Tópicos | Vacinas

A plataforma Twitter anunciou nesta quarta-feira (16) que exigirá a eliminação de publicações falsas sobre as vacinas contra a covid-19 a partir da semana que vem, seguindo os passos do Facebook e do YouTube.

"Em uma pandemia, a informação errada sobre as vacinas representa um desafio sanitário importante e crescente, e todos temos um papel a desempenhar", informou a equipe de segurança da rede social em um blog.

##RECOMENDA##

O Twitter pedirá aos seus usuários que eliminem informações falsas que sugiram que as vacinas são usadas para prejudicar ou controlar as populações, mintam sobre supostos efeitos colaterais ou questionem a existência da covid-19 e a necessidade de se vacinar.

Os afetados terão que eliminar suas mensagens para poder tuitar novamente.

Desde o começo de 2021, o Twitter planeja colocar advertências debaixo de mensagens que contenham rumores infundados, assim como informação incompleta ou fora de contexto sobre as vacinas.

A plataforma já aplica regras à desinformação sobre o coronavírus, mas até agora não tinha anunciado medidas específica sobre conteúdo relacionado com as vacinas.

Vários países, inclusive Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, iniciaram campanhas de vacinação e se espera que a União Europeia comece a imunização em breve.

Em outubro, quando as vacinas estavam em fase de testes clínicos, YouTube e Facebook anunciaram regulações estritas para proibir informação errada sobre elas ou prejudicasse as campanhas de vacinação.

Os lotes da vacina Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 estavam prontos para sair da fábrica da empresa em Michigan neste domingo (13), para uma campanha de vacinação de milhões de americanos para frear uma pandemia que matou mais de 1,6 milhão de pessoas no planeta.

As doses serão distribuídas em caixas com gelo seco, que devem manter a temperatura a -70 ºC, a condição necessária para conservar a vacina. O general Gus Perna, que supervisiona a grande operação logística, comparou o momento ao "Dia D" da Segunda Guerra Mundial, que representou uma mudança no conflito.

"Estou absolutamente seguro, 100%, de que distribuiremos de forma segura esta mercadoria apreciada, esta vacina, necessária para derrotar o inimigo covid", declarou o militar.

Enquanto os Estados Unidos se preparam para a vacinação, na Europa a Itália, com 64.036 mortes registradas, superou o Reino Unido (64.026) como o país mais afetado pela pandemia no continente.

"Estou preocupado com as duas semanas de férias de Natal. Vamos enfrentar uma pandemia dramática... a batalha ainda não foi vencida", advertiu o ministro italiano da Saúde, Roberto Speranza.

A Alemanha, que nos últimos dias bateu recordes de infecções diárias (quase 30.000 na sexta-feira e no sábado), decidiu fechar todos os estabelecimentos comerciais não essenciais, assim como as escolas e creches, a partir de quarta-feira e até 10 de janeiro.

Somos obrigados a agir e agimos agora", declarou a chanceler Angela Merkel, que citou o "número elevado de falecimentos" e o "crescimento exponencial" das infecções de covid-19.

Em todo o planeta, a pandemia provocou mais de 1,6 milhão de mortes desde que o escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na China registrou o início da doença no fim de dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base nos números oficiais dos países.

20 milhões de vacinados em um mês

Nos Estados Unidos, as infecções dispararam, com 1,1 milhão de novos casos confirmados nos últimos cinco dias e um balanço que se aproxima de 300.000 vítimas fatais.

Perna indicou que a vacina será enviada a centenas de estabelecimentos, incluindo hospitais e centros especializados, entre segunda-feira e quarta-feira, para a primeira fase da campanha, que prevê a vacinação de quase três milhões de pessoas.

As autoridades federais da saúde recomendaram que a vacinação comece pelos profissionais da saúde e idoso que moram em casas de repouso, mas decisão final corresponderá aos estados.

Estados Unidos pretendem vacinar 20 milhões de pessoas no primeiro mês. O país foi o sexto a aprovar a vacina Pfizer-BioNTech, depois do Reino Unido, Canadá, Bahrein, Arábia Saudita e México.

A vacinação no México deve começar no fim de dezembro, com um primeiro lote de 250.000 doses, que devem ser aplicadas em duas etapas, o que significa que 125.000 pessoas serão beneficiadas.

A vacina, que utiliza uma tecnologia baseada no RNA mensageiro, começou a ser desenvolvida há 11 meses e mostrou eficácia de 95% nos testes clínicos, realizados com 44.000 pessoas.

Não há evidências de efeitos colaterais graves, mas depois de dois casos de alergias graves reportados no Reino Unido esta semana, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos desaconselhou a vacina aos pacientes que já tiveram "reações alérgicas graves" a seus componentes ou a vacinas similares.

Outras duas vacinas registraram problemas nos últimos dias. Os laboratórios francês Sanofi e britânico GSK sofreram um duro revés e anunciaram que sua vacina só deve ficar pronta no fim de 2021, após resultados abaixo do esperado nos primeiros testes clínicos.

A Austrália abandonou os testes de uma vacina própria, depois de um falso positivo para HIV, o vírus da aids, entre os participantes.

Recorde na Coreia do Sul

A Europa enfrenta uma segunda onda grave da doença. A Suíça registra um crescimento "exponencial" da epidemia (5.000 novos casos por dia) e taxas de contaminação entre as mais elevadas do continente, afirmou Gregor Zünd, diretor do Hospital Universitário de Zurique, que defendeu neste domingo um "confinamento nacional" que inclua o fechamento de lojas, restaurantes, museus e centros esportivos para achatar a curva de contágios.

Na Ásia, a Coreia do Sul registrou neste domingo 1.030 novos casos de coronavírus, batendo o recorde pelo segundo dia consecutivo. O país, que já foi apontado como um modelo na luta contra a pandemia, enfrenta uma aceleração dos casos. O presidente Moon Jae-in pediu desculpas porque as autoridades não conseguem conter o vírus.

A pandemia também não dá trégua no Brasil, que superou na sexta-feira a marca de 180.000 mortes, em plena segunda onda de infecções. O país apresenta uma taxa de mortalidade em comparação com sua população (85 por 100.000) idêntica a da França.

A China, onde a epidemia teve início há um ano, determinou o confinamento de uma cidade do norte e iniciou uma campanha de testes em larga escala em outra, ambas próximas da fronteira com a Rússia, após a detecção de um caso de covid-19 em cada uma das localidades.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quinta-feira, 10, uma resolução com regras para permitir o uso emergencial de vacinas contra a covid-19. Na prática, a agência apenas criou uma norma mais robusta, mas com o mesmo conteúdo de um guia já apresentado na semana passada. A Anvisa não recebeu ainda pedido de uso emergencial de vacinas. Apenas as desenvolvedoras de imunizantes que têm estudos de fase 3 em andamento no Brasil podem fazer este pedido.

A agência reforçou na nova resolução que o uso emergencial só será concedido para imunizar um público restrito no SUS, como de profissionais de saúde ou idosos, preferencialmente em programa do Ministério da Saúde. A regra não impede, porém, que o Instituto Butantan peça o uso emergencial da Coronavac em programa do governo paulista.

