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O candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo pelo Republicanos, Celso Russomanno, afirmou que não iria avaliar se o apoio do presidente Jair Bolsonaro foi decisivo para que ele ficasse fora do segundo turno, mas começou o discurso em que reconheceu a derrota ressaltando que foi "leal" ao presidente.

"Essa é uma análise que não vou fazer. O que eu vou dizer claramente é que não me arrependo de nada que a gente fez", disse, ao ser perguntado se a aliança com o presidente o prejudicou. "Éramos sabedores dos ônus e dos bônus que a gente ia ter durante a eleição", complementou.

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"A lealdade e a fidelidade valem mais do que uma eleição", terminou, destacando ter ficado satisfeito com o nível de engajamento obtido do presidente na campanha. "Não conversei com ele (presidente) ainda, mas vou conversar."

Russomanno buscou afirmar que tinha poucos recursos para a campanha, ante os demais candidatos. "Tínhamos poucos recursos e não pudemos fazer impulsionamento e está cada vez mais claro que o impulsionamento nas redes sociais demonstra uma força muito grande, até pela produção de fake news feita contra minha pessoa."

Na única agenda pública que teve na véspera da eleição, o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) fez uma carreata que partiu de Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade, e circulou por bairros da região. Ao falar com jornalistas, disse ter certeza de que o apoio que recebeu na reta final, incluindo o de grupos bolsonaristas, o levará ao segundo turno e evitou comparações com eleições anteriores.

"Tenho certeza que nós estaremos no segundo turno e toda a nossa equipe está muito muito muito empolgada", disse o candidato, após um jornalista questionar se o apoio dos aliados do presidente Jair Bolsonaro, que cresceu nesta semana, seria suficiente para levá-lo ao segundo turno.

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No entanto, o candidato se esquivou de fazer comparações entre a campanha atual e as outras duas que disputou, em 2012 e 2016, em que não passou para a segunda etapa. "Não tem comparação, são diferentes", resumiu.

Diante da insistência dos jornalistas, complementou: "A diferença (neste ano) é que a população está engajada na minha candidatura."

A campanha do candidato chegou a prever a presença de Russomanno em um culto na igreja Assembleia de Deus em Perus, zona norte da cidade, mas a agenda foi desmarcada. Russomanno afirmou que, nesta reta final, priorizou na parte da manhã o comparecimento em lives.

A escolha de Cidade Tiradentes para fechar o primeiro turno da campanha se deu, segundo ele, por causa do apoio que tem na região. "A gente sempre teve muita votação na zona leste. É a região onde sou mais forte, então escolhemos a zona leste para terminar a campanha."

Russomanno chegou uma hora atrasado no evento, que estava convocado para as 14h30. O ponto de encontro, a Travessa Cachoeira de Paula Afonso, é um cruzamento de duas ruas e três vielas, uma delas paralela a um córrego.

O candidato desceu do carro e foi direto ao encontro dos jornalistas que o esperavam embaixo do toldo de uma barraca de verduras e legumes, por causa do sol. Ao atender os jornalistas, pediu silêncio por duas vezes para uma feirante.

"Os córregos, riachos, todos abandonados, aqui você já devia estar fazendo um mutirão de limpeza, uma campanha publicitária para que as pessoas não jogassem lixo na rua", afirmou o candidato, ao ser questionado sobre o que faria pela região. "Aqui temos um problema sério de regularização fundiária. Nós vamos resolver esse problema. Temos um projeto no Rio de Janeiro que anda muito bem lá, chama Carinho Solidário, onde a Defensoria Pública, junto com os cartórios, entram nas comunidades e emitem documento, declaração de posse para as pessoas, para que você possa identificar os moradores, os proprietários das moradias, e depois fazer as benfeitorias", comentou.

A briga por um lugar no segundo turno das eleições municipais de São Paulo intensificou os embates entre Celso Russomanno (Republicanos) e Guilherme Boulos (PSOL) nos últimos dias. Na Justiça Eleitoral, os dois candidatos protagonizam uma guerra de pedidos de direito de resposta que ganhou impulso na semana passada, quando pesquisas passaram a identificar a queda na intenção de votos do candidato do Republicanos.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo já contabiliza ao menos 17 ações que envolvem os dois candidatos e seus partidos. Nesta quinta-feira, 5, pesquisa Datafolha mostrou que Russomanno perdeu quatro pontos, chegando a 16%. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, o candidato, que tinha apoio de 20% dos eleitores em 22 de outubro, está tecnicamente empatado com Boulos, que soma 14%, e Márcio França (PSB), que tem 13%. O prefeito Bruno Covas (PSDB) lidera com 28%. O Ibope registrou movimento semelhante há sete dias. Entre 15 e 30 de outubro, Russomanno foi de 25% para 20% das intenções de voto, enquanto Boulos oscilou de 10% a 13% e França subiu de 7% a 11%. A margem de erro também é de três pontos.

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Russomanno é o maior alvo de Boulos na Justiça, e também o candidato que protocolou o maior número de processos contra o candidato do PSOL. O combate direto entre Russomanno e Boulos fez ressurgir no horário eleitoral a figura de Cleide Bezerra da Cruz, ex-caixa de supermercado que afirma ter sido humilhada pelo candidato do Republicanos em um programa de TV sobre direito do consumidor exibido em 2005. Na filmagem, ela diz que não pode passar um papel higiênico fora do pacote, e Russomanno afirma que ela pode ser presa por isso.

Em 2016, a história da caixa de supermercado foi resgatada por adversários do deputado. No último dia 24, Boulos publicou nas redes sociais uma foto de Cleide e fez referência ao episódio de 15 anos atrás. "Que seu caso seja exemplo contra todas as formas de humilhação e agressão às mulheres", escreveu.

Na propaganda eleitoral que foi ao ar na TV semana passada, Russomanno nega que tenha humilhado a caixa e ataca seu adversário. "Boulos, enganar para ganhar votos é tão grave quanto invadir residências." A ligação entre o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e a "invasão" de imóveis gerou um pedido de direito de resposta, aceito pela Justiça, e que foi ao ar anteontem à noite. Nele, o candidato do PSOL volta a citar o caso da caixa.

Em outro texto relacionado a "invasão", Russomanno promete uma "receita de Boulos de problemas". "Pegue uma invasão de residência, junte com a cobrança de aluguel dos ocupantes de um prédio invadido, acrescente o uso de uma moça de supermercado para atacar um adversário", diz a peça. Em outros processos no TRE, a campanha do Republicanos acusa o adversário de propaganda enganosa, impulsionamento irregular de publicações na internet e divulgação de notícias falsas.

