Tópicos | Batalhão de Choque

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“O Choque está sempre pronto”, respondeu o Capitão Alexandre Jorge após o fim do protesto de passageiros no Terminal Integrado do Barro no último dia 3 de junho. Na ocasião, a indagação proferida pelos jornalistas se referia à presença do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque) nas proximidades, como relatos apontavam, mas o capitão achou por bem destacar o preparo exemplar do grupo de elite da corporação. Muitas pessoas e entidades, entretanto, não estão de acordo com a afirmação do oficial. Após recentes ações em protestos e reintegrações, o Choque vem sofrendo duras críticas e tendo seu modus operandi questionado.

Os números ratificam o que diz o Capitão Jorge Alexandre. O Choque considera solucionados 100% dos casos em que foram convocados. Chamados para situação de protesto, liberaram a via; chamados para situação de reintegração de posse, liberaram o terreno; chamados para situação de rebelião, reconquistaram o presídio.  

O Batalhão de Choque, historicamente conhecido como Batalhão Mathias de Albuquerque, foi formado sob o título de Companhia de Choque, em 1980,  para atuar principalmente em resolução de manifestações. Antes estas atribuições eram do 1° Batalhão da Polícia Militar (BPM), mas a corporação sentia a necessidade, por exemplo, de tratar os movimentos sociais de modo mais técnico. Hoje o Choque participa de eventos que envolvam multidões, praças esportivas, rebeliões em presídios, além de dar apoio ao policiamento.

O objetivo era que a unidade atuasse em todo o Estado de Pernambuco mas, com um efetivo atual de 450 profissionais, isto não é possível. As intervenções do batalhão ocorrem principalmente no Recife e na Região Metropolitana – com frequência no Complexo Industrial de Suape, no Cabo de Santo Agostinho.

Os soldados do Choque recebem treinamento todos os dias da semana, às 9h30.  O evento só não ocorre quando são convocados para alguma ocorrência. A primeira sirene que toca indica que o pessoal deve se equipar e permanecer alerta. A segunda sirene é a autorização para que o efetivo se desloque.  O aviso sonoro da sirene já faz parte da rotina, intensificando-se desde a metade do ano passado, quando começou uma onda de protestos ou distúrbios civis, como define a corporação.

Com o aumento da quantidade de manifestações, o trabalho do batalhão ficou em evidência, o que fez surgir, com mais mais força, as reclamações quanto ao trabalho do choque. Para os críticos, a maneira como se devem avaliar os procedimentos policiais vai além dos 100% de casos resolvidos, necessitando observar também como se chegou àquele número.

João Vale, estudante, presente no dia da Reintegração de posse do Cais José Estelita:

“A gente parou e sentou, aí eles jogaram spray de pimenta por cima. Eu gritei  ‘a gente só está parado aqui, sentado', aí eles jogaram um banho de spray de pimenta de uma maneira absurda. Foi um banho tão grande que as pessoas começaram a passar mal. A menina que me levou para casa passou mal, tive que jogar minha blusa fora, no meio da rua. Foi desnecessário porque eu não tinha arma.”

Chiquinho, líder do Organização e Luta por Moradia Digna (OLMD), presente no dia da Reintegração de terreno no bairro da Encruzilhada, na região norte do Recife:

“Fomos pegos de surpresa. Não esperávamos a atuação do Choque, que agiu de forma muito agressiva e desnecessária, intimidando as famílias, sem fazer negociação. Usaram toda a força e poder deles contra a gente. Nenhum de nós havia reagido.Havia crianças e idosas lá...”

Elisangela Sales, operadora de telemarketing, presente no protesto dos usuários de metrô de Camaragibe:

“Não participei do protesto, estava afastada, dentro de uma lanchonete. O Choque chegou para liberar a avenida. Quando menos esperávamos, começou a agonia. Eles atiravam bombas e balas de borracha. Uma bomba caiu dentro da lanchonete. Inalei muita fumaça. Quando eu saí, em questão de segundos, os policiais começaram a atirar de novo. Eu corri, caí no chão, e uma bomba caiu bem do meu lado. Só deu tempo de virar o rosto antes que ela explodisse”.