##RECOMENDA##

"Os critérios mínimos a serem cumpridos (para pedir o uso emergencial) estão definidos no guia (apresentado na última semana)", disse a diretora Alessandra Bastos, relatora do processo na agência. Os cinco diretores do órgão aprovaram a nova resolução.

Há 4 vacinas com testes de fase 3 em andamento no País: o modelo desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade Oxford, a da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a das americanas Pfizer e BioNTech, além da vacina da Janssen-Cilag (Johnson & Johnson).

O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou que há diferença entre o uso emergencial e o registro da vacina. No primeiro caso, a aplicação pode ser autorizada ainda com estudos de desenvolvimento da droga em andamento. Já para o registro é preciso ter finalizado todos os testes em humanos. Barra Torres lembrou que o Reino Unido e o Canadá, por exemplo, aprovaram apenas o uso emergencial, ou seja, em um público restrito.

A Anvisa não dá prazo para avaliar o uso emergencial de vacinas. Mas espera ser mais célere do que no processo de registro, que pode levar até 60 dias após o pedido.

Barra Torres afirmou ainda que apenas a fabricante da vacina pode pedir o uso do produto. A declaração ocorre no momento em que há pressão para a Anvisa liberar a entrada de imunizantes que estão sendo aplicados em outros países.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (8) a assinatura de um decreto "para garantir que os cidadãos americanos tenham prioridade para receber vacinas americanas".

O texto, que Trump assinou diante das câmeras durante uma "cúpula da vacina" na Casa Branca, não foi divulgado imediatamente.

Não está claro como este decreto seria aplicado, visto que os fabricantes de vacinas já assinaram acordos com outros países.

Mas a medida sugere que os Estados Unidos estão preocupados com uma possível escassez quando prevem imunizar dezenas de milhões de pessoas nos próximos meses.

Há mais de 330 milhões de americanos e o governo diz que pode cumprir sua meta de fornecer uma vacina para todos até abril.

A Pfizer / BioNTech, cuja vacina pode ser licenciada pela agência de medicamentos FDA nos próximos dias, só tem contrato com os Estados Unidos para 100 milhões de doses.

A Moderna, cuja vacina pode ser aprovada até o final da próxima semana, também se comprometeu a entregar 100 milhões de doses nos Estados Unidos.

Cada contrato inclui opções para doses adicionais, mas o tempo para ativar essas cláusulas pode atrasar a entrega em vários meses.

Os dois fabricantes possuem fábricas nos Estados Unidos e na Europa e existem leis que, em tese, permitiriam ao governo dos Estados Unidos ser o primeiro na produção que é gerada, como a Lei de Produção de Defesa.

"Se necessário, invocaremos a Lei de Produção de Defesa. Não acreditamos que seja necessário", disse Trump.

Duas outras vacinas altamente avançadas em ensaios clínicos poderiam ser licenciadas no início do ano e garantir o abastecimento dos EUA: a vacina de duas doses AstraZeneca / Oxford (da qual Washington encomendou 500 milhões de doses), e a vacina de dose única da americana Johnson & Johnson, da qual os Estados Unidos esperam 100 milhões de doses.

O Reino Unido se tornou na quarta-feira (2) o primeiro país a aprovar a vacina da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus, enquanto a União Europeia (UE) examina vários pedidos de homologação.

A seguir, um resumo dos processos por países, ou regiões.

- Reino Unido

Diante da recomendação favorável de sua agência reguladora de medicamentos (MHRA, na sigla em inglês), o governo britânico concedeu uma autorização de uso de emergência, factível em casos de urgência sanitária.

Esta agência independente desenvolve um processo de revisão contínuo, utilizado para examinar tratamentos promissores diante de uma emergência de saúde.

"Equipes distintas trabalharam de modo paralelo (...) dia e noite, incluindo fins de semana, sobre diferentes aspectos de segurança da vacina", explicou a diretora da MHRA, June Raine, que discordou das afirmações do ministro da Saúde britânico, para quem a agência conseguiu atuar rapidamente graças ao Brexit.

Ao contrário da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), "a MHRA pode fazer perguntas sobre a evolução e obter respostas mais rápidas por ser apenas uma agência", disse Penny Ward, da London King's College.

- União Europeia

A EMA, com sede em Amsterdã, é responsável por autorizar e controlar medicamentos nos 27 países da UE. Também implantou um método acelerado, denominado "revisão contínua", para a análise de dados de segurança e eficácia das vacinas.

As vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna e Oxford/AstraZeneca foram submetidas durante semanas a este processo.

A EMA decidirá em 29 de dezembro, "no mais tardar", sobre a vacina Pfizer/BioNTech e, em 12 de janeiro, sobre o produto desenvolvido pela americana Moderna.

A aprovação final cabe à Comissão Europeia.

- Estados Unidos

Nos Estados Unidos, Pfizer/BioNTech e Moderna solicitaram autorizações urgentes para sua vacina contra a covid-19 à Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês).

O procedimento americano é mais lento que o britânico, com uma etapa consultiva pública.

Antes de tomar qualquer decisão, a agência faz uma avaliação interna e consulta um conselho assessor externo.

"O procedimento da FDA é absolutamente transparente. Especialistas independentes questionam, assessoram e apresentam recomendações", explicou o diretor de Operação de distribuição de vacinas, Moncef Slaoui, na quarta-feira.

A consulta está programada para 10 de dezembro no caso da vacina da Pfizer, e a de Moderna, para uma semana depois.

Após as reuniões, a FDA deve tomar suas decisões. Em caso de autorização, as duas vacinas podem estar disponíveis ainda este mês.

- Rússia

O presidente Vladimir Putin pediu ao governo que simplifique o procedimento para acelerar o processo de validação da vacina Sputnik V contra a covid-19.

A avaliação da vacina começou em fevereiro, e as fases 1 e 2 terminaram em 1o de agosto.

No dia 11 de agosto, as autoridades aprovaram a vacina. Os testes da fase 3 ainda estão acontecendo e, até o momento, 25.000 pessoas foram vacinadas, de um total previsto de 40.000.

Putin ordenou o início, na próxima semana, da vacinação em "larga escala" entre "populações de risco". Para o público em geral, o processo deve começar em 2021.

- China

Na China, a vacina precisa passar por três etapas de testes clínicos em larga escala antes da aprovação pelas autoridades de saúde, explicou o diretor do organismo regulador, Wang Chao.

O fabricante deve "verificar a eficácia da vacina por meio de testes de fase 3 e estabelecer parâmetros de qualidade comprováveis" antes de enviar uma "solicitação de comercialização da vacina", a qual será revisada pela agência reguladora.

Até o momento, a China autorizou que dois tipos de vacinas experimentais ainda não homologadas da empresa Sinopharm sejam recebidas por quase um milhão de trabalhadores e estudantes que tiveram de viajar para o exterior.

A organização internacional Interpol enviou nesta quarta-feira (2) uma mensagem de alerta aos seus 194 países membros, alertando-os para se prepararem para ações do crime organizado focadas em vacinas contra o novo coronavírus.

Em uma comunicação de alerta de segurança, a organização de cooperação policial internacional com sede em Lyon (centro-leste da França) alerta sobre uma "potencial atividade criminosa sobre falsificação, roubo ou promoção ilegal de vacinas contra a covid-19 e gripe".