Além de citar o caso da caixa de supermercado, Boulos tem atacado a relação de Russomanno com o presidente Jair Bolsonaro e decisões judiciais relacionadas à falência de um bar do qual o deputado foi sócio em Brasília. Num vídeo disponível nas redes sociais do candidato do PSOL, um cantor de rap diz que Russomanno "puxa saco de miliciano" e "mete a do Crivella pra cima de nós, cheio de esquema tipo Queiróz". Essa peça rendeu uma decisão judicial favorável a Russomanno na Justiça.

Na quarta-feira, 4, Boulos entrou com a primeira representação por crime eleitoral contra o concorrente - ele alega que foi alvo de calúnia e difamação.

Foco

Segundo o coordenador da campanha de Boulos, Josué Rocha, o foco principal na reta final da campanha continua sendo romper a barreira de desconhecimento que separa o candidato do grande eleitorado na periferia. O embate com Russomanno e França, no entanto, também terá espaço. Nos próximos dias, Boulos vai tentar ligar França com a imagem do PSDB. O adversário foi vice-governador do tucano Geraldo Alckmin entre 2015 e abril de 2018, quando assumiu o governo do Estado. Embora estejam tecnicamente empatados nas pesquisas de intenção de votos, Boulos e França não se enfrentam em nenhum processo judicial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), candidato à Prefeitura de São Paulo, disse na manhã desta terça-feira (3), que a vacina contra o novo coronavírus deveria ser testada em quem já está doente, além de ser testado em crianças e idosos. A afirmação foi dada durante evento na Associação Paulista de Imprensa.

"A vacina está sendo testada em adultos sãos, nenhum com covid. Não está sendo testada em crianças, não está sendo testada nos idosos e não está sendo testada nos doentes. São as etapas por onde uma vacina deve passar. Isso não está acontecendo", afirmou. "Os efeitos colaterais imediatos a gente pode prever, mas os a longo prazo, não. Toda vacina tem que passar por esse processo. Eu quero muito, todos aqui querem uma vacina. Mas se ela é tão boa assim, mas se essa vacina é tão boa assim, vai lá, começa na China, aplicando nas pessoas", concluiu.

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A afirmação vai contra o propósito de produzir um imunizante, substância que previne que pessoas contraiam a doença, segundo especialistas."Isso mostra o absoluto desconhecimento de como funciona um ensaio clínico", afirmou ao Estadão o médico infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas, sobre a ideia de testar vacinas em pessoas que já têm a doença. De acordo com o especialista, os testes são sempre iniciados em adultos não idosos antes de passarem a incluir crianças e pessoas de idade. "Idosos vão perdendo a sua capacidade de resposta imunológica, um fenômeno conhecido há pelo menos um século", explicou Suleiman, sobre o motivo de testes em pessoas de idade ficarem para um segundo momento.

Em seu discurso, Russomanno disse ser contra fazer com que a população de São Paulo "seja cobaia", linha adotada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, cabo eleitoral do candidato do Republicanos. "Eu não sou negacionista não, pelo contrário. Quero a vacina o mais rápido possível, agora não quero que a população de São Paulo seja cobaia de nada", afirmou.

Falta de banho e resistência

No mês passado, outra afirmação do candidato do Republicanos relacionada ao coronavírus causou polêmica. Russomanno sugeriu que a falta de banho deixa moradores de rua resistentes à covid-19.

Bolsonaro x Doria

O Estado de São Paulo é palco de uma polêmica sobre a vacina envolvendo Bolsonaro e seu rival político, o governador João Doria (PSDB), aliado do atual prefeito Bruno Covas (PSDB), que disputa a reeleição. A disputa entre ambos envolve o CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan e que aguarda análise de registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No último dia 21 de outbro, Bolsonaro afirmou, em entrevista à rádio Jovem Pan que não comprará a Coronavac mesmo se ela receber registro da Anvisa. O imunizante está na última etapa de testes clínicos no Brasil. Naquele mesmo dia, ele havia desautorizado o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e vetado a compra de 46 milhões de doses do produto pelo Ministério da Saúde.

De acordo com pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo divulgada na sexta-feira, 30, dois terços dos paulistanos discordam do veto do presidente.

O presidente Jair Bolsonaro usou a transmissão ao vivo pelas redes sociais, dessa quinta-feira (29), para pedir votos para candidatos nas eleições municipais em algumas capitais, entre eles o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), que disputa e Prefeitura de São Paulo, e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que busca a reeleição no Rio de Janeiro.

Último a ser citado pelo presidente, o mandatário carioca foi definido como um "nome que dá polêmica". Bolsonaro afirmou que Crivella foi deputado federal e senador antes de assumir o Rio. O histórico militar de Crivella e Russomanno não passou em branco pelo presidente, que lembrou que o primeiro foi tenente do Exército e o segundo, tenente da Aeronáutica.

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Antes de exibir papéis com fotos e números dos candidatos para quem pediu votos, Bolsonaro alegou que sua participação na campanha eleitoral deste ano seria "muito discreta".

Em seguida, usou a transmissão para fazer propaganda para os candidatos a vereador Deilson Bolsonaro (Republicanos), de Boa Vista; seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), no Rio; e Sonaira Fernandes (Republicanos) e Clau de Luca (PRTB), em São Paulo. Ao lado do presidente na "live", a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), citou a candidata a vereadora em Campo Grande Subtenente Edilaine (DEM).

Bolsonaro também pediu votos para os candidatos a prefeito Ivan Sartori (PSD), que é ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em Santos (SP); o ex-superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) Coronel Menezes (Patriota), na capital amazonense; e o deputado estadual Bruno Engler (PRTB), em Belo Horizonte.

Além dos pedidos, o presidente fez ainda propaganda negativa contra o PCdoB. Primeiro, lembrou sua viagem nesta quinta ao Maranhão, para dizer que o governo estadual de Flávio Dino (PCdoB) estaria ajudando a "deteriorar" indicadores que Bolsonaro não especificou. "Podemos pensar, em 2022, em uma candidatura que afaste o atual governador do PCdoB", disse.

Ele também fez referência indireta à candidata a prefeita de Porto Alegre Manuela D’Ávila (PCdoB), alegando que votar em uma candidata da sigla seria "o fim da picada". Bolsonaro, contudo, não pediu voto para nenhum adversário da candidata a vice-presidente em 2018 na chapa de Fernando Haddad (PT).

Aliados do presidente Jair Bolsonaro têm criticado os rumos da campanha do candidato do Republicanos à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno. Segundo eles, Russomanno se recusa a empunhar bandeiras do presidente como a não obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 e a abertura geral da economia durante a pandemia, e tem resistido a adotar uma estratégia com ênfase na campanha digital, a exemplo do que Bolsonaro fez em 2018. As divergências levaram o secretário executivo do Ministério da Comunicação, Fabio Wajngarten, a se distanciar da campanha.

