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A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e família da Câmara dos Deputados decidiu, nesta terça-feira (19), adiou pela terceira vez a votação do projeto de lei (PL) que visa proibir o casamento homoafetivo no Brasil. A sessão foi marcada pela presença de lideranças do movimento LGBTQIAPN+ e pelo bate-boca entre parlamentares da base do governo e políticos da extrema direita.

Aparentemente abalado pela morte do seu pai, que faleceu na segunda-feira (18), o deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE), foi chamado ironicamente de "bonzinho" pelo deputado André Fernandes (PL-CE), por permitir os protestos dos ativistas LGBTQIAPN+. Já a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), acusou Fernandes de "apontar o dedo para a cara de uma mulher", fala acompanhada pelo coro de "machista".

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Rodolfo, que é presidente da Comissão, chegou a solicitar que a Polícia Legislativa retirasse o movimento civil da sessão, mas reconsiderou a presença após uma conversa com a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Devido a continuidade da discussão acalorada entre os vários parlamentares, a sessão precisou ser paralisada por cinco minutos.

Mesmo com o entrave entre os políticos conservadores e os governistas, os membros marcaram uma audiência pública sobre o assunto para a próxima terça-feira (26). Além disso, decidiram que na quarta-feira (27) será feita a votação do relatório do deputado bolsonarista Pastor Eurico (PL-PE), que altera o entendimento do Projeto de Lei (PL) 580/2007, de autoria do então deputado Clodovil Hernandes, morto em 2009, e propõe estabelecer que nenhuma relação entre casais LGBTQIAPN+ pode equiparar-se ao casamento ou à entidade familiar.

A votação deverá ser realizada sem obstruções, ou seja, sem a inclusão de pautas ou novos requerimentos de retirada e adiantamentos de votação.

Repercussão

Nas redes sociais, o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), conhecido por ser o único líder religioso que defende as pautas LGBTQIAPN+, considerou a decisão como uma "vitória" para a sociedade civil.

"A decisão será na próxima quarta-feira (27)! Um passo importante para impedir a aprovação da proposta às pressas e garantir a realização da Audiência Pública que conseguimos aprovar e que acontecerá na terça-feira (26). Vitória do deputados e deputadas progressistas e principalmente da sociedade civil, que lotou o plenário da Comissão de Previdência e Família, em defesa do amor, da liberdade e da igualdade", escreveu.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também comentou os rumos da sessão de hoje ao afimar que os governistas conseguiram garantir "uma audiência pública para que nossa comunidade seja ouvida".

Veja a publicação:

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já acumula mais processos que a quantidade de ações movidas contra os dois ex-chefes do Executivo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ficaram oito anos no cargo. O levantamento realizado pelo jornal O Globo localizou 160 processos, distribuídos por tribunais de 17 Estados e do Distrito Federal, ao longo de dois anos e oito meses de gestão bolsonarista.

Em sua grande maioria, as ações nas quais Bolsonaro é defendido pela Advocacia-Geral da União (AGU) são registradas por pessoas da sociedade civil e questionam o trabalho feito pelo presidente durante a pandemia da Covid-19, bem como o envolvimento dos filhos do gestor nas decisões tomadas no Planalto. Além disso, o uso da máquina pública para fins pessoais é outro tema frequente nos embates judiciais.

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De acordo com O Globo, 27,5% dos processos pedem a revisão de ações do presidente durante a pandemia. Outros 16,25% buscam reverter indicações ou exonerações do governo, outros 8,75% querem frear o uso da máquina pública por parte de Bolsonaro. Na prática, as contestações questionam a validade de atos interpretados como “lesivos” ao patrimônio público, histórico e cultural, ao meio ambiente e à moralidade administrativa.

Embora as administrações anteriores também tenham enfrentado obstáculos processuais dessa natureza, no caso de Bolsonaro existe um fator incomum: as falas do presidente. Com relação ao novo coronavírus, por exemplo, os autores dos processos miram a defesa do gestor pelo “tratamento precoce” e o “isolamento vertical”.

Há, ainda, três ações pedindo a suspensão da campanha “O Brasil não pode parar”, da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Os nomes escolhidos por Bolsonaro para as pastas do governo também são contrariados em 26 ações, a exemplo do recurso que pede o afastamento do então ministro da Educação Abraham Weintraub.

