos nossos principais valores constitucionais e garantimos todos os direitos e liberdades dos cidadãos", declarou Matvienko.

"Nossos cidadãos estão mais unidos do que nunca" com o governo do presidente Vladimir Putin. "O trabalho do Estado é mostrar-se digno desta confiança, impedir qualquer provocação", acrescentou.

Putin ainda não é oficialmente candidato para um novo mandato, mas a reforma constitucional de 2020 permite que ele concorra novamente. Ele pode permanecer no poder até 2036.

Uma adolescente de 14 anos abriu fogo nesta quinta-feira em uma escola na região sudoeste da Rússia, matou uma colega e feriu outras cinco pessoas, antes de cometer suicídio, anunciaram as autoridades locais.

"Uma jovem de 14 anos levou uma espingarda para a escola, que usou para atirar em seus colegas. Duas pessoas morreram - uma delas a atiradora - há cinco feridos", afirmou o Comitê de Investigação em um comunicado.

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As autoridades não identificaram a atiradora, mas informaram que a vítima fatal era uma colega de turma na escola do Ensino Médio na periferia da cidade de Briansk.

"A motivação do crime e todas as circunstâncias estão sendo apuradas", destacou o comitê, que investiga crimes graves.

Os feridos foram levados para hospitais da região.

O governador de Briansk, Alexander Bogomaz, afirmou que os cinco são estudantes da escola.

O ataque aconteceu na escola número 5 de Briansk, uma cidade próxima da fronteira com a Ucrânia que é alvo ocasional de bombardeios e ataques de drones de Kiev.

Antes considerados raros, os tiroteios fatais se tornaram relativamente frequentes na Rússia nos últimos anos.

Em setembro do ano passado, um homem armado matou 18 pessoas em uma escola na cidade de Izhevsk, oeste do país.

Em 2021, um atirador de 19 anos matou nove pessoas em uma escola da cidade de Kazan (sudoeste).

No mesmo ano, um adolescente matou seis pessoas a tiros em uma universidade na cidade de Perm, perto dos Montes Urais.

A catedral de Notre-Dame, em Paris, recuperou sua cruz, que foi colocada no topo de sua agulha nesta quarta-feira (6), observaram jornalistas da AFP nos arredores do templo, atingido por um incêndio em 2019.

Um guindaste ergueu a cruz e a colocou no topo da agulha da construção pouco depois das 15h00 (11h00 em Brasília).

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A instalação ocorre dois dias antes da visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao local, exatamente um ano antes de sua reabertura para missas, prevista para oito de dezembro de 2024.

A agulha, idêntica à anterior, desenhada pelo arquiteto Eugène Viollet-le-Duc no século XIX e que desabou no incêndio, podia ser observada através dos andaimes desde o final de novembro.

Segundo a Presidência francesa, ela "foi montada (...) a partir de desenhos de Viollet-Le-Duc. Trata-se de uma montagem extremamente especializada em madeira, revestida com uma camada de chumbo e acabada, no topo, por uma coroa, um galo e uma cruz de 96 metros" de altura.

Nesta quarta-feira, o galo ainda não estava visível acima da cruz. "Ainda não foi recolocado" no seu lugar, indicou o Palácio do Eliseu, especificando que o item será "abençoado" segundo a tradição católica "nos próximos dias, em uma cerimônia" que acontecerá à margem da visita do chefe de Estado para a próxima sexta-feira.

"É um galo novo", informou a fonte, explicando que o antigo, que não pôde ser recuperado após o incêndio, será "exposto" em um futuro museu.

Na semana passada, Philippe Jost, responsável pela reconstrução da catedral gótica, erguida entre os séculos XII e XIV, sinalizou que assim que o pináculo atingisse os 96 metros, seria "coberto de chumbo".

O presidente russo, Vladimir Putin, visitará os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita na quarta-feira (6) antes de receber o presidente iraniano em Moscou na quinta (7), continuando seu retorno ao cenário internacional, apesar das tentativas ocidentais de isolá-lo desde a ofensiva na Ucrânia.

Considerado um pária pelos países ocidentais e alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional pela "deportação" de crianças ucranianas, Putin decidiu reservar uma de suas poucas viagens ao exterior a seus aliados mais próximos.

"As visitas de trabalho do presidente Putin aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita acontecerão amanhã (quarta-feira). Tudo acontecerá em apenas um dia", afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Putin esteve ausente nas últimas grandes reuniões internacionais: a cúpula do G20 na Índia em setembro e a dos países do Brics na África do Sul, em agosto. Ele explicou que evitou essas reuniões para não "causar um problema" aos organizadores.

Segundo o Kremlin, Putin se reunirá com o presidente Mohamed bin Zayed al-Nahyan nos Emirados para discutir questões de cooperação e a situação no Oriente Médio.

Em Riade, será recebido pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, para falar sobre comércio, investimentos e política internacional.

Peskov confirmou que o presidente russo abordará o conflito israelense-palestino, assim como as reduções na produção de petróleo no marco da aliança Opep+, da qual a Rússia faz parte.

Putin criticou Israel desde o início da guerra com o Hamas, denunciou a "catástrofe" humanitária em Gaza e pediu a criação de um Estado palestino.

Depois de sua visita ao Oriente Médio, Vladimir Putin receberá o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, na Rússia na quinta-feira.

"Haverá negociações russo-iranianas em 7 de dezembro", disse o porta-voz do Kremlin.