Wajngarten havia sido escalado pelo Planalto para acompanhar de perto a campanha de Russomanno em São Paulo. Até o momento, nestas eleições municipais, Russomanno foi o candidato que recebeu o apoio mais explícito do presidente.

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O Estadão revelou, nesta quarta (29), que Russomanno cortou trechos do jingle de campanha nos quais Bolsonaro era citado. Além disso o candidato não levou ao ar as propagandas nas quais o presidente era citado e se concentrou em atacar o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB. A decisão de tirar Bolsonaro da propaganda acontece depois da publicação da pesquisa do Datafolha, na quinta-feira passada, na qual Russomanno registra queda de 27% para 20% das intenções de voto.

Segundo o Ibope, Bolsonaro não é um bom cabo eleitoral na maior cidade do Brasil. Para 47% dos eleitores de São Paulo, o apoio do presidente a um candidato reduz a vontade de votar naquela pessoa.

'Miopia'

Uma das críticas dos aliados do presidente é quanto ao modelo de campanha de Russomanno. Segundo eles, o candidato deveria investir mais nas mídias digitais e deixar a TV em segundo plano. A estratégia se baseia na vitoriosa campanha de Bolsonaro para a Presidência da República em 2018.

Um aliado do presidente aponta a "disruptividade" entre a velha e a nova forma de disputar eleições e a "miopia" por parte dos marqueteiros tradicionais. A maior reclamação, no entanto, é quanto à falta de empenho de Russomanno em empunhar bandeiras caras ao presidente, como a aversão à "vacina chinesa" fabricada em parceria com o Instituto Butantan e a oposição à forma como o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB, conduziram o combate à pandemia, principalmente o incentivo ao isolamento horizontal e ao fechamento de estabelecimentos comerciais durante o período mais crítico da doença.

Isso levou Wajngarten a adotar uma "distância segura" da campanha. O secretário é o maior incentivador da estratégia de colar Russomanno em Bolsonaro. O candidato seguiu a orientação nos primeiros dias de campanha, mas, depois da queda abrupta nas pesquisas, reduziu a presença do presidente em suas propagandas e discursos. Ele não se afastou completamente da eleição paulistana, mas agora acompanha a disputa de longe.

Outra reclamação do Planalto é quanto ao entorno de Russomanno. Aliados do presidente reclamam da presença de "alpinistas" que se aproximaram do candidato depois que ele se tornou o representante de Bolsonaro na disputa paulistana. Um dos alvos das críticas é o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que, segundo o Planalto, não estaria fornecendo recursos suficientes para o candidato.

Os aliados de Bolsonaro avaliam que a queda nas pesquisas não se deve à rejeição ao presidente em São Paulo mas à falta de dinheiro na campanha e aos ataques que Russomanno vem sofrendo dos adversários por estar em primeiro lugar nas sondagens. Procurado, Pereira não respondeu aos contatos.

Coordenador da campanha de Russomanno, Elsinho Mouco disse que o clima entre os auxiliares do candidato é o oposto do relatado por aliados do Planalto. "As bandeiras desfraldadas no início da campanha, continuam tremulando. O 'Agora é nossa vez'", disse, citando o lema da campanha. Wajngarten não foi localizado.

Presidente cita candidato de BH

O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar ontem que gostaria de ter maior participação nas eleições municipais deste ano e que, "discretamente", começará a atuar nas campanhas. No entanto, ao comentar o apoio ao candidato Bruno Engler (PRTB) à prefeitura de Belo Horizonte, o presidente admitiu dificuldades em prestigiar eventos políticos. "Como está o Bruno em BH, está crescendo?", perguntou o presidente a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, antes de receber o convite para ir à capital mineira.

"Gostaria de ter participação nas eleições municipais... Eu vou aos municípios, BH me interessa, gosto muito do Bruno Engler, pode fazer um bom trabalho caso chegue à prefeitura e, discretamente, vou começar a atuar", completou, sem citar Celso Russomanno (Republicanos), seu candidato na maior cidade do País.

Após uma queda de sete pontos porcentuais em sua intenção de voto, aparecendo pela primeira vez numericamente atrás de Bruno Covas (PSDB) em pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (22), o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) afirmou, em entrevista à Rádio Eldorado nesta sexta-feira (23), que "o importante é ir para o segundo turno".

"Estou recebendo com muita felicidade (as pesquisas). Nós temos dois institutos ontem, com duas pesquisas: XP-Ipespe, que me dá 25 pontos porcentuais, e eu estou na frente, e essa do Datafolha", afirmou o candidato. "A gente tem pesquisas internas também, e nós estamos um pouco melhor do que a aparência aí. Nós temos que questionar quem está certo. Mas, de uma forma ou de outra, o importante para a gente, para a nossa equipe, é ir para o segundo turno."

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Na pesquisa Datafolha, o prefeito Bruno Covas oscilou positivamente dois pontos, e agora tem 23%. Já Russomanno caiu de 27% para 20% das intenções de voto, na comparação com a última pesquisa do instituto, e ficou numericamente atrás de Covas. Pela margem de erro, de três pontos porcentuais, Covas e Russomanno ainda estão tecnicamente empatados.

O levantamento Datafolha foi o primeiro feito pelo instituto após o início do horário eleitoral, tema que também foi abordado por Russomanno. "Considerando que a gente tem 51 segundos de televisão e o Bruno (Covas) tem 4 vezes isso, ou seja, tem muito mais tempo para exibir suas propostas, para mostrar o que ele pretende fazer, então nós estamos acompanhando e monitorando isso, e essa é nossa linha, vamos para o segundo turno", afirmou.

Russomanno também enfatizou o apoio que tem do presidente Jair Bolsonaro, no qual aposta para se diferenciar do resultado de eleições anteriores, quando começou à frente nas pesquisas, mas não chegou ao segundo turno. "Tenho um bom marqueteiro, tenho uma boa estrutura hoje, diferente de anteriormente, e tenho um padrinho, que é o presidente Bolsonaro", disse Russomanno. "Temos muitas coisas boas, e vamos ter num segundo turno o mesmo tempo de televisão que o Bruno tem. Aí é outra eleição, outra história. O que importa é ir para o segundo turno, oportunidade que eu não tive nas outras eleições."

