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O Instituto Butantan assinou um acordo com o Ministério da Saúde para o investimento de R$ 386 milhões que serão usados na construção de uma fábrica de vacinas de RNA mensageiro e para finalização da planta de soros liofilizados no parque industrial do Instituto.

O investimento faz parte da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), lançada em setembro pelo governo federal, com o objetivo de aumentar a autonomia do Brasil na produção de imunobiológicos. O acordo foi firmado por meio da Fundação Butantan, entidade privada de apoio ao Instituto.

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Serão concedidos R$ 72 milhões para a fábrica de imunizantes de mRNA, uma das tecnologias mais avançadas do mundo, que será instalada dentro do Centro de Produção Mutipropósito de Vacinas (CPMV), e R$ 222 milhões para a fábrica de processamento de soros. O financiamento das duas obras está contemplado em contratos de repasse por intermédio da Caixa Econômica Federal, assinados na última terça (19). O processo de licitação está em andamento e a expectativa é que as reformas tenham início no primeiro semestre de 2024.

Os outros R$ 92 milhões fazem parte de um convênio direto entre Ministério da Saúde e Butantan e são destinados à compra dos equipamentos necessários para a fábrica de soros liofilizados.

A liofilização permitirá que os soros produzidos sejam conservados em temperatura ambiente, facilitando o transporte, armazenamento e utilização, inclusive em áreas remotas do Brasil. A incidência de acidentes ofídicos é cinco vezes maior na Amazônia do que no resto do país, afetando diretamente populações indígenas e ribeirinhas.

Com a ampliação da fábrica, a capacidade de produção de soros do Butantan deverá dobrar de 600 mil para 1,2 milhão de frascos por ano.

Os novos recursos vêm pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Da assessoria

O Procon de São Paulo vai apertar o cerco contra as indústrias de laticínios que colocam no mercado produtos à base de soro de leite e com embalagens muito parecidas com as de itens que levam leite em sua composição. Esses produtos começaram a ganhar mais espaço com a disparada do preço do leite.

O uso do soro de leite, um subproduto da fabricação de queijo, não é proibido para alimentação humana - é regulamentado pelo Ministério da Agricultura na fabricação de vários produtos da cadeia láctea. A oferta desses itens, porém, tem se tornado mais visível nos mercados. A semelhança entre as embalagens pode, segundo especialistas, induzir o comprador a erro.

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Atraído por um preço entre 30% e 40% menor do que o produto de referência, o consumidor pode levar para casa "bebida láctea" em vez de leite. A confusão pode se repetir no leite condensado, trocado pela "mistura láctea condensada de leite e soro de leite". No caso do requeijão, aparece nas prateleiras a "mistura de requeijão e amido". O leite em pó pode ser confundido com o "composto lácteo", enquanto o creme de leite poderia ser trocado pela "mistura de leite, soro de leite, creme de leite e gordura vegetal".

A polêmica veio à tona no mês passado, quando o Procon de São Paulo notificou a Quatá Alimentos. A empresa foi solicitada a dar explicações sobre a comercialização e distribuição da bebida láctea Cristina, à base de soro de leite.

Na época, a Quatá Alimentos informou, por meio de nota, que "procurando não provocar confusão no ponto de venda, lançou esse produto sob essa nova marca, porque não fabrica leite caixinha (UHT) com a marca Cristina".

"A partir deste caso, estamos fazendo um levantamento das empresas que têm adotado essa postura para notificá-las", afirma Guilherme Farid, diretor executivo do Procon-SP.

'CRUEL'

A nutricionista da Nutri Mix, Márcia Melo, considera "muito cruel" usar bebida láctea no lugar de leite. "A criança não vai ter o aporte mineral nem a proteína que precisa por conta de um item que está com o layout forjando um produto de referência."

Ela diz que, em 200 ml, enquanto o leite integral tem 5,8 gramas de proteína, a bebida láctea tem 2,45.

Segundo Farid, do Procon-SP, o consumidor que se sentir lesado pode fazer denúncia no site do Procon, acessando o portal do consumidor e encaminhando uma foto do produto (www.procon.sp.gov.br).

Quanto ao caso da bebida láctea Cristina, Farid diz que o órgão formalizou um pedido de recomendação solicitando ajustes, "para que fique claro, adequado e ostensivo que se trata de bebida láctea". Procurada, a Quatá Alimentos não informou como está o andamento do processo.

Por meio de nota, a Nestlé informou que, "em relação ao Moça Pra Toda Família, trata-se de uma alternativa que traz em sua fórmula os mesmos ingredientes do tradicional Leite Moça, em quantidades diferentes e com adição de soro de leite e amido - o que o torna um produto de menor desembolso". Segundo a empresa, "a embalagem é diferente dos outros itens do portfólio de Moça, tem cor marsala e consta a identificação ‘mistura láctea condensada’. Além disso, é a única embalagem da linha que conta com a imagem de uma receita no painel frontal de um pudim".