Segundo a agência de notícias oficial iraniana Irna, eles discutirão "a situação em Gaza" e outros assuntos.

Os países ocidentais acusam o Irã de participar no esforço bélico russo ao fornecer grandes quantidades de drones explosivos Shahed e outras armas, que a Rússia utiliza em sua campanha de bombardeios em cidades ucranianas.

Forças israelenses enfrentavam nesta terça-feira (5) combatentes do Hamas no sul da Faixa de Gaza após a expansão da ofensiva no território palestino, onde a ONU fez um alerta a respeito de um "cenário ainda mais infernal" para os civis bloqueados.

Israel inicialmente concentrou sua ofensiva no norte de Gaza, mas o Exército a lançar panfletos no sul do território para avisar os civis palestinos que devem fugir para outras áreas.

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Tanques israelenses, veículos armados e escavadeiras foram observados na segunda-feira perto da cidade Khan Yunes, no sul de Gaza, lotada de civis que fugiram de suas casas mais ao norte no início da guerra.

O Exército afirmou na segunda-feira que adotou ações "agressivas" contra o "Hamas e outras organizações terroristas" em Khan Yunes. Também alertou que a principal rodovia no norte e leste da cidade "constitui um campo de batalha".

Durante a noite, testemunhas relataram à AFP violentos combates nas proximidades de Khan Yunes e bombardeios aéreos em Rafah, no extremo sul do território. A agência palestina Wafa informou "várias mortes" em um ataque na cidade de Gaza.

O Hamas anunciou no Telegram que seus combatentes atingiram dois veículos militares e um tanque perto de Khan Yunes. Foguetes também foram lançados a partir de Gaza contra o território israelense.

O Exército israelense notificou as mortes de três soldados em Gaza, o que eleva a 78 as baixas das Forças Armadas no território.

Organizações internacionais de ajuda alertaram que os civis no território densamente povoado estão ficando sem locais de refúgio.

"Nenhum lugar é seguro em Gaza e não há para onde ir", disse Lynn Hastings, coordenadora humanitária da ONU para os territórios palestinos.

"Um cenário ainda mais infernal, à qual as operações humanitárias não vão poder responder, está prestes a se desencadear", acrescentou Hastings em um comunicado.

Israel declarou guerra ao Hamas depois do ataque de 7 de outubro do grupo islamista, que terminou com 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelense.

Em resposta, o governo israelense prometeu aniquilar o Hamas e libertar todos os reféns em Gaza.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que a guerra matou quase 15.900 pessoas no território, 70% delas mulheres e menores de idade.

- "Como um terremoto" -

Na cidade de Rafah, perto da fronteira com o Egito, Abu Jahar al-Hajj afirmou que um bombardeio aéreo perto de sua casa foi "como um terremoto".

"Pedaços de concreto começaram a cair sobre nós", disse.

Em Deir al-Balah, mais ao norte, Walaa Abu Libda buscou refúgio em um hospital, mas disse que a sua filha de quatro anos permanece presa nos escombros.

"Não sei se está viva ou morta", declarou Libda, uma das 1,8 milhão de pessoas deslocadas em Gaza, o que equivale a quase 75% da população do território, segundo a ONU.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, publicou na rede social X que Israel ordenou que a entidade esvazie, no prazo de 24 horas, um armazém de material médico no sul da Faixa de Gaza. O governo israelense negou nesta terça-feira.

O governo dos Estados Unidos, aliado crucial de Israel, afirmou que é necessário fazer mais para evitar as mortes de civis com as operações ampliadas para o sul.

Israel afirmou na segunda-feira que não pretende obrigar os palestinos a deixar suas casas de maneira permanente. Também anunciou que busca o apoio de grupos de ajuda para melhorar a infraestrutura na região costeira de Al Mawasi, em Gaza.

Militares israelenses de alto escalão admitiram, sob anonimato, que cerca de dois civis morreram para cada combatente do Hamas na Faixa de Gaza.

“Esperamos que [a proporção] seja muito menor” na próxima fase da guerra, acrescentou uma fonte militar.

O Exército utiliza, segundo as autoridades, um software de mapeamento complexo para rastrear os movimentos dos moradores dentro de Gaza e emitir ordens de evacuação baseadas em sinais de telefones celulares, vigilância aérea e fontes locais, além de inteligência artificial.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) questionou, porém, a utilidade da ferramenta em uma área onde o acesso às telecomunicações e à eletricidade é esporádico.

As equipes de emergência da Indonésia encontraram nesta terça-feira os corpos de duas vítimas da erupção de um vulcão no oeste do país, o que eleva o balanço para 13 mortes, e prosseguem com as buscas por 10 desaparecidos.

Os corpos dos alpinistas mortos foram encontrados perto da cratera do Monte Marapi, na ilha de Sumatra, que em sua erupção de domingo provocou uma coluna de fumaça de 3.000 metros de altura.

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O número de mortos subiu nesta terça-feira para 13, depois que outros dois corpos foram encontrados, informou Abdul Malik, diretor da Agência de Busca e Resgate de Padang.

"O balanço de mortos subiu para 13. Continuamos procurando os 10 alpinistas desaparecidos", anunciou Malik.

"Enviaremos quase 200 pessoas, além daquelas que já estão no local. Até o momento conseguimos descer com cinco corpos", declarou à AFP Hendri, diretor de operações da agência.

"O vulcão permanece em erupção", informou Hendri, que utiliza apenas um nome, assim como milhões de indonésios.