Durante a entrevista, o candidato também respondeu sobre temas como a política em torno de radares, a situação de moradores de rua em meio à pandemia e a proposta de um auxílio paulistano. Russomanno afirmou ainda que faria parceria com o Instituto Butantã para a compra da vacina CoronaVac: "aprovada pela Anvisa, sem problema nenhum", disse ele.

Candidato à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) está com dois carros e um imóvel em Itanhaém, cidade do litoral paulista, penhorados pela Justiça desde 2016. O bloqueio dos bens deve persistir enquanto não chega ao fim um processo em que um advogado cobra do deputado federal uma dívida de aluguel que chega a R$ 7 milhões.

Ao questionar a dívida, Russomanno alegou que a assinatura dele e da esposa foram forjadas no contrato de aluguel do imóvel, onde funcionou o Bar do Alemão, de qual o deputado foi sócio. Russomanno e a mulher aparecem como fiadores do contrato, com firma reconhecida em cartório.

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"É um argumento baixo ele alegar que a assinatura do contrato de aluguel foi forjada quando ele foi também o sócio-administrador do Bar do Alemão", afirmou ao Estadão o advogado André Silva da Mata, único representante da Construcen Administração Condominial, que cobra a dívida de Russomanno.

A alegação de que as assinaturas foram forjadas pode ser confirmada ou desmentida por uma perícia, marcada para o início de dezembro. O procedimento deveria ter sido realizado no fim do ano passado, mas a perita não cumpriu os prazos estabelecidos pelo juiz e foi destituída em setembro.

Em nota divulgada à imprensa, representantes do deputado informaram que ele era proprietário de 30% do Bar do Alemão. A nota diz ainda que, no entendimento da Construcen, são devidos cerca de R$ 7 milhões - valor que de fato é citado por André Silva da Mata. No entanto, a nota também alega que esse valor é superado pelo dos equipamentos, máquinas e móveis deixados no imóvel pela empresa.

A informação contradiz o que consta nos autos da Justiça. Em cálculo que a advogada de Russomanno, Fernanda Gadelha de Araujo Lima, enviou à Justiça em 2018, os equipamentos do restaurante estavam orçados em R$ 2,5 milhões. A Construcen ofereceu este ano no processo abater esses R$ 2,5 milhões do total da dívida.

A nota do deputado diz ainda que houve acordo entre as partes e que isso teria desfeito a penhora, coisa que Mata nega categoricamente. "Sou o único advogado da Construcen e nunca houve acordo nenhum", disse.

Procurada para responder por que motivo o deputado permaneceu como sócio-administrador do Bar do Alemão se houve fraude para incluí-lo como fiador, a assessoria de imprensa não respondeu até a publicação desta matéria.

Durante agenda de campanha nesta quarta-feira, 21, Russomanno disse que pagou "todos os valores". "Todos (os valores) foram pagos. Me aponta um que não foi pago. Me aponta um, por favor. Se você conseguir aponta um, eu abro mão da minha candidatura", afirmou a repórteres. "Existe uma falsificação da assinatura da minha mulher, essa é a questão que está sendo discutida", afirmou, sem dizer que sua defesa também alega que sua própria assinatura também teria sido fraudada.

O Bar do Alemão funcionou sem pagar aluguel entre março de 2015 e junho de 2016. Em 2016, ano em que Russomanno se candidatou à Prefeitura de São Paulo pela segunda vez, o tema foi mencionado por oponentes do deputado. Na ocasião, ele disse que não devia nada a ninguém.

O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Republicanos, Celso Russomanno, reforçou sua relação com o presidente Jair Bolsonaro como solução para problemas da administração municipal. Em sabatina com jornalistas do Estadão, ele disse que sua proximidade com o presidente criaria condições favoráveis em uma renegociação da dívida da capital com o governo federal, e disse que Bolsonaro seria "muito bem-vindo" em seu partido. O candidato do Republicanos disse, ainda, ser contra a obrigatoriedade da vacinação contra o novo coronavírus.

"Eu tenho amizade com o presidente Bolsonaro desde 1995, amizade particular. Eu o conheço profundamente", disse Russomanno. "Ele é muito bem-vindo no Republicanos."

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Embora tenha dito mais de uma vez que é "amigo" de Bolsonaro e se apresentado como vice-líder do governo, Russomanno evitou dar uma resposta direta às perguntas sobre suspeitas contra a família do presidente e seu entorno. Ao ser perguntado sobre os depósitos de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro e sobre o vice-líder do governo, o senador Chico Rodrigues, preso com R$ 33 mil na cueca, o candidato se esquivou.

"Não existe crime de amizade. Não se pode imputar crime a alguém por ser amigo. Recebo com muita alegria o apoio do presidente Bolsonaro", disse. "Essas questões estão sendo apuradas. Ministério Público e Judiciário têm competência para isso."

Questionado sobre o uso político das vacinas contra a covid-19 que estão em desenvolvimento, Russomanno disse ser contra a obrigatoriedade da vacinação. Ele ressaltou ser "legalista", deixou a entender que o processo de vacinação deve seguir as leis vigentes e disse que é contra "inventar".

"Os nossos empregos foram embora, nós somos obrigados a uma série de coisas, agora querem obrigar a tomar vacina?", questionou Russomanno. "Eu sou um legalista, nós temos leis, e nós vamos cumprir as leis. A gente não pode inventar."

Um integrante da campanha de Celso Russomanno une o candidato a prefeito de São Paulo ao ex-presidente Michel Temer e ao presidente Jair Bolsonaro. O marqueteiro Elsinho Mouco, que trabalha com o ex-mandatário há mais de 15 anos e ajudou a negociar sua indicação como chefe da delegação do governo brasileiro em viagem ao Líbano em agosto, é o responsável pela comunicação de Russomanno em sua terceira tentativa de concorrer à Prefeitura da capital paulista.

Derrotado no primeiro turno nas duas últimas eleições municipais, após liderar as pesquisas de intenção de voto, Russomanno ouviu um conselho do presidente Jair Bolsonaro: sua comunicação falhou e seria preciso montar uma blindagem contra a esperada ofensiva dos adversários.

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A indicação de Mouco passou pelo crivo do ministro das Comunicações, Fábio Faria. Secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten entrou na campanha depois que a equipe já estava montada e deve atuar como uma interface entre a campanha e o Planalto. Credita-se a ele o fato de que Russomanno passou a dar mais ouvidos ao seu marqueteiro. Wajngarten e Mouco estavam juntos na última segunda-feira, quando Bolsonaro explicitou seu apoio ao deputado.

A interlocutores, o secretário tem dito que a campanha do deputado está atrasada pois foi a última a ser confirmada. No início da semana, se queixou da falta de uma identidade visual para Russomanno. Uma das primeiras sugestões de Wajngarten foi a associação total entre candidato e presidente, estratégia que até a semana passada não estava definida. Além disso, defende que Russomanno seja blindado para conseguir manter os índices de intenção de voto e evitar que se repita a derrocada das últimas campanhas.