Conforme O Globo, o uso irregular da máquina pública também tem chamado a atenção do eleitorado. Recursos destinados a sites que propagam fake news, o uso de helicópteros das Forças Armadas para participar de manifestações contra o Supremo Tribunal Federal foram alguns dos principais pontos discutidos pelos processos movidos contra o atual presidente.

De maneira também inédita, a AGU atua na defesa da pessoa física de Bolsonaro, o que não era regra nas gestões anteriores. Entre os ex-presidentes do Brasil, Lula respondeu a 81 processos, FHC respondeu 108 e, Dilma Rousseff (PT), somou 100 ações.

Centenas de empresários, economistas, diplomatas e representantes da sociedade civil divulgaram um manifesto em defesa do sistema eleitoral brasileiro, destacando que "o princípio-chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos". O comunicado, que é publicado na edição desta quinta-feira (5), do Estadão, não cita o presidente Jair Bolsonaro, mas é categórico ao dizer que o País "terá eleições e seus resultados serão respeitados" e ao afirmar que "a sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias".

O manifesto foi divulgado no mesmo dia em que Bolsonaro passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news. A decisão do ministro Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte vai apurar a possível prática de 11 crimes pelo presidente.

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Entre os signatários estão nomes de peso do mundo empresarial e financeiro, como Frederico e Luiza Trajano, do Magazine Luiza, Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do Banco Itaú Unibanco, Carlos Jereissati, do Iguatemi, Pedro Passos e Guilherme Leal, da Natura, e Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde. Também assinam economistas como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn, Persio Arida, André Lara Resende, Alexandre Schwartsman e Maria Cristina Pinotti.

O manifesto nasceu de alguns associados do Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP) e se espalhou para outros grupos de discussão de empresários, economistas e advogados. "Já na hora que ele começou a adesão foi enorme", afirmou o economista Affonso Celso Pastore, do CDPP. "A sociedade civil precisa se manifestar como na época da campanha pelas eleições diretas. Bolsonaro já entrou em todos os órgãos de controle, como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, e a luta dele agora é controlar o Judiciário. É imprescindível a união de todos em defesa da democracia", afirmou Maria Cristina.

O texto foi elaborado na terça-feira, dia 3, e passou a circular entre grupos de empresários, economistas e grupos que representam a sociedade civil. Ele traz a assinatura de políticos, como o presidente do Cidadania, Roberto Freire, e de dirigentes de entidades da sociedade civil, como Priscila Cruz, do Todos pela Educação. Lideranças religiosas também subscrevem o documento. Lá estão o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, e o rabino Michel Schlesinger.

"Acho espetacular a sociedade civil se mobilizar na defesa da democracia. Entendo que 70% da sociedade quer o Brasil democrático, onde vigoram o estado de direito e as liberdades. Nada mais importante para a democracia do que eleições limpas, que são garantidas pela voto eletrônico, que vigora há 25 anos no País sem notícia de fraude", disse o cientista político Luiz Felipe d'Avila.

O manifesto tem três parágrafos. Nele os signatários afirmam sua preocupação com a pandemia, as mortes e a perda de empregos. Dizem que as transformações da sociedade e a recuperação do País só serão possíveis pela via democrática. E afirmam confiar no sistema atual de voto.

"O Brasil enfrenta uma crise sanitária, social e econômica de grandes proporções. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milhões perderam seus empregos. Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais próspero e justo. Esse futuro só será possível com base na estabilidade democrática", diz o texto.

Leia a íntegra do manifesto

"O Brasil enfrenta uma crise sanitária, social e econômica de grandes proporções. Milhares de brasileiros perderam suas vidas para a pandemia e milhões perderam seus empregos.

Apesar do momento difícil, acreditamos no Brasil. Nossos mais de 200 milhões de habitantes têm sonhos, aspirações e capacidades para transformar nossa sociedade e construir um futuro mais próspero e justo.

Esse futuro só será possível com base na estabilidade democrática. O princípio chave de uma democracia saudável é a realização de eleições e a aceitação de seus resultados por todos os envolvidos. A Justiça Eleitoral brasileira é uma das mais modernas e respeitadas do mundo. Confiamos nela e no atual sistema de votação eletrônico. A sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias.