'GOLPE BAIXO'

A nutricionista da Nutri Mix, Márcia Melo, considera o layout semelhante das embalagens para produtos com composição diferente "um golpe baixo".

Ela cita o exemplo do leite condensado Moça, da Nestlé, com a embalagem na cor azul claro. Tradicionalmente conhecida pela figura de uma moça carregando um balde de leite na cabeça, aparece nas prateleiras com embalagem na cor marrom, indicando que se trata de mistura láctea condensada de leite, soro de leite e amido. "Mas Leite Moça é sinônimo de leite condensado", ressalta a nutricionista, que esclarece que não apenas o que está escrito pode levar ao erro, mas também a aparência do rótulo. "É comprar gato por lebre."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta terça-feira (25) o início dos testes do soro anti-Sars-CoV-2, desenvolvido pelo Instituto Butantan, de São Paulo. Com a decisão, o Butantan poderá começar a aplicação do soro em voluntários da pesquisa. Esta será a primeira vez que o soro será testado em humanos.

Em 24 de março, a agência aprovou a realização da pesquisa, mas condicionada à assinatura de um termo de compromisso que previa a entrega de informações complementares, que ainda não estavam disponíveis naquele momento.

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A autorização de hoje foi concedida após o Butantan submeter à agência o novo protocolo clínico com as adequações necessárias para que o estudo pudesse ser iniciado em humanos.

O soro é um concentrado de anticorpos contra o novo coronavírus e pode ser aplicado assim que o paciente apresentar manifestações clínicas da doença. Em março, o Butantan tinha informado que o estudo clínico incluiria pacientes transplantados do Hospital do Rim e com comorbidades do Hospital de Clínicas, ambos da capital paulista.

Segundo a Anvisa, a avaliação da proposta de pesquisa foi feita integralmente pela agência, sem a participação de outras agências estrangeiras, já que as fases iniciais de testes clínicos do soro serão feitas apenas no Brasil. "Como esta é a primeira vez que o soro do Butantan será testado em pessoas, isso exigiu da Agência uma avaliação criteriosa dos aspectos técnicos e de segurança do produto", pontuou, em comunicado oficial. Até o momento, o soro foi testado somente em animais.

Também hoje, a Anvisa recebeu um novo pedido de importação da vacina Covaxin contra a covid-19. O pedido é referente à importação de 20 milhões de doses e foi protocolado pelo Ministério da Saúde na segunda-feira (24).

Os trabalhos para criação do novo Centro Avançado de Produção de Soros do Instituto Butantan e do futuro Museu da Vacina da instituição foram iniciados em São Paulo. A previsão é que o centro seja entregue em 2023 e o museu seja aberto para visitação em 2022.

Todos os soros que o instituto disponibiliza serão produzidos em planta industrial única. Atualmente, são entregues ao Sistema Único de Saúde (SUS) 12 tipos de soros contra toxinas de animais peçonhentos e microrganismos. 

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Segundo a instituição, ligada ao governo paulista, a nova fábrica fará a liofilização, o que possibilita que o produto chegue a regiões do país em que a refrigeração pode ser um problema. A técnica permite que produtos líquidos sejam desidratados e transformados em pó.

O investimento é de R$ 34,5 milhões em um espaço de 6,6 mil m²  com cinco pavimentos, onde  será feito desde o processamento do plasma até o envasamento dos frascos.

Museu

A ideia do Museu da Vacina surgiu em 2018. “Fizemos uma atividade aqui sobre os 100 anos da gripe espanhola e foi uma atividade de divulgação para mostrar a importância da vacinação”, relembra Giuseppe Puorto, biólogo que coordena o projeto do museu.

A proposta é criar um espaço cultural que valorize a ciência e estimule o interesse em pesquisa por meio do tema da vacinação, além de reforçar a importância da prática. 

“Mostrar como uma vacina funciona, seja ela para que tipo de doença, o que precisa para combater um problema de saúde pública. Mostrar como as vacinas, de uma forma geral, atuam no organismo humano. Como uma pessoa que não tem a vacina reage e aquela que tem a vacina reage? O que acontece dentro do corpo da pessoa para deixá-la imunizada?”, disse o biólogo sobre as possibilidades de explorar o tema. 

Puorto destacou, ainda, que o museu, além de contar a história da vacinação no Brasil e no mundo, vai explorar contextos atuais, como agora a luta contra a Covid-19. 

“Mostrar que, atrás de muita coisa, inclusive da vacina, existe ciência, existem cientistas, existem pessoas que se preocupam com isso. Mostrar que, no passado, nós tivemos vários tipos de doenças, muitas delas foram controladas através de vacinas,” afirmou.