O alinhamento entre o presidente e a campanha ficou claro no jingle de Russomanno, que cita Bolsonaro três vezes, inclusive no refrão. "Com Russomanno e Bolsonaro, quem ganha é a nossa cidade", diz um trecho da música (mais informações nesta página). A frase é muito semelhante ao slogan da campanha, segundo o qual São Paulo sai ganhando com apoio presidencial. Já no refrão, repetido duas vezes, consta o trecho "e Bolsonaro apoiando".

Aval

Antes de aceitar o emprego, Mouco consultou e recebeu o aval do ex-presidente Michel Temer (MDB), de quem foi o homem forte da comunicação e redator dos discursos no período de transição e mandato presidencial. Em agosto, Elsinho já tinha participado das tratativas entre Temer e Bolsonaro que resultaram na escolha do emedebista como chefe da missão brasileira ao Líbano após explosões na zona portuária de Beirute. O ex e o atual presidente, aliás, tem conversado sobre política nos bastidores.

Foi a experiência de gerenciar crises que pesou na contratação de Mouco. Foi ideia dele, por exemplo, o pronunciamento no qual Temer finalizou dizendo com o dedo em riste "Não renunciarei". Contratado pelo MDB, Elsinho também foi um dos criadores do programa Ponte para o Futuro e autor de ideias como slogan "Bora, Temer" para substituir o "Fora, Temer" após impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em 2017, o publicitário foi acusado por Joesley Batista em sua delação premiada de ter recebido R$ 3 milhões em propina da JBS na campanha de 2010 e outros R$ 300 mil em espécie em 2016 a pedido de Temer, o que Mouco nega. Na ocasião, o marqueteiro disse ao Estadão que o empresário o contratou com dois objetivos: eleger o irmão José Batista Júnior em Goiás e "derrubar" Dilma.

"A principal participação do presidente Bolsonaro no nosso programa é avalizar as propostas do Russomanno para São Paulo. Além, evidentemente, de uma longa história de amizade e convivência entre os dois", disse Mouco.

O marqueteiro ganhou a simpatia do presidente em 2018 ao manifestar apoio à sua campanha no segundo turno. Ele justificou seu posicionamento contra o PT por causa da oposição feita por aliados de Haddad ao governo Temer.

O apoio de Bolsonaro a Russomanno serviu de estímulo para que o PTB, que integra a base de apoio bolsonarista, abandonasse o projeto de candidatura própria nas eleições deste ano. Os partidos já estavam coligados nas eleições de 2012 e 2016. "O PTB é da base de apoio do presidente, assim como o Republicanos, então nós já temos um trabalho naturalmente em conjunto, o que gerou uma natural aproximação", afirmou Marcos da Costa (PTB), vice na chapa de Russomanno e ex-presidente da OAB de São Paulo. 

No último dia de prazo do calendário eleitoral, o Republicanos oficializou nesta quarta-feira (16) a candidatura do deputado federal Celso Russomanno na disputa pela Prefeitura de São Paulo e anunciou que o vice na chapa será o advogado Marcos da Costa, do PTB, ex-presidente da OAB paulista. A chapa ingressa na disputa como a dupla preferencial do presidente Jair Bolsonaro na disputa e já recebeu a sinalização de que terá apoio público do mandatário. Tanto o Republicanos quando o PTB integram a base aliada de Bolsonaro na Câmara dos Deputados. A união aumenta o tempo de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito que Russomanno terá à sua disposição.

"Esse alinhamento já existe com o governo federal e será muito bom para São Paulo", afirmou o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, na convenção. "Celso, você é meu candidato e o meu amigo de 20 anos. Estamos juntos mais uma vez", discursou Marcos da Costa. "Essa união propicia uma campanha mais robusta e mais forte", afirmou Russomanno.

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A definição de Marcos da Costa como vice ocorre depois da tentativa de compor aliança com a deputada Joice Hasselmann, do PSL, e com o major Costa e Silva, que disputou o cargo de governador pelo Democracia Cristã (DC) nas eleições de 2018 e que será candidato a vereador pelo PTB. A investida com o PSL não teve sucesso e que o partido teria que abrir mão da candidatura própria. A conversa foi feita com a ala "bolsonarista" da cúpula do PSL nacional, que tenta se reaproximar do presidente, passando por cima da executiva estadual.

O PTB já tinha realizado no sábado a sua convenção partidária que tinha oficializado a candidatura própria de Marcos da Costa. Com a desistência, o partido mantém a tendência dos últimos 24 anos de firmar uma composição. Nesta terça-feira, o PTB e a assessoria do Marcos da Costa reafirmaram a candidatura própria do advogado e negaram reiteradas vezes a possibilidade de composição com o Republicanos.

O atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), o ex-governador Márcio França e, agora, Russomanno são os únicos candidatos que conseguiram formar coligação para aumentar o tempo de televisão no horário eleitoral.

Na convenção do PTB, Marcos da Costa disse estar alinhado ideologicamente a Bolsonaro. Questionado sobre a relação conturbada do presidente da República com a OAB e de seus apoiadores com integrantes do poder Judiciário, o candidato afirmou ser um democrata e defendeu a Constituição.

Disse também que se identifica com valores do presidente do partido, Roberto Jefferson, apoiador de Bolsonaro: "(Me identifico com) a defesa que ele faz da Pátria. Nunca me vi saindo do Brasil. Quanto à família, casei com minha primeira namorada. Quanto ao credo em Deus, sempre fui cristão, sou estou aqui por causa Dele. Entrei para o PTB sabendo do reposicionamento do partido, mais conservador e à direita. São valores que defendo."

Na convenção, além de aprovar a chapa majoritária (Russomanno-Marcos) e a chapa de vereadores, o Republicanos deu carta branca para que a executiva paulistana do partido realize alterações nos quadros lançados sem precisar de nova consulta aos convencionais.

Surpreendidas com o desfecho em primeiro turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, as coordenações financeiras dos principais candidatos buscam agora alternativas para quitar os débitos de campanha e evitar calote aos fornecedores. Colaboradores já batem às portas de comitês para cobrar por serviços realizados. PSDB e PT foram os partidos que terminaram a corrida eleitoral com as maiores dívidas.

O desafio é grande para os candidatos derrotados, que tendem a encontrar mais dificuldade agora para receber doações. Coordenador financeiro da campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) disse que pretende lançar uma plataforma colaborativa e promover jantares para pagar os mais de R$ 6 milhões de dívidas restantes após a derrota no primeiro turno.