O Brasil terá eleições e seus resultados serão respeitados."

Movimentos da sociedade civil enviaram uma carta a integrantes do Banco Mundial contra a nomeação do ministro Abraham Weintraub para o posto de diretor-executivo.

 No documento, os movimentos afirmam ter visto com perplexidade a indicação de Weintraub. A carta foi endereçada ao presidente do conselho de governantes do banco e às embaixadas dos países integrantes.

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Segundo a carta, Weintraub poderia causar "possíveis danos irreparáveis à posição de seu país no Banco Mundial". O texto acrescenta que ele é "a antítese de tudo que o Banco Mundial procura representar na política de desenvolvimento e no multilateralismo."

Os movimentos dizem que o ministro demissionário da Educação não possui qualificações éticas, profissionais e morais mínimas. 

 "Desde que assumiu o cargo, Weintraub sempre respondeu com desprezo, sarcasmo e agressividade a críticas ou mesmo recomendações de cidadãos comuns, jornalistas, legisladores e até juízes da Suprema Corte", relata a carta.

 O Banco Mundial informou em nota ter recebido do governo brasileiro a indicação de Weintraub. A instituição ressaltou que o nome dele terá que ser aprovado por um grupo de países e que o eventual mandato termina em 31 de outubro, quando ocorrerá uma nova nomeação e eleição.

Com presença de representantes da sociedade civil e do poder público, começa na próxima sexta-feira (1), na cidade de São Paulo, a 4ª edição da Conferência Municipal de Juventude. A etapa é uma preparação para os encontros que serão realizados em âmbito estadual e nacional ainda em 2019. Este ano, o evento tem como tema “Novas Perspectivas para Juventude: Cidadania e Desenvolvimento Sustentável na cidade de São Paulo”.

Tendo como referência os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), foram definidos sete subtemas para discussão e elaboração de propostas: Saúde e Bem-estar; Educação de Qualidade; Igualdade de Gênero; Trabalho Decente, Inovação e Crescimento Econômico; Redução das Desigualdades; Cidade Sustentável, Meio Ambiente e Moradia Digna; Paz, Justiça, Parcerias e Instituições Eficazes.

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Voltado para a participação e engajamento dos próprios jovens nas políticas públicas direcionadas à faixa etária que vai dos 15 aos 29 anos, a abertura da 4ª edição acontece em uma cerimônia no Salão Nobre do Theatro Municipal, região central da capital paulista. Já a programação dos dias 2 e 3 de novembro terá como sede o CEU Heliópolis, na Zona Sul. Os jovens interessados em participar do evento devem residir em São Paulo e comparecer ao local portando documento com foto. As inscrições devem ser feitas pela internet no site da 4ª. Conferência.

Agenda da ONU

Os próximos 10 anos são decisivos para que os 17 ODS estipulados na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), sejam alcançados. Elaborada no ano de 2015, a Agenda da ONU tem como objetivos o desenvolvimento sustentável, a luta pelos direitos humanos, a preservação do meio ambiente e a redução das diversas formas de desigualdade. 

Serviço

4ª Conferência Municipal de Juventude de São Paulo

01/11, das 18h até 22h

Salão Nobre do Theatro Municipal - Endereço: Praça Ramos De Azevedo, s/n - Centro

02 e 03/11, das 8h até 18h

CEU Heliópolis - Endereço: Estrada das Lágrimas, 2385

Representantes de entidades que ocupavam uma das 31 vagas do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad) reagiram à iniciativa do governo federal, que reduziu para 14 o total de integrantes do órgão, extinguindo a participação da sociedade civil no órgão criado em 2006.

Órgão superior do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, o Conad é responsável por, entre outras coisas, discutir e sugerir programas e projetos federais de enfrentamento ao uso de drogas, bem como ações de redução dos danos associados ao uso de substâncias psicoativas. Com as mudanças, passa a ser composto apenas por representantes do governo e dos conselhos estaduais antidrogas.

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Parte da política de redução já implementada em outros conselhos, como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Conselho Superior do Cinema, a reestruturação do Conad está detalhada no Decreto nº 9.926, publicado no Diário Oficial da União de hoje (22).

Diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Sidarta Ribeiro lamentou a decisão do governo federal.

“Não chega a ser surpreendente, mas é lamentável, pois precisamos da pluralidade [de ideias] e de que a perspectiva científica norteie as discussões e decisões de conselhos como o Conad”, declarou Ribeiro à Agência Brasil. Para ele, a redução da participação da sociedade civil no conselho vai “homogeneizar” os debates, suprimindo o contraditório. “Isso servirá para fortalecer uma visão proibicionista e a tese de que há uma epidemia de drogas que justifica internações involuntárias e o superencarceramento."

Representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) com mandato que vigoraria até 2020, o psicólogo Paulo José Barroso de Aguiar Pessoa considera que o conselho foi transformado em um grupo interministerial. Para Pessoa, as medidas visam a reduzir a participação da sociedade civil nas instâncias de discussão e elaboração de políticas públicas. “Está em curso um desmonte de vários conselhos nacionais, com base em argumentos falaciosos”, declarou o psicólogo. Ele destaca ainda que os custos com transporte e diárias são pequenos se for levado em conta a possibilidade do governo discutir soluções para temas complexos com especialistas. Considerada prestação de serviço público relevante, a participação no conselho não é remunerada.

“Não é possível tratar de questões complexas sem a participação de atores da sociedade civil. Uma discussão séria exige a participação de entidades e de especialistas que estudem o assunto a sério”, acrescentou Pessoa. Ainda de acordo com Pessoa, as entidades que tinham vaga no Conad ainda vão avaliar a constitucionalidade do decreto presidencial.

Em nota, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, criticou a exclusão de representantes da sociedade civil e de especialistas. “Ampliar o debate sobre as drogas no Brasil é uma bandeira da UNE. É uma questão que deve ser tratada do ponto de vista da saúde pública e também do ponto de vista do problema social do tráfico. Excluir agentes que possam contribuir com esses conhecimentos é um retrocesso sem tamanho”, afirmou Montalvão.

Também em nota, o presidente da Comissão Especial de Segurança Pública da OAB, Breno Melaragno Costa, manifestou preocupação com a exclusão dos representantes da sociedade civil e especialistas da discussão e elaboração de políticas públicas formuladas pelo Conad. "O tema é de grande complexidade e gravidade, com um número elevado de brasileiros que sofrem com as drogas, principalmente os jovens. Essa situação demanda um esforço que só poderá ter resultados com o envolvimento da sociedade civil, estudiosos e especialistas para o enfrentamento do problema, com o aprofundamento do debate sobre ações e políticas efetivas sobre drogas", pontuou Costa.

Além da SBPC, do CFP, da OAB e da UNE, perderam assento no conselho outras cinco entidades que tinham direito a indicar um representante para o Conad: Conselho Federal de Medicina (CFM); Conselho Federal de Serviço Social (CFESS); Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselho Federal de Educação (CFE).

Hoje, em Brasilia, o presidente Jair Bolsonaro disse que pretende reduzir ou extinguir outros conselhos existentes. “Como regra, a gente não pode ter conselho que não decide nada. Dada a quantidade de pessoas envolvidas, a decisão é quase impossível de ser tomada. Então queremos enxugar os conselhos, extinguir a grande maioria deles, para que o governo possa funcionar. Não podemos ficar refém de conselhos, muitos deles com pessoas indicadas por outros governos”, declarou o presidente.

 

O Ministério da Educação (MEC) redefiniu a composição do Fórum Nacional de Educação (FNE), incluindo órgãos como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado à própria pasta, e excluindo outros, como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), representantes da sociedade civil. Entidades ligadas à educação consideraram a medida arbitrária e inadmissível, mas o MEC diz que a alteração evita que discussões político-partidárias interfiram na política educacional do país.

A portaria com as mudanças foi publicada no último dia 28, no Diário Oficial da União. O FNE foi criado em 2010, com as atribuições de coordenar as conferências nacionais de Educação e promover a articulação das conferências com as conferências regionais, estaduais e municipais que as precederem.

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Outra função é acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada em 2014, que fixa metas para melhorar a educação até 2024. Uma das metas é investir, anualmente, pelo menos o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas pelo país) em educação até 2024. Atualmente, o setor educacional recebe o equivalente a 5,3% do PIB.