As equipes de resgate também encontraram sobreviventes, que foram resgatados da montanha em uma operação complexa, dificultada por novas erupções.

Ahmad Rifandi, diretor do posto de monitoramento de Marapi, disse à AFP que observou cinco erupções entre 0h00 e 8h00 (horário local).

"Marapi continua muito ativo. Não podemos observar a altura da coluna porque está coberta por uma nuvem", disse.

O diretor da agência de vulcanologia da Indonésia, Hendra Gunawan, afirmou que desde 2011 o Marapi estava no nível de alerta dois (de uma escala que vai até quatro) e que foi imposta uma zona de exclusão de três quilômetros ao redor da cratera.

Ele pareceu culpar os alpinistas por terem se aproximado da cratera, ao destacar que a agência recomenda que as pessoas não visitem a área e que os "impactos graves" para as vítimas aconteceram em um raio de 1 a 1,5 quilômetro da cratera.

As autoridades afirmaram que os alpinistas fizeram registros em um serviço de internet, mas que alguns utilizaram rotas ilegais.

Os parentes aguardam por notícias em um centro de informações na base da montanha.

"Vou permanecer aqui até receber notícias", afirmou Dasman, pai do alpinista desaparecido Zakir Habibi, que viajou duas horas de Padang para tentar encontrar o filho.

Um total de 75 alpinistas estavam registrados para caminhar na montanha a partir de sábado. Alguns sobreviventes sofreram queimaduras ou fraturas.

As equipes de emergência informaram que as buscas devem continuar por sete dias.

Os falecidos sofreram queimaduras graves. Os legistas se preparam para identificá-los pelas arcadas dentárias ou por impressões digitais, ou com base em marcas nos corpos, explicou Eka Purnamasari, da unidade médica da polícia de Sumatra Ocidental.

O Marapi, que significa "montanha de fogo", é o vulcão mais ativo de Sumatra.

A Indonésia fica na região conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico, área de encontro de placas tectônicas e de grande atividade vulcânica e sísmica.

O país tem quase 130 vulcões ativos.

A diretora de Orçamento da Casa Branca alertou, nesta segunda-feira (4), ao Congresso dos Estados Unidos que não chegar a um acordo sobre novos fundos para a Ucrânia antes do fim do ano "enfraqueceria" Kiev no campo de batalha.

Em uma carta ao presidente da Câmara de Representantes, a diretora do Gabinete de Gestão e Orçamento, Shalanda Young, disse que o tempo está se esgotando rápido para apoiar a luta da Ucrânia contra a invasão russa.

"Quero ser clara: sem ação do Congresso, até o final do ano ficaremos sem recursos para adquirir mais armas e equipamento para a Ucrânia", escreveu Young. "Cortar o fluxo de armas e equipamentos americanos afundará a Ucrânia no campo de batalha", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso em outubro que aprovasse 106 bilhões de dólares (521 bilhões de reais na cotação atual) em financiamento para a segurança nacional, incluindo apoio à Ucrânia e à guerra de Israel contra o Hamas.

Mas o Congresso está paralisado há meses devido às disputas internas republicanas, e os legisladores da extrema direita se opõem particularmente a qualquer ajuda adicional a Kiev à medida que a guerra se arrasta.

O novo presidente republicano da Câmara, Mike Johnson, um aliado pouco conhecido do ex-presidente Donald Trump, assumiu o cargo em outubro, depois que seu antecessor, Kevin McCarthy, foi deposto por legisladores da extrema direita.

Sob o mandato de Johnson, o Congresso evitou por pouco uma paralisação do governo durante o feriado de Ação de Graças, em novembro, mas o acordo para manter as luzes acesas até meados de janeiro deixou de fora a ajuda aos principais aliados dos EUA.

A carta da diretora de Orçamento da Casa Branca afirma que janeiro será tarde demais e os fundos para a Ucrânia já estarão esgotados. "Não existe nenhum fundo mágico disponível para lidar com este momento. Estamos sem dinheiro... e quase sem tempo", alertou Young.

Na sua opinião, a incapacidade de chegar a um acordo sobre mais financiamento não só põe em risco as conquistas da Ucrânia até hoje, mas aumenta as chances de vitórias militares russas. "Este não é o problema do próximo ano. A hora de ajudar uma Ucrânia democrática a combater a agressão russa é agora. É hora de o Congresso agir", escreveu.

A Ucrânia tem pressionado por mais ajuda externa, à medida que as forças russas intensificam os ataques no leste depois de deter a contraofensiva de Kiev.

À medida que a guerra entra no seu terceiro inverno (hemisfério norte), a linha da frente permaneceu praticamente estática durante o último ano, apesar de um reforço maciço das forças ucranianas com equipamento militar ocidental nos meses de calor.

O Spotify, número um do mundo do streaming de áudio, anunciou nesta segunda-feira (4) a eliminação de cerca de 1.500 empregos, cerca de 17% de sua força de trabalho, para reduzir custos.

Esta é a terceira onda de cortes de funcionários. O grupo sueco anunciou em janeiro a demissão de 600 funcionários e outros 200 em junho na sua divisão de podcasts.

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As medidas fazem parte de uma onda de demissões no setor de tecnologia, desde o início de 2023, em gigantes americanas como Meta, Alphabet e Amazon.