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Teixeira, que também é um dos vice-presidentes nacionais do PT, admitiu que vai precisar de ajuda do Diretório Nacional do partido para completar o valor. "A diferença vamos pedir para o PT Nacional", disse ele.

O Diretório Municipal não tem autonomia estatutária para destinar verbas do Fundo Partidário para o pagamento de dívidas de campanha, e o Diretório Estadual, com dívidas, não tem condições financeiras para ajudar. Fontes do Diretório Nacional disseram que a ajuda a candidatos, até mesmo a Haddad, ainda não é certa e vai depender de avaliações internas.

Terceiro colocado na disputa, Celso Russomanno (PRB) afirmou à Justiça Eleitoral ter quitado todas as pendências. O total de despesas contratadas é de R$ 3,6 milhões e o mesmo valor é registrado como contas pagas. Desde o início da semana, no entanto, colaboradores da campanha se reúnem no comitê do deputado federal, na Avenida Indianópolis, zona sul, preocupados com a possibilidade de não receber pelo trabalho.

O pagamento pelos serviços deveria ter sido feito na sexta-feira passada, mas o dinheiro não entrou. Na quarta-feira (5) eram cerca de 30 colaboradores no escritório de Russomanno.

O coordenador financeiro da campanha, o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB-SP), disse que os repasses já foram feitos regularmente à cooperativa responsável pela contratação de pessoal. "A cooperativa, quando foi pagar na sexta-feira, perdeu o horário porque era muita gente. Mas o dinheiro está entrando e o último pagamento é amanhã (esta quinta-feira, 6)", disse.

Luiza Erundina (PSOL) não deixou dívidas, disse o candidato a vice na chapa, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). "Usamos um pouco do Fundo Partidário e recebemos algumas doações individuais. Foi o suficiente", afirmou.

Coordenador financeiro da campanha de Marta Suplicy (PMDB), José Roberto Pimentel disse que vai avaliar as contas nesta semana. "Por enquanto, não tenho informação."

Até mesmo o prefeito eleito João Doria (PSDB), o mais rico dentre os candidatos, acumula saldo negativo - aliás, o maior. Ao todo, ele contratou R$ 13,9 milhões em serviços e pagou apenas R$ 4,5 milhões, de acordo com dados fornecidos pela campanha à Justiça Eleitoral. Foram R$ 9,4 milhões em serviços contratados ainda não pagos. O valor devido é maior do que toda a arrecadação do candidato tucano: R$ 7,59 milhões.

Jantar

A campanha de Doria chegou a articular a realização de um jantar de arrecadação, mas desistiu para evitar constrangimentos. "A norma autoriza (a realização de jantar) mesmo após o encerramento da campanha, mas entendemos que não seria ético promover um evento com o prefeito eleito", disse o advogado da campanha, Anderson Pomini.

No caso de não conseguir doadores para quitar a saldo, o prefeito eleito já afirmou que vai pagar o débito do próprio bolso. Com patrimônio de R$ 178 milhões, ele já foi o maior doador individual de sua própria campanha, com um aporte de R$ 2,9 milhões.

O promotor eleitoral José Carlos Bonilha, da 1.ª Zona Eleitoral, afirmou que as doações após a eleição não são mais de campanha e, por isso, podem ser feitas aos partidos sem seguir os limites de valores que lhe são impostos durante o período pré-eleitoral.

"Se aparecer um benemérito que queira quitar a dívida e honrar os compromissos, ele pode", disse o promotor. "O que precisa é ficar atento aos atos que se seguem a isso (doação). Se o sujeito é sócio de empresa que amanhã ou depois vai contratar com o poder público com dispensa de licitação, por exemplo", afirmou Bonilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A popularidade do candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, não era das melhores, pelo menos entre motoristas do Uber. No domingo (2), teve até motorista oferecendo chocolate da marca importada Lindt para "convencer" o passageiro indeciso a não votar no comunicador.

"Peguei dois clientes hoje por volta das 8h30. Eles não sabiam em quem votar. Expliquei que ele queria acabar com o Uber. Ofereci um chocolatinho a mais para que o Russomanno nem sequer fosse cogitado nas urnas. Haddad, Marta, João Doria e até mesmo a Erundina: não me importa quem vai vencer. Todos, de alguma forma, se mostraram favoráveis ao Uber, menos o doutor Russomanno, que quer acabar com tudo", afirmou um motorista do aplicativo, que pediu para não ser identificado.

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"O passageiro vota em quem ele bem entende. O tratamento é o mesmo para todos, mas se o candidato dele não for o Russomanno, ele leva, sim, um chocolatinho a mais para casa. Dá até para escolher o sabor", brincou o rapaz de 23 anos.

Na região do Tatuapé, zona leste da cidade, todos os motoristas ouvidos haviam descartado votar em Russomanno. "Ele se diz defensor do consumidor e quer acabar com o Uber. Não faz o menor sentido. A gente está trabalhando, prestando serviços, cuidando das nossas famílias. Com tanto desemprego que tem por aí, sério que ele vai gerar mais?", questionou o motorista André Luiz Caldana, de 64 anos, que em 2012 votou em Celso Russomanno para a Prefeitura de São Paulo.

O motorista Luiz Carlos Alves Ferreira, de 29 anos, está no Uber há sete meses e disse que nunca ter ouvido um único passageiro favorável ao candidato do PRB. "Ele se diz o defensor do consumidor e quer tirar algo que foi legalizado e deu certo na cidade."

Russomanno foi o único entre os principais concorrentes a se posicionar contra o aplicativo Uber como transporte de passageiros. No dia 1.º de setembro, em entrevista à Rádio CBN, disse que o aplicativo funcionava "na ilegalidade". Dois dias depois, recuou e afirmou que não baniria o aplicativo, mas iria regulamentá-lo.

Taxistas

Entre os taxistas, no entanto, o cenário é outro. A preferência majoritária era por Russomanno. Alberto Alves, 61 anos, condutor há mais de 20 e com ponto na zona norte, defendeu o candidato. "Os Ubers não querem ser legalizados como nós, taxistas, somos. O Russomanno fez propostas para melhorias da nossa categoria."

Ambrósio José dos Santos, 62 anos, que também trabalha em um ponto de táxi do Limão, foi na mesma linha. "Dizem que ele vai acabar com o Uber. Não é isso, ele só quer regularizar."