"A pandemia já deu origem a uma atividade criminosa predatória e oportunista sem precedentes", recorda a Interpol, que ressalta já ter verificado "a promoção, venda e administração de falsas vacinas" contra o coronavírus.

"À medida que várias vacinas para a covid-19 se aproximam da aprovação (...) será crucial garantir a segurança da cadeia de abastecimento e identificar sites ilícitos que vendem produtos falsificados na internet", afirma.

Essas ações "constituem um risco significativo para a saúde e até para a vida" das vítimas dessas organizações ou indivíduos, acrescentou o secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, em um comunicado.

"É essencial que as autoridades estejam o mais preparadas possível para o surgimento de todos os tipos de atividades criminosas relacionadas às vacinas contra a covid-19", finalizou Stock.

A Interpol também pede vigilância contra o risco de circulação de falsos testes de detecção, cujo uso pode se multiplicar com a retomada das viagens internacionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que ainda são necessários mais dados sobre vacinas contra a covid-19 para se tomar posições definitivas, incluindo sobre desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, e a russa do instituto Gamaleya. "É encorajador que vários desenvolvedores tenham publicado seus protocolos", afirmou nesta sexta-feira, 27, em entrevista coletiva, a cientista-chefe da organização, Soumya Swaminathan, indicando que é importante que estudos e dados continuem a serem divulgados.

Para saber real eficácia das vacinas, é importante continuar acompanhando os participantes dos testes, sinalizou Swaminathan, já que a imunidade pode não ter longa duração. Sobre desafios logísticos, foi destacado que a intenção é usar a vacinas como a da Pfizer, que demandam grandes adaptações e investimentos para se armazenar, junto à outras com logística mais simples. A imunização deverá ocorrer com eficiência, como destinando recursos à profissionais da saúde e pessoas com potencial alta transmissibilidade.

##RECOMENDA##

Questionado sobre a situação no Brasil, o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, afirmou que a lição da Europa é que países "que agem rápido e decisivamente tem melhor resultado", e que em federações como a brasileira, é importante "negociação com governos subnacionais". Ryan fez grandes elogios ao sistema de saúde brasileiro, em especial aos profissionais que foram expostos durante a pandemia.

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom afirmou que vários países no mundo "conseguiram controlar a covid-19, e em comum entre eles, a testagem", ressaltando que mesmo com a vacina começando a ser aplicada, testes serão importantes na pandemia. Sobre a entrega dos imunizantes, Tedros reafirmou que são necessários US$ 4,5 bilhões de dólares no momento, e que houve comprometimento político de tornar a vacina um "bem comum", com destaque ao G20, mas que isso agora precisa ser convertido em ações.

Acerca das origens do vírus, foi consenso de que os estudos prosseguem, e que, apesar da circulação anterior fora da China ter sido registrada, a base para as pesquisas é o começo da transmissão humana, registrada em Wuhan.

O Ministério da Saúde informou, neste domingo (22), que deve assinar "cartas de intenção não-vinculantes" para compra de vacinas contra Covid-19 de cinco desenvolvedores: Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Fundo Russo de Investimento Direto (responsável pela Sputinik V) e Moderna.

O documento, porém, não formaliza a compra dos produtos. A Saúde afirma que ainda aguarda o fim dos estudos de "fase 3", além do registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a precificação e a incorporação do produto ao SUS.

##RECOMENDA##

O Estadão apurou com fonte da cúpula da Saúde que a ideia é evitar nova "complicação política" com a compra de vacinas. Por isso, qualquer negócio só deve ser fechado após o aval da agência para comercializar a droga no País. A postura reticente do ministério aumentou após o presidente Jair Bolsonaro desautorizar o ministro Eduardo Pazuello. Em outubro, o chefe da Saúde teve de recuar e desfazer a promessa da compra de doses da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo. Esse acordo é liderado pelo governo paulista de João Doria (PSDB), inimigo político de Bolsonaro.

As desenvolvedoras foram recebidas na Saúde nesta semana. "A pasta tomou nota e tirou dúvidas sobre detalhes técnicos do desenvolvimento dessas vacinas, sua segurança e eficácia, e de aspectos logísticos para operacionalizar sua distribuição. Os encontros também serviram para estreitar a comunicação entre as áreas técnicas do Ministério e o corpo técnico das empresas", diz nota do ministério.

O ministério afirmou ainda que já há previsão de acesso a 142,9 milhões de doses por contratos já firmados. Estes imunizantes estariam garantidos por meio de negócio de cerca de R$ 2 bilhões para fornecimento de 100 milhões de unidades da vacina de Oxford/Astrazeneca, além da transferência de tecnologia de produção da droga à Fiocruz. Outro caminho é pela Covax Facility, um consórcio liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para acelerar o fornecimento dos imunizantes. O Brasil investiu R$ 2,5 bilhões para entrar no grupo e espera receber, por meio do consórcio, vacina para 10% da população.

Segundo a Saúde, estes dois caminhos já garantem a imunização de cerca de 30% da população brasileira. "É importante ressaltar que uma série de premissas precisam ser analisadas antes da compra - como a segurança; a eficácia; a capacidade de produção em escala; a oferta em tempo oportuno para inserir as vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI); o preço proposto para a incorporação; as condições logísticas oferecidas e a aprovação pela Anvisa", diz a Saúde.

As vacinas não estarão disponíveis a tempo de erradicar a segunda onda do novo coronavírus, declarou nesta quarta-feira (18) o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pediu para continuar lutando contra a pandemia com medidas preventivas.

As vacinas não são uma fórmula mágica e os países terão que "subir a ladeira" por enquanto sem essa arma, explicou a autoridade da OMS, Michael Ryan.

"Acho que teremos que esperar entre quatro e seis meses antes de atingir qualquer nível significativo de vacinação", explicou ele durante uma sessão de divulgação nas redes sociais.

"Muitos países estão passando por essa onda e vão superá-la, sem vacinas", alertou.

"Temos que entender e assumir que temos que subir o morro, por enquanto, sem vacinas", ressalta.

A farmacêutica Pfizer disse nesta quarta-feira que os resultados finais de sua vacina experimental mostraram que ela era 95% eficaz, enquanto sua concorrente Moderna relatou uma taxa de eficácia de 94,5%.

A Rússia também afirma que seu imunizante tem uma taxa de eficácia de mais de 90%.

"Se aplicarmos as vacinas, mas esquecermos o resto, a covid-19 não será eliminada', acrescentou o diretor de emergência da OMS.

O mundo registrou até agora 55,6 milhões de casos da covid-19 e mais de 1,3 milhão de mortes, de acordo com a última contagem da AFP.

Das 48 vacinas experimentais contra a Covid-19 que se encontram atualmente em testes clínicos em humanos, apenas 11 entraram na fase 3, a última antes da homologação pelas autoridades, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A seguir um resumo das primeiras vacinas que podem chegar ao mercado.

- "RNA mensageiro", a vanguarda:

Estas são atualmente as vacinas potenciais que parecem as mais avanças e que utilizam uma tecnologia inovadora, que consiste em injetar nas células humanas fragmentos de instruções genéticas chamadas RNA mensageiro, para que produzam proteínas ou "antígenos" específicos de coronavírus. Estas proteínas serão enviadas ao sistema imunológico, que então produzirá anticorpos.