O museu vai funcionar num prédio histórico que será restaurado, com um custo de R$ 2,6 milhões. A edificação foi construída no fim do século 19 e, antes da criação do instituto, funcionava como sede da Fazenda Butantan na produção de leite bovino distribuído na cidade.

O local também já foi residência de Vital Brazil, primeiro diretor do Butantan, e, em 1933, foi transformado em escola rural do Grupo Escolar do Butantan. Mais recentemente, era usado pelos laboratórios de herpetologia, ecologia e evolução.

Um laudo apresentado pela Polícia Federal (PF) apontou que parte do material apreendido na na casa da cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, responsável pela aplicação de supostas vacinas contra a Covid-19 em um grupo de empresários de Minas Gerais. A informação foi revelada pela Globo News nesta quinta-feira (1º).

Cláudia é suspeita de se passar por enfermeira e ter “vacinado” pelo menos 57 pessoas em uma garagem de ônibus da família Lessa, que comanda grande parte das empresas de transporte urbano da Região Metropolitana de Belo Horizonte, capital mineira. Os empresários Robson e Rômulo Lessa chegaram a admitir a montagem do esquema de imunização clandestino, sem saber que estavam caindo em um golpe.

De acordo com o laudo produzido pela PF, “os resultados dos exames são compatíveis com a descrição contida no rótulo do produto, ou seja, que o mesmo se trata de produto farmacêutico denominado soro fisiológico (solução cloreto de sódio)”.

As embalagens foram encontradas lacradas, sem sinal de adulteração ou violação, além de pacotes com informação sobre vacinas contra gripe e ampolas. Ainda não há informações sobre essas substâncias. Até o momento, não há nenhum indício de vacinas contra Covid-19 no material apreendido. O LeiaJá entrou em contato com a Polícia Federal para ter acesso ao laudo sobre as vacinas e obter mais informações sobre o caso, mas até o momento da publicação desta matéria ainda não obtivemos resposta.

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--> Anvisa investiga vacinação de empresários 

 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou nesta sexta-feira, 5, ter feito uma solicitação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorizar o início de estudos clínicos em pessoas de um soro de tratamento para a covid-19. Ele disse que um dossiê com os resultados foi enviado na terça-feira, 2, cujo retorno com observações é esperado até o fim do dia.

Assim como em uma iniciativa no Rio e pesquisas em outros países, como na Argentina, o soro é desenvolvido a partir do plasma de cavalos. Segundo o diretor, o estudo se mostrou seguro e efetivo nos testes pré-clínicos, feitos em camundongos e coelhos. "Está mostrando resultados extremamente promissores. Esperamos que a mesma efetividade seja mostrada nesses estudos clínicos", disse, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

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Ao todo, três mil frascos estão prontos para iniciar o estudo clínico, que será realizado em pacientes transplantados do Hospital do Rim e com comorbidades do Hospital de Clínicas, ambos da capital paulista, nos quais serão conduzidos, respectivamente, pelos médicos José Medina e Esper Kallas.

"Esse material foi todo desenvolvido no Butantan. O vírus foi isolado de um paciente brasileiro. Foi, na sequência, cultivado, inativo, submetido a vários testes em camundongos e, finalmente, levado a imunizar os animais", explicou Dimas Covas.

"Esses animais (cavalos) foram submetidos a esse vírus e, na sequência, produziram anticorpos. O plasma desses animais foi coletado e processado nas nossas instalações, dando origem ao produto."

Ao longo do estudo, foi constatada a diminuição da inflamação dos pulmões de hamsters após um dia de tratamento, o que pode contribuir na redução da letalidade da covid-19. "Esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos, que poderão ser autorizados na próxima semana para ter o seu início", destacou o diretor.

Em entrevista ao Estadão em fevereiro, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora de inovação do Butantan, explicou que o vírus foi inativado por radiação para poder circular sem risco. "Fizemos análise bioquímica, caracterizamos o vírus, as proteínas, se era capaz de produzir anticorpos, se eram capazes de neutralizar o vírus ativo. Isso tudo feito", comentou.

Estado de SP anuncia novas faixas etárias para vacinação na segunda

Na coletiva, o governador João Doria (PSDB) destacou que anunciará, na segunda-feira, 8, as próximas etapas de vacinação contra covid-19 para idosos abaixo de 77 anos. Ao todo, foram aplicadas 3.079.945 vacinas no Estado, das quais 761.107 de segunda dose.

A ampliação ocorre em um momento em que São Paulo vive um aumento de casos, óbitos e internações por covid-19. Em média, 3 pessoas são hospitalizadas a cada 2 minutos no Estado por causa da doença.

