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Camilla de Lucas fez o termômetro da fofura explodir ao apresentar o novo cachorrinho, Barth. Nas redes sociais, a ex-BBB posou com o filhote no colo e avisou que ele é cheio de energia. Contudo, como nem tudo são flores, Camilla foi criticada por não ter adotado e sim comprado o pet da raça Border Collie.

"O novo integrante da família, que já chegou destruindo tudo", escreveu a modelo.

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Na mesma hora, os internautas comentaram:

"Abrigos lotados necessitam de adoção."

"De raça ou vira-lata? Poxa, Camilla... tanto cachorro pra adoção, tanto sofrimento e você que é uma pessoa ligada na minoria compra um? Passada."

"Não compre, adote", disse uma internauta.

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Nesta quarta-feira (23), o Grupo de Estudo e Apoio à Adoção do Recife (Gead Recife) e o Clube Carnavalesco de Alegoria e Crítica O Homem da Meia-Noite realizaram o evento simbólico de adoção do Calunguinha. A sede do Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA), na Rua João Fernandes Vieira, no bairro da Boa Vista, se transformou numa verdadeira festa de Carnaval para celebrar o amor da Adoção.

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A atividade contou com a participação de artistas pernambucanos como Rogério Rangel, Nadya Maia e Ed Carlos, que estão engajados com a causa. O evento foi a culminância da ação social realizada anualmente pelo Homem da Meia-Noite.

A parceria foi feita com o Gead Recife, que este ano completou 25 anos de atuação, sendo um dos primeiros grupos de apoio à adoção do Brasil. O objetivo da ação é trazer luz para a temática da adoção. A partir de hoje, nas redes sociais do Gead Recife e do Homem da Meia-Noite serão publicados vídeos que tratam sobre a temática da adoção.

Da assessoria

O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira (4) uma lei que impõe um carregador universal, com entrada USB-C, para smartphones, tablets e dispositivos portáteis a partir do final de 2024, uma medida que obrigará a Apple a modificar seus modelos.

O regulamento foi aprovado por maioria esmagadora de 602 votos a favor e 13 contra, com oito abstenções. A medida forçará a Apple a abandonar a entrada específica para seus modelos de iPhone, chamada Lightning.

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Durante as discussões, os eurodeputados argumentaram que a adoção de um modelo de carregador universal reduzirá a montanha de carregadores obsoletos descartados todo ano e reduzirá os custos para os consumidores.

Espera-se que a mudança economize pelo menos 200 milhões de euros (195 milhões de dólares) por ano e reduza mais de 1.000 toneladas de lixo eletrônico anualmente na UE, disse a comissária europeia de Concorrência, Margrethe Vestager.

A Apple resistiu energicamente às medidas para padronizar as entradas de carregamento para celulares e dispositivos portáteis, alegando que tal legislação prejudicaria a inovação tecnológica.

No entanto, os usuários dos modelos mais recentes do iPhone reclamam que a entrada Lightning é capaz de transferir dados em apenas uma fração da velocidade do USB-C.

Os regulamentos aprovados nesta terça-feira pelo Parlamento Europeu devem ser aplicados integralmente no prazo de dois anos para celulares, tablets, câmeras digitais, caixas de som portáteis, consoles portáteis de videogames e leitores eletrônicos, entre outros.

O acolhimento a crianças e adolescentes no estado do Rio de Janeiro começou a retornar neste ano a patamares anteriores à pandemia, revela o 29º Censo da População Infantojuvenil Acolhida no Estado do Rio de Janeiro, divulgado nesta sexta-feira (23) pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). No período de março a junho de 2019, houve 1.365 acolhimentos. No mesmo período de 2020, o número caiu para 638, o que significa redução de mais de 50% em números absolutos.

Segundo o levantamento, a redução poderia ser interpretada como um dado positivo, mas, no contexto da pandemia e do isolamento social, representa menor proteção, diante do aumento da violência intrafamiliar e das restrições da convivência comunitária. Esta edição do censo mostra que há, atualmente, 1.455 acolhidos no estado. Os dados são referentes a junho de 2022.   

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“Verificamos uma tendência de retorno ao patamar de estabilidade anterior ao início da pandemia. Se, de março a junho de 2020, houve queda de mais de 50% no número de acolhimentos no estado, agora verificamos a recuperação gradativa desses números à medida que há flexibilização das medidas de isolamento social e retorno das crianças e adolescentes às atividades presenciais”, diz o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Infância e Juventude e Gestor do sistema Módulo Criança e Adolescente (MCA) do MPRJ, o promotor de Justiça Rodrigo Cézar Medina. 

Negligência

O censo mostra que o principal motivo para acolhimento de crianças e adolescentes é a negligência dos pais ou responsáveis. Ao todo, 526 foram acolhidas por esse motivo, o que representa 36,15% do total, porcentagem que vem se mantendo ao longo dos anos. O segundo principal motivo de acolhimento é o abandono pelos pais ou responsáveis, que ocorreu com 150 crianças e adolescentes, 10,31% do total. Em seguida, vêm os abusos físicos ou psicológicos contra a criança ou adolescente, o que ocorreu com 99 deles, 6,8% do total. Pouco mais da metade dos acolhidos, 51%, não recebe visitas. 

Segundo Medina, o censo mostrou melhora no tempo de permanência das crianças e adolescentes em serviços de acolhimento institucional e também na definição da situação jurídica deles.  Em 2020, 58% estavam nesses locais há menos de 1 ano e 6 meses, que é o prazo máximo legal, em situação de acolhimento. Agora, o percentual aumentou para 66%.

“Isso significa que crianças e adolescentes estão acolhidos no estado do Rio de Janeiro dentro do prazo máximo legal e estão ficando menos tempo o serviço de acolhimento, sendo reintegradas à família, ou sendo colocadas em famílias substitutas na modalidade de tutela, guarda ou adoção”, explica Medina. 

Quanto à situação jurídica, 929 crianças e adolescentes, 64% do total, contam com ações judiciais. Por outro lado, 329, o equivalente a 23%, ainda estão sem ações ou sem procedimentos judiciais. “O 29º Censo mostra que houve também melhora significativa na definição de situação jurídica de crianças e adolescente. Quando o Ministério Público começou a fazer esse trabalho, em 2008, no primeiro censo, tínhamos 81% de crianças sem ação judicial proposta para definição de sua situação jurídica. Agora, temos apenas 36% das crianças sem ação judicial proposta, o que é um grande avanço”. 

Adoção

Do total de acolhidos, 176 estão aptos a adoção. A maior parte tem 7 anos ou mais.

Isso, segundo Medina, demonstra a importância do incentivo às adoções tardias. Apenas 12 acolhidos estão na faixa etária até 6 anos; 28 acolhidos aptos à adoção têm entre 7 e 11 anos; 66 têm entre 12 a 15 anos; e 70 têm de 16 a 18 anos incompletos.  No que diz respeito ao tempo de acolhimento dos aptos à adoção, cerca de 70% estão acolhidos há mais de 1 ano e 6 meses.

O 29º Censo também indica que 43 crianças e adolescentes (2%) foram acolhidos após tentativa de adoção mal-sucedida; 74 (5%) em virtude de guarda ou tutela para família extensa não exitosa; 46 (3%) foram acolhidos novamente em decorrência de guarda ou tutela para terceiros mal-sucedida e 15 (1%) retornaram a serviços de acolhimento, após a tentativa de reintegração aos genitores. 

O 29º Censo mostra ainda que 80% das crianças e adolescentes acolhidos são negros. No que se refere aos aptos à adoção, 40% das crianças e adolescentes são de cor preta e 44% pardos, seguindo os critérios de raça adotados na pesquisa. Para o promotor, esses dados deverão contribuir para a deliberação de políticas públicas e a realização de debates sobre a questão da desigualdade racial no estado do Rio de Janeiro. 

Sobre o desligamento das crianças e adolescentes, os dados do censo mostram que a maior porcentagem, cerca de 40%, deixaram os serviços de acolhimento por terem sido reintegrados aos genitores. Em seguida, 20% evadiram-se, ou seja, fugiram.