- Pfizer: o grupo farmacêutico americano e seu sócio alemão BioNTech se preparam para solicitar à Agencia de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos uma autorização de utilização de emergência para uma vacina que poderia estar disponível até o fim do ano. As empresas apresentaram há alguns dias resultados provisórios da fase 3 que mostram uma eficácia de "mais de 90%" nos participantes.

- Moderna: a empresa americana de biotecnologia anunciou na segunda-feira que sua vacina tem eficácia de 94,5%. Planeja produzir 20 milhões de doses até o fim do ano.

- Tecnologia do vírus inativado, bem conhecida:

Várias vacinas apostam nesta tecnologia: os agentes infecciosos do SARS-CoV-2 são tratados quimicamente, ou por calor, para perder a nocividade, ao mesmo tempo que conservam a capacidade de provocar uma resposta imunológica. É a forma mais tradicional de vacinação.

- Sinovac: a empresa de biotecnologia chinesa iniciou um teste de fase 3 para a "CoronaVac" com milhares de voluntários, principalmente no Brasil.

- Sinopharm, outro laboratório chinês, tem dois projetos de vacinas com institutos de pesquisas chineses. O país prevê uma capacidade de produção até o fim do ano de 610 milhões de doses por ano de várias vacinas contra a covid-19 e o governo já autorizou o uso urgente de algumas delas.

- A empresa indiana Bharat Biotech começou a recrutar em novembro quase 26.000 pessoas para a sua "COVAXIN", desenvolvida com o apoio do governo, e aposta em uma vacina disponível no primeiro semestre de 2021.

- Vacinas de vetores virais:

As vacinas de "vetor viral" usam como suporte outro vírus mais virulento, transformado para adicionar uma parte do vírus responsável pela covid-19. O vírus modificado penetra nas células das pessoas vacinadas, que fabricam uma proteína típica do SARS-CoV-2, educando seu sistema imunológico a reconhecer o novo coronavírus.

- AstraZeneca, grupo anglo-sueco, e a Universidade de Oxford: sua vacina utiliza como vetor viral um adenovírus. Os resultados do teste de fase 3 são aguardados para as próximas semanas.

- Johnson & Johnson: a empresa americana iniciou dois testes clínicos de sua candidata, composta por um adenovírus modificado, uma de apenas uma dose e a outra com duas doses. Em todo o mundo 90.000 voluntários devem participar da pesquisa. Os resultados devem ser anunciados no primeiro trimestre de 2021.

- CanSino Biological: a empresa chinesa desenvolveu a "Ad5-nCoV" em conjunto com o exército, uma vacina baseada em adenovírus. Os testes de fase 3 começaram no México, Rússia e Paquistão.

- Sputnik V: desenvolvida pelo Centro de Pesquisas em Epidemiologia Gamaleya, em parceria com o ministério russo da Defesa, esta vacina se baseia na utilização de dois vetores virais, dois adenovírus. Os russos anunciaram recentemente uma eficácia de 92%. Porém, o l instituto Gamaleya foi acusado de romper os protocolos habituais para acelerar o processo científico. Várias políticos russos anunciaram que foram vacinados com a Sputnik V.

- Uma vacina de proteína recombinante:

- Novavax: a empresa de biotecnologia americana trabalha em uma vacina chama "subunitária" recombinante. O coronavírus possui em sua superfície algumas pontas (proteínas virais) para entrar em contato com as células e infectá-las. Estas proteínas podem ser reproduzidas e apresentadas depois ao sistema imunológico para provocar uma reação. A Novavax iniciou em setembro o teste clínico de fase 3 no Reino Unido e no fim de novembro deve começar um teste nos Estados Unidos. Dados preliminares são aguardados para o primeiro trimestre de 2021.

No terceiro anúncio consecutivo de resultado positivo para vacinas contra a Covid-19 em menos de sete dias, a farmacêutica americana Moderna informou nessa segunda-feira (17) que seu produto apresentou uma eficiência de 94,5%. O índice ficou ligeiramente acima do da Pfizer (90%) e do Instituto Gamaleya (92%). Pesquisadores ouvidos pelo Estadão dizem que é alta a chance de haver, em 2021, várias opções de imunizante contra o novo coronavírus. Isso facilitaria o combate à pandemia. Ao todo, 57 pretensas vacinas são testadas em seres humanos. Mesmo que só 10% funcionem, serão pelo menos cinco.

As vacinas da Moderna e da Pfizer têm tecnologias inéditas e semelhantes, com base no RNA mensageiro do novo coronavírus. A vacina russa, a Sputnik V, usa um adenovírus humano como vetor; uma plataforma já testada com sucesso em outros imunizantes. Os resultados, segundo as farmacêuticas, são excelentes. A vacina do sarampo, por exemplo, considerada uma das melhores do mercado, tem eficiência de 90%. A da poliomielite é de, em média, 70%. Mesmo assim, a doença foi erradicada em vários países.

##RECOMENDA##

O imunizante da Moderna, segundo a própria farmacêutica, apresenta uma vantagem em relação ao da Pfizer. Embora as duas usem a tecnologia do RNA mensageiro (que entrega ao organismo as instruções para fabricar uma proteína do novo coronavírus dentro das células humanas e assim induzir a imunidade), a da Moderna é mais estável. Ela pode ficar armazenada em geladeiras normais por um mês e em freezers comuns por até seis meses. A vacina da Pfizer requer temperaturas de menos 70 graus Celsius, muito mais baixas. Com uma embalagem especial de gelo seco, ela se mantém por duas semanas e, depois de descongelada, por mais uma semana em geladeira comum. Num país como o Brasil, isso pode facilitar ou dificultar a logística de distribuição.

Mas o bom resultado da Moderna - em colaboração com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid) dos EUA e com envolvimento de 30 mil voluntários - surpreendeu até mesmo os pesquisadores. "Eu vinha dizendo que ficaria satisfeito com uma vacina 75% eficaz", disse Anthony Fauci, diretor do Niaid.

Dinheiro e tecnologia. Quando laboratórios em diversas partes do mundo se lançaram na corrida em busca de uma vacina contra a covid, há menos de um ano, muitos cientistas alertaram para o fato de que desenvolver um imunizante era um trabalho de longo prazo. Além disso, disseram, a chance de um produto que chega à fase 3 de testes ser, de fato, eficiente e seguro a ponto de ser aprovado para uso é de apenas 10%. Os resultados, no entanto, vêm surpreendendo até mesmo os mais céticos.

"Todas essas plataformas são seguras, nenhuma delas usa o vírus atenuado, que poderia mimetizar uma infecção com grande potência", explica Alexandre Naime Barbosa, chefe do Departamento de Infectologia da Unesp. "Além disso, a tecnologia realmente evoluiu muito, não dá para comparar com uma vacina desenvolvida 50 anos atrás. Um terceiro aspecto é que o Sars-Cov-2 é muito mais simples e menos sujeito a mutações do que o HIV ou o vírus da hepatite C, por exemplo."

O virologista Flávio Guimarães, do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, lembra também de outro aspecto fundamental: o financiamento das pesquisas. "Em vista da emergência sanitária, houve um influxo de dinheiro por parte das empresas e dos governos como jamais houve na história", disse. "A ciência é pragmática: quando você paga, recebe."