"Estou ciente de que, para muitos, uma redução desta magnitude pode parecer surpreendente, devido ao recente relatório positivo sobre os lucros e os nossos resultados", escreveu o CEO Daniel Ek em uma carta aos funcionários, consultada pela AFP.

No terceiro trimestre, o grupo registrou um lucro líquido excepcional de 65 milhões de euros (cerca de 70 milhões de dólares ou 344 milhões de reais), contra os 166 milhões do ano anterior, no contexto de um aumento de 26% no número dos seus usuários ativos, até 574 milhões.

"Apesar dos nossos esforços para reduzir custos no ano passado, a nossa estrutura de custos para atingir os nossos objetivos ainda é muito grande", acrescentou Ek.

Desde o seu lançamento, em 2006, o Spotify não parou de investir para impulsionar o seu crescimento, expandindo-se para novos mercados e depois oferecendo conteúdos exclusivos, como podcasts, nos quais investiu mais de um bilhão de dólares (4,9 bilhões de reais na cotação atual).

Em plena guerra contra o Hamas, o processo por corrupção do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi retomado nesta segunda-feira (4) em Jerusalém, quase dois meses após a suspensão devido ao ataque surpresa do movimento islamista palestino em 7 de outubro.

Benjamin Netanyahu, 74 anos, é suspeito de ter recebido presentes avaliados em quase 200.000 dólares de personalidades ricas. O chefe de Governo teria recebido os presentes na forma de charutos, garrafas de champanhe e joias, entre 2007 e 2016.

Netanyahu é acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança.

Entre as pessoas que teriam presenteado o político estaria o produtor israelense de cinema Arnon Milchan ("JFK", "Uma Linda Mulher").

Como agradecimento, Netanyahu teria promovido um dispositivo fiscal que teria poupado milhões de dólares a Arnon Milchan. O Ministério das Finanças de Israel apresentou um veto à mudança fiscal.

Netanyahu afirma que apenas aceitou presentes de amigos, sem pedir nada, e diz que é vítima de uma "caça às bruxas".

O primeiro-ministro não precisará comparecer ao tribunal para prestar depoimento agora, mas pode ser obrigado a prestar explicações dentro de alguns meses, segundo a imprensa israelense.

O processo, que começou em 2020, é inédito em Israel para um primeiro-ministro em exercício.

Netanyahu foi chefe de Governo de 1996 a 1999, e depois de 2009 a 2021. Ele retornou ao cargo de primeiro-ministro no final de 2022, quando articulou uma coalizão de governo com partidos ultraortodoxos e de extrema-direita.

Líderes políticos próximos a Netanyahu criticaram a retomada das audiências enquanto prossegue a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, após o ataque surpresa do movimento islamista em 7 de outubro no sul de Israel.

As audiências, no entanto, terão um formato reduzido porque várias testemunhas e advogados foram convocados como reservistas.

Pelo menos três pessoas morreram no terremoto que abalou o sul das Filipinas neste fim de semana e provocou vários tremores secundários, disseram as autoridades nesta segunda-feira (4).

Outras oito pessoas ficaram feridas após o terremoto de magnitude 7,6 que ocorreu no sábado (2) na costa da ilha de Mindanao. Na mesma área, vários tremores secundários com magnitudes superiores a 6,0 foram registados no domingo.

Um deles foi um terremoto de magnitude 6,9 na madrugada de segunda-feira, a uma profundidade de 30 quilômetros, em um ponto 72 quilômetros a nordeste do município de Hinatuan, na província de Surigao del Sur, disse o Serviço Geológico dos EUA.

"Ainda estamos aterrorizados porque há muitas réplicas", disse Alex Arana, chefe da agência de desastres da província, à rádio DZBB.

Na noite de domingo, mais de 30 mil famílias permaneciam em abrigos em Surigao del Sur, disse Arana.

O terremoto inicial de sábado desencadeou alertas de tsunami que foram posteriormente cancelados em toda a região do Pacífico e levou os moradores da costa leste de Mindanao a fugir dos edifícios.

Em Surigao del Sur, duas pessoas morreram, disse Arana, uma devido à queda de destroços e a outra devido ao desabamento de um muro.

Uma mulher grávida também morreu na cidade de Tagum, província de Davao del Norte, informou a agência de desastres.

Um homem identificado pelas autoridades francesas como um extremista islâmico com problemas mentais esfaqueou até a morte um turista alemão e feriu duas pessoas neste sábado (2) em Paris antes de ser detido, segundo as autoridades.

O ataque ocorreu perto da Torre Eiffel, à noite, em um momento em que a França mantém um nível elevado de alerta devido ao aumento das tensões relacionadas à guerra entre Israel e o Hamas.

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"Não cederemos ao terrorismo", declarou neste domingo (noite de sábado no Brasil) a primeira-ministra francesa, Elizabeth Borne.

"Meus pensamentos estão com as vítimas, os feridos e seus entes queridos. Eu saúdo a coragem e profissionalismo de nossos serviços de emergência", acrescentou Borne.

O procurador antiterrorismo informou que se encarregaria da investigação do ataque.

Uma fonte policial disse que o agressor era conhecido pelas autoridades por seu extremismo islâmico e era tratado por problemas psiquiátricos.

Ele gritou "Allahu Akbar" (Alá é grande) antes de ser preso, de acordo com a fonte.

Segundo a promotoria de Paris, o agressor é um francês nascido em 1997 que havia sido detido em uma investigação sobre casos de assassinato e tentativa de assassinato.