No caso de hospitalizações relacionadas à covid-19, houve um aumento de 13,5% na média diária, que chegou a 2.066 novos pacientes por dia. Em comparação a três semanas atrás, na segunda de fevereiro, isso representa uma elevação de 42,4%.

No caso de óbitos, a média diária da semana é de 273, um aumento de 13,2% em relação à semana anterior. As médias são consideradas parciais, por enquanto, pois não incluem dados dos dois últimos dias da semana epidemiológica (a sexta-feira, 5, e o sábado, 6).

Doria destacou, ainda, que um novo hospital de campanha montado dentro de uma unidade hospitalar já existente será anunciado na segunda-feira. 8. Ele justificou que não será nos moldes de outros do ano passado, como os montados em estádios de futebol e com leitos majoritariamente de enfermaria, mas sim voltados aos pacientes mais graves.

"Nós precisamos de quartos com equipamentos de UTI. Essa é a razão fundamental pela qual não optamos pelas tendas", comentou. Ele também completou a fala do secretário ao dizer: "Nós não queremos atender pacientes em corredores. Vamos atender em quartos e de forma digna."

São Paulo soma 2.093.924 casos e 61.064 óbitos pelo novo coronavírus. A ocupação é de 77,4% em leitos de UTI, média que é de 79,1% na Grande São Paulo. Nas enfermarias, a ocupação é de 59,6% e 66,9%, respectivamente.

O número de pacientes internados chegou a 17.802 na quinta-feira, 4, dos quais 9.910 estão em enfermaria e 7.892 em unidades de terapia intensiva. Na terça-feira, 2, o Estado teve o maior registro de confirmações de mortes pela doença de toda a pandemia, chegando a 468. Na quinta-feira, 313 óbitos foram confirmados.

Um soro para tratamento da Covid-19 desenvolvido no Brasil a partir do plasma de cavalos apresentou anticorpos neutralizantes contra o novo coronavírus até 150 vezes mais potentes do que os presentes em ex-pacientes da doença. Obtido a partir da introdução do Sars-CoV-2 (o novo coronavírus) em equinos, o medicamento depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser testado em humanos. Se tudo der certo, poderá estar disponível aos pacientes ainda antes do meio deste ano.

"Por melhor que seja, não é milagre", alerta o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio (Faperj), Jerson Lima Silva, que participou do desenvolvimento do soro. "Mas sabemos que, mesmo com todo o otimismo, só teremos de 60% a 70% da população imunizada no final do ano. O ideal seria que já estivéssemos agora tratando as pessoas com o soro", diz o pesquisador da Universidade Federal do Rio (UFRJ).

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O plasma de pessoas que tiveram Covid já é usado no tratamento da doença. É uma forma de oferecer anticorpos extras ao paciente que luta para combater o vírus. O princípio do soro pesquisado é semelhante. A diferença: é produzido em cavalos e, segundo os primeiros resultados, muito mais potente. Os anticorpos obtidos dos animais serão posteriormente purificados para serem injetados em pacientes. Um produto semelhante já é aplicado na Argentina. Sua eficácia é de 30% a 40%.

O soro brasileiro sob teste será injetado, inicialmente, em 41 pacientes. O estudo tem previsão de conclusão de três meses. Nesse período, serão avaliados reações adversas, tempo de internação, curva de redução da infecção pelo Sars-CoV-2, número de pacientes que necessitarão de intubação e mortalidade, entre outros aspectos. A pesquisa já foi aprovada pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisas (Conep).

O trabalho começou em maio do ano passado, quando cinco cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB) foram inoculados com uma proteína S (proteína spike) recombinante do coronavírus produzida no Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe/UFRJ. Depois de 70 dias, os plasmas dos animais apresentaram os anticorpos muito mais potentes do que os produzidos naturalmente.

"Diante da inexistência de terapias específicas para a doença, os anticorpos de cavalos produzidos pelo IVB são uma grande esperança de tratamento possível e específico para a Covid-19", afirma a pesquisadora Leda Castilho, coordenadora do laboratório da Coppe.

Segundo Lima Silva, um dos motivos da obtenção da boa resposta imune é justamente o fato de que os cientistas usaram uma proteína recombinante inteira, não apenas fragmentos.

Uma das vantagens desse tratamento é que a soroterapia é usada há décadas contra doenças como raiva e tétano e também para picadas de abelhas, cobras e outros animais peçonhentos, sem registro de reações adversas. Além disso, é possível produzir uma grande quantidade de soro em pouco tempo. Somente no IVB são 300 cavalos, mas outros animais poderiam ser facilmente adquiridos se for necessário.

Um ensaio clínico de um soro equino hiperimune para o combate à Covid-19 está sendo realizado em pacientes de 18 centros médicos na Argentina, informou uma porta-voz da pesquisa à AFP nesta quarta-feira (16).