Procurado para comentar o assunto, o Uber informou que "os motoristas parceiros eram totalmente independentes e não têm subordinação à empresa". "Vale lembrar que um ponto importante é o sistema de 'avaliação mútua' após cada viagem. Ou seja, o motorista parceiro avalia o usuário e o usuário avalia o motorista parceiro, sem interferência do Uber. Além de ser anônima, é ela (a avaliação) que garante que a plataforma mantenha-se saudável para motoristas e usuários." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, acusou na manhã desta terça-feira (27) a concorrente Marta Suplicy (PMDB) de "cooptar", mediante pagamento em dinheiro, dois ex-funcionários de seu restaurante em Brasília para que fizessem denúncias contra ele. Russomanno disse que vai acionar a candidata na esfera eleitoral e criminal.

"A candidata Marta, através de sua assessoria, foi atrás dos funcionários do Bar do Alemão cooptando e oferecendo vantagens em dinheiro para que fizessem declarações a meu respeito", acusou Russomanno após um café da manhã com filiados do Sindicato das empresas de transportes de cargas de São Paulo e região (Setcesp).

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Os depoimentos de dois ex-funcionários foram exibidos no programa da candidata do PMDB no horário eleitoral de rádio e TV. Eles afirmam que Russomanno não pagou o que era devido após o fechamento de seu restaurante em Brasília. "Se eu tinha 70 funcionários e fui alvo de ação trabalhista, isso é comum. Quero ver qual é o empresário deste País que não tem uma ação trabalhista. Mas condenação não tenho nenhuma", disse Russomanno. O candidato do PRB mostrou a jornalistas uma pilha de cópias de rescisões de funcionários que trabalhavam no seu restaurante.

Segundo o candidato, todos receberam o que foi devido. "Os poucos que entraram na Justiça, se quiserem fazer o acordo, o dinheiro está depositado. Mas se quiserem esperar a decisão judicial, tudo bem. A história vai mostrar que não vou ficar devendo nada para ninguém", disse. "Não tenho uma condenação no Bar do Alemão e nunca fiquei devendo a ninguém", completou.

Russomanno classificou a atitude de Marta como "coisa baixa" e "sujeira". "Isso é tentar ganhar a eleição no tapetão. Quer chegar ao segundo turno? Seja competente. Não faça esse tipo de coisa. Não é correto. Não se ganha uma eleição com esse tipo de sujeira e coisa baixa."

Procurada pela reportagem, a assessoria de Marta não havia respondeu à acusação até o fechamento dessa matéria.

O Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal tem ao menos cinco processos trabalhistas contra o Bar e Restaurante do Alemão de Brasília, que foi de propriedade do candidato Celso Russomanno (PRB). Os funcionários cobram dívidas trabalhistas em causas que ainda estão em andamento.

As ações foram propostas a partir de agosto deste ano, mês em que o bar fechou. Entretanto, três dos cinco processos ainda não tiveram nem sequer a primeira audiência de conciliação porque os oficiais de Justiça não conseguem localizar representantes legais do estabelecimento: os requerimentos voltam com a informação de que o requerido, o bar, "mudou-se", segundo os despachos do processo.

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A dificuldade na localização dos representantes do bar que pertencia ao candidato já fez com que em um dos processos, da 15.ª Vara do Trabalho de Brasília, o juiz Aldrey Choucair Vaz notificasse os requeridos por meio de edital público. O despacho é do dia 1.º deste mês.

Os valores das ações não são de acesso público no TRT. Entre os assuntos dos processos, entretanto, é possível saber o teor das reclamações: atraso no pagamento de verbas rescisórias, adicional de horas extras, aviso prévio, entre outros.

Em entrevista na quinta-feira, 22, à Rádio Bandeirantes, Russomanno afirmou que pagou todos os funcionários do bar, que foi despejado após acumular dívidas.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o garçom Gledis Nei, um dos autores das ações contra o bar, disse que até gorjetas deixaram de ser pagas. "Eu trabalhei lá durante seis anos. Praticamente morava lá dentro e até agora não recebi nada de rescisão. Me devem até gorjeta", disse o funcionário.

"Esses que entraram na Justiça do Trabalho não quiseram esperar o pagamento. Se eles quiserem que eu pague, eles retiram a ação e eu pago sem problema nenhum", disse o candidato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O clima entre jornalistas e candidatos a prefeitura de São Paulo está tenso. Depois da saia justa na quarta-feira, 21, entre o candidato João Doria (PSDB) e César Tralli, no SPTV, da Globo, Celso Russomanno (PRB) se envolveu em confusão no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, com um apresentador.

O primeiro tema abordado foi o polêmico vídeo do candidato PRB tentando comprar apenas um rolo de papel higiênico, que tirou da embalagem. Quando a atendente do estabelecimento se recusa a passar a compra, ele a hostiliza.

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Na rádio, Russomanno não gostou das perguntas feitas pelos apresentadores José Paulo de Andrade, Salomão Ésper, Rafael Colombo e Fabio Pannunzio e, para argumentar, passou a interrompê-los.

O clima piorou quando ele foi questionado por Pannunzio sobre um bar do candidato em Brasília. No entanto, o apresentador foi interrompido novamente. "Você está mentindo, isso é uma mentira", disse Russomanno.

O apresentador perguntou se o deputado federal não o deixaria terminar e, mais uma vez, Russomanno o acusou de mentiroso.

Como o cenário de "saia justa", a equipe chamou o intervalo. Na volta, os gritos do candidato vazaram: "Você me respeita! Me respeita."

O candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) rebateu ontem as acusações feitas por um empresário contra o coordenador de sua campanha, deputado Marcelo Squassoni (PRB-SP), suspeito de usar notas frias na prestação de contas de gabinete.

"O Marcelo me disse que já foi à Polícia Federal. Trata-se de verba federal, por isso é a Polícia Federal que tem competência para apurar. Espero que a PF apure o mais rápido possível. Ele disse que estão tentando denegrir a imagem dele", disse Russomanno durante entrevista à rádio CBN.

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O empresário José Eduardo dos Santos afirmou que Squassoni emitiu notas frias a pedido do deputado. O candidato manterá o aliado na coordenação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em carreata em Sapopemba, na Zona Leste, o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) afirmou que a Guarda Civil Metropolitana "deixará os viadutos e as multas" para atuar na segurança pública. "Vamos trabalhar para a integração das polícias. A guarda civil precisa ter acesso, via rádio, às outras polícias. E precisa estar apta a colaborar com a segurança pública da cidade", disse.

Russomanno prometeu aumentar o efetivo da guarda civil - convocando aqueles que já prestaram e passaram em concurso - e quer a colaboração dos vigias noturnos. "Vamos disponibilizar um aplicativo de celular para os vigias. Com ele, eles poderão informar para a Guarda Civil tudo o que está acorrendo nos quarteirões que trabalham", disse.