O ministro francês do Interior, Gerald Darmanin, que foi ao local do ataque, afirmou que o homem havia sido condenado em 2016 a "quatro anos de prisão" por planejar outro ataque que não conseguiu executar.

O presidente da França, Emmanuel Macron, reagiu em mensagem no X, o antigo Twitter: "Envio minhas condolências à família e aos entes queridos do cidadão alemão falecido esta tarde no atentado terrorista de Paris, e meus pensamentos estão com as pessoas que estão feridas e sendo atendidas neste momento".

- Série de ataques -

"Um homem atacou um casal de turistas estrangeiros. Um turista alemão nascido nas Filipinas morreu esfaqueado", disse Darmanin.

De acordo com o ministro, um taxista que presenciou o incidente interveio. O agressor atravessou o rio Sena e atacou outras pessoas, ferindo uma com um martelo enquanto a polícia o perseguia.

A polícia usou uma pistola de choque para neutralizar o homem.

"Ele os ameaçou de forma muito violenta [...]. Agora terá que responder por suas ações perante a Justiça", garantiu Darmanin.

A França tem enfrentado uma série de ataques de extremistas islâmicos desde 2015, incluindo os ataques suicidas e armados de novembro de 2015, que deixaram 130 mortos em Paris e foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

As tensões aumentaram na França, um país com grandes populações judaica e muçulmana, após o ataque do movimento islamista palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro e os subsequentes bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.

Ao discursar para chefes de Estado e de governo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º) que o mundo pode estar diante do maior desafio já enfrentado pela humanidade e criticou conflitos como os registrados no Oriente Médio. “Em vez de unir forças, o mundo trava guerras, alimenta divisões e aprofunda a pobreza e as desigualdades”.

Lula lembrou que o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é categórico sobre o perigo do aumento na temperatura global superar 1,5 grau Celsius (°C) e destacou que a meta fixada pelo Acordo de Paris é manter esse aumento entre 1,5°C e 2 °C. “Já é insuficiente para conter o aquecimento global em nível seguro.” 

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“Temos um problema coletivo de inação e outro de falta de ambição. As NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas, metas anunciadas por cada país para redução dos efeitos das mudanças climáticas] atuais não estão sendo implementadas no ritmo esperado. E mesmo que estivessem, não conseguiriam manter a temperatura abaixo do limite de 1,5°C. O Brasil ajustou sua NDC e se comprometeu a reduzir 48% das emissões até 2025.”

Segundo Lula, a NDC brasileira é mais ambiciosa que a de vários países “que poluem a atmosfera desde a Revolução Industrial”, no século 19. “Mantemos o firme compromisso de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Já conseguimos reduzi-lo em quase 50% nos dez primeiros meses deste ano, o que evitou a emissão de 250 milhões de toneladas de carbono na atmosfera”.  

“Mas muitos países do sul global não terão condições de implementar suas NDCs nem de assumir metas mais ambiciosas. Os mais vulneráveis não podem ter que escolher entre combater as mudanças do clima e combater a pobreza. Terão que fazer ambos. O princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas, é inegociável. Ameaçado, vai na contramão de qualquer noção básica de justiça climática.”

O presidente classificou como inaceitável que a promessa de US$ 100 bilhões ao ano para conter os efeitos das mudanças climáticas, assumida por países desenvolvidos, não tenha saído do papel, enquanto, apenas em 2021, os gastos militares chegaram a US$ 2,2 trilhões. Lula destacou ainda que, no Brasil, a emergência climática já é uma realidade, citando a seca inédita registrada na Amazônia.  

“O nível dos rios é o mais baixo em mais de 120 anos. Nunca imaginei que veria isso no lugar onde estão os maiores reservatórios de água do mundo. O futuro da Amazônia não depende só dos amazônidas. O desmatamento em todo o mundo só responde por 10% das emissões globais. Mesmo que não derrubemos mais nenhuma árvore, a Amazônia poderá atingir seu ponto de não retorno se outros países não fizerem sua parte. Um aumento da temperatura global poderá desencadear um processo irreversível de savanização da Amazônia”.

“Os setores de energia indústria e transporte emitem muito gás de efeito estufa. Temos que lidar com todas essas fontes. É por isso que o Brasil está propondo a missão 1.5. Uma missão coletiva, que vai nos manter na trilha de 1,5°C. Nos dois anos até a COP30, será necessário redobrar os esforços para implementar as NDCs que assumimos. E, em Belém, precisamos anunciar NDCs mais ousadas e garantir os meios de implementação necessários para concretizá-las”, disse. “Se não deixarmos nossas diferenças de lado, em nome de um bem maior, a vida no planeta estará em perigo e será tarde demais para chorar,” explicou.

"Por que a prisão seria o único lugar sem espaços mistos?", pergunta Ambra, de 25 anos, uma detenta albanesa do centro penitenciário espanhol de Teixeiro, enquanto se prepara para jogar futebol com homens.

Ambra, a única mulher nesta prisão na Galícia, no noroeste, que prefere não fornecer seu sobrenome, disputa a bola com os 21 jogadores ao seu redor.

A prisão de Teixeiro é uma das poucas na Europa que possui módulos completamente mistos - uma aposta na reinserção na sociedade ao promover a convivência entre homens e mulheres.

No módulo Nelson Mandela, onde a AFP teve acesso, cerca de cinquenta detentos, entre eles 20 mulheres, compartilham atividades diárias - educação, terapia em grupo e trabalho conjunto.