A colocação em família substituta, corresponde ao terceiro motivo de evasão, ocorrendo em 14,82% dos casos, 9,26% tiveram a guarda ou tutela transferida para família extensa e 4,73% atingiram a maioridade. 

O censo é realizado com base nos dados do Módulo Criança e Adolescente (MCA), que é um sistema com informações sobre a situação sociojurídica de crianças e adolescentes acolhidos no estado do Rio de Janeiro. A finalidade do MCA é gerenciar o registro, em um único banco de dados, das informações referentes a crianças e adolescentes acolhidos, bem como dos serviços de acolhimento familiar e institucional, disponibilizando-as, online, para a rede protetiva. 

Os censos do MCA são realizados nos meses de junho e dezembro de cada ano e são publicados na página do sistema. Os dados servem como subsídio para discussão e deliberação de políticas públicas para crianças e adolescentes acolhidos. A cada semestre, são produzidos 93 censos, sendo um estadual e 92 municipais, além de estudos especiais, como o da pandemia de covid-19.

O Projeto de Lei 2094/22 fixa multas para os profissionais e estabelecimentos que desrespeitarem a regra de sigilo de informações em processos de entrega direta de crianças para adoção. 

O texto prevê multas que variam de R$ 15 mil a R$ 30 mil, além de suspenção da licença de funcionamento do estabelecimento em que for realizada a adoção. As condutas serão apuradas em processo administrativo. 

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O sigilo nesse tipo de processo é garantido pela Lei da Adoção, que trata da chamada “entrega voluntária", pela qual a gestante ou mãe podem entregar seu filho para adoção em um procedimento assistido pela Vara da Infância e da Juventude. 

No entanto, a legislação não especifica quais sanções seriam aplicadas para quem descumprir essa regra.  Autor do projeto, o deputado José Nelto (PP-GO), reforçou a necessidade de garantir o sigilo nesse tipo de processo para evitar que as mães sejam tratadas de forma preconceituosa ou constrangedora. 

Tramitação

A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. 

*Da Agência Câmara de Notícias

No próximo domingo (28), a Universidade Guarulhos promove o “UNG Dog Family”, um evento especial gratuito em celebração ao Dia Mundial dos Cachorros. O encontro será realizado no campus do Centro da UNG, das 9h às 12h e terá uma série de atrações como brindes para cães, dicas sobre adestramento e comportamento animal, adoção de animais, pintura facial para crianças, entre outras.

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Data: 28 de agosto de 2022

Horário: 9h às 12h

Local: UNG Centro

Endereço: Rua Soldado Brasílio Pinto de Almeida, nº 96 - Vila Almeida - Guarulhos/SP

Entrada gratuita.

Na tentativa de conquistar mais eleitores e ligar sua imagem à dos presidenciáveis à frente da disputa, dezenas de candidatos escolheram adicionar "Lula" ou "Bolsonaro" aos seus nomes nas urnas em 2022. Ao todo, 37 candidaturas foram registradas adotando o sobrenome do presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Jair Bolsonarinho" e "Bebe Bolsonaro" são alguns exemplos. Já os que usaram o nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) totalizam 8 candidaturas.

Dentre os 37 que buscam pegar carona na onda bolsonarista, paranaenses, mineiros e paulistas são os que mais decidiram adotar o nome do atual presidente; cada um desses Estados possui cinco "Bolsonaros".

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O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), fiel aliado do atual presidente, também trocou o próprio sobrenome para o de Bolsonaro na urna ao tentar a reeleição a uma vaga na Câmara dos Deputados; ele se chamará Hélio Bolsonaro. Ele já havia feito isso nas eleições de 2018, quando se tornou o deputado federal mais votado no Rio de Janeiro, com 345.234 votos. Até então, suas tentativas de se eleger a algum cargo político não haviam obtido sucesso.

Outro candidato "próximo" do presidente é Fabiano da Rocha, intérprete de libras de Bolsonaro, e que também vai usar o nome do chefe de Estado para alavancar sua candidatura pelo Republicanos. Ele se chamará Fabiano Intérprete Bolsonaro. O levantamento foi veiculado pela rádio CBN.

O número de candidatos que optaram por usar o nome do ex-presidente Lula, no entanto, é mais tímido, e totaliza 8 pessoas. Maranhão e Santa Catarina são os Estados que mais se repetem, com duas candidaturas cada. "Lula do Assentamento" e "Alberto Inácio Lula" são exemplos.

Esses dois Estados receberam candidaturas coletivas, feitas quando um grupo de pessoas se reúne para concorrer a algum cargo. No Maranhão, há o "Coletivo Lula Presidente"; em Santa Catarina, o "Coletivo Juventude Lula".

O levantamento foi realizado a partir dos dados fornecidos pelo TSE, e foram considerados apenas candidatos que de fato alinham suas imagens com a dos presidenciáveis. A palavra 'Lula', por exemplo, é um apelido comum, usado por pessoas que não necessariamente estão ligadas ao ex-presidente.

Oficializado dois anos após a sua criação, o Grupo de Apoio à Adoção do Recife (Gead-Recife), celebra 25 anos de muitas histórias de amor e acolhimento nesta terça-feira (16). O grupo tem como objetivo a defesa do direito de todas as crianças e adolescentes de terem uma família que os cuidem, amem e protejam. 

De um tempo para cá, participar de reuniões de grupos de apoio à adoção passou a ser indicado como requisito para os pretendentes pela Varas da Criança e do Adolescente dos municípios, onde os futuros pais devem participar ao menos de quatro reuniões antes de entrar com os documentos para a habilitação à adoção.

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Além disso, depois que a habilitação estiver concluída no Sistema Nacional de Adoção (SNA), os pretendentes ainda precisam frequentar ao menos quatro reuniões por ano até a chegada do filho ou da filha. O requisito é para que os pretendentes aprimorem o conhecimento acerca da adoção. Com isso, as reuniões que tinham a participação de 30 a 40 pessoas, atualmente conta com cerca de 100. 

Dois anos antes de ser oficializado, um grupo de pais adotivos já se reuniam na cidade para trocar experiências sobre adoção, de acordo com co-fundadora da Associação Pró-Adoção e Convivência Familiar Gead Recife e uma das voluntárias executora do Projeto Adoção e Cidadania na Escola, Eneri Albuquerque. “Desde a sua fundação, o Gead Recife vem trabalhando, sem interrupções, pela causa da adoção, orientando famílias pretendentes à adoção e famílias que já adotaram seus filhos e filhas”, salientou.

Segundo Eneri, os pretendentes, que são mulheres e/ou homens que querem adotar um filho, procuram o grupo inicialmente para se informar sobre como lidar com a filiação adotiva. 

Também fundador do projeto, o psicólogo, filósofo, teólogo, psicoterapeuta e diretor-técnico do Gead, Luiz Schettini Filho, salientou que o grupo se propõe a ouvir a experiência de pessoas que adotaram e estão na expectativa de receber os filhos adotados. “E as experiências que são trocadas não se somam, elas se tornam experiência maior do que cada uma delas isoladamente é. Nesse sentido, a gente percebe a importância de um grupo como o Gead, que produz reflexos, às vezes, tão grandes e intensos que a gente não tem capacidade de medir”.

“A gente mede o alcance e a resultante que um grupo faz para aqueles que pertencem a um grupo, e para o que ultrapassa a individualidade de cada um, que é o que forma o Gead, que tem feito isso há muitos anos e a gente constata uma forma muito boa. Isso nos dá ânimo para continuar pertencendo ao Gead e multiplicando os grupos de apoio e ajuda de pais adotivos”, confessou. 

Já a psicóloga, vice-presidente e diretora de Relações Institucionais, Suzana Moeller Schettini, reforçou que os pretendentes são preparados para adoção com orientações sobre as especificidades da família adotiva. “Adoção é um caminho diferente. Não é a mesma coisa que a filiação biológica. Têm características, especificidades que precisam ser levadas em conta, principalmente o fato de que a criança já vem com uma história. Quanto mais idade ela tiver, mais história ela terá. As pessoas precisam aprender a lidar com as histórias das crianças que não são boas, são sempre traumáticas, de negligência, abandono, abuso. É um caminho diferente”, elucidou. 