A diversidade de vacinas, a depender das características de cada uma, pode ser decisiva para esquemas de vacinação mais eficientes. Por exemplo, se uma delas tiver resultados melhores entre os idosos e outra entre os mais jovens. Ou se um imunizante for mais facilmente armazenado e transportado do que outro. Ou se for capaz de prevenir formas mais ou menos graves da doença.

Para os especialistas, o Brasil se encontra em uma posição privilegiada. "O País tem dois acordos bilaterais que incluem compromisso de compra e transferência de tecnologia, para a Coronovac, com o Instituto Butantã, e para a vacina de Oxford, com a Fiocruz e Biomanguinhos", lembrou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, Renato Kfouri. "Além disso, o País integra a Covax Facility (a iniciativa da OMS para a distribuição de imunizantes licenciados). E, claro, podemos ainda negociar a compra de outras vacinas se houver disponibilidade." Essa possibilidade, aliás, continua em análise pelo Ministério da Saúde.

Os cientistas ressalvam, no entanto, que os resultados de eficiência da Pfizer, do Gamaleya e da Moderna não foram ainda publicados em revistas com revisão dos pares. Foram anúncios feitos pelas empresas que, inclusive, acabaram por valorizar suas ações nas bolsas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A interrupção no fornecimento de energia elétrica colocou em xeque as vacinas à disposição dos 17 mil moradores de Tartarugalzinho, cidade de frágil infraestrutura na floresta do Amapá. Com o apagão que atingiu o Estado, a luz parou de chegar à unidade básica de saúde (UBS) onde ficam as duas geladeiras com os materiais, que demandam refrigeração permanente.

A saída emergencial para que não se estragassem os lotes de vacinas - como a tríplice viral, a de hepatite B e a antirrábica - foi transferir as geladeiras para um açougue, um dos poucos locais com energia na cidade, 230 km ao Norte de Macapá.

##RECOMENDA##

As geladeiras com as vacinas ficaram no local improvisado por seis dias, de quarta-feira da semana passada até a última segunda-feira, quando voltaram para o posto de saúde. Além de carne, o estabelecimento trabalha com produtos variados de material de construção.

"Todas as vacinas utilizadas pela população tiveram de sair daqui por causa do apagão. Não temos gerador. Armazenamos tudo em caixas térmicas. Mas depois tivemos que levar para o açougue que tem gerador", afirmou Bete Correia, diretora da UBS José Meireles.

O atendimento nas duas únicas unidades de saúde do município chegou a ser suspenso. "Era uma urgência. As vacinas poderiam estragar e deixar de atender muitas crianças", contou o açougueiro Alessandro Juan, de 43 anos. Morungaba, como ele é conhecido, fez um investimento providencial no início do ano. O gerador que custou R$ 14 mil ajudou a socorrer também outros comerciantes e vizinhos.

Na última segunda-feira, o presidente Bolsonaro disse que a situação de fornecimento de energia estava 70% resolvido. Se em Macapá o rodízio de luz é falho, no interior as consequências do apagão são ainda mais severas. O Estadão registrou nos municípios de Tartarugalzinho, Ferreira Gomes e Porto Grande o drama das famílias com quedas de energia. Nas ruas centrais sem asfalto, os comunicados oficiais de Brasília não fazem eco. Só três cidades, abastecidas com sistemas diferentes daquele que pegou fogo no último dia 3, não estão às escuras: Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari. Em municípios como Calçoene e Amapá, o desconforto é ainda maior.

No bairro do Trem, em Macapá, onde mora o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM), o rodízio é regular. A luz tem hora para chegar e para ir embora. As casas do entorno de hospitais da região metropolitana estão beneficiadas por alimentação permanente. Mas nos rincões a vida está longe de voltar ao normal.

Sem gelo

Lenilton Barbosa dos Santos, de 39 anos, não pesca desde a terça-feira passada. Morador da comunidade de Andiroba, entre Tartarugalzinho e Ferreira Gomes, ele precisa de gelo para armazenar os tucunarés que tira do Rio Tartarugalzinho. "Sem gelo não dá para pescar. Arrumei um trocado porque consegui uma mandioca que um rapaz me deu, fiz farinha e vendi. Comprei açúcar, café, coisas para manter as crianças. Mas já acabou", disse.

Lenilton conseguiu acesso a não mais do que três parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 pagos pelo governo. Com dois terços do dinheiro presenteou a si próprio com uma geladeira, em agosto - ela está fora da tomada desde a semana passada. "A gente tem de colocar sal na carne e no peixe para não estragar. A água também não tá boa. Quando a luz vem, a gente enche a caixa e vamos distribuindo", disse Ziane Souza Santos, de 28 anos, enquanto o caçula de seis filhos, Diogo, de 11 meses, dormia em seu colo.

O casal reservou o dia para viajar ao centro de Tartarugalzinho para, entre outras coisas, atualizar os cadastros de pescadores e conseguir um cartão do SUS. No hospital, foram informados de que não havia internet para atendê-los. A viagem foi perdida. Custou cerca de R$ 50.

No breu das noites de Tartarugalzinho, bem longe de Brasília, não resta muito a não ser esperar e resistir. Em uma roda de cantoria no centro, um grupo de jovens matava o tempo iluminados pelas estrelas e por celulares. Cantavam É preciso saber viver, de Roberto e Erasmo Carlos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura do Recife (PCR) divulgou, nesta segunda-feira (2), que manterá estendido o horário - 8h às 21h - das unidades de saúde que oferecem vacinação. O objetivo, segundo a gestão municipal, é dar mais chances de acesso ao serviço às pessoas que têm dificuldade de buscar vacinas em horário comercial.

Também está prevista a montagem de postos volantes em locais de grande circulação de populares. “As ações são voltadas para três Campanhas de vacinação que foram prorrogadas pela Secretaria de Saúde do Estado (SES) até o dia 13 de novembro: focadas em crianças de 1 ano a menores de 5 anos contra poliomielite, crianças e adolescentes menores de 15 anos para atualização da caderneta de vacina, e pessoas de 20 a 49 contra o sarampo”, informou a PCR.

##RECOMENDA##

De acordo com a Prefeitura, a cada dia, duas unidades ficarão disponíveis até nove da noite. “Excepcionalmente na terça (3), três locais vão estender o horário: Policlínica Albert Sabin, na Tamarineira, Policlínica Gouveia de Barros, na Boa Vista, e Centro de Saúde Joaquim Cavalcante, nos Torrões. Na quarta (4), as Policlínicas do Pina e Lessa de Andrade, na Madalena, vão funcionar até mais tarde. Já na quinta (5), a população pode se imunizar à noite no Centro de Saúde Gaspar Regueira Costa, no Barro, e na Upinha Rio da Prata, no Ibura. Na sexta (6), a vacinação acontece nas Policlínicas Salomão Kelner, em Água Fria, e Clementino Fraga, no Vasco da Gama”, detalhou.

O serviço de vacinação continua disponível nas mais de 140 unidades de saúde recifenses, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Confira os endereços.

Iniciado no dia 5 de outubro, o Programa de Imunização (PNI) do Recife realizou 27 mil vacinas, representando uma cobertura de 32%. Entretanto, a cidade tem como meta vacinar, no mínimo, 95% das mais de 80 mil crianças de um ano a menores de cinco anos, no âmbito da Campanha Nacional de Vacinação Contra Poliomielite.

