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Nos últimos dias os protestos contra a atuação de motoristas que prestam serviços via aplicativos para celulares, como o Uber e Yet Go, mobilizaram taxistas de Belém e Ananindeua. A categoria de motoristas de táxi fará uma reunião nesta quarta-feira (9), a partir das 20 horas, no Portal da Amazônia, para discutir o assunto. Em Belém, o serviço de transporte individual privado foi proibido. Porém, segundo a empresa Uber, os motoristas prestam serviço de transporte individual privado, que é previsto pela Política Nacional de Mobilidade Urbana.
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O oficial de náutica da Marinha Mercante Fabrizio Guerra, na última semana, fez uma postagem postagem nas redes sociais que viralizou. Ele criticava a postura dos taxistas devido a um cartaz que fazia chamada para a reunião em que estava escrito “Acabou a paz”. Fabrizio atualmente trabalha como motorista da Uber. Há mais de um ano desempregado, o oficial viu no aplicativo uma maneira de obter renda durante a crise, como muito dos motoristas que atualmente prestam serviço para o aplicativo. “Com a crise eu acabei perdendo o emprego, há cerca de um ano que eu estou desempregado. Como o nicho da minha área é pro Rio de Janeiro, eu comecei a trabalhar como motorista da Uber aqui em Belém. Por causa da necessidade, a Uber foi a maneira mais imediata de ter algum retorno financeiro para poder pagar as conta”, conta Fabrizio.
Fabrizio recebeu apoio da população nas redes sociais, e diz que durante as viagens ouve diversos relatos de passageiros insatisfeitos com o serviço de táxis na cidade. “O que eu posso falar é o que eu ouço de relato de vários passageiro, eles reclamam sempre da educação, a questão do conforto, que eles não ligam o ar-condicionado, sendo que moramos em uma cidade quente, e que as corridas baratas eles não aceitam, sendo que alguns não querem ligar o taxímetro”, revela Fabrizio.
O diretor de imprensa do Sindicato dos Taxistas do Município de Belém no Estado do Pará (Stabepa), Francisco Neto, afirma que atualmente o mercado já está inchado. Há cerca de 5.400 táxis e de 8.000 taxistas rodando na capital. Com a chegada do Uber, a concorrência se tornaria desleal. “É uma concorrência desleal, porque no Uber os motoristas têm outros empregos e não têm custos como nós que somos legalizados. Temos que achar uma forma se for para legalizar”, pontua.
Segundo o sindicalista, o mês de julho passado apresentou uma queda de mais de 50% nas corridas, em comparação com o mês de julho do ano passado. “Eu sempre fechava cerca de 1.200 corridas por mês. Em julho passado batemos 600 corridas”, revela o taxista.
Em contrapartida, o motorista da Uber Fabrizio Guerra afirma que a queda das corridas no mês de julho é devido ao números de pessoas na cidade na época. “A Uber também teve uma queda durante as férias, as chamadas estavam muito baixas, e isso devido ao número de pessoas que estava na cidade, isso não foi só para eles”, pontua.
Ezenildo Almeida trabalha há seis anos como taxista e aponta que os impostos pagos para se regularizar são altos, impostos esses que o aplicativo não paga. “A gente paga muitos impostos, para licenciar o carro, pra manter o carro na praça, a gente faz curso, tem que ter crachás. Se a gente cai em uma fiscalização hoje a gente tem que apresentar documento do carro, do relógio, certificado do curso e vários outros documentos. A Uber não tem esse empecilho, pode ser qualquer tipo de pessoa no volante.”
A estudante de Medicina Veterinária Fabiana Moraes é usuária do serviço de transporte privado e explica que se sente segura usando os aplicativos. “Eu acredito que o Uber é ainda mais seguro que táxi, pois no aplicativo a gente consegue ver quantas viagens o motorista já fez e isso é muito bom. Eu entendo o lado dos taxistas, mas eu sou a favor da livre locomoção”, explica Fabiana.
Na última sexta-feira (4), cerca de 100 taxistas de Belém percorreram diversas ruas da cidade protestando contra serviços da Uber. Segundo a PM, houve tumulto. Alguns taxistas tentaram atacar um veículo que estaria prestando serviço via aplicativo. A situação foi controlada e ninguém foi detido.
No Ministério Público de Ananindeua (MP), representantes dos taxistas de Ananindeua se reuniram com representantes do órgão. De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas de Ananindeua, Raimundo Nonato, não existe nenhuma lei municipal que ampare o serviço prestado por aplicativos. Por isso, a categoria cobra fiscalização da prefeitura.
Sobre os tumultos durante os protestos, o diretor de imprensa do Sindicato dos Taxistas, Francisco Neto, afirma que o sindicato é contra qualquer ato de violência e vandalismo, e que está mediando a categoria para que não haja nenhum tipo de ação violenta. Veja enquete no vídeo abaixo:
Por Ariela Motizuki.
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