Sobre a exigência da Vara da Criança e do Adolescente, Suzana explicou que, participando dos encontros do Grupo de Adoção, os pretendentes têm uma possibilidade maior “de amadurecer o seu projeto adotivo”. “Isso é natural. Quando começa o processo eles não sabem nada de adoção, ainda estão muito verdinhos. Nesse projeto, frequentando o grupo, ouvindo os pais adotivos, as palestras, eles vão amadurecendo. Muitas vezes têm condições de reformular o perfil da criança adotada. É muito interessante o papel do Gead na vida dos pretendentes à adoção, além de ser super importante”, contou. “A adoção é um caminho fantástico e muito prazeroso, mas eles [os pretendentes] precisam estar preparados para este caminho, senão as dificuldades podem acontecer”, complementou. 

Além de conscientizar sobre a adoção, Suzana ainda foi responsável por criar no Gead o Núcleo de Apoio no Pós-Adoção (Napa), do qual é coordenadora e que atua depois que a adoção é concluída. O Núcleo é um convite para que os pais continuem frequentando o Gead, por conta de todo o misto de emoções e surpresas do processo educativo. “Muitas vezes descobrimos aspectos sobre nós mesmos que não conhecíamos antes do grupo de pós-adoção que temos no Gead, que é o Núcleo de Apoio do Pós-Adoção (Napa), que funciona uma vez ao mês para que os pais compartilhem as dificuldades e desafios com outros para que se sintam mais seguros e confortáveis”, afirmou Suzana, que coordena o Napa. 

“Eles precisam da estratégia correta para saber lidar com essas crianças que têm traumas, que nunca foram amadas. Precisam aprender a lidar com crianças que nunca tiveram noção de família e estão nascendo novamente na família adotiva, que é um segundo nascimento. O pós-adoção é um trabalho fundamental para o sucesso da adoção”, lembrou. 

A jornalista, mãe de Lucas, Lorena, Sofia e Theo, Thabata Alves, conheceu o Grupo de Adoção em 2013, quando procurou a Vara de Paulista para se habilitar para adoção. Na época ainda não havia a exigência do requisito de participar das reuniões do Gead, mas ela fez questão de conhecer o grupo para se informar mais sobre o universo da adoção e passou a frequentá-lo até hoje onde, desde 2014 começou a atuar na diretoria de Comunicação. 

“Além de entender sobre adoção, eu tinha a minha vontade de me tornar mãe por adoção porque não queria mais tentar ter filhos por via biológica, pois já tinha perdido dois bebês. Eu não sabia nada do universo e fui aprendendo com os depoimentos de outros pais, como Suzana e Dr. Luiz, que são psicólogos e, além de atuar na adoção há muitos anos, também são pais por adoção”, expôs. 

Para ela, todo o processo maternal biológico é vivido de uma forma diferente no processo de adoção. “Ali [no Gead] é onde a gente faz o nosso pré-natal, que na parte biológica é feita no médico. Ali, as outas pessoas vão fortalecendo o desejo de maternar e paternar através da adoção, que é só uma maneira simbólica de tornar pai e mãe; como o parto também é só uma maneira simbólica de tornar pai e mãe, porque vai além de como isso seja realizado: no parto ou numa assinatura de processo”, exteriorizou. 

Thabata reforçou que as crianças adotivas não chegam sem história, sem passado, como se fossem uma folha em branco. “Ela tem uma história e precisa ser respeitada”, cravou. “Hoje eu vejo que precisamos dizer aos outros que não pode ser assim, de vir comentários infelizes seja por pessoas da rua e também por pessoas da família, por isso eu levei a minha família nessas reuniões, porque entendia que as crianças tinham que conviver com eles e eles os familiares precisavam estar preparados para recebê-las”. 

A jornalista não vê como opção e nem estratégia esconder da criança que ela é adotada. “Muita gente ainda tem essa mentalidade de a criança chegar e querer esconder que ela veio por meio da adoção. A criança sente por qualquer idade que tenha, que alguma coisa não está totalmente dita, e isso é muito danoso. E eu posso contribuir com isso dividindo a minha história, ajudando as pessoas quando me procuram”, detalhou. 

“Crianças pequenas, grandes, bebês, macrocefálicas, autistas, adolescentes, rebeldes, filhos de usuários de crack, todos precisam ter uma família, e a gente luta todos os dias para que eles tenham da maneira adequada, como eles merecem”, finalizou sobre a atuação do Gead Recife. 

O professor universitário Charles Ricardo Leite, hoje com 42 anos, fez parte do quadro de milhões de crianças que cresceram sem a figura paterna. Quando tinha 10 anos de idade, o seu genitor separou-se da mãe e nunca mais apareceu. Por questões que só a vida explica, pouco tempo depois ele perdeu a matriarca e foi morar com os avós - se sentia órfão até o dia que resolveu ter um filho por via adotiva. 

Aos 37 anos, entendeu que estava na hora de construir a sua família, e nela tinha que existir a relação que ele mal lembrava como era: a de pai e filho. Foram necessários vários anos de amadurecimento até que em 2017 ele deu o primeiro passo para o processo de adoção. No início escolheu que queria uma criança pequena, de até sete anos de vida, por achar que até essa idade seria mais fácil e possível surgir a conexão genuína do paterno.

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Enquanto o processo para a adoção rolava, descobriu o apadrinhamento afetivo, uma forma de permitir que a criança que aguarda por um lar tenha a convivência familiar possibilitada, mas inicialmente sem o objetivo da adoção. Neste caso, um perfil diferente daquele desejado pela pessoa que quer adotar é apresentado pelas casas de apoio.

Em agosto de 2017, José Matheus foi apresentado ao Charles - os dois ainda sem saberem que já estava rolando uma “gestação”. “Eu conheci o José Matheus, que tinha 11 anos na época, e já morava há quase seis anos nas casas de acolhimento. De origem do Mato Grosso do Sul, tinha vindo para Pernambuco na tentativa de convivência com alguém do grupo familiar de origem, mas essa tentativa não deu certo e ele voltou para o acolhimento”, detalha o professor.

Sabendo um pouco das idas e vindas do pequeno, se sentiu tocado e decidiu que ele seria o seu primeiro apadrinhado. “Ele passou muito tempo no acolhimento convivendo com outras crianças, sem os estímulos necessários, então ele era bem infantilizado. Isso pra mim causou uma certa identificação porque eu comecei a perceber que, apesar de ter me habilitado para uma criança menor, eu vi que com ele talvez eu fosse conseguir viver algumas experiências que esperava viver com o meu filho”, ressalta Charles.

Mesmo pequeno, Matheus já tinha passado por coisas que nenhuma criança deveria passar. Ciente da história de solidão, Charles se comoveu e chegou a lembrar de sua infância. “Eu sou órfão, então aquela história dele é como se tivesse tocado um pouco na minha orfandade. Eu perdi minha mãe muito jovem, não convivi com o meu pai, então aquilo me comoveu muito. Naquele momento eu pensei que poderia sim levar para minha casa aquela criança, como afilhado a princípio”. 

Mas esse apadrinhamento não durou muito. Digamos que depois de alguns encontros entre os dois, o tempo de amadurecimento do “bebê” já havia se completado e a bolsa com o líquido amniótico havia estourado. A gestação tinha chegado ao fim e estava na hora da criança conhecer a sua família, neste caso - o seu pai. 

Charles percebeu que Matheus era o seu filho que o universo deixou perdido por um tempo e estava a procura dele. “Eu queria ressignificar as minhas dores, minha história e viver o que eu não vivi a partir dessa experiência do que é ter um filho. Eu queria ter essa experiência a partir da educação dele”, comenta.