Por meio de nota, 21 entidades da sociedade civil criticaram as mudanças feitas pelo MEC. “Em análise preliminar, percebe-se a intenção do governo de restringir a participação das atuais representações, excluindo entidades representativas de segmentos essenciais — como o campo, a pesquisa em educação e o ensino superior”, diz o texto.

“De forma autoritária e centralizada, toma o ministro para si a responsabilidade de “arbitrar” quem entra e quem sai do FNE, passando por cima dos regulamentos e procedimentos que dispõem sobre ingresso de entidades, sob a exclusiva avaliação do Colegiado do Pleno do FNE”, acrescenta.

Consultado, o MEC diz, também por meio de nota, que “corrigiu distorções claras" em medidas adotadas durante o governo Dilma Rousseff (2011-2016). Segundo a pasta, em portaria publicada em 2014, a gestão anterior incorporou ao FNE “representações de segmentos que já estavam representados, criando uma sobreposição, com a intenção de ampliar o número de votos nas decisões do fórum e fortalecendo o viés político-partidário”.

“A atual gestão do MEC determinou a volta da composição original do FNE e agregou representações relevantes que estavam fora”, diz a nota do ministério. O FNE  “está mantido e fortalecido, representado por diversos segmentos”, conclui a nota.

Conferência Nacional de Educação

Alguns dias antes de alterar a composição no FNE, o MEC publicou uma portaria redefinindo a convocação da 3ª Conferência Nacional de Educação (Conae).  Pela nova portaria, a Conae, que seria realizada no primeiro semestre, portanto, antes das eleições, poderá ser adiada.

“As medidas não foram discutidas com o conjunto das entidades do FNE, nem tampouco com o coordenador do FNE, conforme estabelecem as normatizações em vigor e a cultura anterior recente de relacionamento respeitoso com as entidades nacionais representativas do setor educacional”, dizem as entidades que criticam a decisão do MEC. A atual coordenação do FNE acionou a Procuradoria Federal dos Direitos ao Cidadão do Ministério Público Federal.

"Convém ressaltar nosso desapontamento adicional já que, para a mesma data em que o decreto é firmado (26/04/2017), havia previsão de reunião entre a Secretaria Executiva do MEC e membros do FNE, agendada com bastante antecedência, conforme a conveniência da própria Secretaria do MEC. Seria uma reunião, fundamental, para tratar de encaminhamentos relativos à Conae, que foi abruptamente cancelada sem maiores esclarecimentos e informações aos interessados, tampouco proposta outra alternativa que respeitasse a deliberação do coletivo do FNE em reunião de 29 do mês passado”, diz o FNE no relato ao órgão.

“Com uma ação desse tipo de parte do Poder Público, unilateral, nada dialogada, sem perspectiva de futuro, também Estados, Distrito Federal e municípios ficarão inseguros acerca do planejamento e realização da Conae, prejudicando processos de participação e avaliação, previstos em lei”, acrescenta o Fórum.

O MEC diz que a atual gestão alterou um decreto publicado em 9 de maio de 2016, “às vésperas do afastamento da então presidente Dilma Rousseff, que determinava que a Conae 2018 fosse realizada no primeiro semestre daquele ano, em uma clara intenção de criar uma mobilização com vistas à eleição de 2018”.

De acordo com o ministério, o calendário também criava dificuldades para estados e municípios que, de acordo com a Lei 13.005 de junho de 2014, precisariam realizar conferências locais antes da nacional. “O MEC, então, decidiu ampliar o prazo para até o fim de 2018. Com isso, será possível que municípios e estados cumpram suas conferências a tempo e, também, que a Conae 2018 seja realizada com maior planejamento e sem interferência político-partidária.”

A presidenta Dilma Rousseff destacou hoje (20) a importância da participação social na construção das políticas públicas. Ao discursar na 2ª Conferência Nacional de Educação (Conae), a presidenta defendeu o respeito ao direito de opinar, criticar e reivindicar, que, segundo ela, caracterizam a democracia em uma sociedade moderna e inclusiva.

