O PT pernambucano não conseguiu, ainda, apesar das admoestações da cúpula nacional, construir a unidade. A divisão está nítida mais uma vez na eleição para escolha do novo presidente da executiva estadual. Sabendo que a unidade é quase impossível, devido às feridas não cicatrizadas da eleição passada, o senador Humberto Costa resolveu lançar o militante Bruno Ribeiro para substituir o atual presidente Pedro Eugênio.
Bruno não tem história com o partido e nem estatura para, num momento como este, liderar um movimento pela reconstrução da legenda no Estado. Faltam a ele trânsito e cabelos brancos, além de liderança, evidentemente. Mas Humberto e João Paulo pensam diferentes. Acham que Bruno está talhado para a função e ponto final.
A corrente do ex-prefeito João da Costa vai para o enfrentamento, porque, segundo o presidente do diretório municipal do Recife, Oscar Barreto, não sentiu disposição do grupo adversário de estender a mão para um entendimento. O problema da corrente de Costa é que falta a ela, como também a de Humberto, um nome que inspire confiança e credibilidade.
Traduzindo: por falta de quadros, o PT pernambucano tropeça. Nem mesmo a acachapante derrota sofrida no Recife fez com que as lideranças petistas se conscientizassem da necessidade de rever o partido, de construir pontes para a sua salvação.
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO– Da mesma forma que Fernando Henrique, Sarney, Collor e Lula, a presidente Dilma recorreu à política do é dando que se recebe, inspirada na oração de São Francisco de Assis, para garantir a aprovação de projetos de interesse do Governo em tramitação no Congresso. Está liberando R$ 6 bilhões em emendas parlamentares para os deputados que ameaçam votar contra as matérias mais urgentes na Casa.
Governo derrotado– Protestos de médicos e estudantes de Medicina em todo o País nas últimas semanas levaram o Governo a recuar na proposta de tornar obrigatório o período de dois anos de permanência no SUS para a obtenção do diploma de graduação na carreira.
Dinheiro a rodo – De uma tacada só, a presidente Dilma liberou, ontem, em São Paulo, R$ 8 bilhões para obras na capital. São R$ 3 bilhões para mobilidade urbana, R$ 1,3 bilhão contra enchentes, R$ 2,2 bilhões para recuperação de mananciais e R$ 1,5 bilhão para a construção de 20 mil moradias populares. Já para o Recife, nenhum tostão! O prefeito Haddad é do PT. Está explicado!
Risco Brotas– O presidente da Compesa, Roberto Tavares, aceitou reforçar o mutirão para o desassoreamento da barragem de Brotas, em Afogados da Ingazeira, anunciado pelo prefeito José Patriota (PSB). Mas está receoso. “Temos que ter muito cuidado para não comprometer a qualidade da água com dejetos da área seca”, adverte.
Gato escaldado– O ex-prefeito João da Costa gostaria de disputar a presidência do PT estadual contra o militante Bruno Ribeiro, lançado pela corrente de Humberto e João Paulo, mas teme que sua candidatura possa ser uma espécie de segundo turno do episódio vivenciado para viabilizar sua reeleição e acabou esmagado pela cúpula nacional.
CURTAS
TORCIDA EMPRESARIAL– Grande parte dos empresários presentes à entrega do título de “Empresário do ano”, anteontem, no JCPM, ao caruaruense Douglas Cintra, manifestou forte inclinação e torcida pela candidatura do senador Armando Monteiro Neto a governador em 2014.
DISTRIBUIÇÃO– O governador inaugurou, ontem, o polo de distribuição de cana-de-açúcar para ração animal em Bodocó. Tem potencial para fornecer 2,9 mil toneladas de cana para os rebanhos bovinos. É a primeira do Sertão e beneficiará 40 mil cabeças na região.
Perguntar não ofende: Dilma vai dar às demais capitais da Copa o mesmo tratamento dispensado a São Paulo?