“Mesmo ele tendo 11 anos, eu achei que deveria ter uma conversa com ele e perguntei: eu queria saber o que você acha se eu solicitar a sua adoção. Não serei eu quem vai decidir, vai ser a juíza, mas eu queria saber. Tu acha que iria gostar de ser meu filho?”, lembra. E, claro, a resposta do pequeno foi positiva.

“Ele participou muito da adoção, então quando ele veio morar comigo, uma das coisas que ele trouxe pra mim foi: ‘eu poderia [continuar] te chamando de tio e te chamar de pai quando eu me senti à vontade?’. Eu disse que claro. Continue me chamando de tio e quando você se sentir à vontade, me chama de pai”, recorda o professor.

Em dezembro de 2017, aquele menino que um dia sonhou em construir um laço de amor paternal conseguiu a guarda da criança que, assim como ele, sonhava com uma família para chamar de sua. Com a paternidade ativa, Charles percebeu as obrigações que o filho traz e de como isso era prazeroso e importante para a maior conexão entre eles. 

Sempre que tinha um tempo livre, pai e filho iam passear no shopping. Foi em um desses passeios que o Matheus se sentiu à vontade para chamar Charles de pai pela primeira vez. Isso foi um impacto para o professor, que sem saber como reagir, preferiu manter uma neutralidade no momento.

“Ele parou e disse: ‘você ouviu do que chamei o senhor?’ Eu disse que tinha visto e ele perguntou porque eu não falei nada. Eu respondi que achei muito bonito e fiquei muito emocionado. A partir deste momento ele virou a chave, como se ele tivesse se autorizado a me chamar de pai”, assegura.

De lá pra cá já se passaram cinco anos que pai e filho se encontraram e estão, a cada dia, ensinando um ao outro o que é o amor.

Registro

José Matheus agora tem o nome do pai em seus documentos, mas essa não é a realidade de milhares de bebês que nasceram no início deste ano.

De janeiro a abril deste ano, os cartórios brasileiros registraram o maior número de recém-nascidos identificados somente com o nome da mãe. Foram 56,9 mil bebês que contam apenas com mães solos, registro maior do que nos anos anteriores. 

De acordo com o levantamento, em 2018, foram registrados 51,1 mil recém-nascidos somente como o nome materno. No ano seguinte, foram 56,3 mil. Em 2020, o número diminuiu e passou para 52,1 mil. Em 2021, 53,9 mil crianças não tiveram o pai reconhecido na certidão de nascimento. 

Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) e obtidos a partir do Portal da Transparência do Registro Civil.

De acordo com regras determinadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), caso o pai não queira reconhecer o filho, a mãe pode indicá-lo com genitor no cartório, que deverá comunicar o fato aos órgãos competentes para início do processo de investigação de paternidade.

*Dados divulgados pela Agência Brasil

Ainda pouco conhecida da população, a entrega voluntária de crianças recém-nascidas para adoção é um procedimento legal, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado para oferecer alternativa ao simples abandono ou até mesmo a esquemas irregulares de adoção.

O tema ganhou destaque depois que a atriz Klara Castanho, de 21 anos, revelou no mês de junho, em rede social, ter aderido ao procedimento após ter sido vítima de estupro. O caso foi divulgado por colunistas sociais.

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A lei, contudo, garante o sigilo total à mulher grávida que faça a entrega voluntária, incluindo o segredo sobre o próprio nascimento da criança. A ideia é proteger a gestante que não possa ou não queira ficar com o bebê, garantindo que ela depois não será responsabilizada.

Ao manifestar em qualquer hospital público, posto de atendimento, conselho tutelar ou outra instituição do sistema de proteção à infância a vontade de fazer a entrega, a gestante deve ser obrigatoriamente encaminhada ao Poder Judiciário. Tudo deve ser supervisionado por uma Vara da Infância e acompanhado pelo Ministério Público.

A legislação prevê que, nesses casos, a mulher deve ser atendida por uma equipe técnica multidisciplinar, composta por profissionais de assistência social e psicologia. A equipe produzirá um parecer para o juiz, que em audiência com a gestante dará a palavra final sobre a entrega.

Caso haja concordância de todos, a criança é encaminhada para acolhimento imediato por família apta, que esteja inscrita no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). A mãe biológica tem dez dias para manifestar arrependimento. Depois desse prazo, perde os direitos familiares sobre a criança.

Todo o procedimento foi inserido no ECA pela Lei 13.509/2017. Neste semana, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou que está em fase final de elaboração norma destinada a detalhar ainda mais os procedimentos para a entrega voluntária no âmbito dos tribunais de Justiça.

Segundo dados do SNA, a procura pelo mecanismo tem crescido nos últimos anos. Em 2020, foram registradas 1.012 entregas voluntárias no país, número que subiu para 1.238 em 2021. Neste ano, 484 crianças foram recebidas para adoção até o momento.

Registrar o filho de outra pessoa como seu, atribuir o parto alheio como próprio ou ocultar criança para que não seja registrada são crimes previstos no Código Penal, com pena de dois a seis anos de reclusão.

Também é crime prometer ou efetivar a entrega de criança mediante pagamento ou recompensa, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão, mais multa. Incide na mesma pena quem recebe o menor. O abandono de incapaz e de recém-nascido também é crime previsto no Código Penal.

Neste domingo (3), foi aplicada a prova da primeira etapa do XXXV Exame de Ordem Unificado. Nessa fase, há questões de diversas áreas do direito, como Civil, Penal, Tributário, Constitucional e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Trazendo uma temática atual, lembrando o caso envolvendo a atriz Klara Castanho, uma questão abordou o siligo durante o processo de adoção. No quesito 42, da prova branca, o enunciado fala sobre Eduardo, que foi adotado quando criança e, aos 19 anos, manifesta o desejo de conhecer a família biológica.

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Confira a questão:

Na última semana, o Brasil inteiro voltou a atenção à sequência de violações de direitos civis empregada contra a atriz Klara Castanho, de 21 anos, que teve sua experiência com uma gestação oriunda de estupro exposta a nível nacional. A artista, que precisou levar a gravidez adiante, optou por realizar a entrega voluntária do bebê à adoção, um recurso permitido por lei e que garante o sigilo das identidades da mãe e da criança, independentemente de haver situação de violência sexual envolvida. 

A quebra do sigilo e vinculação da imagem do bebê à genitora foi somente um dos erros do processo exposto na situação de Klara. Em uma semana em que o país estava debatendo também as circunstâncias cabíveis à realização do aborto, o debate geral abordou questões relacionadas à maternidade e à legitimidade da entrega legal. 

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Há cinco anos, a Lei 13.509/2017, chamada de “Lei da Adoção”, alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e incluiu a chamada “entrega voluntária", que consiste na possibilidade de uma gestante ou mãe de entregar seu filho ou recém-nascido para adoção em um procedimento assistido pela Justiça da Infância e da Juventude.  

Segundo dados do SNA, o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, foram registradas 1.238 entregas voluntárias no ano passado. Até maio de 2022, foram recebidas 484 crianças com adoções já encaminhadas. Apesar de invalidado por muitos setores sociais, o processo é legítimo, um direito civil e conta com diversos profissionais, desde assistentes sociais a psicólogos e promotores que representam o interesse de menores, além de ser considerado a opção mais responsáveis às mães que, seja por qual razão for, não têm condições de oferecer o melhor aos filhos. 

“De uma maneira geral, as mães sentem culpa até em situações corriqueiras. A culpa é o sentimento mais sofrido para o ser humano. No caso da entrega voluntária, a dor pode ser ainda maior, o suporte psicológico para as genitoras é baseado na constatação da realidade, trabalhando com evidências que comprovem que esta foi a melhor escolha para o desenvolvimento da criança. A terapia permite que a paciente trabalhe a culpa a partir de técnicas específicas para trabalhar as emoções traumáticas proporcionando o alívio desta dor ao longo do processo”, explica a psicóloga Juliane Verdi Haddad, especialista em ansiedade e estresse. 

Para a psicoterapeuta, o acompanhamento psicológico, apesar de sempre ser benéfico, é muitas vezes dispensado por gestantes e puérperas. A profissional indica o acompanhamento terapêutico para as gestantes que entregaram bebês à adoção, especialmente após o processo ser iniciado. 