A atuação que obteve o retorno mais negativo até o momento ocorreu no dia 17 de junho, data da reintegração de posse do Cais José Estelita, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife. Anistia Internacional, entidades médicas (AMPE, CREMEPE E SIMEPE), Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), Universidade Católica (Unicap) e o Centro Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) foram algumas das entidades que repudiaram a forma como a reintegração se deu.

Para o tenente-coronel Walter Benjamim Filho, comandante do batalhão, a tropa sempre foi tratada injustamente como uma vilã. Assim como manifestantes costumam criticar o ponto de vista como a intervenção policial é divulgada, o mesmo faz o comandante.  “Há a sempre a versão das pessoas que nos acusam de agir de modo arbitrário. Infelizmente ficamos a mercê dessa imprensa que eles mesmos fazem, mostrando fotos desfocadas do que aconteceu e uma situação que não é a realidade. Fazem parecer que estamos atacando, mas não somos agressivos, somos técnicos”, diz.

As críticas a respeito da falta de negociação são rebatidas pelo oficial. Segundo ele, este é o papel do comandante da área junto ao oficial de justiça. Quando o Choque é chamado para liberar uma via, por exemplo, ela tem que ser liberada pois a negociação já ocorreu. “Não somos intransigentes, é uma questão técnica. Também não chegamos logo avançando. Nós avisamos que eles têm cinco, dez, 15 minutos para sair ou então começamos a agir”.

O comandante reforça a ideia de que, apesar de ser uma força repressora, a unidade não é violenta.  Segundo ele, as armas utilizadas pelo efetivo (spray de pimenta, bomba de gás lacrimogêneo e bala de borracha) visam, justamente, evitar o confronto e causar menos danos às pessoas.  A própria marcha da tropa, definida como “espartana” (com pancadas no escudo e no capacete), é uma estratégia para causar a dispersão.

Há uma sequência lógica no uso das armas, buscando primeiramente a de maior distância, para não haver contato. Sendo assim, o spray de pimenta está posicionado em último neste ranking, devido ao curto raio de alcance. “Há uma visão muito negativa em relação ao uso do spray de pimenta, mas hoje é menos agressivo do que o bastão. O spray causa ardência e pode abalar psicologicamente,  mas passa”, explica o tenente-coronel. 

Instruções do comando indicam que bombas não devem ser jogadas para cima nem em cima dos manifestantes, mas sim metros antes.  Outro cuidado, que segundo o tenente-coronel é tomado, é com os transeuntes e estabelecimentos sem relação direta com os protestos. “Aquele jovem machucado no Estelita, por exemplo, se feriu porque jogamos a bomba e ele correu para cima dela”, relata Benjamim Filho. Na época do incidente, muitos ativistas reclamaram que as bombas foram jogadas em cima do grupo. 

A pesquisadora do Núcleo sobre Criminalidade, Violência e Políticas Públicas de Segurança, Ana Paula Portella, discorda da forma de ação do batalhão. “Está muito claro que a atuação do Choque tem sido desastrosa. Na verdade, nunca foi boa, nunca deram espaço para o diálogo”, critica. Ela acredita ainda que a chegada dos equipamentos menos que letais (como a corporação classifica), na verdade, deixou a polícia mais truculenta.

“A polícia pernambucana é muito bem preparada, consegue lidar com multidão pacificamente, como podemos ver no nosso carnaval. Mas com relação a manifestações políticas, são cometidas ações de agressão contra indefesos”, comenta Ana Paula, que continua: “O Choque é apenas um instrumento de alguém que está dando a ordem. O Poder Executivo é quem manda a polícia para acabar com o processo de negociação”. 

Para a pesquisadora, deveria ser implementado um conselho estadual de segurança pública. “Seria uma oportunidade de sociedade, governo e polícia construírem um diálogo permanente”, diz. Ela participou da discussão do “protocolo de ação da polícia em manifestação”, que em agosto de 2013 juntou entidades, ministério público e secretarias para indicar como a corporação deveria agir em protestos. De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão, as reuniões se esgotaram sem haver um consenso e as discussões foram interrompidas sem previsão de volta. “A atuação do Batalhão de Choque tem mudado para pior. O que vemos acontecendo tem nada a ver com política democrática”, conclui Ana Paula Portella.

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Os ex-ocupantes do Cais José Estelita e o Batalhão do Choque entraram em confronto na área externa da ocupação do Pátio Ferroviário das Cinco das Pontas, no Cais José Estelita, no Recife. Houve disparo de bombas de efeito moral, spray de pimenta e muita correria.

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Segundo informações, a confusão começou após a chegada de cerca de 70 trabalhadores das empresas do Consórcio Novo Recife. Também já possível ver uma escavadeira, que deve ser utilizada na demolição dos galpões.

Os ativistas tentaram impedir a entrada dos trabalhadores no terreno, quando iniciou a confusão. Houve confronto entre o grupo de aproximadamente 50 pessoas e o Batalhão de Choque.

Após a confusão, os trabalhadores começaram a deixar a área.

Com informações de Jorge Cosme

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A confusão é grande no Cais José Estelita, na manhã desta terça-feira (17). A cavalaria e o batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco interviram na ocupação que já se estendia há quase um mês no terreno dos antigos armazéns e retiraram os manifestantes acampados no local. A ação se resguarda na liminar de reintegração de posse emitida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, no dia 29 de maio.

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Segundo membros do movimento Ocupe Estelita, a ação descumpre os acordos firmados com a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) e com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Há relatos de pessoas presas e até feridas, já que houve uso de força policial. Os ocupantes não param de postar mensagens sobre a ação nas redes sociais. 

“Se houver qualquer incidente de violência no cumprimento ilegítimo desse mandado, vamos responsabilizar o governador pelos abusos. Até ontem à noite tínhamos a certeza de que o mandado não seria cumprido passando por cima dos protocolos estabelecidos em acordo firmado com o movimento e com os demais participantes”, publicou a advogada Liana Cirne Lins, na página Direitos Urbanos, no Facebook. 

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) do Recife informou que o acesso à Avenida Engenheiro José Estelita está bloqueado nos dois sentidos, por conta das mobilizações na área. Condutores vindos da Zona Sul devem seguir pela Avenida Agamenon Magalhães.

Nos últimos dois clássicos pernambucanos -  entre Sport e Santa Cruz - o policiamento montado evitou o confronto entre torcidas organizadas e garantiu a segurança do público. Para o Clássico das Emoções deste domingo (23), entretanto, o efetivo será reduzido. Foram escalados 641 policiais militares para a partida.

Na área interna do estádio serão lançados 190 PMs do Batalhão de Choque e da Companhia Independente de Policiamento com Cães. Já na parte externa estarão 451 PMs lotados em São Lourenço da Mata (20º BPM), além de Unidades da Corporação que cobrem outras localidades da RMR e Especializadas.

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O efetivo contará com viaturas táticas ostensivas, o Batalhão de Choque, Cavalaria, cães farejadores. Ainda serão empregados na operação, câmeras do vídeo monitoramento do CIODS e um helicóptero do Grupamento Tático Aéreo da Secretaria de Defesa Social.

Diferente do cenário de guerra da última quinta-feira (6), a volta para casa dos torcedores de Sport e Santa Cruz, após o clássico desta quarta (12), foi em paz. Escoltadas por um grande número de policiais, as torcidas uniformizadas deixaram a Ilha do Retiro em momentos e caminhos diferentes, para evitar possíveis confrontos.

Ao final da vitória de 2x0 para o Sport, a torcida da casa saiu primeiro e integrantes da Torcida Jovem foram acompanhados por viaturas da Polícia Militar, pela Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais focos de confusão entre as organizadas, no penúltimo jogo entre as duas equipes.

Apesar dos atos de vandalismo na última semana, Rafael Medeiros, integrante da Jovem, ressalta que o intuito da uniformizada é apenas incentivar o time. “Os vândalos não fazem parte da torcida, eles aproveitam e se infiltram. O objetivo da Jovem é apenas torcer pelo clube. Por isso somos a favor de um cadastro para que haja punição a quem merecer”, afirmou o rubro-negro.

Inferno - Com diversas viaturas, efetivos a cavalo, batedores em moto e um helicóptero, a Polícia fez a escolta da Inferno Coral. Da Ilha do Retiro, os torcedores passaram por Joana Bezerra, subiram a Ponte Joaquim Cardoso, nos Coelhos, até passar pela Praça Maciel Pinheiro e avenida Conde da Boa Vista. Parte dos integrantes foram “liberados” na Conde da Boa Vista e o restante seguiu para o terminal do Cais de Santa Rita.

Durante o trajeto, o carro da reportagem do Portal LeiaJá passou no meio dos torcedores. Em meio a xingamentos e exigências para não fotografar ou filmar, um torcedor deu um soco no vidro do carro, sendo imediatamente repelido por outro membro da Inferno Coral que criticou a ação.

Segundo o Tenente Coronel Gadelha, depois do conflito do penúltimo Clássico das Multidões, a Polícia mobilizou mais de 700 homens na operação. “Pelo horário e o fato de o jogo ter sido televisionado também foram fatores que contribuíram para a tranquilidade. Depois das cenas de violências, os próprios torcedores se conscientizaram”, informou o policial ao garantir que, para os próximos jogos, a ideia é manter este padrão de segurança reforçada.

O governo do Maranhão quer reverter a crise da segurança com mão de ferro no sistema prisional. O instrumento para isso é o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM), que pretende implementar um regime de quartel dentro das cinco prisões que assumiu após o início da crise, com revistas nas celas até três vezes por dia. Agentes penitenciários afirmam que a ação só ocorre para compensar a falta de regras que dominou o sistema nos últimos anos.

"Se você manda o preso colocar a mão para cima, ele tem de colocar a mão para cima. Eles têm de aprender a respeitar regras de novo", diz o comandante do batalhão, Raimundo Nonato de Sá. De acordo com Sá, há um oficial de alta-patente em cada unidade. "Para qualquer situação, já tem ao menos 36 policiais do Choque de prontidão", afirma. Também há viaturas do batalhão fazendo a ronda ao redor dos presídios permanentemente.

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No dia 3, a Tropa de Choque encontrou com os presos até uma pistola calibre 380 dentro do Complexo de Pedrinhas, o epicentro da crise e de onde partem as ordens para ataques em São Luís. Também foram achados celulares e armas brancas. A ação da PM nos presídios começou no dia 27, após um ano em que as mortes no Complexo de Pedrinhas chegaram a 60, mais do que o índice dos 12 meses em várias cidades do País. Mesmo após a polícia assumir, porém, já houve duas mortes. No dia 2, foi morto o detento Josivaldo Pinheiro Lindoso, de 35 anos, no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ele foi encontrado estrangulado em uma cela da unidade. No mesmo dia e local, foi morto o preso Sildener Pinheiro Martins, 19.

A polícia cobre um buraco causado pela falta de agentes penitenciários. Segundo o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Maranhão, o vácuo não é só de homens, mas de autoridade. "Os monitores contratados no lugar dos agentes não podem andar armados ou com cassetete, os presos não respeitam", diz a diretora de Comunicação do sindicato, Liana Mara Furtado Gomes.

Nos últimos dois anos, diz Liana, o governo do Estado vem criando mais regalias para os presos. Entre elas, segundo a diretora, está a falta de controle das visitas, o que já levou a um esquema pelo qual os presos cobravam dívidas de outros detentos por meio de sexo com as companheiras deles. Após a PM assumir o local, a regra em relação a visitas mudou. Agora, só parentes de primeiro grau e mulheres dos presos podem visitá-los.

"A falta de respeito dos presos chegou a ponto de um deles filmar um agente com o telefone celular e gritar para ele: ‘Vou te pegar, viu’", afirma Liana. Entidades de Direitos Humanos enviaram um comunicado público reclamando da falta de transparência durante a gestão da PM nos presídios. De acordo com o documento assinado pelas organizações não governamentais Conectas, Justiça Global e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos as informações a respeito dos presos se tornaram mais escassas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e spray de pimenta. Esses foram os artifícios que os Policias Militares do Batalhão de Choque utilizaram contra os manifestes durante o manifesto marcado para este sábado (7), chamado de ‘Operação 7 de Setembro’. O protesto que estava ocorrendo de forma pacífica na Praça do Derby, situada na área central do Recife, transformou-se em um grande tumulto após uma discussão entre um agente e o estudante mascarado de 18 anos, Edgar Santos. 

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A confusão se iniciou porque os agentes militares tentaram tirar a mascara do jovem. Indignados, os manifestantes reagiram para impedir que Edgar fosse detido. Entretanto, os esforços foram em vão, o garoto tentou resistir à prisão, mas devido o clima tenso, o policiamento agiu de forma brusca, resultando em correria e agressões. “Ele foi preso porque estava usando uma máscara. Os policiais não chegaram de forma educada, simplesmente agrediram”, explicou a irmã da vítima, Jéssica Santos, de 24 anos. A imprensa também sofreu com a ação do Batalhão de Choque. Repórteres, fotógrafos e cinegrafistas foram empurrados e atingidos com spray de pimenta. 

Em seguida, uma das principais vias da Agamenon Magalhães que dá acesso à Avenida Conde da Boa Vista virou um cenário de desespero. Os protestantes que iriam dar continuidade ao movimento tiveram que sair correndo devido às bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, com medo de serem atingidas ou agredidas pelo Batalhão de Choque. “Os motoqueiros da polícia não queriam deixar a gente passar. Eles colocaram os veículos por cima dos manifestantes e acabou que quase atropelou uma estudante”, contou o lojista, Bruno Dantas, de 25. “Os policias não respeitaram o direito de ir e vir das pessoas”, afirmou. Vários jovens foram detidos, entre eles um garoto que supostamente carregava em sua mochila fogos de artifício, uma lata de água ardente, e diversos DVDs de pornografia. 

Depois das detenções o manifesto mudou o foco inicial. Um grupo de 50 pessoas foram em direção à Delegacia de Santo Amaro para reivindicar as prisões dos manifestantes. Porém, durante a caminhada perceberam que as vias que dão acesso ao lugar, como a Rua Fernandes Viera, estavam completamente bloqueadas pelo Choque. Após negociação, os agentes abriram a guarda e acompanharam o protesto. Porém ao chegar à Delegacia, também encontraram o departamento cercado por policiais, os manifestantes, por sua vez, permaneceram no local.

No total, 11 pessoas foram encaminhadas ao departamento policial de Santo Amaro. Todas passaram por averiguação e nos casos mais sério responderão assinando um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). “Foi deixado bem claro que o protesto iria permanecer pacífico. Na saída do protesto, todas as pessoas que estavam de máscaras foram revistadas e apresentaram um documento de identificação, mas os policiais agiram de forma truculenta, nos agredindo”, afirmou o representante que está à frente do movimento Operação 7 de Setembro, que apenas se identificou como “Doug”.

Prisão

O estudante Rodrigo Dantas, de 24 anos, foi preso pela Policia Militar no final da manhã deste sábado (7), dentro do metrô Shopping, na Zona Sul do Recife, após se envolver em confusão. Segundo os manifestantes da Resistência Pernambucana, o tumulto começou após os agentes policiais tentarem apreender os instrumentos dos jovens. De acordo com o advogado, Marcos Bezerra, Rodrigo Dantas responderá por desacato à autoridade e resistência. Ele terá que pagar R$ 1000 reais para ser liberado.  

Em protesto pelo direito do Passe Livre, manifestantes queimaram pneus, madeiras e lixos, bloqueando as ruas do Hospício e Princesa Isabel em frente à Câmara dos Vereadores do Recife. Uma das lideranças do movimento do Passe Livre pegou a pauta de exigências do governo e queimou.

Com as chamas altas, os bombeiros foram acionados para conter o fogo, ao chegar, foram recebidos com coquetéis molotov. Após intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar, os manifestantes também atiraram coquetéis e pedras em direção os policias dentro da Câmara dos Vereadores. A Polícia Militar revida o ato com gás de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha. 

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Com informações de Rhayana Fernandes

Durante mobilização em favor do passe livre no Recife, grande parte dos manifestantes, encapuzados, estão entrando em confronto com a polícia em frente à Câmara de Vereadores, na Rua Princesa Isabel. O conflito foi iniciado por vândalos ao jogar coquetel molotov e pedras contra os agentes que fazem a segurança do patrimônio público. A ação foi revidada pela polícia com balas de borracha e bomba de efeito moral.  

Segundo seguranças da Faculdade de Direito, alguns baderneiros também arremessaram pedras contra o prédio da instituição de ensino.

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Também há relatos de pessoas feridas, por causa da ação policial. Em confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM), Pedro Paulo da Silva de 22 anos, manifestante do movimento Passe Livre, foi atingindo por uma bala de borracha na testa próximo ao olho enquanto protestava na Avenida Conde da Boa Vista. No momento do confronto entre a polícia e os manifestantes, o jovem diz que trocou olhar com o policial e o militar disparou.

“Eu poderia ter ficado cego, fui atendido pelo Samu e agora vou procurar meus direitos”, declarou Pedro. Os manifestantes informam que além de Pedro, dois garis também foram atingidos no confronto.

O rapaz não estava de máscara ou capuz, e segundo a PM, houve resistência dos manifestantes momentos antes do confronto. Eles estavam subindo em ônibus, a PM tentou acordo, mas não houve negociação e o confronto começou. 

As vias estão bloqueadas e nenhum veículo esta passando. Em decorrência da mobilização que não segue de maneira pacífica, a Faculdade de Direito suspendeu as aulas do turno da noite desta quarta-feira (21).

Os manifestantes afirmam que só irão deixar o local quando forem recebidos pela comissão do Passe Livre na Casa José Mariano, composta por Raul Jungmann e Jayme Asfora. 

Com informações de Rhayana Fernandes

Nesta sexta-feira (12), a Ilha do Retiro recebeu um treinamento diferente. Além da movimentação normal do elenco do Sport, visando o clássico contra o Santa Cruz, 40 novos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco participaram de um treinamento para situações de risco.

Multidões, torcida organizada e confusões estiveram entre as simulações realizadas pelos estagiários do BC e comandada pelo capitão Lucena. “É uma turma nova, será a primeira vez que estarão em uma partida. O treino não é visando o clássico (que será neste domingo, no Arruda), mas eles estarão lá, sim”, explicou Lucena.

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Além dos 40 estagiários, o Batalhão de Choque terá outros 260 profissionais envolvidos na segurança do Clássico das Multidões. Ainda de acordo com o capitão, mesmo com a proibição das três principais torcidas organizadas nos estádios de Pernambuco, os procedimentos seguem o mesmo. “Só tiraram as camisas, eles continuam frequentando os estádios. A torcida do Sport, por exemplo, será escoltada aqui da Ilha do Retiro até o Arruda no domingo”, disse.

Desde 2010 em operação no Complexo do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, o Exército inicia quinta-feira a retirada das últimas tropas que atuam nas comunidades. O comando da operação de pacificação nas regiões será transferido para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Na manhã desta quarta-feira, o governo do Rio inaugurou duas novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no conjunto de favelas da Penha.

A saída das tropas do Exército do complexo deve ser concluída na sexta-feira, quando se encerra o convênio firmado com o governo federal para a atuação das Forças Armadas no local. Nos vinte meses de ocupação do Exército, 1.200 militares atuaram durante a ocupação. Até o final de julho, tropas do Bope ocupam as comunidades de Vila Cruzeiro e Parque Proletário para que sejam instaladas outras duas UPPs. Ao todo, serão oito unidades nos complexos do Alemão e da Penha.

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As unidades inauguradas nesta quarta-feira, localizadas nos morros da Chatuba e da Fé Sereno, terão 400 policiais recém formados no patrulhamento de dez comunidades no entorno dos morros. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 13 mil pessoas são atendidas pelas unidades. Na inauguração, o governador Sérgio Cabral classificou de "revolucionária" a política de segurança das UPPs. "Nós estamos com 25 unidades e dois milhões de pessoas beneficiadas. Em menos de quatro anos, é uma revolução diante de trinta anos ou mais de poder paralelo", afirmou o governador.

Cabral afirmou que comunidades já pacificadas que ainda têm casos de confronto entre traficantes podem ter reforço no policiamento. Também foram anunciados investimentos de R$ 80 milhões anuais para o policiamento ostensivo das comunidades pacificadas do Rio. As 25 unidades já implantadas atendem a mais de 140 favelas e contam com mais de 5 mil policiais. "Não é natural que haja uma força paralela dominando uma comunidade. Isso não é natural, mas o Rio conviveu com isso durante anos como se fosse normal", afirmou.

Segundo o governador, após a instalação das unidades no complexo da Penha será a vez da favela da Rocinha receber uma UPP. A comunidade, ocupada por policiais militares do Batalhão de Choque desde novembro de 2011, também continua sendo alvo de conflito entre traficantes e policiais.

Mais um tumulto foi registrado nesta quinta-feira (8), no Presídio Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, no Recife. Os detentos, em forma de protesto, estavam fazendo greve de fome há dois dias. 

Agentes do Batalhão de Choque realizaram uma revista de rotina pelo complexo prisional e teriam recebido informações de que os presos estariam portando facões dentro do presídio. Quando o motim aconteceu, alguns detentos ficaram feridos.

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Horas de angústia, desespero e falta de informação. Foi o que viveu os familiares, esposas e namoradas dos 368 internos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, nesta quarta-feira (11). O saldo da barbárie que havia sido controlada na madrugada de hoje foi de três mortos e 14 feridos, além dos 11 jovens que, por estarem sob ameaça de morte, foram ou serão transferidos para outras unidades.

Sem água, energia e sob os escombros deixados da noite pavorosa, os internos iniciaram uma nova rebelião por volta das 9h desta quarta-feira. Com a chegada dos cerca de 50 homens do Batalhão de Choque, o clima de tensão aumentou. A cada tiro de bala de borracha disparado pelos policiais dentro da unidade, a tensão refletia-se no desespero dos familiares, que acompanhavam tudo do lado de fora da Fundação.

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A mãe do reeducando Edson dos Santos Bastos, 17 anos, a doméstica Rosinete Silva Bastos, 39, moradora do bairro de Dois Unidos, zona norte do Recife, estava nervosa com a falta de informações por parte da Funase sobre a situação dos detentos. “Desde ontem não sei como está meu filho, estou muito aflita”, contou. A doméstica também reclamou da falta de providência da instituição em resolver os problemas de superlotação e questionou o rigor da vistoria feita nos visitantes. “Nós somos vistoriados de maneira até constrangedora nos dias de visita. Não há necessidade disso”, protestou.

Outro familiar a reclamar da falta de informação foi o locutor Gilmar da Conceição Francelino, 38, primo do interno Aleff de Moura Pina, 17. “Vim de Goiana desde ontem à tarde e estou aqui que nem peru doido, rodando, rodando sem saber de nada. Estou muito preocupado com o que está se passando lá dentro”, reclamou. Ele também denunciou as condições precárias da instituição.

Por volta das 11h, uma agente da Funase divulgou à imprensa os nomes dos seis reeducandos feridos durante a madrugada. São eles: Clauberto Barros, Luiz Carlos da Silva, Alex Rogério, Alessandro Henrique, Marcos Paulo e Kemp Raí. Os ferimentos foram considerados leves e os internos já haviam sido medicados.

A diretora da unidade foi recebida em meio a vaias dos familiares dos detentos. As dezenas de pessoas gritavam "Fora, Suzete"! Momentos depois, ela informou que as mães, pais, esposas e namoradas dos internos poderiam entrar na unidade a partir das 14h de hoje, para uma visita rápida aos jovens. Porém, por volta das 15h foi anunciado que apenas cinco mães teriam acesso a unidade. A doméstica Rosinete Silva foi uma das escolhidas para a visita, ela tremia e chorava abraçada com um dos filhos à espera de entrar na unidade. Para ela, o desfecho do dia foi feliz, mas para as dezenas de mães que aguardavam ansiosas pela visita não foi confortante a decisão da administração da unidade. Elas gritavam: "Queremos entrar"!

O arrumador Eronildo Claudino Pinto, 41, entrou na unidade, mas mesmo sem ter visto seu filho disse que estava aliviado pelo fato da situação ter sido normalizada, já no final da tarde. “Está tudo bem com os jovens, mas não há condições de todos os pais entrarem. Está tudo quebrado e queimado lá dentro, por isso é melhor nós pais nos acalmarmos e esperarmos pelo próximo dia de visita”.

Por volta das 16h, ainda não havia água nem energia dentro da unidade, mas a previsão era de que em algumas horas esta situação seria normalizada.

Problemas - De acordo com a presidente da associação de Conselho Tutelar Estadual, Maria Conceição Pimentel, a rebelião se deu pela revolta dos internos com a atual administração da Fundação. “A situação é precária na unidade. Os jovens vivem em celas superlotadas e a alimentação é ruim, além das condições de higiene precárias. Eles defecam em potes de margarina ou em sacos plásticos. Fizemos um relatório de toda a situação e entregamos a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, quando ela esteve em novembro aqui em Pernambuco. Fora isso, Pernambuco responde ao Conselho Nacional de Justiça por tortura nas unidades do Estado”, explicou.

Ainda de acordo com Maria do Rosário, o Estado até agora não se posicionou sobre a construção de mais duas unidades de ressocialização de jovens, prevista no termo de ajustamento de conduta.

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