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O candidato também quer usar aplicativos de celular para saber do cidadão o que ele mais precisa em seu bairro. "Todo mundo tem celular. A ideia é que, através de um aplicativo da Prefeitura, a gente possa ter essa comunicação direta", falou.

Russomanno voltou a repetir suas promessas em relação à saúde - como informatização do sistema, investimento em programas de prevenção e término das obras dos hospitais que já estão sendo construídos.

O candidato não quis entrar na polêmica das reformas trabalhista e da Previdência. Ao ser perguntado sobre o assunto, limitou-se a dizer que "sempre esteve ao lado do consumidor e do trabalhador".

Em relação ao debate de domingo, 18, que será realizado pelo Estadão em parceria com a TV Gazeta e o Twitter, Russomanno foi breve: "Acredito que debates sempre acrescentam alguma coisa".

Os advogados do deputado Celso Russomanno (PRB), candidato à Prefeitura de São Paulo, protocolaram nesta segunda-feira, 29, petições na Procuradoria-Geral de Justiça e na Delegacia-Geral de Polícia Civil do Estado para ter acesso a relatório que cita o nome do parlamentar na Operação Alba Branca.

Russomanno, primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a sucessão de Fernando Haddad (PT), é mencionado em documento produzido pela Polícia Civil no inquérito Alba Branca, que investiga fraudes em licitações da merenda escolar. O esquema teria se instalado em pelo menos 35 prefeituras e que mirava também em contratos da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

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O deputado não é alvo da investigação - ele detém foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal -, nem a ele é imputado ato ilícito, mas o documento sugere proximidade de Russomanno com dois alvos da Alba Branca, quadros importantes da estrutura da organização criminosa, César Augusto Lopes Bertholino, o Marrelo, e Cássio Chebabi.

Em um contato - mensagens por celular - de julho de 2015, recuperado pelos investigadores a partir de quebra de sigilo, Chebabi diz a Marrelo que Russomanno é "novo parceiro". Ele afirma que o deputado "tá forte pra prefeitura". César Marrelo diz que eles vão "jantar" com o deputado. Afirma, ainda, que Russomanno "vai dar duas secretarias" para Leonel Júlio, ex-deputado e pai do lobista da

quadrilha da merenda. "Já tá acordado", afirma Marrelo.

A petição ao Ministério Público do Estado e à Delegacia-Geral é subscrita pelo criminalista Pedro José Vilar Godoy Horta. A parte eleitoral da defesa do candidato está sob responsabilidade do advogado Arthur Rollo.

"O Celso não tem absolutamente nenhum envolvimento com essas pessoas (Marrelo e Chebabi), não os conhece, nunca os viu, nunca jantou com eles", afirma Arthur Rollo. "Fizeram uma bravata com o nome dele. Estamos levantando todas as informações para tomarmos as providências criminais contra as pessoas que usaram o nome dele em vão". O advogado afirma ainda que Russomanno não tem nenhum contato com pessoas envolvidas com o escândalo da merenda, nem com políticos citados. "Celso não atua nessa área de merenda, todo mundo sabe que ele se dedica à defesa do consumidor e fica extremamente irritado quando alguém usa o nome dele. Ele não gosta."

Rollo assinala que o candidato à Prefeitura paulistana também não tem relacionamento com o ex-deputado Leonel Júlio, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, cassado em 1976 pelo regime militar. Leonel Júlio é pai de Marcel Júlio, lobista da organização criminosa, segundo a Polícia Civil. Nas mensagens resgatadas, Marrelo e Chebabi dizem que Russomanno teria pedido apoio a Leonel Júlio e que o candidato até já havia oferecido a ele "duas secretarias" na Prefeitura, se eleito.

"Vamos apurar até as últimas consequências", disse Arthur Rollo. "O sr. Leonel Júlio tem quase 90 anos de idade. O Celso não tem contato com ele, já ouviu falar dele, apenas isso. O que o apoio de Leonel Júlio iria agregar à campanha do Celso? Absolutamente nada. É uma coisa sem sentido. Quando essa suposta conversa ocorreu, o Celso já estava em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Para quem é da área política sabe que (o apoio de Leonel) não tem importância nenhuma."

"O critério de escolha dos secretários é técnico. Ele (Russomanno) tem planos de escolher os melhores secretários da história de São Paulo", diz o advogado.

O candidato Celso Russomanno (PRB) lidera a corrida à Prefeitura de São Paulo com 31% das intenções de votos e ganharia o segundo turno em todos os cenários possíveis, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 26. Essa é a primeira aferição depois do início oficial da campanha na terça-feira da semana passada, dia 16.

A margem de erro máxima é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

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Em seguida vem Marta Suplicy (PMDB) com 16% da preferência dos entrevistados. Depois aparecem empatados, em uma margem de erro de três pontos percentuais, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), com 10%, o atual prefeito Fernando Haddad (PT), com 8%, e o empresário João Doria (PSDB), com 5%.

Levy Fidelix (PRTB) e Major Olímpio (SD) contabilizaram 2%, cada. Já Ricardo Young (Rede) ficou com 1%. Henrique Áreas (PCO), João Bico (PSDC) e Altino (PSTU) não pontuaram.

Os votos brancos ou nulos somam 17% e 7% dos entrevistados preferiram não opinar. A pesquisa ouviu 1.092 eleitores nos dias 23 e 24 de agosto.

O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo com o número SP-01183/2016.

Segundo turno

Russomanno venceria todos os cenários de segundo turno. Em uma eventual disputa com Marta, ele ganharia com 51% dos votos enquanto a senadora ficaria com 32%. No último levantamento revelado pelo instituto em julho, o candidato venceria Marta com 48% ante 31%.

Russomanno também ganharia de Haddad, com 60% contra 21%, Doria, com 63% contra 16%, e Erundina, com 56% contra 29%.

Se Haddad fosse para o segundo turno, ele perderia de Marta, com 24% da preferência dos eleitores a 47%, e de Erundina, com 25% a 45%. O atual prefeito empataria tecnicamente somente com João Doria. Seriam 35% dos votos para o petista e 33% para o tucano.

Rejeição

O candidato com maior rejeição do eleitorado continua sendo Haddad, sendo que 49% falaram que não votariam nele de jeito nenhum. O índice, inclusive, subiu. Em julho era de 45%.

A segunda mais rejeitada é Marta, com 32%, e o terceiro, Levy Fidélix, com 27%. Na sequência aparecem Erundina (25%), Doria (22%), João Bico (21%) e Major Olímpio (19%). O líder da pesquisa, Russomanno, tem rejeição de 18% dos entrevistados.

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