As celas ficam no mesmo corredor.

Os prisioneiros, que participam voluntariamente, são selecionados com base em seu comportamento. Pessoas condenadas por violência sexual são excluídas.

- Preparar "a vida em liberdade" -

Na cantina, Cristina, outra detenta entrevistada pela AFP, cozinha com mulheres e homens, que depois comem juntos, enquanto Helga se exercita na sala de musculação com os homens.

A Espanha, considerada uma referência na Europa em termos de direitos das mulheres, tem experimentado prisões mistas por cerca de 20 anos.

E nos últimos dois anos, o governo de esquerda de Pedro Sánchez instou a administração penitenciária a "desenvolver" esse tipo de organização mesclada.

Ao todo, 925 homens e 202 mulheres convivem em cerca de 20 módulos mistos no país. Esta é, no entanto, uma porcentagem baixa da população carcerária - de cerca de 47.000 pessoas.

"Não faz sentido preparar para a vida em liberdade apenas com metade da população", destaca a diretora adjunta da prisão de Teixeiro, Nadia Arias, que observa "uma normalização da convivência entre homens e mulheres" nos módulos mistos.

O objetivo, acrescenta ela, "é que as mulheres que estão privadas de liberdade, que são muitas", embora em quantidade menor que os homens, "possam ter acesso aos mesmos serviços" e suas "necessidades" específicas possam ser "detectadas".

Para Ricardo, um reincidente que já esteve em regime de isolamento, a administração penitenciária ofereceu a oportunidade de ingressar no módulo Nelson Mandela, e lá ele se tornou uma referência.

"No início, fiquei um pouco relutante", explica o detento de 47 anos, que sempre esteve na prisão com homens.

- "Desconstrução da masculinidade" -

"Nos módulos normais (...) o respeito é visto de outra forma. Um olhar ruim significava uma briga com faca, a socos (...) Era assim que se ganhava respeito antes, defendendo suas roupas", lembra.

Nos módulos unissex, as mulheres precisam saber "colocar a barreira" para serem respeitadas pelos homens, aponta Ambra.

Devido a prisão seguir reproduzindo "os papéis machistas" da sociedade, Teixeiro oferece cursos de "desconstrução da masculinidade", explica Ana Suárez, conselheira de inserção da fundação Érguete, que trabalha na prisão.

A direção da prisão afirma não ter registrado "nenhum tipo de incidente grave" nos módulos mistos, para os quais há uma forte demanda.

Em outros países europeus, as prisões mistas são muito raras.

Por exemplo, na França, onde são permitidas desde 2009, elas se limitam a algumas atividades, mas sem acomodação comum.

"Acho muito boa a ideia de conviver juntos entre homens e mulheres", porque assim "é a vida lá fora", conclui Ambra, no coração da prisão de Teixeiro, cercada por detentos homens.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou nesta sexta-feira (1) que "o planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos" e que chegou o momento de "atitudes concretas", em um discurso para os líderes mundiais na COP28 em Dubai.

"O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos. De metas de redução de emissão de carbono negligenciadas. Do auxílio financeiro aos países pobres que não chega", afirmou o presidente brasileiro para quase 140 líderes mundiais.

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"De discursos eloquentes e vazios. Precisamos de atitudes concretas", acrescentou. "Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta?", questionou Lula.

"A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres. Governantes não podem se eximir de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo", prosseguiu.

O país apresentará em Dubai uma iniciativa para lutar contra o desmatamento nas florestas tropicais, com aliados da bacia amazônica e de outros continentes.

"Forjamos uma visão comum com os países amazônicos e criamos pontes com outros países detentores de florestas tropicais", disse Lula.

"O mundo já está convencido do potencial das energias renováveis. É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Temos de fazê-lo de forma urgente e justa".

"Vamos trabalhar de forma construtiva, com todos os países, para pavimentar o caminho entre esta COP28 e a COP30, que sediaremos no coração da Amazônia", destacou o presidente sobre a reunião do clima de 2025, que acontecerá na cidade de Belém (Pará).

O Brasil se ofereceu no ano passado como voluntário para receber a conferência do clima da ONU na região amazônica.

Na COP28, o Brasil tem 1.336 delegados, entre funcionários do governo, empresários e ativistas, o que representa o dobro do número de representantes do país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos.

Lula, que no ano passado compareceu à COP27 de Sharm el-Sheikh (Egito) como convidado, pois ainda não havia assumido o cargo de presidente, é um dos protagonistas da reunião de Dubai, onde tem encontros programados com o presidente de Israel, Isaac Herzog, em plena guerra em Gaza, com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o chefe de Governo da Espanha, Pedro Sánchez.

Os combates foram retomados nesta sexta-feira (1) na Faixa de Gaza após o fim da trégua de uma semana entre Israel e Hamas, com quase 30 mortos palestinos até o momento, segundo as autoridades do movimento islamista no território.

"O Hamas violou a pausa operacional e disparou contra o território israelense", afirmou o Exército do país em um comunicado.

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"As FDI (Forças de Defesa Israelenses) retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", acrescenta nota.

O anúncio aconteceu depois que as FDI interceptaram um foguete lançado a partir de Gaza, o primeiro desde 24 de novembro, quando começou a trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou à AFP que o braço armado da organização recebeu "a ordem de retomar o combate e defender a Faixa de Gaza".

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que 29 pessoas morreram na Faixa desde a retomada dos combates.

