O candidato a prefeito do Recife, João Paulo (PT), apresentou, nesta sexta-feira (16), o programa de governo para uma eventual gestão dele. Sem grandes promessas, como já era esperado, dos 210 itens que, segundo ele, compõem o documento foram destacadas 39 para a divulgação hoje e destas João Paulo enumerou 13 como prioridades.
Entre elas estão a defesa da implantação de um sistema de transporte com integração temporal em qualquer parada, sem precisar passar pelos terminais integrados; a recriação da política municipal de habitação e a reestruturação do programa Recife sem Palafitas; a rediscussão do Pacto Pela Vida municipal; a reedição do Programa Aluno nos Trinques; e a ampliação das equipes de saúde e dos horários de funcionamento das unidades de saúde da família. Todas divididas em três pontos principais Cidade Sustentável, Cidade Inclusiva e Cidade Participativa.
##RECOMENDA##A apresentação dos eixos foi de forma genérica, assim como as demais proposições. “Não trabalhamos no conceito de fazer promessas. Queremos nos comprometer com aquilo que podemos fazer”, resumiu o petista durante a coletiva de imprensa no início da tarde. “Foi uma caminhada longa em relação a uma campanha tão curta, sempre defendendo princípio que é para nós fundamental: a escuta da sociedade. Nosso programa lateja a realidade viva da cidade”, acrescentou.
De acordo com o candidato a vice-prefeito Silvio Costa Filho (PRB), que coordenou as atividades de construção do plano, a intenção da chapa, com as propostas, é de retomar a “eficiência da gestão pública” buscando a manutenção da cidade e “valorizando as pessoas”.
“Tivemos preocupação de não prometer à cidade aquilo que não pode cumprir. A gestão atual não cumpriu nem 60% do programa de governo que foi registrado em cartório e a intenção do nosso programa é termos um governo com um olhar mais social da cidade, na busca do desenvolvimento econômico e, sobretudo, valorizando as pessoas”, explicou.
Paridade nas secretarias municipais
A reestruturação da máquina pública também é uma das propostas de João Paulo. A intenção da chapa é deixar a Prefeitura do Recife com no máximo 18 secretarias. A novidade, entretanto, não está diretamente ligada à redução, mas à forma com que o petista quer montar o primeiro escalão a partir da paridade.
“Precisamos enxugar a gestão, vou fazer um esforço grande para que a gente possa manter a paridade e ter 50% de participação feminina. Vamos fazer este esforço para que as mulheres possam ter participação do nosso governo”, observou.
“Já no processo de transição, vamos criar um grupo de trabalho para diagnosticar a situação real da economia da prefeitura. No Portal de Transparência já podemos constatar um acúmulo de mais de R$ 200 milhões em restos a pagar. Baseado no diagnóstico e dialogando com o programa de governo é que vão ser apresentadas as secretarias”, acrescentou, destrinchando, o vice.
Conclusão e retomada de obras
João Paulo garantiu ainda que as obras que estão em andamento no Recife iniciadas pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) serão concluídas, caso ele seja eleito. “Vou fazer a mesma coisa que fiz em 2000: dar continuidade a todas as obras e vou convidá-lo para as inaugurações”, frisou.
Sobre novos equipamentos, se eles vão manter o padrão socialista, com grandes infraestruturas, o petista ressaltou a importância de manter os que já existem. “Não adianta criar muitos equipamentos sem ter condições de manutenção”, disse.
E acrescentou: “primeiro queremos reabrir tudo que está fechado, tem 40 obras paradas, vamos retomar. O Geraldão, por exemplo, provavelmente vamos ter que discutir. Pelo que sei está previsto um ar condicionado central, mas isso para ser um equipamento aberto ao povo é inviável. Como manter um ar central no Geraldão com a única máquina de lavar da creche de Nova Descoberta quebrada?”, ironizando.
Convocação dos guardas concursados
Na questão da segurança, um dos pontos questionados a João Paulo foi sobre como, durante uma eventual gestão dele, a prefeitura vai coibir a violência entre torcidas organizadas nos dias de jogos e clássicos do futebol pernambucano. O petista condenou a política de repressão como única solução e prometeu ampliar a valorização da guarda municipal.
“A responsabilidade [segurança pública] é de todos. Não podemos ver que a política de repressão vai reduzir isso [a violência entre torcidas]. O incentivo a cultura, arte e o próprio futebol participativo podem ser alternativos”, disse.
Entre as atividades, ele também destacou a inserção da guarda municipal na segurança. João prometeu convocar todos os 900 concursados para assumir os postos. “Quero retomar o convênio da guarda municipal com a polícia federal. E dependendo da situação financeira da prefeitura, eu vou chamar os 900 concursados. Isto vai ser também dentro da responsabilidade”, pontuou, lembrando da situação financeira da máquina.