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Com 33km de extensão, o corredor Via Livre Norte/Sul é um dos principais corredores de ônibus da Região Metropolitana do Recife. A via, por onde 85 mil passageiros circulam diariamente, foi criada com a intenção de facilitar as viagens dos usuários do transporte coletivo, ligando as cidades de Igarassu, Abreu e Lima, Paulista e Olinda até o centro do Recife.
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Quase 200 milhões de reais foram investidos na construção do corredor, mas o local é o retrato do descaso e abandono. Buracos, mato alto nos canteiros e falta de iluminação são alguns dos problemas encontrados na via.
A precarização do corredor Norte/Sul não é recente, se repete há anos e nunca teve uma solução definitiva. A parte mais crítica está no bairro de Ouro Preto, em Olinda, em frente ao 7º Grupo de Artilharia de Campanha. Os buracos do local estão tão profundos que ocupam as duas faixas da via e obrigam os motoristas dos ônibus a trafegarem por uma pista de barro.
Oito linhas de BRT fazem 599 viagens por dia e circulam pelo local. Isso sem falar nos ônibus convencionais. “[os buracos] Causam muita avaria nos veículos, né? e nós que temos que pagar”, reclama o motorista do BRT, Pedro Filho.
“A gente não ganha nada, só perde a cada ano”. É assim que a dona de casa Joana Soares, 54 anos, define a situação dos passageiros de ônibus que precisam passar pelo corredor Norte/Sul. “Todos os anos acontece a mesma coisa, esses buracos ficam meses abertos e ninguém faz nada. É perigoso pra gente e pros motoristas. A gente paga impostos e ninguém faz nada”, pondera Joana.
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Entre os buracos e a poeira, estão as paradas de ônibus comuns, que se tornam praticamente inviáveis para os passageiros. Moradora do bairro do Guadalupe, a estudante Jeizeane Tavares, 23 anos, não tem alternativa. Todos os dias é obrigada a esperar o ônibus em uma parada convencional que fica próxima ao buraco para chegar até o trabalho, no bairro de Boa Viagem.
“Fico tossindo por conta da poeira que os ônibus levantam quando passam pela pista de barro. É um absurdo”, critica Jeizeane. “Parece que a parada é invisível. Não tenho segurança nem pra pegar o ônibus, porque como eles desviam bem perto da gente, tenho que ficar atenta para não ser atingida por algum ônibus. Sem contar que alguns motoristas queimam as paradas quando fazem o desvio”, conclui.
Responsável pelo corredor Via Livre Norte/Sul, a Secretaria das Cidades informou ao LeiaJa.com que “tem feito intervenções na via através de empresas sub-contratadas, buscando reparar os danos que se intensificam na época de chuva”. Ainda segundo a secretaria, um levantamento da área foi concluído e, nos próximos dias, uma licitação será lançada para fazer os reparos necessários no local.