A pasta citou sete mortes no norte do território - Jabaliya e Cidade de Gaza -, 12 em Khan Yunes e Rafah, no sul, e 10 em Al Maghazi, no centro da Faixa.

O reinício dos combates acabou com a esperança de uma prorrogação da trégua de sete dias que permitiu a libertação de dezenas de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de ter facilitado a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

Ao mesmo tempo, as negociações entre os dois lados, com mediadores do Catar e Egito, prosseguiam nesta sexta-feira, segundo uma fonte informada sobre as conversações.

Na quinta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu com autoridades palestinas e israelenses. Ele fez um apelo a favor da extensão da trégua e alertou que, em caso de retomada dos combates, os civis palestinos devem ser protegidos.

A trégua representou uma pausa nos combates iniciados em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o território de Israel. O ataque surpresa deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15.000 mortos, a maioria civis.

Durante a trégua mediada pelo Catar, 80 reféns israelenses foram liberados em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Mais de 20 estrangeiros, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo de troca.

Na quinta-feira à noite, seis israelenses foram liberadas, horas depois da saída de duas reféns.

O número de reféns libertados na quinta-feira chegou a oito, menos dos 10 por dia que o Hamas deveria liberar segundo o acordo de trégua. Uma fonte do grupo islamista indicou que foram incluídas na contagem duas mulheres com dupla cidadania, russa e israelense, liberadas na quarta-feira.

A libertação foi um alívio para Keren Shem, cuja filha Mia foi uma das reféns que deixou o cativeiro. A família divulgou imagens de Keren chorando de alegria ao ser informada sobre a liberdade iminente da jovem.

- Prorrogação frustrada -

Pouco depois da chegada dos reféns a Israel, o serviço penitenciário do país anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos, 23 menores de idade e sete mulheres.

Blinken afirmou que Washington desejava o "avanço" do processo e outro dia de trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou que o grupo apoiava mais uma prorrogação e os mediadores tentaram estender a pausa, mas o processo parece ter fracassado.

Israel sempre insistiu que a trégua era uma pausa temporária para garantir a libertação de reféns.

"Juramos (...) eliminar o Hamas e nada vai nos impedir", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado por seu gabinete após a reunião com Blinken.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior para explicar como protegerá os civis do território palestino, que enfrentam um bloqueio e não tem como sair da região.

Blinken alertou que a retomada das ações militares israelenses "deve colocar em prática planos que minimizem as mortes de palestinos inocentes" e "delimitar de forma clara e precisa áreas e locais no sul e centro de Gaza onde possam estar seguros e longe da linha de fogo".

Organizações internacionais pediram mais tempo para transportar suprimentos médicos, alimentos e combustível para Gaza, onde 1,7 milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.

A trégua permitiu que as pessoas retornassem para observar as casas destruídas e tentar recuperar alguns pertences entre os escombros.

"Tememos que a trégua acabe e que os problemas e bombardeios retornem", declarou na quinta-feira à AFP Mohamad Naasan, morador de Gaza. "Espero que a trégua seja retomada para que a paz prevaleça e possamos voltar para casa".

- Violência em Jerusalém e na Cisjordânia -

A trégua não impediu a violência em outras regiões.

Na manhã de quinta-feira, dois homens armados abriram fogo contra um ponto de ônibus em Jerusalém e mataram três pessoas, um ataque reivindicado pelo Hamas. Os dois agressores foram mortos.

Dois soldados israelenses ficaram feridos quando um veículo avançou contra um posto de controle na Cisjordânia ocupada, informou o Exército.

A violência em Gaza também elevou a tensão na Cisjordânia, onde quase 240 palestinos morreram em ações de soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo a Autoridade Palestina, que tem sede em Ramallah.

O jornal The New York Times publicou na quinta-feira que Israel recebeu informações de que o Hamas estava preparando um grande ataque, antes da incursão de 7 de outubro que desencadeou a guerra, mas ignorou o alerta.

burs-sah/mas/avl/fp

"Como veem, estou vivo", declarou a visitantes o papa Francisco em tom de brincadeira, após deixar de ir à COP28 em Dubai devido a uma "bronquite muito aguda".

"O médico não me deixou ir a Dubai", explicou o pontífice argentino de 86 anos aos participantes de um seminário de "Ética na gestão da saúde", citado em comunicado do Vaticano.

"A razão é que faz muito calor lá e se passa do calor para o ar-condicionado. E nesta situação de bronquite [não é conveniente]. Agradeço a Deus que não foi um pneumonia", afirmou.

"É uma bronquite muito aguda, infecciosa. Não tenho mais febre, mas continuam os antibióticos", detalhou.

Em sua audiência semanal de quarta-feira, o papa parecia cansado e com dificuldades para respirar e pediu a um assistente que lesse seu texto.

Seguindo os conselhos médicos, Francisco se viu obrigado a cancelar a viagem à cúpula anual do clima, a COP28, que este é celebrada em Dubai.

O pontífice, que na juventude foi submetido a uma ablação parcial de um pulmão, tinha programado um discurso no sábado, durante sua estadia nos Emirados Árabes Unidos agendada inicialmente de sexta-feira a domingo.

O secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, representa a Santa Sé em Dubai.

O papa fez da defesa ao meio ambiente um dos pilares de seu pontificado e seria o primeiro chefe da Igreja Católica a participar desta cúpula da ONU desde sua criação em 1995.

A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) completa 100 anos de combate ao crime, mas também é marcada pela controvérsia sobre os seus alertas vermelhos, que alguns Estados estariam utilizando para perseguir rivais políticos.

Mais de mil responsáveis de todo o mundo se reúnem nesta semana em Viena para a assembleia geral da Interpol, organização nascida há 100 anos na capital austríaca.

"Passamos de uma estrutura de 20 membros em 1923 para 196 membros hoje", disse à AFP o alemão Jürgen Stock, secretário-geral da Interpol, em entrevista na terça-feira.

Após a Segunda Guerra Mundial, esta "plataforma de troca de informações" estabeleceu a sua sede na cidade de Lyon, centro-leste da França.

A principal missão da Interpol é transmitir aos seus membros avisos de busca, conhecidos como "alertas vermelhos", emitidos pela Justiça de um país.

O objetivo é facilitar a prisão desses suspeitos, classificados como "pessoas procuradas" ("wanted persons").

"Ajudamos a conectar continentes para identificar e localizar criminosos fugitivos", diz Stock, de 64 anos.

Os alertas vermelhos serviram para prender em 2008 o ex-líder político sérvio da Bósnia Radovan Karadzic, fugitivo há quase 13 anos, e o serial killer francês Charles Sobhraj, conhecido como "A Serpente".

Com a ajuda da Interpol, a Itália também conseguiu, nos últimos anos, reforçar o seu controle sobre a 'Ndrangheta, a máfia mais poderosa da península.

O banco de dados da organização possui 125 milhões de arquivos policiais e 16 milhões de buscas são realizadas diariamente.

Além do seu trabalho de combate ao crime, a Interpol lançou em maio uma campanha em que pede ao público que identifique os corpos de 22 mulheres encontrados ao longo de várias décadas na Alemanha, Bélgica e Países Baixos.

Graças a esta iniciativa, uma delas, conhecida como "a mulher da flor tatuada", assassinada em 1992, conseguiu recuperar o seu nome, Rita Roberts.

- "Falta de recursos" -

Mas por trás destes sucessos, a organização é acusada de ser usada por certos Estados para rastrear os seus dissidentes.

Em 2014, logo após assumir o cargo, Jürgen Stock abordou esse problema e formou uma equipe de cerca de quarenta especialistas, encarregados de verificar os anúncios de busca antes de serem publicados.

"É claro que analisamos a situação geopolítica do mundo e verificamos o cumprimento dos alertas", afirma o secretário-geral. Em 2022, foram cancelados 1.465, de um total de cerca de 70 mil válidos, "uma pequena porcentagem".

"Se um caso tiver dimensões políticas, militares ou religiosas, se tivermos dúvidas, a Interpol retira-se imediatamente", afirma Stock.

Vários Estados estão atualmente sob vigilância da organização, incluindo a Rússia, que não pode mais transmitir avisos diretamente a outros membros desde que invadiu a Ucrânia. Agora seus pedidos passam primeiro pelo secretário-geral da organização.

Mesmo assim, "erros podem ser cometidos, simplesmente porque não existe uma definição comumente aceita de terrorismo", reconhece Stock, referindo-se aos casos relatados pela ONG londrina Fair Trials.

O jornalista Mathieu Martinière, que publicou em outubro uma investigação exaustiva sobre a Interpol com Robert Schmidt, aponta "a falta de recursos" da organização, com um orçamento de apenas 155 milhões de euros (cerca de 170 milhões de dólares ou 831 milhões de reais) no ano passado.

Martinière lembra que todos os anos "mais de cem pessoas inocentes escapam dos filtros e podem ser extraditadas e depois presas", disse à AFP.

Outro motivo de preocupação é a eleição em 2021 como presidente da Interpol do general dos Emirados Ahmed Naser Al Raisi, alvo de uma investigação na França por suposta cumplicidade em tortura.

Mas diante desta polêmica, a organização defende a sua independência e lembra que o papel do presidente é essencialmente protocolar.

Um casal LGBTQ do Nepal obteve sua certidão de casamento, anunciaram as autoridades nesta quinta-feira (30), um marco no sul da Ásia cujos protagonistas descreveram como uma vitória "para todos".

Maya Gurung, mulher transgênero de 41 anos, e Surendra Pandey, um homem de 27 anos, se casaram em um cerimônia hindu em 2017 e na quarta-feira receberam a certidão em uma localidade do distrito de Lamjung.

O registro foi emitido após uma decisão favorável da Corte Suprema.

O tribunal emitiu em junho uma ordem provisória que permite aos casais transexuais e do mesmo sexo registar o seu casamento e solicita ao governo que crie um novo registo temporário para estas uniões, enquanto se aguarda legislação apropriada.

"Estamos muito contentes e orgulhosos", disse Maya Gurung à AFP.

O casal contatou primeiro as autoridades do distrito, que rejeitaram seu pedido. Mas as autoridades locais estavam mais acessíveis ao tema, segundo seu advogado, Rounik Raj Aryal.

O Nepal tem uma das legislações mais progressistas do sul da Ásia em relação aos direitos LGBTQ, graças às reformas de 2007 que proíbem a discriminação com base em gênero ou na orientação sexual.

Desde 2015, emite passaportes com a opção "outro" para categorias de gênero, não se limitando a "homem" ou "mulher".

Ainda assim, a comunidade LGBTQ do Nepal, com mais de 900 mil membros, ainda enfrenta discriminação, especialmente no emprego, na saúde e na educação.

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