“Também devem buscar as unidades de saúde as crianças e adolescentes menores de 15 anos para atualizar a caderneta de vacinas. Desde o começo do mês, a Sesau iniciou a Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacina, que oferece 17 imunizantes do calendário vacinal, como BCG, meningocócica, febre amarela, HPV, pentavalente, rotavírus, pneumocócica, varicela, hepatites A e B, DTP e outras”, orienta a Secretaria de Saúde do Recife.

“A orientação da Secretaria é que os pais ou responsáveis levem o cartão de vacina para que os profissionais do Programa de Imunização (PNI) do Recife avaliem a necessidade de cada um, de acordo com a idade e as doses já tomadas. Diferentemente da campanha contra poliomielite, como essa campanha é seletiva, não há meta estipulada pelo MS. Já a Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo é voltada para todas as pessoas de 20 a 49 anos, mesmo que já tenham tomado a vacina tríplice viral anteriormente. O PNI Recife aplicou pouco mais de 35 mil doses da vacina, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Ainda podem se vacinar as crianças e jovens de 5 a 19 anos que nunca tomaram a tríplice viral ou não tenham comprovação de ter completado o esquema vacinal recomendado, seja na infância ou em outro momento da vida. Quem está com as doses em dia, já teve sarampo ou tem mais de 50 anos não precisa se preocupar”, acrescentou o órgão, por meio da sua assessoria de comunicação.

Com informações da assessoria 

Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que prevê uma punição para quem se recusar a tomar a vacina contra a Covid-19. De acordo com o texto, a pessoa sofrerá as mesmas consequências de quem não vota e nem apresenta justificativa à Justiça Eleitoral. 

O projeto foi apresentado pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG). “Se é direito do cidadão negar-se a fazer algo que não esteja devidamente previsto em lei, é dever do Estado assegurar o direito de todos à saúde, e aqui reside o centro que justifica esta proposta normativa”, disse Neves.

##RECOMENDA##

Punições

Previstas no Código Eleitoral, as consequências para quem não vota incluem proibição de se inscrever concurso ou ser nomeado para cargo público, receber salário de função ou emprego público e obter alguns tipos de empréstimos.

A pessoa também fica impedida de renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial (como as universidades públicas), obter passaporte e participar de licitações.

*Da Agência Câmara de Notícias

Desta segunda (26) até a sexta-feira (30), a Prefeitura do Recife (PCR) estenderá o serviço de vacinação para vários públicos. Ao todo, oito unidades de saúde da capital pernambucana contarão com atendimento gratuito das 8h às 21h. Antes, era até as 17h.

Há vacinação para crianças de um ano a menores de cinco anos, contra poliomielite, além de crianças e adolescentes menores de 15 anos que precisam atualizar a caderneta de vacinas. Pessoas de 20 a 49 anos também poderão receber o serviço contra o sarampo.

##RECOMENDA##

“As unidades vão se revezar no horário estendido, que vai acontecer das 8h às 21h. A cada dia, duas unidades vão ficar abertas até às 21h. Na segunda (26), será a Policlínica Salomão Kelner, em Água Fria, e o Centro de Saúde Joaquim Cavalcante, nos Torrões. Na terça (27), as Policlínicas Albert Sabin, na Tamarineira, e Gouveia de Barros, na Boa Vista, vão funcionar até mais tarde. Por conta do feriado do dia do servidor público, na quarta-feira (28), não haverá vacinação em nenhum local. Já na quinta (29), a população pode se imunizar à noite no Centro de Saúde Gaspar Regueira Costa, no Barro, e na Upinha Rio da Prata, no Ibura. Na sexta (30), a vacinação acontece nas Policlínicas do Pina e Clementino Fraga, no Vasco da Gama”, informou a Prefeitura do Recife.

A Secretaria de Saúde, para evitar aglomerações nas unidades de vacinação em virtude da Covid-19, orienta os recifenses a procurarem unidades próximas de suas residências. As vacinas são disponibilizadas em 140 locais, de segunda à sexta-feira. Confira os endereços.

Segundo a PCR, desde 5 de outubro, o Programa de Imunização do Recife aplicou mais de 21 mil doses, correspondendo a uma cobertura de vacina de 26%. “A meta do município é vacinar pelo menos 95% das mais de 80 mil crianças de 1 ano a menores de 5 anos na capital, mesmo que elas já tenham tomado a vacina anteriormente. A Sesau recebeu mais de 80 mil doses da vacina de pólio enviadas pelo Ministério da Saúde (MS). O esquema de vacinação da pólio é composto por três doses da vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de reforço com a vacina oral aos 15 meses e aos 4 anos de idade”, informou a gestão municipal.

Também devem ir aos serviços de vacinação crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade, para realizar a atualização das cadernetas. No âmbito da Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacina, são oferecidos 17 imunizantes, tais como BCG, meningocócica e febre amarela.

“A orientação da Secretaria é que os pais ou responsáveis levem o cartão de vacina para que os profissionais do Programa de Imunização (PNI) do Recife avaliem a necessidade de cada um, de acordo com a idade e as doses já tomadas. Diferentemente da campanha contra poliomielite, como essa campanha é seletiva, não há meta estipulada pelo MS. Já a Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo é voltada para todas as pessoas de 20 a 49 anos, mesmo que já tenham tomado a vacina tríplice viral anteriormente. O PNI Recife aplicou quase 29 mil doses da vacina, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, em adultos nessa faixa etária. Ainda podem se vacinar as crianças e jovens de 5 a 19 anos que nunca tomaram a tríplice viral ou não tenham comprovação de ter completado o esquema vacinal recomendado, seja na infância ou em outro momento da vida. Quem está com as doses em dia, já teve sarampo ou tem mais de 50 anos não precisa se preocupar”, finaliza a Prefeitura do Recife.

Com informações da assessoria

As vacinas contra a Covid-19 estão sendo desenvolvidas em velocidade sem precedentes, e, além da rapidez, os projetos em andamento buscam comprovar a eficácia e a segurança de tecnologias inéditas, que, futuramente, podem modernizar outras vacinas já em uso no mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre as quase 200 propostas de vacinas em testes, 44 chegaram à fase de experimentação em humanos, chamada de estudos clínicos. Dessas, um grupo de 10 projetos atingiu a fase três de estudos, em que dezenas de milhares de voluntários são recrutados para comprovar se a vacina é mesmo capaz de proteger sem causar danos à saúde. 

##RECOMENDA##

Por ainda apresentar grande circulação do vírus, o que acelera as pesquisas, o Brasil tem sediado alguns desses testes com milhares de participantes. Receberam autorização para experimentos de larga escala no país as vacinas desenvolvidas pelos laboratórios AstraZeneca/Oxford, Sinovac, Janssen e Pfizer/Biontech/Fosun Pharma.

Com técnicas já utilizadas pela ciência ou novas formas de induzir a resposta imunológica, as vacinas que chegaram ao último estágio de testes têm um mesmo objetivo: levar ao organismo informações importantes que desencadeiem a produção de defesas ao novo coronavírus de forma antecipada. A Agência Brasil explica as principais estratégias elaboradas pelos cientistas para que as vacinas sejam eficazes e seguras.