“Sabemos que a democracia representativa tem o Congresso e as Casas Legislativas como espaço privilegiado e fundamental de deliberação", afirmou Dilma, ao lembrar que tem de ser garantido à sociedade civil organizada o direito de opinar, de falar, de criticar, dar sugestões, contribuir com suas experiências e reivindicações. De acordo com a presidenta, a participação popular nas políticas públicas não é uma dádiva do governo, mas uma conquista da sociedade brasileira que deve ser respeitada.

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Dilma defendeu também a valorização dos professores, tanto no aspecto da formação quanto na melhoria dos salários. “O desafio da valorização do professor não pode estar baseado em frases genéricas. Temos que construir um caminho para que o Brasil tenha, em um prazo curto, não só a carreira mais clara para o magistério, mas refletindo na qualidade da remuneração”, disse ela aos cerca de 4 mil profissionais de diversos setores da área de educação que participam da Conae.

A presidenta lembrou ainda que sancionou, neste ano, sem vetos, o Plano Nacional de Educação (PNE). O cumprimento do PNE está no centro das discussões da Conae. Dilma também mencionou a passagem, hoje, do Dia da Consciência Negra e destacou a importância da política de cotas adotada em universidades federais brasileiras.

Ao faltar sobre as eleições de outubro, a presidenta disse que os votos que a reelegeram são votos claros pela inclusão social, pelo emprego, desenvolvimento, pela estabilidade política e econômica e por maiores investimentos na infraestrutura e modernização do país.

Ela prometeu que, nos próximos quatro anos, manterá um governo coerente com o que pensa e tem feito pelo país. “Nosso Brasil não vai parar. Eu governei quatro anos sem descanso, vou governar mais quatro ainda, sem descanso. Vou continuar coerente com o que penso e o que temos feito pelo Brasil e os brasileiros.”

A Conae se estenderá até domingo (23). O documento-base a ser discutido teve origem em emendas apresentadas durante as conferências distrital e estaduais. Participam educadores, pesquisadores, gestores públicos, parlamentares e representantes de organizações e entidades sociais ligadas à área, que debaterão o futuro da educação, da creche à pós-graduação.

A diretora executiva da Associação Brasileira das Organizações Não Governamentais (Abong), Vera Masagão, considerou positiva a sanção da Lei que institui o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. "A lei poderá separar o joio do trigo porque, com ela, você tem ferramentas para que as ONGs que estão de fato agindo pelo interesse publico possam ser reconhecidas", disse.

A nova Lei foi sancionada nesta quinta-feira, 31, pela presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio do Planalto. Na ocasião, inclusive, a presidente afirmou que "às vezes os erros de alguns contaminam o trabalho de milhares". No governo Dilma, denúncias de irregularidades em convênios com o terceiro setor atingiram os ministérios do Esporte e do Trabalho. Além do mais, suspeitas de corrupção envolvendo parcerias públicas com ONGs resultaram em investigações parlamentares no Congresso.

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Segundo Vera, "apesar de nenhuma lei conseguir coibir totalmente o crime", essa Lei "cria mais dificuldades para pessoas de má-fé que estejam se aproveitando da figura de uma ONG para usar recursos públicos". Para a diretora da Abong, as novas regras podem ajudar a sociedade a recuperar a confiança em suas próprias organizações.

A lei sancionada hoje pela presidente Dilma Rousseff instituiu o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil. O texto contém regras mais rígidas para o repasse de recursos a essas entidades e estabelece critérios para seleção, como a existência e seu funcionamento por pelo menos três anos.

A nova legislação, que vale para as esferas federal, estadual e municipal, exige o "chamamento público" obrigatório, que é uma espécie de licitação para a escolha de uma ONG para o recebimento do recurso público. A lei inclui a exigência de "ficha-limpa" para as ONGs e seus dirigentes, além da necessidade de a entidade comprovar que tem condições de executar o serviço, assim como a existência prévia da organização há pelo menos três anos. Serão criadas ainda comissões de monitoramento e avaliação, que irão acompanhar a execução das parcerias.

Ainda pelo texto, a ONG terá 90 dias para apresentar a prestação de contas e o governo deverá analisar os dados em 150 dias. A decisão poderá ser pela aprovação, rejeição com ressalvas ou instauração de tomada de contas especial. A nova lei entrará em vigor 90 dias após a sua publicação no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer nesta sexta-feira, 1º.

De acordo com levantamento feito pelo governo, o Brasil tem atualmente cerca de 291 mil associações sem fins lucrativos. Do total, 10 mil receberam recursos públicos entre 2003 e 2011, que representam 3% do total. De 2008 a 2013, entretanto, o número de entidades beneficiadas caiu para 1% do total.

Pelos dados do governo, 80% dos convênios com ONGs são feitos com valores abaixo de R$ 600 mil. Mas a parcela restante que está acima de 600 mil movimenta 80% do total de recursos. O tipo de prestação de contas dependerá do valor do convênio.

Numa breve referência a denúncias de irregularidades envolvendo contratos entre o governo e Organizações Não Governamentais, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que "às vezes os erros de alguns contaminam o trabalho de milhares".

A presidente sancionou hoje a lei que estabelece o novo marco regulatório das relações da organizações da sociedade civil com as diferentes esferas de governo. A proposta foi aprovada no início deste mês pelo Congresso e o Palácio do Planalto ainda não informou se houve veto a algum dos dispositivos votados pelo Legislativo. No governo Dilma, denúncias de irregularidades em convênios com o terceiro setor atingiram os ministérios do Esporte e do Trabalho. Além do mais, suspeitas de corrupção envolvendo parcerias públicas com ONGs resultaram em investigações parlamentares no Congresso.

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Em seu discurso hoje, a presidente afirmou que, além de "evitar erros de alguns", a lei recém-sancionada traz regras claras e objetivas e mais transparência ao processo de seleção dessas entidades. "Isso representando um grande avanço para a democracia do País", pontuou. Ela citou ainda o esforço "suprapartidário" para a aprovação do marco no Congresso, reconhecendo a participação de dois adversários políticos na sua votação: os senadores Aloysio Nunes (PSDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB). "Essa lei é fruto de muito diálogo entre o Executivo, o Legislativo e a sociedade civil", disse a presidente.

Dilma disse ainda que com o projeto os agentes públicos terão parâmetros mais claros para avaliar a seleção das ONGs que poderão firmar parcerias com o governo. "As parcerias passam a ser baseadas em parâmetros objetivos". "Essa legislação cria um ambiente mais adequado para a atuação das organizações da sociedade civil", disse. "A democracia se fortalece quando o Estado se abre para a participação social em toda instância". Por último, Dilma disse que as entidades da sociedade civil são instrumentos decisivos para que políticas públicas cheguem aos cidadãos, ainda mais em um país de dimensões continentais como o Brasil. Ela afirmou que o próximo desafio será construir a regulamentação da nova norma, também de forma participativa.

ONGs

A versão votada pelo Legislativo no início deste mês, entre outros pontos, passa a exigir chamamento público para a celebração de todas as parcerias da União, Estados e municípios com o terceiro setor. Também consta no projeto um item que obriga as ONGs a prestar contas dos projetos viabilizados por entes governamentais. A entidade que não abrir os dados não poderá firmar futuras parcerias com o poder público. O governo ainda não informou se houve vetos a dispositivos do texto.

As recomendações que a sociedade civil apresentar durante a Rio+20 não serão acolhidas no documento final da conferência. "A ideia não é influenciar o documento, mas alimentar o debate do pós-Rio+20", disse ontem o negociador-chefe da delegação brasileira para a Rio+20, embaixador André Corrêa do Lago.

O documento final da conferência passará por uma nova rodada de negociações a partir da próxima semana e está longe de um formato final. Ontem, o Itamaraty confirmou a participação do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na Rio+20.

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Lago defendeu a participação da sociedade civil, de empresários, acadêmicos e ONGs nos Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, mesas de debates com especialistas abertas ao público. O evento ocorrerá de 16 a 19 de junho, entre as reuniões preliminares dos negociadores e a reunião final dos chefes de Estado da Rio+20, no Riocentro.

Os painéis abordarão dez temas, como combate à pobreza, cidades sustentáveis e oceanos. ONGs ameaçam boicotar a iniciativa. "Adoraríamos que todos participassem, mas há várias outras maneiras de a sociedade civil estar presente, e isso é legítimo", reagiu o embaixador, que estimulou a participação da população desde já por meio da plataforma digital na internet, onde as sugestões para os Diálogos serão moderadas por universidades de vários países. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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