“O impacto da entrega para adoção na vida de uma mulher pode ser devastador dependendo da condição psicológica desta mãe e do contexto em que ela teve que fazer esta entrega. Mas, assumir uma gestação e uma vida com a criança sem ter o preparo emocional para isso ou em condições traumáticas como um estupro, com certeza é prejudicial e muito pior para a criança, a mãe e todos da família, pois esta criança não terá suas necessidades básicas psicológicas satisfeitas, e poderá se tornar um adulto com a autoestima muito baixa”, esclarece Juliane Haddad, que também alerta para a possibilidade de desenvolvimento de outras psicopatologias. 

Como funciona a entrega legal? 

A entrega legal ou voluntária de bebês para adoção está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente e, ao contrário do que muitos pensam, não precisa envolver uma situação de violência ou vulnerabilidade para ser aprovada. É possível comprovar inaptidão e impossibilidade de prosseguir com a maternidade de diversas formas e todo o processo é acompanhado pelo Ministério Público, além de varas judiciais voltadas ao tema. 

“A mulher pode manifestar o interesse de entregar o filho para adoção antes ou logo após o parto. Essa iniciativa pode acontecer no hospital, postos de saúde, CREAS, Conselhos Tutelares. Essa mulher será encaminhada à Vara da Infância e Juventude da sua cidade, onde será ouvida pela equipe técnica (psicólogo e assistente social), que analisará o seguinte: se a mulher está convicta e se está em condições de tomar essa decisão. A equipe técnica vai elaborar relatório para ser entregue ao/à juiz/a da Vara da Infância”, informa a assistente social Alba Bezerra, que também é secretária da Mulher e Desenvolvimento Social no município de São Lourenço da Mata, no Grande Recife. 

A profissional esclarece que o processo não acontece da noite para o dia, nem mesmo com a aprovação, e que são necessários trâmites judiciais até a chegada ao serviço de acolhimento. “Caso a mulher esteja convicta da doação, haverá uma audiência, e confirmado o desejo, a intenção de doar o filho, o/a juiz/a profere sentença extinguindo o poder familiar. Após essa audiência a criança é enviada ao Serviço de Acolhimento Institucional, sendo também incluída no Cadastro do Sistema Nacional de Adoção”, conclui Alba. 

Como recorrer legalmente? 

— Com a palavra, dra. Lorrana Gomes, advogada e consultora jurídica (OAB-MG), entrevistada pelo LeiaJá 

LeiaJá: De que forma a lei prevê o direito à entrega voluntária de bebês à adoção?  

Lorrana Gomes: No ECA, no artigo 19A, está escrito assim: “a gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude." Se a gestante ou a mãe que acabou de ter o filho tiver interesse de entregar o filho para adoção, não tiver interesse em ficar com a criança, ela vai ser submetida a um processo judicial que tramita em sigilo perante a Justiça, para que ela seja submetida a todos os tipos de intervenções dentro desse processo. Então, ela abre mão do poder familiar sobre essa criança, que é como se fosse o direito dela sobre a criança, em prol desta criança ser entregue à adoção. 

A gente tem algumas especificidades, algumas preferências, por exemplo, se a criança tiver paz, se tiver avó que queira, tem algumas preferências. No geral, não tiver a possibilidade, a criança é entregue. Aí é feito um outro processo com pessoas que têm interesse em adotar, que são submetidas a um processo de habilitação, averiguação, e que depois vão pra uma fila e aí é entregue a criança àquela família que está nessa fila de adoção e que a escolheu com as características previstas. 

LeiaJá: Casos que envolvem constrangimento e exposição pela atitude de entrega voluntária podem fomentar uma batalha legal? Como as mães podem recorrer nestes casos?  

LG: A lei trata dessa questão do sigilo para poder resguardar tanto a criança, quanto a família daquela criança e mesmo a mãe (biológica), por uma questão de direitos dos vulneráveis, e de direitos da família também, por se tratar de uma questão íntima. Todos os casos que envolvem direito de família, tais como casamento, divórcio, guarda, alimentos, tudo isso no direito tramita em segredo de justiça, porque se trata de uma relação pessoal. A quebra do sigilo levanta uma questão de luta social. A gente, assim, tem a noção de que o sistema está falho de alguma forma, porque esse sigilo não foi resguardado, e aí é necessária a intervenção das autoridades, do Ministério Público, a fim de que se averigue uma forma de tampar essa brecha, para que isso não ocorra de novo, principalmente por se tratar de uma criança, que não tem como se proteger. 

Tem também a penalização. No caso da penalização, a gente tem que averiguar de quem foi efetivamente a culpa. No caso de Klara Castanho, por exemplo, se foi um profissional da saúde, aí vai ser investigado e se constatado que foi, ele deve ser submetido às penalizações da própria categoria, porque existe um Código de Ética. Não só nesse caso, porque, por exemplo, se uma pessoa tem uma doença, um profissional da saúde não pode expor essa doença para terceiros. Se esses desvios são comprovados, é possível entrar com o processo de reparação civil contra esse profissional e requerer uma indenização pelo transtorno. É possível também a responsabilização do hospital, que responde, em determinadas circunstâncias, pelos profissionais contratados. 

LeiaJá: Como reconhecer um comportamento antiético e que viola os direitos da mulher e do bebê nesses casos?  

LG: Qualquer coisa que viole o sigilo já é antiética e antijurídica, além de ilegal. Mas também quando a mulher, família ou criança se sentem, de qualquer forma, violados ou incomodados. A partir do momento que aquele comportamento, no atendimento médico ou em qualquer lugar neste procedimento, incomoda a mulher, ali pode ter alguma coisa. O direito nasce com uma provocação, a pessoa deve levar isso ao Poder Judiciário, em regra. Aí será averiguado se houve ou não irregularidade, mas a identificação vem através do incômodo mesmo. Procurar um advogado e orientação, porque possivelmente há, ali, uma situação que pode ser judicializada. 

LeiaJá: Quais os direitos atribuídos ao bebê? 

LG: O direito nasce com a criança, com o nascimento com vida. Mas a lei põe a salvo o direito do nascituro, que ainda está na barriga da mãe, pois ali há uma perspectiva de direito. Se acontece algo com uma mulher que não está gestante, o procedimento é um, mas para uma gestante, há o interesse nos direitos dela e também nos que afetam a saúde do feto. Existe essa discussão de quando começa a vida, existe também a hipótese do aborto, mas não quer dizer que existe ou não a vida ali, e nem que não há a proteção do bebê, mas no direito há o balanceamento dos interesses.

Por exemplo, se coloca na balança se a mulher foi estuprada, a condição psicológica dela, de que forma ela irá conviver com essa gestação e o impacto da continuidade da gestação na vida dela; e do outro lado da balança, o direito do bebê. Nesses casos mais complexos, para o direito, é mais importante a mulher. Mas não quer dizer que a proteção do bebê inexista, mas a situação específica será priorizada. Para o direito, o ideal é tentar salvar os dois, por isso a adoção é tão valorizada. 

 

Nas últimas semanas o tema adoção vem sendo muito debatido, especialmente nas redes sociais. A adoção é um processo legal regido pelo que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entendida como um direito a criança ou adolescente que perdeu a proteção de seus pais biológicos.  

O ato requer um longo processo, com etapas a serem cumpridas, para estar de acordo com a lei. Com o intuito de explicar como funciona a adoção e de que maneira esse tema pode cair no Exame de Ordem da OAB, o LeiaJá convidou a professora de Direito Civil e ECA, Luciana Garret.  

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Procedimento de dar em adoção 

“No momento em que aquela gestante manifesta o seu interesse em dar o seu filho para a adoção haverá o encaminhamento. Se ela apresentar o interesse no hospital, ele será encaminhado a Vara da Infância e Juventude para que a mãe tenha acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, como psicólogo e assistente social”, explica Luciana Garret. 

Após o processo com a equipe multidisciplinar e a certeza da entrega legal para adoção, será marcado a audiência com o juiz para verificar a certeza do processo de entrega da criança.  

Sentença de arrependimento  

Segundo Luciana, após a sentença proferida ainda cabe um prazo, de dez dias corridos, de arrependimento, sendo possível mudar de ideia nesse período estipulado.  Após o prazo o bebê será encaminhado para ser adotado por pessoa ou um casal inscrito no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.  

Quem pode adotar 

Luciana Garret explica que, para estar apto a adotar uma criança ou adolescente são necessários alguns requisitos a serem cumpridos. Confira quais são as obrigações para o adotante: 

Não importa o estado civil; 

Seja uma pessoa idônea; 

Pelo menos 18 anos completos; 

Haja uma diferença mínima de 16 anos entre o adotante e o adotado. 

Vale ressaltar que é possível que haja adoção com maiores de 18 anos, no caso de haver pedido anterior de guarda e tutela.  

Colocação em família substituta 

“Sempre buscamos manter as relações familiares. Eu costumo dizer aos meus alunos que o lugar da criança e do adolescente é na família, então quando pensamos em uma colocação em família substituta, de caráter definitivo, existe todo um procedimento a ser seguido para que exista a certeza naquela escolha”, destaca Garret. 

Diante do processo existem três situações que podem existir, sendo elas a guarda, a tutela e adoção. Entenda como funciona em cada um dos casos: 

Guarda: Esse caso pode acontecer quando a criança ou adolescente se encontra, por exemplo, com os avós, quando o pai ou a mãe estão momentaneamente inaptos. Sendo de um caráter mais provisório; 

Tutela e Adoção: Nos dois casos haverá a perda do poder familiar, ou seja, a criança ou o adolescente irá perder todos os vínculos com a família biológica. Sendo um caráter mais definitivo. A diferença entre as duas é que na tutela, o tutor não será pai ou mãe do menor tutelado.  

Segundo Luciana, é importante levar em consideração o ART. 1.638, do código civil e o ART.23, parágrafo 2 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para entender outras hipóteses que podem ocasionar a perda do poder familiar.  

Família extensa 

Como foi destacado por Garret, o ECA sempre irá priorizar pelas relações familiares. Segundo o ART. 25 parágrafo único do Estatuto, a família extensa é o conceito que se diz respeito aos parentes paternos ou maternos que tenham vínculo de afinidade com o menor.  

Nesse caso, haverá um estágio de convivência de 90 dias, podendo ser prorrogado por igual período. “Durante esse tempo, a ideia é que ele [familiar] conviva com o adotante para descobrir se essa adoção será uma boa escolha. Porque uma vez adotado, não poderá voltar atrás”, explica Luciana.  

Se caso o familiar não residir no Brasil, que será configurada como adoção internacional, o tempo de convivência será de 30 a 45 dias prorrogáveis por igual período.

Três crianças são entregues voluntariamente para a adoção por dia no Brasil. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que de 2020 a maio deste ano foram registradas 2.734 entregas desse tipo, que são previstas pela lei. Para especialistas, o número poderia ser maior, se houvesse mais informação para as mães e menos estigma sobre as decisões.

O tema entrou em evidência após a atriz Klara Castanho ter sua opção de entrega para adoção exposta, contra a sua vontade, na internet. Ela, de 21 anos, foi vítima de estupro, descobriu a gestação de forma tardia e procurou a Justiça para garantir que a criança fosse adotada por outra família.

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SIGILO

A entrega voluntária é um procedimento legal, não configura crime nem abandono. Já a divulgação dessa informação, como ocorreu com Klara, é proibida. Apesar de legalizado e apoiado pelos Tribunais de Justiça, mulheres que optam pela entrega voluntária sofrem constrangimentos e pressões para desistir da ideia. Desde 2017, uma lei federal deixa clara a possibilidade de que uma grávida manifeste interesse em entregar o filho para adoção. Esse direito deve ser garantido em qualquer circunstância e não depende de ter sido vítima de violência ou não ter condições econômicas.

Não há dados sobre o perfil das mulheres que realizaram entrega voluntária no Brasil, mas juízes e assistentes sociais afirmam que é comum receber mulheres que já têm algum tipo de informação sobre o procedimento. A comunicação sobre a intenção de entrega voluntária pode ser feita pela grávida na Vara da Infância e da Juventude ou a qualquer serviço público, como hospitais, escolas e conselhos tutelares. "Muitas chegam com informação porque procuraram, pesquisaram. Podem ter sido vítimas de abuso sexual e encaminham para a entrega porque quando chegam ao serviço já não conseguem o aborto", diz Angélica Gomes, assistente social do Tribunal de Justiça de Minas e assessora técnica de serviço social da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção. "Às vezes universitárias, bebês de relacionamentos extraconjugais."

PROCEDIMENTO

Se a Vara da Infância já foi informada sobre essa decisão, deve comunicar ao hospital provável de nascimento para que também se prepare para acolher a gestante. Ela tem o direito de não amamentar nem ver o recém-nascido. Caso a manifestação de interesse de entregar a criança ocorra apenas na hora do parto, a maternidade deve acionar a Justiça para garantir que a entrega aconteça de forma legal. O bebê é encaminhado para acolhimento, enquanto a genitora confirma em audiência a intenção de entregar a criança. Só então o bebê é levado à família adotiva.

O processo visa a evitar situações chamadas de "adoção à brasileira", quando um recém-nascido é entregue de forma irregular a uma família que se passa pela biológica. Segundo Silvana do Monte Moreira, presidente da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), ainda é comum que profissionais de saúde façam essa intermediação irregular, fora do olhar da Justiça. O problema disso é que nem sempre a família que recebe uma criança nessas condições está preparada ou tem boas intenções. Já as cadastradas na Justiça para adotar passam por cursos e avaliações psicológicas.

SEM ABANDONO

A entrega voluntária também ajuda a evitar situações de abandono de bebês. Segundo a juíza Samyra Remzetti Bernardi, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e integrante do Fórum Nacional da Infância e da Juventude do CNJ, hoje no Brasil são oito crianças abandonadas por dia - número maior, portanto, do que a de entregues regularmente à adoção.

JULGAMENTO

A entrega voluntária encontra resistências. Nem todos os profissionais que atendem a mulher tratam essa situação como um direito, diz Silvana. "Sempre que possível, as pessoas tentam insistir para que a mulher fique com o rebento indesejado". Para ela, há um "mito" do amor materno que impede de tratar esses casos sem julgamentos. O CNJ documentou em relatório deste ano tentativas de demover as genitoras da decisão de entregar a criança para adoção. Em um dos casos, um conselheiro tutelar argumentou a uma mulher que "onde come um, comem dois".

Em outra situação, uma mulher havia tentado fazer um aborto, sem sucesso, e pediu sigilo sobre a decisão de entregar a criança para a adoção, mas o nascimento foi relatado à família por uma médica. Também ocorrem sugestões para que a mulher amamente contra a vontade. Mulheres de cidades pequenas buscam outros municípios para a entrega, a fim de garantir sigilo. "Elas têm medo do julgamento", diz Angélica.

Falta de formação e de pessoal são gargalos

Além dos julgamentos à mulher, a entrega voluntária para a adoção enfrenta gargalos técnicos. O atendimento à grávida ou à mulher que acabou de dar à luz deveria ser rápido e contar com equipe multidisciplinar, o que nem todas as localidades têm. Varas que não são exclusivas para Infância e Juventude vivem o desafio de priorizar esses casos em meio a processos de outras naturezas também urgentes, diz Hugo Zaher, juiz da Infância e Juventude de Campina Grande (PB) e presidente do Fórum Nacional da Justiça Protetiva.

Há também a necessidade de formação para profissionais de saúde, conselheiros e demais envolvidos no atendimento à mulher para conhecerem essa possibilidade e encaminhar os casos. Maternidades, por exemplo, devem estar preparadas para atuar caso uma mulher manifeste a intenção de entregar a criança para a adoção no momento do parto. Juízes relatam alta rotatividade de equipes, o que dificulta a formação dos quadros para lidar com essas situações.

TJs

Tribunais de Justiça em todo o País têm feito palestras e cartilhas de orientação à sociedade. Uma resolução em debate no CNJ visa a dar uniformidade aos procedimentos de entrega voluntária e detalhar questões relacionadas à capacitação de profissionais e às formas de atendimento à mulher quando ela é encaminhada a uma Vara da Infância e Juventude. O texto recebeu quase 300 sugestões e ainda será votado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A entrega voluntária de bebês à adoção não é crime. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), "a gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude". O sigilo no processo é direito da gestante e também da criança.

No sábado (25), a atriz Klara Castanho revelou ter engravidado após estupro e entregue a criança à adoção. "Procurei uma advogada e conhecendo o processo, tomei a decisão de fazer uma entrega direta para adoção. Passei por todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juíza, audiência - todas etapas obrigatórias", escreveu em carta aberta.

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A indicação de vontade de fazer a entrega voluntária pode ser feita em órgãos de assistência, como o Ministério Público, Centro de Referência da Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Conselho Tutelar, por exemplo. A gestante, então, é ouvida por "equipe interprofissional" da Justiça da Infância e da Juventude.

Conforme especialistas ouvidos pelo Estadão, o pai e os avós ou tios - família extensa - podem ficar com o poder familiar ou a guarda do bebê. Caso trate-se de estupro ou não haver a indicação de genitor e representante da família extensa apto, ocorre a destituição familiar e a criança é colocada sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade de acolhimento familiar. Em momento algum o pequeno fica desamparado.

Para proteção da criança e da gestante, o processo ocorre em sigilo. Klara, porém, denuncia ter tido esse direito desrespeitado. "No dia em que a criança nasceu, eu, ainda anestesiada do pós-parto, fui abordada por uma enfermeira que estava na sala de cirurgia. Ela fez perguntas e ameaçou: 'Imagina se tal colunista descobre essa história'." Ao chegar no quarto, deparou-se com mensagens do colunista, com todas as informações. Um segundo blogueiro buscou-a também dias depois.

"Apenas o fato de eles saberem, mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos, nem tiveram respeito por mim e nem pela criança", desabafou.

No domingo (26) o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) declarou que vai apurar denúncia feita pela atriz. "O conselho seguirá os ritos e adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional", disse, em nota.

Klara publicou a carta após youtuber Antonia Fontenelle dizer em live que "uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção". O colunista Leo Dias, por sua vez, publicou um texto chamado "Estupro, gravidez indesejada e adoção: a verdade sobre Klara Castanho" que foi apagado após pressão de internautas.

Gestante tem direito de não exercer maternidade, dizem especialistas

"A gestante tem direito de não exercer a maternidade. Tendo sido ou não vítima de estupro", destaca o advogado Ariel de Castro Alves, presidente da Comissão Especial de Adoção e Direito à Convivência Familiar de Crianças e Adolescentes da OAB-SP. A previsão legal da entrega, diz, é importante "para evitar procedimentos de aborto, que são sempre traumáticos para a gestante e familiares, e situações de abandono de crianças."

Alves frisa que a criança não fica desamparada e destaca que as recém-nascidas são "rapidamente adotadas". "A maioria dos pretendentes à adoção, que são em torno de 30 mil inscritos no Cadastro Nacional, preferem crianças com menos de 3 anos, principalmente recém nascidos", afirma. "E são menos de 6 mil crianças cadastradas e disponíveis a serem adotadas que já tiveram o poder familiar destituído por decisão judicial, ficando sem vínculos familiares até serem adotadas."

O especialista avalia que é necessária investigação sobre o vazamento de informações no caso da atriz. Os profissionais do hospital ou da vara, avalia, se divulgaram dados, podem responder por crime de violação de sigilo previsto no Código Penal, com pena de multa ou de reclusão de até seis anos.

Ele explica que o sigilo serve para preservar a gestante e o bebê. "Com a repercussão, a criança pode ser estigmatizada, já que no abrigo e nos órgãos sociais e judiciais, saberão do histórico dela."

A defensora pública do Estado do Rio de Janeiro e autora do livro Guarda Parental: Releitura a Partir do Cuidado, Elisa Costa Cruz, lembra que a entrega voluntária é definida no ECA desde 1990 - atualizado por lei de 2017. "A entrega voluntária é importante porque é o reconhecimento de que a mulher pode não exercer a maternidade."

"E pode fazer a entrega de forma segura e sigilosa", continua. Na visão dela, o que Klara passou é uma "situação de violência" "A divulgação da gravidez, parto é ilegal também pelo ECA, quanto pela privacidade, quanto da ética em saúde."

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) vão apurar a denúncia de Klara Castanho feita no último sábado (25). Em uma carta aberta postada no Instagram, a atriz revelou que enquanto estava anestesiada do pós-parto uma enfermeira tinha feito ameaças sobre vazar para um colunista a história da entrega do bebê fruto de um estupro para adoção.

Na carta aberta a atriz relata que foi estuprada, engravidou e entregou o bebê para adoção. Ela se pronunciou após a youtuber Antônia Fontenelle fazer uma live, na terça-feira (23), ameaçado expor uma atriz da Globo que teria rejeitado o filho e entregue a criança para adoção.

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A respeito da denúncia de Klara, o Coren-SP anunciou que “adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional. Assim, o Coren-SP ressalta a cautela necessária sejam tomadas as medidas corretas para a apuração dos fatos”.

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O Cofen também se pronunciou e disse que “determinou a apuração do caso e tomará todas as providências que lhe couber para a identificação dos responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas pertinentes ao acontecimento”.

Os dois Conselhos se solidarizaram com a atriz. "O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) manifesta profunda solidariedade à atriz @klarafgcastanho, que, após ser vítima de violência sexual, teve o seu direito à privacidade violado, durante processo de entrega voluntária para adoção, conforme assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)".

"O conselho [Coren-SP] manifesta sua solidariedade à atriz e reafirma seu compromisso cotidiano com a ética profissional da enfermagem e com a segurança da assistência prestada pela categoria".

Confira as notas na íntegra:

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Confira a carta aberta de Klara Castanho:

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A youtuber Antônia Fontenelle, no último sábado (25), usou as redes sociais para criticar a atriz Klara Castanho, de 21 anos, que após pressionada, relatou que entregou um bebê para adoção por ter sido vítima de estupro. Fontenelle, que além de Léo Dias, está sendo acusada de vazar informações sobre o ocorrido, classificou a atitude da jovem como "abandono de incapaz".

Com um trecho da participação de Dias no programa The Noite, do SBT, apresentado por Danilo Gentili, em que ele conta, sem citar nomes, o caso. Na legenda, a youtuber questiona sobre as críticas recebidas e afirma que expôr a história foi "coragem". "Eu gostaria de saber por que estão 'tão' revoltados comigo, me atacando por eu ter tido coragem de mencionar uma história que, ao meu ver, é mostruosa, porém, virou banal", iniciou. 

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 E continuou: "Parir uma criança e não querer ver e mandar desovar para o acaso é crime, sim, só acha bonitinho essa história de adoção quem nunca foi em um abrigo, ademais quando se trata de uma criança negra. O nome disso é abandono de incapaz", criticou.

Ela ainda citou que Leo Dias foi responsável por revelar o caso. "Como diz o próprio @leodias, as pessoas não ficam indignadas com a notícia e sim com o carteiro, me poupem. Se eu soube disso, foi através dele, agora, cobrem dele e se ele não quiser falar, também é um direito dele", disparou.

A publicação gerou mais comentários negativos e, em um novo post, Fontenelle anunciou que desativou os comentários do perfil no Instagram. "Como eu sei que, futuramente, ninguém vai vir aqui me pedir desculpas pelos ataques, desativei os comentários dos donos da razão. Escrevam nas paredes de vocês. Aqui não", compartilhou. 

Confira as publcações:

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Klara Castanho fez um corajoso relato em seu Instagram no dia 25 de junho. Nele, a atriz revelou ter sofrido abusos sexuais que acabaram resultando em uma gravidez indesejada. Klara só descobriu que estava grávida quando o bebê estava próximo de nascer e por isso, realizou o parto e entregou o bebê para a adoção, por reconhecer que não teria capacidade de exercer todos os cuidados aos quais um filho necessita. O relato da atriz foi forte, e após sua publicação, uma série de famosas a responderam com mensagens de apoio.

Paolla Oliveira de manifestou em seu Twitter tentando fazer a pequena se sentir acolhida: Filhota, você é muito especial e eu estarei sempre ao seu lado. Você é maior do que qualquer um ou uma que queira se promover ou promover o ódio com seu nome. Amo você. Sinta meu abraço. Sinta-se acolhida por todos q te respeitam. É o que importa sempre, focar no respeito, amor e na justiça, escreveu ela.

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Fernanda Paes Leme destacou em sua fala que Klara não está sozinha: Klara, não há o que falar, não há o que pensar. Só te confortar de alguma forma, da forma que podemos aqui distante. Você está se transformando numa mulher incrível e merece ser feliz. Fica bem. Estamos contigo.

A publicação de Camila Pitanga foi cheia de carinho à atriz: Klarinha, sinto muito por todo sofrimento e violências que fizeram você passar e agora reviver. Você merece todo afeto e acolhimento. Estou aqui pra você. Estamos todas e todas que acreditam no amor e respeito. Muito amor a você.

Maisa foi mais uma famosa que deixou um recado de amparo para Klara: Te amo pra sempre. Estou com você!

A ex-BBB Sarah Andrade escreveu: Sinto muito por saber que tenha passar por isso! Mas você é uma mulher f***a e cheia de coragem! Você não está sozinha! Força lindona.

Sophia Abrahão foi mais uma que disse à Klara que ela tem apoio e não está sozinha: Sinto muito que você tenha passado por isso. Estou em choque e muito triste por terem feito você relembrar e reviver toda essa dor. sinta-se acolhida! sinta-se amada! muita força pra você e pra sua família! conta comigo para o que você precisar.

As redes sociais foram tomadas, na noite deste sábado (25), por comentários sobre o relato emocionante da atriz Klara Castanho, de 21 anos. A jovem divulgou uma carta aberta explicando que foi estuprada, engravidou e entregou o bebê para adoção.

Tudo começou na última terça-feira (23), quando a youtuber Antônia Fontenelle fez uma live e ameaçou expor uma atriz da Globo que teria rejeitado o filho e entregue a criança para adoção. Logo, nas redes sociais, os internautas começaram a supor que se tratava da atriz Klara Castanho.

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Após a repercussão, Klara divulgou a carta, em que explicou ter sido estuprada. "Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo", anunciou a jovem. Segundo a atriz, após o estupro, ela teria tomado pílula do dia seguinte e feito exames. "Tentei, na medida possível e da minha frágil capacidade emocional, seguir adiante, me manter focada na minha família e no meu trabalho", explicou.

Apesar disso, após alguns meses do ocorrido, Klara relatou ter começado a sentir mal-estar e que um médico anunciou que ela poderia estar com gastrite, uma hérnia estrangulada, um mioma. Assim, a atriz foi direcionada a realizar uma tomografia que, segundo a jovem, preciou ser "interrompida às pressas".

"Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término na gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso nem barriga", disse Klara.

Durante a consulta com um médico, a jovem revelou que não teve qualquer tipo de apoio profissional, mesmo após ter contado que foi estuprada. "Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo", relatou.

Ainda segundo a atriz, dias se passaram entre a descoberta da gravidez e o parto. Assim, Klara revelou que procurou realizar a entrega direta para a adoção. "Ser pai e/ou mãe não depende tão somente da condição econômica/financeira, mas da capacidade de cuidar. ao reconhecer minha incapacidade de exercer esse cuidado, eu optei por essa entrega consciente e que deveria ser segura", relatou Klara Castanho.

Confira o relato completo da atriz:

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O corretor de planos de saúde Rodrigo Medina Lopes, de 45 anos, viralizou na internet na última semana ao gravar a reação do jovem Bruno Carneiro Lopes, de 11 anos, ao ler a decisão judicial que oficializou a adoção e a nova certidão de nascimento com o nome do pai adotivo. Bruno é filho da ex-mulher de Rodrigo, que morreu de câncer em 2013. Agora, o laço entre os dois, que vem desde o início da infância, está oficializado.

Foram quase dez anos de espera até que o cartório expedisse, sob ordem judicial, a certidão de adoção. "Isto me dá paz de saber que ele está registrado e tem meu sobrenome, entende? Que Bruno terá acesso aos benefícios que eu tenho em relação a seguro de vida, planos de saúde. É uma felicidade e uma garantia que ele estará super acolhido caso ocorra algo comigo. Eu trabalhei muito na vida e sei que ele terá os mesmos direitos que a irmã dele", disse Rodrigo ao Estadão.

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Ele vive com Bruno em um apartamento na zona norte de Porto Alegre. Foi lá que o pai gravou o vídeo que registrou o momento de felicidade do garoto ao ler a decisão da Justiça. As imagens viralizaram nas redes sociais e comoveram muitos internautas.

"O significado de adoção para mim é o maior amor. É amar e assumir um filho que nasceu para mim, e não feito por mim. Isso que aconteceu comigo, acontece com as mulheres todos os dias, é considerado 'normal', digamos assim, para a sociedade. Precisamos normalizar que pai também pode criar o filho sozinho", reforçou Rodrigo.

Ele foi casado com Rejane Carneiro após se conheceram ainda adolescentes. Moravam no município de Viamão, região metropolitana de Porto Alegre. Aos 18 anos, se casaram e decidiram morar juntos. Durante a união, tiveram uma filha chamada Luana.

Aos 30, eles se separaram e, posteriormente, Rejane acabou se envolvendo com outro rapaz e ficou grávida do segundo filho, Bruno. O homem não quis assumir a paternidade. Ao saber do caso, Rodrigo, que na época morava em São Paulo, começou a cuidar da criança, que tinha apenas dois anos.

"Tu não tens ideia do que eu ouvi de asneiras no início da adoção. Meus amigos me perguntavam: cara, tu és louco? Tu não tens ideia do que tu quer para tua vida? Ao menos te casa para essa criança ter uma mãe. Tu tens uma profissão que pode te levar para o mundo todo (na época trabalhava no ramo da hotelaria). É sério que tu vais parar a vida para criar uma criança de dois anos, um filho que nem é teu?", lembrou Rodrigo sobre a reação das pessoas que se intitulavam bons amigos.

Bruno nasceu em dezembro de 2010. Meses depois, em agosto de 2011, Rejane descobriu um câncer no útero, que havia se desenvolvido no mesmo período da gravidez e que, por isso, estava camuflado. Após a descoberta, ela começou a fazer sessões de quimioterapia e radioterapia, mas a doença seguiu avançando de forma rápida. Em 2013, Rejane faleceu.

Rodrigo contou um episódio que ficará marcado em sua vida. "O Bruno, até a mãe dele morrer, não falava praticamente nada. Ele teve todo um acompanhamento psicológico no leito paliativo. A psicóloga pedia que eu levasse ele até a cama da mãe para ver ela indo embora (falecer), assim ele, com o tempo, poderia compreender o conceito da morte. Numa dessas visitas ao quarto, vi Bruninho brincando com um carrinho em cima da mãe. Foi uma das imagens que mais me impactou naquela época", contou emocionado.

A mãe de Bruno sempre deixou claro aos parentes que era um desejo dela que o filho ficasse com Rodrigo e a irmã dele para eles nunca se afastarem.

Rodrigo Medina admite não entender a demora de quase uma década para receber a certidão de adoção. "Infelizmente não tenho esta resposta. Toda vez que eu entrava em contato com o Fórum, diziam sempre o mesmo: o processo está em andamento e precisa esperar o parecer da juíza. Nunca teve um motivo oficial. Talvez tenha demorado por eu ser homem e solteiro. E qual o problema?", indagou o pai adotivo.

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