Proteína S

Quando o corpo produz anticorpos contra um vírus ele é estimulado por estruturas específicas que compõem esses seres. No caso do coronavírus causador da covid-19, os cientistas descobriram que a proteína S, que forma a coroa de espinhos que dá nome ao vírus, é a estrutura que mais provoca o sistema imunológico a produzir anticorpos. Essa proteína também é fundamental para a infecção: é com os pequenos espinhos formados pela proteína S que o novo coronavírus se conecta às células humanas e inicia a invasão para poder se replicar.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, explica que antecipar o contato do corpo com a proteína S é uma estratégia comum aos principais projetos em curso. "As vacinas têm como alvo principal a indução de anticorpos contra essa proteína S. Os anticorpos são, em geral, neutralizantes. São capazes de neutralizar a atividade do vírus".

Vírus inativado

Entre as dez vacinas que chegaram aos estudos clínicos de fase 3, três propostas desenvolvidas na China utilizam a técnica conhecida como vacina de vírus inativado: a da Sinovac, que está em testes no Brasil em parceria com o Instituto Butantan e o governo de São Paulo, a da Sinopharm com Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, e outra da Sinopharm com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim.

A estratégia leva esse nome porque a vacina contém o próprio vírus morto, o que é chamado tecnicamente de inativado. Essas vacinas são comuns na prevenção de diversas doenças, como a poliomielite, a hepatite A e o tétano, e provocam o corpo a produzir as defesas a partir de um contato antecipado e inofensivo com o vírus.  

"Nessa tecnologia, se cultiva o vírus em laboratório, e, depois de ter uma grande quantidade, você inativa, mata o vírus em linguajar mais popular, através de temperatura ou substâncias químicas. Ele fica um vírus inteiro, morto, inativado, mas com essas proteínas conservadas e capazes de induzir uma resposta imune", explica Kfouri. "A única dificuldade é que você precisa de laboratórios com nível de biossegurança elevado para manipular o vírus vivo, precisa cultivá-lo, e tem um tempo de multiplicação desses vírus pra depois inativar. São processos que requerem um tempo maior e um nível de segurança máximo dos laboratórios, porque vão manipular vírus com potencial infectante".

Vacinas de vetor viral

Para fazer com que o corpo produza anticorpos capazes de neutralizar a proteína S, as vacinas de vetor viral não-replicante trazem uma proposta inovadora: a proteína do novo coronavírus é inserida em outro vírus, modificado em laboratório, para transportá-la para o corpo humano e não se multiplicar. Uma vez que a proteína chega ao corpo, o sistema imunológico a identifica e produz estruturas capazes de impedir sua ação no futuro, quando o novo coronavírus tentar causar infecção.

Essa tecnologia já estava em estudo para produzir vacinas contra o vírus ebola e coronavírus que provocaram surtos em anos anteriores, como o SARS-CoV-1, o que explica a velocidade com que foi possível direcionar as pesquisas ao SARS-CoV-2. Projetos como o da americana Janssen e o da chinesa CanSino utilizam adenovírus humanos para transportar a proteína S para o corpo humano. 

O mesmo propõe o Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, da Rússia, com a diferença de utilizar dois tipos diferentes de adenovírus, um em cada dose da vacina. Caso seja comprovada e registrada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina russa deve ser produzida no Brasil pelo Grupo União Química.

Já a proposta britânica da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford usa um adenovírus de chimpanzé como vetor viral. Essa vacina encontra-se em fase de testes no Brasil, e o governo federal assinou um acordo de transferência de tecnologia para que a Fundação Oswaldo Cruz possa produzi-la.

"As vacinas são de adenovírus vivo, mas são não-replicantes. Eles retiram da estrutura do adenovírus as proteínas responsáveis por sua multiplicação. Esses adenovírus são vírus de resfriado", explica Kfouri, que acrescenta que os adenovírus foram escolhidos para transportar a proteína S porque provocam pouca resposta imunológica, permitindo que o corpo concentre sua reação na proteína do coronavírus.

Vacinas genéticas

Outra tecnologia em testes, nunca antes usada em imunização, é a das vacinas de RNA ou DNA, que inserem ácidos nucléicos do novo coronavírus no corpo humano. Até este momento, apenas vacinas que utilizam RNA chegaram à fase três de estudos clínicos, e seu funcionamento prevê que, ao entrar no organismo, o ácido nucléico do novo coronavírus fará com que as próprias células humanas produzam a proteína S, que, por sua vez, desencadeará a produção de defesas no organismo.

Caso a eficácia e segurança seja confirmada, essa tecnologia é considerada mais rápida para a produção em larga escala, já que a vacina utiliza RNA sintético, o que dispensa o cultivo do vírus em laboratório. Os estudos em fase 3 que buscam confirmar a eficácia e segurança de vacinas de RNA estão sob o comando da farmacêutica americana Moderna em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, e do grupo de pesquisa que reúne a também americana Pfizer, a alemã Biontech e a chinesa Fosun Pharma.  

Kfouri explica que as pesquisas que utilizam vacinas de RNA também caminharam rápido por terem partido de estudos que já estavam em andamento para desenvolver vacinas contra outros coronavírus e o ebola. "Essa tecnologia tem um potencial de ser utilizada em muitas outras vacinas, por essa capacidade de rápida produção. Pode ser que, se der certo, a gente migre outras vacinas que a gente já usa hoje para essa plataforma".

Vacinas proteicas sub-unitárias

A quarta tecnologia que está em desenvolvimento e já chegou aos estudos de fase 3 é a das vacinas proteicas sub-unitárias, que propõem a injeção da proteína S e outras proteínas do novo coronavírus diretamente no corpo humano, sem o intermédio de vetores virais.

Entre as dez vacinas em estudos de fase três, a única desse tipo é a produzida pela farmacêutica americana Novavax.

"Elas levam pedacinhos do vírus, como a gente faz com a vacina da gripe e do HPV. A gente pega pedaços da proteína S, da proteína M, da proteína E, e faz vacinas com esses fragmentos do vírus, que também precisa ser cultivado e inativado, só que em vez do vírus inteiro, a vacina leva partículas virais, subunidades do vírus".

O Facebook anunciou nesta terça-feira (13) a proibição de anúncios que desencorajam as pessoas a se vacinarem, em meio à pandemia do novo coronavírus, em um momento em que a gigante das redes sociais disse ter "destacado a importância de comportamentos preventivos de saúde".

"Embora os especialistas em saúde pública concordem que não teremos uma vacina aprovada e amplamente disponível para covid-19 por algum tempo, há medidas que as pessoas podem tomar para se manter saudáveis e seguras", informou a empresa em um comunicado.

##RECOMENDA##

A plataforma já baniu desinformação e golpes identificados por instituições de saúde pública como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

A rede social continuará a permitir anúncios que pressionam a favor ou contra as regulamentações governamentais relacionadas à vacinação e planeja lançar uma campanha de informação pública nos Estados Unidos pressionando para que as pessoas sejam vacinadas contra a gripe sazonal.

Espera-se que as vacinas contra o coronavírus sejam essenciais para superar a pandemia e vários laboratórios estão trabalhando atualmente em seu desenvolvimento.