A fase de avaliação clínica conta com a participação voluntária de 242 pacientes e tem o término previsto para o mês de outubro, segundo a fonte.

A Argentina registra mais de 577.000 casos do novo coronavírus com quase 12.000 mortes, uma taxa de mortalidade que, no entanto, não está entre as maiores para a região.

A experimentação "é baseada em anticorpos policlonais equinos, obtidos pela injeção de uma proteína recombinante do SARS-CoV-2 nestes animais, inofensiva para eles, o que faz com que eles gerem uma grande quantidade de anticorpos neutralizantes", explicou a assessora de imprensa, Silvina Berta.

O projeto está sendo executado pela empresa de biotecnologia Inmunova, em cooperação com a Universidade estadual de San Martín, entre outras organizações.

Iniciado em julho por pesquisadores argentinos, "até agora 53% do estudo clínico foi concluído", disse a porta-voz.

O soro "foi desenvolvido para imunização passiva, o que significa que o paciente recebe anticorpos contra o agente infeccioso para bloqueá-lo e evitar que se espalhe pelo corpo", acrescentou.

A fase 2/3 do estudo avalia a segurança e eficácia do soro em pacientes adultos com doença moderada a grave, dentro de dez dias do início dos sintomas e precisando de hospitalização.

Após a extração do plasma (de cavalos), processo semelhante ao usado quando é extraído de pessoas, "os anticorpos são purificados e processados, por meio de um processo biotecnológico", ressaltou a porta-voz.

"Testes de laboratório in vitro mostraram a capacidade de neutralizar o vírus, com uma potência cerca de 50 vezes maior que a média do plasma convalescente", acrescentou.

Os resultados dos testes foram publicados na revista especializada Medicina.

Outros quatro postos de saúde públicos e privados serão incorporados ao programa até que 22 sejam concluídos.

"O laboratório, independentemente do resultado final, já começou a produzir o soro para disponibilizá-lo rapidamente se for eficaz e autorizado", acrescentou a fonte.

Na semana passada, a Costa Rica começou a testar um tratamento semelhante em humanos, do qual se espera obter os primeiros resultados em algumas semanas, de acordo com as autoridades.

No Brasil, o Instituto Vital Brazil, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão se preparando para iniciar seu ensaio com plasma equino em pacientes da covid-19.

O Instituto Vital Brazil, empresa de ciência e tecnologia do governo do Rio, começará a testar na próxima quarta-feira (27) um soro contra o novo coronavírus. O estudo será feito em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A ideia é a criação de um soro hiperimune, como os usados contra a raiva, que também é um vírus, ou contra os venenos de animais peçonhentos, por exemplo, feitos a partir do plasma de cavalos.

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Ao contrário do que acontece nos soros antiofídicos, nos soros contra vírus, a matéria-prima não é extraída de um animal. No estudo com o novo coronavírus, o instituto vai isolar e inativar o vírus, para que a inoculação no cavalo seja feita de forma segura para o animal.

Os cavalos começarão a ser imunizados na quarta-feira recebendo pequenas doses do vírus para que criem anticorpos. Os testes serão feitos em uma unidade em Cachoeiras de Macacu, na Região Metropolitana do Rio.

A previsão é que em cerca de quatro meses o medicamento já esteja disponível para testes clínicos, que incluem testes em humanos. O Instituto possui capacidade para produzir o suficiente para 100 mil tratamentos por ano e espera que em até seis meses o soro esteja disponível para uso em larga escala.

Paralelamente o Vital Brazil fará estudos em anticorpos e DNA de lhamas, uma versão que deve demandar mais tempo para sair da bancada.

No final da manhã desta quarta (20), técnicos de enfermagem de hospitais públicos de Pernambuco fizeram uma manifestação no Centro do Recife. A categoria reclama de defasagem salarial, falta de material de trabalho e erros primários na gestão das unidades de saúde, o que segundo os manifestantes, estaria causando desperdício de insumos essenciais para o atendimento aos pacientes.

Segundo Monte Zuma Pinto (foto à direita), funcionário do Hospital da Restauração, os profissionais da área estão recebendo salários inferiores à cargos de nível fundamental. "Nós temos um governo que não liga para a saúde. O salário de um técnico de enfermagem com 28 anos de serviço está R$ 1.054. É um absurdo", disse.

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Ele ainda falou sobre a falta de alguns materiais e desperdício de outros, causado por má administração. "Falta gaze, falta luva, falta fralda, todo dia falta alguma coisa. Eles dizem que compram, mas nunca chega e quando chega já está faltando outra coisa. Os técnicos estão tendo que jogar soro fora porque o governo se recusou a comprar os frascos de 10ml e 100ml. Dizem que é mais barato comprar o de 500ml, mas quando o médico receita 200ml, por exemplo, temos que jogar outros 300ml fora", relatou.

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Na visão de Monte Zuma, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não tem a mesma importância dos hospitais, mas estão recebendo mais verba. "As UPAS são lavagem de dinheiro. Eles fecham após atender 90 pacientes, enquanto a gente só fecha depois do último paciente. Mesmo assim, o Hospital da Restauração recebe R$ 9 milhões por mês enquanto a UPA de Olinda recebe R$ 32 milhões, por exemplo. Mesmo eles não tendo a alta complexidade que o HR tem", afirmou.

Apesar de barulhento, o protesto não reuniu uma grande quantidade de pessoas no Centro. Para os manifestantes, a baixa adesão não tem importância. "Tá pequeno. Mas em 1993 começou com 4 pessoas na porta do HR e terminou com 64 dias de paralisação de toda a categoria", lembrou Monte Zuma Pinto.

Contactada pelo LeiaJá, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) rebateu as afirmações do técnico de enfermagem ouvido pela reportagem durante a manifestação. Segundo a SES, a informação sobre o custeio das unidades é "totalmente infundada".

"Importante destacar que quando os dados das unidades de administração direta são divulgados não são incluídos a principal despesa hospitalar: os gastos com a folha de pagamento, que representam cerca de 50% a 60% dos custos totais de uma unidade de saúde. Além disso, também não constam os valores gastos com alguns tipos de insumos, como energia elétrica, telefone, material de informática, alimentação, limpeza e segurança, que ficam sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES)", diz ainda a nota.

Por fim, a SES afirma que nesta gestão houve a "maior convocação da história da saúde de Pernambuco", com 5,4 mil profissionais concursados, sendo mais 3 mil de técnicos de enfermagem contratados. 

Enquanto isso, no Recife - Os médicos da rede municipal realizam uma paralisação de advertência de 72 horas em todos os serviços eletivos, ambulatórios e postos vinculados ao Estratégia de Saúde da Família (ESF), nesta quarta (20), quinta (21) e sexta (22). O atendimento nas emergências, urgências e maternidade do município será mantido normalmente.

“A medida visa sensibilizar a gestão municipal para a necessidade de um olhar cuidadoso e urgente para a resolução e melhorias de dificuldades recorrentes como a falta de segurança em toda a rede, déficit de profissionais, precariedade das estruturas físicas, além da recomposição de perdas salariais da categoria”, destacou o diretor do Sindicato dos Médicos (Simepe), Valber Steffano.

Além do reajuste salarial de 6%, a classe pede mais segurança nas unidades de saúde, valorização da preceptoria (profissional que orienta e supervisiona um médico em formação) e melhores condições de trabalho. Uma nova assembleia está marcada para o dia 26 de setembro, às 14h, na Associação Médica (AMPE), bairro da Boa Vista, no Recife.

O Instituto Butantã está se preparando para desenvolver um soro contra o vírus Ebola, em parceria com o Instituto Nacional da Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.

Segundo o diretor do instituto paulista, Jorge Kalil, os últimos trâmites estão sendo feitos para a assinatura do contrato com o NIH e, se as autoridades brasileiras liberarem a pesquisa, o novo soro estará disponível dentro de nove meses para aplicação em humanos.

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Kalil explicou que o soro é diferente de uma vacina. Na aplicação de vacinas, ocorre a chamada "indução de imunidade ativa": o organismo é induzido a produzir os próprios anticorpos. Já na aplicação de soros o que ocorre é a "indução de imunidade passiva". "Nesse caso, pegamos os anticorpos já produzidos por outra pessoa, ou por outro animal."

Raiva

O novo soro deverá ser desenvolvido com base na imunização de cavalos com o vírus da raiva, em versão modificada com a proteína do Ebola. Assim que o contrato for assinado, segundo Kalil, o NIH enviará o material biológico necessário para a imunização. "Acreditamos que a chance de dar certo é muito grande, porque a proteína do Ebola que nos interessa para produzir o soro está na estrutura do vírus da raiva. Nós temos uma experiência muito grande na produção do soro contra o vírus da raiva. Muito provavelmente vamos conseguir um soro neutralizante contra o Ebola semelhante ao soro da raiva", disse Kalil.

O tratamento que mostrou mais eficácia até agora contra o Ebola foi o coquetel Zmapp: uma mistura de três anticorpos que se prendem às proteínas do vírus do Ebola, ativando o sistema imunológico para que ele seja destruído. "Se o Zmapp funciona, imaginei que o soro tradicional feito com base na imunização de cavalos também poderia funcionar. Entrei em contato com o NIH, fui para os Estados Unidos apresentar a ideia e assinaremos os contratos de propriedade intelectual e confidencialidade. A colaboração terá início em breve", afirma.

Uma vez que os cavalos forem imunizados, os cientistas verificarão se o organismo dos animais foi induzido a produzir, em grande quantidade, anticorpos neutralizantes. Depois de uma série de testes de toxicidade no Brasil, os americanos farão testes de inibição do soro com modelos de macacos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A quantidade de soro e vacina antirrábicos está baixa no Recife, é o que denuncia o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Na manhã desta quinta-feira (30), o presidente do conselho, Silvio Rodrigues, entregou um ofício ao Ministério Público de Federal (MPF) cobrando uma solução para o caso.

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Segundo Rodrigues, médicos de urgência da rede pública começaram a denunciar no Cremepe a ausência do soro. “Se o paciente está com um ferimento causado por um animal silvestre, com suspeita de ter raiva ou que desapareceu, a indicação, do próprio Ministério da Saúde, é que ele receba o soro no dia zero”, explica, “Mas eles estão preenchendo um requerimento e voltando para casa, tendo que esperar a autorização do Programa Nacional de Imunização (PNI) estadual para serem medicados com o soro”. O tempo de espera para a autorização estaria sendo de 48 horas.

Ao solicitar um posicionamento da Secretaria do Recife sobre o soro antirrábico, o Cremepe descobriu um outro problema: a redução da vacina antirrábica.  O ofício assinado pelo Secretário de Saúde do Recife, Jailson de Barros Correia, diz que o Estado receberá 900 doses da vacina quando a necessidade do Recife é de três mil doses por mês.

Com o documento entregue ao MPF, o Cremepe espera que o ministério apure o caso e consulte o Ministério da Saúde. Ainda no ofício, o secretário de saúde disse que tomará uma posição após análise dos quantitativos recebidos pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).

Na rede de urgência, o Recife atende pacientes encaminhados de todo o Estado para a aplicação do soro. O ofício municipal indica ainda que o desabastecimento dos imunológicos antirrábicos tem atingido todo o país. O município possui apenas o quantitativo de um mês de vacinação.

A decisão de usar um medicamento experimental para tratar dois americanos portadores do vírus Ebola, quando quase 1.000 africanos morreram pela epidemia, desencadeou uma forte polêmica, embora os especialistas americanos considerem seu uso eticamente justificado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta quarta-feira (6) uma reunião extraordinária na próxima semana para avaliar a possibilidade de utilizar o soro experimental ZMAPP no oeste da África.

Este tratamento foi administrado a dois americanos que trabalharam para uma organização de caridade na Libéria, que ao lado de Serra Leoa e Guiné enfrenta uma epidemia sem precedentes do Ebola.

Mas o tratamento está em fase de desenvolvimento inicial, só foi testado até agora em macacos e nunca foi produzido em larga escala. Por enquanto, não há tratamento confirmado para tratar pessoas infectadas. No entanto, o estado dos dois trabalhadores da saúde Kent Brantly e Nancy Writebol melhorou depois de ter recebido o soro.

Por que não na África?

Diante desta evidência, foram feitos pedidos de que o soro seja destinado também a países africanos assolados por esta epidemia que já matou 930 pessoas.

A Nigéria, onde dois mortos foram confirmados até agora, indicou que estava negociando com os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças americano (CDC) para obter o ZMAPP.

Três especialistas no vírus pediram que o soro seja distribuído entre aqueles que precisam.

"É mais que provável que, se o Ebola se expandir nos países ocidentais, as autoridades de saúde pública distribuam aos pacientes vulneráveis medicamentos ou vacinas ainda em estado experimental", destacaram os especialistas em um comunicado conjunto.

"Os países africanos, onde a atual epidemia causa estragos, deveriam aproveitar a mesma oportunidade", avaliaram.

Para um dos especialistas que assinaram o comunicado, o professor belga Peter Piot, que descobriu o vírus junto com outros pesquisadores, pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabeleça novas regras para enfrentar a epidemia.

"É agora que se torna necessário movimentar as coisas e autorizar tratamentos experimentais na África. Até a administração de um medicamento ainda não testado no homem, o ZMapp, em dois ativistas humanitários americanos, só falávamos em prevenção e não em produtos em desenvolvimento", constatou Piot, diretor da London school of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e codescobridor do vírus Ebola em 1976 em uma entrevista publicada esta quinta-feira no jornal Le Monde.

A Mapp Pharmaceuticals, empresa americana que desenvolveu o soro junto com a canadense Defyrus, informou que qualquer decisão sobre sua aplicação deveria ser tomada com equipes médicas, segundo estabelece a regulamentação, e acrescentou que tentava aumentar sua produção.

Sem testes de laboratório?

O presidente americano, Barack Obama, afirmou na quarta-feira que os países afetados deviam se concentrar primeiro em melhorar suas medidas de saúde pública antes de pensar em um remédio experimental.

Segundo especialistas, aumentar a difusão do ZMAPP não é uma decisão fácil. "Quando há taxas de mortalidade altas, a pressão pode ser irresistível, mas devem se lembrar de que pode haver efeitos colaterais nefastos com remédios experimentais", comentou Kevin Donovan, diretor do centro de bioética da Universidade de Georgetown.

Ele considerou, no entanto, que os americanos Kent Brantly e Nancy Writebol foram bons candidatos a receber o soro porque sua formação em saúde lhes permitiu medir o tamanho do risco e acrescentou que o mereciam "porque puseram suas vidas em risco".

Mas, entre os falecidos também há muitos profissionais de saúde africanos. O representante médico de um centro de cuidados contra o Ebola em Serra Leoa, o doutor Umar Kahn, de 43 anos, morreu em 29 de julho vítima da doença.

A principal diferença, segundo Arthur Caplan, diretor do serviço de ética médica da Universidade de Nova York, é que "a ONG religiosa para a qual trabalhavam os dois americanos buscou a forma de encontrar um tratamento".

E, acrescentou, embora o estado de saúde dos dois pacientes tenha melhorado, ainda se está "muito, muito longe" de poder determinar se o tratamento é realmente eficaz.

"O programa ético daqui para frente é multiplicar os esforços para erradicar a epidemia, por meio da prevenção", destacou. Além disso, enfatizou a professora Nancy Kass, do Johns Hopkins, "por algum motivo os medicamentos são testados antes de serem administrados aos humanos".

Mais hospitais pernambucanos contarão com o soro específico para o tratamento de picadas de escorpião. Atualmente 26 unidades de saúde, em 26 cidades espalhadas por todas as regiões do Estado, possuem o medicamento e com a medida o número será ampliado para 31. 

O soro é fundamental para tratar, principalmente, crianças de até 12 anos, já que há risco de mortes. Em 2013, o Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE) registrou 260 casos de picadas de escorpião, sendo 120 no público infantil, 46% do total dos casos.

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A partir desta quarta (8), o Ceatox inicia uma série de capacitações para expandir o uso do soro na Região Metropolitana do Recife (RMR), que, atualmente, só conta com o Hospital da Restauração (HR), na capital, fazendo os atendimentos. Neste processo estão incluídos os hospitais João Murilo (Vitória de Santo Antão), Regional (Goiana), Jaboatão Prazeres (Jaboatão dos Guararapes), Tricentenário (Olinda), além do Hospital Petronila Campos (São Lourenço da Mata). 

“Essa ampliação é importante, pois os escorpiões que encontramos aqui podem vir a matar crianças em até 2 horas e, quanto mais rápido o atendimento, menor o risco de sequelas”, afirma a coordenadora do Ceatox, Lucineide Porto. No ano passado foram registradas três mortes por escorpionismo em menores de 12 anos. 

Com informações da assessoria

 

Nesta sexta-feira (28) é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Raiva. A doença é causada por animais, gato, cachorro, morcego, macaco e outros silvestres, infectados pelo vírus. Uma vez contaminado, a doença invade o sistema nervoso central e leva a óbito após curto período de evolução. 

De acordo com a Secretaria de Saúde não há casos da doença no Recife desde 1996, em pessoas, e de 2004, em animais. “Por isso é importante vacinar os bichos durante as campanhas e em caso de mordedura, lambedura ou arranhadura de animal lavar com água correte e sabão e procurar imediatamente um posto de saúde,” orientou Adeilza Ferraz, diretora de Vigilância à Saúde do Recife.

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Segundo a gestora, entre os sintomas do animal com a doença estão a falta de apetite, irritabilidade, angústia e andar sem direção. O bicho deve ficar em observação por dez dias, caso a doença seja constatada ele terá que ser sacrificado. Os mesmos sinais são apresentados em humanos infectados. Conforme Adeilza, a doença é 100% letal a partir do primeiro sintoma. Por isso é importante agir de imediato em caso de mordida ou arranhão.

Em caso de agressão, os moradores da capital contam com assistência médica gratuita na rede, além de doses da vacina/soro anti-rábico. Outras informações com a Ouvidoria SUS Recife pelo número 0800.281.1520. O teleatendimento funciona de segunda a sexta, das 7h às 19h, sem intervalo para almoço.

Dia de Luta -  O Controle da Raiva tem o apoio da Opas – Organização Pan-Americana de Saúde e da OMS – Organização Mundial de Saúde. No Brasil, a doença é endêmica, mas em grau diferenciado, de acordo com a região geopolítica. De 1980 a setembro de 2010, foram registrados 1.449 casos de raiva humana no País, sendo 53,9% no Nordeste. Nesse período, 79,4% das ocorrências foram causadas por cães e gatos.  

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