Os Estados Unidos encomendaram milhões de doses de vacinas atualmente em teste pela Pfizer e Moderna, mas também pela AstraZeneca, Johnson & Johnson, Novavax e Sanofi, a fim de garantir a entrega rápida de qualquer uma que faça a descoberta primeiro.

Os gigantes da tecnologia têm sido regularmente acusados de permitir o florescimento dos movimentos antivacinas.

De acordo com as autoridades de saúde dos EUA, o número de crianças que chegam aos dois anos sem qualquer vacinação atingiu mais de 0,9% entre as crianças nascidas em 2011 e 1,3% entre as nascidas em 2015.

O número de pedidos de isenções de vacinas aumentou no ano de 2017-2018 nos EUA pelo terceiro ano consecutivo.

No entanto, um grande estudo com mais de 650.000 crianças dinamarquesas que foram acompanhadas por mais de uma década chegou à mesma conclusão de vários estudos anteriores: a vacina contra caxumba, sarampo e rubéola (MMR) não apresenta risco de causar autismo em crianças, ao contrário de uma teoria defendida por ativistas antivacinas.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou nesta sexta-feira (9), que espera 2 bilhões de vacinas contra a covid-19 distribuídas globalmente pelo projeto Covax até o fim de 2021, iniciativa que conta atualmente com 171 países. Em entrevista coletiva, ele afirmou que a "melhor maneira de garantir a efetividade da vacina é fazê-la disponível a todos países". Adhanom elogiou a iniciativa da Moderna, que anunciou que não vai cobrar direitos de patente pelo seu imunizante durante a pandemia.

"Na Espanha, há grande aumento nos casos, mas não no número de mortes. É um avanço", afirmou o diretor-geral da OMS sobre a segunda onda, indicando melhora na maneira de lidar com a doença. Michael Ryan, diretor executivo da organização, afirmou que há outras alternativas efetivas na contenção de casos além dos lockdowns, que "estamos tentando evitar", indicou. "Japão e Coreia do Sul provaram que investigação de casos é eficaz", apontou Ryan, que ressaltou a importância da manutenção das atividades de rotina, em especial as escolas.

##RECOMENDA##

Ryan afirmou ainda que há bons sinais sobre a vacina Rússia, "mas mantemos nossa posição de recomendar os protocolos de segurança" e a necessidade da realização dos testes. A líder técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, afirmou: "Não temos resposta ainda sobre a duração dos anticorpos. Há diferentes sinais" com estudos não convergindo nos resultados.

O Chile autorizou nesta quarta-feira (30) o início dos testes clínicos de duas vacinas da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech e da belga Janssen Pharmaceutical Companies, destinadas ao combate ao coronavírus, informou o Ministério da Saúde.

Segundo o ministro da Saúde, Enrique Paris, cada um dos ensaios - cuja data de início não foi divulgada - vai recrutar 3 mil voluntários entre homens e mulheres com idades de 18 a 59 anos para testar os efeitos das vacinas.

"Para nós é um dia muito importante, pois começamos a aprovação destes estudos de fase clínica para que o Chile possa ajudar com seus cientistas, colaboradores e universidades", disse Paris, após anunciar os testes junto com representantes do Instituto de Saúde Pública, da Universidade do Chile e da Universidade Católica.

Enquanto isso, um ensaio da vacina do laboratório britânico AstraZeneca aguarda autorização do governo chileno.

Antes de chegar à população geral, uma vacina deve passar por pelo menos três fases de avaliação, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

Na primeira fase, a vacina em potencial é testada em grupos de 20 a 100 pessoas saudáveis; na segunda, são avaliados os efeitos colaterais e; na terceira, são realizados testes em milhares de pessoas.

Ambas as vacinas que serão estudadas no Chile estão na fase três. Os testes da Sinovac Biotech serão feitos no Instituto de Imunoterapia e Imunologia da Universidade Católica. Já a da Janssen, da multinacional Johnson & Johnson, será testada em alguns consultórios médicos nos arredores de Santiago, em parceria com a Universidade do Chile.

"A mensagem mais importante que queremos passar é que o Chile viva, visualize e sinta o que significa ter uma boa pesquisa científica e poder ter projeção no desenvolvimento tecnológico", declarou o reitor da Universidade do Chile, Enio Vivaldi.

Após a conclusão dos estudos clínicos, o Instituto de Saúde Pública vai monitorar a produção das vacinas e determinar sua segurança e eficácia para a população.

Nas últimas 24 horas, foram registrados no Chile 1.684 casos de coronavírus, alcançando um total de 462.991 infecções. No mesmo período, foram identificadas 16 novas mortes, totalizando 12.741. Esse número ultrapassaria 17 mil se fossem contabilizadas as mortes suspeitas, de acordo com o relatório diário das autoridades.

Nove diretores de empresas que desenvolvem vacinas contra a Covid-19 assinaram, na segunda-feira (7), um compromisso de respeitar o mais alto rigor científico, uma resposta implícita às preocupações surgidas nos Estados Unidos diante da pressão do presidente Donald Trump para que se autorize uma vacina antes da eleição presidencial de 3 de novembro próximo.

"Nós, as empresas biofarmacêuticas abaixo-assinadas, desejamos reiterar nosso compromisso contínuo de desenvolver e testar potenciais vacinas contra a covid-19, de acordo com altos padrões éticos e princípios científicos rigorosos", afirmaram em uma declaração conjunta os CEOs da AstraZeneca BioNTech, GlaxoSmithKline, Johnson & Johnson, Merck Sharp & Dohme, Moderna, Novavax, Pfizer e Sanofi.

No comunicado, as empresas se comprometem a "apresentar apenas um pedido de autorização, ou autorização de emergência, após ter demonstrado a segurança e a eficácia da vacina no contexto de um ensaio clínico de fase 3, concebido e realizado com o objetivo de cumprir as condições estabelecidas pelas autoridades regulatórias, como a FDA [a agência americana que regula o setor de remédios e alimentos nos Estados Unidos]".

É justamente na FDA que se concentram as preocupações de vários especialistas e ex-autoridades de saúde dos Estados Unidos, depois de a entidade ter autorizado dois tratamentos contra a Covid-19 para uso emergencial, apesar da falta de evidências rigorosas: a hidroxicloroquina (uma autorização que foi posteriormente revogada) e o plasma sanguíneo de pacientes recuperados. Ambos foram elogiados por Trump.

Nos últimos dias, o candidato democrata na disputa pela Casa Branca, o ex-vice-presidente Joe Biden, acusou Trump de "minar a confiança popular", ao falar repetidas vezes sobre a possibilidade de se ter uma vacina antes das eleições de 3 de novembro.

O diretor da FDA garantiu um processo puramente científico para julgar a eficácia de uma vacina.

Os comitês de especialistas americanos independentes supervisionam os testes clínicos das vacinas Moderna e Pfizer. A agência depende desses comitês independentes e dos fabricantes de vacinas, que devem apresentar um pedido de autorização.

De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, não se espera que os resultados desses testes sejam conhecidos até os últimos dois meses do ano.

"É extremamente improvável, mas não impossível" que haja resultados antes das eleições, disse o cientista-chefe da equipe da Casa Branca para a produção de vacinas, Moncef Slaoui, em entrevista à rádio americana NPR.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando